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Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 1 Direitos Humanos – estudo dirigido Material de disciplina FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteção dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019. Videoaulas 1 a 6 Rotas de Aprendizagem 1 a 6 Neste breve resumo, destacamos a importa ncia para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteu do programa tico da sua disciplina nesta fase e lhe proporcionara o maior fixaça o de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse e apenas um material complementar, que juntamente com a Rota de Aprendizagem completa (livro-base, videoaulas e material vinculado) das aulas compo em o referencial teo rico que ira embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possí vel. Bons estudos! Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 2 Sumário Tema: Sistema Universal de proteça o dos direitos humanos. ........................................................................................ 3 Tema: Sistema Europeu de Direitos Humanos .............................................................................................................. 11 Tema: Sistema Interamericano de Direitos Humanos .................................................................................................. 14 Tema: O Sistema Africano de proteça o dos direitos humanos ..................................................................................... 19 Tema: Sistema Constitucional Brasileiro de proteça o dos direitos humanos ............................................................. 23 Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 3 Tema: Sistema Universal de proteção dos direitos humanos. “A afirmaça o de que a "sociedade internacional" tem responsabilidade pela vida e pela proteça o dos direitos humanos do indiví duo, independentemente de seu pro prio Estado, ganha força apo s a II Guerra Mundial, especialmente diante da proliferaça o dos refugiados e apa tridas – o que Celso Lafer chama de "os expulsos da trindade povo-Estado-territo rio". A percepça o do abandono em que se encontrava o indiví duo quando na o estava vinculado a nenhum Estado motivou a criaça o de um regime internacional que representa um ponto de inflexa o no direito internacional, pois pela primeira vez e reconhecida a existe ncia do indiví duo no cena rio internacional”. Fonte: REIS, Rossana Rocha. Os direitos humanos e a polí tica internacional. Rev. Sociol. Polí t., Curitiba, n. 27, p. 33-42, nov. 2006. Available from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010444782006000200004&lng=en &nrm=iso). Os sistemas internacionais impactam de modo direto nos ordenamentos jurí dicos internos dos Estados. De acordo com o livro base da disciplina, “Descortinada a paisagem contempora nea da proteça o dos direitos, resta evidente que esta somente se fara presente com a articulaça o dos mais variados ní veis protetivos (multiní vel). E imprescindí vel que os a ngulos interno e externo dialoguem em prol da consolidaça o do constitucionalismo democra tico e da expansa o da dignidade humana. Tomamos, assim, como ponto de chegada comum, a contí nua (e necessa ria) constitucionalizaça o do direito internacional e a internacionalizaça o do direito constitucional como forma de expandir, de modo plural e aberto, o projeto constitucional da contemporaneidade, o qual e fundado, sobretudo, na defesa dos direitos humanos (Piovesan, 2015). Eis a marca do chamado ius constitutionale commune (Bogdandy, 2015) fundamental que avança na interaça o entre as esferas global, regional e local. A existe ncia dos sistemas internacionais - bem como sua progressiva consolidaça o - impacta de modo direto nos ordenamentos jurí dicos internos dos Estados, com a adoça o da primazia dos direitos humanos como guia para a expansa o do bloco de constitucionalidade. Com isso, a dista ncia entre interno e internacional passa a ser relativizada na tentativa de melhor proteger os direitos e dar uma resposta satisfato ria a s ví timas ou a s potenciais ví timas de ataques a direitos. Isso, todavia, na o retira a importa ncia dos ordenamentos jurí dicos nacionais, que continuam responsa veis, de modo primeiro, pela proteça o dos direitos humanos - inclusive como manifestaça o de sua pro pria soberania. Estando os Estados mais pro ximos das realidades concretas, possuem, inclusive, melhores mecanismos de contornar a situaça o agravadora dos direitos - ou, ao menos, assim se espera. A prefere ncia pelo a mbito local na o e , todavia, absoluta e e temperada pelo princí pio da subsidiariedade - ou complementariedade - da ordem internacional. Quando o Estado for falho ou omisso na tarefa de proteger os direitos, incidira o aparato de proteça o internacional. Emerge, dessa forma, um novo paradigma dos direitos humanos — lastreado na coexiste ncia e no dia logo dos sistemas de direitos humanos em torno das pessoas. Os direitos internos e o direito internacional acabam por se impactar mutuamente, surgindo dessa catarse uma nova ordem pu blica internacional, pautada pelos mu ltiplos dia logos entre os sistemas”. --- “Foi necessa ria a cata strofe da Segunda Guerra Mundial para que os direitos humanos passassem a receber, no sistema internacional, no direito novo criado pela Carta da ONU, uma abordagem distinta daquela com a qual vinham sendo habitualmente tratados. Os desmandos dos totalitarismos que terrorizavam va rios paí ses da Europa e que levaram ao megaconflito haviam consolidado a percepça o kantiana de que os regimes democra ticos apoiados nos Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 4 direitos humanos eram os mais propí cios a manutença o da paz e da segurança internacionais. Daí a necessidade de apoiar em normas internacionais o ideal dos direitos humanos. Sobretudo, insinua-se, entre os lí deres democra ticos, a percepça o de que os direitos humanos na o podem mais constituir mate ria do domí nio exclusivo dos Estados e que algum tipo de controle internacional se faz necessa rio para conter o mal ativo e passivo prevalecentes no mundo. Trata- se, a luz do que tinha sido o horror da guerra e o horror do holocausto, da incorporaça o da ideia kantiana do direito a hospitalidade universal, sem o qual nenhum ser humano pode, diante da soberania estatal, sentir-se a vontade e em casa no mundo” (Fonte: LAFER, Celso. A ONU e os direitos humanos. Estud. av., Sa o Paulo, v. 9, n. 25, p. 169-185, Dec. 1995. Disponí vel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 40141995000300014&lng=en&nrm=iso>). O sistema universal de proteça o dos direitos humanos e entendido como: “o conjunto de instrumentos legais, o rga os, compete ncias e procedimentos que, por ser institucionalmente vinculado a Organizaça o das Naço es Unidas (ONU) — e, portanto, na o ser restrito a uma regia o geogra fica do planeta -, tem aplicabilidade global”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 24). --- “Com a criaça o das Naço es Unidas e a adoça o dos princí pios da Carta da ONU, ale m da Declaraça o Universal dos Direitos do Homem, entre outros instrumentos internacionais, finalmente foi abandonada, ao menos teoricamente, a ideia da exclusividade dos direitos humanos. Vivemos, desde 1945, um perí odo de reconhecimento da sua universalidade einclusividade, sendo, tambe m, um perí odo de reivindicaço es dos povos no sentido de exercerem o direito a autodeterminaça o como um direito dos povos e do homem. E o momento da democratizaça o, da descolonizaça o, da emancipaça o, da luta contra o racismo e todas as formas de discriminaça o racial. O direito a existe ncia, a vida, a integridade fí sica e moral da pessoa e a na o-discriminaça o, em particular a racial, sa o normas imperativas da comunidade internacional ou da natureza do ius cogens” (Fonte: MBAYA, Etienne-Richard. Ge nese, evoluça o e universalidade dos direitos humanos frente a diversidade de culturas. Estud. av., Sa o Paulo, v. 11, n. 30, p. 17-41, Aug. 1997. Disponí vel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010340141997000200003&lng=en &nrm=iso). “Foi com a Declaraça o Universal dos Direitos Humanos, em 1948, que se inaugurou, de modo pioneiro, um discurso uní voco internacional sobre a proteça o dos direitos humanos - e que vem sendo chamado de concepça o contempora nea de direitos humanos. A partir de enta o se desenvolveu, no plano internacional, com reflexos nos planos constitucionais, uma nova etapa na compreensa o dos direitos e na proteça o das pessoas” (p. 15). “Essa concepça o contempora nea de direitos humanos tem como marca, de um lado, a humanizaça o dos constitucionalismos internos (com reforço da tutela dos direitos e das cla usulas abertas de proteça o a dignidade) e, de outro, a internacionalizaça o da proteça o da pessoa humana. Ambos sa o feno menos recentes que remetem ao po s-Segunda Guerra Mundial” (p. 16) Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (p. 15 e 16). --- Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 5 “O Pacto Internacional sobre Direitos Econo micos, Sociais e Culturais (PIDESC, ou, em ingle s, ICESCR), de 1966, foi elaborado pela antiga Comissa o de Direitos Humanos. Junto ao Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Polí ticos e com a Declaraça o Universal de Direitos Humanos, compo e a chamada Carta Internacional de Direitos (International Bill of Rights) ”. De acordo com o livro base da disciplina, “os principais direitos econo micos, sociais e culturais sa o i) Direito a na o discriminaça o; ii) Direito ao trabalho; iii) Direito de associaça o; iv) Direito a seguridade social; v) Proteça o da famí lia; vi) Direito a condiço es dignas de vida; vii) Direito a sau de; viii) Direito a educaça o; ix) Direito a participaça o na vida cultural”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 59). --- “A Comissa o de Direitos Humanos (CDH), criada em 1946, tendo como pano de fundo o segundo po s-guerra, concebeu uma estrate gia de atuaça o da ONU na a rea de direitos humanos sob o conceito de Carta Internacional dos Direitos Humanos, que compreendia a elaboraça o de uma Declaraça o Universal, de uma Convença o de Direitos Humanos e o estabelecimento de medidas de implementaça o. Na o houve dificuldades intransponí veis para se dar o primeiro passo, ou seja, para a elaboraça o da Declaraça o Universal, adotada em 1948 na Assembleia- Geral, por 48 votos a favor e 8 abstenço es. A Declaraça o, na o sendo mandato ria, representou uma nova vis directiva. Ale m dos direitos civis e polí ticos, incorporou os direitos econo micos, sociais e culturais, e constituiu uma manifestaça o clara do repu dio aos regimes totalita rios” (Fonte: LAFER, Celso. A ONU e os direitos humanos. Estud. av., Sa o Paulo, v. 9, n. 25, p. 169-185, Dec. 1995. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 40141995000300014&lng=en&nrm=iso>. Access on 19 Feb. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40141995000300014). “A DUDH e marcada por duas caracterí sticas principais: a amplitude e a universalidade. Mostra-se ampla ao compreender um conjunto de direitos e faculdades necessa rios para que um indiví duo possa desenvolver sua capacidade fí sica, moral e intelectual e e universal ao ser aplica vel a todas as pessoas, sem restriço es de nacionalidade, raça, religia o ou sexo, independentemente do regime polí tico do territo rio no qual incide” (p. 26). Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 26). --- “Embora a Declaraça o Universal dos Direitos Humanos (DUDH) tenha fixado um elenco dos direitos humanos ba sicos, em seu momento inicial na o apresentava força jurí dica obrigato ria e vinculante, uma vez que foi adotada pela Assembleia Geral das Naço es Unidas sob a forma de resoluça o, e na o pelos Estados partes em forma de tratado. Ao longo do tempo, pore m, a Declaraça o assumiu a natureza jurí dica de norma de jus cogens. Ainda que seja um documento de soft law, e na o um tratado, por sua autoridade histo rica assumiu o papel de uma cartilha de valores elementares compartilhados pela comunidade internacional, tornando-se um co digo de atuaça o e de conduta para todos os Estados”. “O sistema universal ou global de proteça o dos direitos humanos e formado por instrumentos e o rga os pertencentes a duas grandes a reas: a convencional, originada de tratados internacionais dos quais os Estados sa o signata rios, e a Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 6 extraconvencional, derivada da Carta da ONU e da atuaça o de seus o rga os (Ramos, 2016, p. 83). O mecanismo (ou sistema) convencional tem como fundamento o consentimento prestado pelos Estados signata rios ao assumirem as obrigaço es constantes em um instrumento internacional. Os o rga os criados por essas convenço es, chamados de comite s, entre outras funço es, monitoram o cumprimento das obrigaço es estatais, desenvolvem a interpretaça o das disposiço es normativas e recebem e apuram as petiço es ou comunicaço es de indiví duos ví timas de violaço es de direitos humanos” (p. 29 e 30). “O sistema extraconvencional - ou na o convencional - tendo como base as disposiço es da Carta da ONU e os poderes dos o rga os por ela criados, possui mecanismos aplica veis a todos os Estados, e na o apenas a queles signata rios de uma convença o internacional especí fica, sendo esses mecanismos embasados no dever geral de cooperaça o internacional dos Estados em mate ria de direitos humanos. E representado, principalmente, pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. Entre os mecanismos extraconvencionais, existem os mecanismos tema ticos e aqueles que tratam de situaço es especí ficas, estabelecidas pelo Conselho de Direitos Humanos. A abordagem tema tica permite o tratamento de casos especí ficos de ameaça ou efetiva violaça o de direitos humanos, contando ainda com a participaça o de grupos que na o te m vinculaça o polí tica, o que promove a imparcialidade e a especialidade das medidas a serem tomadas em cada caso” (p. 30). Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 29 e 30). --- “O Conselho de Direitos Humanos e o principal fo rum intergovernamental no a mbito das Naço es Unidas para tratar de questo es relativas aos direitos humanos. Foi criado em 2006 para substituir a Comissa o de Direitos Humanos, figurando, portanto, como fruto de um processo reformador dos mecanismos para proteça o e promoça o dos direitos humanos no seio da ONU. A antiga Comissa o de Direitos Humanos foi criada pelo Conselho Econo mico e Social (ECOSOC) em 1946. Tinha a funçao primordial de formular propostas, recomendaço es e relato rios sobre qualquer mate ria relativa a direitos humanos e era composta por representantes de Estados eleitos pelo ECOSOC para mandatos renova veis com duraça o de tre s anos. A composiça o do o rga o foi alargada sucessivas vezes ate contar com 53 membros na data de sua extinça o. A Comissa o elaborou a DUDH em 1948 e, em 1966, o PIDCP e o PIDESC, ale m de outras sete das nove grandes convenço es tema ticas para a proteça o de direitos humanos no a mbito da ONU. Ademais, desenvolveu a prerrogativa de receber comunicaço es individuais e de estabelecer procedimentos especiais". Entretanto, passou a ser constante alvo de crí tica: a percepça o que se difundiu e a de que teria se tornado excessivamente politizada”. Em substituiça o a Comissa o, o Conselho foi mantido como o principal o rga o formador de standards de proteça o de direitos humanos da ONU e foi encarregado de promover o respeito universal aos direitos humanos e a s liberdades fundamentais para todos - art. 20 da Resoluça o n. 60/251 da Assembleia Geral. Para tal, deve se guiar pelos princí pios de universalidade, imparcialidade, objetividade, na o seletividade, bem como pelo dia logo e pela cooperaça o internacional - conforme art. 40 da Resoluça o n. 60/251 da Assembleia Geral. O Conselho e composto por representantes de 47 Estados eleitos pela maioria absoluta dos membros da Assembleia Geral, por meio de voto direto e secreto, para um mandato de tre s anos. Na o se permite reeleiça o imediata depois de cumpridos dois mandatos subsequentes. Os assentos do Conselho sa o distribuí dos entre grupos regionais, para garantia de divisa o geogra fica equitativa: cabem 13 assentos ao Grupo dos Estados Africanos; outros 13 ao Grupo dos Estados Asia ticos; seis para o Grupo dos Estados da Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 7 Europa Oriental; oito ao Grupo dos Estados da Ame rica Latina e do Caribe; e sete ao Grupo dos Estados da Europa Ocidental e Outros (art. 70 da Resoluça o n. 60/251 da Assembleia Geral. A candidatura para o Conselho e aberta a todos os Estados-membros da ONU. Os Estados votantes na Assembleia Geral devem considerar a contribuiça o dos candidatos para a promoça o e a proteça o dos direitos humanos, bem como os compromissos assumidos pelos candidatos durante a campanha para a eleiça o. Exige-se, ainda, que os membros do Conselho respeitem os mais altos padro es de proteça o e promoça o de direitos humanos e que cooperem com o o rga o - conforme arts. 80 e 90 da Resoluça o n. 60/251 da Assembleia Geral (UN ,2006). Essas exige ncias sa o vistas como acertos do processo reformador, visto que buscam garantir mandatos coerentes, comprometidos e na o seletivos” (p. 31, 32 e 33). Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 31, 32 e 33). --- “A Resoluça o n. 60/251 da Assembleia Geral criou o Conselho de Direitos Humanos e atribuiu a esse o rga o a funça o de empreender uma Revisa o Perio dica Universal (RPU) do cumprimento, por parte de cada Estado, de suas obrigaço es e de seus compromissos de direitos humanos, de modo que garanta universalidade de cobertura e tratamento igualita rio em relaça o a todos os Estados. Tambe m dispo s, em seu art. 50, que essa revisa o deve ser “um mecanismo cooperativo, baseado em um dia logo interativo, com o envolvimento integral do paí s em questa o” (UN, 2006). Por meio da RPU, os Estados componentes do Conselho analisam o histo rico e a situaça o de direitos humanos de todos Estados-membros da ONU, com o objetivo de verificar o cumprimento das obrigaço es internacionais por eles assumidas em mate ria de direitos humanos. Trata-se de um mecanismo de revisa o por pares {peer review), de cara ter volunta rio e cooperativo, criado para eliminar a politizaça o e a seletividade identificadas no funcionamento da Comissa o” (p. 34). “...busca-se alcançar esse objetivo em duas principais frentes. Em primeiro lugar, a revisa o e “universal”: todos os Estados-membros da ONU esta o sujeitos ao escrutí nio de seus pares no Conselho, sem que haja arbitrariedade para a escolha dos sujeitos da revisa o. A universalidade tambe m diz respeito a ana lise da situaça o geral dos direitos humanos no Estado revisado, diferentemente do trabalho dos comite s, limitados ao tema das convenço es especí ficas. Em segundo lugar, a revisa o e “perio dica”, ou seja, segue um cronograma fixo e previsí vel, com o objetivo de que tenha cara ter sistema tico e na o reflita preocupaço es momenta neas de Estados ou grupos de Estados...”. “A revisa o tem como para metros a Carta das Naço es Unidas, a DUDH, os instrumentos de direitos humanos dos quais o Estado e parte e, ainda, as promessas e os compromissos volunta rios assumidos pelo Estado (inclusive durante a candidatura para a eleiça o ao Conselho) ” (p. 35). Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 34 e 35). --- “Em 27 de maio de 1970, a Resoluça o n. 1503 (XLVI11) do Conselho Econo mico e Social das Naço es Unidas (ECOSOC) autorizou que a Comissa o de Direitos Humanos instituí sse um procedimento para analisar comunicaço es individuais relativas a um padra o consistente de graves violaço es de direitos humanos. Esse mecanismo confidencial, cujo tra mite era restrito ao Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 8 conhecimento dos membros da Comissa o, ficou conhecido como Procedimento 1503. A sobrevive ncia desse instrumento quando da criaça o do Conselho foi garantida pela mesma disposiça o que impo s a continuidade dos procedimentos especiais, visto que a revisa o dos mandatos, dos mecanismos, das funço es e das responsabilidades herdados da Comissa o teria tambe m o fim de manter o procedimento de queixas (complaints procedure). O Conselho, portanto, em seu art. 85, dispo e de um procedimento de queixas iniciado por comunicaço es individuais para tratar, com base em informaço es verossí meis, de padro es consistentes de graves violaço es de “todos os direitos humanos e todas as liberdades fundamentais que ocorram em qualquer lugar do mundo e em qualquer circunsta ncia" (UN, 2007a). O tratamento das comunicaço es deve ser imparcial, objetivo, eficiente, orientado a s ví timas, conduzido tempestivamente e, para que se maximize a cooperaça o dos Estados, confidencial - art. 86 da Resoluça o n. 5/1 do Conselho (UN, 2007a) ”. “Segundo o art. 87 da Resoluça o n. 5/1 (UN, 2007a) do Conselho de Direitos Humanos, uma comunicaça o sera admissí vel para o procedimento de queixas se: a. Na o tiver motivaça o manifestamente polí tica e tiver objeto compatí vel com a Carta da ONU, com a DUDH e com outros instrumentos de direitos humanos; b. Contiver uma descriça o fa tica das violaço es alegadas, incluindo a discriminaça o dos direitos supostamente violados; c. Na o utilizar linguagem abusiva; d. For submetida por uma pessoa ou por um grupo de pessoas que aleguem ser ví timas, ou por qualquer pessoa ou grupo de pessoas, incluindo ONGs, que estejam agindo de boa-fe e de acordo com os princí pios dos direitos humanos; e. Na o for baseada exclusivamente em informaço es disseminadas por meios de comunicaça o de massa.; f. Na o se referir a um caso que aparente revelar, por meio de informaço es verossí meis, um padra o consistente de graves violaço es de direitos ja sendo tratado por um procedimento especial, por um Comite tema tico vinculado a uma Convença o especí fica ou por qualquer outro procedimento de queixas similar em mate ria de direitos humanos nasNaço es Unidas ou cm o rga os regionais; g. Os recursos internos forem previamente esgotados, exceto se esses recursos aparentam ser inefetivos ou injustificadamente demorados”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 44). --- “Cada um desses tratados instituiu um comite tema tico (ou treaty body) responsa vel pelo monitoramento do instrumento legal ao qual esta vinculado. Ale m dos nove comite s ligados a cada convença o especí fica, o Protocolo Facultativo da Convença o contra a Tortura e toda forma de Tratamento Cruel, Desumano e Degradante criou o Subcomite para a Prevença o da Tortura. “Nas Naço es Unidas, surgiram nove principais tratados de direitos humanos, os quais da o base aos mecanismos convencionais na o contenciosos (Ramos, 2016, p. 84) e conformam o sistema convencional de direitos humanos das Naço es Unidas. Quais sejam: 1. A Convença o Internacional sobre a Eliminaça o de Todas as Formas de Discriminaça o Racial (1965). 2. O Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Polí ticos (1966) e seus primeiro (1966) e segundo (1989) protocolos facultativos. 3. O Pacto Internacional sobre Direitos Econo micos, Sociais e Culturais (1966) e seu protocolo facultativo (2008). 4. A Convença o sobre a Eliminaça o de todas as Formas de Discriminaça o contra a Mulher (1979) e seu protocolo facultativo (1999). 5. A Convença o Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Crucis, Desumanos ou Degradantes (1984) e seu protocolo facultativo (2002). 6. A Convença o sobre os Direitos da Criança (1989) e seus primeiro, segundo (ambos de 2000) e terceiro protocolos facultativos (2011). 7. A Convença o Internacional para a Proteça o dos Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 9 suas famí lias (1990). 8. A Convença o sobre os Direitos das Pessoas com Deficie ncia (2006) e seu protocolo facultativo (2006). 9. A Convença o para a Proteça o de Todas as Pessoas contra Desaparecimentos Forçados (2006) ” (Adaptado) (p. 48). Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 48). --- “A atividade prima ria de todos os comite s, exceto do Subcomite para a Prevença o da Tortura, e o recebimento de relato rios produzidos pelos Estados-partes, nos quais sa o demostrados os avanços e os desafios no cumprimento das previso es de cada convença o. Assim, o envio de relato rios perio dicos opera como uma forma de supervisa o dos Estados que ratificaram os instrumentos de direitos humanos do sistema universal (Ramos, 2016, p. 84). Os relato rios devem ser enviados pela primeira vez em um ou dois anos apo s a entrada em vigor da convença o ou da adesa o do Estado ao instrumento e, depois disso, periodicamente a cada quatro ou cinco anos, a depender da previsa o constante em cada convença o. Apesar da periodicidade prevista, alguns comite s aceitam “informes conjugados”, ou seja, a unia o de va rios relato rios em um, quando determinado Estado esta em atraso. O envio de relato rios na o deve ser encarado apenas como o cumprimento de uma obrigaça o internacional. Sua releva ncia esta essencialmente na elaboraça o, pois permite aos paí ses revisar seu ordenamento jurí dico interno e harmoniza -lo com os tratados internacionais de direitos humanos, monitorar a implementaça o de polí ticas pu blicas, identificar problemas, propor soluço es e planejar sua efetivaça o. A obrigaça o de relatar, portanto, incentiva uma postura revisional e autocrí tica. “O procedimento do sistema de relato rios adotado pelos comite s apresenta, como regra, as seguintes etapas: (1). Submissa o do relato rio nacional pelo Estado ao Secreta rio-Geral das Naço es Unidas, representado pelo Alto Comissariado das Naço es Unidas para Direitos Humanos. O Secretariado processa o relato rio e agenda uma data no perí odo de sesso es para que o comite o analise. Reside, aqui, um dos principais problemas do sistema convencional, ja que alguns comite s demoram ate dois anos para avaliar o documento. (2). Lista de questo es e lista de temas. Antes da sessa o em que analisara o relato rio, o comite elabora uma lista de temas (list of themes) ou uma lista de questo es (list of issues) e a envia ao Estado. Isso confere a oportunidade de requerer informaço es adicionais e permite ao o rga o de monitoramento inquirir o paí s sobre assuntos especí ficos. Alguns comite s designam relatores para a produça o da lista. Esse relator a enviara ao Estado, procurando construir um dia logo construtivo entre a delegaça o estatal e o comite . (3). Resposta escrita a lista de questo es ou a lista de temas. O Estado elabora as respostas por escrito, as quais sa o consideradas no momento de avaliaça o do relato rio. As respostas escritas sa o relevantes especialmente quando o relato rio foi apresentado ha muito tempo. (4). Outras fontes de informaça o. Ale m dos relato rios enviados pelos Estados, os comite s podem receber os chamados relato rios sombra (shadow reports), elaborados por outras fontes, incluindo age ncias especializadas da ONU, outras organizaço es internacionais, ONGs, grupos profissionais e acade micos, entre outros (Ramos, 2016. p. 87). Considerando os desafios da produça o de um documento completo, as fontes alternativas, principalmente instituiço es nacionais de direitos humanos, podem, alternativamente, sugerir temas para constarem na lista de questo es (APF, 2012, p. 74). (5). Apreciaça o formal do relato rio. Nesse momento, ocorrem sesso es orais na sede do comite , nas quais, usualmente, concede-se um momento pre vio para que representantes das fontes adicionais de informaça o se manifestem (APF, 2012, p. 74). Os Estados respondem a s questo es elaboradas e fornecem mais informaço es Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 10 sobre a implementaça o dos dispositivos do tratado. Ocorre, de fato, um dia logo construtivo entre os membros do comite , os representantes de outras instituiço es e a delegaça o do Estado. (6). Observaço es conclusivas e recomendaço es. A apreciaça o do relato rio culmina com a elaboraça o, por parte do Comite , de observaço es e recomendaço es que reconhecem os avanços na implementaça o dos direitos humanos e apontam a reas deficita rias, resultando em instruço es concretas e pra ticas para a soluça o de problemas (OHCH R, 2012, p. 28). Os Estados sa o encorajados a publicizar as recomendaço es, a fim de estimular o debate a ní vel nacional. (7). Implementaça o das observaço es e submissa o do pro ximo relato rio perio dico. Uma das maiores dificuldades do sistema de relato rios e garantir o cumprimento de suas recomendaço es (Ramos, 2016, p. 89). Dada a fra gil vinculatividade das observaço es conclusivas, os comite s instituí ram mecanismos para garantir a elas maior efetividade. Assim, em alguns casos (como no Comite de Direitos Humanos), requer-se ao Estado que informe sobre medidas adotadas para a incorporaça o das recomendaço es. Ademais, e comum que, nos procedimentos de relatoria subsequentes, o comite requeira informaço es acerca da aplicaça o das concluso es do relato rio anterior” Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 51 e 52). --- Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 11 Tema: Sistema Europeu de Direitos Humanos “O sistema europeu sofreu profunda modificaça o. Funcionando, anteriormente,com uma Comissa o e uma Corte, com a emenda adotada pelo protocolo de 11 de maio de 1994, que entrou em vigor em 1º de novembro de 1998, passou a contar com apenas uma Corte, reestruturando- se os mecanismos origina rios. O protocolo 11 jurisdicionaliza o sistema de proteça o, permitindo o ingresso direto das ví timas a Corte. Essa jurisdicionalizaça o total do processo de proteça o - necessariamente acompanhada pelo direito de qualquer indiví duo, que se encontre em um dos Estados-parte, a demandar diretamente contra os Estados ante um Tribunal internacional - entrou em vigor na Europa ao mesmo tempo em que ocorriam avanços substanciais no processo de unificaça o de alguns paí ses, tais como a eliminaça o total de barreiras impositivas e a adoça o de uma moeda u nica” (Fonte: BICUDO, He lio. Defesa dos direitos humanos: sistemas regionais. Estud. av., Sa o Paulo, v. 17, n. 47, p. 225-236, Apr. 2003. Available from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010340142003000100014&lng=en &nrm=iso). “A Convença o Europeia de Direitos Humanos e o principal documento do SEDH e carrega importa ncia histo rica significativa. Tem como inspiraça o a Declaraça o Universal dos Direitos Humanos, expressamente referenciada em seu texto, sendo o primeiro documento legal a exigir dos Estados signata rios obrigaço es jurí dicas vinculantes nela baseadas, dando formato jurí dico a superaça o da ideia de que a proteça o de direitos e questa o a ser resolvida ta o so em jurisdiça o dome stica”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 90). --- “A versa o atual da Corte Europeia de Direitos Humanos (EDH) e resultado de um processo de longa duraça o que passou por diversos perí odos: o de criaça o (1950-1959), que culminou com a constituiça o do Tribunal de Estrasburgo; o perí odo de desenvolvimento, que vai desde 1959 ate a entrada em vigor do Protocolo n° 11 de 1998, e o surgimento de um “novo tribunal”; o perí odo de funcionamento desse novo Tribunal, ate a reforma levada a cabo pelo Protocolo n° 14, de 2010, e, finalmente, o u ltimo perí odo, com a entrada em vigor do referido protocolo e as novidades por ele introduzidas (Guerra, 2013)”. “Apo s ser recebida a queixa redigida pela ví tima, uma ana lise de admissibilidade e previamente realizada. Nela, verifica-se a compete ncia material, pessoal, temporal e territorial. A admissibilidade de demanda individual e realizada pelos magistrados da Corte EDH, que na o podera ser um dos indicados pelo Estado contra quem esta for apresentada. Caso a petiça o na o cumpra com as condiço es necessa rias conforme a Convença o EDH, sera rejeitada. Na ana lise, o juiz levara em conta tambe m o prejuí zo significativo sofrido pelo peticiona rio em decorre ncia da violaça o de direitos previstos na Convença o, como ja decidido em alguns casos, considerando-se uma nova condiça o de admissibilidade a partir do Protocolo n. 14. E possí vel que haja rejeiça o parcial ou total. A decisa o que declara inadmissí vel a queixa e definitiva e irrevoga vel e, enta o, o caso e concluí do”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 110). --- Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 12 “O procedimento da Corte EDH e regido pela Convença o, em menor parte, mas principalmente seu Regulamento (Rules of Court). Este e composto por 111 artigos e e de autoria da pro pria Corte, conforme previsto no art. 25, “d”, da Convença o. A legitimidade ativa se refere a indiví duos, a grupos de indiví duos, a ONGs ou mesmo Estado que alegue ter sido ví tima de violaça o, caso no qual um Estado apresentara queixa em face de outro. Ale m disso, a jurisprude ncia da Corte EDH reconheceu a possibilidade de pessoas jurí dicas no polo ativo das demandas, como no Caso Autronic AG vs. Suí ça (Council of Europe, 1990). E um elemento marcante do SEDH a possibilidade de que indiví duos acionem diretamente o sistema de proteça o por meio da Corte, sendo que qualquer pessoa, grupo ou ONG podera acessar o organismo responsa vel pela supervisa o no caso de queixas individuais”. “Ale m desse instrumento, em junho de 2009 a Corte EDH adotou uma polí tica de prioridade no processamento das petiço es, visando agilizar o procedimento de casos mais urgentes, estabelecendo sete categorias. Essa polí tica foi revista em maio de 2017, sendo atualmente as categorias que te m prioridade na tramitaça o (Council of Europe, 2017): (i) Queixas urgentes: em que ha risco particular a vida ou a integridade fí sica do peticiona rio; quando o peticiona rio estiver preso como conseque ncia direta da violaça o da Convença o alegada; quando se trate de circunsta ncias relacionadas a esfera pessoal ou familiar do peticiona rio, especialmente quando o bem-estar de uma criança e envolvido; (ii) Impacto na efetividade do Sistema Convencional ou Questo es de Interesse Geral: sa o as primeiras queixas que possam ter efeitos na efetividade do sistema, seja uma situaça o estrutural que na o tenha sido analisada pela Corte EDH ate o momento, como os julgamentos piloto, sejam aquelas situaço es que se referem a questo es capazes de trazer implicaço es a legislaça o dome stica do Estado ou ao SEDH; (iii) Artigos 2 ,3 ,4 ou 5, para grafo 1°, da Convença o Europeia: as queixas que se relacionem a esses artigos, definidos como “core rights"; (iv) Queixas potencialmente bem fundamentadas nos artigos alegados; (v) Queixas que tragam questo es ja julgadas por meio de um caso paradigma tico de ou julgamento piloto {“well established case-law cases"); (vi) Queixas identificadas como tendo problemas de admissibilidade; (vii) Queixas que sejam manifestamente inadmissí veis”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 107 e 108). --- “E certo que o mecanismo europeu de controle sofria, desde sua origem, de duas deficie ncias: sua complexidade tornava o procedimento de controle pouco visí vel para os peticiona rios; seu cara ter hí brido, meio jurisdicional, meio polí tico, afetava sua credibilidade. A verdade, entretanto, e que o sistema inicial adotado (Comissa o, Corte, Comite de Ministros do Conselho da Europa) na o se adaptou ao volume de denu ncias individuais apresentadas” (Fonte: BICUDO, He lio. Defesa dos direitos humanos: sistemas regionais. Estud. av., Sa o Paulo, v. 17, n. 47, p. 225- 236, Apr. 2003. Disponí vel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010340142003000100014&lng=e n&nrm=iso>.) “O Comite de Ministros e formado pelos Ministros de Relaço es Exteriores de cada Estado-membro do Conselho da Europa. Trata-se do o rga o responsa vel pela execuça o das sentenças. Apo s ser proferida uma sentença pela Corte EDH, esta e encaminhada ao Comite de Ministros, que deve supervisionar sua aplicaça o, visando, por exemplo, assegurar pagamentos de compensaço es financeiras. O Comite e regido pelo seu pro prio Regulamento — o Regulamento para Supervisa o e Execuça o das Sentenças e Acordos Amistosos. Portanto, tanto as sentenças quanto os acordos, bem como casos envolvendo margem de apreciaça o, sera o Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 13 supervisionados pelo o rga o. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 115). --- “Trata-se deprincí pio de grande importa ncia para o Sistema Europeu, como se nota pelo Protocolo n° 15 a Convença o Europeia de Direitos Humanos (doravante CEDH), que visa a alterar o prea mbulo do tratado, para incluir em sua redaça o uma mença o ao princí pio da subsidiariedade e a margem de apreciaça o nacional. Observa-se que o Protocolo n° 15 so entrara em vigor quando todos os Estados partes da CEDH o assinarem e ratificarem, o que ainda na o aconteceu. O seu artigo 1° preve : Artigo 1° No fim do prea mbulo da Convença o, e aditado um novo considerando, cuja redaça o e a seguinte: «Afirmando que, em conformidade com o princí pio da subsidiariedade, incumbe em primeiro lugar a s Altas Partes Contratantes assegurar os direitos e liberdades definidos nesta Convença o e nos respetivos Protocolos, e que ao faze -lo elas gozam de uma margem de apreciaça o, sob a supervisa o do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos criado por esta Convença o» (Fonte: CERQUEIRA BASTOS NETTO, Cla udio. O PRINCI PIO DA MARGEM DE APRECIAÇA O NACIONAL: EM BUSCA DO TERRENO COMUM. Rev. secr. Trib. perm. revis., Asuncio n , v. 6, n. 11, p. 66-87, Apr. 2018. Available from http://scielo.iics.una.py/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S230478872018001100066&lng= en&nrm=iso). “Uma das caracterí sticas mais significativas da jurisdiça o da Corte EDH e a doutrina da “margem de apreciaça o" (margin of appreciation). A funça o jurisdicional de qualquer tribunal e marcada pelo cara ter definitivo de seus pronunciamentos finais, que na o podem ser revogados nem alterados por nenhuma outra insta ncia. Tal força se materializa nas sentenças do Tribunal, as quais, no a mbito do SEDH, sa o expressadas a partir do art. 46.1 da Convença o EDH, estabelecendo que os Estados-membros se comprometem a acatar as deciso es da Corte (Council of Europe, 2013). A margem de apreciaça o na o esta prevista no texto da Convença o EDH, mas foi construí da pela Corte em sua jurisprude ncia, sendo o primeiro dos Tribunais a trazer esse conceito. Desde a primeira apariça o, foi fundamento de centenas de deciso es, passando a ser aplicada em outras Cortes ale m da Corte EDH - contudo, em menor freque ncia. Sua releva ncia para o direito internacional dos direitos humanos e indiscutí vel, permanecendo ate hoje como grande objeto de discussa o internacionalmente. Ao mesmo tempo, sua definiça o e vista de forma problema tica por muitos autores (Legg, 2012, p. 39), havendo sido amplamente comentada e, na o raro, criticada. De toda forma, e a margem de apreciaça o uma doutrina criada jurisprudencialmente, consolidada ao longo do tempo por meio dos julgamentos de casos. Ela encontra seu fundamento na subsidiariedade da jurisdiça o internacional e dispo e que determinadas questo es pole micas relacionadas com as restriço es estatais a direitos protegidos devem ser discutidas e dirimidas pelas comunidades nacionais, na o podendo o juiz internacional aprecia -las. Assim, reflete a concepça o de que a responsabilidade pela proteça o dos direitos humanos esta atrelada primariamente aos Estados contratantes da Convença o. A ideia de defere ncia no exercí cio judicial aparece no sentido de que o Estado tem espaço para definir e processar determinado caso”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 88 e 89). Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 14 Tema: Sistema Interamericano de Direitos Humanos “Ao longo de sua existe ncia, a Corte IDH tem se debruçado sobre os mais diversos temas concernentes aos direitos humanos nas Ame ricas, estabelecendo para metros mí nimos de proteça o. Sua jurisprude ncia reveste-se de imensa importa ncia na medida em que traduz a interpretaça o da Corte IDH acerca da Convença o Americana sobre Direitos Humanos (CADH), afirmando o seu cara ter de instrumento vivo, que se renova e se ressignifica ao longo do tempo. Ao ratificar a CADH, os Estados se comprometem a realiza -la, o que inclui sua interpretaça o”. Para que se possa compreender a jurisprude ncia da Corte IDH em uma perspectiva mais ampla, adota-se a classificaça o de Fla via Piovesan (2017), a qual agrupa as deciso es da Corte em seis grandes temas: violaço es que refletem o legado do regime ditatorial; violaço es que refletem questo es da justiça de transiça o; violaço es que refletem desafios acerca do fortalecimento de instituiço es e da consolidaça o do Estado de Direito (rule of law), violaço es de direitos de grupos vulnera veis; violaço es de direitos sociais; violaço es de novos direitos da agenda contempora nea”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 160). --- “O continente americano nos da o segundo exemplo de regionalizaça o dos Direitos Humanos, no a mbito da OEA e da cooperaça o interamericana, ao instituir um mecanismo de proteça o sofisticado, fortemente inspirado no modelo europeu. A qualidade do discurso de proclamaça o contrasta - deve-se afirmar - singularmente, com a situaça o real dos Direitos Humanos na Ame rica Central ou na Ame rica do Sul”. (Fonte: BICUDO, He lio. Defesa dos direitos humanos: sistemas regionais. Estud. av., Sa o Paulo, v. 17, n. 47, p. 225-236, Apr. 2003. Available from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010340142003000100014&lng=en &nrm=iso). O SIDH e composto por dois regimes: um baseado na Carta da OEA, cujo o rga o de salvaguarda e a Comissa o IDH, e outro fundamentado na CADH, conhecida como Pacto de Sa o Jose da Costa Rica, o qual compreende a mesma Comissa o e a Corte IDH. Os antecedentes do SIDH sa o marcados pela Declaraça o Americana dos Direitos e Deveres do Homem, de 1948, bem como por outros instrumentos jurí dicos que o precederam. E o caso de convenço es sobre direitos de estrangeiros e de cidada os naturalizados, sobre asilo, sobre direitos da mulher, bem como de resoluço es e declaraço es das confere ncias interamericanas sobre direitos humanos. O perí odo de formaça o do sistema propriamente dito surgiu com a criaça o da Comissa o CIDH e com o gradual aumento de suas compete ncias. O sistema foi, enta o, consolidado a partir da entrada em vigor da CADH e vive sua fase de aperfeiçoamento por meio do surgimento de novos tratados, ale m da importante jurisprude ncia desenvolvida pela Corte IDH (Trindade, 2000, p. 107-108). Apesar de a Comissa o IDH fazer parte de ambos os regimes (tanto da OEA quanto da CADH), estes na o se confundem. Enquanto no a mbito da OEA todos os Estados-membros da organizaça o compo em essa estrutura, no a mbito da CADH apenas aqueles que a ratificaram se comprometem com o seu texto. O regime baseado na CADH conta, ainda, com a Corte IDH, cuja jurisdiça o precisa ser aceita de forma expressa pelos Estados”. Em sí ntese, o surgimento do SIDH se deu no contexto do po s-Segunda Guerra Mundial. Primeiramente, os Estados americanos aprovaram dois importantes instrumentos jurí dicos em mate ria de direitos humanos: a Carta da OEA e a Declaraça o Americana dos Direitos e Deveres do Homem. Em seguida, elaborou-se um projeto de Convença o sobre Direitos Humanos e se criou a Comissa o Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 15 Interamericana de Direitos Humanos. Apo s a formalizaça o de projeto pro prio da Comissa o IDH, foi aprovado o texto da CADH, em Sa o Jose da Costa Rica. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 132 e 133). --- “A Convença o Americana de DireitosHumanos (CADH) se insere em um contexto de proteça o integral e progressivo desenvolvimento de direitos humanos, sendo complementada normativamente por outras convenço es e protocolos, que visam expandir seu horizonte de proteça o. Esses instrumentos compo em o corpus iuris interamericano cujo objetivo e a garantia de maior proteça o a pessoa humana”. “Os instrumentos que compo em o corpus iuris interamericano sa o: “ O Protocolo de Sa o Salvador, ou Protocolo em Mate ria de Direitos Econo micos Sociais e Culturais, de 1988, e o Protocolo relativo a Aboliça o da Pena de Morte, de 1990, constituem os protocolos adicionais a CADH. Ha , ainda, outras convenço es especí ficas que compo em o SIDH. Sa o elas: a Convença o Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura; a Convença o Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Viole ncia contra a Mulher (Convença o de Bele m do Para ); a Convença o Interamericana para a Eliminaça o de Todas as Formas de Discriminaça o contra as Pessoas Portadoras de Deficie ncia; e a Convença o Interamericana sobre Desaparecimento Forçado de Pessoas”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 134). --- “A Convença o Americana de Direitos Humanos (CADH) direciona, precipuamente, suas preocupaço es aos direitos civis e polí ticos, de sorte que o direito a liberdade (art. 7º da CADH) e extremamente relevante. Ale m de vedar a privaça o de liberdade de maneira geral, proí be-se a detença o e o encarceramento arbitra rios, definindo que toda pessoa tem o direito a ser informada das razo es que levaram a privaça o de sua liberdade”. “Princí pio pro persona - tambe m conhecido como princí pio da norma mais favora vel. Ou seja, quando houver duas normas disciplinando a mate ria, cabera ao inte rprete adotar a posiça o mais protetiva (art. 29 da CADH). Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 138). --- “A Convença o Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Viole ncia contra a Mulher foi concluí da em 1994, em Bele m do Para (Brasil), como uma resposta a viole ncia ende mica contra a mulher que ocorre nas Ame ricas, com entrada em vigor em 1995. O Brasil assinou a Convença o no momento de sua conclusa o e a ratificou em 1995”. “A Convença o define a viole ncia contra a mulher como “qualquer ato ou conduta baseada no ge nero, que cause morte, dano ou sofrimento fí sico, sexual ou psicolo gico a mulher, tanto na esfera pu blica como na esfera privada” (art. I° da Convença o de Bele m do Para ). Conforme o art. 2°, e abarcada pela Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 16 Convença o qualquer viole ncia (Comissa o IDH; OEA, 1994a): a. ocorrida no a mbito da famí lia ou unidade dome stica ou em qualquer relaça o interpessoal, quer o agressor compartilhe, tenha compartilhado ou na o a sua reside ncia, incluindo-se, entre outras formas, estupro, maus-tratos e abuso sexual; b. ocorrida na comunidade c cometida por qualquer pessoa, incluindo, entre outras formas, estupro, abuso sexual, tortura, tra fico de mulheres, prostituiça o forçada, sequestro e asse dio sexual no local de trabalho, bem como em instituiço es educacionais, serviços de sau de ou qualquer outro local; e c. perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 141 e 142). --- “Mencionamos tambe m o Caso Atala Riffo vs. Chile, primeira vez em que a Corte IDH se manifestou sobre a questa o LGBTI, ressaltando o dever do Estado de adotar medidas para reverter ou mudar situaço es discriminato rias, o que inclui a atuaça o perante terceiros (Corte IDH, 2012b, para grafo 80). Referido posicionamento foi ressaltado no Caso Angel Alberto Duque vs. Colo mbia, em que a Corte IDH ressaltou a obrigaça o estatal de implementar todas as medidas para assegurar o acesso em igualdade de condiço es a serviços pu blicos (Corte IDH, 2016a, para grafo 110). No mesmo sentido, evidenciamos o Caso Homero Flor Freire vs. Equador, que trata da impossibilidade de discriminaça o por orientaça o sexual nas forças armadas equatorianas (Corte IDH, 2016b)”. “Essa u ltima categoria enquadra casos que dizem respeito a novos direitos da agenda contempora nea; em especial, os direitos reprodutivos e referentes a questa o LGBTI. Nesse a mbito, ressaltamos o Caso Artavia Murillo e outros vs. Costa Rica, em que a Corre IDH se manifestou ante uma proibiça o absoluta da fecundaça o in vitro. Ressaltou as implicaço es da normativa em diferentes aspectos da vida privada, relacionados ao direito a fundar uma famí lia, direito a integridade fí sica e mental e, especificamente, os direitos reprodutivos (Corte IDH, 2012a, para grafo 144). Considerou ainda que a interrupça o de processos de fertilizaça o in vitro viola a integridade pessoal, liberdade pessoal, vida privada, intimidade e autonomia reprodutiva (para grafo 314). Exigiu-se que o Estado adequasse sua normativa a fim de que pudesse oferecer a populaça o me todos de reproduça o assistida, para dar resposta aos casais com problemas de fertilidade”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 166). --- “Acionar a Comissa o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), nesse sistema, tem como objetivo a produça o de recomendaço es aos Estados-membros para a observa ncia e a garantia dos direitos humanos, criando, ao longo dos anos, uma cultura de proteça o e promoça o de direitos. Ale m disso, apo s a admissibilidade da denu ncia e o iní cio da averiguaça o da violaça o por parte da Comissa o IDH, o Estado-re u e acionado para apresentar sua defesa, o que revela a importa ncia dada ao princí pio do contradito rio e da ampla defesa, conforme o art. 37.1 do Regulamento da Comissa o Interamericana de Direitos Humanos (OEA, 2009) ”. Os requisitos de admissibilidade perante a Comissa o IDH podem ser identificados na pa gina 148 do livro base da disciplina e compreendem: o esgotamento dos recursos internos, de acordo com os Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 17 princí pios de direito internacional; a apresentaça o da representaça o no prazo de seis meses, contados a partir da data da notificaça o da decisa o jurí dica interna; e a inexiste ncia de litispende ncia em outro processo internacional. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 148). --- “A obrigaça o de respeito aos direitos humanos corresponde a uma obrigaça o negativa, ou seja, impo e ao Estado o dever de na o violar direitos - Caso Velasquez Rodriguez vs. Honduras (Corte IDH, 1988). A obrigaça o de garantia, por outro lado, traduz-se em uma obrigaça o positiva, no sentido de que o Estado implemente toda uma estrutura de prevença o de violaço es de direitos humanos. Na o se trata de uma norma programa tica, mas de uma legí tima obrigaça o estatal, podendo o Estado ser demandado por falhas ao evitar que pessoas fí sicas ou jurí dicas, independentemente de ví nculo estatal, violem direitos humanos - Caso Ximenes Lopes vs. Brasil (Corte IDH, 2006) e Caso Blake vs. Guatemala (Corte IDH, 1998). Essas obrigaço es sa o complementadas ainda pelo dever imposto aos Estadosde incorporar, nos ordenamentos internos, as previso es convencionais (art. 2° da CADH) ”. A Convença o Americana de Direitos Humanos, ou Pacto de Sa o Jose da Costa Rica, e o instrumento central do SIDH. Na o obstante ter participado das deliberaço es acerca da CADH, o Brasil so a ratificou em 25 de setembro de 1992. Ao ratificar a CADH, o Brasil inicialmente na o reconheceu a jurisdiça o da Corte IDH (art. 62.1 da CADH), tendo feito isso apenas em 1998...” (p. 134). “...CADH, para ale m de ser o instrumento de direitos humanos mais importante das Ame ricas, apresenta disposiço es de cara ter autoexecuto rio e auto nomo, operando por si mesma, sem demandar a complementaça o por atos legislativos internos, ainda que incentive o Estado a faze -lo a fim de expandir a proteça o conferida...” (p. 135). Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 134 e 135). --- “A Corte Interamericana de Direitos Humanos e composta por sete juí zes eleitos pela Assembleia Geral da OEA, escolhidos de uma lista de pessoas com alta autoridade moral e conhecimento em direitos humanos, indicadas pelos Estados-membros, as quais podem apresentar ate tre s nomes, sendo um deles necessariamente cidada o de outro Estado-membro que na o o proponente. O mandato dos juí zes e de seis anos, com possibilidade de uma reconduça o (arts. 52, 53 e 54 da CADH)”. “Vale ressalvar a importa ncia de se atestar a compatibilidade do caso concreto a s compete ncias da Corte IDH, quais sejam: rationae personae, rationae materiae e rationae temporis. Essas compete ncias sa o tidas tambe m como requisitos de admissibilidade perante a Corte IDH. Rationae personae: Nada mais e do que a definiça o dos legitimados a postular casos perante a Corte IDH. Como ja foi mencionado, somente os Estados-membros e a Comissa o IDH apresentam essa compete ncia, ante a inexiste ncia do direito de petiça o individual. Rationae materiae: A Corte tem compete ncia para conhecer qualquer caso relativo a interpretaça o e a aplicaça o das disposiço es dessa Convença o que lhe seja submetido, atentando-se ao fato da necessidade de o Estado-membro ter reconhecida sua jurisdiça o. Rationae temporis: Conforme disposto no art. 62.2 da CADH, as Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 18 denu ncias devem ser apresentadas em prazo determinado, ou seja, o Estado-membro, quando aceitar a jurisdiça o da Corte IDH, pode delimitar se as violaço es ocorridas antes da data de ratificaça o podem ser objeto de lití gio, ou se somente as violaço es ocorridas apo s o aceite podem ser demandadas”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 153). Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 19 Tema: O Sistema Africano de proteção dos direitos humanos “A Carta constitui um aporte importante ao desenvolvimento do direito regional africano e cobre uma lacuna essencial em mate ria de direitos humanos. Ela entrou em vigor somente em 21 de outubro de 1996 com o objetivo de priorizar os direitos dos povos. Tais direitos sa o concebidos como um direito a independe ncia e na o como um direito a secessa o, ao qual a pra tica da Unia o Africana e totalmente contra ria, em nome do princí pio da intangibilidade das fronteiras da integridade territorial. As disposiço es da Carta relativas ao direito dos povos sa o tambe m a expressa o, a mais clara, da tende ncia moderna a coletivizaça o dos direitos do homem. Sob esse aspecto, a Carta apresenta a singularidade de fazer coabitar conceitos aparentemente antago nicos: indiví duo e povo, direitos individuais e direitos coletivos, direitos da chamada "terceira geraça o" (direitos sociais, econo micos e culturais) e direitos cla ssicos (civis e polí ticos)” (Fonte: BICUDO, He lio. Defesa dos direitos humanos: sistemas regionais. Estud. av., Sa o Paulo, v. 17, n. 47, p. 225-236, Apr. 2003. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010340142003000100014&lng=e n&nrm=iso>). A Carta Africana, mais importante instrumento regional de direitos humanos, conta com 54 ratificaço es, quase a totalidade dos Estados-membros da Unia o Africana (55 Estados). A exceça o e o Marrocos, paí s que, apesar do recente retorno a organizaça o, ainda na o assinou o tratado referente a proteça o de direitos humanos no continente. A Carta e dividida em tre s partes. A primeira delas congrega os direitos humanos e dos povos, bem como os deveres dos indiví duos; a segunda se refere a s medidas de proteça o, relativas ao estabelecimento, ao mandato e ao procedimento da Comissa o ADHP; a terceira conte m disposiço es gerais”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 179). --- “O Protocolo de Maputo na o possui o rga o especí fico de supervisa o. A Corte Africana e o palco competente para analisar questo es de interpretaça o decorrentes da aplicaça o ou da implementaça o do Protocolo. Ale m disso, o art. 26 do documento dispo e que, nos relato rios do art. 62 da Carta Africana, os Estados-partes do Protocolo tambe m devera o indicar medidas adotadas para a plena realizaça o dos direitos estampados no Protocolo”. “Adotado em 2003 e em vigor desde 2005, o Protocolo sobre os Direitos das Mulheres na A frica, tambe m denominado Protocolo de Maputo, conta com 39 ratificaço es, 13 assinaturas e tre s Estados que na o o ratificaram, tampouco o assinaram (Botsuana, Egito e Marrocos). Suas disposiço es sa o bastante completas e abrangem diversos ní veis de proteça o dos direitos das mulheres. Ressaltamos o recorte interseccional, que revela preocupaça o em proteger as mulheres em diferentes conjunturas, sejam refugiadas, viu vas, casadas, idosas, com deficie ncia ou atingidas por conflitos armados. Busca consolidar a luta contra pra ticas discriminato rias de qualquer espe cie, incluindo a viole ncia dome stica e os abusos que decorrem de tradiço es culturais africanas, como a mutilaça o genital feminina e a realizaça o de casamentos sem o consentimento da mulher. Tambe m procura garantir o direito a educaça o e a participaça o das mulheres nos processos polí ticos deciso rios. Trata-se do primeiro tratado internacional que conte m previso es sobre direitos sexuais e reprodutivos, ale m de se referir expressamente a Sida/HIV neste contexto”. Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 20 Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 187). --- “A Carta Africana criou, em seu artigo 30, uma Comissa o africana do homem e dos povos. Trata- se de um o rga o te cnico independente, composto por catorze membros escolhidos por suas qualidades pessoais, encarregado da promoça o e da proteça o dos direitos do homem. Para esse efeito, a Comissa o pode ser solicitada pelas faltas de um Estado a s disposiço es convencionais, provocada por outro Estado ou por particulares” (Fonte: BICUDO, He lio. Defesa dos direitos humanos: sistemas regionais. Estud. av., Sa o Paulo, v. 17, n. 47, p. 225-236, Apr. 2003. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010340142003000100014&lng=en &nrm=iso). “Compete ncias da Comissa o Africana de Direitos Humanos e dos Povos: (1). Organizar pesquisas, estudos e informaço es sobre questo es atinentesaos direitos humanos e dos povos no continente africano, encorajando organismos nacionais e locais, assim como elaborando pareceres e recomendaço es aos governos; (2). Elaborar princí pios e regras que possam ser tomados como base na adoça o de textos legislativos e que permitam resolver problemas jurí dicos relativos ao gozo dos direitos humanos e dos povos e das liberdades fundamentais; (3). Cooperar com outras instituiço es africanas ou internacionais que se dedicam a promoça o e a proteça o dos direitos humanos e dos povos; (4). Interpretar as disposiço es da Carta Africana; (5). Executar eventuais tarefas definidas pela Confere ncia dos Chefes de Estado e de Governo (art. 45 da Carta Africana) ”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 189). --- “Os Estados-partes devem apresentar relato rios perio dicos a cada dois anos, contados da entrada em vigor da Carta Africana para o Estado em questa o, nos quais devem constar as medidas tomadas, de ordem legislativa ou na o, para efetivar as previso es da Carta, uma descriça o do progresso feito ate enta o e os desafios ainda enfrentados na efetivaça o dos direitos (art. 62 da Carta Africana) ”. “No exercí cio de suas funço es na o contenciosas, a Comissa o ADHP (i) elabora relato rios tema ticos e de atividades; (ii) aprecia os relato rios perio dicos dos Estados-partes; (iii) interpreta os dispositivos da Carta Africana; (iv) realiza investigaço es; e (v) cria relatorias especiais, grupos de trabalho e comite s”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 190). --- “Tem destaque especial, contudo, a dimensa o coletivista dos direitos dos povos consagrados no instrumento (arts. 19 a 24), conseque ncia de um movimento que buscou construir um documento pro prio para a A frica, demonstrando que a visa o individualista dos direitos Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 21 humanos no Ocidente na o se mostrava adequada, de plano, a s sociedades africanas. O resultado foi uma carta de direitos humanos marcada pela empatia e que, ao tratar em pe de igualdade direitos individuais e direitos coletivos, foi revoluciona ria (Yusuf, 2014, p. 42) ”. O conceito de povo no Sistema Africano, importante para que se interpretem os direitos dos povos, desenvolveu-se progressivamente com as deciso es da Comissa o ADHP. Foi no Caso Kevin Mgwanga Gunme e outros vs. Camaro es (Comissa o ADHP, 2009b, para grafos 178-179) que se buscou delinear o que seria povo no contexto da Carta Africana, fixando-se premissas depois replicadas em outras deciso es e que valorizam o crite rio de autoidentificaça o, como no Caso Sudan Human Rights Organisation and Centre on Housing Rights and Evictions (COHRE) vs. Suda o (Comissa o ADHP, 2009c, para grafo 220). A qualificaça o de povo se refere a numerosas caracterí sticas e afinidades entre as pessoas que o constituem, muitas delas visualiza veis externamente - incluindo uma histo ria comum, tradiço es linguí sticas, conexa o territorial e perspectiva polí tica. Mais importante, entretanto, e o fato de o povo se autoidentificar como tal. Para a Comissa o, conforme o Caso Kevin Mgtvanga Gunme e outros vs. Camaro es (Comissa o ADHP, 2009b, para grafos 178-179), a identidade e uma caracterí stica inata em um povo, sendo inadmissí vel sua negaça o, cabendo apenas seu reconhecimento”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 203). --- “Na o se pode olvidar que a Carta Africana, instrumento base do Sistema, reflete a identidade cultural africana e pauta-se na indivisibilidade dos direitos humanos na luta anticolonialista. Essas caracterí sticas se estendem ao funcionamento e a organizaça o da Comissa o e da Corte africanas, as quais te m dado os primeiros passos em direça o a efetivaça o dos direitos humanos e dos povos no continente, levando em consideraça o as particularidades que o tornam í mpar”. O Regimento Interno da Comissa o reconhece a s ONGs o status de observadoras e lhes permite e encoraja a apresentaça o de relato rios paralelos aos relato rios estatais. Trata-se dos chamados relato rios sombra, ou shadow reports. Nesse sentido, merece destaque a participaça o da sociedade civil no Sistema Africano, que, por vezes, se mostra como a força motriz do Sistema” (p. 190). E, ainda, “Organizaço es intergovernamentais podem submeter demandas a Corte Africana, bastando o reconhecimento de jurisdiça o pelo Estado em questa o. Aspecto interessante tambe m diz respeito a possibilidade de acesso direto de indiví duos e ONGs perante a Corre Africana, desde que o Estado tenha feito declaraça o expressa nesse sentido, nos termos do art. 34(6) do Protocolo a Carta Africana. Esses traços distintivos revelam que o Sistema Africano procurou ampliar as possibilidades de demandas a serem apresentadas” (p. 213). Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 190 e 213). --- “A compete ncia contenciosa da Comissa o ADHP e acionada por comunicaço es estatais ou individuais que denunciem a violaça o dos direitos humanos e dos povos por parte de Estados que tenham ratificado a Carta Africana. Apresentadas as comunicaço es, a Comissa o deve, apo s exame e deliberaça o sigilosos, emitir um relato rio descrevendo os fatos do caso, as concluso es a que chegou e, quando entender cabí vel, as recomendaço es que emite ao Estado demandado. Apenas apo s consideraça o e aprovaça o pela Confere ncia dos Chefes de Estado e de Governo da Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 22 Unia o Africana e que o relato rio pode ser publicado. As comunicaço es podem ser interestatais, quando um Estado alega a violaça o por outro Estado, ou individuais, quando indiví duos (na o necessariamente as ví timas do fato) ou organizaço es da sociedade civil alegam o cometimento de violaço es por um ou mais Estados. Por mais que apenas as comunicaço es interestatais estejam expressamente previstas na Carta, qualquer indiví duo ou ONG pode apresentar uma comunicaça o a Comissa o. Para faze -lo, os indiví duos na o precisam ser cidada os nem estar registrados no Estado contra o qual a comunicaça o e realizada, bem como as ONGs na o precisam deter o status de observadoras”. “As comunicaço es recebidas pela Comissa o que na o emanam dos Estados-partes, para serem examinadas, devem: (1) indicar a identidade de seu autor; (2) ser compatí veis com a Carta Africana; (3) na o conter termos ultrajantes ou insultuosos; (4) na o se limitar exclusivamente a reunir notí cias difundidas por meios de comunicaça o de massa; (5) ser posteriores ao esgotamento dos recursos internos, se existirem, a menos que o processo relativo a esses recursos se prolongue de modo anormal; (6) ser apresentadas a Comissa o num prazo razoa vel, apo s o esgotamento dos recursos internos ou apo s a data em que a Comissa o primeiro conheceu da mate ria; (7) na o dizer respeito a casos que ja tenham sido resolvidos em conformidade com certos princí pios de direito internacional (art. 56 da Carta Africana)”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 194). --- “Na o sem desafios e que o Sistema Africano tem se consolidado.Exemplo disso e a incipiente jurisprude ncia da Corte Africana, bastante focada em aspectos processuais. A Corte e alvo de diversas crí ticas, justamente porque alguns entendem que sua implementaça o teria sido fruto de pressa o exercida pela sociedade internacional, a qual teria exigido a instituiça o de o rga o jurisdicional para atribuir mais legitimidade ao Sistema Africano. Na o obstante, fato e que, aos poucos, a Corte tem demonstrado sua to nica protetiva dos direitos humanos e dos povos, tal qual no recente julgamento envolvendo direitos dos povos indí genas”. E necessa rio destacar que, mesmo com a criaça o da Corte ADHP, e a Comissa o o o rga o protagonista do Sistema Africano - diferentemente dos Sistemas Europeu e Interamericano. Isso se deve a tre s motivos principais: (i) a Comissa o foi o primeiro o rga o a ser estabelecido no a mbito africano de proteça o dos direitos humanos, raza o pela qual (ii) conta com maior nu mero de Estados-membros do que a Corte ADHP, uma vez que (iii) esta em consona ncia com a tradiça o histo rica na o litigiosa do continente africano”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 186). --- Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 23 Tema: Sistema Constitucional Brasileiro de proteção dos direitos humanos “Os direitos humanos se encontram em uma a rea do direito internacional que visa a igualdade, proteça o da dignidade humana, proteça o contra excesso de poder, polí ticas pu blicas que possam dar melhores condiço es de sau de e de vida para a populaça o, tendo sempre a frente o tratamento igualita rio sem distinça o de raça, cor, sexo e religia o e outros. Os Direitos Humanos, atualmente, esta o positivados na Constituiça o Federal, fato que garante que sejam respeitados e garante sua proteça o”. (Fonte: LENCI PACCOLA, Amanda Thereza. Proteça o internacional dos direitos humanos. Rev. secr. Trib. perm. revis., Asuncio n, v. 5, n. 10, p. 227-245, Oct. 2017. Available from http://scielo.iics.una.py/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S230478872017001000227&lng= en&nrm=iso). “Desse modo, embora tais conceitos na o se confundam, ha uma conexa o intrí nseca entre o interesse juridicamente protegido (direito) pela ordem constitucional e o respectivo meio de defesa de tal interesse (garantia), tambe m previsto na mesma ordem. Assim, o habeas data visa a proteça o do direito a informaça o (art. 50, LXXII); o mandado de segurança protege direito lí quido e certo anteato abusivo imputa vel aos poderes pu blicos (art. 50, LXIX); o habeas corpus protege - inclusive em cara ter preventivo - a injusta constriça o da liberdade individual e a coaça o ilegal (art. 50, LXVIII), entre outras conexo es possí veis”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 224). --- “Mostra-se oportuna, nesse momento, a avaliaça o dos mecanismos de controle, exercidos internamente e internacionalmente, que impedem - ou retratam - a violaça o de direitos humanos por meio de atos normativos incompatí veis com os instrumentos ratificados pelo Brasil e incorporados em acordo com o disposto na seça o anterior. Trata-se do controle de convencionalidade, nacional ou internacional, da adequaça o dessas normas”. De acordo o livro base da disciplina, “podemos resumir os pontos essenciais tratados pela Corte IDH no contexto de controle de convencionalidade abaixo. Trata-se da verificaça o de compatibilidade dos atos normativos internos de um Estado com a Convença o Americana de Direitos Humanos e demais convenço es de direitos humanos, bem como com a jurisprude ncia contenciosa e consultiva da Corte. E uma obrigaça o imposta a toda autoridade pu blica no exercí cio de suas compete ncias. Impo s-se que o controle seja realizado ex officio”. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 237) – (Adaptado). --- “Os sentidos dos dia logos aqui tomados sa o mais amplos, marcados pelas trocas e pela integraça o argumentativa livre entre inte rpretes e aplicadores do direito, pautados nos compartilhamentos constitucionais, assumindo contornos mais abertos e, portanto, mais democra ticos, porque na o dependem apenas de um espaço estatal-institucional. Na o se restringem apenas ao campo normativo nem ao a mbito jurisprudencial, portanto, na o se trata apenas de um dia logo entre juí zes ou Cortes. Exemplo disso e o caso da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Brasil, 2006) - a Lei Maria da Penha –, que e dia logo entre o rga os polí ticos Contato do Curso pelo 0800 727 0540 ou pelo link “Tutoria” no AVA 24 (Comissa o Interamericana de Direitos Humanos e Poder Executivo Brasileiro) no enfrentamento da ende mica viole ncia dome stica no Brasil”. De acordo o livro base da disciplina, “O dia logo horizontal e marcado pelas trocas pela integraça o argumentativa livre entre os agentes aplicadores e os inte rpretes do direito A partir desses dia logos, os diferentes ordenamentos jurí dicos podem: (i) aprender com a pra tica estrangeira, uma vez que realidades conexas podem apresentar problemas semelhantes e respostas correlatas; (ii) aprimora -la e complementa -la em prol do fortalecimento dos direitos na regia o. A ideia de dia logo aponta para a efetiva utilizaça o do precedente estrangeiro, explorando seus sentidos e suas possibilidades - na o apenas para sua utilizaça o ornamental, a fim de corroborar com as concluso es que ja de antema o esta o postas. Nesse caso, o que temos e apenas um reforço argumentativo da decisa o, na o uma postura dialo gica. Isso tudo sem, obviamente, perder de vista as particularidades do caso concreto que, em que pese ter semelhanças com o precedente que se quer referenciar, guarda peculiaridades pro prias que devem sempre ser consideradas. A utilizaça o dos dia logos - ainda mais nessa modalidade horizontalizada - auxilia a construça o de um sistema robusto de precedentes em mate ria de direitos humanos que, a um so tempo, fortalece a arena internacional e densifica no a mbito interno a proteça o e a concretizaça o de direitos. Fonte: FACHIN, M. G. (org.). Guia de proteça o dos direitos humanos: sistemas internacionais e sistema constitucional. Curitiba: InterSaberes, 2019, (livro eletro nico), (p. 254). --- “Outra caracterí stica advinda da influe ncia da proteça o internacional da pessoa humana na formulaça o do cata logo de direitos humanos previstos na Constituiça o de 1988 se extrai do processo de especificaça o da tutela prevista a depender dos grupos e das classes dos indiví duos protegidos (mulheres, crianças, idosos, indí genas, entre outros). Em busca do necessa rio processo de concretizaça o das normas definidoras de direitos humanos, pro prio da nova compreensa o advinda das reflexo es acerca da força normativa da Constituiça o e de sua natureza eminentemente dirigente, a Carta de 1988 impo e tarefas e deveres ao Estado para a fruiça o desses direitos. Tais metas englobam as atividades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judicia rio”. “Com efeito, na Constituiça o de 1988, o Poder Judicia rio foi erigido como guardia o dos direitos, graças a consagraça o de um amplo acesso a Justiça, a previsa o de reme dios constitucionais direcionados a tutela dos direitos fundamentais e a existe ncia de um reforçado sistema de controle de constitucionalidade, de modo que todo ato estatal que embarace a fruiça o de tais direitos - por aça o