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MARIANA Escrito por: Carlos Eduardo Carolina de Oliveira Douglas Portugal Gabriela Dutra Letícia Schmitz Thalissa Valles Sinopse: A peça conta a história de um desastre ambiental que aconteceu no Brasil em 2015, onde uma barragem de rejeitos de mineração se rompe. O município de Mariana conta a história em primeira pessoa, e demonstra qual seria o seu sentimento perante aos danos causados. Estilo: Jogral Todas as pessoas participantes da peça são apenas um personagem. Mariana A peça se inicia com apenas um “ator” no meio do palco de pé com a cabeça abaixada [Levantando lentamente a cabeça, encarando um ponto fixo] [Fala em tom sóbrio] - Fui cruelmente atacada em 5 de Novembro de 2015. - Não faleci, mas deixei muitos danos, rastros e cicatrizes. [mostra cicatrizes pelo braço] - Não tive a culpa do que aconteceu, quem perdeu não foi somente eu. Surge outro “ator” se levantando no meio da plateia - Desespero, fúria, medo e insegurança fazem parte do meu dia-a-dia. [A fala - furiosa - é dita desde o momento que se levanta até o momento que se direciona ao meio do palco] - Enquanto isso o primeiro “ator” se desloca a 2 passos para a esquerda do centro do palco - Sei que ainda há muitas chances de acontecer de novo, e aos inocentes só restam o medo e a indignação. Há mais de um criminoso nessa história, mas onde está a justiça? [expressar com os braços a dúvida] Um terceiro “ator” surge do meio da plateia - Serão mais de cem anos para os efeitos dos danos que eu sofri se apaguem do mundo. [A fala é dita desde o momento que se levanta até o momento que se direciona ao meio do palco] - Enquanto isso o segundo “ator” se desloca a 2 passos para a direita do centro do palco -F ui feita para abrigar pessoas, não o horror. Um show de pânico e destruição faz parte da minha memória. Sou parte da história, e sempre serei, o desastre que aconteceu comigo foi um dos maiores do mundo! { Música de suspense 10 segundos até a próxima fala... Quarto “ator” surge do fundo do ambiente (sala) - Você sabe quem eu sou? [Grita enquanto vai em direção ao centro do palco - outros atores se afastam para trás] - Se não sabe ainda, pense em lama e barragem [quarto “ator” suja seu rosto com lama - de forma bem lenta], água impura [outros três “atores” gritam “O QUE VAMOS BEBER?”], pessoas desabrigadas e mortas [outros três “atores” caem no chão] e a falta da esperança. E agora? Você sabe? Conseguiu lembrar quem eu sou e que meu nome na cabeça de muitos é sinônimo de tragédia? … música termina} [Todos os atores no palco se agacham] {Sons e imagens de jornais e reportagens que passaram do acontecimento} * Aproximadamente por 20 segundos * Quinto “ator” se levanta do meio da plateia caminha até o palco em silêncio [Todos os outros atores ficam lado a lado com a cabeça abaixada e de mãos dadas - o quinto “ator” inicia sua fala assim que fica no meio deles e dá as mãos] - Sou a cidade de Mariana município brasileiro que é localizado no estado de Minas Gerais. Fui brutalmente destruída. A barragem que eu abrigava se rompeu, eu e meus habitantes conhecemos o caos, alguns dos meus cidadãos conheceram a falta do que comer, o que beber, e ao que amar, já que muitos de seus parentes morreram junto com a felicidade em Mariana. - Fala séria e precisa - Sexto “ator” se levanta do meio da plateia caminha até o palco em silêncio [Fica em frente de todos os atores e diz com tom de indignação e raiva] - O rompimento da barragem que eu abrigava, liberou um mar de lama e de rejeitos de minérios que me atingiu e alcançou mais 40 cidades, matou 19 pessoas e impactou a fauna e a flora do Rio Doce por muitos quilômetros. A estrutura pertence à uma grande empresa que negou a responsabilidade ná época. Mas com o passar do tempo percebeu seu erro foram pagas indenizações e auxílios financeiros a vítimas da tragédia. [Por fim, todos os atores se dão as mãos] Primeiro “ator” - Mas e eu? E a minha natureza? Quem que vai pagar? [O primeiro “ator” fala] Todos os “atores” juntos - Somos todos Mariana! [Gritam] Segundo “ator” - e queremos a vida normal de volta, queremos justiça, e que o homem não seja maior que a natureza! FIM Sugestões: em vez de usar lama utilizar tinta guache marrom para dar o efeito poético
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