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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, Bom dia! Vamos em frente. Hoje veremos o seguinte: AULA 06: 5 Serviços públicos. 5.1 Concessão, permissão, autorização e delegação. 5.2 Serviços delegados. 5.3 Convênios e consórcios. 5.4 Conceito de serviço público. 5.5 Caracteres jurídicos. 5.6 Classificação e garantias. 5.7 Usuário do serviço público. 5.8 Extinção da concessão de serviço público e reversão dos bens. 5.9 Permissão e autorização. Então, vamos ao que interessa. Serviços Públicos Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 175, que incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Comentando o referido dispositivo, o prof. José Afonso da Silva destaca que “o serviço público é, por natureza estatal. Tem como titular uma entidade pública. Por conseguinte, fica sempre sob o regime jurídico de direito público. O que, portanto, se tem que destacar, aqui e agora, é que não cabe titularidade privada nem mesmo sobre os serviços públicos de conteúdo econômico...”. Com efeito, vamos perceber que a expressão serviço público pode ter diversos sentidos, sendo, portanto, uma árdua tarefa definir seu conceito na medida em que nem mesmo a Constituição ou as Leis o fazem. Então, em sentido geral, pode-se dizer que serviço público é qualquer atividade prestada pelo Estado, isto é, pode ser compreendido como atividades prestadas pelo Poder Público no sentido de satisfazer os anseios da coletividade. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 2 No entanto, Roberto Dromi, citado pela Profa. Di Pietro, esclarece que os serviços públicos, numa interpretação positiva, podem ser vistos sob três vertentes: máxima, média e mínima. A primeira, uma compreensão máxima (sentido amplíssimo), serviço público corresponderia a toda atividade do Estado cujo desempenho deva ser garantido e regulado por este. Essa corrente é baseada na escola do serviço público, cujo representante máximo é Leon Duguit, para a qual a expressão serviço público englobaria todas as atividades prestadas pelo Estado, inclusive as atividades legislativas e judiciais. Em sentido médio (sentido amplo), baseia-se na noção cunhada pela escola da Administração Pública, ou seja, os serviços públicos representariam toda e qualquer atividade da Administração Pública. E, enfim, numa compreensão mínima, ou restrita (sentido estrito), serviço público seria uma importante, mas não única ou exclusiva atividade prestada pela administração pública. Nesse sentido, a par dessas concepções, o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello conceitua serviço público como: “toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça às vezes, sob um regime de Direito Público – portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais -, instituído em favor dos interesses definidos como públicos no sistema normativo”. Hely Lopes, de forma mais simples, conceitua serviço público como sendo “todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 3 necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado”. A profa. Di Pietro define serviço público como “toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público”. E o prof. Carvalho Filho entende que é “toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da coletividade”. Com efeito, o Prof. Carvalho Filho assevera que a expressão serviço público têm dois sentidos. Um subjetivo, que se considera o órgão do Estado responsável pela execução do serviço. E, outro, objetivo, que diz respeito à atividade prestada pelo Estado. No entanto, na doutrina, verifica-se a existência de três correntes distintas que consideram serviço público segundo os critérios orgânicos, formal e material. Pelo critério orgânico considera quem é o prestador do serviço público. Assim, serviço público seria atividade prestada por órgão do próprio Estado. Pelo critério formal define-se tomando por referência o regime jurídico. Então, serviço público seria atividade submetida a um regime diferenciado, regime jurídico de direito público. E, pelo critério material, que diz respeito à natureza da atividade, serviço público seria atividade de cunho essencial e prestada diretamente à coletividade. De outro lado, outras duas correntes doutrinárias buscam caracterizar o que seria o serviço público levando em consideração à atividade. São os essencialistas e os formalistas (legalistas). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 4 Para a corrente essencialista, verifica-se a natureza da atividade, ou seja, serviço público é toda atividade cuja natureza representa uma função essencial à coletividade. Diante disso, poderia se dizer que há um núcleo mínimo de atividades que dada a sua natureza, essencialidade, se caracterizaria como serviço público. Para os formalistas não seria possível identificar esse núcleo de atividades essenciais a fim de caracterizar os serviços públicos. Por isso, para essa corrente, serviço público seria toda e qualquer atividade que a Constituição ou as leis definam como tal. Vê-se, portanto, que há uma diversidade de noção daquilo que se poderia definir como serviços públicos. Em razão disso, ou seja, dessa imprecisão acerca da noção de serviço público e das atividades que se enquadraria em tal conceito, culminou na França com a denominada crise da noção de serviço público, ante ao caráter relativo de seus elementos, conforme tese defendida por Louis Corail, quando se chegou a pretender que se abandonasse tal expressão. Isso porque o Estado (e não só na França, diga-se de passagem) começou a ampliar o rol de atividades que se intitulavam serviços públicos, passando, inclusive, a englobar atividades empresariais, afetando-se o elemento material, bem como pelo fato de o Estado não dispor de meios para prestar ele mesmo todos os serviços, tendo que delegá-los aos particulares, afetando-se o elemento formal. No Brasil, pode-se dizer que não fomos afetados por tal crise, na medida em que para nós, serviços públicos são todos aqueles definidos por lei como dessa natureza. Assim, podemos definir serviço público como toda atividade desempenhada pela Administração Pública, direta ou indiretamente, visando à satisfação dos anseios dos PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 5 administrados, sob o regime jurídico de direito público, ainda que parcialmente, e definida em lei como tal. A títulode exemplo, veja que a própria Constituição elegeu algumas atividades como serviço público, tal como loteria, transporte coletivo, dentre outras. Portanto, não se pode exatamente dizer o que é serviço público, variando de Estado para Estado, de sociedade para sociedade, conforme o tempo e o critério adotado. Nesse sentido, conforme Hely Lopes, “o conceito de serviço público não é uniforme na doutrina, que ora nos oferece uma noção orgânica, só considerando com tal o que é prestados por órgãos públicos; ora nos apresenta uma conceituação formal, tendente a identificá-lo por características extrínsecas; ora nos expõe um conceito material, visando a defini-lo por seu objeto. Realmente, o conceito de serviço público é variável e flutua ao sabor das necessidades e contingências políticas, econômicas, sociais e culturais de cada comunidade, em cada momento histórico, como acentuam os modernos publicistas”. Princípios Sabe-se que os serviços públicos se sujeitam regime diferenciado, regime especial, mesmo quando prestados por particulares, ou seja, ainda que parcialmente, os serviços públicos sempre estão sempre sujeitos ao regime jurídico de direito público. Isso significa que sua prestação está adstrita a uma série de limitações e poderes, que impõem a observância de diversos princípios, dos quais podemos citar os seguintes: Princípio da supremacia do interesse público: trata-se de princípio geral do Direito Administrativo, segundo o qual o interesse público deve preponderar em relação ao interesse particular, de modo que os serviços públicos visam satisfazer os anseios da coletividade, ressalvando-se as limitações impostas pela própria Constituição. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 6 Princípio da adaptabilidade ou mutabilidade: os serviços públicos devem acompanhar a modernização, a fim de se manterem atualizados. Assim, é permitida mudanças no regime de execução (regime jurídico) a fim de adaptá-lo ao interesse público. Princípio da impessoalidade: na prestação dos serviços públicos não pode haver discriminação entre os usuários/beneficiários. Princípio da igualdade dos usuários: estabelece que é direito do usuário ter tratamento isonômico em relação ao acesso, assim como na prestação dos serviços públicos, desde que atendidas às condições legalmente estabelecidas. Princípio da universalidade: corolário do princípio da igualdade, estabelece que os serviços públicos devem ser prestados indistintamente, de forma a abranger o maior número de beneficiários que seja possível. A propósito, o ilustre prof. Carvalho Filho cita o princípio da generalidade, que compreenderia a universalidade, impessoalidade e a igualdade, ao salientar que “significa, de um lado, que os serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude possível” e “de serem eles prestados sem discriminações entre os beneficiários, quando tenham estes as mesmas condições técnicas e jurídicas para a fruição. Cuida-se de aplicação do princípio da isonomia ou, mais especificamente, da impessoalidade (art. 37, CF)”. Princípio da continuidade: os serviços públicos não podem sofrer lapso de continuidade, quer dizer que não podem ser interrompidos. É importante dizer que a Lei nº 8.987/95 (Lei de concessões e permissões de serviço público) excepciona esse princípio nos casos de a) emergência; b) prévio aviso: I - por motivos técnicos; II - por falta de pagamento (inadimplência). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 7 Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça tem entendimento de que não é possível o corte de energia por débitos pretéritos, ressalvando-se, no entanto, o corte por falta de pagamento (débito atual), quando tais serviços são prestados por concessionário e são remunerados por tarifa, conforme o seguinte: “4. A Primeira Seção desta Corte firmou o entendimento de que a empresa concessionária do serviço poderá suspender o fornecimento de energia desde que precedido de aviso prévio, no caso de inadimplemento da conta. Precedentes: REsp 460.271/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, DJU 21.2.2005; REsp 591.692/RJ, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, DJU 14.3.2005; REsp 615.705/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, DJU 13.12.2004.” (AgRg no REsp 854.204/AL, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/11/2010, DJe 18/11/2010) “ – Conforme entendimento firmado neste Superior Tribunal de Justiça, é ilegítimo o corte de fornecimento de energia elétrica quando a inadimplência do consumidor decorrer de débitos pretéritos.” (AgRg no REsp 1145884/RS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/11/2010, DJe 17/11/2010) A propósito, mesmo nesses casos, de inadimplemento, a jurisprudência tem se curvado para preservar a integridade física e moral da pessoa, ou seja, não se admitindo o corte quando estiver em jogo o direito à vida e saúde. PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. INVIABILIDADE DE SUSPENSÃO DO ABASTECIMENTO NA HIPÓTESE DE DÉBITO DE ANTIGO PROPRIETÁRIO. PORTADORA DO VÍRUS HIV. NECESSIDADE DE REFRIGERAÇÃO DOS MEDICAMENTOS. DIREITO À SAÚDE. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido da impossibilidade de suspensão de serviços PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 8 essenciais, tais como o fornecimento de energia elétrica e água, em função da cobrança de débitos de antigo proprietário. 2. A interrupção da prestação, ainda que decorrente de inadimplemento, só é legítima se não afetar o direito à saúde e à integridade física do usuário. Seria inversão da ordem constitucional conferir maior proteção ao direito de crédito da concessionária que aos direitos fundamentais à saúde e à integridade física do consumidor. Precedente do STJ. 3. Recurso Especial provido. (REsp 1245812/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/06/2011, DJe 01/09/2011) Princípio da transparência: os serviços públicos devem primar pela publicidade, devem ser explícitos, devendo ser levados ao conhecimento público até para efeito de controle. Princípio da motivação: na prestação dos serviços públicos as decisões devem ser sempre fundamentadas, apresentando os fundamentos de fato e de direito. Princípio da modicidade das tarifas: significa dizer que os serviços públicos não são prestados visando ao lucro, mas visando a satisfação dos anseios da coletividade, devendo considerar àqueles que não têm condições materiais, por isso, deve sem de baixo custo, cujo intuito é, primordialmente, de apenas custear os gastos efetuados. Princípio do controle: É dever do Estado, como titular dos serviços públicos, exercer permanentemente a fiscalização sob sua prestação. A Lei nº 8.987/95 ao definir o que seria serviço adequado positivou alguns desses princípios no seu art. 6º, §1º ao expressar que serviço adequado é o que satisfaz as condições de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 9 regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidades das tarifas. Assim, não se trata de aplicação do princípio da igualdade dos usuários a fixação de prazos rigorosos para o contraente, eis queos serviços devem ser voltados à atendê-los, diante de suas necessidades e, por isso, podem sofrer mutações (princípio da mutabilidade). Classificação Os serviços públicos podem ser classificados de diversas formas. Nesse aspecto, sobressai a lição de Hely Lopes Meirelles que leva em conta a essencialidade, a adequação e os destinatários dos serviços. Assim, quanto à essencialidade, temos: a) serviços públicos essenciais: são os considerados essenciais à coletividade e ao próprio Estado, prestados exclusivamente por este, por estarem ligados intimamente com suas atribuições. Tais serviços são considerados privativos do Poder Público, não podendo ser delegados. Ex. segurança pública, defesa nacional etc. A propósito, o prof. Celso Ribeiro Bastos entende que tais atividades, ligadas à soberania nacional, não são serviços públicos, sendo atos de natureza política. b) serviços de utilidade pública (não-essenciais): são os que, muito embora não sejam essenciais, são convenientes para a sociedade, visa à melhoria de vida do indivíduo na coletividade. O Poder Público pode prestá-los diretamente ou por terceiros (delegados), mediante remuneração (preço público), sendo que a regulamentação e o controle são exercidos pelo Estado. Porém, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 10 a prestação se dá por conta e risco dos delegatários. Exemplos: fornecimento de energia elétrica, telefone, de transporte coletivo. No tocante ao fornecimento de energia há entendimento no sentido de caracterizá-lo como serviço essencial (STJ). Quanto ao titular dos serviços, podem ser considerados serviços públicos próprios os que são da titularidade do Estado, podendo ser prestados por este direta ou indiretamente, e serviços públicos impróprios aqueles que não são propriamente serviços públicos, muito embora possam ser prestados pelo Estado (serviço bancário). A profa. Di Pietro, na linha do pensamento de Cretella Júnior, entende que os serviços públicos próprios podem ser prestados indiretamente, ou seja, por meio de concessão ou permissão, enquanto os serviços públicos impróprios não são assumidos, nem executados pelo Estado, mas apenas por ele autorizado, regulamentado e fiscalizado. Assim, recebem o nome de serviços públicos porque atendem aos interesses gerais, o que para alguns são serviços autorizados, apenas. Quanto aos destinatários, temos: a) serviços públicos gerais (uti universi): são os serviços públicos prestados à coletividade em geral, sem ter usuário determinado, específico, por isso não podem ser mensurados de forma individualizada. Ex. iluminação pública, educação, saúde. Tais serviços são remunerados mediante impostos ou contribuições, tal como os serviços de asfaltamento, Iluminação Pública, urbanização etc. Nesse sentido, vale citar a Súmula 670-STF: Os serviços de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 11 b) serviços públicos específicos, singulares ou individuais (uti singuli) – são os que têm usuários determinados, individualizáveis, são também serviços postos à disposição de qualquer usuário, contudo, pode-se mensurar quanto cada um se beneficia ou utiliza dos serviços. Nesta hipótese, podemos ter serviços públicos compulsórios, ou seja, aqueles que não podem ser recusados pelo destinatário, eis que estabelecidos de forma coativa, os quais poderão ser gratuitos ou remunerados. Quando remunerados, será utilizada a taxa de serviço, espécie tributária (art. 77, CTN). Ou serão facultativos, isto é, são aqueles postos à disposição do usuário, de modo que somente pelo efetivo uso é que haverá a contraprestação remuneratória (pagamento de tarifa, que é espécie de preço público), tal como exemplo dos transportes coletivo. Quanto ao objeto temos: a) Serviços públicos administrativos são os serviços denominados meio, ou seja, aqueles destinados a atender as demandas internas da Administração ou preparatórios de outros serviços a serem prestados. (Ex: imprensa oficial) b) serviços comerciais ou industriais são os serviços exercidos pela Administração visando à satisfação das necessidades coletivas de ordem econômica ou industrial. (Ex: atividade bancária) c) serviço público social são serviços voltados ao atendimento de necessidades sociais da coletividade, tal como educação, saúde etc. Além dessas classificações, é interessante citar o prof. Carvalho Filho, que apresenta os serviços públicos classificados em: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 12 a) delegáveis e indelegáveis; b) administrativos e de utilidade pública; c) coletivos e singulares; d) sociais e econômicos. Os delegáveis são aqueles que em razão de sua natureza podem ser exercido pelo Estado ou este poderá permite que particulares os exerça em colaboração com o poder público (transporte coletivo, fornecimento de energia elétrica). E, indelegáveis os que somente podem ser prestados pelo Estado (defesa nacional, segurança pública etc). Administrativos são aqueles exercidos para sua melhor organização do Estado (imprensa oficial etc). Os de utilidade pública são aqueles destinados aos indivíduos para sua fruição direta (postos médicos, fornecimento de energia, gás etc). Além disso, serviços sociais são aqueles destinados a atender aos anseios sociais básicos, ou seja, serviços relevantes ou assistenciais e protetivos (hospitais, educacional, saneamento etc). E econômicos representam atividades de caráter industrial ou comercial (atividade bancária). Prestação do Serviço Quanto à prestação dos serviços públicos é possível que sejam prestados diretamente pelo Estado ou indiretamente. Com efeito, quando a Administração presta os serviços públicos temos a prestação direta, que pode ser de forma centralizada (Adm. direta) ou descentralizada (Adm. indireta). Os serviços serão prestados indiretamente, prestação indireta (e descentralizada), quando o Estado delega a prestação a particulares. Assim, conforme entendimento majoritário da doutrina, quando a Administração transfere a titularidade dos serviços à entidade criada para tal fim, dá-se a outorga (serviço público outorgado) ou apenas transfere a prestação por meio da delegação. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 13 Então, ocorre a outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público. Ressalva-se, no entanto, o entendimento do Prof. Carvalho Filho, para quem a titularidade é sempre do Estado. Daí a outorga seria a transferência (delegação) da prestação do serviço determinada por lei (delegação legal). Por outro lado, quando a execução do serviço, ou seja, a prestação é transferida ao terceiro não integrante da estrutura da Administração Pública titular do serviço ocorre a delegação, que pode ser realizada por meio de contrato ou ato unilateral da Administração. Com efeito, a delegação de serviço público é a transferência temporária do serviço público a quem não é seu titular. (art. 2º, Lei nº 9.074/95). Delegação No tocante à delegação de serviço público, a doutrina não é uníssona quanto às suas formas, ou espécies. Para alguns como Celso AntônioBandeira de Mello, há duas espécies, a concessão e a permissão, para outros, como Maria Sylvia e Hely Lopes, há três espécies, a concessão, a permissão e a autorização. Para efeitos didáticos, adotaremos a posição dominante, no sentido de que a delegação de serviços públicos pode se realizada utilizando-se os institutos da concessão, permissão e autorização. Outrossim, modernamente, alguns autores vêm citando o arrendamento e a franquia como espécie de contratos que transferem a prestação de serviços públicos a particulares (arrecadação de correio, loterias etc), todavia, dado o objetivo desse curso, não entraremos em tal seara. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 14 No tocante à concessão de serviços públicos, verificamos a existência de duas espécies, a chamada concessão comum e a concessão especial. A concessão comum está prevista na Lei nº 8.987/95 (Lei de Concessões e Permissões) que prevê duas modalidades: concessão de serviços públicos (art. 2º, II); concessão de serviços públicos precedida de obra pública (art.2º, III). A concessão de serviço público (art. 2º, inc. II) é a delegação da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente, por meio de contrato, tendo lei que autorize, mediante licitação, na modalidade concorrência à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade para prestá-lo, por sua conta e risco e em nome próprio, com prazo determinado. A concessão de serviço público precedido de obra pública (art. 2º, inc. III) consiste na construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra, por prazo determinado. A concessão especial foi criada pela Lei nº 11.079/04 (Lei das Parcerias Público-Privadas), prevendo, também, duas hipóteses, sendo a concessão patrocinada (art.2º, §1º) e a concessão administrativa (art.2º, §2º). A concessão patrocinada é a concessão comum, ou seja, de serviços públicos ou de obras públicas, quando envolver, além da tarifa cobrada dos usuários, contraprestação do parceiro público ao parceiro privado (art. 2º, §1º). A concessão administrativa é o contrato de prestação de serviço de que a Administração seja usuária direta ou PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 15 indiretamente, ainda que envolva a execução de obra ou fornecimento e instalação de bens (art. 2º, §2º). Serviço público Comum Concessão Serviço público precedido de obra pública Especial Patrocinada Administrativa Há também a delegação por meio da permissão de serviço público, prevista na Lei nº 8.987/95, em seu art.2º, inc. IV, definindo-a como a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. É bom saber, e eu já reprovei num concurso por causa disso (risos), que a doutrina é divergente acerca da natureza jurídica da permissão, especialmente no que diz respeito à sua formalização, se é realizada por contrato ou ato unilateral. Contudo, a Lei de concessões estabelece que se trata de contrato de adesão, nos termos do art. 40, em que pese ser instituto precário, discricionário e intuitu personae. Por isso, a permissão pode ser unilateralmente revogada, a qualquer tempo, pela Administração, sem que se deva pagar ao permissionário qualquer indenização exceto quando se tratar de permissão condicionada que é aquela em que o Poder Público se autolimita na faculdade discricionária de revogá-la a qualquer tempo, fixando o prazo de sua vigência (é denominada permissão contratual). Para facilitar nossa vida, apresento o seguinte resumo: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 16 Natureza: contratual (caráter mais estável) Concessão Autorização: exige autorização legislativa Licitação: concorrência (* Salvo as concessões do PND) Delegação: Pessoas jurídicas ou consórcio de empresas Natureza: contrato de adesão (caráter mais precário) Permissão revogável (críticas) Autorização: não exige autorização legislativa Licitação: exigida (qualquer modalidade/valor) Delegação: Pessoas jurídicas ou Físicas Finalmente, devemos considerar ainda a autorização de serviço público, instituto que se coloca ao lado da concessão e da permissão de serviços públicos, destinando-se aos serviços mais simples, de alcance limitado, ou a trabalhos de emergência, seguindo no que couber a Lei nº 8.987/95. Ex. serviço de táxi, serviços de despachante, serviços de segurança particular. A autorização tem a característica de ser ato precário, discricionário, conferida no interesse do particular e intuitu personae, podendo ser vinculada quando lei estabelece requisitos para a concessão ou discricionária quando, muito embora se tenha requisito, caberá à administração avaliar a conveniência ou oportunidade de editar o ato. Extinção A extinção da delegação do serviço público é instituto no qual se põe termo à prestação por terceiro. Assim, conforme prevê o art. 35 da Lei nº 8.987/95, há diversas formas, tal como: Advento ou termo (conclusão natural); Encampação; Caducidade; Rescisão; Anulação; Falência ou extinção da pessoa jurídica (empresa concessionária); PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 17 Falecimento ou incapacidade da pessoa física (titular de empresa individual). Como ressaltado, extinção é termo genérico utilizado para indicar o desfazimento do contrato de concessão durante o prazo de execução ou pelo decurso desse prazo. Assim, adota-se o termo rescisão contratual. A rescisão do contrato poderá ocorrer por ato unilateral do poder concedente nos casos de encampação, caducidade e anulação, por decisão judicial (anulação) ou por acordo entre as partes (rescisão consensual). Em regra a rescisão irá ocorrer pelo decurso do prazo contratual (advento do termo contratual), tal como prevê a Lei nº 9.074/95 ao fixar prazos de trinta e cinco anos para concessão de geração de energia elétrica; trinta anos para a concessão de distribuição, podendo ocorrer uma prorrogação. A Encampação ou resgate é o término do contrato antes do prazo, feito pelo poder público, de forma unilateral, por razões de interesse público. Tendo em vista a conveniência do interesse público e por razões supervenientes o concessionário retoma a prestação dos serviços, conforme art. 37 da Lei nº 8.987/95, que assim dispõe: Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior. A Caducidade ou decadência é forma de extinção do contrato, antes de seu termo, pelo poder público, de forma unilateral, inexecução total ou parcial do ajuste porparte da concessionária, conforme art. 38, assim expresso: Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 18 da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes. A caducidade, em regra, não gera direito à indenização. É o concessionário, no entanto, quem responderá a processo administrativo pelos prejuízos causados. Esse instituto somente pode ser invocado pela Administração, não cabendo ao concessionário invocá-lo sob o a tese da exceptio non adimplenti contractus (exceção do contrato não cumprido). A anulação é a invalidação do contrato, antes do término do prazo, por razões de ilegalidade, ou seja, por vício na concessão ou no próprio ajuste. Pode operar por força de ato da própria Administração ou por decisão judicial. É possível, ainda, que a concessão seja extinta em razão de falência ou extinção da empresa, bem como em virtude de falecimento ou incapacidade do concessionário (empresa individual). Nos casos de rescisão normal, por decurso de prazo, ocorre a reversão que é a incorporação pelo poder concedente dos bens afetos ao serviço público e de propriedade do concessionário, para manter a continuidade do serviço. Art. 35 § 1º Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato. Tais bens serão indenizados se não tiverem sido amortizados pelo período de concessão ante as tarifas fixadas. Assim, vamos às questões. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 19 QUESTÕES COMENTADAS 1. (AFCE – TCU – CESPE/2011) O direito administrativo tem como objeto atividades de administração pública em sentido formal e material, englobando, inclusive, atividades exercidas por particulares, não integrantes da administração pública, no exercício de delegação de serviços públicos. Comentário: Por força da definição de serviço público verifica-se que, de fato, o direito administrativo tem como objeto atividades de administração pública em sentido formal (estrutura organizacional) e material (atividades). Nisso, incluem-se as atividades exercidas por particulares, não integrantes da administração pública, no exercício de delegação de serviços públicos (noção de administração pública material). Gabarito: Certo. 2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Serviço público é toda atividade material que a lei atribui diretamente ao Estado, sob regime exclusivo de direito público; assim, as atividades desenvolvidas pelas pessoas de direito privado por delegação do poder público não podem ser consideradas como tal. Comentário: Deve-se observar que nem todo serviço público é executado diretamente pelo Estado, na medida em que poderão ser delegados aos particulares sob o regime de concessão ou permissão (art. 175, CF/88). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 20 Vê-se, portanto, que a Administração Pública poderá prestá-los diretamente ou sob o regime de delegação, e, neste caso, a sujeição ao regime de direito público será parcial, pois o particular está, em regra, submetido ao direito privado. A propósito, confira a definição utilizada pela Profa. Di Pietro, ao destacar que serviço público é “toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público”. Gabarito: Errado. 3. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/RO – CESPE/2012) Os serviços públicos são concebidos, em uma acepção ampla, como as atividades materiais que a lei atribui ao Estado, em referência direta com o princípio da continuidade dos serviços públicos. Comentário: Numa acepção ampla, de fato, podemos considerar serviço público toda atividade material concebida ao Estado que deve prestá-las de forma ininterrupta a fim de satisfazer os anseios da coletividade. Gabarito: Certo. 4. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) A titularidade dos serviços públicos é conferida expressamente ao poder público. Comentário: De fato, a titularidade dos serviços públicos é sempre do poder público, conforme prevê a Constituição Federal e as leis, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 21 devendo lembrar que é uma atividade considerada típica do Estado (Administração), conforme se depreendem do art. 175 da CF/88 e da distribuição constitucional de competências. Gabarito: Certo. 5. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – STM – CESPE/2011) Quando o Estado processa a descentralização do serviço público por delegação contratual, ocorre apenas a transferência da execução do serviço. Quando, entretanto, a descentralização se faz por meio de lei, ocorre a transferência não somente da execução, mas também da titularidade do serviço, que passa a pertencer à pessoa jurídica incumbida de seu desempenho. Comentário: Veja essa questão. Eis aqui o ponto que citei. E por vezes as bancas fazem exatamente isto, cobrando o posicionamento de um dado autor. Bem, como disse, para o Prof. Carvalho Filho a titularidade do serviço público sempre será da pessoa política (Administração Pública direta) na medida em que se trata de competência definida constitucionalmente e, portanto, irrenunciável. Assim, tanto a delegação quanto a outorga somente transferem à execução do serviço público, diferenciando-se apenas quanto a natureza do ato que realiza a transferência, ou seja, na outorga a transferência da execução ocorre por força de lei (delegação legal), e na delegação, em razão de contrato ou ato administrativo (delegação negocial ou contratual). Ressalvo aqui, no entanto, que o entendimento majoritário da doutrina é que na outorga transfere-se tanto a titularidade quando a execução do serviço. Porém, o CESPE, nesta questão, aderiu ao posicionamento do Carvalho Filho. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 22 Gabarito: Errado. 6. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) A outorga consiste na transferência para o particular da incumbência de prestação, mediante remuneração, de determinado serviço público. Comentário: A outorga consiste na transferência à entidade da Administração Pública indireta da incumbência de prestação de determinado serviço público, até mesmo sem remuneração. A delegação é que é a transferência para o particular da incumbência de prestação, mediante remuneração, de determinado serviço público. Gabarito: Errado. 7. (ANALISTA PROCESSUAL – MPU – CESPE/2010) Com base no princípio da igualdade de usuários, não cabe a aplicação de tarifas diferenciadas entre os usuários de serviços públicos. Comentário: Lembre-se que o princípio da igualdade disciplina que se deva dar tratamento isonômico entre os usuários (beneficiários). Todavia, na noção mais adequada de igualdade, deve- se trataros iguais com igualdade e os desiguais com desigualdade a fim de diminuir suas diferenças (igualdade material/substantiva). Assim, poderá haver tarifas diferenciadas no fornecimento de energia elétrica, por exemplo, o que se denomina de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 23 tarifa social, tal como no transporte coletivo que em alguns lugares os estudantes não pagam ou pagam apenas 1/3 da tarifa. Gabarito: Errado. 8. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Em decorrência do princípio da igualdade dos usuários, não se admite, no serviço público, o estabelecimento de tarifas diferenciadas em função de custos específicos provenientes do atendimento a distintos segmentos de usuários. Comentário: Como disse, lembremos sempre das tarifas sociais. Poderá haver tratamento distinto entre usuários na busca da igualdade entre eles, ou seja, os que menos condições possuem podem ser beneficiados por sistemas de compensação social. Gabarito: Errado. 9. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) Consoante o princípio da igualdade dos usuários perante os serviços prestados pela administração pública, reconhecido pelo ordenamento jurídico pátrio, é vedado o estabelecimento de tarifas diferenciadas em razão de custos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuário. Comentário: É possível fazer distinção de tarifa de forma a garantir o princípio da isonomia. Nesse sentido é o entendimento do STJ. Ilustrativamente: PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – POLÍTICA TARIFÁRIA NO FORNECIMENTO DE ÁGUA – COLOCAÇÃO DE HIDRÔMETROS. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 24 1. Extensão da coisa julgada da ação civil pública que enseja julgamento ultra petita para atingir base territorial não contemplada no pleito inicial, atropelando o acórdão o princípio dispositivo e o princípio da legitimidade do representante do Ministério Público, com atribuições limitadas no âmbito territorial. 2. A política de tarifação dos serviços públicos concedidos, prevista na CF (art. 175), foi estabelecida pela Lei 8.987/95, com escalonamento na tarifação, de modo a pagar menos pelo serviço o consumidor com menor gasto, em nome da política das ações afirmativas, devidamente chanceladas pelo Judiciário (precedentes desta Corte). 3. Acórdão que, distanciando-se da lei, condena o valor do consumo mínimo estabelecido pela política nacional de tarifas e contempla a utilização da tarifa social. 4. A Lei 8.987/95, como o Decreto 82.587/78, revogado em 1991 pelo Decreto 5, deu continuidade à prática do escalonamento de preços. 5. Recurso especial provido. (REsp 485.842/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/04/2004, DJ 24/05/2004, p. 237) Gabarito: Errado. 10. (AGENTE ADMINISTRATIVO – PRF – CESPE/2012) A prestação de serviços públicos deve dar-se mediante taxas ou tarifas justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o seu aperfeiçoamento, em atenção ao princípio da modicidade. Comentário: A prestação de serviços públicos quando objeto de remuneração, seja por taxa ou por tarifa, deve observar o princípio da modicidade, de modo que remunere o serviço e garanta seu aperfeiçoamento. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 25 Gabarito: Certo. 11. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MPU – CESPE/2010) Um dos princípios que regem a prestação de todas as modalidades de serviço público é o princípio da generalidade, segundo o qual os serviços públicos não devem sofrer interrupção. Comentário: O princípio que estabelece que os serviços públicos não podem sofrer interrupção é o da continuidade. O princípio da generalidade, apresentado pelo prof. Carvalho Filho, estabelece que os serviços devam alcançar a maior amplitude possível, sem fazer discriminações em relação àqueles que atendam as condições para recebê-los. Gabarito: Errado. 12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – CESPE/2011) Os serviços públicos devem ser prestados ao usuário com a observância do requisito da generalidade, o que significa dizer que, satisfeitas as condições para sua obtenção, eles devem ser oferecidos sem qualquer discriminação a quem os solicite. Comentário: Conforme ressaltado, o princípio da generalidade estabelece que os serviços devam alcançar a maior amplitude possível, sem fazer discriminações em relação àqueles que atendam as condições para recebê-los. Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 26 13. (TODOS OS CARGOS – SUPERIOR – ANEEL – CESPE/2010) Aplica-se ao serviço público o princípio da mutabilidade do regime jurídico, segundo o qual é possível a ocorrência de mudanças no regime de execução do serviço para adequá-lo ao interesse público, que pode sofrer mudanças com o decurso do tempo. Comentário: Uma dica. O Supremo Tribunal Federal há muito tem firme entendimento no sentido de que não há direito adquirido a manutenção de regime jurídico. Assim, conforme o princípio da mutabilidade, é possível a ocorrência de mudanças no regime de execução do serviço público para adequá-lo ao interesse público, que pode sofrer mudanças com o decurso do tempo. Gabarito: Certo. 14. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) A característica da mutabilidade do regime jurídico não se encontra presente no contrato de concessão do serviço público. Comentário: Os contratos de prestação de serviços públicos também se submetem ao princípio ou característica da mutabilidade em decorrência do interesse público que o rege. Gabarito: Errado. 15. (ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – EMBASA – CESPE/2010) Considere a seguinte situação hipotética. O prefeito de um município baiano, verificando que grande parte PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 27 da população desse município não tinha acesso a água potável, procurou a Fundação Nacional de Saúde para celebrar um convênio para a construção de uma estação de tratamento de água. Celebrado o ajuste, a estação foi construída. Dias após a festa de inauguração da obra, os moradores do município perceberam que não estavam se beneficiando da nova estação de tratamento, pois, na localidade, não havia rede subterrânea e ligações prediais para levar a água tratada às casas e edificações da cidade. Nessa situação, houve violação ao princípio fundamental da integralidade na prestação dos serviços públicos de saneamento básico. Comentário: Olha, quando você pensa que já viu tudo na vida, é nesta hora que devemos tomar mais cuidado. Vem o CESPE como essa: princípio fundamental da integralidade na prestação dos serviços públicos. Ora, esse princípio não diz respeito propriamente aos serviços públicos em si, mas diz respeito ao saneamento básico, e está previsto na Lei de Diretrizes Nacional do Saneamento Básico, Lei nº 11.445/2007, a qual estabelece o serviço de saneamento em si e significa a maximização da eficácia e dos resultados do serviço em toda sua integralidade. Assim, se o serviço não foi implementado em toda a sua integralidade, não restou observado o princípio fundamental da integralidade,conforme (art. 2º, inc. II, LDNSB). Gabarito: Certo. 16. (AFCE – TCU – CESPE/2010) Os serviços públicos não essenciais, em regra, são delegáveis e podem ser remunerados por preço público. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 28 Quanto à essencialidade, temos os serviços públicos essenciais, ou seja, aqueles considerados indispensáveis à coletividade e ao próprio Estado (segurança pública, defesa nacional etc). E os serviços de utilidade pública (não-essenciais), considerados aqueles que, muito embora não sejam essenciais, são convenientes para a sociedade, visa à melhoria de vida do indivíduo na coletividade (transporte coletivo, por exemplo). Assim, pode-se afirmar que os serviços públicos não essenciais, em regra, são delegáveis e podem ser remunerados por preço público. Gabarito: Certo. 17. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) Os serviços públicos não essenciais podem ser prestados diretamente pelo Estado ou delegados a terceiros mediante remuneração. No caso de delegação, a regulamentação e o controle são exercidos pelo Estado, mas a prestação se dá por conta e risco dos delegatários. Comentário: É verdade, os serviços públicos não essenciais podem ser prestados diretamente pelo Estado ou delegados a terceiros, que os executarão mediante remuneração. Assim, no caso de delegação, a titularidade se mantém em poder estatal, que realizará a regulamentação e o controle da atividade, porém a prestação será realizada por conta e risco do delegatário. Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 29 18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) Os serviços público de natureza essencial devem ser prestados exclusivamente pelo Estado, podendo ser delegados a particular apenas os serviços sujeitos ao regime de direito privado. Comentário: Por sua própria natureza os serviços públicos são sujeitos ao regime jurídico de direito público, ainda que parcialmente. Gabarito: Errado. 19. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Consideram-se serviços públicos indelegáveis os serviços que o Estado, atendendo a necessidades coletivas, assume como seus e executa diretamente, por seus próprios agentes e órgãos da administração centralizada, vedada a transferência de sua execução a particulares ou mesmo a entidades da administração indireta. Comentário: Os serviços públicos indelegáveis não podem ter sua execução transferida a particulares. No entanto, é possível a outorga de tais serviços à entidade integrante da própria Administração Pública (Administração Pública Indireta). Gabarito: Errado. 20. (AGENTE ADMINISTRATIVO – AGU – CESPE/2010) Entre os serviços públicos classificados como individuais, pode-se citar a disponibilização de energia domiciliar. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 30 Os serviços públicos individuais, também denominados uti singuli, são aqueles disponibilizados de forma a ser usufruído por usuário determinado (individualizável). Significa dizer que podem ser mensurados, adotada medida de verificação do quanto é utilizado de forma singular. Observe, assim, que os serviço de iluminação pública é uti universi (geral) e o serviço de fornecimento de energia domiciliar é uti singuli (individual). Gabarito: Certo. 21. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – CESPE/2011) Consideram-se serviços públicos uti universi os que são prestados à coletividade, mas usufruídos indiretamente pelos indivíduos, como são os serviços de defesa do país contra inimigo externo e os serviços diplomáticos. Comentário: Como já observamos, os serviços públicos coletivos ou uti universi são aqueles prestados à coletividade, mas usufruídos indiretamente pelos indivíduos, como são os serviços de defesa do país contra inimigo externo e os serviços diplomáticos. Gabarito: Certo. 22. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011) Os serviços de iluminação pública podem ser classificados como serviços singulares ou uti singuli, já que os indivíduos possuem direito subjetivo próprio para sua obtenção. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 31 O serviço de iluminação pública é classificado como coletivo ou uti universi, pois utilizado por todos indistintamente. Gabarito: Errado. 23. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) a implantação do serviço de abastecimento de água um serviço público singular. Comentário: A implantação do serviço de abastecimento de água é um serviço geral (uti universi). Distintamente do serviço de fornecimento ou abastecimento domiciliar, que é singular (uti singuli). Gabarito: Errado. 24. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) Por serem prestados a grupos indeterminados de indivíduos, os serviços de energia domiciliar e os de uso de linha telefônica são considerados serviços uti universi. Comentário: Os serviços de energia domiciliar e de uso de linha telefônica são serviços prestados diretamente ao indivíduo, a grupo de indivíduo determinado, portanto, são serviços uti singuli ou individuais. Gabarito: Errado. 25. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) Consideram-se serviços públicos coletivos (uti universi) aqueles que têm por finalidade a satisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos, como são os de energia PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 32 elétrica domiciliar e os de uso de linha telefônica. Comentário: Os serviços coletivos não visam à satisfação dos interesses individuais de forma direta, mas da coletividade, de modo que o interesse do indivíduo é satisfeito enquanto pertencente à comunidade, em razão dos benefícios que o serviço propicia a todos. Ademais, os serviços de energia elétrica domiciliar e de uso de linha telefônica são serviços uti singuli ou individuais. Gabarito: Errado. 26. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) São exemplos de serviços públicos uti singuli os serviços de iluminação pública e de saneamento. Comentário: Os dois serviços são prestados a todos de forma indistinta, ou seja, são serviços públicos coletivos (uti universi). Gabarito: Errado. 27. (AGENTE ADMINISTRATIVO – PRF – CESPE/2012) O serviço de iluminação pública pode ser considerado uti universi, assim como o serviço de policiamento público. Comentário: De fato, o serviço de iluminação pública e de policiamento público são serviços públicos coletivos (uti universi). Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 33 28. (ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) Os serviços públicos podem ser classificados, quanto ao objeto, em exclusivos e não exclusivos do Estado. Comentário: Quanto ao objeto, os serviços públicos são classificados em serviços administrativos, serviços comerciais ou industriais e serviço social. Os serviços exclusivo ou não exclusivos do Estado, para o prof. Bandeira de Mello e profa. Di Pietro, dizem respeito à execução e prestação. Os exclusivos são aqueles de prestaçãopelo Estado e os não-exclusivos podem ser prestados pelo Estado ou pelos particulares, indistintamente, e neste caso sob o regime de autorização e controle do poder público. Gabarito: Errado. 29. (ADVOGADO – CORREIOS – CESPE/2011) No tocante ao critério da exclusividade, o serviço postal e o Correio Aéreo Nacional são considerados exemplos de serviços públicos exclusivos. Comentário: É quase repetição da questão anterior. Observe, portanto, que o serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X, CF/88) são considerados exclusivos do Estado. Gabarito: Certo. 30. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) De acordo com o critério que considera a exclusividade ou não do poder público na prestação do serviço, os serviços de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 34 telecomunicações enquadram-se como serviços públicos não exclusivos do Estado. Comentário: Os serviços de telecomunicações são considerados exclusivos do Estado (art. 21, XI, CF/88), muito embora possa ser objeto de delegação. Gabarito: Errado. 31. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) É prevista, na CF, para o serviço postal e o correio aéreo nacional, complementaridade entre os sistemas privado, público e estatal, razão pela qual o Estado, embora obrigado a prestar tais serviços, pode oferecê- los em concessão, permissão ou autorização. Comentário: A Constituição estabelece que o serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X, CF/88) são exclusivos da União. No então, tais serviços não podem ser objeto de concessão, permissão ou autorização, sendo indelegáveis. Gabarito: Errado. 32. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) o serviço postal um serviço público privativo. Comentário: O serviço postal é um serviço público privativo da União, outorga aos Correios (Empresa Brasileira de Correios e Telegráfos). Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 35 33. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) o serviço de energia elétrica é um serviço social. Comentário: O serviço de energia elétrica é considerado um serviço essencial. Gabarito: Errado. 34. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) De acordo com a doutrina majoritária, nos serviços públicos não comerciais ou não industriais, a responsabilidade do Estado, perante terceiros, pelos prejuízos que eventualmente causar, é objetiva, ao passo que, nos serviços públicos comerciais e industriais, a responsabilidade é subjetiva. Comentário: A responsabilidade do Estado pela prestação de serviços públicos é objetiva, conforme prevê a CF/88, em seu art. 37, §6º. Gabarito: Errado. 35. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) o serviço de distribuição de gás canalizado um serviço público comum. Comentário: O serviço de distribuição de gás canalizado é considerado serviço de utilidade pública. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 36 Gabarito: Errado. 36. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) a divulgação de atos administrativos pela imprensa oficial um serviço de utilidade pública. Comentário: O serviço de divulgação pela imprensa oficial é considerado como serviço administrativo. Gabarito: Errado. 37. (AGENTE ADMINISTRATIVO – PRF – CESPE/2012) Os serviços públicos outorgados constitucionalmente à União, como os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros, estão enumerados taxativamente na CF. Comentário: De fato, os serviços públicos outorgados constitucionalmente à União estão elencados taxativamente, conforme se depreende do art. 21, CF/88. Gabarito: Certo. 38. (JUIZ – TJ/CE – CESPE/2012) Considera-se concessão de serviço público simples o contrato administrativo pelo qual a administração pública transfere a execução de certa atividade de interesse coletivo a pessoa jurídica ou a consórcio de empresas, sendo a remuneração feita por meio do sistema de tarifas ou taxas. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 37 De acordo com o art. 2º, inc. II, da Lei nº 8.987/95, a concessão de serviço público é a delegação da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente, por meio de contrato, tendo lei que autorize, mediante licitação, na modalidade concorrência à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade para prestá-lo, por sua conta e risco e em nome próprio, com prazo determinado, sendo a remuneração por meio de tarifa. Art. 9º A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. Gabarito: Errado. 39. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) É proibida a subconcessão de serviços públicos. Comentário: A subconcessão é admitida desde que haja previsão contratual e seja expressamente autorizada pela Administração, conforme prevê o art. 26 da Lei nº 8.987/95, que assim dispõe: Art. 26. É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente. § 1º A outorga de subconcessão será sempre precedida de concorrência. § 2º O subconcessionário se sub-rogará todos os direitos e obrigações da subconcedente dentro dos limites da subconcessão. Gabarito: Errado. 40. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2012) À PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 38 concessionária cabe a execução do serviço concedido, incumbindo-lhe a responsabilidade por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, não admitindo a lei que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue tal responsabilidade. Comentário: Prevê o art. 25 da Lei nº 8.987/95, que incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade. Gabarito: Certo. 41. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Como forma de impedir o comprometimento da operacionalização e da continuidade da prestação do serviço, as concessionárias estão proibidas, no financiamento de seus contratos, de oferecer em garantia os direitos emergentes da concessão. Comentário: Prevê o art. 25 da Lei nº 8.987/95, que incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade. Gabarito: Errado. 42. (ADMINISTRADOR – TJ/RR – CESPE/2012) O serviço público concedido não pode ser remunerado por tarifa, visto que não é um serviço do poder público. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 39 Comentário: De acordo com o art. 28 da Lei nº 8.987/95, nos contratos de financiamento, as concessionárias poderão oferecer em garantia os direitos emergentesda concessão, até o limite que não comprometa a operacionalização e a continuidade da prestação do serviço. Gabarito: Errado. 43. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) As concessionárias de serviços públicos são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento dos débitos, várias opções de data para o vencimento de seus débitos, devendo as datas indicadas, quer no âmbito de cada estado, quer no do DF, ser as mesmas para os diferentes tipos de serviço público oferecidos. Comentário: Conforme prevê o art. 7º-A da Lei nº 8.987/95, as concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos. No entanto, não determina a norma que as datas sejam coincidentes para os diferentes tipos de serviços públicos oferecidos. Gabarito: Errado. 44. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/RO – CESPE/2012) Considere que determinada concessionária de serviço de fornecimento de energia elétrica, tendo apurado unilateralmente débito de usuário decorrente de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 40 irregularidade no medidor de energia, tenha procedido à interrupção do serviço. Nessa situação hipotética, dada a natureza da irregularidade apurada, a jurisprudência considera legítimo o ato de interrupção. Comentário: A jurisprudência do STJ considera ilegítima a interrupção da prestação de serviço público em razão de irregularidade apurada unilateralmente pela concessionária do serviço público. Vejamos: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. ENERGIA ELÉTRICA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. ALEGAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA 284/STJ. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. FRAUDE NO MEDIDOR. APURAÇÃO UNILATERAL. IMPOSSIBILIDADE DE CORTE NO FORNECIMENTO. 1. A agravante limitou-se a alegar, genericamente, ofensa ao art. 535 do CPC, sem explicitar os pontos em que teria sido omisso o acórdão recorrido. Incidência da Súmula 284/STF. 2. Quanto à apontada contrariedade aos dispositivos da Resolução 456/2000 da ANEEL, a jurisprudência já é pacífica no sentido da impossibilidade desta análise em sede de recurso especial, uma vez que não se encontra inserida no conceito de lei federal. 3. O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar em defesa dos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores. Precedentes do STJ. 4. É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando o débito decorrer de suposta fraude no medidor de consumo de energia apurada unilateralmente pela concessionária. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1344098/MT, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 41 SEGUNDA TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 20/11/2012) Gabarito: Errado. 45. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/RO – CESPE/2012) Segundo a jurisprudência, se a concessionária do serviço público cobrar do usuário tarifa de água e esgoto quando não prestado o serviço, os valores indevidamente cobrados do usuário devem ser restituídos em dobro, por não restar configurado erro justificável da concessionária. Comentário: De acordo com o entendimento firmado pelo STJ, a cobrança indevida de tarifa de água e esgoto, quando não prestado os serviços, não configura erro justificável, de modo que os valores devem ser restituídos em dobro. Precedente: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA E COLETA DE ESGOTO. COBRANÇA INDEVIDA. ENGANO JUSTIFICÁVEL. REPETIÇÃO DO INDÉBITO NA FORMA SIMPLES. ANÁLISE DE EXISTÊNCIA DE CULPA OU DOLO DO FORNECEDOR. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A restituição da quantia paga em excesso nos casos de cobrança indevida de tarifa de água, esgoto ou energia, em regra, deve ser feita em dobro, nos termos do art. 42 do CDC. Todavia, a presença de engano justificável, que não decorra de dolo ou culpa do fornecedor do serviço, autoriza a devolução na forma simples. 2. A apuração da ocorrência de dolo ou culpa por parte da Concessionária implica em reexame de provas, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 42 o que é vedado nesta oportunidade a teor do que dispõe a Súmula 7 do STJ. 3. Agravo Regimental desprovido. (AgRg no REsp 1229773/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/12/2012, DJe 05/02/2013) Observe que se o erro fosse justificável, e não configurado o dolo ou a culpa, a restituição seria simples, ou seja, devolução do que pagou indevidamente. Gabarito: Certo. 46. (PROFESSOR – IFB – CESPE/2011) A permissão de determinado serviço público a particular pode ser interrompida pelo Estado a qualquer tempo sem a necessidade de indenização. Comentário: Conforme prevê o art. 2º, inc. IV, da Lei nº 8.987/95, a permissão de serviço público é a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Observe, portanto, que a permissão é feita a título precário, ou seja, pode ser revogada a qualquer tempo, sem direito a indenização por tal fato. Gabarito: Certo. 47. (JUIZ – TJ/CE – CESPE/2012) Diferentemente da concessão, a permissão de serviço público pode ser contratada não apenas com pessoa jurídica e consórcio de empresas, mas também com pessoa física. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 43 Comentário: A permissão de serviço público é feita somente a pessoa jurídica ou física, não havendo previsão para consórcio de empresas. Gabarito: Errado. 48. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RR – CESPE/2012) Na permissão de serviço público, o poder público transfere a outrem, pessoa física ou jurídica, a execução de serviço público, para que o exerça em seu próprio nome e por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário. Comentário: De fato, conforme prevê o art. 2º, inc. IV, da Lei nº 8.987/95, a permissão de serviço público é a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo o usuário. Gabarito: Certo. 49. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) Tanto a concessão quanto a permissão formalizam-se por atos administrativos. Comentário: A concessão é formalizada por contrato administrativo e a permissão, embora seja precária, é formalização por contrato de adesão, conforme o seguinte: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 44 Art. 4º A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos desta Lei, das normas pertinentes e do edital de licitação. ... Art. 40. A permissão de serviço públicoserá formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. Gabarito: Errado. 50. (AGENTE ADMINISTRATIVO – PRF – CESPE/2012) A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante contrato administrativo. Comentário: De acordo com o art. 4º da Lei nº 8.987/95, a concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos da referida Lei, das normas pertinentes e do edital de licitação. Gabarito: Certo. 51. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) Admitem-se concessões de serviços públicos por prazo indeterminado. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 45 A concessão de serviço público é sempre formalizada por meio de contrato administrativo, com prazo determinado. Art. 5º O poder concedente publicará, previamente ao edital de licitação, ato justificando a conveniência da outorga de concessão ou permissão, caracterizando seu objeto, área e prazo. Gabarito: Errado. 52. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/ES – CESPE/2011) É vedada a outorga de concessão ou permissão de serviços públicos em caráter de exclusividade, uma vez que qualquer tipo de monopólio é expressamente proibido pelo ordenamento jurídico brasileiro. Comentário: A Constituição não veda todo e qualquer tipo de monopólio, na medida em que inclusive há serviços públicos prestados em tal regime, como é o caso dos Correios e, por isso, mesmo também não é vedada a concessão ou permissão em caráter de exclusividade. Gabarito: Errado. 53. (AFCE – TCU – CESPE/2010) Toda concessão de serviço público terá de ser objeto de licitação prévia na modalidade de concorrência. Comentário: Tanto a concessão comum (Lei nº 8.987/95) quanto à especial (Lei nº 11.079/04) são precedidas de licitação na modalidade concorrência. A lei só não indicou a modalidade de licitação para a permissão de serviço público. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 46 No entanto, essa questão deveria ser anulada. É que há serviços públicos que podem ser concedidos mediante Leilão, tal como os decorrentes da desestatização (popularmente chamada de privatização) de serviços públicos decorrentes da Lei nº 9.491/97 (exploração de aeroportos, por exemplo, como vem acontecendo recentemente), e também, no seguinte exemplo: Lei nº 9.074/95 Art. 17. § 1º As instalações de transmissão de energia elétrica componentes da rede básica do Sistema Interligado Nacional - SIN serão objeto de concessão, mediante licitação, na modalidade de concorrência ou de leilão e funcionarão integradas ao sistema elétrico, com regras operativas aprovadas pela Aneel, de forma a assegurar a otimização dos recursos eletroenergéticos existentes ou futuros. (Redação dada pela Lei nº 11.943, de 2009) § 6º As instalações de transmissão de energia elétrica destinadas a interligações internacionais outorgadas a partir de 1º de janeiro de 2011 e conectadas à rede básica serão objeto de concessão de serviço público de transmissão, mediante licitação na modalidade de concorrência ou leilão, devendo ser precedidas de Tratado Internacional. Tanto é que o CESPE acabou por anular questão semelhante cobrada em outro concurso. Veja: (AGENTE – PF – CESPE/2012) Os contratos de concessão de serviços públicos sempre exigem licitação prévia na modalidade concorrência. (*anulada) Gabarito: Certo. (*) 54. (AGENTE ADMINISTRATIVO – PRF – CESPE/2012) As concessões e permissões de serviços públicos deverão ser PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 47 precedidas de licitação, existindo exceções a essa regra. Comentário: As concessões e permissões são sempre precedidas de licitação, não se admitindo exceção nesses casos, por força da própria disposição constitucional que assim determina: Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários; III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado. Gabarito: Errado. 55. (JUIZ – TJ/CE – CESPE/2012) Para as concessões de serviço público simples, assim como para as precedidas da execução de obra pública, deve-se adotar, obrigatoriamente, como modalidade licitatória, a concorrência. Comentário: De fato, a concessão de serviço público simples, assim como as precedidas da execução de obra pública, conforme prevê a Lei nº 8.987/95, são precedidas de licitação na modalidade concorrência. Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 48 56. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) A modalidade de licitação própria das concessões de serviço público é a concorrência, que deve ser obrigatoriamente observada pela União, pelos estados, pelo DF e pelos municípios. Comentário: Como observado, no que trata das concessões de serviço público, com algumas exceções, a modalidade utilizada é a concorrência, que deverá ser observada pela União, Estados, DF e Municípios. Gabarito: Certo. 57. (OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2010) Constitui hipótese de caducidade a retomada do serviço público pelo poder concedente, durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizadora específica e após prévio pagamento da indenização. Comentário: A Caducidade ou decadência é forma de extinção do contrato, antes de seu termo, pelo poder público, de forma unilateral, inexecução total ou parcial do ajuste por parte da concessionária, conforme art. 38, assim expresso: Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes. A caducidade, em regra, não gera direito à indenização. É o concessionário, no entanto, quem responderá a processo administrativo pelos prejuízos causados. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 49 Esse instituto somente pode ser invocado pela Administração, não cabendo ao concessionário invocá-lo sob o a tese da exceptio non adimplenti contractus (exceção do contrato não cumprido). Na hipótese, portanto, trata-se da encampação e não da caducidade, na medida em que ocorre a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior. Gabarito: Errado.
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