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Resumo governança e governabilidade para concursos (Administração Pública)

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Coisas de prova
CUIDADO: Se o examinador falar apenas “legitimidade” não tem como definir o que é. 
I) Se falar que é para tomada de decisão política ai é governabilidade
II) se ele falar para articulação entre estado e sociedade para avaliar, fomentar e implementar políticas públicas é governança.
Somente governabilidade ou somente governança, sozinhas, não são suficientes para sustentar um governo. Embora em determinado momento em um Estado possa ocorrer de haver uma e não haver outra, elas precisam estar juntos para alcançar resultados efetivos.
Governança e Governabilidade são inter-relacionados: se há uma péssima governabilidade, isso afetará também a governança de um Estado. Entretanto, uma boa governabilidade NÃO GARANTE uma boa governança.
Pontuamos que a governança é um instrumento da governabilidade, entretanto, pressupõe condições mínimas de governabilidade, ou seja, em situações de crise grave ou de ruptura institucional, que afetam a governabilidade, a governança estará comprometida, uma vez que possui caráter instrumental. Sem governabilidade não há que se falar em governança.
SOBRE O PDRAE:
Os termos governabilidade, governança e accountability ganharam força na Administração Pública brasileira após a reforma de 1995, proposta por Bresser-Pereira. A constatação da reforma foi a de que o “problema” brasileiro estava na governança e não na governabilidade, ou seja, a questão não era falta de apoio político ou popular, mas falta de capacidade técnico-operacional.
Reformar o aparelho do Estado significa garantir a esse aparelho MAIOR GOVERNANÇA, ou seja, maior capacidade de governar, maior condição de implementar as leis e políticas públicas. 
Significa tornar muito mais eficientes as atividades exclusivas de Estado, através da transformação das autarquias em “agências autônomas”, e tornar também muito mais eficientes os serviços sociais competitivos ao transformá-los em organizações públicas não estatais de um tipo especial: as “organizações sociais”.
“...pretende-se reforçar a governança - a capacidade de governo do Estado - através da transição programada de um tipo de administração pública burocrática, rígida e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, para uma administração pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o atendimento do cidadão. O governo brasileiro não carece de “governabilidade”, ou seja, de poder para governar, dada sua legitimidade democrática e o apoio com que conta na sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de governança, na medida em que sua capacidade de implementar as políticas públicas é limitada pela rigidez e ineficiência da máquina administrativa...
“Aumentar a governança do Estado, ou seja, sua capacidade administrativa de governar com efetividade e eficiência, voltando a ação dos serviços do Estado para o atendimento dos cidadãos”
Governabilidade - Leonardo
Coisas de prova
Q285243 Governança trata do aperfeiçoamento dos conflitos de interesses presentes em determinada sociedade quando se trata de defender interesses.
FALSO. É a governabilidade quem trata de se articular com a sociedade de, visando uma intermediação de interesses, tentando conciliar os diversos interesses que existem em uma sociedade.
I) Governança até aparece sim a expressão “conciliar interesses”, mas somente se for específico perguntando sobre o conflito de informações entre agente e principal. 
“Fica claro, portanto, que o desafio da governabilidade consiste em conciliar os muitos interesses desses atores (na maioria divergentes) e reuni-los num objetivo comum a ser perseguido por todos (ou vários objetivos comuns). Assim, a capacidade de articular-se em alianças políticas e pactos sociais constitui-se em fator crítico para viabilização dos objetivos do Estado. Essa tentativa de articulação, que a governabilidade procura, é uma forma de intermediação de interesses; entre eles inclui-se o clientelismo e o corporativismo. Nos dois casos o que se procura é conciliar interesses, reduzir atritos e aumentar a governabilidade”
Q893490 Os problemas de governabilidade decorrem do excesso de democracia e do peso exagerado das demandas sociais.
FALSO. Decorrem de um problema de governança do Estado (não conseguir aplicar as políticas públicas efetivamente.
Bresser Pereira (Da administração pública burocrática à gerencial): “Os problemas de governabilidade NÃO decorrem do excesso de democracia ou do peso excessivo das demandas sociais, mas da falta de um pacto político ou de uma coalizão de classes que ocupe o centro do espectro político.”
Conceitos
Governabilidade refere-se às condições sistêmicas do exercício do poder, e envolve as características do sistema político, a forma de governo, as relações entre os poderes, o sistema partidário, o sistema de intermediação de interesses.
(CESPE – TCU / PLANEJAMENTO) A governabilidade diz respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do poder, tais como as características do sistema político, a forma de governo, as relações entre os poderes e o sistema de intermediação de interesses.
A capacidade de governar deriva da relação de legitimidade do estado e do seu governo com a sociedade civil. Governabilidade pode ser entendida como as condições de legitimidade de um governo para empreender as transformações necessárias.
A governabilidade tem como origem os cidadãos e a cidadania organizada, os partidos políticos, as associações e outros segmentos representativos da sociedade. Assim, vemos a complexidade que é adquirir a tal governabilidade, pois consiste em conciliar os muitos interesses de atores envolvidos no processo político, e, em grande maioria, são atores divergentes e reuni-los em um objetivo comum.
Q285243 Governança trata do aperfeiçoamento dos conflitos de interesses presentes em determinada sociedade quando se trata de defender interesses.
FALSO. É a governança quem se encarrega de conciliar os muitos interesses envolvidos em uma sociedade. 
A capacidade de se articular em alianças políticas e pactos sociais constitui-se em fator crítico para a viabilização dos objetivos do Estado. O clientelismo e o corporativismo são ferramentas utilizadas pelos Governos para obtenção de apoio, com objetivo de aumentar sua legitimidade e fortalecer a governabilidade.
Governabilidade refere-se às condições SUBSTANTIVAS do exercício do poder e legitimidade do governo, derivada da relação com a sociedade
Eli Diniz apresenta três dimensões do conceito de governabilidade: 
1) Capacidade do governo para identificar problemas críticos e formular políticas adequadas ao seu enfrentamento; 
2) Capacidade governamental de MOBILIZAR os meios e recursos necessários à execução dessas políticas, bem como sua implementação; 
3) Capacidade de liderança do Estado sem a qual as decisões tornam-se inócuas.
Peguei no PDF do estratégia. Essas definições 2) e 3) parecem muito com governança. Possivelmente isso caiu em alguma questão e gerou polêmica. 
PALAVRAS CHAVES:
Exercício de poder político, capacidade de tomar decisões políticas.
Legitimidade (perante o seu povo) para exercer o poder político
Capacidade de governar.
 Autoridade que o chefe do poder tem para tomar decisões em nome de todos os cidadãos.
Assim, devemos diferenciar ingovernabilidade e não governabilidade. 
1- A ingovernabilidade é quando falta ao Governo o apoio necessário, a legitimidade, ou seja, falta de apoio político dos parlamentares e a falta de apoio popular. 
2- Não governabilidade é a soma de duas crises simultâneas: a crise de governabilidade aliada a uma crise de governança
Governança pública 
Coisas de prova
Q354073 Resultante da relação de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade, a governança implica a capacidade governamental de realizar políticas e a promoção da accountability.
FALSO. Quem resulta da relação de legitimidade do Estado com o governo seria mais a GOVERNABILIDADE. Só se fossedito legitimidade para implementar políticas ou estabelecer parcerias, ai sim seria governança. Mas sempre que ele falar SECO legitimidade governo x sociedade vamos entender a legitimidade política.
Q351577 Durante a definição de um modelo de governança, decidem-se os processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulamentarão a atuação de um governo. Esse processo de decisão pressupõe a análise de determinados aspectos, como nível de transparência a ser adotado na gestão, nível de responsabilização dos envolvidos e prestação de contas.
Q868712 Entre os tipos de estruturas compreendidas pela governança incluem-se as estruturas administrativa, política, econômica, social, ambiental, legal, as quais servem para garantir que as partes interessadas definam objetivos e alcancem resultados.
Q868714 Entre os objetivos da boa governança no setor público incluem-se garantir que a organização seja responsável com os cidadãos, mantendo-os, por meio da transparência, informados sobre decisões e riscos.
CUIDADO: Governança não é somente Accountability, não é somente transparência, isso são apenas boas práticas de governança, o significado da governança vai bem além disso.
GESTÃO E GOVERNANÇA:
Enquanto a GESTÃO é inerente e integrada aos processos organizacionais, sendo responsável pelo planejamento, execução, controle, ação, enfim, pelo manejo dos recursos e poderes colocados à disposição de órgãos e entidades para a consecução de seus objetivos.
A GOVERNANÇA provê direcionamento, monitora, supervisiona e avalia a atuação da gestão, com vistas ao atendimento das necessidades e expectativas dos cidadãos e demais partes interessadas.
GOVERNANÇA no setor público compreende essencialmente os mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a atuação DA GESTÃO, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade
RESUMO RÁPIDO:
1- Governança de órgãos e entidade públicas envolve três funções básicas:
I) Avaliar
II) Direcionar
III) Monitorar
2- Dimensões para boa governança (Banco mundial)
I) Administração do setor público 
II) Quadro legal (ordenamento jurídico adequado)
III) Participação e Accountability 
IV) Informação e transparência
3- Princípios básicos da governança corporativa (do IBGC) (Boa governança e Gestão).
I) Transparência: mais do que obrigação, é desejo de informar para gerar um clima de confiança interna e externamente à organização. 
II) Equidade: não só entre sócios de capital, mas também com todas as partes interessadas.
III) Prestação de Contas: quem recebe um mandato tem o dever de prestar contas de seus atos. 
IV) Responsabilidade Corporativa: considerações de ordem social e ambiental.
4- Princípios da boa governança (BANCO MUNDIAL)
1- Legitimidade
2- Equidade
3- Responsabilidade
4- Eficiência
5- Probidade
6- Transparência 
7- Accountability
Conceitos
Conceitos Diversos
Governança refere-se à maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos econômicos e sociais, tendo em vista o desenvolvimento. (Banco Mundial)
É o conjunto das condições financeiras e administrativas de um governo para transformar em realidade as decisões que toma. É uma Capacidade técnica, financeira e gerencial de implementar transformações.
Aumentar a governança do Estado significa aumentar sua capacidade administrativa de gerenciar com efetividade e eficiência, voltando-se a ação dos serviços do Estado para o atendimento ao cidadão.
Caracterizada pelos aspectos ADJETIVOS ou INSTRUMENTAIS da governabilidade, ou seja: dadas determinadas condições de exercício legítimo do poder político pelo Estado, a capacidade financeira, técnica e gerencial deste último - e dos seus governos em especial - de formular, implementar e avaliar as políticas públicas.
Governança não é a decisão política legitima em si, isso é governabilidade. A governança é a capacidade de tirar as decisões do papel e transforma-las em políticas públicas – por isso se diz que a governança é um INSTRUMENTAL (ADJETIVO).
Governança é um fenômeno MAIS AMPLO que governo; abrange as instituições governamentais, mas implica também mecanismos informais, de caráter não governamental, que fazem com que as pessoas e as organizações dentro da sua área de atuação tenham uma conduta determinada, satisfaçam suas necessidades e respondam as suas demandas
PALAVRAS CHAVE
É exercer poder e administrar os recursos econômicos e sociais.
Capacidade de administrar os recursos disponíveis para se alcançar algum objetivo
Capacidade técnica, financeira e gerencial – capacidade de administrar.
Capacidade de transformar as políticas do papel em resultados para a sociedade. 
Capacidade de um governo para formular e implementar suas decisões
DIFERENTES DIMENSÕES DE GOVERNANÇA
1 - Dimensão interna: Capacidade interna, possuir recursos, ferramentas para aplicar e gerenciar políticas públicas. É o Estado possuir uma burocracia profissional capacitada, recursos e ferramentais gerenciais. 
2 Dimensão externa: relação com a sociedade, capacidade de estabelecer parcerias com a sociedade para aplicar e gerir melhor as políticas públicas. Capacidade de o Estado se articular com a sociedade para em conjunto realizarem políticas públicas.
Governança Pública
Outra vertente teórica considera a governança (ou “governance”) como uma mudança no papel do Estado. Este passaria a ser mais pluralista, ou seja, aceitaria uma participação maior da sociedade na formulação das políticas públicas. Seria o movimento da governança pública. Desta forma, a governança pública seria uma maneira de aumentar a participação da sociedade na gestão do Estado e de tornar as decisões menos técnicas e mais políticas.
De acordo com Kooiman, a governança poderia ser definida como “um modelo horizontal de relação entre atores públicos e privados no processo de elaboração de políticas públicas.” Assim, o Estado abre espaço para um maior envolvimento de outros atores não-estatais na formulação, implementação, execução e avaliação das políticas públicas.
Assim sendo, a governança teria um aspecto interno e outro aspecto externo. 
1) A gestão dos diversos recursos públicos (como as pessoas, os recursos financeiros e os recursos materiais) estaria relacionada com a governança interna. 
2) Já a coordenação com diversas entidades governamentais e não governamentais na implementação das políticas públicas estaria ligada a governança externa.
De acordo com Secchi, a governança pública seria ligada ao movimento do Neoliberalismo. De acordo com o autor: 
“A etiqueta “governance” denota pluralismo, no sentido que diferentes atores têm, ou deveriam ter, o direito de influenciar a construção das políticas públicas. Essa definição implicitamente traduz-se numa mudança do papel do Estado (menos hierárquico e menos monopolista) na solução de problemas públicos. ”
Assim, na visão destes autores, o movimento da governança pública seria uma resposta dos Estados a um ambiente de maior complexidade e maiores demandas sociais; à ascensão dos valores neoliberais (que derivam de uma desconfiança na capacidade do Estado sozinho resolver os problemas da sociedade e prescrevem uma associação com entidades da sociedade civil para que estas ajudem ao Estado) e à própria elevação do modelo gerencial (e sua preocupação com o desempenho da máquina estatal).
De acordo com estes autores, o resgate das redes ou comunidades como estruturas de construção de políticas públicas é um dos pontos mais importantes do movimento da governança pública.
Capacidade Governativa
De acordo com Santos, o conceito de governança não englobaria apenas os aspectos operacionais e da gestão de recursos do Estado e de gestão da máquina. Pela autora, 
“a discussão mais recente do conceito de governance ultrapassa o marco operacional para incorporar questões relativas a padrões de articulação e cooperação entreatores sociais e políticos e arranjos institucionais que coordenam e regulam transações dentro e através das fronteiras do sistema econômico. Incluem-se aí, não apenas os mecanismos tradicionais de agregação e articulação de interesses, tais como partidos políticos e grupos de pressão, como também redes sociais informais (de fornecedores, famílias, gerentes), hierarquias e associações de diversos tipos”
Assim, esta autora argumenta que os conceitos de governança e de governabilidade deveriam ser substituídos pelo conceito de CAPACIDADE GOVERNATIVA, que englobaria tanto os aspectos políticos quanto os aspectos de gestão do Estado. 
A capacidade governativa, de acordo com ela, seria “a capacidade de um sistema político de produzir políticas públicas que resolvam os problemas da sociedade, ou, dizendo de outra forma, de converter o potencial político de um dado conjunto de instituições e práticas políticas em capacidade de definir, implementar e sustentar políticas”
Governança no Brasil
De acordo com a Agenda Nacional de Gestão Pública, nosso país ainda tem diversos problemas de governança. 
1) Dificuldade na relação do Estado com a sociedade civil e com o setor privado. 
2) Participação ineficiente da sociedade civil, pois existiria uma deficiência nos mecanismos de organização e participação destas na formulação e no acompanhamento das políticas públicas. 
3) Dificuldade grande no acesso às informações públicas. Muito tem sido feito, como a nova Lei de Acesso à Informação, mas o funcionamento do Estado ainda é muito opaco para o cidadão médio. 
De acordo com o documento, as soluções para melhorar a condição de governança seriam: 
a) Participação, transparência e controle social 
b) Garantia de mecanismos e instituições capazes de prover transparência, participação e controle social nas atividades prestadas pelo poder público. 
c) Engajamento privado na formulação, implementação e avaliação de políticas públicas. 
d) Coordenação horizontal e vertical dos órgãos de governo. 
e) Divulgação permanente de informações e análises da qualidade da administração pública para fomentar o conhecimento sobre as ações e os impactos dos programas governamentais.
Dimensões para a boa governança: 
Segundo o BANCO MUNDIAL:
1- Administração do setor público 
2- Quadro legal (ordenamento jurídico adequado)
3- Participação e Accountability 
4- Informação e transparência
1- ADMINISTRAÇÃO DO SETOR PÚBLICO
Cuida da melhora da capacidade de gerenciamento econômico e de prestação de serviços sociais. Ressalta-se que a preocupação com questões de capacidade burocrática já estava presente na experiência anterior com programas de ajuste estrutural.
Possuir uma burocracia estatal comprometida, ética e qualificada para aplicar as políticas públicas.
2- QUADRO LEGAL 
Trata do estabelecimento de um marco legal - um elemento crítico em face da "síndrome da ilegalidade", em que muitos países em desenvolvimento seriam caracterizados. Envolve regras conhecidas previamente, cujo cumprimento é garantido em órgão judicial independente, e de procedimentos para modificá-las, caso não sirvam mais aos propósitos inicialmente estabelecidos. 
É o pais possuir todo o arcabouço legal para poder aplicar as políticas públicas. O sistema jurídico do pais deve ser válido e adequado para regular a atuação do poder público. As leis devem ser compreendidas e cumpridas corretamente.
3 e 4 - PARTICIPAÇÃO e ACCOUNTABILITY / INFORMAÇÃO e TRANSPARÊNCIA 
Consideradas fundamentais para aumentar a eficiência econômica, envolvem: 
I) A disponibilidade de informações sobre as políticas governamentais
II) a transparência dos processos de formulação de política 
III) e alguma oportunidade para que os cidadãos possam influenciar a tomada de decisão sobre as políticas públicas.
Cidadão participar da formulação e implementação das políticas públicas. Também envolve dar poder de o cidadão fiscalizar a atuação do poder público. Para isso, deve-se fornecer meios e mecanismos para que a sociedade possa interagir com o governo: portais de transparências, ferramentas de controle , etc.
Governança externa – parcerias com a sociedade
(CESPE – TRE-ES – ANALISTA – 2011) No modelo gerencial, a governança constitui importante ação governamental, visto que propõe a ampliação do papel da sociedade civil organizada e a diminuição do tamanho do Estado.
O termo governança envolve um processo complexo de tomada de decisão que “antecipa e ultrapassa o governo” 
FATORES ENVOLVIDOS: 
- Legitimidade do espaço público em constituição.
- Repartição do poder entre governantes e governados.
- Processos de negociação e articulação entre os atores sociais.
- Descentralização da autoridade e das atividades ligadas ao ato de governar.
O sentido de governança passou a abarcar com frequência crescente a ideia de coordenação entre agentes e órgãos estatais e entes não governamentais em geral. O conceito abre espaço para a ação coordenada entre setores estatais e não estatais desde a definição das prioridades públicas até a execução e avaliação das políticas.
Leonardo Secchi fala em um padrão horizontal de relacionamento entre atores públicos e privados, atuando de forma articulada para a formulação e a gestão de políticas públicas. 
Assim, parte-se do reconhecimento de que tanto a LEGITIMIDADE quanto a EFETIVIDADE da atuação pública dependem dessa integração de esferas estatais e particulares, o que pode ser realizado de diversas maneiras, incluindo REDES DE POLÍTICAS PÚBLICAS e PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS.
Accountability 
Conceitos
Q435120 Atualmente, a avaliação de desempenho na gestão pública está associada ao processo de accountability.
Q547899 Accountability consiste no dever do cidadão de realizar o controle social da administração pública.
FALSO. CUIDADO: Accountability não está muito relacionado ao conceito de participação popular não , ela está bem mais ligada ao conceito de prestação de contas e responsabilização dos dirigentes perante a sociedade
Q351266 A adoção do paradigma do cliente na gestão pública baseado na doutrina do "Public Service Orientation" busca criar uma cultura que congregue funcionários públicos, cidadãos e políticos, de modo a obter também a "accountability" dos resultados obtidos.
Q368278 A avaliação de políticas públicas inclui, entre as suas finalidades, a accountability , que estabelece critérios para julgar e aprovar ações, decisões e resultados referentes a essas políticas.
A ideia do accountability se dá por meio da noção de que o titular da coisa pública é o cidadão, e não os políticos eleitos ou que foram indicados para gerenciá-la. 
Alguns autores defendem que a accountability está relacionada a três dimensões:
1- A informação (transparência): destaca a obrigação dos administradores de prestar contas de sua atuação aos administrados. 
2- A justificação (responsividade): é a obrigação legal de responder a questionamentos e pedidos de informações, com responsabilização pelos próprios atos. 
3- A punição (sanção e coerção) é a capacidade legal e institucional de o agente que exige as informações e contas de outro agente fazer valer essa exigência, tornando-a obrigatória, por meio de sanções e incentivos
DIMENSÕES DA ACCOUNTABILITY NO SETOR PÚBLICO. 
1- Prestação de contas: irá refletir na transparência do governo com a população.
2- Responsabilização dos agentes: os agentes devem responsabilizar-se pela correta utilização dos recursos.
3- Responsividade dos agentes: diz respeito à capacidade de resposta do poder público às demandas sociais. Um governo responsivo buscará satisfazer as necessidades da população e colocar em prática as políticas escolhidas pelos cidadãos.
Dizemos que o conceito de accountability parte de duas partes: 
Uma que delega a responsabilidade 
E a outra que é responsável por gerir os recursos. 
Junto a isso, cria-se a obrigação de prestação de contas por parte de quem administra os recursos, que deverádemonstrar, por meio dos resultados obtidos, o bom uso desses recursos.
Com isso, a accountability é entendida como a capacidade do sistema político de prestar contas de suas promessas aos cidadãos. 
Pensando sob a auditoria, accountability é a obrigação de responder por uma responsabilidade outorgada. Isso inclui o lado que delega a responsabilidade e o lado que presta contas pelos recursos utilizados
Analisando sob a ótica do gestor público, accountability trata-se do compromisso ético e legal de responder pela delegação recebida, demonstrando que geriu os recursos públicos com responsabilidade e respeitando as normas legais – e que utilizou práticas de gestões eficientes, eficazes e transparentes.
A responsabilização permanente dos gestores públicos em razão dos atos praticados em decorrência do uso do poder que lhes é outorgado
O conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações, garantindo-se maior transparência e a exposição das políticas públicas.
Responsividade: Dentro do conceito de accountability há também o surgimento do termo responsividade, segundo o qual os governantes responsivos obedecem aos desejos ou às determinações dos cidadãos. 
Assim, os Governos são responsivos quando promovem os interesses dos cidadãos, adotando políticas escolhidas pelos cidadãos.
Sendo a governança um conjunto de procedimentos que se relacionam com a dimensão participativa da sociedade, uma alta Accountability afeta, positivamente, a capacidade de governança. Isso porque o grau de governança democrática de um Estado depende, diretamente, do “quantum” de accountability existente na sociedade e da natureza e abrangência do controle público sobre a ação governamental.
Segundo O’Donnell (1998), a accountability pressupõe, de um lado, a conformidade da organização às leis que regulam suas atividades e, de outro lado, o desempenho ou performance aderente às expectativas e aos desejos da sociedade como um todo.
Tipos
TIPOS DE ACCOUNTABILITY:
1- Accountability horizontal: mútua fiscalização e controle existente ENTRE OS PODERES, a ideia de freios e contrapesos, ou entre os órgãos, por meio dos Tribunais de Contas ou Controladorias-Gerais e agências fiscalizadoras. Pressupõe uma relação horizontal, entre iguais, sem hierarquia.
Há um controle MÚTUO e entre IGUAIS.
Exemplo: Freios e contrapesos entre os 3 poderes, tribunais de contas e controladorias.
CUIDADO: MP não é órgão de accountability horizontal.
(CESPE – TCU / PLANEJAMENTO – 2008) A chamada accountability horizontal implica a existência de agências e instituições estatais com poder legal e efetivo para realizar ações de controle preventivo, concomitante e a posteriori. Entre os diversos tipos, os denominados controles externos — legislativos e judiciários — têm caráter eminentemente técnico, e os internos — administrativos — têm caráter eminentemente político.
FALSO. O controle externo é político, e o controle interno é administrativo.
2- Accountability vertical: os CIDADÃOS controlam os políticos e Governos por meio de plebiscito, referendo, ação popular e voto, ou mediante o exercício do controle social, ou seja, uma relação entre DESIGUAIS, há alguma espécie de hierarquia. 
Aqui o controle é UNILATERAL – são os cidadãos controlando o governo 
(CESPE – TCE-PE – ANALISTA – 2017) Em um estado de direito, a accountability vertical ou democrática, entendida como a que ocorre entre os diversos níveis de poder e sujeita à possibilidade de controle mútuo, é profícua no fortalecimento de ações contra a corrupção.
FALSO. Não ocorre controle mutuo na accountability vertical, somente na horizontal. 
De acordo com O´Donnell a accountability vertical é relacionada com a capacidade da população de votar e se manifestar de forma livre.
“Por definição, nesses países a dimensão eleitoral de accountability vertical existe. Por meio de eleições razoavelmente livres e justas, os cidadãos podem punir ou premiar um mandatário votando a seu favor ou contra ele ou os candidatos que apoie na eleição seguinte. Também por definição, as liberdades de opinião e de associação, assim como o acesso a variadas fontes de informação, permitem articular reivindicações e mesmo denúncias de atos de autoridades públicas. Isso é possível graças à existência de uma mídia razoavelmente livre, também exigida pela definição de poliarquia. Eleições, reivindicações sociais que possam ser normalmente proferidas, sem que se corra o risco de coerção, e cobertura regular pela mídia ao menos das mais visíveis dessa reivindicações e de atos supostamente ilícitos de autoridades públicas são dimensões do que chamo de "accountability vertical”.
Segundo o autor, os principais mecanismos da accountability vertical seriam: o voto e a ação popular.
3- Accountability societal: A accountability societal refere-se ao controle exercido pela sociedade civil, muitas vezes representada por ONGs, sindicatos e associações. Estas instituições, em busca de denunciar abusos e desmandos dos agentes públicos, exercem uma pressão legítima sobre a Administração Pública
É incapaz de aplicar sanções contra os agentes públicos em casos de transgressões, pois não possui competência e tampouco poder legal para isso; e pressupõe a existência de LIBERDADE DE EXPRESSÃO para denunciar os erros e falhas do Governos e gestores públicos.
Se origina da sociedade e atinge as estruturas do Estado, a exemplo da atuação da sociedade em ações de associações de cidadãos, movimentos sociais, Conselhos Temáticos Institucionalizados ou, ainda, a atuação da mídia
 “Um mecanismo de controle não-eleitoral, que emprega ferramentas institucionais e não institucionais (ações legais, participação em instâncias de monitoramento, denúncias na mídia, etc.) e que se baseia na ação de múltiplas associações de cidadãos, movimentos, ou mídia, objetivando expor erros e falhas do governo, trazer novas questões para a agenda pública ou influenciar decisões políticas a serem implementadas pelos órgãos públicos”
De acordo com Carneiro, os Conselhos de Políticas Públicas, em que o Estado e a sociedade participam de forma paritária, são exemplos de accountability societal, pois possibilitam a participação popular na condução das políticas públicas e, portanto, no funcionamento do Estado.
“os conselhos apontam para uma nova forma de atuação de instrumentos de accountability societal, pela capacidade de colocar tópicos na agenda pública, de controlar seu desenvolvimento e de monitorar processos de implementação de políticas e direitos, através de uma institucionalidade híbrida, composta de representantes do governo e da sociedade civil.”
Governança corporativa
Conflito de agência
Internamente as organizações também necessitam possuir uma boa governança. Então é interessante estudar a governança dentro dos órgãos e entidades que realizam as políticas públicas propriamente ditas.
- PRINCIPAL: Quem contrata alguém. No caso público é a SOCIEDADE.
- AGENTE: O contratado para atuar em nome de outro. No caso são os diversos AGENTES PÚBLICOS.
Eventualmente o agente tem interesses diferentes do interesse do principal. Essa diferença de interesses pode gerar um CONFLITO DE INTERESSES. 
O agente possui mais informações que o principal, pois é ele quem está no campo executando. Assim, surge também uma ASSIMETRIA DE INFORMAÇÕES.
A soma do conflito de interesses e a assimetria de informações surge o CONFLITO DE AGÊNCIA.
Fica evidente então a necessidade de a organização possuir mecanismos para alinhar esses dois interesses. Esse conjunto de mecanismos internos para gerir a organização com interesses alinhados é justamente a GOVERNANÇA CORPORATIVA.
Governança Corporativa está relacionada à gestão de uma organização, sua relação com os acionistas (os shareholders) e com as demais partes interessadas (os stakeholders). O conceito baseia-se em mecanismos de solução para o conflito de agência, quedecorre da assimetria de informações e de conflito de interesses entre os atores. 
Consiste em um conjunto de instituições, regulamentos e padrões culturais, que normatiza a relação entre as administrações das organizações e os acionistas e demais grupos aos quais os administradores devam prestar contas
Obs.: O núcleo ainda É O MESMO: governança corporativa visa o efetivo alcance dos resultados das políticas, visa executar efetivamente as políticas públicas, mas aqui se foca na relação do agente e principal, para justamente garantir que as duas partes estejam alinhadas. 
Princípios Básicos (IBGC)
A governança corporativa surgiu na esfera privada, mas em qualquer tipo de entidade publica também precisamos de uma boa governança corporativa. 
A governança nas organizações públicas e privadas apresenta significativas SEMELHANÇAS: 
1- As questões que envolvem a separação entre propriedade e gestão, responsável pela geração dos problemas de agência; 
2- Os instrumentos definidores de responsabilidades e poder; 
3- O acompanhamento e o incentivo na execução das políticas e objetivos definidos; 
Verifica-se, em um sentido amplo, que os PRINCÍPIOS BÁSICOS que norteiam os rumos dos segmentos dos setores privado e público são IDÊNTICOS:
I) Transparência 
II) Equidade 
III) Cumprimento das leis
IV) Prestação de contas
V) Conduta ética
Obs.: Pode haver diferença na doutrina sobre esses princípios básicos que norteiam a governança corporativa. Mas no núcleo duro são esses princípios. Os princípios são basicamente os mesmos tanto para empresas públicas quanto privadas. Ambas estão interessadas em transparência, equidade , prestação de contas , condutas éticas , etc.
PRINCÍPIOS DO IBGC
Princípios de governança corporativa trazidos pelo IBGC (instituto brasileiro de gestão corporativa)
1.Transparência: A boa comunicação interna e externa gera o clima de confiança essencial para a criação de valor. A boa comunicação deve ter como características: franqueza, espontaneidade e tempestividade, entre outras. Deve ser resultado não apenas da obrigação, mas sim do desejo sincero de informar tudo o que possa ser relevante para as partes interessadas.
2. Equidade: Tratar de forma justa e igual todas as partes interessadas, sobretudo grupos minoritários como colaboradores, clientes, fornecedores, investidores, é de fundamental importância. Assim, atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto, são inaceitáveis, como define o IBGC.
3. Prestação de Contas: Os administradores e outros agentes da governança devem prestar contas de sua atuação a quem os elegeu e devem responder integralmente por todos os atos e fatos sob sua responsabilidade.
4. Conformidade: A organização deve respeitar integralmente as leis, normas e regulamentações aplicáveis aos seus negócios.
5. Responsabilidade Corporativa: Os negócios devem ser conduzidos com o objetivo de perenizar a organização. Assim, considerações de ordem socioambiental devem orientar a definição dos negócios e operações e, portanto, decisões que possam causar impacto negativo na sociedade ou no meio ambiente devem ser evitadas
BENEFÍCIOS para o Setor Público: 
Aumento do valor público para a sociedade, conforme as necessidades dos cidadãos. 
Aperfeiçoamento do desempenho das entidades públicas. 
Atração de investimentos e capital a custos mais baixos. 
Criação de condições para que serviços públicos de qualidade sejam oferecidos à sociedade de forma permanente.
Manual de Governança Pública do TCU
Perspectiva Histórica:
SOBRE OS CONFLITOS DE INTERESSE AGENTE – PRINCIPAL
A origem da governança está associada ao momento em que organizações deixaram de ser geridas diretamente por seus proprietários (p. ex. donos do capital) e passaram à administração de terceiros, a quem foi delegada autoridade e poder para administrar recursos pertencentes àqueles. Em muitos casos há divergência de interesses entre proprietários e administradores, o que, em decorrência do desequilíbrio de informação, poder e autoridade, leva a um potencial conflito de interesse entre eles, na medida em que ambos tentam maximizar seus próprios benefícios. 
Para melhorar o desempenho organizacional, reduzir conflitos, alinhar ações e trazer mais segurança para proprietários, foram realizados estudos e desenvolvidas múltiplas estruturas de governança
Embora o termo governança date de idades remotas, o conceito e a importância que atualmente lhe são atribuídos foram construídos nas últimas três décadas, inicialmente nas organizações privadas. De acordo com Berle e Means (1932), que desenvolveram um dos primeiros estudos acadêmicos tratando de assuntos correlatos à governança, é papel do Estado regular as organizações privadas. 
Atualmente, o G8 (reunião dos oito países mais desenvolvidos) e organizações como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional – FMI e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE dedicam-se a promover a governança (ECGI, 2013). 
No Brasil, o crescente interesse pelo tema não é diferente. Tanto no setor privado quanto no público, existem iniciativas de melhoria da governança, as quais se relacionam e se complementam.
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, desde então, lançou novas versões (2004 e 2009) do Código das melhores práticas de governança corporativa, documento que define 4 princípios básicos de governança aplicáveis ao contexto nacional: 
1-Transparência
2- Equidade
3- Prestação de contas
4- Responsabilidade corporativa.
Segundo o IBGC, apesar de o código ter sido desenvolvido, primariamente, com foco em organizações empresariais, ao longo daquele documento foi utilizado o termo “organizações”, a fim de torná-lo o mais abrangente possível e adaptável a outros tipos de organizações, como Terceiro Setor, cooperativas, estatais, fundações e órgãos governamentais, entre outros.
O Manual de boas práticas de governança pode ser aplicado TANTO PARA setor privado quando setor público (De maneira adaptada)
Governança pública e seus benefícios
Especificamente no que se refere ao setor público, a crise fiscal dos anos 1980 exigiu novo arranjo econômico e político internacional, com a intenção de tornar o Estado mais eficiente. Esse contexto propiciou discutir a governança na esfera pública e resultou no estabelecimento dos princípios básicos que norteiam as boas práticas de governança nas organizações públicas 
Esses foram os princípios básicos iniciais em 2001.
1- Transparência
2- Integridade
3- Prestação de contas. 
Nos anos seguintes outros trabalhos foram publicados, como o estudo nº 13- Boa governança no setor público -, da International Federation of Accountants – IFAC, publicado em 2001. Na mesma disposição, o Australian National Audit Office - ANAO publicou, em 2003, o Guia de melhores práticas para a governança no setor público, em que ratifica os princípios preconizados pela IFAC e acrescenta outros três: 
Esse vem do guia do ANAO
4- Liderança
5- Compromisso 
6- Integração.
Essa tendência de tornar o setor público mais eficiente e ético foi reforçada pela publicação conjunta em 2004 — pelo The Chartered Institute of Public Finance and Accountancy – CIPFA e pelo Office for Public Management Ltd– OPM - do Guia de padrões de boa governança para serviços públicos, cujos seis princípios alinham-se aos já apresentados, com ênfase na eficiência e na eficácia
Além da IFAC, do CIPFA e do OPM, organizações como o Independent Commission for Good Governance in Public Services– ICGGPS; o Banco Mundial; e o Institute of Internal Auditors – IIA avaliaram as condições necessárias à melhoria da governança nas organizações públicas e concordaram que, para melhor atender aos interesses da sociedade, é importante:
Garantir o comportamento ético, íntegro, responsável, comprometido e transparente da liderança; 
Controlar a corrupção; 
Implementar efetivamente um código de conduta e de valores éticos; 
Observar e garantir a aderência das organizaçõesàs regulamentações, códigos, normas e padrões; 
Garantir a transparência e a efetividade das comunicações; 
Balancear interesses e envolver efetivamente os stakeholders (cidadãos, usuários de serviços, acionistas, iniciativa privada)
Segundo compilação realizada pela IFAC (2013), as organizações referenciadas no parágrafo anterior entendem que a boa governança no setor público PERMITE:
a) garantir a entrega de benefícios econômicos, sociais e ambientais para os cidadãos; 
b) garantir que a organização seja, e pareça, responsável para com os cidadãos; 
c) ter clareza acerca de quais são os produtos e serviços efetivamente prestados para cidadãos e usuários, e manter o foco nesse propósito; 
d) ser transparente, mantendo a sociedade informada acerca das decisões tomadas e dos riscos envolvidos; 
e) possuir e utilizar informações de qualidade e mecanismos robustos de apoio às tomadas de decisão;
f) dialogar com e prestar contas à sociedade; 
g) garantir a qualidade e a efetividade dos serviços prestados aos cidadãos; 
h) promover o desenvolvimento contínuo da liderança e dos colaboradores; 
i) definir claramente processos, papéis, responsabilidades e limites de poder e de autoridade; 
j) institucionalizar estruturas adequadas de governança; 
k) selecionar a liderança tendo por base aspectos como conhecimento, habilidades e atitudes (competências individuais);
l) avaliar o desempenho e a conformidade da organização e da liderança, mantendo um balanceamento adequado entre eles; 
m) garantir a existência de um sistema efetivo de gestão de riscos; 
n) utilizar-se de controles internos para manter os riscos em níveis adequados e aceitáveis; 
o) controlar as finanças de forma atenta, robusta e responsável; e 
p) prover aos cidadãos dados e informações de qualidade (confiáveis, tempestivas, relevantes e compreensíveis).
CONCEITOS de governança
Governança compreende a estrutura (administrativa, política, econômica, social, ambiental, legal e outras) posta em prática para garantir que os resultados pretendidos pelas partes interessadas sejam definidos e alcançados. 
Governança é um termo amplamente utilizado em diversos setores da sociedade, com diferentes significados dependendo da perspectiva de análise. Entre as definições mais conhecidas e utilizadas estão as relacionadas à governança corporativa, pública e global.
Governança corporativa: pode ser entendida como o sistema pelo qual as organizações são dirigidas e controladas. Refere-se ao conjunto de mecanismos de convergência de interesses de atores direta e indiretamente impactados pelas atividades das organizações, mecanismos esses que protegem os investidores externos da expropriação pelos internos (gestores e acionistas controladores).
Governança pública: pode ser entendida como o sistema que determina o equilíbrio de poder entre os envolvidos — cidadãos, representantes eleitos (governantes), alta administração, gestores e colaboradores — com vistas a permitir que o bem comum prevaleça sobre os interesses de pessoas ou grupos.
Governança no setor público refere-se, portanto, aos mecanismos de avaliação, direção e monitoramento; e às interações entre estruturas, processos e tradições, as quais determinam como cidadãos e outras partes interessadas são ouvidos, como as decisões são tomadas e como o poder e as responsabilidades são exercidos.
Preocupa-se, por conseguinte, com a capacidade dos sistemas políticos e administrativos de agir efetiva e decisivamente para resolver problemas públicos.
Governança global: que pode ser entendida como o conjunto de instituições, mecanismos, relacionamentos e processos, formais e informais, entre Estado, mercado, cidadãos e organizações, internas ou externas ao setor público, através dos quais os interesses coletivos são articulados, direitos e deveres são estabelecidos e diferenças são mediadas.
Perspectivas de observação da governança no setor público
A governança no setor público pode ser analisada sob 4 perspectivas de observação: 
(a) sociedade e Estado; 
(b) entes federativos, esferas de poder e políticas públicas; 
(c) órgãos e entidades; 
(d) atividades intraorganizacionais.
RELAÇÃO ENTRE AS PERSPECTIVAS
No setor público, entre as quatro perspectivas de observação existe uma relação de interdependência e complementariedade. Assim, as estruturas de governança estabelecidas sob a perspectiva de órgãos e entidades devem estar alinhadas e integradas às estruturas existentes nas demais perspectivas. Similarmente, estratégia, políticas e iniciativas que afetem mais de uma organização devem ser coordenadas de modo a garantir a efetividade dos resultados.
Governança no setor público compreende essencialmente os mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a atuação da gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade
a) Sociedade e Estado:
É a VERTENTE POLÍTICA da governança pública, focada no desenvolvimento nacional, nas relações econômico-sociais, nas estruturas que garantam a governabilidade de um Estado e o atendimento de demandas da sociedade. 
Capacidade de um sistema político de produzir políticas públicas que resolvam os problemas da sociedade.
Sob esta perspectiva, a governança pode ser entendida como “a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos econômicos e sociais de um país, visando ao desenvolvimento”
Engloba, portanto “as tradições e as instituições mediante as quais a autoridade é exercida em um país” 
Nesse contexto, a governança tem por objeto de análise (WORLD BANK, 2012): 
(a) as estruturas democráticas; 
(b) os processos pelos quais os governos são selecionados, monitorados e substituídos; 
(c) a organização do Estado e a divisão de poder e de autoridade entre as instituições;
(d) o comportamento ético dos governantes [representantes eleitos];
(e) os instrumentos institucionais de controle (ex.: sistema de pesos e de contrapesos, controle social, órgãos de governança); 
(f) o respeito dos cidadãos às instituições que governam a economia e o Estado.
Tudo isso visando à “prevalência do bem comum sobre os interesses de pessoas ou de grupos” e ao “alcance de objetivos coletivos de uma sociedade” 
(b) entes federativos, esferas de poder e políticas públicas; 
É a VERTENTE POLÍTICO-ADMINISTRATIVA da governança no setor público, com foco na formulação, na implementação e na efetividade de políticas públicas; nas redes transorganizacionais, que extrapolam as barreiras funcionais de uma organização; e na capacidade de auto-organização dos envolvidos.
Segundo Rhodes (1996), a governança sob esta perspectiva trata de questões relacionadas: 
(a) à coordenação de ações; 
(b) ao exercício do controle em situações em que várias organizações estão envolvidas;
(c) às estruturas de autoridade; 
(d) à divisão de poder e responsabilidade entre os diversos atores; 
(e) à alocação tempestiva e suficiente de recursos; 
(f) à governança das ações, aqui entendida como a capacidade de o governo coordenar a ação de atores com vistas à implementação de políticas públicas.
Logo, pode ser definida como a habilidade e a capacidade governamental para formular e implementar, de forma efetiva, políticas públicas mediante o estabelecimento de relações e parcerias coordenadas entre organizações públicas e/ou privadas.
(c) órgãos e entidades; 
É a VERTENTE CORPORATIVA da governança no setor público, com foco nas organizações, na manutenção de propósitos e na otimização dos resultados ofertados por elas aos cidadãos e aos usuários dos serviços (CIPFA, 2004). 
De acordo com a IFAC (2013), a função da governança é garantir que as ações das organizações estejam alinhadas com o interesse público. Por isso, considera importante: 
(a) a integridade, os valores éticos; 
(b) a abertura e o engajamento das partes interessadas;
(c) a definição de resultados e de benefíciossustentáveis em termos econômicos, sociais e ambientais;
(d) a definição de intervenções necessárias para potencializar e otimizar resultados e benefícios;
(e) o desenvolvimento das capacidades (das organizações, da liderança e dos indivíduos) necessárias àquele fim;
(f ) a gestão de riscos e de desempenho (sustentado por controles internos e instrumentos robustos de gestão das finanças públicas);
(g) a transparência e a accountability(possível por meio da implementação de boas práticas, como as relacionadas a prestação de contas e responsabilização).
(d) atividades intraorganizacionais.
Governança sob a perspectiva de atividades intraorganizacionais pode ser entendida como o sistema pelo qual os recursos de uma organização são dirigidos, controlados e avaliados. 
Sob esta perspectiva, são analisados os processos decisórios, as estruturas específicas de governança e as relações intraorganizacionais, que visam, entre outras coisas, otimizar o uso de recursos, reduzir riscos e agregar valor a órgãos e entidades e contribuir para o alcance de resultados esperados por partes interessadas internas e externas à organização. 
São exemplos típicos da aplicação desta perspectiva: 
A governança de pessoal, de informação, de tecnologia, de logística, de investimentos, de orçamento e finanças, de regulamentações etc.
Relação principal – agente 
Quando se fala em governança, dois tipos básicos de atores estão envolvidos: principal e agente. Como esses atores se manifestam no setor público? 
De acordo com o parágrafo único, do art. 1º, da Constituição Federal de 1988, “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Infere-se que, no contexto público, a sociedade é o “principal”, pois compartilha as percepções de finalidade e valor e detêm o poder social, podendo exercê-lo de forma conjunta e ordenada por meio de estruturas criadas para representá-la .
Complementarmente, “agentes”, nesse contexto, são aqueles a quem foi delegada autoridade para administrar os ativos e os recursos públicos, enfim, autoridades, dirigentes, gerentes e colaboradores do setor público. Principal e agentes, no exercício de suas atribuições, podem se relacionar com outras partes interessadas (2º e 3º setores) de modo a criar um contexto capacitante para o desenvolvimento social.
INSTÂNCIAS de governança 
O sistema de governança reflete a maneira como diversos atores se organizam, interagem e procedem para obter boa governança. Envolve, portanto, as estruturas administrativas (instâncias), os processos de trabalho, os instrumentos (ferramentas, documentos etc), o fluxo de informações e o comportamento de pessoas envolvidas direta, ou indiretamente, na avaliação, no direcionamento e no monitoramento da organização. De forma simplificada, esse sistema pode ser assim representado:
Tem diferença entre gestores e a alta administração
1- A alta administração está inserida tanto na governança quanto na gestão, devem ser entidades que possuem essas duas características
2- Já quem coloca em prática são gestores (táticos seriam os dirigentes e operacionais seria os gerentes)
INSTÂNCIAS EXTERNAS E INTERNAS DE GOVERNANÇA
a) As instâncias externas de governança: são responsáveis pela fiscalização, pelo controle e pela regulação, desempenhando importante papel para promoção da governança das organizações públicas. São autônomas e independentes, não estando vinculadas apenas a uma organização. 
Exemplos típicos dessas estruturas são o Congresso Nacional e o Tribunal de Contas da União.
Q911285 As instâncias externas de governança são responsáveis por definir ou avaliar a estratégia e as políticas, bem como por monitorar sua conformidade e o desempenho. 
FALSO. São as INTERNAS que fazem isso, através dos conselhos de Administração.
c) As instâncias internas de governança: são responsáveis por definir ou avaliar a estratégia e as políticas, bem como monitorar a conformidade e o desempenho destas, devendo agir nos casos em que desvios forem identificados. São, também, responsáveis por garantir que a estratégia e as políticas formuladas atendam ao interesse público servindo de elo entre principal e agente. 
Exemplos típicos dessas estruturas são os conselhos de administração ou equivalentes e, na falta desses, a alta administração.
INSTÂNCIAS EXTERNAS E INTERNAS DE APOIO À GOVERNANÇA
	
b) As instâncias externas de APOIO à governança: são responsáveis pela avaliação, auditoria e monitoramento independente e, nos casos em que disfunções são identificadas, pela comunicação dos fatos às instâncias superiores de governança.
Exemplos típicos dessas estruturas as auditorias independentes e o controle social organizado.
d) As instâncias internas de APOIO à governança realizam a comunicação entre partes interessadas internas e externas à administração, bem como auditorias internas que avaliam e monitoram riscos e controles internos, comunicando quaisquer disfunções identificadas à alta administração. 
Exemplos típicos dessas estruturas são a ouvidoria, a auditoria interna, o conselho fiscal, as comissões e os comitês.
NÍVEIS DE ADMINISTRAÇÃO
1- A administração executiva: é responsável por avaliar, direcionar e monitorar, internamente, o órgão ou a entidade. A autoridade máxima da organização e os dirigentes superiores são os agentes públicos que, tipicamente, atuam nessa estrutura. 
De forma geral, enquanto a autoridade máxima é a principal responsável pela gestão da organização, os dirigentes superiores (gestores de nível estratégico e administradores executivos diretamente ligados à autoridade máxima) são responsáveis por estabelecer políticas e objetivos e prover direcionamento para a organização
2- A gestão tática é responsável por coordenar a gestão operacional em áreas específicas. Os dirigentes que integram o nível tático da organização (p. ex. secretários) são os agentes públicos que, tipicamente, atuam nessa estrutura.
3- A gestão operacional é responsável pela execução de processos produtivos finalísticos e de apoio. Os gerentes, membros da organização que ocupam cargos ou funções a partir do nível operacional (p. ex. diretores, gerentes, supervisores, chefes), são os agentes públicos que, tipicamente, atuam nessa estrutura.
Governança e Gestão 
A GOVERNANÇA de órgãos e entidades da administração pública ENVOLVE 3 FUNÇÕES BÁSICAS, alinhadas às tarefas sugeridas pela ISO/IEC 38500:2008: 
a) AVALIAR o ambiente, os cenários, o desempenho e os resultados atuais e futuros; 
b) DIRECIONAR E ORIENTAR a preparação, a articulação e a coordenação de políticas e planos, alinhando as funções organizacionais às necessidades das partes interessadas (usuários dos serviços, cidadãos e sociedade em geral) e assegurando o alcance dos objetivos estabelecidos; e 
c) MONITORAR os resultados, o desempenho e o cumprimento de políticas e planos, confrontando-os com as metas estabelecidas e as expectativas das partes interessadas.
De acordo com o Banco Mundial, GOVERNANÇA diz respeito a estruturas, funções, processos e tradições organizacionais que visam garantir que as ações planejadas (programas) sejam executadas de tal maneira que atinjam seus objetivos e resultados de forma transparente. 
Busca, portanto, maior efetividade (produzir os efeitos pretendidos) e maior economicidade (obter o maior benefício possível da utilização dos recursos disponíveis) das ações.
De modo complementar, GESTÃO diz respeito ao funcionamento do dia a dia de programas e de organizações no contexto de estratégias, políticas, processos e procedimentos que foram estabelecidos pelo órgão; 
preocupa-se com a eficácia (cumprir as ações priorizadas) e a eficiência das ações (realizar as ações da melhor forma possível, em termos de custo-benefício).
GOVERNANÇA busca efetividade e economicidade / GESTÃO busca eficácia e eficiência. 
Sãofunções da GOVERNANÇA: De maneira geral é avaliar, direcionar e monitorar a gestão.
a) definir o direcionamento estratégico;
b) supervisionar a gestão;
c) envolver as partes interessadas;
d) gerenciar riscos estratégicos;
e) gerenciar conflitos internos; 
f) auditar e avaliar o sistema de gestão e controle;
g) promover a accountability (prestação de contas e responsabilidade) e a transparência.
Se preocupa com a qualidade do processo decisório e sua efetividade: Como obter o maior valor possível? Como, por quem e por que as decisões foram tomadas? Os resultados esperados foram alcançados?
São funções da GESTÃO:
a) implementar programas;
b) garantir a conformidade com as regulamentações;
c) revisar e reportar o progresso de ações;
d) garantir a eficiência administrativa;
e) manter a comunicação com as partes interessadas;
f ) avaliar o desempenho e aprender
Parte da premissa de que já existe um direcionamento superior e que aos agentes públicos cabe garantir que ele seja executado da melhor maneira possível em termos de eficiência.
Enquanto a GESTÃO é inerente e integrada aos processos organizacionais, sendo responsável pelo planejamento, execução, controle, ação, enfim, pelo manejo dos recursos e poderes colocados à disposição de órgãos e entidades para a consecução de seus objetivos.
A GOVERNANÇA provê direcionamento, monitora, supervisiona e avalia a atuação da gestão, com vistas ao atendimento das necessidades e expectativas dos cidadãos e demais partes interessadas.
Ou seja governança está acima da gestão, ela é quem baliza a gestão. A gestão deve prestar contas à governança, através dessa prestação de contas a governança é capaz de avaliar, direcionar e monitorar as estratégias a serem utilizadas. 
GOVERNANÇA no setor público compreende essencialmente os mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a atuação DA GESTÃO, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade
Princípios, diretrizes e níveis de analise
Princípios 
São princípios da boa governança: (BANCO MUNDIAL)
1- Legitimidade
2- Equidade
3- Responsabilidade
4- Eficiência
5- Probidade
6- Transparência 
7- Accountability
1) Legitimidade: princípio jurídico fundamental do Estado Democrático de Direito e critério informativo do controle externo da administração pública que amplia a incidência do controle para além da aplicação isolada do critério da legalidade. Não basta verificar se a lei foi cumprida, mas se o interesse público, o bem comum, foi alcançado. Admite o ceticismo profissional de que nem sempre o que é legal é legítimo 
2) Equidade: promover a equidade é garantir as condições para que todos tenham acesso ao exercício de seus direitos civis - liberdade de expressão, de acesso à informação, de associação, de voto, igualdade entre gêneros -, políticos e sociais - saúde, educação, moradia, segurança
3) Responsabilidade: diz respeito ao zelo que os agentes de governança devem ter pela sustentabilidade das organizações, visando sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações
4) Eficiência: é fazer o que é preciso ser feito com qualidade adequada ao menor custo possível. Não se trata de redução de custo de qualquer maneira, mas de buscar a melhor relação entre qualidade do serviço e qualidade do gasto.
5) Probidade: trata-se do dever dos servidores públicos de demonstrar probidade, zelo, economia e observância às regras e aos procedimentos do órgão ao utilizar, arrecadar, gerenciar e administrar bens e valores públicos. Enfim, refere-se à obrigação que têm os servidores de demonstrar serem dignos de confiança
6) Transparência: caracteriza-se pela possibilidade de acesso a todas as informações relativas à organização pública, sendo um dos requisitos de controle do Estado pela sociedade civil. A adequada transparência resulta em um clima de confiança, tanto internamente quanto nas relações de órgãos e entidades com terceiros.
7) Accountability: As normas de auditoria da Intosai conceituam accountability como a obrigação que têm as pessoas ou entidades às quais se tenham confiado recursos, incluídas as empresas e organizações públicas, de assumir as responsabilidades de ordem fiscal, gerencial e programática que lhes foram conferidas, e de informar a quem lhes delegou essas responsabilidades. Espera-se que os agentes de governança prestem contas de sua atuação de forma voluntária, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões
DIRETRIZES
Para alcançar boa governança em órgãos e entidades da administração pública é importante, de acordo como o CIPFA (2004): 
a) focar o propósito da organização em resultados para cidadãos e usuários dos serviços; 
b) realizar, efetivamente, as funções e os papéis definidos; 
c) tomar decisões embasadas em informações de qualidade; 
d) gerenciar riscos; 
e) desenvolver a capacidade e a eficácia do corpo diretivo das organizações;
f) prestar contas e envolver efetivamente as partes interessadas;
g) ter clareza acerca do propósito da organização, bem como dos resultados esperados para cidadãos e usuários dos serviços; 
h) certificar-se de que os usuários recebem um serviço de alta qualidade; 
i) certificar-se de que os contribuintes recebem algo de valor em troca dos aportes financeiros providos; 
j) definir claramente as funções das organizações e as responsabilidades da alta administração e dos gestores, certificando-se de seu cumprimento; 
k) ser claro sobre as relações entre os membros da alta administração e a sociedade;
m) ser rigoroso e transparente sobre a forma como as decisões são tomadas; 
n) ter, e usar, estruturas de aconselhamento, apoio e informação de boa qualidade; 
o) certificar-se de que um sistema eficaz de gestão de risco esteja em operação; 
p) certificar-se de que os agentes (comissionados ou eleitos) tenham as habilidades, o conhecimento e a experiência necessários para um bom desempenho; 
q) desenvolver a capacidade de pessoas com responsabilidades de governo e avaliar o seu desempenho, como indivíduos e como grupo;
r) equilibrar, na composição do corpo diretivo, continuidade e renovação; 
s) compreender as relações formais e informais de prestação de contas; 
t) tomar ações ativas e planejadas para dialogar com e prestar contas à sociedade, bem como engajar, efetivamente, organizações parceiras e partes interessadas; 
u) tomar ações ativas e planejadas de responsabilização dos agentes; 
v) garantir que a alta administração se comporte de maneira exemplar, promovendo, sustentando e garantindo a efetividade da governança; e 
w) colocar em prática os valores organizacionais
Níveis de analise
Considerando que a governança não é isenta de custos e que os mecanismos, isoladamente, não produzem todos os resultados potencialmente esperados, concebeu-se o presente referencial tomando por base 4 níveis de análise: 
1- Os mecanismos de governança
2- Os componentes de controle
3- As práticas de controle
4- Itens de controle.
Mecanismos de governança 
Para que as funções de governança (avaliar, direcionar e monitorar) sejam executadas de forma satisfatória, alguns mecanismos devem ser adotados: a liderança, a estratégia e o controle.
1- LIDERANÇA refere-se ao conjunto de práticas, de natureza humana ou comportamental, que assegura a existência das condições mínimas para o exercício da boa governança, quais sejam: pessoas íntegras, capacitadas, competentes, responsáveis e motivadas ocupando os principais cargos das organizações e liderando os processos de trabalho.
Esses líderes são responsáveis por conduzir o processo de estabelecimento da 2- ESTRATÉGIA necessária à boa governança, envolvendo aspectos como: escuta ativa de demandas, necessidades e expectativas das partes interessadas; avaliação do ambiente interno e externo da organização; avaliação e prospecção de cenários;definição e alcance da estratégia; definição e monitoramento de objetivos de curto, médio e longo prazo; alinhamento de estratégias e operações das unidades de negócio e organizações envolvidas ou afetadas.
Entretanto, para que esses processos sejam executados, existem riscos, os quais devem ser avaliados e tratados. Para isso, é conveniente o estabelecimento de 3- CONTROLES e sua avaliação, transparência e accountability, que envolve, entre outras coisas, a prestação de contas das ações e a responsabilização pelos atos praticados.
CONJUNTO DE COMPONENTES DESTES MECANISMOS:
1- LIDERANÇA 
Pessoas e competências 
Princípios e comportamentos 
Liderança organizacional 
Sistema de governança 
2- ESTRATÉGIA 
Relacionamento com partes interessadas 
Estratégia organizacional 
Alinhamento transorganizacional 
3- CONTROLE
Gestão de riscos e controle interno 
Auditoria interna 
Accountability e transparência 
Obs.: No manual ele detalha várias práticas dentro de cada bloco. Ex: Na L1 , ele vai dizendo várias práticas a serem adotadas (sistemas de avaliação de desempenho , capacitação , etc..)
Intermediação de interesses
Modelos de distribuição de Poder
Existem diversos modelos de distribuição de poder ou de intermediação de interesses dentro do Estado. Basicamente, estas visões de como o poder político e as políticas públicas são definidas podem ser divididas em duas correntes: 
1) uma visão que considera que o poder não é centralizado em poucos atores (o PLURALISMO) 
2) uma visão que considera que o poder se concentra em poucos grupos ou atores (exemplificada pelo ELITISMO)
Pluralismo
De acordo com Secchi, o modelo pluralista não percebe a predominância de um ator ou conjunto de atores, chegando à conclusão de que todos conseguem influenciar, de alguma maneira (não com a mesma força), as decisões e os caminhos tomados pela comunidade política.
O principal teórico da teoria pluralista foi Robert Dahl, com sua obra “Who governs? ” de 1961. De acordo com este autor, no processo político ocorre uma convergência de vários vetores de interesses de grupos e indivíduos. 
Cada um, com seus recursos e suas capacidades organizativas, tem a possibilidade de influenciar o processo decisório e os resultados das políticas públicas. 
Entretanto, existiria uma distribuição de recursos desigual entre os diversos grupos de atores, de acordo com cada política. Desse modo, alguns grupos conseguiriam ser mais eficientes na sua capacidade de influenciar uma determinada política.
Assim, ao contrário do elitismo, o pluralismo defende que não é possível saber de antemão quais serão, sempre, os grupos com maior “poder de fogo” em uma determinada política. Ou seja, o predomínio de um grupo seria transitório ou focado em uma política específica.
Um grupo X pode influenciar mais uma política ambiental do que uma política monetária, por exemplo.
Elitismo
De acordo com Dias, podemos definir elite como um grupo de indivíduos pouco numeroso, que apresenta características, interesses ou sentimentos comuns que os mantém unidos, e tem a capacidade de se destacar do restante das pessoas devido a uma série de características singulares. 
A teoria elitista prega que poucos atores ou grupos têm a capacidade de determinar o rumo das políticas públicas em um Estado.
Naturalmente, EM CADA ÁREA de uma sociedade teremos uma elite. Assim, podemos dizer que em um país existe uma elite econômica (formada por empresários, banqueiros, etc.) que não consiste das mesmas pessoas que compõem a elite cultural deste país (formada por músicos, atores, compositores, autores, etc.), por exemplo.
De acordo com Dye, “A teoria elitista sugere que “o povo” é apático e mal informado quanto às políticas públicas e que a elite molda, na verdade, a opinião das massas sobre as questões políticas mais do que as massas formam a opinião das elites”.
Portanto, as políticas públicas seriam definidas em um modelo “topdown”, ou seja, de cima para baixo. 
Para Mosca, um dos principais teóricos do Elitismo, em todas as sociedades, sempre existe um grupo que domina os demais. De acordo com o autor, “Entre as tendências e os fatos constantes que se acham em todos os organizamos políticos, um existe cuja evidência pode ser a todos facilmente manifesta: em todas as sociedades, a começar por aquelas mais mediocremente desenvolvidas e que são apenas chegadas aos primórdios da civilização, até as mais cultas e fortes existem duas classes de pessoas: a dos governantes e a dos governados.
De acordo com Dye, a teoria da elite pode ser resumida da seguinte maneira: 
a) A sociedade está dividida entre poucos que têm poder e os muitos que não têm. Somente um pequeno número de pessoas aloca valores para a sociedade e as massas não decidem políticas públicas; 
b) Os poucos que governam não representam tipicamente as massas que são governadas. As elites são extraídas desproporcionalmente da camada socioeconômica superior da sociedade; 
c) A movimentação dos não pertencentes à elite para as posições de elite deve ser lenta e contínua para se manter a estabilidade e se evitar a revolução. Apenas os que aceitarem o consenso básico da elite podem ser aceitos nos círculos dos que dominam; 
d) Há nas elites um consenso básico quanto aos valores do sistema social e à preservação do sistema. Nos EUA, as bases do consenso da elite são o respeito à propriedade privada, a delimitação do governo e a liberdade individual. 
e) As políticas públicas não refletem as demandas das massas, mas antes os valores prevalentes das elites. As mudanças nas políticas públicas serão muito mais incrementais do que revolucionárias. 
f) As elites ativas são relativamente pouco influenciadas de forma direta pelas massas apáticas. As elites influenciam as massas mais do que as massas influenciam as elites
Obs.: o elitismo não condiciona que as políticas públicas sejam executadas contra os interesses das massas. Um sistema elitista pode desenhar políticas que sejam do interesse e desejo das massas. Entretanto, no sistema elitista, a responsabilidade e a decisão em relação às políticas públicas serão sempre das elites dominantes. Muitas vezes, as elites agirão de modo a beneficiar as massas pensando na própria estabilidade do sistema ou como uma concessão às massas, evitando-se uma revolução ou distúrbios sociais,
Tipos de intermediação de interesses
Podemos dizer que tanto nas sociedades tradicionais como nas sociedades modernas, a construção da governabilidade e de governança envolve a administração de REDES DE LEALDADES marcadas ora pela simetria, ora pela assimetria, e, ainda, pela horizontalidade e pela verticalidade, ou seja, uma rede baseada em trocas de todo tipo de recursos públicos por legitimação e apoio.
Alguns desses mecanismos:
1) Clientelismo: Maneira de agir que consiste numa troca de favores, benefícios ou serviços políticos ou relacionados com a vida política. Temos uma relação do tipo assimétrica, na qual políticos e Governo trocam serviços e empregos por votos, com setores pobres da população.
O clientelismo na política brasileira tem sua origem no período colonial. É possível vislumbrá-lo nas relações estabelecidas entre os grandes senhores de engenho e seus colonos livres, seus agregados e os agricultores pobres que rodeavam os latifúndios.
(CESPE - Analista de Controle Externo (TCE-MG)/Administração/2018) A nomeação de correligionários ou de apoiadores para cargo de confiança como moeda de troca do jogo político-partidário está associada à prática denominada
b) clientelismo
De acordo com Magalhães, as características principais deste relacionamento são: 
a) Não há número fixo ou organizado de unidades constitutivas; 
b) As unidades constitutivas do clientelismo são agrupamentos, pirâmides ou redes baseadas em relações pessoais que repousam em troca generalizada; 
c) As unidades clientelistas disputam frequentemente o controle do fluxo de recursos dentro de um determinado território; 
d) A participação emredes clientelistas não está codificada em nenhum tipo de regulamento formal; 
e) Os arranjos hierárquicos no interior das redes estão baseados em consentimento individual e não gozam de respaldo jurídico
2) Fisiologismo: É a prática que se caracteriza pela ação de grupos que buscam vantagens pessoais em detrimento do interesse público. É um tipo de relação em que ações políticas e decisões são tomadas em troca de favores, favorecimentos e outros benefícios de interesses individuais, desconsiderando-se o bem comum.
3) Corporativismo: No âmbito público, temos o chamado corporativismo estatal, uma prática que se baseia em entidades representativas de interesses. Em suma, é uma ação sindical ou política, em que prevalece a defesa dos interesses ou privilégios de um setor organizado da sociedade.
Surgiu na Era Vargas, quando o país começou a se industrializar, e surgiram diversos conflitos entre os patrões- empregados- estado. Para controlar estes conflitos e regular a participação da sociedade, Getúlio instaurou o corporativismo estatal, em que o próprio Estado incentiva a criação de associações e organizações de classe. 
A representação e o relacionamento com o Estado deixam de ser individuais e passam a ser feitos através das corporações. Estas corporações são reguladas e, muitas vezes, mantidas pelo Estado
É um sistema de representação de interesses cujas unidades constituintes são organizadas em um número limitado de entidades singulares, compulsórias, não competitivas, hierarquicamente ordenadas e funcionalmente diferenciadas, reconhecidas ou licenciadas (quando não criadas) pelo Estado, às quais é concedido monopólio de representação dentro de sua respectiva categoria em troca da observância de certos controles na seleção de seus líderes e na articulação de demandas e suporte.
(CESPE – TRE-PI – ANALISTA – 2016 - ADAPTADA) As entidades sindicais, legitimadas pelo governo, retratam um exemplo típico de clientelismo, uma vez que possuem poderes para representar classes trabalhistas e defender os interesses governamentais
FALSO. Exemplo de corporativismo.
(CESPE - TCU / ACE - 2008) O clientelismo e o corporativismo são padrões institucionalizados de relações que estruturam os laços entre sociedade e Estado no Brasil. O clientelismo, que faz parte da tradição política secular brasileira, está associado ao patrimonialismo e ao fisiologismo. O corporativismo emergiu nos anos 30, sob o governo de Getúlio Vargas. Essas características passaram, então, a inter-relacionar-se, e constituem instrumentos de legitimação política
(CESPE – IPEA – TÉCNICO - 2008) Em suas origens, o sistema corporativista brasileiro constituiu a base institucional para a incorporação subordinada dos setores urbanos, no contexto de um Estado centralizador e intervencionista
(CESPE – IPEA – TÉCNICO - 2008) Características essenciais desse modelo corporativista são: o monopólio da representação dentro de cada categoria ocupacional, assegurado pelo Estado por meio do reconhecimento de um sindicato por base territorial; o poder de intervenção do Ministério do Trabalho e Emprego; uma relação institucionalizada entre empregados e empregadores, destinada a prevenir conflitos, pela intermediação do Estado e julgamento pela justiça trabalhista, o que colocou obstáculos à negociação coletiva
4) Neocorporativismo: Também chamado de corporativismo societal, as entidades privadas conquistaram o direito de participar do processo decisório. Diferentemente do corporativismo estatal, o corporativismo societal agrega grupos de interesse da sociedade que condicionam o poder estatal, deixando-o mais dependente de sua força e organização.
Q792379 Em uma relação colaborativa entre organizações privadas e o Estado, na qual as organizações participam do processo decisório e recebem uma série de atribuições referentes às políticas públicas, predomina o neocorporativismo
PDF Estratégia: O outro modelo de corporativismo é chamado de neocorporativismo ou corporativismo societal. Neste modelo, as associações são livres para se relacionar, ou não, com o Estado. Foi comum nas economias europeias que estavam se recuperando da guerra, onde existiu um pacto nacional (em que os trabalhadores aceitaram sacrifícios em prol de um capitalismo monopolista avançado e um Estado de bem-estar).
Este não foi o modelo histórico brasileiro. 
De acordo com Carnoy, as principais características do neocorporativismo são: 
a) As associações têm autonomia e penetram no Estado; 
b) O modelo surgiu na vigência do Estado de Bem-estar Social e da socialdemocracia europeia, a partir das políticas de Estado e de corte Keynesiano;
c) Resultaram da dinâmica da própria organização dos interesses, ainda que respaldadas pelas políticas governamentais
5) Presidencialismo de coalizão: o presidencialismo de coalizão foi um termo criado pelo cientista político Sérgio Abranches. Segundo ele, o termo designa a realidade de um país presidencialista em que a fragmentação do poder parlamentar entre vários partidos obriga o Executivo a uma prática que costuma ser mais associada ao parlamentarismo. 
Para governar, o Executivo precisa “costurar” uma ampla maioria, frequentemente contraditória em relação ao programa do partido no poder, difusa do ponto de vista ideológico e problemática no dia a dia, em razão do potencial de conflitos trazido por uma aliança formada por forças políticas muito distintas entre si e que, com frequência, travam violenta competição interna.
Em suma, representa o conhecido padrão brasileiro de governança, em que os partidos políticos firmam “coalizões” para formar a chamada “base aliada” e, com isso, fazer com que o Presidente da República tenha a maioria no Congresso.
6) Anéis burocráticos: anéis burocráticos é uma terminologia cunhada por Fernando Henrique Cardoso, ao se referir à aliança política entre a alta tecnoburocracia estatal, civil e militar, e a classe empresarial durante o período militar. 
7) Insulamento burocrático: este modelo foi muito comum no governo JK, em que o governo necessitava de uma máquina pública mais racional e capacitada para induzir o crescimento econômico e social na esteira do processo de substituição de importações.
Desta forma, ele instituiu os Grupos Executivos, que eram compostos de profissionais capacitados e que não tinham, teoricamente, vinculação com as práticas clientelistas e patrimonialistas vigentes. 
Estes seriam mais racionais e capazes de formular e de acompanhar as políticas públicas e os imensos projetos daquele governo (como a construção da nova capital – Brasília). Estes profissionais (núcleo técnico) seriam então “protegidos” das pressões clientelistas e teriam liberdade para executar os projetos sem se preocupar com a barganha política. 
De acordo com Nunes: “o insulamento burocrático é o processo de proteção do núcleo técnico do Estado contra a interferência oriunda do público ou de outras organizações intermediárias”
8) Neoliberalismo: o neoliberalismo é uma doutrina que retoma os antigos ideais do liberalismo clássico, preconizando a mínima intervenção do Estado na economia. Nesse modelo socioeconômico, temos a máxima desregulamentação da força de trabalho, com a diminuição da renda e a flexibilização do processo produtivo. Outra premissa básica do neoliberalismo é o desaparelhamento do Estado, ou seja, as privatizações.
A função do Estado é apenas garantir a infraestrutura básica para o bom funcionamento e escoamento da produção de mercadorias, bem como a intervenção na economia em tempos de eventuais crises.
9) Universalismo de procedimentos: Na teoria, o universalismo de procedimentos está relacionado à igualdade de tratamento a todos os cidadãos. Ou seja, está ligado à ideia de cidadania plena. Neste modelo, os serviços públicos do Estado não são “manipulados” e fornecidos apenas aos clientes, mas vistos como um dever do Estado a todos os seus cidadãos. 
De acordo com Nunes, o universalismo de procedimento está ligado aos sistemas típicos das

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