Buscar

Biblioteca 1168092

Prévia do material em texto

CASO CONCRETO 7 
RODINEI, sócio majoritário de uma transportadora que presta serviços para Souza Cruz, na ausência de três motoristas, 
seus funcionários, que estão em auxílio doença, e por necessidade, está fazendo a distribuição diária de cigarros junto aos 
fornecedores, dirigindo veículo funcional pertencente a própria frota da transportadora. Na segunda entrega do dia, 
RODINEI foi surpreendido por TALLES, 17 anos e DANILO, 28 anos e ex-funcionário da transportadora que, por 
intermédio de grave ameaça exercida por arma de fogo, subtraíram-lhe o veículo com as mercadorias e restringindo sua 
liberdade, vindo a liberá-lo em local ermo, após 10 horas da referida atividade criminosa. 
Identifique, fundamentadamente, a adequação típica a ser imputada ao caso aventado. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
1) Com relação à consumação do crime de roubo, há entendimento sumular do STJ adotando a corrente doutrinária da: 
a) Contrectatio 
b) Amotio 
c) Ablatio 
d) Ilatio. 
2) Quanto ao crime de extorsão, é correto afirmar que (CP, art. 158) 
a) o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive o funcionário público no exercício de suas funções. 
b) a vítima precisa ser aquela quem tenha sofrido a subtração do patrimônio, como quem foi alvo de violência ou grave 
ameaça. 
c) a colaboração da vítima é dispensável. 
d) também há a figura do seqüestro relâmpago. 
 
GABARITO 
CASO CONCRETO O docente deve trabalhar com as majorantes do crime de roubo, salientando que para a “vítima em 
serviço de transporte de valores”, é imprescindível, segundo melhor doutrina, que esta tem de estar a serviço de alguém, o 
que não consistiu a hipótese aventada; discutir sobre a privação de liberdade, distinguindo se é necessária e breve ou 
desnecessária e longa a fim de avaliar se é caso da incidência da majorante ou concurso com crime de seqüestro. Por fim, 
analisar o concurso de pessoas, ainda que haja inimputáveis compondo o conjunto. QUESTÕES OBJETIVAS 
1 – B 
2 - D 
CASO CONCRETO 8 
APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA CASO CONCRETO 
Qual a consequência do ressarcimento integral e voluntário, antes do recebimento da denúncia, do prejuízo sofrido pela 
vítima, decorrente de estelionato praticado mediante a conduta do agente que emite cheque furtado sem provisão de fundos? 
QUESTÕES OBJETIVAS 
1)Everton Frühauf, ao adquirir mercadorias no Supermercado Preço Bom, pagou as compras com um cheque subtraído de 
seu colega de trabalho, Renato Klein. No caixa, apresentou-se como titular da conta-corrente. Preencheu a cártula e 
falsificou a assinatura de Renato. O atendente, seguindo o procedimento de rotina, chamou o supervisor para liberar a 
cártula, quando foram surpreendidos com a conduta de Everton, que deixou o estabelecimento em desabalada corrida, sem 
levar as mercadorias, por presumir que sua ação teria sido descoberta. No estacionamento, o segurança do estabelecimento 
deteve Everton e conduziu-o à autoridade policial. Esse caso configura : 
a) tentativa de furto qualificado pela fraude. 
b) tentativa de estelionato. 
c) desistência voluntária. 
d) arrependimento posterior. 
e) arrependimento eficaz. 
2) São elementos do crime de estelionato, exceto: 
a) o artifício 
b) o ardil 
c) locupletação ilícita de qualquer natureza 
d) o silêncio. 
 
GABARITO 
A questão versa sobre a súmula 544 do STF. A jurisprudência afirma que a Súmula 554 do STF aplica-se unicamente para 
o crime de estelionato na modalidade de emissão de cheque sem fundos (art. 171, § 2º, VI). Assim, a referida súmula não 
se aplica ao estelionato no seu tipo fundamental (art. 171, caput), que consiste na hipótese do caso analisado. Desse modo, 
mesmo tendo pago integralmente o valor do cheque, o Promotor de Justiça irá denunciar o agente e a ação penal contra ele 
prosseguirá normalmente. (STJ. 5ª Turma. HC 280.089-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 18/2/2014). Ao caso 
concreto poderá incidir a diminuição de pena do art. 16 do código penal (arrependimento posterior). 
QUESTÕES OBJETIVAS 
1) Letra B. (XLVII CONCURSO PARA INGRESSO À CARREIRA MPRS) 
2) Letra C. 
 
CASO CONCRETO 9 
Polícia Civil investiga estupro de menina de 9 anos em Bento Gonçalves 
A criança pediu socorro para moradores no bairro Licorsul 
A Polícia Civil de Bento Gonçalves investiga o suposto estupro de uma menina de 9 anos. A jovem teria pedido socorro na 
Rua Augusto Caprara, no bairro Licorsul, por volta das 16h40min. Uma moradora a acolheu e a Brigada Militar (BM) foi 
acionada. 
De acordo com relato da vítima, o crime teria sido cometido por um casal em carro vermelho que a raptou enquanto 
caminhava pelo bairro Vila Nova. Os dois teriam oferecidos doces e brinquedos para coagir a menina a entrar no veículo. 
Após, procuraram um local ermo onde ambos teriam abusado da jovem. 
Após o crime, os abusadores deram R$ 50 a vítima e a abandonaram no bairro Licorsul, onde ela pediu por socorro. A 
menina foi encaminhada para o atendimento médico e exames de corpo de delito. 
De acordo com o Conselho Tutelar de Bento, que também foi chamado, a menina afirmou que saiu a pé da casa da mãe 
com destino à casa de uma familiar, a poucos metros de distância. Nesse curto trecho, ela foi abordada. 
O resultado do exame de corpo de delito deve sair em uma semana. A criança será ouvida no Centro de Referência 
Especializado de Assistência Social (Creas) de Bento, conforme o Conselho Tutelar.(Fonte: 
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2017/02/policia-civil-investiga-estupro-de-menina-de-9-anos-em-bento-goncalves-
9707752.html) 
A lei 12015/2009 passou a promover os denominados crimes “contra a dignidade sexual”, o foco não é mais como as 
pessoas deveriam se comportar sexualmente perante a sociedade do século XXI, mas sim a tutela de sua dignidade sexual. 
Com o advento desse Diploma Legal juntaram-se os tipos dos arts. 213 e 214 em um só dispositivo, passando o crime de 
estupro a não ser mais bi-próprio, pois agora conta com os dois comportamentos juntos, quais sejam: conjunção carnal 
violenta e demais atos libidinosos com violência. 
Além disso o código tutela agora a dignidade sexual do vulnerável, com a expressa revogação do dispositivo que tratava da 
presunção de violência, em razão dessas situações, formam-se as seguintes indagações: 
a) A figura da vulnerabilidade passou a ser absoluta ou ainda pode ser tratada como relativa? 
b) Qual é o tipo de ação penal quando se tratar de crime de estupro se da violência resultar lesão corporal grave ou morte? 
(CP, art. 213 §§ 1º e 2º) 
QUESTÕES OBJETIVAS 
1) SEMPRÔNEA, 17 anos, teve sua dignidade sexual atingida porque, mediante grave ameaça, foi obrigada a praticar 
conjunção carnal com ATANAÍDES. Diante dos fatos, trata-se de fato penal relevante de: 
a) ação penal de iniciativa privada 
b) ação penal pública condicionada à representação da vítima 
c) ação penal pública incondicionada 
d) ação penal de iniciativa privada personalíssima. 
2) É incorreto dizer que no crime de estupro de vulnerável (CP, art 217-A) 
a) o sujeito passivo só pode ser pessoa menor de 14 anos. 
b) pune-se tão somente a conduta de praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso. 
c) o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. 
d) é crime de ação penal pública incondicionada. 
GABARITO 
a) O questionamento fomenta não só a discussão em sala acerca dos posicionamentos jurisprudenciais sobre a matéria, 
notadamente os dos tribunais superiores, ainda que com um diagnóstico claro de tendências majoritárias de se posicionar a 
favor da presunção absoluta, mas em destacar o momento adequado de se distinguir presunção absoluta e relativa e 
vulnerabilidade absoluta e vulnerabilidade relativa, institutos absolutamente distintos. Para a discussão, remetemos o 
docenteàs lições de Cezar Roberto Bitencourt, bem apropriadas ao tema, verbis: 
Deve-se atentar para o seguinte: afastada a vulnerabilidade absoluta pode restar, ainda, a vulnerabilidade relativa, que não 
se confunde com presunção relativa de vulnerabilidade, e que, nem por isso, pode ser desprezada. Ou seja, são dois aspectos 
absolutamente diferentes: uma coisa é presunção absoluta e presunção relativa de vulnerabilidade; outra coisa, 
completamente diferente, é a vulnerabilidade absoluta e vulnerabilidade relativa, que resultam de dois juízos valorativos 
distintos. Vejamos cada uma delas: 
1) Presunção absoluta e presunção relativa de vulnerabilidade 
Questiona-se aqui tão somente a natureza da presunção legal (expressa ou implícita, não importa), ou seja, se é caso de 
presunção absoluta ou de presunção relativa, independentemente da gravidade ou natureza da própria vulnerabilidade, que, 
claramente, não é objeto de exame nesse juízo valorativo. (a) presunção absoluta de vulnerabilidade — pela presunção 
absoluta admite-se que a vítima é, indiscutivelmente, vulnerável e ponto final; não se questiona esse aspecto, ele é 
incontestável, trata-se de presunção iure et iure, que não admite prova em sentido contrário; (b) presunção relativa de 
vulnerabilidade — a vítima pode ser vulnerável, ou pode não ser, devendo-se examinar casuisticamente a situação para 
constatar se tal circunstância pessoal se faz presente nela, ou não. Em outros termos, a vulnerabilidadedeve ser comprovada, 
sob pena de ser desconsiderada, admitindo, por conseguinte, prova em sentido contrário, tratando-se, portanto, e presunção 
juris tantum. 
Observe-se que, nessas duas hipóteses, não se questiona, repetindo, não se discute o grau ou intensidade da vulnerabilidade, 
mas tão somente se a presunção é absoluta ou relativa, ou seja, se a presunção admite prova em sentido contrário ou não. 
2) Vulnerabilidade absoluta e vulnerabilidade relativa 
Aqui o questionamento é outro, isto é, não se discute se se trata de presunção absoluta ou de presunção relativa de 
vulnerabilidade, como na hipótese anterior, pois essa avaliação já ficou para trás, está superada; parte-se, portanto, do 
pressuposto que a vulnerabilidade existe, mas não se sabe o seu grau, intensidade ou extensão. Diríamos que se trata agora 
de um segundo juízo de cognição: no primeiro, avalia-se a natureza da presunção se relativa ou absoluta; neste segundo 
juízo, valora-se o quantum de vulnerabilidade a vítima apresenta. E, seguindo-se a linha do legislador que a previu para 
faixas etárias distintas — menor de 14 anos e menor de dezoito — elas apresentam, inegavelmente, gravidades e 
consequências distintas. Mas, mais que isso, podem apresentar-se em graus distintos em uma mesma faixa etária, e, também 
por isso, precisam ser valoradas casuisticamente. 
Em outros termos, pode ocorrer, por exemplo, que se trate de presunção absoluta de vulnerabilidade, mas que o exame in 
concreto das circunstâncias demonstrem que, a despeito de não se poder discutir a presunção (ou já superada esta), a 
vulnerabilidade que o caso apresenta é de relativa intensidade; por outro lado, na hipótese do artigo 218-B, por exemplo, se 
reconhece que estamos diante de uma presunção relativa, mas o exame concreto demonstra que a vulnerabilidade constatada 
é absoluta, isto é, completa, apresenta-se em seu grau máximo! Com efeito, embora pareça, à primeira vista, um simples 
jogo de palavras, procuramos demonstrar que são realidades absolutamente distintas e, mais que isso: podem coincidir 
presunção absoluta com vulnerabilidade relativa e presunção relativa com vulnerabilidade absoluta, sem que isso represente 
nenhum paradoxo. Dito de outra forma, uma coisa não implica em outra, ou seja, cada situação casuística exige a realização 
de duplo juízo valorativo, um sobre a natureza da presunção e outro sobre ou grau ou intensidade da própria vulnerabilidade. 
Onde estamos querendo chegar com esse raciocínio? Haveria alguma razão prática ou pragmática para este nosso raciocínio 
ou será uma questão puramente acadêmica? Pois, na nossa concepção trata-se de questão de extrema relevância, com graves 
e díspares consequências práticas, considerando que o legislador tratou da vulnerabilidade em graus distintos, isto é, para 
menores de catorze anos e para menores de dezoito, que, sabidamente, não têm o mesmo nível de intensidade, aliás, como 
é próprio da natureza humana, em que nada, ou quase nada (além da morte) é absoluto ou definitivo. 
Vejamos o problema do crime de estupro de vulnerável, em que a pena cominada é de oito a quinze anos de reclusão, 
diferentemente do estupro tradicional, praticado com violência real ou grave ameaça, em que a pena é de seis a dez anos. 
Independentemente da discussão sobre a natureza da presunção — absoluta ou relativa — quer nos parecer que ainda mais 
importante que isso é o segundo juízo, qual seja, o grau, a intensidade ou gravidade da vulnerabilidade apresentada. 
Desnecessário enfatizar que existem pessoas mais vulneráveis, muito vulneráveis, altamente vulneráveis, como também 
existem pessoas (maiores ou menores) menos vulneráveis, ou, como preferimos nós, relativamente vulneráveis. 
Certamente, quando o legislador previu o estupro de vulnerável, sem tipificar o “constrangimento carnal”, mas tão somente 
a prática sexual com menor de 14 anos ou deficiente ou enfermo mental, considerou como sujeito passivo alguém 
absolutamente vulnerável, ou seja, portador de vulnerabilidade máxima, extrema, superlativa mesmo. A suavidade da 
conduta tipificada — ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso — contrastante com a pena cominada (oito a 
quinze anos de reclusão), indiscutivelmente, se destina a “violência sexual” contra vítima altamente vulnerável. E é natural 
que assim seja! Mas a realidade prática pode não se apresentar com toda essa gravidade, ainda que se revele intolerável e, 
por isso mesmo, também grave e merecedora da proteção penal. É possível, em outros termos, que tenhamos, in concreto, 
uma vulnerabilidade relativa, mesmo em sujeitos com idade ou deficiências previstas nesse dispositivo legal, ou seja, que 
por circunstâncias ou peculiaridades pessoais ou particulares não é de todo vulnerável, isto é, não pode ser considerado 
absolutamente vulnerável. 
Com efeito, considerando que a gravidade ou intensidade da vulnerabilidadenão se confunde com a sua presunção — 
absoluta ou relativa — precisamos desdobrar essa interpretação para constatarmos que o afastamento da presunção absoluta, 
nem sempre deve afastar a responsabilização penal do autor do fato. Por isso, a necessidade desse segundo juízo de 
valoração, qual seja, se existe realmente alguma vulnerabilidade, admitindo-a, deve-se verificar o grau dessa dita 
vulnerabilidade. Vamos admitir, exemplificativamente, que, in concreto, pelas circunstâncias do caso — menor corrompida, 
com experiência sexual das ruas, prostituída etc — chegue-se a conclusão que referida menor não se enquadra na concepção 
de alguém absolutamente vulnerável, isto é, não apresenta aquele grau de vulnerabilidade (absoluta) capaz de justificar a 
punição tão grave como a prevista no artigo 217-A — estupro de vulnerável —, que, sabidamente, se trata de pena mais 
grave que a prevista para o crime de homicídio (mínima de seis anos). 
No entanto, o fato de ser menor de catorze anos, desamparada social, material e culturalmente, sem estrutura familiar, 
espécie de menor de rua mesmo, abandonada à própria sorte, não se pode negar que se trata de menor vulnerável, no caso 
— socialmente vulnerável — e, por conseguinte, merecedora inclusive da proteção penal, pois o legislador não identifica e 
nem restringe a determinado tipo de vulnerabilidade. Por outro lado, tampouco se pode ignorar que a prática sexual com 
menor, nessas circunstâncias,também constitui uma forma de violência, no caso, sexual. Dito de outra forma, há, 
inegavelmente, constrangimento à prática sexual de menor socialmente vulnerável. Estamos de acordo que não sirva para 
a tipificação exigida pelo artigo 217-A (estupro de vulnerável), mas, por outro lado, por se tratar de uma violência implícita, 
certamente, encontrará respaldo na previsão contida no artigo 213 do Código Penal, onde a cominação penal é mais 
consentânea com esse tipo de realidade social perversa, observando, inclusive, o princípio da proporcionalidade, cuja pena 
ainda é bastante grave, qual seja, de seis a dez anos de reclusão. 
Concluindo, estamos sustentando, enfim, a possibilidade de desclassificar o crime de estupro de vulnerável para o crime de 
estupro tradicional (art. 213), pelo constrangimento à prática sexual, mediante violência (ainda que implícita), quando se 
tratar de menor corrompida, prostituída, abandonada ou carente (vulnerabilidade social), pois, na nossa concepção, praticar 
sexo com menor, nessas circunstâncias, importa, inegavelmente, constrangê-la, aproveitando-se dessa circunstância — 
vulnerabilidade social — que a impede de resistir. Logicamente, é indispensável que o sujeito ativo tenha consciência dessa 
situação de vulnerabilidade social da pretensa vítima.[1] 
b) Discussão que se remete aos seguintes autores: Cezar Roberto Bitencourt, Paulo Queiroz e Luiz Flávio Gomes. Além de 
se reportar à ADI 4301 - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. Posicionamentos majoritários de se tratar 
de ação penal pública incondicionada, a despeito da redação do art. 225 do código penal. 
[1] Ver em Bitencourt, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, 6ª ed., São Paulo, Saraiva. e 
http://www.conjur.com.br/2012-jun-19/cezar-bitencourt-conceito-vulnerabilidade-violencia-implicita 
a. QUESTÕES OBJETIVAS 1) Letra C 
2)Letra A. 
CASO CONCRETO 10 
Lenocínio, em sentido lato, é o fato de prestar assistência à libidinagem de outrem ou dela tirar proveito. A nota diferencial, 
característica do lenocínio (em cotejo com os demais crimes sexuais) está em que opera em torno da lascívia alheia. Lenões 
são aqueles que exercem o lenocínio. São as seguintes espécies: 
a) mediação para servir à lascívia de outrem (proxenetismo); b) favorecimento à prostituição (proxenetismo); c) manutenção 
de casa de prostituição (proxenetismo) e d) aproveitamento parasitário do ganho de prostitutas (rufianismo). 
Considerando a introdução acima, analise o seguinte caso concreto: 
ANA BELLA, 32 anos, mãe de MARVILLE, 11 anos, NAÍRA, 15 anos e ABRILINDA, 16 anos, tomou conhecimento de 
que APOLINÁRIO, 48 anos, pipoqueiro que trabalhava à porta do colégio onde as três irmãs estudam, estava assediando 
as meninas. 
As investidas de APOLINÁRIO se deram das seguintes maneiras: 
1) Quanto a MARVILLE, APOLINÁRIO a assediava ofertando gratuitamente pipocas solicitando à menor que, ao final 
das aulas o acompanhasse até a garagem em que ele guardava seu carrinho de pipocas com o intuito de que a criança ficasse 
de ?calcinha? para CLAUDIOBERTO, pessoa que havia pedido ao referido pipoqueiro o respectivo serviço 
2) Quanto a NAÍRA, APOLINÁRIO a induzia para que esta pudesse fazer um show de Striptease também para 
CLAUDIOBERTO, cujo pedido foi para este respectivo serviço na casa deste. 
3) Quanto a ABRILINDA, APOLINÁRIO a fez uma proposta para que ela pudesse ?ganhar uns trocados?, consistente em 
fazer com que ela ficasse, após as aulas, duas vezes por semana, em um determinado apartamento do centro da cidade, 
atendendo sexualmente clientes que lá visitavam, em troca a jovem receberia R$ 100,00 por cada programa. 
Considerando que MARVILLE não aceitou o convite de APOLINÁRIO; considerando que NAÍRA não era mais virgem, 
aceitando o convite e, depois de ficar embriagada por exesso de vódika, CLAUDIOBERTO, aproveita a oportunidade e 
manteve relações sexuais com ela; considerando que ABRILINDA também não aceitou o convite de APOLINÁRIO e, 
finalmente, considerando que ANA BELLA, desde o início, já sabia das intenções de APOLINÁRIO, no entanto, por ser 
apaixonada por ele, nada fez, capitule a conduta de todos os envolvidos. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
1) Aquele que, durante o carnaval, em pleno bloco de rua, livre e consciente, embora jacandi animu, no alto do trio elétrico, 
arria sua sunga, expondo ao público suas partes íntimas: 
a) não comete crime por ausência de dolo. 
b) não comete crime por estado de necessidade. 
c) responde por ato obsceno (CP, art. 233). 
d) responde por atentado violento ao pudor. 
GABARITO 
CASO CONCRETO 
No que se refere a MARVILLE, APOLINÁRIO responde por mediação de menor vulnerável para satisfazer a lascívia de 
outrem, no termos do CP, art. 218. 
No que se refere a NAÍRA, APOLINÁRIO responde também por mediação de menor vulnerável para satisfazer a lascívia 
de outrem nos termos do CP, art. 218 e CLAUDIOBERTO responde por estupro de vulnerável (CP, art. 217-A). Quanto à 
comunicabilidade deste último delito a APOLINÁRIO a doutrina diverge: majoritariamente se entende que se os atos 
praticados forem considerados como práticas sexuais contemplativas, exibicionistas ou expositivas, o mediador responde 
apenas pelo artigo 218. No entanto, caso haja conjunção carnal ou ato libidinoso diverso da cópula normal, realizado pelo 
destinatário da atividade criminosa do mediador, (o que consistiu na hipótese do caso concreto), este (APOLINÁRIO) 
também responde por esse resultado (estupro de vulnerável). 
No que se refere a ABRILINDA, APOLINÁRIO responde por favorecimento da prostituição ou de outra forma de 
exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável, nos termos do CP, art. 218-B 
Quanto a ANA BELLA, por se tratar de agente garantidora e de sua respectiva omissão, responderá pelos resultados em 
concurso com APOLINÁRIO. 
QUESTÕES OBJETIVAS 1) Letra C 
 
CASO CONCRETO 13 
I. APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA CASO CONCRETO No final do ano letivo de 2015, alunos 
universitários de uma determinada Instituição de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro, organizaram uma passeata 
em favor da liberação do uso da maconha. “Realizada a referida manifestação, agentes do setor de inteligência da polícia 
civil registraram, por intermédio de fotografias e gravações, cartazes onde se lia “fumar maconha é a melhor coisa do 
mundo”, “eu aperto meu baseado e ninguém tem nada a ver com isso”, além de cânticos e exaltações a favor da liberação 
do “jogo do bicho”. De todo esse material foi feito um dossiê e à guisa de peça de informações foi enviado ao Ministério 
Público que, identificando alguns participantes daquela passeata, foi imputado a eles o crime de apologia de crime ou 
criminoso (CP, art. 287). Esclareça, penal e fundamentadamente, a decisão do Ministério Público. 
QUESTÃO OBJETIVA 
Analise as seguintes assertivas: 
I – associarem-se três pessoas, de forma estável e permanente, com hierarquia e divisão de tarefas, para o fim de praticar 
roubos. 
II – associarem-se seis pessoas, sem hierarquia e divisão de tarefas, com o fim de praticar roubos. 
III – associarem-se sete pessoas, de forma estável e permanente, com hierarquia e divisão de tarefas, tendo como objetivo 
publicar listas ofensivas à honra de moradores de uma cidade. 
IV – associarem-se sete pessoas, de forma estável e permanente, com hierarquia e divisão de tarefas, tendo como objetivo 
a prática de extorsões mediante seqüestro. 
V – associarem-se sete pessoas, de forma estável e permanente, com hierarquia e divisão de tarefas, com o objetivo de 
matança generalizada. 
As atividades acima descritas correspondem, respectivamente, aos crimes de: 
a) associação criminosa – organização criminosa – organização criminosa – milícia privada – associação criminosa. 
b) associaçãocriminosa – associação criminosa – milícia privada – organização criminosa – organização criminosa 
c) associação criminosa – associação criminosa – associação criminosa – organização criminosa – milícia privada. 
d) associação criminosa – organização criminosa – organização criminosa – organização criminosa – milícia privada. 
e) associação criminosa – milícia privada – organização criminosa – associação criminosa – organização criminosa. 
 
GABARITO 
CASO CONCRETO 
Ao caso aventado não há que se falar no cometimento de crime do art. 287 do código penal, isso porque já há decisão do 
STF em sede de ADPF 187 que é legítima a reunião de pessoas para manifestarem publicamente sua posição em favor da 
legalização das drogas (marcha da maconha). Além disso, também só se pode cogitar de existência desta figura penal 
quando a conduta se relaciona a fato criminoso ou autor de crime, afastando, assim, o delito na hipótese de referência a 
contravenção penal. 
QUESTÃO OBJETIVA 
1. Letra C. 
CASO CONCRETO 14 
CARLOS ALBERTO, pessoa de notável habilidade, em sua cidade, de falsificações, conversando com seu amigo 
ATANAÍDE, à mesa de um bar, disse-lhe que estava fabricando um maquinário de falsificação absolutamente perfeita de 
notas de Real, sem perceber que à mesa ao lado, TOBIAS, policial civil, ouvia toda a conversa. 
Uma semana depois, por conta de uma operação policial, CARLOS ALBERTO foi preso em flagrante delito com três 
maquinários, comprovados por perícia que eram destinados à contrafação ou alteração de papel moeda, assim como de 
posse de uma nota de R$100,00 (cem reais), perfeitamente adulterada assemelhando-se a uma nota de R$ 10,00 (dez reais). 
Instaurado o respectivo inquérito policial, o delegado federal indiciou CARLOS ALBERTO nos crimes de moeda falsa 
(CP, art. 289) e petrechos para falsificação de moeda (CP, art. 291), em concurso material (CP, art. 69). Ainda em sede da 
Delegacia Policial, NORBERTO, advogado de CARLOS ALBERTO, sustentava a ilegalidade da mantença da prisão de 
seu cliente em harmonia aos Princípios da insignificância e da lesividade. 
Analise as teses do Delegado de Polícia e do Advogado. QUESTÃO OBJETIVA 
A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado: 
a) configura, em tese, crime de estelionato. 
b) implicará circunstância de diminuição de pena. 
c) transforma a ação penal em pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça. 
d) não elide a obrigatoriedade de perícia. 
 
GABARITO 
CASO CONCRETO 
O caso visa trazer à discussão dos seguintes aspectos: 
1) a posição dos tribunais superiores quanto à aplicação do princípio da insignificância ao crime de falsificação de moeda, 
consolidando entendimento de que é afastada a incidência desse princípio ao crime estudado. 
2) analisar posicionamento de parte da doutrina, como Fragoso, no sentido de que somente se configura o crime se a 
alteração for no sentido de atribuir maior valor à cédula ou à moeda metálica, o que não consistiu na hipótese aventada. 
3) Quanto ao crime de petrechos de falsificação (CP, art. 294), a possibilidade de ficar absorvido pelo crime de moeda falsa. 
QUESTÃO OBJETIVA 
1. Letra A.

Continue navegando