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Classificação dos solos Prof.ª Laís Oliveira Engenheira Agrícola e Ambiental Mestre e Doutora em Engenharia Civil Classificação • Quando um tipo de solo é citado, é necessário que a designação seja entendida por todos; • Procedimento padronizado para a determinação do tipo de solo em função de sua caracterização; • Sob o ponto de vista da engenharia, visa estimar o provável comportamento do solo ou, pelo menos, o de orientar o programa de investigação necessário para permitir a adequada análise de um problema. Classificação • Segundo Terzaghi “um sistema de classificação sem índices numéricos para identificar os grupos é totalmente inútil”; • Existem vários sistemas de classificação: ✓Táctil-visual; ✓Classificação triangular (utilizada na agronomia); ✓Classificação rodoviária (utilizadas para classificação do solo do sub-leito e leito de estradas); ✓Classificação geológica-geotécnica; ✓Classificação unificada dos solos (muito utilizada na geotecnia). Classificação Genética Granulométrica MCT/MCV (solos tropicais) Geológica Pedológica Geotécnica Classificação • Genética ✓ Essencialmente científicas, preocupam-se com a origem e evolução dos solos; ✓ Empregadas pela geotecnia visando melhor orientar na localização de ocorrências promissoras, e no plano de sondagem e amostragem. Classificação • Geológica ✓ corresponde a interpretação da gênese do solo, com base na análise tátil-visual e observações de campo acerca da forma de ocorrência e das relações estratigráficas com outras ocorrências; Solo Residual Maduro Solo Residual Jovem ✓ onde o processo geológico formador do solo corresponde ao intemperismo dando origem aos solos residuais, transportados e orgânicos. Classificação F o n te : G U S M Ã O F IL H O ( 2 0 0 2 ). Classificação Classificação • Pedológica ✓ corresponde a interpretação da origem e evolução do solo com o tempo; ✓ correspondem a um material natural constituído de camadas ou horizontes de compostos minerais e/ou orgânicos com variadas espessuras, diferente do material original por características morfológicas, física, química, mineralógicas e biológicas; ✓ não faz diferença entre solos desenvolvidos “in situ” ou transportados. Classificação O – Horizonte com predominância de realce orgânicos. A – Horizonte mineral escurecido pela acumulação de matéria orgânica. E – Horizonte de cores claras, de onde as argilas e outras partículas finas foram lixiviadas pela água B – Horizonte de acumulação de materiais provenientes dos horizontes superiores , normalmente argilas. Pode apresentar cores avermelhadas, devido à presença de óxidos e hidróxidos de ferro. C – Horizonte constituído por material não consolidado. R – Rocha consolidada Classificação Fonte: TEIXEIRA et al. (2001). Classificação • Geotécnica ✓ baseada nos ensaios de granulometria e limites de Atteberg para classificar e determinar o estado dos solos; ✓ a mais utilizadas é a Classificação Unificada dos Solos (SUCS); ✓ classificação é feita através de 2 letras que representam a granulometria e o IP do solo; ✓ os nomes dos grupos, simbolizados por um par de letras, foram normalizados. Classificação • O DNIT (2006) adota a seguinte escala granulométrica, considerando as seguintes frações de solo: ✓ Pedregulho: fração do solo que passa na peneira de (3") e é retida na peneira de 2,00 mm (nº 10); ✓ Areia: fração do solo que passa na peneira de 2,00 mm (nº 10) e é retida na peneira de 0,075 mm (nº 200); ✓ Areia grossa: fração compreendida entre as peneiras de 2,0 mm (nº 10) e 0,42 mm (nº 40); ✓ Areia fina: fração compreendida entre as peneiras de 0,42 mm (nº 40) e 0,075 mm (nº 200); ✓ Silte: fração com tamanho de grãos entre a peneira de 0,075 mm (nº 200) e 0,005 mm; ✓ Argila: fração com tamanho de grãos abaixo de 0,005 mm (argila coloidal é a fração com tamanho de grãos abaixo de 0,001 mm). Triangular • Sistema Classificação Triangular – Triângulo de FERRET; • Modelo Bureau of Public Roads – B.P.R. Fonte: Senço (2007). Lemo tem significado literal “barro” ou “terra”. Designa uma mistura em proporção variável de areia, silte e argila, com propriedades mal definidas. Triangular • Sistema Classificação Triangular – Triângulo de FERRET; • Modelo Mississipi River Comission. Fonte: Senço (2007). • Solos grossos ✓G = gravel (pedregulho); ✓S= sand (areia); ✓W = well graded (bem graduado); ✓P = poorly graded (mal graduado); ✓C = clay (com argila); ✓F = fine (com finos). • Solos finos • L = low (baixa compressibilidade); • H = high (alta compressibilidade); • M = mo (silte); • O = organic (silte ou argila, orgânicos); • C = clay (argila inorgânica). SUCS Os solos “bem graduado”, em geral, possuem melhor comportamento sob o ponto de vista da engenharia civil, visto que as partículas menores ocupam os vazios correspondentes às maiores, criando um entrosamento, do qual resulta menor compressibilidade e maior resistência. SUCS • De forma geral, os solos são classificados em três grupos principais: ✓Solos de granulação grossa, que são os que apresentam 50% ou mais dos grãos retidos na peneira n° 200, e subdividem-se em: pedregulho ou solos pedregulhosos; areia ou solos arenosos; ✓Solos de granulação fina, que apresentam 50% ou mais dos grãos passando na peneira n° 200 e correspondendo à fração silte mais argila, e subdividem-se em: siltosos ou argilosos; ✓Solos altamente orgânicos, que são as turfas ou similares, ou seja, solos que apresentam matéria orgânica decomposta de fácil identificação. O solos orgânicos se distinguem dos siltes pelo seu aspecto visual, pois se apresentam com uma coloração escura típica (marrom escuro, cinza escuro ou preto). SUCS SUCS • Terminologia básica para os vários componentes dos solos SUCS SUCS SUCS BPR • O Boreau of Public Roads classifica os solos em 8 grupos, que varia de A-1 até A-8, sendo correspondente o comportamento para suporte do pavimento: ✓A-1 → Ótimo ✓A-8 → Imprestável BPR BPR • Segundo DNIT (2006) chama-se Índice de Grupo a um valor numérico, variando de 0 a 20, que retrata o duplo aspecto de plasticidade e graduação das partículas do solo. • O IG é calculado pela fórmula: IG = 0,2.a + 0,005.a.c + 0,01.b.d BPR • Sendo: ✓a = p* – 35 → Se a % obtida nesta diferença for maior que 75, adota-se 75; se for menor que 35, adota-se 35; ✓b = p* – 15 → Se a % obtida nesta diferença for maior que 55, adota-se 55; se for menor que 15, adota-se 15; ✓c = LL – 40 → Se o Limite de Liquidez for maior que 60, adota-se 60; se for menor que 40, adota-se 40; ✓d = IP – 10 → Se o índice de Plasticidade for maior que 30, adota-se 30; se for menor que 10, adota-se 10. *% de material que passa na peneira nº 200. Exercício • Classifique os materiais indicados na tabela abaixo, pela classificação Unificada dos Solos e pela TRB. Material 1 2 3 4 5 6 7 Limites de Atterberg LL 35 29 NL 17 NL 39 43 LP 20 25 NP NP NP 20 28 Granulometria 1” 95 3/4” 93 88 91 1/2” 76 53 80 3/8” 66 28 68 1/4” 53 1 52 nº 4 45 0,5 46 nº 10 100 100 100 33 0,5 33 nº 20 98 97 95 23 0 29 100 nº 40 96 95 91 13 27 91 nº 60 93 94 48 9 24 84 nº 100 88 91 24 7 22 78 nº 200 85 89 0,5 5 20 69 0,05 mm 77 80 19 62 0,005 mm 23 17 12 40 0,002 mm 11 7 10 34 Exercício • Classifiqueos materiais indicados na tabela abaixo, pela classificação Unificada dos Solos e pela TRB. ✓ Os solos 3, 4, 5 e 6 são grossos; ✓ Os solos 1, 2 e 7 são finos. Material 1 2 3 4 5 6 7 Granulometria 1” 95 3/4” 93 88 91 1/2” 76 53 80 3/8” 66 28 68 1/4” 53 1 52 nº 4 45 0,5 46 nº 10 100 100 100 33 0,5 33 nº 20 98 97 95 23 0 29 100 nº 40 96 95 91 13 27 91 nº 60 93 94 48 9 24 84 nº 100 88 91 24 7 22 78 nº 200 85 89 0,5 5 20 69 0,05 mm 77 80 19 62 0,005 mm 23 17 12 40 0,002 mm 11 7 10 34 Exercício Material 1 2 3 4 5 6 7 Limites de Atterberg LL 35 29 NL 17 NL 39 43 LP 20 25 NP NP NP 20 28 Granulometria 1” 95 3/4” 93 88 91 1/2” 76 53 80 3/8” 66 28 68 1/4” 53 1 52 nº 4 45 0,5 46 nº 10 100 100 100 33 0,5 33 nº 20 98 97 95 23 0 29 100 nº 40 96 95 91 13 27 91 nº 60 93 94 48 9 24 84 nº 100 88 91 24 7 22 78 nº 200 85 89 0,5 5 20 69 0,05 mm 77 80 19 62 0,005 mm 23 17 12 40 0,002 mm 11 7 10 34 ✓ Os solos 1, 2 e 7 são finos. ✓ Solo 1: CL; ✓ Solo 2 e 7: ML ou OL. ✓ IP Solo 1: 15; Solo 2: 4; Solo 7:15. Exercício Material 1 2 3 4 5 6 7 Limites de Atterberg LL 35 29 NL 17 NL 39 43 LP 20 25 NP NP NP 20 28 Granulometria 1” 95 3/4” 93 88 91 1/2” 76 53 80 3/8” 66 28 68 1/4” 53 1 52 nº 4 45 0,5 46 nº 10 100 100 100 33 0,5 33 nº 20 98 97 95 23 0 29 100 nº 40 96 95 91 13 27 91 nº 60 93 94 48 9 24 84 nº 100 88 91 24 7 22 78 nº 200 85 89 0,5 5 20 69 0,05 mm 77 80 19 62 0,005 mm 23 17 12 40 0,002 mm 11 7 10 34 ✓ Os solos 3, 4, 5 e 6 são grossos. 𝐶𝑢 = 𝑑60 𝑑10 𝐶𝐶 = 𝑑30² 𝑑10 ∙ 𝑑60 Aplicação Aplicação Aplicação Aplicação Aplicação Aplicação Aplicação Aplicação Aplicação Aplicação Limitações • Algumas limitações ocorrem principalmente em razão das diferenças existentes entre a natureza das frações de argila e areias, de solos de regiões tropicais e regiões temperadas, para as quais tais classificações foram desenvolvidas; • Outras limitações: ✓Repetibilidade dos resultados dos ensaios; ✓Falta de correlação da classificação e o comportamento geotécnico (propriedades mecânicas e hidráulicas); ✓Elevada dispersão dos resultados dos limites de Atterberg e a granulometria dos solos tropicais. Limitações • A fração de argila dos solos lateríticos possuem óxidos de ferro e/ou alumínio hidratados, bem como argilos- minerais que conferem baixa expansibilidade e alta capacidade de suporte quando compactados, não sendo encontrados em solos não lateríticos; • A fração arenosa dos solos lateríticos pode conter elevada porcentagem de concreções de resistência inferior à da areia tradicional (essencialmente quartzo). A presença de mica e/ou feldspato nos solos saprolíticos reduz a densidade seca, a capacidade de suporte e o índice de plasticidade, aumentando o teor de umidade ótima e a expansão do solo. Limitações MCT • Miniatura Compactada Tropical; • Proveniente da utilização de ensaios de dimensões reduzidas (corpos de prova com 50 mm de diâmetro) com solos tropicais compactados; • Desenvolvida por Nogami e Villibor na década de 70; • Baseia-se numa série de ensaios e procedimentos, que reproduzem as condições reais de camadas de solos tropicais compactados aferindo propriedades geotécnicas que espelham o comportamento “in situ”. MCT • Essa metodologia abrange dois grupos de ensaios: ✓Mini CBR: obtém-se características dos solos apropriados para bases de pavimentos. Geralmente, após a compactação dos corpos de prova, determina-se uma série de propriedades, tais como: capacidade de suporte, expansão, contração, infiltrabilidade, permeabilidade, etc. ✓Mini MCV (Moisture Condition Value): fornecem parâmetros para a determinação dos coeficientes c’ e e’, que por sua vez permitem a classificação dos solos de acordo com a classificação MCT, além de permitirem a determinação de todas as propriedades referidas nos ensaios Mini CBR. MCT MCT MCT MCT M C T M C T MCT Ensaio de compactação Ensaio de deformabilidade MCT MCT MCT Próxima aula... Unidade 5 - Classificação dos solos: 5.1. Genética; 5.2. Granulométrica; 5.3 MCT/MCV (solos tropicais). Unidade 6 - Compactação e CBR: 6.1 Ensaios de laboratório; 6.2 Energias de compactação; 6.3 Controle de compactação no campo; 6.4 Equipamentos de compactação.
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