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A HISTÓRIA DA ARTE E SUA APLICABILIDADE EM SALA DE AULA

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INTRODUÇÃO
O presente tem como objetivo abordar questões relacionadas ao ensino da arte na educação básica, realizando um levantamento bibliográfico em livros, jornais, revistas e internet. 
Onde será demonstrada a importância do ensino da arte na vida dos educandos, compreendendo como a escola tem seu papel fundamental na formação integral dos indivíduos, considerando a disciplina de artes nos currículos escolares. 
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, rege da seguinte forma em seu paragrafo segundo “o ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório da educação básica” – Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017.
Observando as tendências pedagógicas e o ensino de arte, de acordo com Pillotto e Schramm (2011), é traçada uma linha de mudanças. Considerando a pedagogia tradicional quando as aulas de arte se resumem em cópias do natural, modelos externos, fazer técnico e reprodutivista, visando desenvolver a coordenação motora e a percepção visual. 
Enquanto que a pedagogia tecnicista, parte para o ensino técnico e uso de livros didáticos, produzido pela indústria cultural e sugere uso de materiais recicláveis. 
Na pedagogia renovada, houve uma suspensão com cópias e em contrapartida a valorização dos estados psicológicos na livre expressão. 
O educando passa então ser o autor de sua arte, expressão, emoção e desejos. 
Ainda de acordo as autoras, a pedagogia libertadora, dialoga com o criador, dispõe a identidade cultural do indivíduo, a estética do cotidiano e o contexto, para que assim o aluno seja o autor de sua obra. O conteúdo e a identidade cultural traz consigo a valorização do processo de ensino grupal. 
Na pedagogia histórico crítica, sugere o conhecimento da arte através da admiração, contextualizando o fazer artístico. 
Desse modo, a probabilidade de estar inserido em um contexto mais amplo no universo da arte. 
 Refletindo o papel da arte, os educadores apontam o reconhecimento da importância da arte na vida individual e coletiva das pessoas. 
 	 O ensino de ARTE segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96). 
 Segundo Carneiro (2007), a LDBEN ressalta a definição de arte e cultura, aponta sua direção e parecer. Apresentando uma concepção ampla de educação, tendo-a como base para a construção de seu pleno desenvolvimento. A educação oportuniza o desenvolvimento intelectual e social. 
Procuraremos neste trabalho, compreender o artigo da LDBEN 9.394/96, que rege as o ensino de arte no Brasil. 
CAPÍTULO I
Definição de Arte
Arte pode ser definida como uma atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular esse interesse de consciência em um ou mais espectadores, e cada obra de arte possui um significado único e diferente. 
Entendendo a arte como um artigo e construção sociocultural, Pareyson (2001) destaca:
a arte é uma atividade na qual execução e invenção procedem pari passu, simultâneas e inseparáveis, na qual o incremento de realidade é constituição de um valor original. Nela concebe-se executando, projeta-se fazendo, encontra-se a regra operando, já que a obra existe só quando é acabada, nem é pensável projetá-la antes de fazê-la e, só escrevendo ou pintando, ou contando é que ela é encontrada e é concebida e é inventada (PAREYSON apud FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 105). 
No entanto, temo a apresentação da arte de dois modos: a arte prazerosa, que tem como objetivo o divertimento, a distração; já a arte bela, proporciona uma ponderação sobre cultura e conhecimento culto. 
Segundo Bosi (1991), o exprimir é uma “projeção da vida interior que vai do grito à alegoria, passando pela vasta gama dos símbolos e dos mitos”. 
Figura 1 - Arte desde de cedo, crianças aprendem se divertindo.
Fonte: https://tiatatimaluquinha.blogspot.com/2018/08/tinta-guache-caseira-e-impressoes-com.html
Ao longo dos tempos, foram se aperfeiçoando as compreensões de arte, sendo que o foco não acontecia mais sobre a obra de arte e sim nas produções artísticas e nas relações que cada indivíduo apresenta com esses objetos. 
A arte desconsidera qualquer outro realizar que não seja aquele implícito no próprio conhecer, sendo assim ela é uma indispensável disciplina no processo ensino aprendizagem, pois instiga a curiosidade, a inteligência, o raciocínio dos educandos. Colaborando para o pleno desenvolvimento do indivíduo. Criando, desenvolvendo os trabalhos o educando aprimora a percepção, a imaginação, a observação, o raciocínio. 
No desenvolvimento da criação, ele busca sua própria emoção, deixa a tensão, adapta-se, estabelece sentimentos, pensamentos, sensações e forma hábitos de trabalho. Autoinstrução. 
Na visão de Abbagnano (2000), é possível relacionar arte como sendo comunicação, definida como a capacidade do ser humano de participar reciprocamente de sua maneira de ser, que obtém novos significados. Reafirmando as relações interpessoais, através da comunicação. 
Ainda para Pareyson (2001), toda arte comunica alguma coisa, por isso é necessário lembrar que na arte o conteúdo está sob forma de arte, ou seja, conduzido pela prática do intérprete. Sabendo disso, entendemos que tudo em arte está repleto de conteúdo, significado, atividades, ideias e convicções. 
Arte é uma indispensável disciplina no processo ensino aprendizagem, pois instiga a curiosidade, a inteligência, o raciocínio dos educandos. Colaborando para o pleno desenvolvimento do indivíduo. 
 Assim sendo, Pareyson (2001), descreve a arte como um fazer em que o aspecto inovador é acentuado, ligado a um aspecto criativo. Dessa maneira, podemos afirmar que a atividade artística representa o formar, em outras palavras, concretiza, realiza e produz. A arte está em nosso meio, através da expressão, comunicação e também em ações. 
Segundo Kant (2005), há uma compreensão pelo deleite, pelo que é prazeroso, uma busca pelo belo. Ainda de acordo com esse autor, a impressão do encanto tem origem no cumprimento de estímulos, sendo algo natural, a compreensão do que é bom vem do pensamento sobre o objeto apreciado. 
Conforme Pareyson (2001), a humanidade está incluída na obra de arte, em virtude que entre a obra de arte e o universo, há realmente, uma pessoa com iniciativa, ideia, curiosidade, aspirações, convicções de uma determinada época histórica. A arte aparece em diversas maneiras, medidas e tipos. A ideia de que a obra informa sobre a vida e a vida traz iluminação para a obra, e a forma com que cada criação acontece informa a época vivida e as influências absorvidas por cada sujeito. 
Quando o educando ingressa no mundo das letras e dos números na escola, não precisa necessariamente abandonar a capacidade de fantasiar. Conhecer mais sobre arte não é o único modo de criar e imaginar, afinal, poderemos exercitar a capacidade de criação em qualquer área de conhecimento, mas sabemos o quanto as aulas de arte, podem ser um espaço privilegiado para esta experiência. Arte é um direito do educando 
A preocupação que paira, é o fato de que no ensino fundamental ser apresentado aos educandos apenas a arte visual. Como é possível os alunos se expressarem de outras maneiras, se não forem apresentadas a eles. Como dança, música, teatro entre outras expressões. 
Destacaremos a busca pela concepção de arte segundo Souriau (1983), descrevendo a respeito da correspondência de arte. Cada artista é comprometido com sua arte, seja na área da música, dança, pintura entre outras. 
A relação das artes: podemos refletir sobre prováveis similaridades que se pode estabelecer entre arte, especificamente a partir de sua função de linguagem, expressando uma ideia artística em pintura, música, dança ou escultura. Para Soriau (1983), a arte é considerada não apenas o que faz a obra, mas o que conduz e orienta. É um caminho percorridodo caos inicial, à realização da existência completa. 
Portanto, o objetivo da arte é a existência do “ser” único que, para o autor são as músicas, as pinturas, as esculturas, os poemas entre outros artigos da atividade artística. O autor nos diz que, a arte é uma fábrica de pessoas capazes de exercerem uma ação no homem. Da mesma forma, Kandinsky (2000), considera a arte monumental, como a união de todas as artes. Segundo Kant (2008), existe uma ligação das belas artes em um mesmo produto. Como o canto em uma apresentação teatral, formando a ópera e a música com o jogo das figuras em uma dança. De acordo com Criciúma (2008), o fazer artístico na escola, busca socializar as práticas culturais da humanidade. Estimulando o educando a refletir de uma maneira crítica cultural, inclusive com o direito coletivo de fruição da arte. 
CAPÍTULO II
O Ensino da Arte na Educação Básica
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação (PCNs), é traçada uma linha da evolução do ensino de arte. Durante o ensino tradicional, buscava-se o desenvolvimento do potencial criador do educando. De maneira que, envolviam padrões e modelos das culturas predominantes, dons artísticos, modelos convencionais, canalizado no professor. Tencionando sempre para o trabalho. 
Durante o tecnicismo, destacava a preparação do educando para o mercado de trabalho, sendo incluída no currículo como arte educativa e não como disciplina, de acordo com a LDB nº 5.692. 
O educador de arte deveria desenvolver várias linguagens da arte. Contudo, um dos problemas encontrado para efetivar essa ideia, foi a falta de professor habilitado nessa área de ensino. A nova concepção de arte, visa valorizar o pleno desenvolvimento do aluno através da autonomia e descobertas. Apresenta-se a música em diferentes formas por meio de jogos, brincadeiras, os educandos podem sentir, ouvir, dançar se expressar diferentes maneiras. 
Os conteúdos agora são reconhecidos como próprios da arte e ligados à cultura artística e não mais apenas como atividade. Os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação, prevê a integração do fazer artístico, a apreciação da obra e sua contextualização histórica. 
A Lei n. 9.394/96 diz:
O ensino da arte passa a constituir-se como componente curricular obrigatório em todos os níveis da educação básica e propõe-se a identificação da área como Arte e não mais Educação Artística. (LDB, 1996)
Os PCNs afirmam ainda que:
O ensino de arte é área de conhecimento com conteúdo específico e deve ser consolidada como parte constitutiva dos currículos escolares, requerendo, portanto, capacitação dos professores para orientar a formação do aluno” (BRASIL, 2000, p. 51). 
Segundo Pillotto e Schramm (2001), podemos superar os procedimentos e educar para o exercício da democracia e da socialização de conhecimentos, de maneira direta ou indireta somos responsáveis pelo modo que os educandos deslumbram o mundo a sua volta. 
Ainda de acordo com as autoras, assimilar a arte é aceitar o convívio com o estranhamento e a relação dos admiradores. No contexto escolar é compreender a prática de fazer arte, pensar a arte e transformar-se pela arte. Para as autoras, a reflexão sobre o real, decodifica a linguagem visual, corporal e sonora; expressa a criatividade, o bom senso, a crítica, finalmente os aspectos cognitivos e sensíveis. Desse modo, entendendo o educador como mediador, o conhecimento também acontece através da interação com os demais educandos. 
O educador de arte deverá incorporar as novas linguagens artísticas em suas aulas, segundo as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96: 
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o deste artigo. 
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras (grifos nossos). 
De acordo com o artigo 62, “a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação” (LDB 9.394/96) 
Sendo assim, fica definido nos PCNs que aprender arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. “Abrange, conhecer, apreciar e apreciar e refletir sobre as maneiras da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas”. (BRASIL, 2000, p. 15). 
Estabelecendo as bases para o ensino de arte, esse documento declara que, o lugar da arte corresponde a um desconhecimento do poder da imagem, do som, do movimento e da percepção estética como fonte de conhecimento. 
Sugerindo assim, um trabalho com arte visual, dança, teatro e música, para toda a educação básica. 
Baseado no apresentado, como prévia conclusão a comunicação em sociedade como parte essencial ao conceito de cultura das capacidades do ânimo como um dos objetivos da educação, por isso, de acordo com Penna sobre os PCNs; que identifica a ênfase do documento sobre contextualizar e refletir, compreendemos então que o documento tem a finalidade com o lado belo da arte, à medida que promove o desenvolvimento cultural dos educandos, agregando com a Lei de Diretrizes e Bases. 
A LDB afirma a importância da compreensão dos educandos no sentido do fazer artístico, que suas práticas em desenhar, dançar, representar, cantar não tem o objetivo de descontração, mas de percorrer caminhos de aprendizagem que ofereçam conhecimentos específicos sobre sua relação com o mundo. (BRASIL, 2000, p. 44) 
É de suma importância os PCNs, e as diversidades em suas propostas para o ensino da Arte, o objetivo é de conduzir os alunos a possibilidade de conhecerem e apreciarem as diversas manifestações artísticas. 
Desse modo, em meio aos objetivos que os PCNs apresentam para o Ensino Fundamental, entender e aperfeiçoar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como os aspectos socioculturais de diferentes povos, raças e tribos. (BRASIL, 2000, p. 7) 
O Parâmetro Curricular Nacional entende a diversidade, do contato com a cultura de diferentes povos e preza o respeito às diferenças. Pareyson (2001) apresenta a importância do registro histórico proporcionado pela Arte. 
No entanto, como manifestação da alma de uma tribo ou um povo temos a obra de arte, formando assim uma maneira de documentar, compreender, eternizar esse povo em suas diferentes áreas, como espiritual, cultural, política, entre outras. 
Assim também Hall (2006), que atenta para o caso de que a instituição escolar separa a parte valorizada da arte da parte sem valor. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (2000), assegura o acesso de todos os educandos às diferentes linguagens artísticas, num parâmetro de apreciação, contextualização e produção, sem, com tudo, pressupor a formação do artista no que se refere ao desenvolvimento de habilidades específicas no ensino fundamental. 
Refletimos que os PCNs revelam a importância daarte como patrimônio cultural, de modo que se apresenta necessária ao ser humano. 
Somente um ensino criador, que propicie a interdisciplinaridade, poderá contribuir para o desempenho da razão e do sonho, no qual conhecer é também maravilhar-se, divertirse, brincar com o desconhecido, buscar novos meios de aprender. (BRASIL, 2000, p. 35) 
Ao relatar os conteúdos de arte, os Parâmetros Curriculares Nacionais demonstram a vontade de que o educando ao longo de seus estudos, obtenha a oportunidade de experimentar a maior quantidade de maneiras e formas de arte; sobretudo, isso só ocorrerá se cada modalidade artística possa ser desenvolvida e aperfeiçoada. 
Ao indicar a vivência, os PCNs nos direcionam a pensar na elaboração de sentidos que pode ser obtida por meio da criação, da fruição e contextualização pelo aluno, nas diferentes linguagens artísticas. 
CAPÍTULO III
As Propostas da Lei de Diretrizes e Bases Para o Ensino da Arte
Para Laraia (2001) “estudar cultura é, portanto, estudar um código de símbolos partilhados pelos membros dessa cultura”. Completando com o pensamento de Pareyson (2001):
Grande e insubstituível é a função de uma história da arte: por um lado, ela determina o nexo da arte com as outras manifestações de uma mesma civilização e, por outro, determina o lugar de uma obra, ou de um artista, no interior de uma tradição artística. Assim fazendo, contribui tanto para a compreensão e avaliação da arte como tal quanto para o incremento e enriquecimento da história geral [...] e, ao traçar a história da arte, contribui para uma revelação mais ampla e compreensão mais profunda da civilização humana no seu caminho. (Pareyson, 2001, p. 147-148) 
 	
Moreira e Silva (2006) ultrapassam a questão do conhecimento acumulado a ser transmitido, como a história da arte, citada por Pareyson (2001) na citação acima. Para eles, o currículo não é o veículo de algo a ser transmitido e passivamente absorvido, mas o terreno em que ativamente se criará e produzirá cultura. O currículo é, assim, um terreno de produção e de política cultural, no qual os materiais existentes funcionam como matéria-prima de criação, recriação e sobretudo, de contestação e transgressão. 
Para Pareyson (2001), a arte contextualizada e apreciada na escola, está conceituada como conhecimento, visão e contemplação, o aspecto executivo e exteriorizado é secundário, ou mesmo supérfluo. 
Ainda segundo o autor, tendo acentuado o caráter cognoscitivo e perceptível, contemplativo e teórico da arte contribui para colocar em segundo plano seu aspecto mais essencial e fundamental que é o executar e realizar, prejudicando assim, a teoria e prática da arte. 
De outra forma, refletimos que oferecendo o aprendizado técnico nas diferentes áreas, como, pintura, dança, música, fotografia, entre outras coisas, é oportunizar o desenvolvimento de capacidade e habilidades específicas dos educandos. 
Kant (2008), revela em seus estudos uma relação de concordância e contemplação entre o desenvolvimento de habilidades e o desenvolvimento do juízo de gosto pelo belo. 
A expressão de uma ideia artística pode se tornar mecânica, se não for associada a um estudo sobre o fazer e o expressar arte na história dos povos e nações. 
Nessa perspectiva, os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação vêm estabelecendo objetivos para o ensino fundamental, que os alunos possam usufruir das diferentes linguagens, como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias para interpretar e desfrutar das produções culturais, em escolas públicas e privadas. 
Sendo assim, a Leis de Diretrizes e Bases nº 9.394/96 no artigo 22, define que a Educação Básica tem como propósito o pleno desenvolvimento do aluno, oportunizando lhes a formação comum imprescindível para o exercício da cidadania e propiciar meios para avançar no trabalho e em estudos posteriores. A Lei suprema da educação no país se volta para o desenvolvimento global do educando, incluindo assim a arte na busca por essa conquista. 
De acordo com Hall (2006), inquieto com as questões multiculturais, admite que os espaços conquistados para a diferença são poucos e dispersos, policiados e regulados, e se tange por estratégias culturais aptos em fazer a diferença. Enquanto a LDB 9.394/96 pretende que o ensino da Arte proporcione o pleno desenvolvimento do educando, entendemos que a arte deve ultrapassar barreiras e desenvolver no aluno o desenvolvimento do gosto pelo belo, isto é, uma educação estética, investigativa sobre a arte e o belo. 
Estudando Kant (2008), entendemos que podemos nos aproximar das artes agradáveis por nossas sensações e juízos de valor que lhes atribuímos, portanto, explorar uma dimensão da arte a partir do prazer que isso nos traz. 
Apreciando e contextualizando a arte, podemos ter o prazer de conhecer as belas artes da história e dos diferentes momentos em que a raça humana utilizou dessa linguagem para que assim, pudesse expressar pensamentos e sentimentos, sobre tudo. 
Podemos pensar que, para assimilar a arte, precisamos usar a razão deixando para segundo plano as emoções. Para Kant (2008), a compreensão da arte bela se estende a música, as artes plásticas e figurativas. 
Partindo de um pressuposto de a constituição da arte contemporânea, das linguagens audiovisuais, óperas, textos musicados, apresentam-se como uma construção híbrida. Podemos atribuir, um valor de importância para esse tipo de conhecimento em arte, o que reforça nossa opinião sobre a essencialidade da presença de várias linguagens da arte. 
Os autores Moreira e Silva (2006), apresentam se de maneira clara quando falam de cultura popular e preocupam-se com diferentes questões, apresentando a diversas formas organizacionais escolar, quanto às modificações sociais e quanto as novas formas de conhecimento. 
Entende-se o ensino da arte como prática educativa, formado em relações sociais, étnicos-raciais e produtivas, induzindo conceitos e concepções. Esses estudos indicam a necessidade de uma educação que ultrapasse os conhecimentos específicos para o pleno desenvolvimento do educando. 
Apresentam uma educação que orienta, em todos os momentos nas diferentes realidades. Como parte integrante do currículo escolar, o ensino da arte visa inserir os educandos no contexto social diferenciado, apresentando as diversas modalidades. Os educadores buscando elementos que ajudem a aprendizagem da arte nos educandos, contribuindo para o enriquecimento sócio cultural.
Aplicando Arte na Sala de Aula
Ponderar acerca da função do professor de artes é de suma importância quando se procura conhecer essa prática aplicada nas escolas. A conduta do professor de artes atém-se a, no mínimo, duas questões categóricas. Uma refere-se à formação desse professor e outra refere-se ao conceito que esse professor tem de arte e a acepção que ele tem do homem.
A história da Arte-Educação no Brasil acompanha a história da educação nacional, embora apresente características particulares. Nesse estudo ela será apresentada de forma resumida, pois o objetivo é situar a atuação do professor de arte nesse contexto. (BARBOSA, 1989)
O professor na qualidade de mediador entre o conhecimento e o aluno e tendo como sua atribuição reconhecer que é preciso que a criança tenha um contato além com as artes visuais, ou seja, é necessário que se as explore, produzindo de maneira significativa. É necessário estimular a curiosidade dos alunos, conduzindo-os a despertar sua criatividade, incentivar habilidades tais como a observação, imaginação, criação etc.
Pensar no trabalho ligado a arte na educação escolar demanda empenho, desde a seleção dos professores em termos de propostas, estando essas diretamente concatenadas aos “conhecimentos que possuem sobre arte, educação, aprendizagem na instituição escolar e os propósitos da escola na vida dos alunos”, citação de LOPES (2008), enfim, todos as campos de conhecimento são ressaltantes para a formação humana, avaliando, que cada uma traz para a humanidade incontáveis contribuições,influências didáticas, os documentos que conduzem e visam os conteúdos do ensino de artes sobre nossa prática formação na preparação de projetos e ações de intervenção pedagógica.
Sendo que todo o processo do ensino fundamental, o aluno desenvolverá aptidões nas diferentes modalidades da área de arte, nas preparações e execuções de trabalhos, ao apreciar, valorizar trabalhos artísticos de diferentes povos e culturas produzidos ao longo da história, destacando a importância metodológica da disciplina no currículo escolar para o ensino de artes envolvendo as quatro linguagens, artes visuais, dança, música e teatro.
5. Educação escolar em arte
Mas, o que é a arte/educação? Basta pensar em toda e qualquer função consciente para o desenvolvimento da relação de públicos, ou seja, criança, comunidades, terceira idade etc. com a arte. Ensino de arte tem o comprometimento com a continuidade e currículo, seja na educação formal ou informal.[0: Arte/Educação, conceito originado como Arte-Educação, criado por Ana Mae Barbosa, por volta de 1973-74, posteriormente adaptado por um linguista em 2000 o uso da barra pelo significado de mútuo pertencimento.]
O professor comprometido com os atributos das aulas e com a visão extensa sobre a arte/educação, espaço e materiais podem ser improvisados na busca das melhores maneiras de se atingir os propósitos que a disciplina apresenta atualmente. No entanto, tendo em mãos equipamentos e espaços adequados, o processo acontece com maior riqueza e com maior facilidade, contudo o saber ler, analisar e opinar hoje conta muito do propriamente produzir.
Figura 2 - Relação professor aluno, interação para o crescimento.
Fonte: https://educacaointegral.org.br/glossario/professor-mediador/
Citando FERRAZ; FUSARI, (1993), tal situação diante da escolarização de crianças e jovens em arte tem uma história com várias marcas presentes em nossas atuais ideias e práticas tanto estética quanto pedagógicas.
Algumas dessas marcas históricas queremos conservar e outras queremos transformar para melhor, tendo em vista o compromisso escola de ajudar na democratização da cultura artística junto aos estudantes. Exemplificando, há professores cujo ideário é desenvolver cursos de arte com aulas em que não existam atitudes educativas diretivas com os alunos. Assim, esses professores entendem que basta organizar e coordenar os ambientes das salas de aula provendo-os com vários materiais para que aconteçam trabalhos espontâneos, livres e para que assim os alunos saibam arte. Com esse ideário, esses docentes poucos interferem nos rumos do curso e nos estudos artísticos. São professores cujos posicionamentos em educação escola em arte não são de todo incorretos, todavia, são incompletos e reduzidos. (FERRAZ; FUSARI, 1993)
Existem os professores que adotam o desenvolvimento dos alunos em arte somente das interferências no fazer e no compreender trabalhos artísticos, como a organização das aulas somente com atividades de colorir desenhos prontos e já impressos ou produzir danças e músicas já conhecidas. Sendo assim muitos professores ao assumirem esta postura não tem empenho, consequentemente não tem a preocupação ou ignoram um modo mais educativo na relação que os estudantes têm sobre a cultura, obras de arte, elaboração criativa pessoal, grupal e transformações cognitivas no entendimento da arte.
Diante do exposto, basicamente tendo criatividade, planejamento, estudo e dedicação é possível transformar aulas em concepções de aprendizagem de conteúdo das diversas disciplinas, desempenhando a motivação do aluno por meio da grande responsabilidade que é educar de forma satisfatória e eficaz, afável e lúdica, ousada e inovadora.
Figura 3 - Relação de afeto entre professor e aluno.
Fonte: http://www.celsoantunes.com.br/carinho-e-afeto-por-parte-do-professor-nao-pode-abrigar-limites/
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o intuito de apresentar o conceito de arte na educação básica, este trabalho apresenta o desenvolvimento de habilidades e contextualiza o currículo de forma interdisciplinar. 
Consideramos a arte como processo de transformação do ser humano, apresentamos a arte como prática, origem, sentimento, expressão, comunicação, conhecimento e sensação. 
Apresentamos a arte estética, o belo, reafirmando a ideia de arte como um composto de diferentes formas de expressão humana. Assegurando que esse conjunto de conteúdos tem o compromisso de contribuir com as reflexões sobre as diversas culturas presentes em nossa sociedade. Evidenciando os diferentes olhares, a aceitação do outro, resultando na construção do currículo de arte. 
Os diferentes pontos de vista tendem emitir a importância da cultura, da sociedade, ajudando os educandos a refletir sobre a autonomia de cada um em suas diferentes áreas. 
Esse trabalho apresenta um dos objetivos da educação básica, na disciplina de arte, contribuindo para o educando se desenvolver de uma forma plena, em todas as áreas do conhecimento. Os educadores devem aderir em seu conhecimento profissional, a maneira investigativa e uma formação continuada. 
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