Buscar

Roteiro Entidades paraestatais ou terceiro setor e Serviços Públicos 2018.2

Prévia do material em texto

entidades paraestatais ou terceiro setor.
	A expressão entidade paraestatal é amplamente utilizada para denominar as organizações sociais autônomas, que funcionam de forma paralela ao Estado sem integrá-lo; realizando uma atividade de interesse público, sem se confundir com o serviço público próprio do Estado. Diferencia-se por submeter-se a um regime jurídico de direito privado, mas, cumulativamente, gozando de privilégios e sofrendo restrições próprias da Administração Pública.
	Segundo Alexandre Mazza (2013, p. 181) “terceiro setor designa atividades que não são, nem governamentais (primeiro setor), nem empresariais (segundo setor). Desse modo o terceiro setor é composto por entidades privadas da sociedade civil que exercem atividades de interesse público sem finalidade lucrativa”
	Hely Lopes Meirelles (2003, p. 362) sobre o tema assim discorre “entidades paraestatais são pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação é autorizada por lei específica, com patrimônio publico ou misto, para realização de atividades, obras ou serviços de interesse coletivo, sob normas e controle do estado”. Complementa, “são o meio termo entre o público e o privado; compreende as empresas públicas, as sociedades de economia mista, as fundações instituídas pelo Poder Público e os serviços sociais autônomos”
	Celso Antônio Bandeira de Mello (2012, p. 163) entende que a expressão ente paraestatal “designa sujeitos não estatais, isto é, de direito privado, que, em paralelismo com o Estado, desempenham cometimentos que este poderia desempenhar por se encontrarem no âmbito de interesse seus, mas não exclusivamente seus. Caracterizam-se pelo fato de que o Poder Público enfaticamente os assume como colaboradores emprestando-lhes o significativo amparo de colocar a seu serviço o poder de império de que dispõe ao instituir tributo em favor deles, como ocorre justamente com os serviços sociais autônomos”. 
	Já Fernanda Marinela (2016, p 231) esclarece que o terceiro setor também pode ser denominado de paraestatais, entidades paralelas e de entes de cooperação, salientando que o terceiro setor “é marcado pela presença de entidades de natureza privada, sem fins lucrativos, que exercem atividades de interesse social e coletivo e que, por esse motivo, recebem incentivos do Estado dentro de uma atividade de fomento. São conhecidas como instituições de benemerência ou, tecnicamente, entes de cooperação, que atualmente tiveram suas hipóteses ampliadas em razão da introdução das novas “parcerias”, cujo marco regulatório foi instituído pela Lei n. 13.019/2014.
	A característica principal das organizações sociais autônomas é a colaboração com o poder público. Ela não é serviço público e não é atividade inteiramente privada. Ela está numa zona intermediária.
	Nos serviços sociais autônomos, surge uma entidade paraestatal, que vai funcionar, como já dito, paralelamente ao Estado.
	Em verdade, o que se está fazendo com a instituição deste tipo de organização social é criar uma nova forma de delegação de serviço público, reservada para atividades sociais não exclusivas do Estado, como é o caso do ensino universitário, do serviço hospitalar, da pesquisa e outras. E aqui também há uma diferença grande em relação aos serviços sociais autônomos. Estes também exercem atividades sociais não exclusivas do Estado, porém em colaboração com o poder público e sem perder, o serviço, a natureza de atividade privada de interesse público.
Dentre as entidades paralelas que integram o terceiro setor, podem-se mencionar (a) os serviços sociais autônomos (SESI, SENAI, entre outros), (b) as entidades de apoio (fundações, associações e cooperativas), (c) organizações sociais (OS) e (d) organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) e (e) as organizações da sociedade civil (OSC).
	Os serviços sociais autônomos podem ser definidos como: 
Todos aqueles instituídos por lei, com personalidade de direito privado, para ministrar assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos, sendo mantidos por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais. São entes paraestatais, de cooperação com o Poder público, com administração e patrimônio próprios, revestindo a forma de instituições particulares convencionais (fundações, sociedades civis ou associações) ou peculiares ao desempenho de suas incumbências estatutárias. (MEIRELLES, 2014, pg.446)
 	Como exemplos de serviços sociais autônomos pode-se citar: o Serviço Social da Indústria (Sesi), o Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Nacional de Apren- dizagem Comercial (Senac), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Servi- ço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Serviço Nacional de Apren- dizagem Rural (Senar), o Serviço Social do Transporte (Sest), e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat). Ainda, segundo Marinela (2016, p. 235):
Foram instituídos dois serviços sociais autônomos que ganharam o nome de Agência, fugindo do antigo rótulo de sistema “S” (porque não começam com a letra “s”), e que contam com algumas regras diferenciadas em seu regime jurídico, participando diretamente do orçamento da União. São eles: a Apex-Brasil, Agência de Promoção de Exportação do Brasil, criada pela Lei n. 10.668/2003 (art. 1o), com o objetivo de promover a execução de políticas de promoção de exportações, em cooperação com o Poder Público, especialmente as que favoreçam as empresas de pequeno porte e a geração de empregos; e a ABDI, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, instituída pela Lei n. 11.080, de 31 de dezembro de 2004 (art. 1º), com a finalidade de promover a execução de políticas de desenvolvimento industrial, especialmente as que contribuam para a geração de empregos, em consonância com as políticas de comércio exterior e de ciência e tecnologia.
	
Em síntese, os serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito privado, que exercem atividade privada de interesse público, não gozam de privilégios administrativos, fiscais ou processuais, a doutrina majoritária entende que o art. 150, VI, “a” da CF (imunidade tributária recíproca) não se aplicam aos serviços sociais autônomos, sendo que Carvalho Filho (2009, p.362) entende em sentido diverso, pelo fato de que realizam atividades de assistência social e de educação para o trabalho. Ainda, entende-se que estão sujeitos a licitação – neste sentido já se posicionou o STJ, e acerca da competência para dirimir ações, entende-se por competente a Justiça Estadual, neste sentido a Súmula 516 do STF. Ressalte-se o regime de pessoal é o celetista, e por tal motivo há quem entenda – como é o caso do TCU, que não precisam realizar concurso para contratação e devido a celeuma acerca do tema, esclarece Fernanda Marinela (2016, p. 235):
(...) a temática foi discutida no Supremo Tribunal Federal com o reconhecimento de repercussão geral (Tema n. 569); e no julgamento de mérito (decisão de 17.09.2014) a Corte decidiu que esses entes de cooperação, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a administração indireta, não estão sujeitos a tal exigência, mesmo que desempenhem atividades de interesse público em cooperação com o Estado.	
Por sua vez, as entidades de apoio, podem ser entendidas como:
(...) pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores públicos, porem em nome próprio, sob forma de fundação, associação ou cooperativa, para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, mantendo vinculo jurídico dom entidades da administração direta ou indireta, em regra por meio de convênio. (DI PETRO, 2014, pg.574)
No mesmo sentido Marinela (2016, p. 235) discorre que são “pessoas jurídicas de natureza privada que exercem, sem fins lucrativos, atividade social e/ou serviços sociais não exclusivos do Estado, relacionados a ciência, pesquisa, saúdee educação. Essas pessoas não compõem a Administração Indireta, estão ao lado do Estado com o qual cooperam, atuando normalmente junto a hospitais públicos e universidades públicas”. 
Em síntese são instituídas por servidores públicos, geralmente sob a forma de fundação privada, sem fins lucrativos, regidas pelo Código Civil, realizam atividades de interesse social, recebem fomento do Estado, não estão sujeitas ao regime administrativo, não precisam licitar, nem realizar concurso público. Ainda, mister informar que sujeitam-se a fiscalização do Ministério Público e precisam de prévio registro e credenciamento nos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, renovável a cada dois anos.
Segundo Peruchi (2016, p.29):
As fundações, associações ou cooperativas que recebem a qualificação de entidade de apoio podem receber fomento do governo por meio de dotação orçamentária especifica, por cessão de servidores públicos e ainda a utilização de bens públicos. Devido a esse tipo de ajuda, muitas vezes os bens públicos e os da instituição são difíceis de diferenciar, podendo a instituição trabalhar no próprio prédio da entidade estatal que apoia e se utilizar dos mesmos funcionários.
Fernanda Marinela (2016, p. 236) cita como exemplos de entidades de apoio:
 Fundação Universitária de Desenvolvimento, de Extensão e Pesquisa (Fundepes), ligada à Universidade Federal de Alagoas; a Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (Fapex), ligada à Universidade Federal da Bahia; a Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura (FCPC), ligada à Universidade Federal do Ceará; a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), ligada à Universidade de Brasília; a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), ligada à Universidade Federal de Minas Gerais; a Fundação Centro de Referências em Tecnologias Inovadoras (Certi), ligada à Universidade Federal de Santa Catarina; a Fundação de Desenvolvimento da Unicamp, ligada à Universidade de Campinas; e a Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp), li- gada à Universidade de São Paulo.
No Estado de Mato Grosso do Sul pode-se citar como exemplo a FUNDECT - Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul.
As organizações sociais, também conhecidas como “OS”, foram criadas pela Lei n. 9.637/98, que sofreu alteração pela Lei n. 12.269/2010, podem ser definidas como “uma qualificação especial outorgada pelo governo federal a entidades da iniciativa privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a fruição de vantagens peculiares, como isenções fiscais, destinação de recursos orçamentários, repasse de bens públicos, bem como empréstimo temporário de servidores governamentais”. (MAZZA, 2013, p. 181)
	Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2009, p. 496), sobre o tema assim discorre: 
(...) organização social é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe delegação do Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço público de natureza social. Nenhuma entidade nasce com o nome organização social; a entidade é criada como associação ou fundação e, habilitando-se perante o poder público, recebe a qualificação; trata-se de título outorgado e cancelado pelo poder público. 
	
Por seu turno para Celso Antônio Bandeira de Mello:
entidades privadas, qualificadas livremente pelo Ministro ou titular do órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social e pelo Ministro do Planejamento, Orçamento e gestão, desde que, não tendo fins lucrativos, suas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa cientifica, ao desenvolvimento tecnológico, a proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde (art.1°) e a pessoa atenda a determinados requisitos formais óbvios e preencha alguns poucos requisitos substanciais, travando contrato de gestão com o Poder Público ( MELLO, 2015, pg.241)
As áreas de atuação das organizações sociais são: ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.
	Convém salientar que o art. 24, XXIV, da Lei 8.666/93 prevê hipótese de dispensa de licitação para celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, sendo o vínculo jurídico o contrato de gestão. 
	Insta destacar que, embora a administração pública esteja dispensada de licitar para contratar com as OS, entende Maria Sylvia Zanella di Pietro (2014,572) que o Decreto n° 5.504/2005 exige que as organizações sociais efetuem o processo licitatório para obras, compras serviços e alienações. Complementando ainda dispondo que em aquisição de bens e serviços é necessário que seja feita licitação na modalidade pregão, segundo o mesmo dispositivo legal. (PERUCHI, 2017, p. 31)
O STF, na Ação Direta de Inconstitucionalidade, ADI 1.923, entendeu que:
O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente o pedido, apenas para conferir interpretação conforme à Constituição à Lei n. 9.637/98 e ao art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93, incluído pela Lei n. 9.648/98, para que: (i) o procedimento de qualifica- ção seja conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da Constituição Federal, e de acordo com parâmetros fixados em abstrato segundo o que prega o art. 20 da Lei n. 9.637/98; (ii) a celebração do contrato de gestão seja conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos prin- cípios do caput do art. 37 da Constituição Federal; (iii) as hipóteses de dispensa de licitação para contratações (Lei n. 8.666/93, art. 24, XXIV) e outorga de permissão de uso de bem público (Lei n. 9.637/98, art. 12, § 3o) sejam conduzidas de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da Constituição Federal; (iv) os contratos a serem celebrados pela Organização Social com terceiros, com recursos públicos, sejam conduzidos de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da Constituição Federal, e nos termos do regulamento próprio a ser editado por cada entidade; (v) a seleção de pessoal pelas Organizações Sociais seja conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF, e nos termos do regulamento próprio a ser editado por cada entidade; e (vi) para afastar qualquer interpretação que restrinja o controle, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União, da aplicação de verbas públicas, nos termos do voto do Ministro Luiz Fux, que redigirá o acórdão, vencidos, em parte, o Ministro Ayres Britto (Relator) e, julgando procedente o pedido em maior extensão, os Ministros Marco Aurélio e Rosa Weber. Não votou o Ministro Roberto Barroso por suceder ao Ministro Ayres Britto. Impedido o Ministro Dias Toffoli. Presidiu o julgamento o Ministro Ricardo Lewandowski (ADI 1.923, STF – Tribunal Pleno, Rel. Min. Ayres Britto, Relator p/ Acórdão: Min. Luiz Fux, julgamento 16.04.2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe 17.12.2015).
	Ainda, esclarece Fernanda Marinela (2016) que as OS são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, criadas por particulares para por meio de parceria executar serviços públicos não exclusivos do Estado, podendo ser criadas também pelos Estados e Municípios, desde que aprovem suas próprias leis. Ademais, são declaradas, como entidades de interesse social e utilidade pública, sendo qualificadas, temporariamente, pelo Ministro ou titular do órgão supervisor do seu ramo de atividade e pelo Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, desde que preencham alguns requisitos formais e substanciais. Citando a autora como exemplos de OS o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e a Associação Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
As organizaçõesda sociedade civil de interesse públicos (Oscips), por sua vez, “são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa dos particulares, para desempenhar serviços não exclusivos do Estado, com fiscalização do Poder Público, formalizando a parceria com a Administração Pública por meio de termo de parceria” (MAZZA, 2013, p. 181)
	Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2009, conceitua OSCIP da seguinte maneira: “Trata-se de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado com incentivo e fiscalização pelo Poder Público, mediante vínculo jurídico instituído por meio de termo de parceria”.
	De acordo como § 1º do art. 1º da Lei 9790/99, as OSCIP:
Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social” 
	Segundo Peruchi (2017, p. 33) “Essa conceituação demonstra um cuidado maior com a escolha da entidade a ser qualificada do que o que se tem nas organizações sociais. Além disso a entidade deve estar em atividade por pelo menos 3 anos (art1°) e os requisitos a serem preenchidos são mais rígidos e estruturados do que os exigidos nas OSs”
	A outorga do título de Oscip é disciplinada pela Lei n. 9.790/99, regulamentada pelo Decreto n. 3.100/99,bem como, Lei n. 13.019/2014, o diploma legal sofreu alterações pela Lei n. 13.204/2015, somente podendo ser concedido à pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham como finalidade: promoção e assistência social; promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; promoção gratuita de educação, saúde, segurança alimentar, preservação do meio ambiente; promoção do voluntariado, do desenvolvimento econômico e social e combate a pobreza; experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos; promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos etc.
	Insta salientar que as OSCIPs estabelecem vínculo jurídico com a Administração através de termo de parceria, cuja celebração pressupõe prévia consulta aos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes. Ainda, é necessária a habilitação junto ao Ministério da Justiça, com o preenchimento dos requisitos dos arts. 4º e 5º da lei 9.790/99.
Fernanda Marinela (2016, p. 143) menciona como exemplos de OSCIPs:
Instituto Joãosinho Trinta/RJ; Agência de Produção e Gestão Cultural e Artística, Mar & Mar/ES; Arte Vida/DF; Centro de Referência em Mediação e Ar- bitragem (Cerema/SP); Fórum Estadual de Defesa do Consumidor (FEDC/RS); Instituto Ju- rídico Empresarial/PR; Instituto de Integração e Ação Social do Tocantins – Instituto Asas/ TO; Organização Ponto Terra/MG, além de inúmeras outras
Exsurge ressaltar que para Celso Antônio Bandeira de Mello:
Distinguem-se das “organizações sociais”, entre outros pontos relevantes, pelos seguintes: a) a atribuição do qualificativo não é, como naquelas, discricionária, mas vinculada e aberta a qualquer sujeito que preencha os requisitos indicados; b) não celebram “contratos de gestão” com o Poder Público, mas “termos de parceria”, conquanto, tal como neles, seja especificado um programa a cumprir, com metas e prazos fiscalizados, além da obrigação de um relatório final, que os faz mais distintos, entre si, pelo nome que pelo regime; c) os vínculos em questão não são condicionantes para a qualificação da entidade como tal, ao contrário do que ocorre com as “ organizações sociais”; d) o Poder Público não participa dos seu quadros eletivos, ao contrário do que ocorre naquelas; e e) o objeto de atividade delas é muito mais amplo. (MELLO, 2015, pg.247)
Por derradeiro, temos as Organização da Sociedade Civil (OSC) – também conhecidas como ONGs (organizações não governamentais) – regulamentada pela Lei 13.019/2014, que em seu art. 2º, I, a define como:
I – organização da sociedade civil: (Redação dada pela Lei n. 13.204, de 2015) a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; (Incluída pela Lei n. 13.204, de 2015)
Na doutrina é conceituada como: 
Pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, que não distribui a seus agentes qualquer proveito econômico auferido no exercício de sua atividade, constituída, após chamamento público, em regime de cooperação voluntária com entidade governamental, para a consecução de finalidades de interesso público com ou sem transferência de recursos, mediante termos de colaboração ou de fomento, conforme oriundos de proposta feita, respectivamente, pelo Poder Público ou pela própria pessoa interessada.” (MELLO, 2015, pg.248)
O vínculo jurídico com o Estado se dá através de acordos de cooperação, termo de fomento ou termo de cooperação, que podem ser entendidos como: 
O Termo de Colaboração é o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros (art. 2o, VII, com redação da Lei n. 13.204/2015); enquanto o termo de fomento é o instrumento para as parcerias destinadas à consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas por iniciativa das organizações da sociedade civil que envolvam a transferência de recurso (art. 2º, VIII, com redação da Lei n. 13.204/2015). Por fim, foi introduzido o inciso VIII-A ao art. 2o pela Lei n. 13.204/2015, o de- nominado acordo de cooperação, que também é instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mas que nesses casos não envolvam a transferência de recursos financeiros. ” (MARINELA, 2016, pg. 255)
Segundo Peruchi (2017, p. 36):
Caso ocorra o descumprimento do acordado a organização da sociedade civil pode sofrer sanções administrativas, como por exemplo a suspenção de chamamento público por até dois anos, suspenção da declaração de idoneidade enquanto perdurarem os motivos da mesma ou até que a mesma promova a reabilitação perante o Poder Público, por meio do ressarcimento dos prejuízos causados. Além das sanções administrativas a nova lei também inseriu hipóteses de improbidade administrativa.
A prestação de contas da entidade deve ser feita a toda sociedade brasileira, sendo essa responsabilidade tanto do gestor governamental quanto da entidade, pois a prestação deve ter ampla transparência. Na prestação deve ser possível fazer uma avaliação de como anda o cumprimento dos trabalhos da entidade, devendo conter elementos que possibilitem essa avaliação.
(...) Se seguidas as diretrizes corretamente, essas parcerias se tornam grandes aliadas do Estado para a realização de atividades de interesse público, pois elas não absorvem órgãos públicos e seguem corretamente tanto os princípios licitatórios, quanto os da administração pública. 
SERVIÇOS PÚBLICOS
	Os serviços públicos podem ser prestados a população pela Administração Pública Direta (centralizada)ou pela Administração Pública Indireta (Descentralizada).
	Segundo Diogenes Gasparini (2008, p. 312) 
a demanda, cada vez maior, de comodidades e utilidades públicas por parte dos administrados e a constante assunção do Estado a atividades antes de responsabilidade dos particulares, aliadas à falta de recursos públicos, têm tornado menos operante os esforços diretos da Administração Pública para propiciar à coletividade bons serviços ou serviços adequados, como quer a Lei federal n. 8.987/95, chamada Lei das Concessões e Permissões de Serviços Públicos.
Salientando que, “duas são as formas de oferecimento dos serviços públicos: a centralizada e a descentralizada”.
	Assim serão de execução centralizada os serviços públicos quando prestados por meio dos órgãos que compõem a Administração Pública, ou seja, aqueles prestados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como por seus ministérios, secretarias e demais órgãos internos, por meio da desconcentração.
	Serão, todavia, de execução descentralizada os serviços públicos na medida que a titularidade e execução, ou a mera execução é atribuída a outra entidade, distinta da Administração Pública.
	Impende, nesta toada conceituar serviço público, para melhor entendimento do tema.
	Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2009, p. 102) define serviço público como “toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público”.
	Hely Lopes Meirelles (2006, p. 316), por sua vez, assim conceitua “serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades sociais essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado”.
	Por fim, Celso Antônio Bandeira de Mello disserta que:
serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por sim mesmo ou por quem lhe faça as vezes, sob regime de Direito Público – portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais –, instituído em favor dos interesses definidos como públicos no sistema normativo.
	Destarte, serviço público é todo serviço prestado pelo Estado (Administração Direta e Indireta) ou por seus delegados, decorrente de um processo de descentralização por delegação ou por colaboração, com a assinatura de contratos de concessão ou de permissão (CF, art. 175, e Lei 8.987/1995). Dessa forma, é conceito em permanente mutação, porque depende principalmente das escolhas ocasionais do legislador. 
	O Decreto 6.017/2007, ao regulamentar os consórcios públicos, no artigo 2.º, inciso XIV, considera serviço público “(...) atividade ou comodidade material fruível diretamente pelo usuário, que possa ser remunerado por meio de taxa ou preço público, inclusive tarifa”. 
Na verdade, a Constituição e as leis, sempre variáveis, é que determinarão o que pode ser considerado serviço público. A única certeza está na identificação dos legitimados, ou seja, o Poder Público (Administração Direta e Indireta), ou aqueles a quem o serviço público foi delegado, as concessionárias e permissionárias (CF, art. 175), bem como as parcerias público-privadas.
	A título ilustrativo analise-se a hipótese de duas universidades, uma pública e a outra privada, a universidade pública presta serviço público, a universidade privada não, muito embora exista semelhança na atividade. A última não é o Estado, não tem concessão nem permissão, mas autorização (CF, art. 209); em outras palavras, sua delegação lhe permite exercer atividade de interesse público, e não serviço público. 
	Cumpre mencionar que a delegação de serviços público está regulamentado pelas Leis 8.987/1995, 9.074/1995 e 11.079/2004, entre outras, como, por exemplo, as leis de regência das agências reguladoras. No que se refere à delegação por concessão ou por permissão, esta representa a transferência da responsabilidade pela execução do serviço público, o que não compromete a titularidade, ainda exclusiva da Administração Pública. É exemplo de delegação por contrato, ou, dito de forma mais ampla, de descentralização por delegação ou por colaboração, cujo objeto é o contrato administrativo de concessão ou de permissão. A propósito, os contratos de concessão e de permissão podem ser objeto de solução de controvérsias por meio do instituto da arbitragem (Lei 8.987/1995, art. 23-A).
	No que diz respeito ao edital de processo licitatório que descentraliza a prestação de serviço público, será elaborado pelo Poder concedente e deverá conter o objeto, as metas e os prazos da concessão, as possíveis fontes de receitas alternativas, os critérios de reajuste e a revisão das tarifas, a indicação dos bens reversíveis e, entre outras cláusulas, a expressa indicação do responsável pelo ônus das desapropriações necessárias à execução do serviço ou da obra pública, ou ainda para a instituição de servidão administrativa (Lei 8.987/1995, art. 18). O edital pode ainda inverter a ordem das fases de habilitação e de julgamento – uma experiência semelhante ao pregão –, que pode ser aplicada na concorrência, nos casos abrangidos pela Lei 8.987/1995. Inabilitado o licitante mais bem classificado, serão analisados os documentos do segundo colocado, e assim sucessivamente, até ser identificado o vencedor – outra característica anteriormente exclusiva do pregão. A revogação da licitação permanece como alternativa; contudo, “(...) proclamado o resultado final, o objeto será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas” (Lei 8.987/1995, art. 18-A, I, III e IV), o que, todavia, não significa direito subjetivo à contratação. 
	O regime de Direito Público é preponderante na relação; no entanto, o concessionário ou o permissionário possuem o direito ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato, o que é construído a partir de uma harmonia entre os investimentos necessários, o tempo de duração do contrato e o valor máximo de tarifa que o usuário pode suportar. 
	Eventuais imprevisões exigirão interferência do poder concedente/permitente nos termos do contrato (princípio da mutabilidade ou adaptabilidade), para, entre outras coisas, preservar o sinalagma, a reciprocidade, o equilíbrio construído entre compromissos e contrapartidas, com a conclusão do processo licitatório. Entretanto, de qualquer forma, existe uma diferença entre os contratos administrativos regidos pela Lei 8.666/1993, e os contratos administrativos específicos, de concessão e de permissão, com as suas regras próprias, provenientes da Lei 8.987/1995. Exemplo disso ocorre na responsabilidade do Estado decorrente dos danos causados aos particulares durante a realização das obras públicas, pois, nos contratos de concessão ou de permissão, os danos resultantes do processo de execução dos contratos, seja na realização da obra, seja na prestação do serviço, responsabilizam o Estado de forma subsidiária. 
	Por sua vez, nos contratos administrativos regidos pela Lei 8.666/1993, os danos que provierem da execução do contrato, a realização da obra licitada, comprometem o Estado de forma solidária. Pelos danos causados pela obra, ou seja, por sua existência, responde apenas o Estado, em todas as formas, porém a execução inadequada dos termos do contrato pode comprometer o Poder Público de diferentes modos, conforme o regime jurídico predominante para o contrato, ou seja, a Lei 8.666/1993 ou a Lei 8.987/1995. E mais, os prazos de duração de contrato previstos na Lei 8.666/1993 não são aplicados para os contratos de concessão e de permissão, que têm como referência as regras estabelecidas, por exemplo, pela Lei 11.079/2004, artigo 5.º, inciso I, que estipula, para as concessões patrocinadas e administrativas, no máximo, 35 (trintae cinco) anos. Na verdade, o prazo dependerá diretamente dos recursos necessários para o empreendimento, porque a concessionária precisará amortizar os seus investimentos e ter a perspectiva do lucro durante o período estipulado para o contrato, o que, sem dúvida, repercutirá diretamente no valor final da tarifa. 
	É importante ainda destacar que nas licitações destinadas para a delegação de contratos de concessão ou de permissão, é vedada a declaração de inexigibilidade, e, nos casos de licitação deserta, a dispensa da licitação pode ser cogitada (Lei 9.427/1996, art. 23, § 1.º e 2.º).
	Ademais, a nortear a prestação do serviço público, podemos citar os princípios do dever inescusável do Estado de promover a prestação dos serviços públicos, da continuidade do serviço público, princípio da universalidade, princípio da modicidade das tarifas, princípio do controle, da mutabilidade do regime jurídico ou da flexibilização dos meios aos fins, da igualdade dos usuários, da atualização. Indicando, ainda alguns autores os princípios da adequação, da obrigatoriedade, a universalidade ou generalidade, da cortesia, da transparência, além dos esculpido no caput do artigo 37 da CF.
	Para Marinela (2016, p. 577) o:
princípio do dever inescusável do Estado de promover a prestação dos serviços públicos, seja de forma direta ou indireta. Dessa forma, o Estado não pode se recusar a promover a prestação dos serviços rotulados como pú- blicos, conquanto nada impeça que ele o faça por intermédio de seus representantes, utilizando-se de institutos de descentralização da atividade administrativa como, por exemplo, a concessão ou a permissão de serviços. A omissão do Estado pode dar causa à ação judicial para provocar a sua atuação, constituindo, inclusive, direito à indenização, quando a ausência da atividade causar danos.
	O princípio da continuidade da prestação de serviço público deve ser compreendido em dois diferentes âmbitos: na relação entre poder concedente e concessionária e na relação entre concessionária e usuário. E somente está presente nas contratações que envolvem concessão ou permissão, situação que o distancia dos contratos administrativos que têm como objeto compras, alienações ou locações, eventuais obras ou serviços, inclusive de publicidade (Lei 8.666/1993, art. 2.º). 
	No primeiro âmbito ou dimensão, o princípio torna-se rigoroso à concessionária porque condiciona o cumprimento do contrato, mesmo diante do descumprimento do poder concedente. A prestação do serviço público não pode ser interrompida, mesmo que represente sacrifício extremo da pessoa jurídica de Direito Privado que contratou com o Poder Público o desempenho dessa atividade. Assim está previsto no artigo 39 da Lei 8.987/1995: “O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim”. Todavia, prossegue a Lei 8.987/1995, em seu artigo 39, parágrafo único, afirmando que: “(...) os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado”, ou seja, não se admite para o caso a alegação da exceptio non adimpleti contractus.
	 Desse modo, insiste-se, mesmo diante da inobservância do poder concedente, seja em relação a trabalhos não-realizados, seja até mesmo no que se refere a contrapartidas financeiras negligenciadas – embora contratualmente estabelecidas –, está a concessionária incumbida de não transferir tais dificuldades ao usuário, em face da obrigação constitucional de manter um serviço adequado. Todos os prejuízos decorrentes desse sacrifício serão posteriormente resolvidos pelo Poder Judiciário. 
	No segundo âmbito de análise – a relação entre concessionária e usuário –, o princípio da continuidade da prestação do serviço público é relativizado porque não se considera descontinuidade interromper a prestação do serviço por meio de prévio aviso, quando motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações e também em decorrência do não-pagamento da obrigação por parte do usuário. 
	Na verdade, sobre o assunto recai dúvida decorrente da redação da Lei 8.987/1995, artigo 6.º, § 3.º, inciso II, visto que a interrupção do serviço mediante aviso anterior e em face do inadimplemento do usuário está condicionada ao interesse da coletividade, um exemplo evidente de conceito jurídico indeterminado.
	 Para o Poder Judiciário, o interesse da coletividade pode representar a possibilidade de interrupção do serviço de todos aqueles que não respondem por suas obrigações, inclusive o Poder Público. Em acórdão mais recente, repensando certas convicções, especialmente no que diz respeito à cessação do serviço para o Poder Público e particulares em atraso nos pagamentos, ponderou-se que, “(...) diante da inadimplência de pessoa jurídica de Direito Público, deve-se preservar o fornecimento de eletricidade às unidades públicas provedoras de necessidades inadiáveis da comunidade (hospitais, prontos-socorros, centros de saúde, escolas e creches)”, e mais, “(...) o entendimento, em excepcionais casos, deve ser abrandado se o corte puder causar lesões irreversíveis à integridade física do usuário, isso em razão da supremacia da cláusula de solidariedade prevista no art. 3.º, inciso I, da CF/1988”. 
	 Em acórdão recente, o Superior Tribunal de Justiça afirmou que o “(...) o corte no fornecimento de energia elétrica, quando se trata de pessoa jurídica de direito público, é indevido apenas nas unidades cujo funcionamento não pode ser interrompido, como hospitais, prontos-socorros, centros de saúde, escolas e creches (...). No caso, trata-se de agências do INSS localizadas no Estado do Rio de Janeiro, que estão com atraso no pagamento das contas de energia elétrica (...)”. 
	Em razão da circunstância, mesmo diante do Estado-usuário admitiu-se a interrupção do serviço, visto que é o entendimento predominante do Superior Tribunal de Justiça, com as ressalvas já destacadas. Por fim, o Tribunal não autorizou o corte do fornecimento de energia elétrica, “(...) pois entendeu configurada a cobrança de valores pretéritos, não-contemporâneos à prévia notificação”. 
	 Além disso, a prestadora de serviço público deverá acionar os meios ordinários de cobrança, sob pena de configurar constrangimento ou ameaça ao consumidor, o que é inadequado, para os termos do artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor. Em realidade, os direitos dos usuários deveriam estar esmiuçados em lei própria, já que a Emenda Constitucional 19/1998, no artigo 27, exigiu do Congresso Nacional, no prazo de 120 (cento e vinte) dias de sua promulgação, a elaboração de uma lei de defesa do usuário de serviços públicos. De qualquer maneira, a Lei 8.987/1995, no artigo 7.º, e, posteriormente, no artigo 7.º-A, revela parte importante desses direitos, como, por exemplo, na última referência, onde está assegurado aos administrados que as “(...) concessionárias de serviços públicos, de Direito Público e de Direito Privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de 6 (seis) datas opcionais para escolherem o dia de vencimento dos seus débitos”. 
	O princípio da universalidade por seu turno:
exige a prestação do serviço à coletividade como um todo, sendo uma atividade erga omnes e de forma indistinta. Para que esse princípio seja efetivamente aplicado, há necessidade de se observar o princípio da impessoalidade, o qual determina a prestação do serviço de forma impessoal, sendo vedada a discriminação entre os usuários, assim como o princípio da isonomia no tratamento dos usuários dos serviços, porque, desde que satisfaçam as condições legais, todos fazem jus à sua prestação, sem qualquer distinção de caráter pessoal.(MARInELA, 2016, p. 577/578)
O princípio da modicidade das tarifas aparece expresso no artigo 6.º,§ 1.º da Lei 8.987/1995, em que consta que a prestação adequada de serviço público é aquela que satisfaz as condições de regularidade, de continuidade, de eficiência, de segurança, de atualidade, de generalidade, de cortesia e de modicidade das tarifas. 
	O artigo 9.º define que a tarifa de serviço público se originará na proposta vencedora da licitação – são valores que poderão posteriormente variar conforme a necessidade de revisão ou de acordo, com a obrigatoriedade do reajuste e das mudanças ocorridas com o contrato por necessidades imprevistas. 
	Pressupõe, também, a efetiva prestação para ocorrer a cobrança, muito embora o Superior Tribunal de Justiça tenha entendido ser “(...) legítima a cobrança da tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa (...)”. 
	Por outro lado, para assegurar o direito de acesso às informações que compreendem a prestação de serviço público (CF, art. 37, § 3.º), a pedido do assinante, que responderá pelos custos, “(...) é obrigatória, a partir de 1.º de janeiro de 2006, a discriminação de pulsos excedentes e ligações de telefone fixo para celular (...)”. E mais, somente nos casos previstos expressamente em lei, exigir-se-á serviço alternativo e gratuito (Lei 8.987/1995, art. 9.º, § 1.º), ou seja, “(...) a necessidade de colocar uma via alternativa gratuita para seus usuários, em caráter obrigatório, não deve ser imposta para a cobrança do pedágio (...)”. 
	Mas o fato é que, desde a sua concepção, que inicia na abertura do processo licitatório, a tarifa deverá representar valor que não exclua os usuários, pelo menos em sua maioria, do acesso à prestação do serviço público. Para tanto, o edital de licitação elaborado pelo poder concedente deverá contemplar possíveis fontes de receitas alternativas (Lei 8.987/1995, art. 18, VI). 
	Aliás, será desclassificada a proposta que para a sua viabilização necessite de vantagens ou de subsídios que não estejam previamente autorizados em lei e que estejam ao alcance de todos os concorrentes. 
	O valor principal é desonerar a própria tarifa, torná-la acessível, conforme, até mesmo, as possibilidades de segmentos de usuários distintos. Desse modo, todas as eventuais fontes de receita alternativa farão parte do equilíbrio financeiro inicial do contrato (Lei 8.987/1995, art. 11). As tarifas não são tributos, e suas variações de valor dependem, portanto, dos mecanismos de revisão ou de reajuste (Lei 8.987/1995, art. 18, VIII). 
	A revisão, quando decorre de situações imprevistas, como, por exemplo, o aumento da alíquota do imposto de importação, serve para reencontrar o sinalagma (equilíbrio) do contrato administrativo, seja na concessão, seja na permissão. 
	A criação, a alteração ou a extinção de alguns tributos, após a apresentação das propostas, quando comprovado o seu impacto no equilíbrio econômico-financeiro do contrato, poderá implicar a revisão da tarifa, para mais ou para menos, de acordo com o caso. É exemplo, pois, de “fato do príncipe”, fato produzido pela Administração, e que interfere de forma indireta na relação contratual – para o caso específico –, desequilibrando-a. 
	Segundo o artigo 9.º, § 3.º, da Lei 8.987/1995, com exceção “(...) do imposto sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado o seu impacto, implicará revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso”. 
	Dessa maneira, a revisão pretende manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, especialmente após as imprevistas alterações unilaterais, espécie de cláusula exorbitante presente em todos os contratos administrativos (Lei 8.987/1995, art. 23, IV, e Lei 8.666/1993, art. 58, I), uma afirmação do princípio da mutabilidade ou adaptabilidade. A previsão de reajuste de tarifas, por sua vez, é exemplo de cláusula obrigatória (Lei 8.987/1995, art. 23, IV) dos contratos administrativos e diferencia-se da revisão, visto que se ajusta a circunstâncias previsíveis, e não o contrário, porque acionada em datas previamente estabelecidas para atualizar monetariamente o contrato. 	Com efeito, toda renovação de tarifa em períodos anteriormente estabelecidos pelo contrato indica hipótese de reajuste, e não sua revisão. Assumir parte do valor da tarifa é um exemplo de estratégia com respaldo legal. As concessões comuns (Lei 8.987/1995, art. 11) e as concessões patrocinadas (Lei 11.079/2004, art. 2.º) preveem a possibilidade de associação de esforços entre usuários e a Administração, a fim de se responder pelo valor da tarifa. Subsidiar a tarifa, repassando diretamente ao contratado percentuais correspondentes à parte de seu valor total, é circunstância que concretiza o princípio da modicidade das tarifas. No caso das concessões patrocinadas, a garantia dos repasses é decorrente do previsto no artigo 8.º da Lei 11.079/2004.
	Os serviços públicos de água e de esgoto exigem a cobrança de tarifa, e não de taxa, uma espécie de tributo. Para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de Justiça, não possui natureza tributária a contraprestação exigida dos usuários desse serviço. É exemplo, contudo, de prestação de serviço público, na sua forma específica e divisível, de uso efetivo ou potencial, de utilidade singular (uti singuli), que exterioriza a contraprestação, mas é remunerada por tarifa. Eventual campanha de prevenção à dengue promovida pelo Estado, por característica, é exemplo de serviço público de utilidade universal (uti universi); sendo assim, ainda que ocorram as visitas realizadas pelo Estado nas moradias, isso não indica a existência do fato gerador de uma taxa. E mais, para o mesmo Tribunal, aplica-se “(...) o disposto no art. 52, § 1.º, do CDC (Lei 8.078/1990) aos contratos de prestação de serviços de telefonia, uma vez que há relação de consumo, logo incidirá o percentual de 2% em decorrência de atraso no pagamento pela prestação dos serviços telefônicos (...)”. A Portaria 127/1989 do Ministério das Comunicações, quando estabelece uma multa de 10%, cobrada pelo inadimplemento de contas telefônicas, contraria lei ordinária, e não pode ser aplicada.
 	Por sua vez, o princípio do controle, “consiste na possibilidade de fiscalização efetiva dos serviços prestados, no que tange à qualidade, à eficiência, à aplicação de recursos públicos e demais aspectos. Esse controle pode ser realizado por outros órgãos da própria Administração, pelos demais Poderes do Estado, assim como pelo cidadão”. (marinela, 2016, p. 578). 
Pelo princípio da igualdade dos usuários perante o serviço público, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2009, p. 108) “desde que a pessoa satisfaça às condições legais, ela faz jus à prestação do serviço, sem qualquer distinção de caráter pessoal”. 
	 A Lei de Concessões de Serviços Públicos (Lei n. 8987/95) prevê a possibilidade de serem estabelecidas tarifas diferenciadas “em função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos grupos de segmentos de usuário”. É o que ocorre, por exemplo, na isenção de tarifa para idoso, redução de tarifa para os usuários de menor poder aquisitivo etc.
	Já princípio da atualização, segundo Marinela (2016, p. 577):
também denominado, por alguns doutrinadores, de princípio da adaptabilidade ou da atualização. Esse princípio está conceituado no art. 6º, § 2o, da Lei n. 8.987/95, que estabelece que a “atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço”. Exige-se que o serviço seja prestado de acordo com o “estado da técnica”, isto é, uti- lizando-se das técnicas mais modernas possíveis.
	
	Sobre serviços públicos insta destacar que, em conformidade com a CF tem-se:
a) serviços de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. Hoje, somente dois serviços encontram-se nessa categoria: o serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X, da CF); 
b) serviços de prestação obrigatóriapelo Estado, sendo também obrigatório fazer sua concessão a terceiros, como ocorre com os serviços de rádio e televisão em que o Estado e a concessionária prestam o serviço ao mesmo tempo (art. 223 da CF); 
c) serviços de prestação obrigatória pelo Estado, mas sem exclusividade, que são os serviços em que tanto o Estado quanto o particular são titulares em decorrência de previsão constitucional, denominados serviços não privativos. Dessa forma, os particulares também prestam o serviço em nome próprio, e não em nome do Estado, como ocorre na educação, na saúde, na previdência social e na associação social;
(...)
d) serviços de prestação não obrigatória pelo Estado, mas, não os prestando, é obriga- do a promover-lhes a efetivação, por meio dos institutos da concessão ou permissão de serviços. Nesse grupo, o particular presta o serviço em nome do Estado, tendo somente a sua execução, e não a titularidade, como acontece nas hipóteses anteriores. A maioria dos serviços está incluída nesse conceito, especialmente os enumerados no art. 21, XI, da CF, e.g., energia elétrica, telefonia, transporte rodoviário e outros. (marinela, 2016, p. 588/589)
Ademais, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2009, p. 109) os serviços públicos podem ser classificados em próprios e impróprios, discorrendo que “serviço públicos próprios são aqueles que, atendendo a necessidades coletivas, o Estado assume como seus e os executa diretamente (por meio de seus agentes) ou indiretamente (por meio de concessionários ou permissionários). Os serviços impróprios são os que, embora atendendo também as necessidades coletivas, como os anteriores, não são assumidos nem executados pelo Estado, seja direta ou indiretamente, mas apenas por ele autorizados, regulamentados e fiscalizados”.
	Indicando, ainda Alexandre Mazza (2013, p. 671) que os serviços públicos podem ser prestados de forma direta (Administração Pública Direta), que poderá se dar diretamente pelo Estado ou com auxílio de particulares, mediante procedimento licitatório; de forma indireta por outorga, se houver lei específica e for prestado por pessoas jurídicas especializadas criadas pelo Estado, tais como as autarquias, fundações públicas, associações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista; e por prestação indireta por delegação, é realizada após regular licitação, por meio concessionários ou permissionários, desde que a concessão decorra de lei específica e a permissão de autorização legislativa. Ressaltando o autor que prestação indireta por delegação só pode ocorrer em relação a serviços uti singuli.
	Destarte, cumpre distinguir os serviços uti universi ou serviços gerais, dos serviços uti singuli, ou serviços individuais. Os serviços uti universi são indivisíveis, e Administração presta-os a usuários indeterminados, mantendo-os por impostos. Já os serviços uti singuli, são prestados de modo a criar benefícios individuais a cada usuário, podendo ser concedidos e custeados pela cobrança de taxa, como ocorre, por exemplo, na energia residencial, na água canalizada, no transporte coletivo, na telefonia fixa etc.
	Há ainda os chamados serviços públicos essenciais, definidos pela Lei n. 7.783/89, tais como assistência médica e hospitalar, captação e tratamento de esgoto e lixo, compensação bancária etc.
	 Por derradeiro, convém mencionar que a Constituição Federal de 1988, atribuiu diversos serviços públicos à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, assim, a título ilustrativo, podemos citar como de competência da União os previstos no art. 21, X a XII, compreendendo o serviço postal e o correio aéreo, as telecomunicações, radiodifusão, energia elétrica, navegação aérea, transporte rodoviário, ferroviário, aquaviário, entre outros. No que se refere aos Estados, conforme art. 25, § 2º, a exploração e gás canalizado, aos Municípios, conforme art. 30, o transporte coletivo de interesse local, e ao Distrito Federal (art. 32, §1º) concedeu as mesmas competências de serviços públicos dados aos Estados e aos Municípios.
	Fernanda Marinela (2016, p. 589) ainda apresenta a seguinte classificação:
É possível classificar os serviços públicos conforme a sua essencialidade e a possibilidade de delegação. Nesse caso, a doutrina tradicional11 divide os serviços em serviços pú- blicos propriamente ditos e serviços de utilidade pública. Para parte da doutrina, os pri- meiros, também chamados serviços próprios, são os que se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público, considerados essenciais, indispensáveis à sobrevivência da sociedade e do próprio Estado. São prestados pela Administração, que se vale de sua supre- macia, não admitindo delegação. Normalmente, são gratuitos ou de baixa remuneração, como a segurança, a higiene e a saúde pública. Já os serviços de utilidade pública, também denominados de serviços impróprios, são os que não afetam substancialmente as necessidades da comunidade, isto é, não são essenciais. Todavia, por serem convenientes para a vida em sociedade, o Estado os presta diretamente ou indiretamente. Podem ser prestados pela Administração Direta (centralizada), Indireta (descentralizada) ou por terceiros fora da Administração, por meio de concessão ou de permissão, como energia elétrica, telefone e transporte coletivo.
Hely Lopes Meirelles (2003, p. 320) classifica, os serviços públicos em serviços administrativos – consistem nas atividades promovidas pelo Poder Público para satisfazer necessidades internas ou preparar outros serviços, como a imprensa oficial, as estações experimentais; comerciais ou industriais e sociais, que para alguns doutrinadores, não são considerados serviços públicos, e sim atividades privadas, podendo ser entendidos como “aquele que a Administração executa, direta ou indiretamente, para atender necessidades coletivas de ordem econômica; e os serviços sociais, compreendidos como aqueles que atendem as necessidades coletivas, sendo a atuação do Estado essencial, tais como educação, previdência e saúde. 
Exsurge esclarecer que o serviço público é de titularidade do Estado, todavia, a sua execução pode ser delegada a particulares, através da concessão (Lei 8.987/95 alterada pela Lei n. 9.074/95 e), da permissão (Lei 8.987/95), da autorização (Lei 8.987/95) e da parceria público-privada (Lei 11.079/2014), também conhecida como concessão comum.
A concessão está definida no artigo 2º, II e III, da Lei 8.987/95, podendo ser conceituada:
uma forma de transferência da titularidade para a prestação de serviços públicos, denomina- da delegação. Tal transferência é realizada pelo poder concedente à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. A formalização faz-se por meio de contrato administrativo, precedido de licitação, na modalida- de concorrência, tendo sempre prazo determinado. (Marinela, 2016, p. 593)
Em conformidade com o artigo 29 da Lei 8.987/95, estabelece os direitos e obrigações do poder concedente (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), assim, são direitos do poder concedente, inspecionar e fiscalizar, alterar unilateralmente as cláusulas, extinguir, intervir e aplicar sanções. Por seu turno, são obrigações do poder concedente, regulamentar o serviço, de zelar pela boa qualidade estimular a preservação do meio ambiente e conservação, incentivar a competitividade etc.
Já o concessionário tem direito ao equilíbrio econômico-financeiro e tem a obrigação de prestar um serviço de qualidade, permitir a fiscalização, assumindo o serviço por sua conta em risco, respondendo objetivamente (independentemente de culpa) pelos serviços prestados (art. 37, §6º da CF) e resultando apenas responsabilidade subsidiária do Estado.
Urge ainda esclarecer que o usuário do serviço público, seja ele delegado ou prestado pela administração direta ou indireta, é tutelado peloCódigo de Defesa do Consumidor. 
Quanto as formalidades, a concessão depende de autorização legislativa específica, procedimento licitatório a modalidade concorrência, a lei 8987/95, em seu artigo 23 estabelece as cláusulas essenciais no contrato de concessão, sendo permitida a arbitragem as resolução de dispostas, nos moldes da Lei 11.196/2005 e a subcontratação depende de autorização expressa do poder concedente, previsão no edital da licitação ou no contrato. Sendo ainda permitida a reversão dos bens indispensáveis a prestação do serviço.
Por derradeiro, são formas de extinção da concessão, o termo, a rescisão judicial, a rescisão consensual, ato unilateral do poder concedente – nesta hipótese, admitindo, a encampação (resgate) e a caducidade – , a anulação e a falência ou extinção da empresa. 
A parceria público-privada (PPP), regulamentada pela Lei n. 11.079/2004 e Lei n. 13.137/2015 e, por sua vez, pode ser definida como:
um acordo firmado entre a Administração Pública e a pessoa do setor privado, com o objetivo de implantação ou gestão de serviços públicos, com eventual execução de obras ou fornecimento de bens, mediante financiamento do contratado, contraprestação pecuniária do Poder Público e compartilhamento dos riscos e dos ganhos entre os pactuantes. Trata-se de uma espécie de concessão de serviço público, denominada concessão especial. (Marinela, 2016, p. 608)
As PPPs podem ser de duas modalidade: (a) concessão patrocinada, que envolve uma tarifa cobrada do usuário e uma contraprestação do parceiro público e (b) concessão administrativa, onde a administração pública é a usuária direta ou indireta do serviço. 
Na PPP a licitação também é obrigatória e se dá a modalidade concorrência, todavia, os riscos são repartidos, resultando na responsabilidade solidaria do Estado e a obrigatoriedade de garantia, salutar, ainda destacar que o contrato deve ser firmado pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos e máximo de 35 (trinta e cinco).
Já a permissão, tem caráter precário, não exige autorização legislativa, pode ser celebrado com pessoa física (natural) ou jurídica, deve ser precedida por licitação, todavia, por qualquer modalidade. 
Por último a autorização, é intuitu personae, formalizado por ato unilateral do Poder Público, discricionário, a título precário, podendo a licitação ser dispensável ou inexigível. Como exemplos de autorização pode-se citar o serviço de taxi, de despachante etc.

Continue navegando