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SAÚDE 
MENTAL
Jaider R
odrigues de Paulo
Jaider Rodrigues de Paulo
RELATOS DO 
DIA A DIA DE UM 
PSIQUIATRA ESPÍRITA
Nesta obra o autor nos apresenta 47 casos de sua 
prática clinica de consultório e no Hospital Espíri-
ta André Luiz, integrando ciência e espiritualidade 
na abordagem de transtornos psiquiátricos com 
componentes espirituais, obsessões simples, fas-
cinações e subjugações, mediunidade perturbada, 
depressões, psicoses, dramas familiares e pessoais, 
dentre tantos outros, auxiliando a compreensão do 
que leva à saúde mental e o que perpetua a doença.
Dr. Jaider, com sua linguagem simples e pro-
funda, nos dá lições valiosas para a prática mé-
dico-espírita e a conquista da saúde integral. Os 
casos vem acrescidos de 110 notas de rodapé da 
editora com citações e indicações da obra de Allan 
Kardec e de André Luiz para o leitor se aprofundar 
nos temas citados pelo autor. Obra muito útil para 
pacientes e seus familiares, estudantes da área da 
saúde e profissionais médico-espíritas. 
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9 7 8 8 5 6 3 7 7 8 2 7 7
Médico formado pela Faculdade 
de Ciências Médicas, Belo Horizon-
te — MG, com especialização em Psi-
quiatria, Homeopatia e Administra-
ção Hospitalar. Sócio-Fundador da 
AMEMG, da qual foi presidente por 21 
anos e da qual é o presidente de honra. 
Foi Médico Assistente e Diretor Mé-
dico do Hospital Espírita André Luiz 
por muitos anos. Psiquiatra e psico-
terapeuta do Instituto de Assistência 
Psíquica Renascimento, em Belo Hori-
zonte — MG. Casado, pai de 6 filhos e 
avô de 6 netos. 
Expositor Espírita, com participa-
ção em palestras, seminários e con-
gressos nacionais e internacionais. 
Co-autor dos livros: Porque adoecemos, 
O homem sadio, Desafios em saúde men-
tal, Hospital Espírita André Luiz — um lar 
de Jesus, Saúde e Espiritismo e Depressão, 
uma visão médico-espirita (ame brasil).
Jaider Rodrigues de Paulo
Aproveitando a sugestão de pacientes, re-
solvi escrever algumas das minhas experiências 
como psiquiatra, vividas em consultório e nos 
hospitais Espirita André Luiz, Galba Veloso e no 
instituto Raul Soares. São histórias verídicas nas 
quais alteramos os nomes das personagens, pois 
algumas delas ainda se encontram encarnadas.
São relatos que podem servir como exem-
plos, advertências e avisos para outras pessoas, 
pacientes psiquiátricos ou não. Alguns deles 
que foram tratados por mim tiveram resposta 
terapêutica exitosa. Outros não. A maioria dos 
pacientes destes relatos foi muito beneficiada 
pelo conhecimento e pelas práticas espirituais e 
outros por não assumirem o compromisso mo-
ral da renovação espiritual ou o uso equilibrado 
de suas faculdades mediúnicas, como necessi-
tavam, não obtiveram o mesmo sucesso.
Ficou bem claro para mim, que o paciente é 
medico de si mesmo e se ele desdenha esta ver-
dade os resultados do tratamento podem não ser 
os esperados. São necessários o esforço pessoal, 
o real desejo de melhorar e a mudança de pos-
turas a fim de colimar com os objetivos almeja-
dos. Caso contrário, no tratamento da patologia 
mental torna-se difícil um resultado promissor.
RELATOS DO 
DIA A DIA 
 DE UM 
PSIQUIATRA 
ESPÍRITA
Degustação
cortesia
Nesta obra o autor nos apresenta 47 casos de sua prá-
tica clinica de consultório e no Hospital Espírita André Luiz, 
integrando ciência e espiritualidade na abordagem de trans-
tornos psiquiátricos com componentes espirituais, obses-
sões simples, fascinações e subjugações, mediunidade per-
turbada, depressões, psicoses, dramas familiares e pessoais, 
dentre tantos outros, auxiliando a compreensão do que leva à 
saúde mental e o que perpetua a doença.
Dr. Jaider, com sua linguagem simples e profunda, nos 
dá lições valiosas para a prática médico-espírita e a con-
quista da saúde integral. Os casos vem acrescidos de 110 
notas de rodapé da editora com citações e indicações da 
obra de Allan Kardec e de André Luiz para o leitor se apro-
fundar nos temas citados pelo autor. Obra muito útil para 
pacientes e seus familiares, estudantes da área da saúde e 
profissionais médico-espíritas. 
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RELATOS DO 
DIA A DIA DE UM 
PSIQUIATRA ESPÍRITA
SAÚDE 
MENTAL
Jaider Rodrigues de Paulo
BELO HORIZONTE
Maio 2014
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Prefácio 
Página 12 Introdução 
Página 18 1
AUXÍLIO DO 
ALTO 
Página 21
2
AUXÍLIO DO 
ALTO II 
Página 26
3
A MARINA 
Página 31
4
TRÊS 
CONHECIDOS 
Página 35 5
PALPITE 
INFELIZ 
Página 40
S U M Á R I O
6
A AÇÃO DO 
CULTO 
NO LAR 
Página 44 7
A CHANCE 
PERDIDA 
Página 50
8
A SINHÁ 
Página 53
10
A MATERIALIZAÇÃO 
DE LARVAS 
Página 60 11
DE PACIENTE 
MENTAL 
À AMIGO 
ESPIRITUAL 
Página 65
12
ESTRANHA 
OBSESSÃO 
Página 71
9
A MOÇA DA 
ÁRVORE 
Página 56
S U M Á R I O
20
OBSESSÃO 
PERIGOSA 
Página 110
21
PARTO EM UMA 
ENFERMARIA 
PSIQUIÁTRICA 
Página 115
22
FANTÁSTICA 
GRAVIDEZ 
Página 118
16
GNOMO DE 
OLHOS VERDES 
Página 91
17
IRRITAÇÃO 
OBSESSIVA 
Página 96
18
DESNECESSÁRIA 
PREOCUPAÇÃO 
Página 10019
RECÍPROCA 
INFLUENCIAÇÃO 
Página 106
13
SIMBIOSE 
ESPIRITUAL 
Página 76
15
UMA 
EXPERIÊNCIA 
CONFORTADORA 
DE QUASE MORTE 
Página 85 14
INFLUENCIAÇÃO 
OCULTA 
Página 81
S U M Á R I O
23
PROVIDENCIAL 
GRAVIDEZ 
Página 122
24
BENDITA 
GRAVIDEZ 
Página 12725
MEDO DA 
MORTE 
Página 131
26
PODER OCULTO 
Página 135
27
DOLOROSA 
CALÚNIA 
Página 145 28
TATUAGEM 
EM PACIENTES 
MENTAIS 
Página 150
29
TRATAMENTO 
ALTERNATIVO 
Página 156
30
UM CASO 
SIMPLES DE 
PARANOIA 
Página 16331
CULPA 
PROVIDENCIAL 
Página 170
S U M Á R I O
S U M Á R I O
39
TENTATIVA 
DE SUICÍDIO, 
APRENDIZADO E 
TRANSFORMAÇÃO 
Página 207
32
POSSESSÃO 
ESPIRITUAL 
Página 175
33
TRANSTORNO 
BIPOLAR, 
REBELDIA E 
OBSESSÃO 
Página 179
34
PSICOSE E 
OBSESSÃO
 Página 184
35
SALUTAR 
ORIENTAÇÃO 
Página 188
36
CONSELHO 
PERNICIOSO 
Página 191
37
VISÃO 
AMEAÇADORA 
Página 196 38
O PERIGOSO 
USO INDEVIDO 
DA MEDIUNIDADE 
Página 199
43
SALUTAR 
DESENCARNAÇÃO 
Página 241 44
EM BUSCA DA 
CURA REAL 
Página 246
47
PALAVRAS 
SALVADORAS 
Página 262
46
FIXAÇÃO NO 
PASSADO 
Página 257
45
RECONCILIAÇÃO 
Página 251
40
O NAZISTA 
Página 211
41
EFICAZ 
ATITUDE 
Página 227
42
SUICÍDIO E 
CONHECIMENTO 
ESPÍRITA 
Página 234
S U M Á R I O
 •
INTRODUÇÃO
s
19
Aproveitando a sugestão de pacientes, resolvi escrever algumas 
das minhas experiências como psiquiatra, vividas em consultório, 
n o Hospital Espírita André Luiz, no Hospital Galba Velloso e no 
Instituto Raul Soares, localizados em Belo Horizonte, Minas Gerais. 
São histórias verídicas, para as quais alteramos os nomes das per-
sonagens, pois algumas delas ainda se encontram encarnadas.
Tais relatos3 podem servir como exemplos, advertências e avisos 
para outras pessoas, pacientes psiquiátricos ou não. Alguns desses 
pacientes que foram tratados por mim tiveram resposta terapêuti-
ca exitosa; outros não. A maioria deles foi muito beneficiada pelo 
conhecimento e pelas práticas espirituais4, mas alguns, por não 
assumirem o compromisso moral da renovação espiritual ou o uso 
• 3 • Nota da editora: os relatos desta obra têm uma grande utilidade, 
tanto para os pacientes quanto para seus familiares e profissionais de saú-
de, no entendimento dos transtornos psiquiátricos e sua correlação com as 
questões espirituais da vida. O autor, profundo conhecedor teórico e práti-
co do tema, escreve com profundidade e simplicidade.Para facilitar o en-
tendimento de alguns termos e conceitos, inserimos as notas de rodapé ao 
longo da obra, com citações doutrinárias e explicativas, a fim de indicar, ao 
leitor interessado, o caminho para se aprofundar na temática abordada.
• 4 • Renovação íntima estimulada pelo estudo, pela terapia desobses-
siva, pela fluidoterapia, por meio dos passes e da água magnetizada.
20
equilibra do de suas faculdades mediúnicas como necessitavam, 
não obtiveram o mesmo sucesso. 
Ficou bem claro, para mim, que o paciente é médico de si mes-
mo e se ele desdenha dessa verdade, os resultados do tratamento 
podem não ser os esperados.5 São necessários o esforço pessoal, o 
real desejo de melhorar e a mudança de posturas a fim de alcançar 
os objetivos almejados. Caso contrário, no tratamento da patologia 
mental torna-se difícil um resultado promissor. 
Costumo relatar para os meus pacientes fatos, situações e ocor-
rências de outros, resguardando a identidade de cada um deles, no 
intuito de que tais casos possam servir de análise e promover refle-
xões para os atuais atendidos. Não raro, recebo o retorno de como 
foi útil para os ouvintes as experiências escutadas. Quando ouço, 
nas entre vistas psiquiátricas, situações que tenham ligação em 
identidade de circunstância, não me furto de passá-las para frente 
a fim de que possam auxiliar aos interessados.
•
• 5 • “Somente o doente convertido em médico de si mesmo alcancará 
a cura definitiva” André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier.
10
A MATERIALIZAÇÃO 
DE LARVAS
p
61
Estava de plantão em um hospital público de urgências psiquiá-
tricas quando, descansando no quarto de plantão, fui procurado por 
uma enfermeira que me falou que o doutor Joaquim estava aten-
dendo a uma paciente e, diante da fala das acompanhantes, levan-
tou-se da cadeira chamando-a e falando “Este caso é para o doutor 
Jaider que entende destas coisas, eu não!”.
Entrei no consultório e observei uma senhora de aproximada-
mente 30 anos com fácies de sofrimento, assentada na cadeira, e 
duas outras bem vestidas, diria até elegantemente vestidas, assus-
tadas, que me informaram: “Doutor, esta é a Márcia que trabalha 
para nós de faxineira há muitos anos. É de confiança e muito boa 
pessoa. Nunca teve nada de cabeça. Há dias tem sentido dores de 
cabeça e fomos chamadas à sua casa por seu marido, que nos in-
formou que ela dava um grito, rolava pelo chão e, de repente, saíam 
uns bichos dos seus ouvidos. Ficamos muito assustadas com isso. 
Vimos a situação acontecer na nossa frente. Quando ela grita e rola 
no chão, sai sangue no ouvido e um bicho como este aqui”. A mulher 
retirou de uma sacola um lençol branco sujo de sangue e um vidro 
de uns sessenta mililitros com álcool e várias larvas já bem peludas, 
parecendo berne. Eu nunca tinha vivido uma situação daquela. 
62
A moça parecia lúcida nas suas colocações. Dizia que dava uma 
dor aguda no ouvido e quando passava a mão, saíam sangue e aqueles 
bichos. As senhoras confirmaram que foi realmente assim que pre-
senciaram. O marido afiançava tudo. Estavam perplexos, e eu tam-
bém. Solicitei que fossem fazer um exame otológico de urgência e me 
trouxessem o resultado. Esperava encontrar miíase (foco de larvas). 
Eles saíram, procuraram um otorrino particular e, mais tarde, 
antes de eu deixar o plantão, me trouxeram o relatório do médico 
dizendo que o pavilhão auditivo estava discretamente hiperemiado 
(vermelho), sem nenhuma lesão que justificasse as queixas da pa-
ciente. Não havia foco de miíase. Expliquei ao marido e às senhoras 
que aquela situação não caracterizava uma internação em hospi-
tal psiquiátrico, mas que não poderíamos deixá-la assim. Falei do 
Hospital Espírita André Luiz e que poderíamos interná-la lá e pedir 
ajuda espiritual. Nós cinco acordamos sobre essa solução. Liberei a 
guia de internação e assumi o caso, pois tinha muito interesse em 
saber o que estava por detrás daquilo. 
No hospital a paciente não teve mais crise. Levei o caso para a 
reunião de tratamento espiritual e pedi orientação. Esperava ouvir 
da espiritualidade um grande dossiê sobre o caso. Não foi assim. Os 
amigos espirituais disseram que casos como aqueles eram muito 
comuns no século passado. Simplesmente disseram que a paciente 
era médium de efeitos físicos20 e que para que houvesse o desper-
tamento espiritual foi permitido que seus adversários usassem dos 
fluidos vitais dela para aquele fim. Ela era médium e necessitava do 
exercício da mediunidade. 
• 20 • Ver adendo do editor na página 64.
63
A paciente ficou uma semana em observação sem que se repe-
tissem tais fatos. Recebeu alta hospitalar com orientação para pro-
curar um centro espírita para dar continuidade ao seu tratamento 
e começar a educação mediúnica. Não tivemos seguimento do caso, 
o que ocorreu com muitos outros fenômenos que tomamos parte, 
devido ao grande volume de trabalho que desenvolvíamos e por não 
termos condições de acompanhar de perto. É bem provável que o 
acontecido com essa senhora tenha chamado a atenção de mui-
tas pessoas. Ficamos impressionados. Não havia como duvidar do 
ocorrido. A idoneidade das acompanhantes, que estavam assusta-
das, não dava margem para dúvidas. Levaram a paciente para um 
hospital psiquiátrico quando, na realidade, deveria ser para outro 
tipo de hospital que pudesse examinar de onde vinham aquelas 
larvas. Mas de certo não saberiam, como não soube o otorrino. As 
larvas eram reais, como atestava o vidro com elas dentro, o lençol 
sujo de sangue e o testemunho dos familiares e amigos. A paciente 
ficava agitada quando saíam de seus ouvidos. Mas, como não ficar? 
Penso que além da paciente e de seu marido, muitas pessoas que 
participaram do acontecido ficaram refletindo sobre a influência 
dos espíritos em nossas vidas.
5
64
Adendo
Allan Kardec, O livro dos Médiuns, cap. XIV, itens 160 e 161: 
“Os médiuns de efeitos físicos são particularmente aptos a pro-
duzir fenômenos materiais, como os movimentos dos corpos 
inertes, ou ruídos, etc. Podem dividir-se em médiuns facultati-
vos e médiuns involuntários. (Veja-se a 2ª parte, caps. II e IV).
Os médiuns facultativos são os que têm consciência do seu 
poder e que produzem fenômenos espíritas por ato da própria 
vontade. Conquanto inerente à espécie humana, conforme já 
dissemos, semelhante faculdade longe está de existir em todos 
no mesmo grau. Porém, se poucas pessoas há em quem ela seja 
absolutamente nula, mais raras ainda são as capazes de pro-
duzir os grandes efeitos tais como a suspensão de corpos pe-
sados, a translação aérea e, sobretudo, as aparições. Os efeitos 
mais simples são a rotação de um objeto, pancadas produzidas 
mediante o levantamento desse objeto, ou na sua própria subs-
tância. (…) Os médiuns involuntários ou naturais são aqueles 
cuja influência se exerce a seu mau grado. Nenhuma consciên-
cia têm do poder que possuem (…) Manifestam- se em todas 
as idades e, frequentemente, em crianças ainda muito novas. 
(Veja-se o capítulo V, Das manifestações físicas espontâneas). 
Tal faculdade não constitui, em si mesma, indício de um estado 
patológico, porquanto não é incompatível com uma saúde per-
feita. Se sofre aquele que a possui, esse sofrimento é devido a 
uma causa estranha, donde se segue que os meios terapêuticos 
são impotentes para fazê-la desaparecer (…)”
18
IRRITAÇÃO OBSESSIVA
d
97
Os orientadores de um centro espírita de uma cidade do interior 
de Minas Gerais produtora de calçados encaminharam-me uma se-
nhora de 33 anos, casada, mãe de dois filhos, comerciante. Ela tra-
balhava no comércio, era lojista e o marido trabalhavano ramo de 
calçados. Ela havia procurado o centro espírita porque apresenta-
va comportamento estranho, além de uma tristeza. Encontrava-se 
acompanhada de uma senhora, que era parente e amiga.
Ao entrar no consultório, estava com o cenho cerrado e com o 
olhar hostil. Assentou-se e ficou calada. A acompanhante foi ex-
pondo a sua história e respondendo a meus questionamentos. 
Quando me dirigi a ela, olhou-me de maneira ameaçadora e dis-
se: “Eu não tenho medo de você. Não tem poder contra mim”. Fazia 
ameaças com as mãos e voltava a ficar em silêncio. A acompanhante 
relatou que ela ficava assim e, de repente, voltava a ficar normal. Já 
havia semanas que estava em tratamento no centro espírita e que 
havia tido uma discreta melhora. Já não trabalhava, não cuidava da 
família e de suas coisas. Os medicamentos dados pelo outro médico, 
que era clínico, não tinham surtido efeito. Ela fazia tratamento com 
uma psicóloga que tinha sugerido que ela procurasse ajuda de um 
especialista em psiquiatria.
98
Diante da situação, propusemos a internação no Hospital Espírita 
André Luiz. Nesses casos, a internação hospitalar num local como o 
André Luiz apresenta vários fatores positivos, tais como: poder ajus-
tar a medicação de maneira adequada e certificar se a paciente está 
realmente ingerindo; encaminhar para a assistência espiritual mais 
diretiva; retirar a paciente do ambiente onde vive, protegendo a sua 
imagem e minorando danos a si e a terceiros; evitar que os filhos pre-
senciem a situação da mãe em crises, bem como levar para um local 
adequado o foco do problema psíquico-espiritual.
No hospital, a paciente ficou em um apartamento e nele se posi-
cionou em um canto, em cima da cama, com as pernas encolhidas e a 
cabeça apoiada nelas. Tentei iniciar um diálogo, mas ela manteve-se 
em mutismo. A enfermagem informou que ela permanecia assim há 
horas. Disse-lhe o tipo de tratamento que propúnhamos quando ela 
levantou a cabeça e, me olhando com aquele mesmo olhar hostil, e 
daquela vez mostrando os dentes como sinais de ataque, falou-me: 
“Eu não tenho medo de você. O meu negócio é com ela e você não tem 
nada com isto, me solta daqui”. Fazia carantonhas ameaçadoras. So-
licitei a ajuda do departamento de assistência espiritual. 
Após o início do tratamento, ela começou a apresentar melho-
ras. Ficou poucos dias hospitalizada. Houve regressão dos sintomas 
apresentados e, lúcida, foi orientada quanto a seu problema e o ca-
minho para enfrentá-lo. 
Fiz seu controle psiquiátrico por algum tempo e além da medi-
cação, reforçamos a necessidade da permanência nas lides espiri-
tuais, considerando fortalecê-la, sem facilitar a recidiva do quadro. 
A paciente enfrentou vários percalços daquele momento em 
diante e seguia caminhando dentro das suas possibilidades. Hoje, 
99
viúva, assume a frente dos negócios da família, o que é um indício 
da sua melhora. Ela sofre alguma variação do humor diante das vi-
cissitudes, mas tem prosseguido em sua caminhada com coragem.
c
Médico formado pela Faculdade de Ciências Médicas, 
Belo Horizonte — MG, com especialização em Psiquiatria, 
Homeopatia e Administração Hospitalar. Sócio-Fun-
dador da AMEMG, da qual foi presidente por 21 anos e 
da qual é o presidente de honra. Foi Médico Assistente 
e Diretor Médico do Hospital Espírita André Luiz por 
muitos anos. Psiquiatra e psicoterapeuta do Instituto de 
Assistência Psíquica Renascimento, em Belo Horizonte — 
MG. Casado, pai de 6 filhos e avô de 6 netos. 
Expositor Espírita, com participação em palestras, semi-
nários e congressos nacionais e internacionais. Co-autor dos 
livros: Porque adoecemos, O homem sadio, Desafios em saúde 
mental, Hospital Espírita André Luiz — um lar de Jesus, Saúde e 
Espiritismo e Depressão, uma visão médico-espirita (ame brasil).
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