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DIREITO ADMINISTRATIVO I 1 DIREITO ADMINISTRATIVO I Prof.: THIAGO ANSELMO GUIMARÃES. e-mail: thiago.anselmo.guimaraes@gmail.com WhatsApp: (94) 98191-4407. AULAS 06.02 E 07 – SERVIÇO PÚBLICO. Conceito: É a atividade administrativa promovida pela Administração Pública com a finalidade, direta ou indireta, de satisfazer as necessidades coletivas ou individuais dos administrados, mediante os elementos dominantes do regime jurídico administrativo. Princípios dos Serviços Públicos: Generalidade: Os serviços públicos devem ser prestados de maneira indiscriminada, para toda a população, porém deve ser considerada a individualidade do destinatário, em nome do princípio da igualdade. Vide sum. 407/STJ. Continuidade: Os serviços públicos devem ser prestados de maneira ininterrupta, continuada e permanente. Exceções: art. 6º, §3º, da lei nº 8.987/95. Vide julgados do STJ sobre a possibilidade, ou não, de interromper o fornecimento de energia elétrica a escolas, hospitais e a prédios sem referida relevância, bem como quanto ao direito de greve. Conferir art.78, XV da lei de licitações. Modicidade: Determina que o serviço público não deva objetivar o lucro, mas apenas a contraprestação necessária para a prestação do serviço público mediante padrões aceitáveis de qualidade, considerando, inclusive, a condição econômica do usuário. Vide art. 1º, p.u. e 2º da lei nº 10.169/2000. Atualidade: Decorrente do princípio da eficiência, é o princípio dos serviços públicos que determina a prestação deles em conformidade com as técnicas mais atuais e modernas, em instalações adequadas e mediante o uso de equipamentos bem conservados que primem pela melhoria e expansão do serviço público. Mutabilidade do Regime: É o princípio que possibilita a alteração do regime jurídico inerente ao serviço público prestado, para adequá-lo ao interesse público; decorrente da supremacia. Vide art. 58, I da Lei nº 8.666/93. Classificação dos Serviços Públicos: Próprios: São aqueles em que o Estado é o titular do serviço e os executa diretamente, por intermédio de seus agentes, ou indiretamente, por intermédio de terceiros, através da delegação (cartórios – art.236/CF). Impróprios: São os serviços que, embora fiscalizados e regulamentados pelo Estado, não são de titularidade exclusiva dele (educação – arts. 208 e 209, I e II/CF). Delegáveis: São aqueles que podem ser prestados pelo Estado, de maneira direta, ou por intermédio da delegação a terceiros (transporte – art. 21, XII, d/CF ). Indelegáveis: Não podem ser delegados pelo Estado a terceiros, se constituindo em serviço prestado em caráter exclusivo por ele (poder de polícia). Individuais (uti singuli): São os serviços mensuráveis e que atendem de maneira direta e individual ao interessado, podendo ser tributados por intermédio de taxas, por exemplo. Conferir art. 77/CTN. Gerais (uti universi): São prestados para a coletividade em geral, sem que seja possível distinguir o uso individual realizado por cada administrado. Conferir art. 149-A/CF. Administrativos: São os serviços disponibilizados para atender às suas necessidades internas de funcionamento (serviço de limpeza do prédio público). DIREITO ADMINISTRATIVO I 2 Comerciais: São os serviços de ordem econômica prestados pela Administração Pública ao Administrado, tal como o fornecimento de água tratada, energia elétrica e telecomunicações. Sociais: São os serviços voltados para a satisfação das necessidades de cunho assistencial, tal como a educação e a saúde. Conferir art. 196/CF. Exclusivos e não exclusivos: Se refere à titularidade do serviço, ou seja: quando ele será prestado apenas pela Administração Pública ou por ela e particulares, respectivamente. Remuneração: Os serviços públicos são prestados de maneira gratuita ou onerosa. Apesar disso, é cabível relembrar que os recursos responsáveis por financiar os serviços públicos são oriundos dos tributos, o que desnatura a absoluta gratuidade deles. Os serviços onerosos são cobrados mediante taxa, quando são individuais e obrigatórios, ou mediante tarifa, ou preço público, quando são individuais e de natureza facultativa. Prestação e execução dos serviços públicos: Execução direta: Ocorre quando o serviço público é prestado de maneira direta pelo ente em questão – União, Estado, Distrito Federal ou Município, ou quando é prestado por um órgão criado por eles. Execução indireta: Ocorre quando o serviço público é prestado por uma pessoa jurídica diferente do ente federativo em questão, uma vez que possuem personalidade jurídica própria e podem ser integrantes (descentralização) ou não da Administração. Delegação do Serviço Público: Delegação legal: É a delegação definida em lei, denominada outorga, em que ocorre apenas a transferência da titularidade da prestação do serviço público, em detrimento à titularidade do serviço, para entidades da administração indireta. Delegação negocial: É a delegação autorizada por lei, na qual as partes acordam sobre os detalhes específicos dela, ocorrendo a transmissão, apenas, da titularidade da prestação do serviço público para outras pessoas jurídicas (concessão, permissão e autorização). Concessão: (Lei nº 8.487/1995) É modalidade negocial de delegação de um serviço público realizada pelo ente da federação (poder concedente), para pessoas jurídicas ou consórcios (Lei nº 11.107/2005), por intermédio de contrato administrativo, precedida de licitação, na modalidade concorrência, por prazo determinado. A concessão pode ser realizada para autarquias, desde que previsto em lei (art. 1º, p.u. da Lei nº 9.472/97 e art. 21, XI/CF – ANATEL). Concessão precedida de obra pública: Acrescenta o fato de que a concessionária do serviço público realiza obra pública cujo investimento será remunerado por intermédio da exploração da obra, por tempo determinado. Concessão patrocinada: Ocorre quando o serviço público é remunerado por tarifa paga pelo interessado, além de contraprestação pecuniária oriunda do ente concedente; geralmente relacionada com atividade de cunho social ou essencial. Concessão administrativa: É a concessão de serviço público em que a Administração Pública figure como usuária direta ou indireta dos serviços, ainda que envolva a execução de obra ou o fornecimento e instalação de bens. Vide Lei nº 11.079/2004. Autorização: É instrumento unilateral de delegação (ato administrativo), discricionário e precário, por intermédio do qual se autoriza que o particular pratique determinado ato, preponderando, assim, o interesse privado. (transporte realizado por taxi) Permissão: É modalidade negocial de delegação do serviço público, realizada de maneira precária, por intermédio de contrato de adesão celebrado após a realização de licitação, com pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para o seu desempenho, por sua conta e risco. Vide arts. 2º, IV e 40 da Lei nº 8.987/1995. DIREITO ADMINISTRATIVO I 3 Contratos de concessão de serviço público: São contratos entabulados para que se possa conceder serviço público ao concessionário em questão, seja por intermédio de concorrência ou leilão (Lei nº 9.491/97), no caso dos serviços públicos desestatizados. Remuneração: é realizada pelos usuários do serviço público ao concessionário. Responsabilidade da concessionária: o risco inerente à execução do negócio ou ao uso do serviço corre por conta do concessionário, de maneira objetiva, devendo este responder pelos prejuízos causados aos envolvidos. Responsabilidade do concedente: o ente responsável pela concessão pode ser responsabilizado subsidiariamente,caso sejam esgotadas as possibilidades de a concessionária promover o ressarcimento ao dano suportado pelo usuário. Arbitragem: é possível, desde que exista previsão explícita no contrato, seja realizada no Brasil e esteja firmado em língua portuguesa. Valor da tarifa: é fixada por intermédio da licitação, em que a proposta vencedora contempla determinado valor para a tarifa, que poderá ser revisada em conformidade com as variações tributárias ocorridas ao longo do período de vigência do contrato. Subconcessão: a concessionária poderá conceder o serviço público recebido, desde que exista expressa aprovação do ente concedente e esteja prevista ao longo do contrato de concessão, exigindo-se, para tanto, que a outorga seja precedida de concorrência. Intervenção: o poder concedente poderá intervir na concessão, por intermédio de decreto que fixará interventor, prazo e objeto, para assegurar a adequada prestação do serviço público em questão, bem como o exercício fiel do contrato travado entre concedente e concessionário. Penalidades: caso a concessionária descumpra os termos contratuais, pode sofrer penalidades previstas no contrato. Reversão: é a incorporação dos bens utilizados pelo concessionário para promover o serviço pelo concedente, quando finalizado o contrato de concessão Extinção contratual: i. Advento do termo contratual: ocorre mediante o término do prazo contratual estabelecido pela concessão. ii. Encampação: É a retomada do serviço pelo concedente, durante o prazo de validade da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei que autorize e o pagamento de prévia indenização. iii. Caducidade: declaração, realizada por decreto, de que o contrato não está sendo cumprido pelo concessionário; devendo ser verificada a inadimplência por intermédio de processo administrativo. iv. Anulação: decorre da existência de ilegalidade que imponha a extinção contratual. v. Falência, extinção da PJ ou morte do empresário individual. vi. Rescisão judicial: realizada pelo concessionário quando não mais possuir interesse na manutenção do contrato, uma vez que ele não poderá promover a rescisão unilateral. vii. Rescisão amigável: decorre de acordo entre as partes. Parceria Público-privada: Pode ocorrer ao longo das concessões administrativas ou patrocinadas, mediante contratos administrativos e é regida pela lei nº 11.079/2004. Características principais: i. Indelegabilidade das funções exclusivas do Estado. ii. Valor superior a vinte milhões de reais. iii. Responsabilidade fiscal, transparência, repartição objetiva de riscos, sustentabilidade financeira e detenção das vantagens socioeconômicas dos projetos de parceria. iv. Prazo: entre 05 e 35 anos, desde que seja suficiente para que se promova a recuperação dos investimentos realizados pela concessionária. v. Remuneração: tarifa paga pelo administrado, acrescida de contraprestação pecuniária ao parceiro privado pelo parceiro público, nos casos de concessão patrocinada, ou mediante pagamento realizado pela administração nos casos de concessões administrativas. Quando mais de 70% da remuneração for paga pelo parceiro público, será necessária a prévia autorização legislativa. DIREITO ADMINISTRATIVO I 4 i. Risco: a PPP admite o emprego de arbitragem para a solução de disputas, bem como está imersa na responsabilidade objetiva. ii. Ganhos: os ganhos realizados pelo parceiro privado serão partilhados com o Poder Público. iii. Limites: art. 2º, § 4º da lei nº 11.079/04. iv. Garantias: art. 8º da lei nº 11.079/04. v. Sociedade de propósito específico: a PPP será travada com sociedade criada especificamente para a promoção do objeto contratual, não podendo aproveitar-se de outra já existente. vi. Licitação: Concorrência. vii. Penalidades: nos contratos de PPP, existe a possibilidade de que se preveja penalidade tanto ao parceiro público quanto ao privado. viii. Reversão: também é admitida nas PPP’s. Atividade proposta: Buscar os julgados do STJ sobre a possibilidade, ou não, de interromper o fornecimento de energia elétrica a escolas, hospitais e a prédios sem referida relevância. Apresentar, pelo menos, um julgado que se posicione de maneira positiva e um de maneira negativa, para que possa comparar os argumentos. Qual o posicionamento do STJ sobre a cobrança referente à tarifa mínima de água em condomínios, fixada com fundamento na quantidade de unidades consumidoras e em detrimento ao efetivo consumo dos moradores? Realize atividade escrita, com quantidade de linhas ilimitada (livre escolha), para a fixação dos conceitos de PPP, objeto, distinções quando comparada aos demais tipos de concessão e características principais definidas em lei. kk
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