Processos Metodológicos no Ensino do Esporte

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05/06/2018 Disciplina Portal
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Esporte educacional
Aula 6 - Processos Metodológicos no ensino do
esporte educacional
INTRODUÇÃO
Nesta aula, apresentaremos os processos metodológicos no ensino do Esporte Educacional de modo que estes
possam oportunizar a formação básica do aluno, fornecendo subsídios para que os nossos futuros professores
apliquem aqueles que mais se adequem as características dos seus alunos, ao planejamento de suas aulas, ampliando
dessa forma mais possibilidades de criação de aulas e/ou atividades pautadas na tríade objetivos propostos, faixa
etária dos alunos e conteúdos a serem desenvolvidos.
OBJETIVOS
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Reconhecer os métodos e os princípios de ensino dos esportes na escola;
Comparar as principais vantagens e desvantagens de cada um dos métodos;
Identi�car as competências desenvolvidas com a prática do esporte educacional.
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ENSINO DOS ESPORTES NA ESCOLA
Quando falamos do ensino dos esportes na escola, �camos nos perguntando quais os motivos que �zeram com que
esse �casse tão desacreditado, uma vez que, segundo Paes (2006), “Observa-se hoje que a adesão ao Esporte cresce
de forma nunca antes veri�cada. Sendo assim, buscando proporcionar ao praticante uma melhor convivência com o
fenômeno, faz-se necessário dar ao Esporte um tratamento pedagógico” (PAES, 2006, p. 171).
Talvez a principal resposta para essa pergunta esteja relacionada ao uso do esporte na escola como réplica do esporte
de rendimento, o qual, desse modo, preconizava a aptidão física e a exclusão, criando, consequentemente, nos alunos
que não eram inseridos nas aulas, um desestímulo à prática da atividade física.
Outro ponto a ser destacado é que por inúmeras vezes o ensino do esporte, na escola, se restringia às atividades
físicas coletivas com repetições constantes dos gestos motores ao longo dos anos de formação dos alunos.
Além disso, quantos de vocês não tiveram aula de Educação Física em que os professores se preocupavam somente
em lançar uma bola deixando com os alunos a escolha de como desenvolveriam as atividades?
Logo, para que possamos evitar a exclusão, aumentar o estímulo dos alunos pelas aulas de Educação Física, bem
como, potencializar o ensino do esporte na escola, fazendo com que ele seja realmente de cunho educacional, torna-se
necessário entendermos os processos metodológicos relacionados ao ensino dos esportes.
Diversos autores têm apresentado propostas relacionadas à discussão dos esportes na escola, cujo objetivo principal
centra-se na busca de novos procedimentos pedagógicos que possam facilitar o aprendizado. Segundo Bayer (1994),
existem duas correntes pedagógicas de ensino para os jogos desportivos coletivos, são elas:
A corrente que utiliza os métodos tradicionais ou didáticos decompondo os elementos (fragmentação), na qual a
memorização e a repetição permitem moldar a criança e o adolescente ao padrão adulto;
A corrente dos métodos ativos, os quais levam em conta os interesses dos jovens e que, a partir de situações
vivenciadas, iniciativa, imaginação e re�exão possam favorecer a aquisição de um saber adaptado às situações
causadas pela imprevisibilidade.
Garganta (1998) apud Pinho et al. (2010) destaca duas formas tradicionais de ensino dos esportes coletivos, a forma
centrada na técnica e a forma centrada no jogo formal. Logo, a primeira preconiza a decomposição do gesto motor
especí�co, o que vai gerar consequentemente um comportamento estereotipado de execução do mesmo.
Por outro lado, na forma centrada, o jogo é a principal estrela do processo ensino-aprendizagem, não havendo, portanto
a preocupação do desenvolvimento da técnica.
VAMOS VER SE VOCÊ ENTENDEU?
MÉTODOS TRADICIONAIS 
Fragmentação, ensinado por partes, pautado em um modelo de repetição.
MÉTODOS ATIVOS 
Todo, coletivo, pautado nas situações de jogo, sem repetição, favorecendo a “leitura” de uma determinada situação e
daí o favorecimento da tomada de decisão a partir de situações já vivenciadas.
Greco (1999), entretanto, em sua metodologia situacional, propõe que os alunos utilizem de forma inteligente os
elementos técnicos necessários à solução das diferentes situações de jogo.
Para isso, nessa metodologia, são desenvolvidas situações de 1x0-1x1-2x1, cuja proposta é que essas situações
isoladas dos jogos sejam aprendidas com números reduzidos de praticantes. Esse autor também defende que a
técnica desportiva é praticada na iniciação aos conceitos da tática, ou seja, aliando o "como fazer" à "razão de fazer".
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Não se trata de trabalhar os conteúdos da técnica apenas pelo método situacional, mas sim de utilizá-lo como um
importante recurso, o qual deve ser aplicado de acordo com a situação do jogo.
Outra questão importante a ser abordada é preconizada por Dietrich et al. (1984), os quais relatam existir dois
princípios resistentes e expressivos na metodologia dos jogos que servem como base para todos os métodos de
aprendizagem dos esportes, são eles: o analítico sintético e o global funcional, veremos nas telas seguintes.
Clique aqui (glossário) e leia sobre uma abordagem desenvolvimentista.
O PRINCÍPIO ANALÍTICO-SINTÉTICO
Fonte da Imagem: Denis Kuvaev / Shutterstock
Esse princípio baseia-se na aprendizagem dos esportes a partir de uma série de exercícios.
Signi�ca dizer que se fragmenta o gesto motor especí�co do esporte (fundamento) para que ele possa vir a ser
aprendido, não se preocupando, em um primeiro momento, com as situações reais de jogo.
No que se refere à escola, já �camos preocupados porque ao re�etirmos sobre esse método rapidamente nos
perguntamos:
Será que a repetição contínua de um gesto motor, não vai fazer com que a aula �que monótona? Será que teremos
material su�ciente para todos os alunos realizarem os exercícios ao mesmo tempo? Será que essa repetição
descontextualizada das situações reais de jogo, não pode ser prejudicial na hora da execução em situações reais de
jogo?
Assim como tudo na vida, todas as coisas possuem o seu lado positivo e o seu lado negativo. Se por um viés, o
método parcial faz com que os problemas já citados venham a acontecer, por outro é inegável que ele facilita o
aprendizado da técnica.
Se aliarmos esse aprendizado a um professor que busque ensinar, corrigir e aperfeiçoar o gesto do aluno, muito
provavelmente, ele terá a capacidade de realizar o fundamento de modo perfeito, fato que lhe dará um diferencial
competitivo.
Greco (1998) explica que, nesse método, o aluno conhece, em primeiro lugar, os componentes técnicos do jogo por
meio da repetição de exercícios de cada fundamento técnico, os quais são logo acoplados à série de exercícios, cada
vez mais complexos e mais difíceis; à medida que a ajuda e a facilitação diminuem, gradativamente aumenta a
complexidade e a di�culdade das ações.
À medida que o aluno passa a dominar melhor cada exercício passa a praticar uma nova sequência. Tais movimentos
já́ dominados passam a ser integrados em um contexto maior, que logo permitirá o domínio dos componentes básicos
da técnica inerente ao jogo esportivo na sua situação do modelo ideal.
O PRINCÍPIO GLOBAL-FUNCIONAL
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Quandofalamos desse princípio nos referimos ao ensino do esporte a partir do ensino dos jogos, ou seja, é da série de
jogos que fazemos com que os nossos alunos possam vir a aprender os fundamentos especí�cos do esporte. A
grande diferença desse método para o anterior é que desde o primeiro momento, os gestos motores são aprendidos a
partir de situações reais de jogo.
Para a facilitação desse processo, a série de jogos é realizada partindo-se dos pequenos jogos, passando pelos
grandes jogos, tendo como �m, os jogos pré-desportivos. Os pequenos jogos são caracterizados por possuírem um
número reduzido de participantes, as regras bem simples e que podem ser modi�cadas a qualquer momento, por
qualquer participante do jogo.
Já os grandes jogos, se caracterizam por possuírem regras mais complexas, quando comparadas aos pequenos jogos,
porém, elas também podem ser modi�cadas de acordo com a necessidade de adequação das mesmas à realidade do
jogo. Além disso, os grandes jogos podem ser realizados com um maior número de alunos.
Enquanto nos pequenos jogos, trabalham-se poucos fundamentos do esporte, os grandes jogos permitem a
combinação desses fundamentos, assemelhando-se bastante das situações reais de jogo.
Clique aqui (glossário) e aprenda sobre os esportes pré desportivos.
MÉTODO SITUACIONAL
Essa metodologia é constituída por formas próprias de conduta, onde a criança deve adquirir uma capacidade geral do
jogo.
Por outro lado, esses jogos devem ser apresentados da maneira mais próxima da realidade possível, a �m de que os
alunos possam o tempo todo vivenciar as situações de jogo como elas realmente ocorrem.
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Fonte da Imagem:
A ênfase dessa metodologia se dá no desenvolvimento da compreensão tática e dos processos cognitivos
relacionados à tomada de decisão, com o objetivo de evitar que os alunos sejam desestimulados pelo excesso de
tempo destinado ao aprendizado da técnica, como já, relatado como uma das desvantagens, quando citado o método
analítico sintético.
Assim, esse método não preconiza o aprendizado apenas de modo fragmentado ou apenas através dos jogos, a sua
grande proposta é que se aprenda por meio dos jogos, porém, sem a desvalorização do aprendizado da técnica.
Fonte da Imagem: Monkey Business Images / matimix / Shutterstock
Dessa forma, quando se utilizam as situações de 1x1, 2x2, 2x1 e assim por diante, pretende-se desenvolver no
educando a capacidade de realizar o gesto esportivo com qualidade, porém, tendo a consciência e principalmente a
percepção de qual gesto escolher a partir da situação que foi apresentada naquele determinado momento.
Logo, pretende-se que a partir da soma dessas vivências os alunos possam adquirir um lastro de opções que lhe
favorecerão durante a prática dos jogos.
Por �m, se considerarmos que os esportes coletivos como futsal, handebol, basquetebol e voleibol, são, sem dúvida
alguma, os mais comuns nas aulas de Educação Física podemos a�rmar que esse tipo de metodologia deve ser
bastante utilizada no esporte educacional, visto que os alunos precisam tomar decisões táticas o tempo todo, o que
signi�ca dizer que eles precisam decidir o que fazer, por que fazer, como fazer, quando fazer e onde fazer em uma
fração de segundos, pois o ambiente modi�ca-se constantemente.
Portanto, o método situacional, mais do que qualquer outro, estimula o desenvolvimento da criatividade e da
inteligência nas tomadas de decisão.
Prezados alunos, quais os métodos de ensino mais indicados para serem trabalhados na escola.
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