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1 Contabilidade Governamental Melissa Moraes 2 1. NOVAS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICADAS AO SETOR PÚBLICO Não são apenas as empresas que estão tendo de se adequar a um novo padrão contábil. O setor público também precisa se estruturar. Considerando a importância da disponibilização de informações contábeis transparentes e comparáveis, compreensíveis a analistas financeiros, investidores, auditores, contabilistas e demais usuários, independentemente de sua origem e localização, foram criadas diretrizes para promoção da HARMONIZAÇÃO das práticas contábeis vigentes no setor público brasileiro às normas internacionais de contabilidade, tendo em vista as condições, peculiaridades e o estágio de desenvolvimento do país. De modo geral, tanto em nível de empresas, entidades e órgãos públicos, entidades profissionais, clientes, instituições de ensino, há uma consonância para uma harmonização de padrões contábeis que promova a comunicação e colabore para minimizar as diferenças internacionais nos relatórios financeiros admitindo a comparabilidade das informações. Segundo Niyama (2006): “É verdade que o termo harmonização tem sido algumas vezes associado incorretamente com "padronização" de normas contábeis. Harmonização é um processo que busca preservar as particularidades inerentes a cada país, mas que permita reconciliar os sistemas contábeis com outros países de modo a melhorar a troca de informações a serem interpretadas e compreendidas, enquanto padronização é um processo de uniformização de critérios, não admitindo flexibilização”.(grifo nosso) O conselho de gestão fiscal é um grupo da mais alta relevância para a implantação da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). É responsável pela harmonização de procedimentos e tem, entre outros, o intuito de ser um grande fórum institucional permanente de discussão sobre questões referentes à Lei. No entanto, sua composição e funcionamento dependem de lei, que ainda não foi publicada. Sendo assim, fica a cargo do CFC elaborar normas específicas abordando procedimentos contábeis, ou a Secretaria do Tesouro Nacional que exerce atribuições que seriam de competência daquele conselho. CRONOLOGIA � Portaria CFC n°37, de março de 2004. Não é de hoje que o Conselho Federal de Contabilidade busca a padronização das normas direcionadas ao setor público. Em março de 2004, o CFC editou a Portaria CFC nº 37/2004, que instituiu o Grupo de Estudos voltado para a área pública. A finalidade era estudar e propor Normas de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, as chamadas NBCASP, de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NICSP), editadas pela International Federation of Accountants (Ifac). Integram o grupo profissionais de contabilidade vinculados à área pública, em especial, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e a Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda. O objetivo é fazer com que o setor seja dotado de normas que possam fornecer a orientação contábil dentro dos princípios fundamentais de Contabilidade e, ao mesmo tempo, avance na consolidação e integração com as Normas Internacionais. 3 O resultado desse processo foi a elaboração de um documento, pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) intitulado “Orientações Estratégicas para a Contabilidade aplicada ao Setor Público no Brasil” com vistas à: a) convergência aos padrões internacionais de contabilidade aplicados ao setor público; b) implementação de procedimentos e práticas contábeis que permitam o reconhecimento, a mensuração, a avaliação e a evidenciação dos elementos que integram o patrimônio público; c) implantação de sistema de custos no âmbito do setor público brasileiro; d) melhoria das informações que integram as Demonstrações Contábeis e os Relatórios necessários à consolidação das contas nacionais; e) possibilitar a avaliação do impacto das políticas públicas e da gestão, nas dimensões social, econômica e fiscal, segundo aspectos relacionados à variação patrimonial. O referido documento estabelece três grandes diretrizes estratégicas, desdobradas em macro-objetivos, que contribuem para o desenvolvimento da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, cujas implantações deverão ocorrer a partir da celebração de parcerias entre o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e instituições que atuam de forma direta ou indireta, com a Contabilidade aplicada ao Setor Público: a) Diretriz 1 - Promover o Desenvolvimento Conceitual da Contabilidade Aplicada ao Setor Público no Brasil. b) Diretriz 2 - Estimular a Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade aplicadas ao Setor Público (IPSAS). c) Diretriz 3 - Fortalecer institucionalmente a Contabilidade Aplicada ao Setor Público. O produto que emerge dessa construção coletiva, fruto de parcerias e debates no âmbito do Grupo Técnico de Padronização de Procedimentos Contábeis, é o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. � Resolução CFC 1.111/07 - Apêndice II-Res.CFC 750/93 - Princípios Fund. Contabilidade (Alterada pela . Resolução CFC 1.367/11) Considerando a conveniência de um maior esclarecimento sobre o conteúdo e abrangência dos Princípios de Contabilidade sob a perspectiva do Setor Público o CFC aprovou o Apêndice II da Resolução CFC nº. 750/93 sobre os Princípios de Contabilidade. � Resolução 1.103/07 (Alterada pela Resolução 1.105/07) Considerando as ações já iniciadas para o processo de convergência com a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e a necessidade de estender o escopo dessa convergência às outras áreas, notadamente auditoria, o CFC cria o Comitê Gestor da Convergência no Brasil. O Comitê será composto pelas seguintes entidades: a) CFC – Conselho Federal de Contabilidade; b) IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil; c) CVM – Comissão de Valores Mobiliários; 4 d) BACEN – Banco Central do Brasil; e) SUSEP – Superintendência de Seguros Privados; f) STN – Secretaria do Tesouro Nacional; g) BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social O Comitê Gestor foi criado pela Resolução tem como objetivo identificar e monitorar as ações a serem implantadas para viabilizar a convergência das Normas Contábeis e de auditoria, a partir das Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC, dos Pronunciamentos de Contabilidade e Auditoria editados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e IBRACON, respectivamente, bem como de assuntos regulatórios no Brasil, visando o alinhamento às Normas Internacionais de Auditoria e Asseguração emitidas pela IFAC e às melhores práticas internacionais em matéria regulatória. Concluída a convergência contábil societária em 2010; Concluída a convergência de auditoria (faltando apenas às normas profissionais aplicadas a todos os contadores). A convergência aplicada ao setor público deverá ser concluída até 2012. A Portaria CFC n°54/08 instituiu Grupo de Trabalho da convergência em contabilidade pública (GTCP) com representantes da STN, Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, Tribunal de Contas da União e universidades para início dos trabalhos de tradução das Normas Internacionais Aplicadas ao Setor Público. � Portaria MF n° 184/08 Considerando a importância da disponibilização de informações contábeis transparentes e comparáveis, compreensíveis a analistas financeiros, investidores, auditores, contabilistas e demais usuários, independentemente de sua origem e localização, o Ministério da Fazenda publicou a Portaria MF 184/2008, que estabeleceu as diretrizes para promoção da convergência das práticas contábeis vigentes no setorpúblico brasileiro às normas internacionais de contabilidade, tendo em vista as condições, peculiaridades e o estágio de desenvolvimento do país. A referida Portaria estabelece que a Secretaria do Tesouro Nacional deverá editar normativos, manuais, instruções de procedimentos contábeis e Plano de Contas Nacional, objetivando a elaboração e a publicação de demonstrações contábeis consolidadas, em consonância com os pronunciamentos do IFAC e com as normas do Conselho Federal de Contabilidade, aplicadas ao setor público. Considerando o entendimento de que a produção dos manuais e do Plano de Contas Nacional deve ser participativa, transparente e preservar o caráter técnico de seu conteúdo, a STN instituiu o Grupo Técnico de Padronização de Procedimentos Contábeis, por meio da Portaria STN nº 136/2007. As reuniões do grupo técnico têm se pautado em discussão permanente com diferentes instituições que representam a classe contábil, a exemplo do Conselho Federal de Contabilidade - CFC, dos contadores de Estados, Municípios e dos representantes de Tribunais de Contas, com forte integração com outras ações conduzidas em curso, como a elaboração das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público - NBCASP e o cronograma do Comitê Gestor da Convergência Brasil. Assim, o Grupo Técnico de Padronização de Procedimentos Contábeis apresentou como principal resultado deste período de trabalho e discussão a primeira edição do Manual Técnico de Contabilidade Aplicada ao Setor 5 Público. Hoje, este Manual já está na 4ª edição. Os Manuais foram instituídos por Portaria Conjunta STN/SOF num esforço das duas secretarias para estabelecer padrões de regras contábeis e orçamentárias. A busca da padronização contábil a partir da elaboração dos manuais visa à promoção do desenvolvimento conceitual da Contabilidade Aplicada ao Setor Público. � Normas Técnicas de Contabilidade 16 (NBC T 16) – Resolução CFC n° 1.128/08 a 1.137/08 e suas alterações, e Resolução 1.366/11 1 Em 2008, foram publicadas Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBC T 16), alinhadas às Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (IPSAS), objetivando contribuir para o reconhecimento, a mensuração e a evidenciação de atos e fatos administrativos fundamentados na Teoria da Contabilidade, de modo que, além de cumprir os aspectos legais e formais, a Contabilidade Pública brasileira reflita a essência das transações governamentais e seu impacto no patrimônio. PRINCIPAIS ASPECTOS DAS NOVAS NORMAS A contabilidade aplicada ao setor público brasileiro vem passando por grandes transformações na busca pelo aprimoramento da gestão do patrimônio publico, implementando para isso novos procedimentos e praticas contábeis que visam a convergência aos padrões internacionais de contabilidade e ampliar a transparência sobre as contas públicas. As principais mudanças na contabilidade governamental: A) Convergência as padrões internacionais de contabilidade aplicada ao setor público B) Implementação de procedimentos e praticas contábeis que permitam o reconhecimento, a mensuração, a avaliação e a evidenciarão dos elementos que integrão o patrimônio publico. A Contabilidade Aplicada ao Setor Público, diferentemente da Contabilidade Empresarial e Comercial, não se preocupava, embora a Lei trate sobre o assunto, sobre a função PATRIMONIALISTA dos seus ATIVOS e PASSIVOS, sendo mais importante para o resultado dos entes públicos, a questão ORÇAMENTÁRIA e FINANCEIRA. Essas mudanças, estão sendo, na verdade, um novo aprendizado para o contador da área pública, o qual terá como foco principal o PATRIMÔNIO, objeto de estudo da contabilidade governamental, e não somente o ORÇAMENTO, como observado anteriormente à aprovação das NBCASPs (Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público). Com isso, a Lei Orçamentária Anual deixa de ser a peça principal da contabilidade aplicada ao setor público, e juntamente com a contabilidade PATRIMONIALISTA, terá sua grande importância para a tomada de decisão e levantamentos de balanços mais próximos da realidade dos Entes Públicos. A ênfase passa a ser o patrimônio como objeto de estudo da contabilidade enquanto ciência. O orçamento deixa de ser o protagonista da histórica da administração pública para se tornar um coadjuvante importante que trata do fluxo de caixa do Governo com base em autorização legislativa para arrecadar receitas e realizar despesas. C) Implantação de sistemas de custo no âmbito do setor público brasileiro 1 Resolução CFC n° 1.328/11 - Dispõe sobre a Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade. As Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) devem seguir os mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados nas normas internacionais e compreendem as Normas propriamente ditas, as Interpretações Técnicas e os Comunicados Técnicos. 6 No gerenciamento dos programas constantes das ações orçamentárias a contabilidade por competência pode demonstrar os custos totais incorridos, além dos fluxos de caixa, os custos indiretos e seu rateio, inclusive o valor do ativos tangíveis utilizados na prestação dos serviços à população. Da mesma forma, estimativas dos recursos totais, alem de auxiliar na alocação dos recursos orçamentários também facilita a tomada de decisões sobre quais os serviços que devem ser prestados pela própria administração publica e quais os que devem ser fornecidos por empresas privadas. D) Melhoria das informações que integram as demonstrações contábeis e os relatórios necessários à consolidação das contas nacionais. E) Possibilitara avaliação dos impactos das políticas públicas e da gestão, nas dimensões sociais, econômicas e fiscais, segundo os aspectos relacionados às variações patrimoniais. A leitura atenta da Lei de Responsabilidade Fiscal já estabelece a preferência pelo regime de competência, mas em caráter complementar determina a apuração dos fluxos financeiros pelo regime de caixa (orçamento). Tal redação consta do inciso II do artigo 50 e representa, para nós, a materialização da importância da evidenciação do patrimônio com objeto de estudos da contabilidade. “Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: ... II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;” ...(Lei Complementar n° 101/00) Depois de muitos anos fazendo os registros contábeis como reflexos da execução orçamentária de caixa com algumas exceções já tratadas acima, diversos países reiniciaram a preocupação com patrimônio público e conseqüentemente estão implantando o principio contábil da competência. Deve ser notado que estas alterações estão sendo realizadas em países que anteriormente tinham uma visão do orçamento como limitador de gastos É preciso reconhecer que a contabilidade por caixa facilita a avaliação do impacto na atividade fiscal, a reconciliação dos dados monetários e o controle dos recursos disponíveis. Porem, o sistema de caixa é insuficiente para indicar de forma imediata e mesmo a médio e longo prazo as responsabilidades obrigacionais dos governos como é o caso das responsabilidades previdenciárias, geralmente suavizadas e muito freqüentemente (ou sempre) com valores incluídos no orçamento de cada ano bem menores do que os valores efetivamente executados. Além disso, na contabilidade baseada em caixa, são registradas transações relativas a pagamentos sem informar de modo imediato se o pagamento efetuado refere-se a serviços executadosdurante o exercício corrente ou de anos anteriores. Em contraste com o sistema de caixa, o sistema contábil da competência procura fornecer um quadro com todos os recebíveis e responsabilidades do governo e, em consequência, constitui uma ferramenta de auxilio na formulação de políticas fiscais mais realísticas. Também facilita a gestão de caixa por permitir o conhecimento de todos os ativos geradores de caixa e do universo das obrigações que pesam sobre esse mesmo caixa. 7 2. PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO PÚBLICO As ações das instituições devem ser direcionadas para a realização dos objetivos formulados pelos gestores. Todavia, os objetivos devem se constituir resultados mensuráveis, alinhados a uma visão/missão que representem as características singulares de determinada gestão. Um bom trabalho de planejamento das ações de governo contribui para atender plenamente os preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal. Com base nas hipóteses consideradas, nas oportunidades e ameaças identificadas, nas diretrizes acordadas e tudo o mais que ficou estabelecido no plano estratégico, a organização passa a desenvolver seu plano operacional, cuja peça final é o orçamento. O Orçamento público é um instrumento de planejamento e execução das Finanças públicas. Na atualidade o conceito está intimamente ligado à previsão das Receitas e fixação das Despesas públicas. No Brasil, sua natureza jurídica é considerada como sendo de lei em sentido formal, apenas. Isso guarda relação com o caráter meramente autorizativo das despesas públicas ali previstas. O orçamento contem estimativa das receitas e autorização para realização de despesas da administração pública direta e indireta em um determinado exercício, que, no Brasil, coincide como o ano civil. 8 As atividades de planejamento e de orçamento federal, de administração financeira federal, de contabilidade federal e de controle interno do Poder Executivo Federal são organizadas por sistemas. Assim, a Lei 10.180/2001 trata da organização e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal. EXERCÍCIOS 1) Quanto ao conceito, campo de aplicação e objeto da Contabilidade Pública, conforme NBC T 16 (Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público), marque a alternativa CORRETA. (MS CONCURSOS - 2010 - CIENTEC- RS - Contador) a) Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público. b) O objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o orçamento público. c) O campo de aplicação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público abrange todas as entidades do setor público, exceto as entidades da Administração Indireta. d) As entidades abrangidas pelo campo de aplicação devem observar as normas e as técnicas próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, considerando-se o seguinte escopo: parcialmente, as entidades governamentais, os serviços sociais e os conselhos profissionais? e integralmente, as demais entidades do setor público, para garantir procedimentos suficientes de prestação de contas e instrumentalização do controle social. e) O campo de aplicação é o espaço de atuação do profissional de contabilidade que demanda estudo, interpretação, identificação, mensuração, avaliação, registro, controle e evidenciação de fenômenos contábeis decorrentes de variações financeiras em entidades da Administração Direta e Indireta, excetuando-se somente as Sociedades de Economia Mista. 2) Segundo a Lei n.º 10.180/2001, as atividades de planejamento e de orçamento federal, de administração financeira federal, de contabilidade federal e de controle interno do Poder Executivo Federal serão organizadas sob a forma de (FUNIVERSA - 2010 - CEB - Contador) a) funções. b) relatórios. c) pareceres. d) atribuições. e) sistemas. 3) Segundo a norma brasileira de contabilidade no 16.1 e conforme Resolução CFC no 1.128/08, alterada pela Res. CFC no 1.268/09, a citação "o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios de Contabilidade (Res. CFC no 1.282/10) e as normas contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público", a fim de "fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza 9 orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão; a adequada prestação de contas; e o necessário suporte para a instrumentalização do controle social", cujo objeto é "o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados por aquelas entidades, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços ou à exploração econômica por entidades do setor e suas obrigações", caracteriza a nova Contabilidade (FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judiciário - Contabilidade) a) Avançada. b) Gerencial. c) Governamental. d) Integral. e) Societária. 4) Assinale a opção INCORRETA com base na Lei nº 10.180/2001. (FUNCAB - 2010 - IDAF-ES – Contador) a) O Sistema de Contabilidade Federal visa evidenciar a situação orçamentária, financeira e patrimonial da União. b) O Sistema de Contabilidade Federal tem por finalidade registrar os atos e fatos relacionados com a administração orçamentária, financeira e patrimonial da União. c) Compete às unidades responsáveis pelas atividades do Sistema de Contabilidade Federal manter e aprimorar o Plano de Contas Único da União. d) Subordinam-se tecnicamente à Secretaria do Tesouro Nacional todos os representantes nos conselhos fiscais, ou órgãos equivalentes das entidades da administração indireta, controladas ou não pela União. e) O Sistema de Administração Financeira Federal visa ao equilíbrio financeiro do Governo Federal, dentro dos limites da receita e despesa públicas. 10 3. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS Fruto da experiência histórica da gestão dos recursos públicos, os princípios orçamentários foram sendo desenvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência, admitindo às normas orçamentárias adquirirem crescente eficácia, ou seja, que produzissem o resultado almejado, tivessem efetividade social, e fossem realmente observadas pelos receptores da norma, em especial o agente público. Como princípios informadores do direito - e são na verdade as idéias centrais do sistema dando-lhe significado lógico - foram sendo, gradativa e cumulativamente, agrupados ao sistema normativo. Os princípios orçamentários, portanto, projetam efeitos sobre a criação - auxiliando o processo legislativo -, a integração - possibilitando a vedar lacunas existentes no ordenamento - e a interpretação do direito orçamentário, auxiliando no exercício da função jurisdicional ao permitir a aplicação da norma a situação não regulada especificamente. Desde seus primórdios, a instituição orçamentária foi cercada de uma série de regras com a finalidade de aumentar-lhe a consistência no cumprimento de sua principal finalidade: auxiliar o controle parlamentar sobre os Executivos. Essas regras ou princípios receberam grande ênfase na fase que os orçamentos possuíam grande conotação jurídica, estando alguns literalmente na correntelegislação: basicamente na Constituição, na Lei 4.320/64, no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (4a. Edição) e nas Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs). Os princípios orçamentários são premissas a serem observadas na concepção da proposta orçamentária. A lei n° 4.320/64, em seu artigo 2°, estabeleceu as disposições gerais sobre a lei de orçamento e enumerou alguns princípios a serem obedecidos: “Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Govêrno, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade.” (sic) PRINCÍPIO DA UNIDADE OU TOTALIDADE Cada esfera de governo deve dispor de apenas um orçamento, baseado em uma única política orçamentária e estruturado de maneira uniforme. Assim, existe o orçamento da União, o de cada Estado e o de cada Município. “Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964, determina existência de orçamento único para cada um dos entes federados – União, Estados, Distrito Federal e Municípios – com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro da mesma pessoa política. Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária Anual – LOA.” (MCASP, 2011) PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE A Lei orçamentária deve congregar todas as receitas e despesas, ou seja, nenhuma instituição pública deve estar fora do orçamento. A Lei Orçamentária Anual de cada ente federado deverá conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público. Além de estar estabelecido, de forma expressa, na Lei no 4.320, a Constituição Federal, determina: 11 “Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: ... § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.” O princípio da universalidade refere-se à compreensão que devemos ter do orçamento como plano financeiro global, pois, para que o orçamento alcance seu objetivo de controle da atividade econômica do Estado, não devem existir despesas ou receitas estranhas a esse controle. Isto é, o orçamento deve abranger todas as receitas e os gastos necessários para a manutenção dos serviços públicos. Ademais, esta regra de centralização das despesas e receitas num só documento tem por intuito o orçamento equilibrado. PRINCÍPIO DA ANUALIDADE OU PERIODICIDADE Decorrente de vários dispositivos expressos da Constituição Federal: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. ... § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: Esse princípio delimita o exercício financeiro orçamentário: período de tempo ao qual a previsão das receitas e a fixação das despesas registradas na LOA irão se referir. O princípio da anualidade estabelece, em suma, que as receitas e as despesas, correntes e de capital, devem ser previstas com base em planos e programas com duração de um ano. Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. (Lei 4.320/64) PRINCÍPIO DA DISCRIMINAÇÃO OU ESPECIALIZAÇÃO A observação deste princípio permite a inibição de autorizações genéricas que deem ao Executivo descomedida flexibilidade e arbítrio na programação da despesa. As receitas e as despesas devem aparecer no orçamento de modo discriminado, demonstrando a origem e aplicação dos recursos. Quanto maior a discriminação, maior será a clareza e a possibilidade de fiscalização pelos agentes competentes. Verifica-se esse arcabouço através dos seguintes artigos da Lei 4.320/64: 12 “Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.” ... “Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos. § 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração publica para consecução dos seus fins.” ... “Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações. Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.” A Constituição Federal ainda acrescenta: “Art. 167. São vedados: ... VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;” PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se abrangendo no impedimento a autorização para a abertura de créditos suplementares e contratação de operação de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei, conforme Constituição Federal, art. 165, § 8º: “Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: ... § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.” PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO Deve haver o equilíbrio entre receita e despesa. Trata-se de princípio clássico de Finanças Públicas. A Constituição Federal de 1988 impôs sua aplicação no que tange às operações correntes, haja vista que o art. 167, inciso III, da CF: “Art. 167. São vedados: ... 13 III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;” A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/00) também faz uso desse princípio: “Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. ... § 2o O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária.” PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO BRUTO Todas as receitas e despesas devem aparecer no orçamento em seus valores brutos. Tem a finalidade de impedir a inclusão de importâncias líquidas, a fim dedar maior transparência aos gastos públicos. Previsto pelo art. 6o da Lei no 4.320, de 1964, obriga registrarem-se receitas e despesas na LOA pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções. “Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.” Com essa definição, que é uma extensão do princípio da Universalidade, busca-se garantir a transparência e exatidão dos dados orçamentários. PRINCÍPIO DA NÃO-AFETAÇÃO (NÃO-VINCULAÇÃO) DAS RECEITAS Estabelecido pelo inciso IV do art. 167 da CF/88, proíbe vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo ressalvas instituídas pela própria Constituição Federal: “Art. 167. São vedados: [...] IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, §2o, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, §8o, bem como o disposto no §4o deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional no 42, de 19.12.2003); [...] §4.o É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou 14 contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional no 3, de 1993).” As restrições são estabelecidas pela própria Constituição e estão associados à repartição do produto da arrecadação dos impostos (Fundos de Participação dos Estados (FPE) e Fundos de Participação dos Municípios (FPM) e Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste) à destinação de recursos para as áreas de saúde e educação, além do oferecimento de garantias às operações de crédito por antecipação de receitas. Esse ordenamento visa garantir que o gestor possa alocar recursos para atender as despesas de acordo com as prioridades que cada circunstância demanda. Porém, o exagero de vinculações no Orçamento Geral da União aumentou nos últimos anos, o que levou a União a se endividar no mercado para pagamento de despesas obrigatórias quando contava com recursos sobrando em outros itens. Essas vinculações, somadas a gastos em boa medida que não reduzem - pagamento de pessoal, benefícios previdenciários, contrapartidas de empréstimos externos - impedem a capacidade do governo federal de destinar recursos de acordo com suas prioridades sem trazer endividamento suplementar para a União. Assim, o Poder Executivo sugeriu ao Congresso Nacional em 1994 um projeto de emenda à Constituição que autorizava a desvinculação de 20% de todos os impostos e contribuições federais que compunha uma fonte de recursos livre de carimbos. Foi criado o Fundo Social de Emergência, em seguida denominado Fundo de Estabilização Fiscal que vigorou até 31 de dezembro de 1999. A partir do ano 2000 foi reformulado e passou a se chamar DRU-Desvinculação de Receita da União tendo sua prorrogação aprovada pelo Congresso Nacional até 2007. A DRU pretende tão somente dar uma maior flexibilidade à alocação dos recursos públicos e não constitui elevação das receitas disponíveis para o governo federal. Além disso, não atinge as transferências constitucionais para Estados e municípios, cuja fonte basilar de receita é o IPI e o Imposto de Renda, uma vez que a desvinculação é feita após os cálculos das transferências. Em votação o plenário do Senado aprovou, em segundo turno, a proposta que prorroga a chamada DRU até dezembro de 2015. De acordo com a Emenda Constitucional n°68, de 2011, o art.76 no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias apresenta a seguinte redação: Art. 76. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2015, 20% (vinte por cento) da arrecadação da União de impostos, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais. § 1° O disposto no caput não reduzirá a base de cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios, na forma do § 5º do art. 153, do inciso I do art. 157, dos incisos I e II do art. 158 e das alíneas a, b e d do inciso I e do inciso II do art. 159 da Constituição Federal, nem a base de cálculo das destinações a que se refere a alínea c do inciso I do art. 159 da Constituição Federal. § 2° Excetua-se da desvinculação de que trata o caput a arrecadação da contribuição social do salário- educação a que se refere o § 5º do art. 212 da Constituição Federal. § 3° Para efeito do cálculo dos recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição Federal, o percentual referido no caput será nulo. 15 PRINCÍPIO DA UNIDADE DE TESOURARIA OU UNIDADE DE CAIXA Princípio pelo qual é disciplinada a realização da receita e da despesa da União, através do SIAFI, significando que o Governo Federal mantém, em seu agente financeiro, para o conjunto de gestores, uma posição financeira global, cabendo ao SIAFI o controle individualizado da posição de cada unidade. Art. 56. O recolhimento de tôdas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.(Lei 4.320/64) PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA O princípio da transparência sugere que o orçamento estabeleça as entradas e as despesas com clareza e fidelidade. Condena as classificações tortuosas e distanciadas da metodologia e os incentivos encobertos ou camuflados. Aplica-se ao orçamento público, pelas disposições contidas nos arts. 48, 48-A e 49 da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (LC 101/00). “Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referentea recursos extraordinários. Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da 16 seguridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.” Em síntese, para compor a lei orçamentária deverão ser observados os princípios anteriormente explanados, enquanto para execução da Lei Orçamentária e dos créditos adicionais deverão ser satisfeitos os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência da administração pública (art. 37. CF/88). EXERCÍCIOS 1) Relacione os itens a seguir. Posteriormente, assinale qual a alternativa corre 1) Exclusividade ( ) As receitas de impostos não devem ser vinculadas a órgãos , fundos ou despesas. 2) Universalidade ( ) 0 total de despesas fixadas não deve ser superior ao total de receitas previstas. 3) Orçamento Bruto ( ) Todas as receitas e despesas devem ser incluídas no orçamento. 4) Não-afetação de Receitas ( ) Também denominado de periodicidade, dispõe que as previsões da receita e da despesa devem se referir a um período limitado de tempo. 5) Anualidade ( ) Todas as receitas e despesas constarão da lei orçamentária anual pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. 6) Equilíbrio ( ) A Lei Orçamentária somente poderá conter matérias orçamentárias. Não poderá conter dispositivo estranho à previsão de receitas e fixação de despesas. 7) Especificação ( ) Dispõe que o orçamento não consignará dotações globais para atender às despesas. 8) Unidade ( ) O orçamento deve se constituir em uma única peça, abrangendo as receitas e despesas do exercício. a) 1,2,3,4, 5, 6, 7, 8. b) 3, 1, 2, 5, 4, 7, 8, 6. c) 4, 6, 2, 5, 3, 1, 7, 8. d) 4, 6, 2, 3, 5, 7, 1,8. e) 4, 6, 2, 5, 3, 1, 8, 7. 17 2) As previsões de receitas e fixação das despesas sempre se referem a um período limitado de tempo. Esse enunciado é definido pelo princípio da a) universalidade. b) anualidade. c) especificação. d) exclusividade. e) n.d.a. 3) O princípio do equilíbrio é aquele em que a) todas as receitas e despesas devem estar previstas no Orçamento. b) todas as receitas e despesas devem ser detalhadas para que as pessoas possam entender o Orçamento. c) todas as receitas e despesas sejam previstas para um determinado período de tempo e que esse período seja igual ao ano civil. d) o montante da despesa fixada não pode ultrapassar ao montante da receita prevista. e) n.d.a. 4) O princípio da exclusividade estabelecido pela Constituição Federal/88 prevê que o orçamento somente deva tratar de matéria orçamentária. Uma das exceções é a(o) a) autorização para abertura de créditos especiais. b) autorização para contratação de operações de crédito por antecipação da receita orçamentária. c) aprovação das alterações na legislação tributária. d) estabelecimento da política das despesas com pessoal. 5) Aponte a opção que apresenta o princípio orçamentário que estaria sendo desobedecia caso uma determinada lei de orçamento contivesse dispositivo não relacionado à matéria orçamentária. a) Equilíbrio. b) Especificação. c) Exclusividade. d) Universalidade. 6) O princípio orçamentário da exclusividade significa que a) somente certos tributos podem ser instituídos pela lei orçamentária. b) unicamente a lei pode autorizar a realização de gastos por parte do Poder Público. c) exclusivamente contribuições podem ser criadas pela lei orçamentária. d) somente matéria de natureza financeira pode estar contida na lei orçamentária. e) somente é permitido que receitas patrimoniais estejam fora do orçamento. 18 7) Qual das opções abaixo não representa um dos princípios jurídicos dos orçamentos públicos? a) Unidade. b) Anualidade. c) Universalidade. d) Anterioridade. e) Exclusividade. 8) Embora existam excelentes sistemas orçamentários que não os adotem, os princípios orçamentários tradicionalmente contidos nas boas obras de doutrina acerca da matéria são orientações preciosas a serem seguidas na administração orçamentária pública. A respeito da utilização desses princípios no Brasil, julgue os itens que se seguem. a) Consoante o princípio da anualidade, as previsões de receita e despesa devem referir-se sempre a um período limitado de tempo. O período de vigência do orçamento chama-se exercício financeiro e, de acordo com a lei n° 4.320/64, coincide com o ano civil: 1o de janeiro a 31 de dezembro. b) Segundo o princípio do orçamento bruto, todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução. c) O orçamento deve conter apenas matéria orçamentária e não deverá cuidar de assuntos estranhos, conforme previsto na Constituição Federal, exceção feita à autorização para a abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito. Tal preceito caracteriza o principio da não-afetação. d) A Lei n° 4.320/64 dispõe que, na lei de orçamento, a discriminação da despesa será feita, no mínimo, por elementos. Tal preceito vem corroborar a prática do princípio do equilíbrio. : 9) (Subprocurador/TCE-SE/FCC/2002) – Dentre os vários princípios orçamentários, que devem ser observados pela Administração Pública, destaca-se o princípio a) da anterioridade, segundo o qual as previsões de receita e despesa devem se referir a um período limitado de tempo, ou seja, período de um ano, denominado exercício fiscal, o qual não coincide com o ano civil. b) orçamentário da não afetação, segundo o qual o orçamento deve conter apenas matéria orçamentária e não deverá cuidar de assuntos estranhos ao orçamento. c) da universalidade, consagrado na Constituição Federal, que impede a criação de créditos adicionais suplementares, especiais e extraordinários. d) da anualidade, segundo o qual as previsões de receitas e despesas devem se referir a um período limitado de tempo, ou seja, período de um ano, denominado exercício financeiro, o qual coincide com o ano civil. e) da unidade, segundo o qual a elaboração do orçamento anual dispensa a elaboração do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias. 19 10) (TRT 22ª Região - Anal.Jud-Contabilidade 2004 FCC) A elaboração e a autorização do orçamento público, a ser executado em período determinado de tempo, obedece ao princípio orçamentário a) da Não-Afetação. b) da Exclusividade. c) da Anualidade. d) do Equilíbrio. e) da Publicidade. 11) (TRT 22ª Região - Anal.Jud-Contabilidade 2004 FCC) A identificação de cada receita e despesa pública, de forma que não figurem globalizadas no orçamento, obedece ao princípio orçamentário da a) Especialização. b) Unidade. c) Universalidade. d) Anualidade. e) Exclusividade. 12) (TRT 6ª Região - Anal.Jud-Contabilidade 2006 FCC) A Constituição Federal de 1988 dispõe, em seu art. 167, inciso IV, que é proibida a vinculação de impostos à órgão, fundo ou despesa, ressalvadas as exceções contidas nesse mesmo dispositivo legal. Essa proibição decorre do princípio orçamentário da a) exclusividade. b) universalidade. c) unidade. d) não-afetação. e)especificação. 13) (TRE/AM - Anal.Jud-Contabilidade 2003 FCC) “Todas as receitas e despesas constarão da Lei do Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções”, constitui enunciado do princípio orçamentário a) da unidade. b) da universalidade. c) da não-afetação da receita. d) do orçamento bruto. e) da exclusividade. 20 14) (MPU Téc.Apoio-Orçamento 2007/FCC) A Lei nº 4.320/64, em seu art. 6º, dispõe que todas as receitas e despesas constarão da lei orçamentária anual pelos seus totais, sem quaisquer deduções. Esse dispositivo legal consagra que o orçamento no Brasil atende ao princípio a) da publicidade. b) da exclusividade. c) da unidade do caixa. d) do orçamento bruto. e) do equilíbrio. 15) (MPU Téc.Apoio-Orçamento 2007/FCC) O princípio orçamentário que determina que as despesas e receitas devam aparecer de forma detalhada no orçamento, para que se possa conhecer, pormenorizadamente, as origens e aplicações dos recursos levantados junto à sociedade é o princípio a) do equilíbrio. b) da clareza. c) da discriminação. d) da não-afetação. e) da unidade orçamentária. 16) (MPU Téc. Controle Interno 2007/FCC) O princípio orçamentário que veda que a receita de impostos esteja vinculada a órgão, fundo, ou despesa, ressalvadas as exceções admitidas pela Constituição Federal, é o princípio A) da clareza. B) da discriminação. C) do equilíbrio. D) da unidade orçamentária. E) da não-afetação. 17) (TRT 23ª Região - Anal.Jud-Contabilidade 2007 FCC) Considere as afirmações abaixo. I. Todas as receitas e as despesas constarão na Lei Orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. II. A Lei Orçamentária não conterá qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e à fixação da despesa, exceto as ressalvas previstas na Constituição. III. A Lei Orçamentária não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras. IV. A Lei Orçamentária não poderá vincular a receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, exceto as ressalvas previstas na Constituição. V. A Lei Orçamentária compreenderá todas as receitas, inclusive das operações de crédito e todas as despesas próprias dos órgãos do Governo. 21 O princípio orçamentário da exclusividade está descrito APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) IV. (E) V. 18) (TRT 23 Região - Anal.Jud-Administrativa 2007 FCC) No que se refere ao orçamento público, considere: I. A discriminação das receitas e das despesas deve ser feita por unidade administrativa, de tal forma que se possa saber quanto poderá render ou despender cada unidade considerada. II. A recomendação de que todas as receitas e todas as despesas devem ser incluídas no orçamento, com a eliminação de qualquer vinculação entre umas e outras Tais situações dizem respeito, respectivamente, aos princípios da (A) especialização e da universalidade. (B) unidade e da não-afetação. (C) anterioridade e da exclusividade. (D) não-afetação e da especificação. (E) universalidade e da finalidade. 19) (TRT 20ª Região – Anal. Jud. – Contabilidade 2006 FCC) Em relação ao princípio orçamentário da universalidade, é correto afirmar que a) em regra, não se inclui na lei de orçamento, normas estranhas à previsão de receita e à fixação de despesa. b) cada orçamento deve se ajustar a um método único não querendo dizer que deva compreender todas as receitas e despesas numa única peça. c) O orçamento inclui todas as receitas e despesas, quer da Administração direta, quer da Administração indireta. d) O orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenada e completa, e manter o equilíbrio, do ponto de vista financeiro, entre os valores de receita. e) O orçamento inclui somente as receitas e despesas da Administração direta. 22 4. PROCESSO ORÇAMENTÁRIO O processo orçamentário envolve as fases de elaboração e execução das leis orçamentárias – PPA, LDO e LOA. Cada uma dessas leis tem métodos próprios de elaboração, aprovação e implementação pelos Poderes Legislativo e Executivo. O ciclo orçamentário, também conhecido como processo orçamentário, pode ser denominado como um processo de caráter continuado e simultâneo, através do qual se Elabora, Aprova, Executa, Controla e Avalia o plano de gastos do setor público nos aspectos físico e financeiro. Logo, o ciclo orçamentário tem relação com o período de tempo em que se realizam as atividades típicas do orçamento público, desde sua concepção até a apreciação final. É fácil, assim, perceber como o ciclo orçamentário se distingui do exercício financeiro, este bem mais restrito; de duração rigorosamente estabelecida; e representado por etapas consecutivas e não superpostas. O ciclo orçamentário abrange um período muito maior que o exercício financeiro, uma vez que compreende todas as fases do processo orçamentário: elaboração da proposta, discussão e aprovação, execução e acompanhamento e, por fim, controle e avaliação do orçamento. O exercício financeiro é o espaço de tempo compreendido entre primeiro de janeiro e trinta e um de dezembro de cada ano, no qual se impulsiona a execução orçamentária e demais fatos referentes às variações qualitativas e quantitativas que afetam os elementos patrimoniais dos órgãos/entidades do setor público. PPA (PLANO PLURIANUAL) O Plano Plurianual – PPA – é o instrumento que aponta, de forma pormenorizada, a programação do governo, comprometida com a produção de resultados e realizar corretamente o equilíbrio fiscal. Na qualidade de instrumento definido pela Constituição Federal de 1988, art. 165, o PPA sintetiza o esforço da administração em planejar sua atuação: O PPA é doutrinariamente conhecido como o planejamento estratégico de médio prazo da administração pública brasileira. (Manual Técnico do Orçamento – MTO – 2012) “Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; ... § 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.” (CF/88) Diretrizes: é um conjunto de instruções ou indicações para se tratar e levar a termo um plano, uma ação, um negócio. Exemplos: Universalização dos serviços de saneamento básico; Redução das desigualdades sociais; etc. Objetivos: são alvos que se pretende atingir, mediante a execução de uma ou mais ações. Exemplos: Duplicação do número de passageiros transportados pelo sistema metroviário, até o final da década; Redução de 70% dos casos de dengue nos próximos três anos; etc. 23 Metas: Pode ser sinônimo de objetivo, porém, no processo de planejamento a meta é geralmente definida como a quantificação daquilo que se pretende realizar. Exemplos: Duplicação de 150 km de rodovias; Construção de 300 salas de aula; Fornecimento de livros didáticos para 250 mil alunos do ensino fundamental, etc. Despesas de capital: são os gastos com investimentos do governo, como por exemplo, as obras em geral e a aquisição de equipamentos para a saúde e qualquer outra finalidade. Despesas decorrentes das despesas de capital: são as despesas destinadas a manter e conservar os investimentos. Por exemplo: a construção de um hospital dá origem às despesas com a sua manutenção e funcionamento. Programas de duração continuada: são as despesas que não se interrompem no tempo, como é o caso das despesas com Ensino Fundamental, coleta de lixo, etc. A lei do plano plurianual é uma lei ordinária,da mesma forma que as leis de diretrizes orçamentárias e a lei orçamentária anual. A Lei de Responsabilidade Fiscal e a Constituição Federal , estabelecem a harmonização da Lei do Orçamento – LOA com o PPA e a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, evidenciando a importância da ação planejada e transparente como conjetura de uma gestão fiscal responsável. Assim sendo, o PPA, apoiado na legislação vigente, busca evidenciar a necessidade do planejamento como base de uma gestão orientada para resultados, e deve ser a primeira lei a ser aprovada, dentro do processo de planejamento orçamentário. “Art. 35. ... § 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;” (ADCT, CF/88) Cabe à lei complementar dispor sobre a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do PPA. Essa lei complementar ainda não foi promulgada, portanto ainda estão em vigor os preceitos determinados no art. 35, § 2º, I do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, reproduzido no parágrafo anterior. Após aprovação, sanção e publicação, esse instrumento passa a vigorar no segundo ano do mandato do chefe do Poder Executivo e termina no primeiro ano do mandatário subsequente. Portanto, apesar de sua duração ser de quatro anos, sua vigência não corresponde ao do mandato presidencial. 24 O PPA não é imutável no seu período de vigência. Lei específica, com a mesma tramitação descrita supra, poderá alterá-lo, conforme já ocorrido. “Art. 167. São vedados: ... § 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.”(CF/88) LDO (LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS) A lei de diretrizes orçamentárias (LDO) orienta a elaboração e execução do orçamento anual e trata de vários outros temas, como alterações tributárias, gastos com pessoal, política fiscal e transferências da União. “Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: ... I - as diretrizes orçamentárias; ... § 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento” (CF/88) Instituída pela CF, a LDO é o instrumento norteador da elaboração da LOA na medida em que dispõe, para cada exercício financeiro sobre: (Manual Técnico do Orçamento – MTO – 2012) • as prioridades e metas da Administração Pública Federal; • a estrutura e organização dos orçamentos; • as diretrizes para elaboração e execução dos orçamentos da União e suas alterações; • a dívida pública federal; • as despesas da União com pessoal e encargos sociais; • a política de aplicação dos recursos das agências financeiras oficiais de fomento; • as alterações na legislação tributária da União; e • a fiscalização pelo Poder Legislativo sobre as obras e os serviços com indícios de irregularidades graves. A LDO estabelece , dentre os programas incluídos no PPA, quais os que terão prioridade na programação e execução do orçamento, além de disciplinar a elaboração deste. A LRF atribuiu à LDO a responsabilidade de tratar de outras matérias, tais como: (Manual Técnico do Orçamento – MTO – 2012) • estabelecimento de metas fiscais; • fixação de critérios para limitação de empenho e movimentação financeira; 25 • publicação da avaliação financeira e atuarial dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores civis e militares; • avaliação financeira do Fundo de Amparo ao Trabalhador e projeções de longo prazo dos benefícios da LOAS; • margem de expansão das despesas obrigatórias de natureza continuada; e • avaliação dos riscos fiscais. “Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e: I - disporá também sobre: a) equilíbrio entre receitas e despesas; b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31; c) (VETADO) d) (VETADO) e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas; II - (VETADO) III - (VETADO) § 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. § 2o O Anexo conterá, ainda: I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional; III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos; IV - avaliação da situação financeira e atuarial: a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial; V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. § 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. § 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente.” (LC 101/2000) 26 O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deve ser enviado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional até o dia 15 de abril de cada ano. “Art. 35. ... § 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: ... II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa;” (ADCT, CF/88) “Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro ... § 2º - A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.” (CF/88) A LDO é o instrumento defendido pela Constituição, para fazer o elo entre o PPA (planejamento estratégico) e as leis orçamentárias anuais.”Art. 166. ... § 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual” (CF/88) LOA (LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL OU LEI DO ORÇAMENTO) “Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: ... I - as diretrizes orçamentárias; ... III - os orçamentos anuais.” (CF/88) A lei orçamentária anual (LOA) estima as receitas que o governo espera arrecadar durante o ano e fixa os gastos a serem realizados com tais recursos, de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do governo. É também conhecida como Lei de Meios, porque possibilita os meios para o desenvolvimento das ações relativas aos diversos órgãos e entidades que integram a administração pública. “Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Govêrno, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.” (Lei 4.320/64) 27 Na LOA,as esferas de governo tem por finalidade identificar se a despesa pertence ao Orçamento Fiscal (F), da Seguridade Social (S) ou de Investimento das Empresas Estatais (I), conforme disposto no § 5o do art. 165 da CF. “§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.” O § 2o do art. 195 da CF estabelece que a proposta de Orçamento da Seguridade Social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na LDO, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. A LOA deve ser compatível com o PPA (porque foi a definição do planejamento) e com a LDO (porque são as diretrizes e orientações para elaboração da LOA). Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar: I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1o do art. 4o; (Anexo de Metas Fiscais) II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 165 da Constituição ( O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia)., bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado; III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao: a) (VETADO) b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.(LC 101/00) Com base na LDO aprovada pelo Legislativo, é elaborada a proposta orçamentária para o ano seguinte. Por determinação constitucional, o governo é obrigado a encaminhar o Projeto de Lei do Orçamento ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de cada ano. “Art. 35. ... § 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: ... III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.” (ADCT,CF/88) 28 O governo define no Projeto de Lei Orçamentária Anual, as prioridades contidas no PPA e as metas que deverão ser atingidas naquele ano. A Lei Orçamentária disciplina todas as ações do governo federal. Nenhuma despesa pública pode ser executada fora do Orçamento. “Art. 167. São vedados: I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;” (CF/*88) “Art. 166 ... § 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;” (CF/88) EXERCÍCIOS 1) (TRE/PE - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA 2004/FCC) O instrumento que contém a previsão de receita e a fixação da despesa para um determinado exercício, elaborado em consonância com a LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias, é denominado a) leverage financeiro. b) cash-flow. c) orçamento público. d) contabilidade pública. e) programa de governo. 2) (TRF 4ª Região - Anal.Jud-Contadoria 2004 FCC) A lei orçamentária anual, segundo a Constituição, é de iniciativa a) do Congresso Nacional. b) do Senado Federal. c) do Presidente da República. d) da Câmara Federal. e) do Ministro da Fazenda. 3) (TRF 4ª Região - Anal.Jud-Contadoria 2004 FCC) Estabelece as diretrizes e objetivos da Administração Pública a) a Constituição Federal. b) o plano plurianual. c) os planos e programas gerais, setoriais e regionais. d) a lei de diretrizes orçamentárias. e) a lei orçamentária anual. 29 4) (TRT 24ª Região – Anal. Jud. – Contabilidade 2006 FCC) O orçamento da seguridade social deve abranger, sem exceção, as seguintes funções: a) assistência social, saúde e saneamento. b) assistência social, saúde e previdência social. c) saúde, saneamento e trabalho. d) saúde, educação e saneamento. e) assistência social, educação e previdência social. 5) (Ag. Fisc. Financeira – Adm. Geral TCE/SP 2005/FCC) Quando a lei orçamentária estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as despesas relativas aos programas de duração continuada, estará instituindo a espécie de orçamento denominado. a) orçamento anual. b) planos regionais. c) planos setoriais. d) plano plurianual. e) lei de diretrizes orçamentárias. 6) (TRF 4ª Região-Analista Judiciário/Contadoria 2000/2001 FCC) Estabelece as metas e as prioridades orçamentárias da Administração Pública Federal: a) o plano plurianual; b) o orçamento anual; c) as diretrizes orçamentárias; d) a lei complementar sobre finanças públicas; e) a lei complementar que estabelece normas de gestão financeira e patrimonial 7) (TRE/SP Analista Judiciário/Contabilidade 2006 FCC) O número de anos subseqüentes à sua elaboração para o qual deverão estar previstos investimentos no Plano Plurianual é de a) 4 b) 5 c) 6 d) 7 e) 8 8) (TRT 6ª Região - Anal.Jud-Contabilidade 2006 FCC) De acordo com o artigo 165, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) compreenderá 30 (A) o orçamento fiscal referente aos poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. (B) o orçamento de investimento das empresas nas quais a União tenha a maioria do capital social. (C) as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente. (D) as metas e prioridades da administração federal da União, dos Estados e dos Municípios. (E) o orçamento da seguridade social, abrangendo todos os órgãos e entidades a ela vinculados.9) (Analista Administrativo TRE/PB 2007 FCC) Nos termos da Constituição Federal, compõe a lei de diretrizes orçamentárias: (A) metas e prioridades para os 4 (quatro) anos do mandato e orientações para elaboração do orçamento anual. (B) orçamento fiscal; orçamento de investimento das estatais; orçamento da seguridade social. (C) metas e prioridades para o exercício subseqüente; alterações na legislação tributária; política de aplicação das agências oficiais de fomento. (D) programas de duração continuada; diretrizes e objetivos para as despesas de capital; critérios para limitação de empenho. (E) todos os investimentos cuja execução ultrapasse um exercício financeiro. 10) (MPU Analista de Orçamento 2007/FCC) A vigência do Plano Plurianual de Investimentos é de ...I... anos, iniciando- se no ...II... exercício financeiro do mandato do Chefe do Poder Executivo e terminando no ...III... exercício financeiro do mandato subseqüente. Preenchem respectiva e corretamente as lacunas I, II e III: a) três, primeiro, segundo b) quatro, primeiro, segundo; c) quatro, segundo, primeiro d) cinco, primeiro, segundo e) cinco, segundo, primeiro 11) (MPU Analista de Orçamento 2007/FCC) A política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento é estabelecida na Lei a) orçamentária anual (LOA). b) de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 100/2000). c) de Diretrizes Orçamentárias (LDO). d) específica aprovada pela maioria absoluta do Congresso Nacional. e) que aprovar o Plano Plurianual de Investimentos. 12) (TRF 2ª Região - Téc.Jud-Contabilidade 2007 FCC) A lei que regula os projetos governamentais, com existência temporal superior a um exercício financeiro, denomina-se (A) Lei Orçamentária. 31 (B) Plano Plurianual. (C) Lei de Diretrizes Orçamentárias. (D) Lei de Diretrizes e Bases. (E) Plano Diretor. 13) (TRF 2ª Região - Téc.Jud-Contabilidade 2007 FCC) A Lei Orçamentária anual se divide em (A) 3 orçamentos: Receita, Despesa e Investimentos. (B) 5 orçamentos: Receita, Despesa, Fiscal, Seguridade Social e Investimentos. (C) 2 orçamentos: Fiscal e Seguridade Social. (D) 2 orçamentos: Receita e Despesa. (E) 3 orçamentos: Fiscal, Seguridade Social e Investimentos. 14) (TRT 23ª Região - Anal.Jud-Contabilidade 2007 FCC) A Lei das Diretrizes Orçamentárias contém (A) o orçamento de investimento das empresas em que o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. (B) o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta. (C) o demonstrativo regionalizado do efeito decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. (D) as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente e a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. (E) o relatório resumido da execução orçamentária dos dois últimos exercícios anteriores ao corrente. 15) (Analista Administrativo TRF 1ª REGIÃO 2006 FCC) Considere as seguintes afirmativas: I. A Lei Orçamentária Anual compreenderá o orçamento fiscal, o orçamento de investimento das empresas em que o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto e o orçamento da seguridade social. II. A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais de forma adequá- los às diretrizes, objetivos e metas da administração pública, estabelecidos no plano plurianual. III. O Plano Plurianual é um plano de médio prazo, por meio do qual procura-se ordenar as ações do governo que levem à realização dos objetivos e metas fixadas para um período de dez anos. IV. A lei dos orçamentos anuais é o instrumento utilizado para a consequente materialização do conjunto de ações e objetivos que foram planejados visando ao atendimento e bem-estar da coletividade. V. A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública. Sobre o Orçamento Público no Brasil está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I, II, IV e V. (B) II e IV. 32 (C) IV e V. (D) I, II e V. (E) I, III e V. 16) (Analista Jud.: Contabilidade TRE/MS 2007 FCC) NÃO corresponde ao planejamento orçamentário: (A) a Lei Orçamentária Anual não consignar dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual. (B) a Lei das Diretrizes Orçamentárias direcionar a elaboração dos orçamentos anuais, de acordo com as metas, objetivos da Administração Pública estabelecidos no Plano Plurianual. (C) a Lei de Diretrizes Orçamentárias conter o Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas. (D) o Plano Plurianual estabelecer ações do Governo para atingir objetivos e metas da administração Pública no período de 5 anos. (E) no Anexo de Metas Fiscais do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelecer metas anuais, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública. 17) (TCE/CE Auditor 2006 FCC) Considere as seguintes afirmações: I. o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. II. o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até seis meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. III. o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. SOMENTE está correto o que se afirma em a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) II e III. 33 CRÉDITOS ADICIONAIS Durante a execução do orçamento, ao longo do exercício financeiro podem ocorrer variados fatores que repercutem direta ou indiretamente na arrecadação das receitas ou na execução das despesas públicas. Para corrigir ou adequar as distorções orçamentárias existem alguns mecanismos ou procedimentos legais que podem ser colocados em prática. Os créditos adicionais são instrumentos de adequação orçamentária de autorizações de despesas não contempladas ou insuficientemente dotadas na lei orçamentária. Têm por propósito realizar ajustes advindos da mudança de rumo das políticas públicas, variações de preço de mercado dos bens e serviços a serem adquiridos pelo governo, ou ainda, situações emergenciais inesperadas e imprevisíveis. O assunto é ordenado principalmente na Lei nº 4.320/64 e na Constituição Federal de 1988. “Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.” (Lei 4.320/64) “Art. 167 ... § 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.” (CF/88) O Poder Legislativo pode autorizar a abertura de crédito adicional suplementar na própria
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