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Aula 12 (DIPu) Teoria Geral das Organizações Internacionais

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Organizações Internacionais
Teoria Geral
1º semestre de 2018
Direito Internacional Público
Graduação em 
Relações Internacionais
Conceito
Formas de criação
Classificação e características
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ORGANIZAÇÕES
UNIDADE XII:
como as
INTERNACIONAIS
estão enquadradas pelo Direito Internacional Público
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Um diplomata é responsável por representar o Brasil em qualquer discussão que envolva outras nações ou organismos internacionais (vide caso especial artigo 6o). 
É ele quem busca solucionar os conflitos envolvendo os interesses brasileiros, negocia acordos que tragam benefícios ao nosso país e promove nossa cultura no exterior (artigo 2o). 
Ele é o condutor de nossa política externa, em qualquer tema discutido: comércio exterior, proteção de direitos humanos, discussões sobre meio ambiente e tecnologia fazem parte do dia a dia de um diplomata.
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XII. As Organizações Internacionais
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As organizações internacionais são, para todos os efeitos, sujeitos e pessoas de Direito Internacional Público. 
Entretanto, ao contrário dos Estados, as organizações internacionais representam um fenômeno recente do Direito Internacional Público, na medida em que surgiram no final do séc. XIX (considerada a primeira organização internacional, a Universal Postal Union – UPU, ou “União Postal Universal”, estabelecida em 1874, é atualmente integrada por 191 Estados-membros). 
Porém, a doutrina indica 1919 como marco inicial da participação das organizações internacionais na sociedade internacional, ano de fundação da Sociedade das Nações – SDN (também conhecida como “Liga das Nações”), a qual seria extinta de fato em 1939 e extinta de direito em 1946. 
XII. As Organizações Internacionais

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Conceito: 
organizações possuidoras de personalidade jurídica de Direito Internacional Público, formadas pela associação de Estados. 
Conceito de Ricardo SEITENFUS: “As Organizações Internacionais são associações voluntárias de Estados que podem ser definidas...uma sociedade entre Estados, constituída através de um Tratado, com a finalidade de buscar interesses comuns através de uma permanente cooperação entre seus membros.” 
SEITENFUS, Ricardo. Manual das Organizações Internacionais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008, p.32.
Conceito de Ian BROWNLIE:  “Associação permanente de Estados, que prossegue fins lícitos, dotada de órgãos próprios.” 
BROWNLIE, Ian. Princípios de direito internacional público. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997, p. 709. 
XII. As Organizações Internacionais
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Segundo a Convenção de Viena de 1986, “organização internacional significa uma organização intergovernamental”.
Segundo El-Irian, uma organização internacional é “uma associação de Estados (ou de outras entidades possuindo personalidade internacional) estabelecida por meio de um tratado, possuindo uma constituição e órgãos comuns e tendo uma personalidade legal distinta da dos Estados-Membros”.
Segundo Ângelo Piero Sereni, “organização internacional é uma associação voluntária de sujeitos de direito internacional, constituída por ato internacional e disciplinada nas relações entre as partes por normas de direito internacional, que se realiza em um ente de aspecto estável, que possui ordenamento jurídico próprio e é dotado de órgãos e institutos próprios, por meio dos quais realiza as finalidades comuns de seus membros mediante funções particulares e o exercício de poderes que lhe foram conferidos”.
XII. As Organizações Internacionais
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O que diferencia o Estado das demais pessoas jurídicas de direito internacional público é que só ele tem soberania. Realça-se que, de fato, é relativo o conceito de soberania pois os Estados mais fortes modificam o direito quando lhes convém. Mesmo assim, o reconhecimento jurídico da soberania ainda é importante, uma vez que a sua conseqüência qualifica como ilegítimo o uso arbitrário da força.
Já no século XIX, alguns Estados se convenceram de que, em razão da natureza dos interesses comuns que começavam a surgir, seria mais prática a constituição de órgãos internacionais permanentes, ao invés de se reunirem em conferências diplomáticas de maneira pontual e descontínua, como haviam feito até então.
XII. As Organizações Internacionais
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A criação de uma Organização Internacional será através de um tratado internacional multilateral, ou seja, de dois ou mais sujeitos do Direito Internacional Público. 
Inicialmente as Organizações para serem criadas depende da vontade dos sujeitos originários, quais sejam os Estados. Todavia, a Covenção de Viena permite a criação de tratados internacional entre Organizações Internacionais.
Esse tratado constitutivo estabelece os objetivos da organização e cria um ordenamento próprio para executar seus objetivos. Além disso, esse tratado deve dispor no mínimo de uma finalidade, uma estrutura e as repectivas competências da organização.
XII. As Organizações Internacionais
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Diante desse novo panorama, surgiram as primeiras organizações internacionais, as quais tratavam das questões técnicas.
Nos anos de 1899 e 1907, as duas primeiras Conferências de Haia foram responsáveis pelo encontro entre as experiências multilaterais européias e americanas que tentaram, de forma inédita, estabelecer princípios jurídicos comuns para a organização internacional.
As organizações introduzem o chamado multilateralismo que é a cooperação internacional de dois ou mais Estados com o intuito de atingir fins comuns e criam normas que os Estados soberanos obrigam-se a respeitar, sem o que não terá qualquer propósito fazer parte delas.
XII. As Organizações Internacionais
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Elementos constitutivos: 
elemento material (agrupamento de Estados); e 
(2) elemento formal (personalidade jurídica internacional).
Características:
 
(1)  competência para celebrar tratados;
(2)  personalidade jurídica autônoma e derivada;
(3)  multiplicidade de membros;
(4)  duração permanente;
(5)  estatuto próprio;
(6)  sede própria (acordo-sede, tratado bilateral: “país de acolhimento”).
XII. As Organizações Internacionais
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Atuam segundo quatro orientações estratégicas:
Adotar normas comuns de comportamento político, social, etc. entre os países-membros;
Prever, planejar e concretizar ações em casos de urgência (solução de crises de âmbito nacional ou internacional, originadas de conflitos diversos, catástrofes, etc.);
Realizar pesquisa conjunta em áreas específicas;
Prestar serviços de cooperação econômica, cultural, médica, etc.
XII. As Organizações Internacionais
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ORGANIZAÇÕES
XII.1. Classificação das Organizações Internacionais
classificação das
INTERNACIONAIS
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Quanto à finalidade: podem ser gerais ou específicos. 
As primeiras são aquelas que desempenham suas atividades nos mais diversos assuntos internacionais, observando o limite de suas finalidades, temos como exemplo a ONU, a Organização dos Estados Americano e a União Africana. 
As segundas são aquelas constituídas para cooperar em determinada matéria delimitada, por exemplo a OIT, OMC a Organização da aviação Civil Internacional.
XII.1. Classificação das Organizações Internacionais
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Quanto à sua atuação: elas podem ser universal ou regional.
Será universal aquela que admite o ingresso de qualquer Estado, independentemente de sua localizaçào geográfica, critérios políticos ou culturais, como exemplo temos a ONU, OMC, OIT. 
Já uma Organização Internacional regional é aquela que permite o ingresso de apenas determinados Estados, analisando os critérios geográfico, político e cultural, como exemplos temos a União Africana a Nafta, Mercosul.
XII.1. Classificação das Organizações Internacionais
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Quanto ao vínculo jurídico interno: As organizações Internacionais podem se classificar de forma dependente ou independente. 
Será independente quando não possui vínculo com qualquer ordem jurídica interna. 
Todavia será dependente quando deve respeitar a Ordem Jurídica Interna
de um Estado.
XII.1. Classificação das Organizações Internacionais
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Quanto à participação de Estados: elas podem ser abertas ilimitadas, abertas limitadas ou fechadas. 
A primeira permite a participação de qualquer Estado. 
A segunda permite apenas o ingresso de alguns Estados, ou seja, estabelece critérios para admissão de novos membros. 
E a terceira não permite o ingresso de novo membro a não ser os que participaram originariamente da criação da Organização.
XII.1. Classificação das Organizações Internacionais
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Ricardo SEITENFUS relata que após a Segunda Guerra Mundial, identifica-se a seguinte classificação das organizações internacionais: 
 pela natureza de seus propósitos, atividades e resultados;
 pelo tipo de funções que a elas se atribuem; 
 pelos poderes ou estrutura decisória que elas dispõem; 
 pela sua composição.
XII.1. Classificação das Organizações Internacionais
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Ricardo SEITENFUS
 pela natureza de seus propósitos, atividades e resultados:
de objetivos políticos
Enfrentam questões essencialmente conflitivas com o objetivo de manter a paz e a segurança internacionais e seu traço fundamental é o caráter político-diplomático de suas atividades, pois essas influenciam sobre questões vitais dos Estados membros, tais como a sua soberania e a sua independência nacional. 
que objetivam a cooperação técnica
São delineadas pela natureza dos problemas que só podem ser enfrentados com a ação do coletivo internacional. Trata-se, por exemplo, do combate às epidemias (Organização Mundial da Saúde – OMS) ou a busca de melhoria da produtividade agrícola (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO).
XII.1. Classificação das Organizações Internacionais
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Ricardo SEITENFUS
 pelo tipo de funções que a elas se atribuem:
para aproximar posições dos Estados membros
Para que a tomada de decisões seja compatível com os interesses de todos. 
para adotar normas comuns de comportamento dos membros 
Ocorre nas áreas de direitos humanos, da saúde pública internacional, etc.
para solucionar crises nacionais ou internacionais 
Tipicamente provindas de catástrofes naturais, conflitos internacionais, guerras civis através de ações operacionais.
para prestar serviços aos Estados membros
Principalmente, no campo da cooperação financeira e do desenvolvimento (como o FMI e o Banco Mundial).
XII.1. Classificação das Organizações Internacionais
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Ricardo SEITENFUS
 pelos poderes ou estrutura decisória que elas dispõem:
decisões por unanimidade 
Exisge o consenso entre todos os membros.
diferentes tipos de maioria
(1) a maioria quantitativa (considera-se cada Estado como um voto)
(2) a maioria qualitativa (a organização diferencia os membros segundo critérios próprios, atribuindo a cada Estado membro um determinado coeficiente a ser computado após a sua votação) 
(3) o sistema misto (exige a dupla maioria, quantitativa e qualitativa).
XII.1. Classificação das Organizações Internacionais
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Ricardo SEITENFUS
 pela sua composição:
regional 
A organização se estrutura pela proximidade geográfica dos seus Estados membros, como a Associação das nações do Sudeste Asiático – ASEAN ou pelos interesses e objetivos comuns dos seus membros como a Organização dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP);
universal 
Não é feita qualquer discriminação para o ingresso dos Estados, dividindo-se em organizações com objetivos amplos, como a Organização das Nações Unidas – ONU ou com fins específicos, como a Organização Internacional dos Trabalhadores – OIT.
XII.1. Classificação das Organizações Internacionais
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