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Petição de Revisão de Alimentos

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA __ VARA DE FAMÍLIA, SUCESSÕES E CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA – GO
LORRAINY MATIAS DA SILVA e YANCA MATIAS DA SILVA, menores impúberes(doc.0), neste ato representadas por sua mãe, KÁTIA ROSA DA CILVA, brasileira, separada judicialmente, C.I. n° 394691 2ª via SSP-GO, CPF n° 958138531-20 (doc.0), residente e domiciliada Avenida New York, quadra 137, n° 819ª - Viela New York (doc.0), Jardim Novo Mundo, Goiânia-GO, vem por seu(a) bastante procurador(a) (m.j.), com escritório profissional na Avenida Fued José Sebba, n° 1.185, quadra 16ª, lote 01, Jardim Goiás, com fulcro no art. 732, propor :
AÇÃO DE REVISIONAL DE ALIMENTOS 
em desfavor de FLÁVIO MATIAS TELES, brasileiro, separado judicialmente, autônomo, residente e domiciliado na Rua 13, quadra A, lote 05, Parque Alvorada, Goiânia-GO, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos.
DA ASSISTTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Preliminarmente, afirmam que não possuem condições de arcar com custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio bem como o de sua família, razão pela qual fazem jus ao benefício da gratuidade da justiça, nos termos do artigo 4º da Lei 1060/50, com redação introduzida pela Lei 7510/86.
DOS FATOS
Conforme Termo de Audiência de Conciliação e Conversão de Rito (doc.0/0), de 16 de setembro de 2004, Vossa Excelência homologou o acordo avençado entre as partes, em que para o pagamento de pensão alimentícia seriam descontados, em folha de pagamento, e repassados mensalmente à representante legal das menores, a importância de 30% (trinta por cento) dos rendimentos do alimentante FLÁVIO MATIAS TELES.
Ocorre Excelência, que há doze meses o requerido não cumpre com o determinado em sentença. A mãe das Requerentes procurou o Requerido por diversas vezes para o cumprimento da obrigação.
À época em que foi firmado o acordo entre as partes Vossa Excelência determinou que a fonte empregadora fosse oficiada para que descontasse a importância diretamente na folha do Requerido, fato que não ocorreu, haja vista que os valores não tem sido repassados à representante legal das menores.
Admite-se irrisório o valor devido pelo alimentante as suas filhas. O referido valor não condiz com os gastos feitos pelas menores, já que não atende às suas necessidades e principalmente à sua subsistência.
Devemos lembrar, que as necessidades de uma pessoa não se referem somente ao extremamente indispensável à sua sobrevivência, não se limitando, por exemplo, ao ensino básico ou alimentação igualmente básica, isto porque, e ainda mais nos dias de hoje, se apresentam infinitas opções, e as exigências do dia-a-dia também são maiores. Assim, é que se houverem condições, deve a prestação alimentícia abranger o suficiente que proporcione o lazer, uma instrução mais apurada, entre outras coisas a que se vê privado a REQUERENTE por falta de recursos.
 Dessa forma requer que seja descontado do salário do Requerido o valor líquido e certo de um salário mínimo e meio, devendo ser oficiada a fonte empregadora do Requerido para que desconte o salário mínimo e meio diretamente na folha do Requerido e por conseqüência seja repassado à Representante legal das menores.
DO DIREITO
Preceitua o art. 15 da Lei nº 5.478/68 que: "A decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado, podendo a qualquer tempo ser revista em face da modificação da situação financeira dos interessados".
O ilustre mestre SILVIO DE SALVO VENOSA em seus comentários ao Código Civil, vol.VI, p. 394 observa que:
“A prestação alimentícia pode ser alterada a qualquer tempo, questão importante é a correção monetária. Consoante o art. 1.710, as prestações alimentícias, de qualquer natureza, serão atualizadas segundo índice oficial regularmente estabelecido. Nada impede, porém, que os reajustes tenham como base as majorações que sofram os proventos do alimentante, assegurando-se sempre o poder aquisitivo do valor monetário. No entanto, impõe-se um critério justo a partir da fixação dos provisórios, pois o inadimplemento pode dar margem à grave sanção da prisão”.
O Código Civil de 2002 dispõe, in verbis:
"Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor".
Estas pensões alimentícias autorizadas pela Constituição Federal de 1.988 e pelo Código Civil estão plenamente justificadas em face do bem jurídico protegido, que no caso é a sobrevivência digna de seres humanos incapazes de prover seu próprio sustento.
 “Art. 475-Q, § §3° e 4°. Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme circunstâncias, redução ou aumento da prestação. Os alimentos podem ser fixados tomando por base o salário-mínimo”.
O exame da necessidade de quem pede e a real situação econômico-financeira de quem paga é imperativo em cada caso concreto, observado o princípio da proporcionalidade.
A jurisprudência dos nossos tribunais tem entendido da seguinte maneira:
"APELACAO CIVEL. ACAO REVISIONAL DE ALIMENTOS. MAJORACAO DA PENSAO ALIMENTICIA. i - e dever de ambos os pais contribuírem para a educação, assistência, saúde, guarda e educação do filho menor, devendo-se levar em consideração a necessidade, capacidade e proporcionalidade de quem tem a obrigação de prestar alimentos e a necessidade da criança. ii - não tendo sido suficientemente comprovada a alegada precariedade da situação econômico-financeiro do alimentante, justificável o aumento da pensão alimentícia fixada a patamar suportável pelo alimentante, haja vista os elevados gastos da alimentada com saúde, remédios e educação. recurso conhecido e parcialmente provido."( 3A CAMARA CIVEL. DJ 14704 de 21/02/2006. DES. FELIPE BATISTA CORDEIRO)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALIMENTOS. BINÔMIO NECESSIDADE E POSSIBILIDADE. Os alimentos são fixados levando-se em consideração o binômio necessidade e possibilidade. O quantum não deve ser reduzido quando não demonstrado, o excesso no arbitramento. A simples alegação de impossibilidade de pagar os alimentos é insuficiente para ensejar a redução mormente porque o ônus da prova cabe ao genitor/apelado, quanto a sua incapacidade financeira. Recurso conhecido e provido parcialmente”. (Apelação Cível nº 96039-7 /188 - 200600254644, em 28 de setembro de 2006)
"APELACAO CIVEL. ACAO REVISIONAL DE ALIMENTOS. AUMENTO DE PENSAO ALIMENTICIA. Devidamente comprovado o aumento das necessidades da alimentanda e a possibilidade financeira do alimentante em arcar com as despesas da verba alimentícia, merece prosperar o pedido de aumento condito na ação de alimentos. Apelo conhecido e parcialmente provido. Recurso adesivo improvido." (1A CÂMARA CÍVEL. DJ 14573 DE 11/08/2005 DES. VITOR BARBOZA LENZA).
 
No mesmo sentido, agasalhando a pretensão do autor:
APELACAO CIVEL. ACAO DE ALIMENTOS. FIXACAO. BINOMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE. MAJORACAO DO QUANTUM. Em se tratando de alimentos, o julgador não esta adstrito ao principio da estrita legalidade, podendo arbitrá-los de forma livre e desvinculada do pedido formulado pela parte, tomando em consideração, como critério para a fixação do quantum da pensão alimentícia, a conjugação proporcional dos elementos 'necessidade do alimentando' e 'possibilidade do alimentante', previstos no artigo 1.694, parágrafo 1, do código civil vigente. por conseguinte, justifica-se a majoração da verba alimentar arbitrada pelo juízo singular se, ante a analise das circunstancias reveladas nos autos, restarem satisfatoriamente demonstradas a necessidade do alimentando, bem como a possibilidade financeira do alimentante de arcar com o referido aumento." Recurso conhecido e parcialmente provido. (2A CAMARA CIVEL. DJ 14996 de 09/05/2007. DES. ZACARIAS NEVES COELHO)
 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. REVISAO DE ALIMENTOS. TERMO INICIAL. OBRIGACAO DE PRESTAR CONTAS. FORMA DE LIQUIDACAO DA SENTENCA.JUROS DE MORA. INDICE. MAJORACAO DA VERBA ALIMENTAR. PRESSUPOSTOS. i. na ação revisional, os alimentos retroagem a data da citação. ii. a obrigação de prestar contas imposta a representante e assistente dos menores e não ao alimentante. iii. não constitui ato ilegal a determinação judicial da modalidade de liquidação da sentença. iv. a incidência de juros, independentemente de pedido, tem respaldo no art. 293 da lei processual e se fixam a razão de 6% ao ano, enquanto não regulamentado o art. 192 da carta federal. V. a majoração da verba alimentar decorre da melhoria na situação econômica financeira do alimentante e no aumento das necessidades dos alimentados. Apelo conhecido e provido, em parte. (TJGO SEGUNDA CAMARA CIVEL. CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO, A UNANIMIDADE. DJ 11438 de 23/10/1992. REL. DES JALLES FERREIRA DA COSTA) 
A fixação de alimentos deve, efetivamente, obedecer à necessidade dos alimentados e possibilidade do alimentante, a teor do artigo 1.694, § 1º do Código Civil.
O Requerido deverá contribuirá a título de pensão alimentícia para as filhas, o correspondente a um salário mínimo e meio. Devendo ser oficiada a fonte empregadora do Requerido para que desconte a importância diretamente na folha do Requerido e por conseqüência repassada à Representante legal das Requerentes.
DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, a exequente requer:
I – Que seja concedido o beneficio da Justiça gratuita, conforme declaração anexa (doc.0/0);
II – a citação do Requerido para, querendo, manifestar-se acerca do presente pedido com as advertências legais;
III – intime-se o Ministério Público para o feito;
IV - A condenação do Requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, calculados em conformidade com o art. 20, § 3°, do Código de Processo Civil.
Ainda, pretende provar o alegado por meio de prova documental, testemunhal e demais meios de prova em Direito admitidas, consoante o disposto no art. 332 do Código de Processo Civil.
Dá a esta causa o valor de R$ 8.370,00 (oito mil, trezentos e setenta reais).
Termos em que 
Pede deferimento.
Goiânia, 26 de maio de 2009.
Advogada

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