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Candidíase e Vaginose Bacteriana

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UNIVERSIDADE POTIGUAR 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
DISCIPLINA: SAÚDE DA MULHER
DOCENTES: 
ISABELA KÊNIA VERÍSSIMO DE SOUZA
JEMIMA MEDEIROS DE PAULA
LARA MICHELLY CARVALHO DA CRUZ 
LARISSA KELLY DA CUNHA
LEILA JULIANA DOS SANTOS BARBOSA
SONALY DANTAS DE OLIVEIRA
CANDIDÍSE E VAGINOSE BACTERIANA
MOSSORÓ
2019
 
UNIVERSIDADE POTIGUAR
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
DISCIPLINA: SAÚDE DA MULHER
DOCENTES: 
ISABELA KÊNIA VERÍSSIMO DE SOUZA
JEMIMA MEDEIROS DE PAULA
LARA MICHELLY CARVALHO DA CRUZ 
LARISSA KELLY DA CUNHA
LEILA JULIANA DOS SANTOS BARBOSA
SONALY DANTAS DE OLIVEIRA
CANDIDÍSE E VAGINOSE BACTERIANA
Trabalho para obtenção de nota da primeira unidade na disciplina de Saúde da Mulher da Universidade Potiguar. 
Docentes: Profª Ma. Cristina Virgínia
 Profª Dr. Kalyane Kelly
 Profª Ma. Larissa M. Torres
MOSSORÓ
2019
RESUMO
(2 ESPAÇAMENTOS)
(ESPAÇAMENTO SIMPLES ENTRE LINHAS 1,0)
(Parágrafo único)
(máximo de 250 palavras)
(Colocar palavras-chave)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
	As inflamações da vagina estão entre as principais causas de consulta ginecológica. Vaginose Bacteriana (VB), candidíase são as principais responsáveis pelos casos de vaginites (HASENACK et al., 2008). Ambas são consideradas infecções vulvovaginais, além de serem as causas mais comuns do corrimento vaginal patológico. Seus fatores desencadeantes estão relacionados a condições que causam um desequilíbrio na microflora vaginal. Essa alteração do ambiente permite que a vagina seja colonizada por bactérias patogênicas, predispondo estas mulheres a infecções genitais (HASENACK et al., 2006).
MICROBIOTA NORMAL DA VAGINA
	A microbiota vaginal é um importante mecanismo de defesa do sistema reprodutor feminino. Ela é constituída por um conjunto de microrganismos considerados comensais que habitam a mucosa vaginal e desempenham um papel importantíssimo no controle do pH vaginal, mantendo o meio saudável e impedindo a proliferação de microrganismos patogênicos. 
	O ecossistema vaginal é composto principalmente por bactérias do gênero Lactobacillus conhecido também como bacilos de Doderlein, sendo possível encontrar inúmeras espécies dessas bactérias no canal vaginal, porém, de acordo com alguns estudos e análises realizadas, as espécies mais abundantes na microflora vaginal de uma mulher saudável em idade fértil são os Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus Iners, Lactobacillus crispatus, Lactobacillus jensenii e Lactobacillus gasseri. Além disso, é possível encontrar outros géneros e espécies bacterianos, como Listeria, Streptococcus alfa-hemolíticos e Ureaplasma Urealyticum e fungos como Candida Albicans podem também ser considerados microrganismos comensais da flora vaginal e fazer parte de microbiotas saudáveis.
	As bactérias do gênero lactobacillus protegem a vagina de possíveis infecções através da produção de substâncias antimicrobianas, como bacteriocinas, que inibem o crescimento bacteriano, peróxido de hidrogênio (H2O2) e o ácido lático que mantem o pH da vagina ácida, impedindo a proliferação excessiva de microrganismos oportunistas e patogênicos, pois os mesmo não conseguem sobreviver em um ambiente muito ácido, diferentemente dos lactobacillus que são bactérias tolerante ao ácido e conseguem sobreviver e se proliferar em ambientes com o pH menor que 4 (pH < 4).
	O ácido lático que é o principal responsável por manter o pH vaginal em um nível adequado a não proliferação de patógenos, é produzido pelas bactérias a partir da fermentação do glicogênio que é armazenado nas células epiteliais que revestem a vagina. Os hormônios sexuais têm a função de regular os níveis de glicogênio armazenado, e que estão disponíveis a fermentação, tornando-os assim responsáveis por manter a homeostase no ambiente vaginal. Por isso, algum distúrbio que altere a quantidade de estrogênio disponível, pode resultar em uma possível infecção devido a não produção adequada de ácido lático, que torna o ambiente mais alcalino, facilitando a colonização por microrganismos indesejáveis.
	A composição da microbiota não é inerte, e pode variar ciclicamente de mulher para mulher, dependendo de inúmeros fatores intrínsecos como as alterações hormonais, e extrínsecos como o uso de antibióticos, uso de contraceptivos ou até mesmo atividade sexual da mulher. Todos esses fatores podem alterar o equilíbrio da microflora vaginal que necessita de uma interação equilibrada entre a flora vaginal que produzem as substâncias antimicrobianas; o estado hormonal que regula o armazenamento de glicogênio no epitélio; os produtos do metabolismo microbiano e a resposta imune do hospedeiro que é responsável pelo controle de infecções. Quando algo afeta esse equilíbrio, pode ocorrer casos de infecções endógenas como a candidíase e a Vaginose bacteriana.
2.1 FLUXO VAGINAL FISIOLÓGICO
	A cavidade vaginal é normalmente úmida e isso ocorre devido ao produto de diversos tipos de secreções que são liberadas no meio vaginal. As secreções normais da vagina são respostas fisiológicas do organismo feminino, elas são assintomáticas e inodoras, sua coloração é branca leitosa ou transparente, de aspecto homogêneo ou discretamente turvo. Tem como uma das suas principais características o pH ácido (em torno de 4,0 a 4,5), resultante de produtos da microbiota vaginal.
	O fluxo vaginal fisiológico é composto pelo muco cervical, que é produzido pelo útero e tem a função de proteger esse órgão de bactérias; descamação do epitélio vaginal no período menstrual; secreção das glândulas vestibulares (Bartholin e Skene); transudato da parede vaginal; microrganismos e seus produtos metabólitos além de outras secreções oriundas de processos fisiológicos do organismo. O volume diário desse fluxo pode variar de acordo com os níveis hormonais da mulher.
	Quando algum processo infeccioso ou inflamatório ocorre na vagina, as características da secreção modificam-se, caracterizando o corrimento vaginal (SHIMP, 2002; BATES, 2003).
VAGINOSE BACTERIANA 
	A Vaginose bacteriana (VB) é a infecção vaginal mais frequente e a principal causa de corrimento vaginal nas mulheres de idade fértil. Essa infecção não é uma IST pois ela é causada devido uma alteração na flora microbiana normal da vagina, que é composta principalmente por lactobacilos. Esses microrganismos tem a função de manter o pH da vagina ácido, impedindo a proliferação de microrganismos anaeróbicos. Por isso a Vaginose bacteriana é considerada uma infecção endógena. 
	A VB é considerada uma síndrome polimicrobiana, pois não tem um único microrganismo causador, apesar de que a Gardnerella vaginalis está presente na maioria dos casos, essa bactéria faz parte da microbiota vaginal comensal e está frequentemente associada à VB (ADAD et al., 2001). Os microrganismos que são frequentemente relacionados a casos de VB incluem: G. vaginalis, Mycoplasma hominis, Ureaplasma ureayticum, Bacterioides species, Fusobacterium species, Mobiluncus species, Prevotella species, entre outros seres anaeróbios. Essa infecção pode ser classificada em dois tipos: tipo I, com predomínio de Gardnerella vaginalis, e tipo II, quando ocorre associação com outras bactérias anaeróbicas. 
	Mesmo sendo a principal causa de corrimento vaginal, cerca de cinquenta porcento (50%) das mulheres que possuem vaginose bacteriana são assintomáticas. Porém, quando se manifestam os sintomas mais comuns incluem; corrimento vaginal delgado, homogêneo e geralmente de cor branca, acinzentada ou amarelo esverdeada. Coceira, inflamação e irritação podem ocorrer em cerca de 15% das mulheres (CULLINS et al. 1999; SHIMP, 2002). 
	Outro fator bem característico da VB é que o odor da secreção vaginal fica semelhante ao de “peixe podre”, que é percebido principalmente após a relação sexual ou durante a menstruação, devido ao aumento ainda maior dopH que ocorre nesses casos. Isso acontece porque as bactérias anaeróbicas, principalmente a Gardnerella vaginalis liberam aminas aromáticas, que quando se encontram em um ambiente com o pH elevado, rapidamente se volatilizam ocasionando esse cheiro característico da infecção.
ETIOLOGIA
	A Vaginose bacteriana é causada devido uma alteração no ecossistema vaginal. Algumas condições como menopausa, elevado número de parceiros sexuais, uso de espermicidas, antibióticos de largo espectro, maus hábitos de higiene, uso de ducha vaginal, frequência de coito, diminuição de uma resposta imune vaginal, entre outros fatores podem ocasionar uma diminuição no número de lactobacilos presentes no meio vaginal. 
	O decréscimo no número de lactobacilos ocasiona uma diminuição na produção de substâncias antimicrobianas, como o ácido lático, com essa diminuição ocorre um aumento no pH, deixando o ambiente mais propicio a proliferação de microrganismos aeróbicos, que devido ao seu metabolismo causam a esfoliação das células epiteliais e corrimento vaginal.
	Desta forma, qualquer mudança que leve à diminuição dos lactobacilos e/ou alteração na produção de H2O2 e ácido lático favorece a proliferação das bactérias anaeróbicas, que vão levar ao quadro de VB. 
TRANSMISSÃO (FATORES DE RISCO)
DIAGNÓSTICO 
	Para que os diagnósticos fossem mais homogêneos, foram sugeridos alguns critérios que incluem dados clínicos e laboratoriais ou apenas dados microbiológicos. (GIRALDO PC, et al., 2007). Neste trabalho será utilizado os critérios de Amsel (AMSEL R. et al., 1983).
	O diagnóstico clínico-laboratorial de vaginose bacteriana (VB) se confirma quando estiverem presentes três dos critérios de Amsel: Corrimento vaginal homogêneo, geralmente acinzentado e de quantidade variável; o pH vaginal, realizado com fita reagente específica, se encontrar maior que 4,5 após cerca de um minuto em contato com o conteúdo vaginal; O teste das aminas (Whiff) onde coloca-se uma gota de Hidróxido de potássio (KOH) a 10% sobre o conteúdo vaginal depositado numa lâmina de vidro, se houver “odor de peixe podre”, o teste é considerado positivo e sugestivo de VB; E bacterioscopia por coloração de Gram: apresentando clue cells (ver figura), células epiteliais escamosas de aspecto granular pontilhado e bordas indefinidas cobertas por pequenos e numerosos cocobacilos, é típica de VB.
 
 Figura 1: Esfregaço corado pelo Papanicolau mostrando clue cells.
 Fonte: Silva MA e Longatto A, 2000
TRATAMENTO 
	O tratamento e controle da Vaginose Bacteriana (VB) têm como finalidade restabelecer o equilíbrio da microbiota vaginal, através da diminuição do número de bactérias anaeróbias e um possível aumento dos Lactobacillus produtores de peróxido de hidrogênio. (GIRALDO PC, et al., 2007). 
O tratamento deve ser recomendado para mulheres sintomáticas, grávidas, que apresentem comorbidades ou potencial risco de complicações. Como medidas de prevenção, orienta-se a abstinência sexual e utilização de duchas vaginais com peróxido de hidrogênio a 1,5 % O tratamento farmacológico consiste no uso de metronidazol ou clindamicina, nas formulações oral ou tópica, variando seu formato de acordo com os casos específicos (Ver tabela). O tratamento das parcerias sexuais não está recomendado, por não ter mostrado benefícios significantes. 
Pacientes em uso do metronidazol devem ser orientadas a abster-se do álcool, durante a terapia, e por três dias após a suspensão do tratamento, para se evitar a possibilidade de efeito tipo dissulfiram. Já as pacientes que estão em uso de clindamicina creme devem ser informadas que, por se tratar de um creme à base de óleo, a efetividade de preservativos e diafragmas pode ser comprometida.
Geralmente o tratamento realizado em mulheres portadoras de VB, mesmo em condições adequadas, não atinge 100% de eficácia e cerca de 80% das mulheres tratadas, voltarão a apresentar, no período de um ano, novo caso de VB. (EGAN ME, 2000).
Atualmente não se conhece o porquê da recidiva do quadro, mas acredita-se que seja devido à incapacidade da mulher em reconstituir sua flora vaginal com lactobacilos de “boa qualidade”, ou seja, aqueles capazes de inibir o crescimento da Gardnerella vaginalis e outros patógenos através da produção de ácido lático, peróxidos de hidrogênio e bacteriocinas. (SIMÕES J et al., 2001).
Tabela: Tratamento farmacológico da vaginose bacteriana
 Fonte: DDAHV/SVS/MS.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM E ORIENTAÇÕES
CANDIDÍASE 
	É uma infecção da vulva e vaginal, causada pelas variadas espécies de fungos que podem tornar-se patogênicos, quando o sítio de colonização do hospedeiro passa a ser favorável ao seu desenvolvimento. 
	A candidíase também pode acometer outras regiões, tais como: pele (chamada de intertrigo acometendo axilas, nuca, virilhas e dobras glútea); C. esôfago, causando dores ao engolir alimentos e líquidos, “odinofagia”; C. oral pseudomembranosa - ausência de dor e mancha branca como a uma coalhada; C. mamária; C. oral eritematosa aguda – eritema cutâneo na bochecha, dor na língua; C. oral hiperplásica crônica - comum em tabagistas e homens acima de 30 anos. 
ETIOLOGIA
	Fungos gram-positivo saprófito, seu mecanismo de reprodução é a esporulação ou brotamento, parasita oportunista que apresenta maior incidência em regiões de climas úmidos e secos. São comensais que habitam a mucosa digestiva e vaginal, são denominados de C. albicans, seguida por C. glabrata, C. tropicallis, C. pseudotropicallis, C. stellatoidea, C. krusei. A Cândida albicans causa a maioria das infecções, dentre elas a candidíase vulvovaginal. 	Quando ocorre o desequilíbrio entre o organismo e flora vaginal é desenvolvido processo patológico que está associado a queda da imunidade em caso de pacientes portadores de HIV com a imunidade em depleção. 
	Suas características clínicas dependem do grau de infecção, podendo se apresentar isolados ou associados, e incluem: Prurido vulvovaginal, que é o principal sintoma da candidíase possuindo intensidade variável de leve a insuportável que piora a noite; ardor ou dor à micção (disúria); hiperemia; edema vulvar, fissuras e maceração da vulva; vagina e colo recoberto por placas brancas ou acinzentada; além de apresentar um corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspecto caseoso (leite coalhado); escoriações de coçadura.
TRANSMISSÃO
	Diferentemente do que muitos imaginam, a candidíase não é considerada uma IST (Infecção sexualmente transmissível), já que é causada por fungos oportunistas que já vivem no corpo. Grande parte das mulheres possuem o micro-organismo, mas não necessariamente ele se manifesta. É preciso ter um “ambiente” propício para que isso ocorra e, como a vagina é quente e úmida, acaba facilitando o desenvolvimento desses "bichinhos".
	Em geral a transmissão da candidíase ocorrerá se a parceira estiver predisposta a isto, isto é, se estiver imunologicamente predisposta e os seus mecanismos de defesa falharem por alguma razão.
	A candidíase é uma doença muito comum nas mulheres eem geral é uma doença primária, isto é, surge em decorrência de algum desequilíbrio da flora vaginal normal da própria paciente e não por transmissão sexual, embora isto possa ocorrer.
FATORES DE RISCO
	Episódios esporádicos de Candidíase geralmente ocorrem sem fator desencadeante identificado. No entanto, existem algumas situações que predispões ao seu aparecimento, como: gravidez, comum no decorrer da gestação devido as condições propiciais do pH vaginal; diabetes mellitus (descompensado) que promove alteração metabólica aumentando os níveis de glicogênio sendo propicio para o surgimento de colonização e infecção da cândida; o uso de corticoides ou imunossupressores; hábitos de higiene, como por exemplo a lavagem do ânus para a vaginal podendo trazer fezes para região vulvar e vaginal e levar a contaminação deste tipo de levedura; vestuário inadequados (diminuem a ventilação e aumenta a umidade e o calor local); uso repetido ou a longo prazo de antibióticos de amplo espectro, pois a microbiota vaginal é formada por diversas bactérias e algumas são aliadas do organismo para ajuda a conter as bactérias e fungos nocivos, no entanto antibióticos de largo espectro eficazes contra uma diversidade de bactérias podem eliminar as bactérias normais da flora e levar ao possível crescimento de leveduras deste fungo e relação sexual com parceiro infectado.
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO DA CANDIDÍASE
O tratamento da Candidíase tem como objetivo eliminar a sintomatologia (principalmente prurido, corrimento branco e espesso) através da ação de fármacos antifúngicos, principalmente da classe dos azóis, cujo princípio ativo são alterações na membrana plasmática, aumentando a permeabilidade e levando a ruptura celular do fungo Candida. 
As principais formas são apresentadas em cremes de uso tópico intravaginal, supositórios, comprimido vaginal/óvulos e comprimido oral. A duração do tratamento será influenciada pela escolha do fármaco (um dia, uma semana, e até seis meses), e pela clínica do paciente (gravidez e casos recorrentes, por exemplo).
O tratamento de primeira opção é realizado Miconazol a 2% em creme via vaginal durante uma semana, ou a Nistatina 100.000 UI via vaginal durante 14 dias, é importante que a aplicação de ambos os medicamentos seja realizada a noite antes de dormir para evitar deslocamento da medicação. 
A segunda opção de tratamento é o Fluconazol comprimido oral de 150mg dose única. Durante a gestação e lactação faz-se o uso de somente por via vaginal, se a candidíase não for tratada durante a gestação o neonato pode contrair candidíase oral ao nascer, que deverá ser tratado com um azol tópico.
 Nos casos recorrentes (quatro ou mais episódios por ano) deve-se investigar doenças base tais como Diabetes Mellitus e HIV, que são fatores que predispõe a candidíase. Além disso, é necessário informar o uso correto da medicação, respeitar os dias e horários para que o tratamento seja eficaz, os principais sinais e sintomas desaparecem ou são atenuados a partir dos primeiros 3 dias de tratamento, entretanto o tratamento deve ser realizado da forma prescrita para obter êxito. Mulheres que completam o tratamento de forma correta a cultura da Candida é diminuída de 80% a 90% (RICCI S, 2008).
CUIDADOS DE ENFERMAGEM E ORIENTAÇÕES
A enfermagem tem papel importante contra a candidíase, seja em seu tratamento, ou em sua prevenção, as observações e educação em saúde devem ser realizadas nas consultas ginecológicas de enfermagem, o paciente deve sentir-se seguro e acolhido por esse profissional. 
Mulheres que apresentam sintomatologia de candidíase sofrem muito desconforto, sendo comum a ansiedade e temor relacionado a não informação sobre as mudanças causada por essa patologia, por isso, é importante a educação em saúde sobre como a doença se apresenta, quais os sinais e sintomas, a forma de tratamento correta, informar que não é uma DTS, e que há cura se o tratamento for realizado de forma correta, essas informações podem diminuir estresse e ansiedade da paciente, que é um dos fatores que predispõe a desenvolver candidíase.
É esperado que o tratamento seja suficiente para proporcionar alívio ao paciente, porém, pode ser recomendado banho de assento concomitantemente com o uso de fármacos para proporcionar maior alívio. É importante também a orientação sobre o tratamento, que não deve ser abandonado mesmo após os sintomas principais terem desaparecido (por volta do terceiro dia), deve seguir como está prescrito, para evitar reincidência da Candida ou o fortalecimento desta. Indicar a paciente para fazer uso do medicamento principalmente à noite antes de dormir para evitar saída do creme que pode provocar ineficácia do medicamento. A agendar retorno após o termino do tratamento.
É importante o tratamento e controle de doenças crônicas que contribui para candidíase, como diabetes mellitus que aumenta o nível de açúcar sanguíneo, aumentando por sua vez a formação de glicogênio que será usado pelo fungo tornando o PH < 4,5 contribuindo para o aumento da inflamação. Outro fator que contribui para o excesso de acidez vaginal é a gravidez pois o estrogênio estimula a produção de glicogênio. 
As instruções fornecidas a paciente devem deixa-la ciente que não se trata de uma DST, entretanto, é aconselhável abster-se de relação sexual durante o período de infecção e tratamento para diminuir a irritação da área afetada, e caso o parceiro a apresente a mesma sintomatologia será realizado o tratamento em conjunto.
O esclarecimento deve acontecer também em forma de prevenção na consulta ginecológica, a enfermeira deve observar higiene corporal, hábitos, e fatores que predispõe a candidíase. É importante orientar sobre manter uma dieta pobre açucares refinados, como refrigerantes e doces, evitar roupas apertadas e que retém calor ou umidade, roupas intimas 100% algodão e lavá-las com sabão neutro e água quente, ter boa higiene corporal, evitar ducha (pois retira a proteção do muco vaginal), preferir banho de chuveiro, procurar ter descanso. 
 FLUXOGRAMA CANDIDÍASE E VAGINOSE BACTERIANA
Desde 1993, a Organização Mundial de Saúde (OMS) introduziu o conceito de abordagem sindrômica para atendimento de portadores de IST nos países em desenvolvimento.
A abordagem sindrômica das IST tem como principais objetivos: classificar os principais agentes etiológicos segundo as síndromes clínicas por eles causadas; utilizar fluxogramas que ajudam o profissional a identificar as causas de síndromes; indicar o tratamento para os agentes etiológicos mais frequentes da síndrome; incluir a atenção dos parceiros, o aconselhamento e a educação sobre redução de risco, adesão ao tratamento e o fornecimento e orientação para utilização adequada de preservativos; incluir a oferta de sorologias (EVANGELISTA, 2012).
Fluxograma: Manejo de corrimento vaginal com uso de fluxograma
 Fonte: DDAHV/SVS/MS.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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ÁLVARES, Cassiana Aparecida; SVIDZINSK, Terezinha Inez Estivalet; CONSOLARO, Márcia Edilaine Lopes. Candidíase vulvovaginal: fatores predisponentes do hospedeiro e virulência das leveduras. 2007. 9 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de FarmÁcia, Centro Universitário de Maringá (cesumar), Maringa, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v43n5/a04v43n5.pdf>. Acesso em: 16 mar. 2019.
AZEVEDO, Analice. DROGAS ANTIFÚNGICAS: Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora, 2017. 48 slides, color. DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e DiretrizesTerapêuticas (PCDT): Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/ Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. - Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 
DALL’ALBA, Marília Paula; JASKULSKI, Mariluce da Rocha. PREVALÊNCIA DE VAGINOSES BACTERIANAS CAUSADAS POR Gardnerella vaginalis, EM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS NA CIDADE DE SANTO EXPEDITO DO SUL, RS. Perspectiva, Santo Expedito do Sul, v. 38, p.91-100, mar. 2014.
FERRACIN, Ingryt; OLIVEIRA, RÚbia Maria Weffort de. CORRIMENTO VAGINAL: CAUSA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO FARMACOLÓGICO. Infarma, Maringá, v. 17, n. 5, p.82-86, 2005.
FERRACIN, I; OLIVEIRA, R.M.W. Corrimento vaginal: causa, diagnóstico e tratamento farmacológico. Paraná: 2005. Disponível em: <http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/18/corrimento.pdf>. Acesso em: 05 mar.2019.
GUERRA NETO, Pedro GonÇalves da Silva. VAGINOSE BACTERIANA POR GARDNERELLA VAGINALIS. 2011. 35 f. Monografia (Especialização) - Curso de Citologia Clínica, Universidade Paulista, Recife, 2011.
HNKLE, Janice L.; CHEEVER, Kerry H. BRUNNER&SUDDARTH: TRATADO DE ENFERMAGEM MÉDICO-CIRURGICA. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 2 v. TRADUÇÃO PATRÍCIA LYDIE VOEUX.
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LINHARES, Iara Moreno; GIRALDO, Paulo Cesar; BARACAT, Edmund Chada. Novos conhecimentos sobre a flora bacteriana vaginal. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302010000300026>. Acesso em: 12 mar. 2019.
RICCI, Susan Scott. ENFERMAGEM: MATERNO-NEONATAL E SAÚDE DA MULHER. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 712 p. TRADUÇÃO MARIA DE FÁTIMA AZEVEDO.
Secretaria municipal da saúde de londrina. Superintendência Municipal. Diretoria de Ações em Saúde. Abordagem do Hiv/Aids e ou infecções sexualmente transmissíveis na Atenção Básica (AB). Londrina: Secretaria municipal da saúde de londrina, 2016. 
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