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Tópicos%20Especiais%20em%20Fundamentos%20Filosóficos%20e%20Teóricos%20de%20Direito_Unid%20II[1]

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Tópicos EspEciais Em FundamEnTos FilosóFicos E TEóricos dE dirEiTo
Unidade II
Tópicos filosóficos do direiTo
Justiça na perspectiva da filosofia
Justiça na perspectiva da Filosofia é: universal; abstrata; conceitual.
Universal, pois em todas as configurações sociais o sentimento de justiça sempre esteve presente. 
Acrescenta-se, ainda, que além da permanência nos mais diversos contextos socioculturais, a justiça 
está presente nas pessoas, no sentido de um sentimento para a convivência social de cada integrante.
A justiça na perspectiva da abstração significa tão somente a dificuldade de apreensão e aplicação 
no cotidiano, pois, de um modo geral, há uma apreensão por parte das pessoas de que justiça é tão 
somente a realização dos seus desejos e sentimentos, em outras palavras, há uma apreensão por demais 
subjetiva do significado real e concreto do que é justo ou injusto.
A conceituação de justiça é a mais antiga das preocupações da Filosofia, pois desde os gregos, 
passando pela Idade Média e pela modernidade até chegar à atualidade, os filósofos têm se debruçado 
para, de uma forma ou de outra, elaborar tal conceito. A dificuldade para a conceituação deve-se a 
inúmeros fatores. Porém, um desses fatores é passar da presença universal e abstrata da justiça para a 
apreensão tanto subjetiva (individual) quanto objetiva (coletiva).
Portanto, pode-se dizer que os obstáculos para conceituar a justiça são: primeiro, justiça é muito 
mais sentimento do que efetiva construção racional; segundo, justiça encontra-se normalmente em 
uma esfera de construção subjetiva; terceiro, paradoxalmente, a justiça exige também a objetividade, 
isto é, que seja para todos!
Desse modo, justiça não pode ser um valor relativo e muito menos uma medida única: é muito 
mais qualitativa do que quantitativa. Assim, apesar da concepção de justiça na vertente utilitarista, 
não é possível conceituar nessa perspectiva pragmática, mesmo porque não há utilidade que habita 
a palavra justiça.
Oportuno, então, considerar que a conceituação de justiça na esteira da Filosofia ou a definição 
na esfera científica é sempre um movimento crítico dos sentimentos e da razão, pois justiça, de um 
modo geral, sempre envolve posições divergentes entre vício e virtude, orgulho e reconhecimento; é de 
natureza subjetiva e objetiva.
No entanto, para efeito de apreensão e daí para a compreensão e até mesmo para a aplicação, é 
possível esquematizar justiça na esfera do conceito e da definição. É um valor que apreende:
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a) muito mais do que distribuição certa das coisas;
b) é uma atribuição de avaliação certa.
Na esfera desse valor, justiça adquire o significado de comprometimento com as divergências 
valorativas e com as desigualdades, isto é: a) valorativas apreende a subjetividade (indivíduo); b) 
desigualdades apreende a objetividade (coletivo). Para tanto, é imperioso o seguinte pressuposto para 
a compreensão do significado de justiça: a) uma universalização que tem sua origem no singular; b) 
singular é a própria manifestação individual e coletiva.
Prosseguir nas análises do conceito e da definição de justiça tanto na esfera do histórico quanto na 
esfera do conceitual requer inicialmente a verificação das seguintes formas de compreensão de justiça: 
concepção grega clássica; concepção teológica. Como já visto nos módulos anteriores, tais concepções 
marcaram o início da conceituação e definição de justiça.
A concepção grega clássica compreende as concepções firmadas por Sócrates, Platão e Aristóteles. 
Pressuposto comum aos três filósofos: justiça é virtude.
Sócrates: conhecer para a prática ética e, por consequência, para o conhecimento da justiça. Portanto, 
a justiça tem sua origem no conhecimento e, também, no conhecimento de si mesmo.
Platão acrescenta que, para a prática da justiça, é imperiosa a seguinte condição: sociedade com estrutura 
justa. A construção de estruturas sociais e políticas é a condição para pensar a justiça e agir com justiça. A obra 
A república é a exposição da sociedade com estrutura justa.
Aristóteles: primeira manifestação na História de que o conceito de justiça encontra-se vinculado à 
definição, pois o pressuposto da justiça é a prática da virtude da equidade e suas variações na esfera da 
definição, isto é, a prática da virtude corretiva ou distributiva – no particular, no coletivo, nas relações 
domésticas.
No período histórico seguinte, Idade Média, destacaram-se as concepções de Santo Agostinho e de 
São Tomás de Aquino.
São Tomás de Aquino desenvolve uma noção de justiça muito próxima da equidade, isto é, igualdade 
no sentido aristotélico. Portanto, a justiça é uma virtude e, por consequência, significa dar a cada um o 
que é seu.
BiBliografia
BITTAR, Eduardo C. B.; ASSIS DE ALMEIDA, Guilherme. Curso de filosofia do direito. São Paulo: Atlas, 2001.
BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. Tradução de Maria Celeste Cordeiro Leite dos 
Santos. 10ª ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1997.
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Tópicos EspEciais Em FundamEnTos FilosóFicos E TEóricos dE dirEiTo
_________________. O positivismo jurídico. Lições de filosofia do direito. São Paulo: Ícone, 2006.
IAMUNDO, Eduardo. Sociologia e antropologia do direito. São Paulo: Saraiva, 2013.
WORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
Tópicos filosóficos do direiTo
A tríplice concepção do direito
De modo geral, a concepção de Direito sustentada em uma concepção denominada de tríplice pode 
ser estuda pelas obras de Giorgio Del Vecchio e Miguel Reale.
Giorgio Del Vecchio – preocupações lógico-transcendentais do Direito: ir além do fato jurídico em 
suas particularidades e singularidades; o Direito é entendido como um fenômeno que compreende 
diversas experiências, tanto jurídicas quanto históricas, de uma determinada sociedade. Miguel Reale: 
preocupação com a marca axiológica.
A tríplice concepção do Direito, segundo Giorgio Del Vecchio, compreende as seguintes dimensões:
•	 dimensão	lógica;
•	 dimensão	fenomenológica;
•	 dimensão	deontológica.
A dimensão lógica refere-se ao conceito formal do Direito, no sentido de universalidade do Direito: 
liberdade de ação delimitada objetivamente pela existência do dever entre os indivíduos.
A dimensão fenomenológica refere-se ao Direito positivo como fenômeno comum a todos os povos 
em todos os tempos: compreender o Direito como fenômeno universal (história da humanidade).
A dimensão deontológica compreende o Direito como axiológico: há um ideal de justiça presente em 
cada indivíduo (a ideia de justiça no sentido universal).
A tríplice concepção do Direito, segundo Miguel Reale, compreende:
•	 fato;
•	 valor;
•	 norma.
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Na dimensão do fato compreendem-se: os fatos sociais, os fatos culturais, enfim, fatos construídos 
ao longo da História; na perspectiva do valor destaca-se a axiologia, isto é, o caráter axiológico do 
Direito; enquanto a norma tem o significado de norma jurídica no sentido lato.
A concepção de Justiça de John rawls
A justiça de John Rawls fundamenta-se nos seguintes pressupostos:
a) significado de equidade;
b) significado do contrato.O significado de equidade: para entender a justiça cabe a interrogação com quais princípios todos 
concordariam em uma situação inicial de equidade?
Algumas dificuldades apontadas por John Rawls:
•	 as	diferenças	entre	os	indivíduos;
•	 as	diferenças	econômicas;
•	 as	diferenças	em	relação	aos	poderes.
Por tais diferenças fica impossível chegar ao denominador comum, isto é, não há possibilidade de 
consenso para determinar o princípio de equidade. Para a superação de tais diferenças, John Rawls 
apresenta o significado do contratualismo: construção hipotética do contrato, em outras palavras, 
a pressuposição de que, ao nos reunir, não saberíamos qual a posição que ocupamos na sociedade 
(cobertos por um véu de ignorância).
Justiça e discurso jurídico
Chaïm Perelman
A concepção de justiça e o significado do discurso jurídico de Chaïm Perelman compreende:
a) oposição ao pensamento jurídico positivista;
b) o raciocínio e o discurso jurídico contêm marcas múltiplas;
c) das marcas múltiplas – o político, o econômico, o social, o cultural;
d) justiça não pertence ao abstrato, mas sim aos casos concretos.
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Tópicos EspEciais Em FundamEnTos FilosóFicos E TEóricos dE dirEiTo
A justiça é, então, apreendida na prática efetiva dos tribunais, isto é, a verdade é substituída na 
prática por:
•	 razoável	/	não	razoável;
•	 aceitável	/	não	aceitável;
•	 admissível	/	não	admissível.
Portanto, a lógica do argumento jurídico se distancia da lógica formal na concepção aristotélica, 
pois esta se fundamenta tão somente na formalização lógico-dedutiva e, mais do que isso, a lógica 
formal aristotélica é o resultado de um raciocínio com premissa maior, premissa menor e conclusão.
A lógica do argumento jurídico segundo Chaïm Perelman inclui o raciocínio indutivo, assim como 
ponderações que incorporam diversas marcas de ordem psicológica, histórica e vivências. Portanto, 
muito mais do que a norma jurídica.
Por consequência, ocorre o distanciamento da lógica formal conforme a concepção aristotélica e 
verifica-se a inclusão da lógica do argumento.
A concepção de justiça de Chaïm Perelman constitui-se em uma forte oposição ao positivo jurídico, 
particularmente ao positivismo de Hans Kelsen.
Cuidados para a compreensão do significado de justiça e do discurso jurídico segundo a exposição 
de Chaïm Perelman:
•	 justiça	é	o	resultado	de	uma	interação	entre	a	prática	e	o	raciocínio	jurídico;
•	 a	lógica	do	argumento	–	assumir	o	que	se	diz	e	as	consequências	desse	dizer.	Pela distancia com 
a lógica formal, a lógica do argumento desenvolve-se em relação direta com os fatos, as provas, 
o contexto político, a situação social e cultural.
BiBliografia
BITTAR, Eduardo C. B.; ASSIS DE ALMEIDA, Guilherme. Curso de filosofia do direito. São Paulo: Atlas, 2001.
IAMUNDO, Eduardo. Sociologia e antropologia do direito. São Paulo: Saraiva, 2013.
RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
SANDEL, Michael J. Justiça: o que é fazer a coisa certa? 9ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.
WORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

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