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ASSOCIAÇÃO EDUCATIVA EVANGÉLICA UNIEVANGÉLICA
	CURSO: Direito - noturno
	DISCIPLINA: Direito Civil – 1º Período “C”
	PROFESSOR: (Me) Rivaldo Jesus Rodrigues
	ALUNOS:
	Hellen Antonelli Mariano
	Heloisa Maria Moreira Carizzio
	Layane de Lima Matheus
	Sival Alves Pereira
	Wanessa Stéffane da Cunha
Direito Civil
	
DA AUSÊNCIA
Arts. 22 a 39 – Código Civil.
Arts. 744 e 745 – Código de Processo Civil.
ANÁPOLIS-GO 2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.............................................................................. 03
2. CONCEITO.................................................................................... 04
3. TUTELA DOS BENS DO AUSENTE............................................. 05
3.1 CURADORIA................................................................................ 06
3.2 SUCESSÃO PROVISÓRIA.......................................................... 07
3.3 SUCESSÃO DEFINITIVA............................................................. 09
4. RETORNO DO AUSENTE............................................................. 10
5. CONCLUSÃO................................................................................. 11
6. REFERÊNCIAS...............................................................................12
DA AUSÊNCIA
1. INTRODUÇÃO
A Constituição Federal causou uma verdadeira revolução no Direito de Família. Antes, fundado no princípio da unidade de direção, a Carta Magna, ao reconhecer como família, não apenas aquela oriunda do casamento, deu um passo gigante na modernização do Direito no que tange às relações familiares. Se antes aos filhos havidos fora do casamento eram-lhes negados direitos, hoje o legislador tratou de cuidar para que isso não mais aconteça. Se ao homem antes cabiam as decisões do lar, hoje elas são discutidas e decididas com a mulher. É inegável e talvez até desnecessário, dada a obviedade, registrar que, à medida que a sociedade avança, avança o Direito. Se noutro tempo da História a criança e o adolescente não eram sujeitos de direitos, contemporaneamente, o legislador vem-lhes premiando com a proteção, culminando com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Enfim, o legislador tem cercado as relações familiares de cuidado e, no geral, prevalece o bom-senso, mas não podemos nos esquecer de que ao falar de Direito, fala-se também em fatos. E aí residem as grandes interrogações de que se encarregará o estudo a seguir: como se comporta o Direito quando um ente familiar simplesmente desaparece e não mais dá notícias? Além da dor que não se pode mensurar numa lei, o que fazer com o legado? Positivo ou negativo? A quem compete tomar as rédeas do assunto na família? Quem são os herdeiros? Só há uma certeza: quando uma pessoa desaparece sem deixar notícias, surgem diversas problemas a respeito do patrimônio deixado por ela, sua preservação e transferência aos herdeiros, assim como os interesses existenciais dos filhos menores e do cônjuge.
Neste trabalho, abordaremos o tema da Ausência e seus procedimentos esclarecidos à luz do Direito Civil.
2. CONCEITO
De acordo com o Código Civil de 2002, em seu artigo 22, o juiz declarará a ausência de uma pessoa quando esta desaparecer do seu domicílio sem deixar notícias, representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens ou ainda quando o procurador não quiser ou não puder assumir tal cargo.
É de grande importância citar que Código Civil de 2002 conceitua domicílio, em seu artigo 70, como o lugar onde uma pessoa estabelece sua residência com ânimo definitivo, ou seja, a sede de suas atividades.
Em síntese, ausente é alguém que desaparece sem deixar pistas, colocando em dúvida sua sobrevivência.
A ausência é, conforme GAGLIANO (2014, p. 197), “um estado de fato, em que uma pessoa desaparece de seu domicílio, sem deixar qualquer notícia”. Reclama uma declaração judicial, não bastando somente que alguém tenha desaparecido para sua configuração.
O Código Civil de 2002 (CC/02) trata do instituto nos seus artigos 22 a 39, além disso, o Código de Processo Civil (CPC) regula o tema nos arts. 744 e 745.
O instituto em comento, tem como escopo proteger o patrimônio daquele que se ausentou, proporcionando a sua transmissão aos herdeiros. E para isso é necessário passar por três fases, que serão explicadas a seguir.
Trata-se de uma morte presumida e, por isso, estudada na parte geral do Código, assim como regulada na matéria de Sucessão, tendo em vista que se trata de sucessão mortis causa presumida.
FASES DA AUSÊNCIA:
Doutrina de Carlos Roberto Gonçalves:
“A situação do ausente passa por três fases:
Na primeira, subsequente ao desaparecimento, o ordenamento jurídico procurar preservar os bens por ele deixados para a hipótese de seu eventual retorno, como já dito (é a fase da curadoria do ausente, em que o curador cuida do seu patrimônio);
Na segunda fase, prolongando-se a ausência, o legislador passa a preocupar-se com os interesses de seus sucessores, permitindo a abertura de sucessão provisória
Na terceira fase, depois de longo período de ausência, é autorizada a abertura de sucessão definitiva”.
3. TUTELA DOS BENS DO AUSENTE
Tendo em vista o patrimônio do indivíduo ausente, o Código Civil de 2002 traz três fases: a curadoria dos bens do ausente (artigos 22 a 25 do CC), a sucessão provisória (artigos 26 a 36 do CC) e a sucessão definitiva (artigos 37 a 39 do CC).
As concessões aumentam de acordo com a diminuição da probabilidade de sobrevivência do ausente desaparecido, até chegar ao estágio final da sucessão definitiva, em que há a transferência de todos os bens do ausente para seus herdeiros.
Além do Código Civil, o novo CPC – Código de Processo Civil, também trata do assunto, ao regular o tema nos arts. 744 e 745:
	“Art. 744.  Declarada a ausência nos casos previstos em lei, o juiz mandará arrecadar os bens do ausente e nomear-lhes-á curador na forma estabelecida na Seção VI, observando-se o disposto em lei.
Art. 745.  Feita a arrecadação, o juiz mandará publicar editais na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 1 (um) ano, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, durante 1 (um) ano, reproduzida de 2 (dois) em 2 (dois) meses, anunciando a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse de seus bens.
§ 1o Findo o prazo previsto no edital, poderão os interessados requerer a abertura da sucessão provisória, observando-se o disposto em lei.
§ 2o O interessado, ao requerer a abertura da sucessão provisória, pedirá a citação pessoal dos herdeiros presentes e do curador e, por editais, a dos ausentes para requererem habilitação, na forma dos arts. 689 a 692.
§ 3o Presentes os requisitos legais, poderá ser requerida a conversão da sucessão provisória em definitiva.
§ 4o Regressando o ausente ou algum de seus descendentes ou ascendentes para requerer ao juiz a entrega de bens, serão citados para contestar o pedido os sucessores provisórios ou definitivos, o Ministério Público e o representante da Fazenda Pública, seguindo-se o procedimento comum”.
3.1 CURADORIA
A partir do momento em que foi feito o requerimento da declaração de ausência, seja pelos herdeiros, credores ou Ministério Público, o juiz deverá arrecadar os bens abandonados e eleger um representante para administrar os bens do ausente. Se o ausente possuir um procurador com poderes de administração e este quiser e puder, continuará administrando os bens, caso contrário, um curador será nomeado. No caso de um ausente incapaz, deverá ser eleito também um representante legal, seja um tutor, pais ou mesmo o curador.
Em regra, o cônjuge será o legítimo curador. Em casos de separação exclui-se a curadoria.
Não havendo cônjugeou companheiro, serão nomeados os ascendentes e, em seguida, os descendentes e caso não exista qualquer das pessoas mencionadas, o juiz ficará encarregado de escolher um curador, como é previsto no §3° do artigo 25 do Código Civil.
O juiz determinará as funções a serem exercidas pelo curador do ausente e ele terá direito a uma gratificação como ressarcimento do que gastou no exercício da curadoria, de até 10 por cento da renda líquida anual dos bens que tiver que administrar.
Assim sendo, o curador deverá administrar os bens do ausente como se seus fossem, além de responder e propor ações judiciais, se autorizado judicialmente. É vedado ao curador adquirir bens do executado.
Realizada a arrecadação, serão publicados editais, em intervalos de dois meses convocando o ausente a reaparecer e retomar a posse de seus bens, cessando a curadoria pelo comparecimento do ausente ou de procurador, ou pela notícia inequívoca de seu óbito.
3.2 SUCESSÃO PROVISÓRIA
A sucessão provisória é uma administração que visa preservar o patrimônio do ausente, alterando-o o mínimo possível, já que o desaparecido pode estar vivo. Assim, os herdeiros receberão a herança do ausente e os credores serão pagos.
O Código Civil prevê em seu artigo 26 dois prazos para a abertura da sucessão provisória, dependendo da existência ou não de procurador nomeado pelo desaparecido: de um ano para o ausente (repetindo a lei processual), e de três anos, para a hipótese em que o ausente tenha deixado procurador.
Desse modo, o art. 27 indica as pessoas legitimadas para requererem a abertura da sucessão provisória, quais sejam, o cônjuge não separado judicialmente; os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Caso os interessados na sucessão provisória não façam o requerimento no prazo legal, o Ministério Público deverá fazê-lo.
Uma vez determinada a abertura da sucessão provisória, a sentença só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada; passada em julgado, será aberto o testamento, se houver, após o inventário será ultimado, e, finalmente partilhado os bens; em suma, a sucessão ocorrerá normalmente como se o ausente fosse falecido.
Impende destacar que o prazo para requerer o inventário é 30 dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, conforme o art. 28, § 2º do CC/02.
No entanto, deve-se atentar para o fato de que o art. 611 do CPC afirma que “O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão”, prevalecendo o prazo da legislação processual civil.
Se dentro do aludido prazo não comparecer interessado ou herdeiro para solicitar a abertura do inventário, os bens serão arrecadados na forma dos arts.  1.819 a 1.823 do CC/02, para, a herança ser declarada jacente, e, futuramente, se cabível, vacante.
Caso as formalidades acima tenham sido cumpridas no prazo legal, então, será realizada a partilha. Mas para os herdeiros se imitirem na posse dos bens do ausente, deverão dar garantia (penhor ou hipoteca) equivalente ao quinhão respectivo, não se aplicando essa regra aos herdeiros necessários (os ascendentes, os descendentes e o cônjuge).
O CC/02 aduz que o herdeiro que não tiver como prestar a garantia será excluído, mas poderá requerer que lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria, se justificar que realmente não tem condições de oferecê-la.
Com a posse nos bens do ausente, passam os sucessores provisórios a representá-lo ativa e passivamente, respondendo por todas as ações pendentes e as que surgirem.
Ademais, os herdeiros necessários terão direito a todos os frutos e rendimentos dos bens que lhes couberem, o que não se aplica aos demais sucessores, que deverão, necessariamente, capitalizar metade desses bens acessórios, isto é, convertê-los em bens imóveis ou em títulos, prestando anualmente contas ao juiz competente.
Se, durante a posse provisória, restar provado o falecimento do ausente, a sucessão provisória será, desde logo, transformada em definitiva, considerando-se aberta, na data comprovada, em favor dos herdeiros que o eram àquele tempo.
Essa regra obedece ao que preceitua o princípio de Saisine, ou seja, na data da morte a posse dos bens do "de cujus" é transmitida imediatamente aos herdeiros (art. 1.784, CC/02).
Então, isso pode acarretar algumas modificações na sucessão, pois é possível que na época do efetivo falecimento do ausente este tenha herdeiros, mas na época da sucessão provisória alguns destes não estejam mais vivos, consoante preleciona GAGLIANO (2014, p. 200).
Por fim, se nessa fase o ausente aparecer, e ficar provado que seu desaparecimento foi voluntário e injustificado, ele perderá, em favor dos sucessores, sua parte nos frutos e rendimentos.
3.3 SUCESSÃO DEFINITIVA
Em que pese a proteção conferida pelo legislador ao patrimônio do ausente, a legislação oportuniza um prazo para que ele retorne, estipulando o momento próprio para a sucessão definitiva.
Assim, dez anos após o trânsito em julgado da sentença de abertura de sucessão provisória (cujos efeitos se operam 180 dias após sua publicação na imprensa), os interessados poderão requerer a abertura da sucessão definitiva, assim como o levantamento das cauções prestadas, onde será dado início a última fase do instituto em apreço.
Nessa esteira, FARIAS (2012, p.) preleciona que:
“O transcurso do tempo acentua, sem dúvida, a presunção do óbito do ausente, justificando a transmissão do patrimônio em caráter definitivo. Nesse instante, a preocupação central do ordenamento jurídico é com os interesses dos herdeiros do ausente”.
Vê-se que a legislação considera que nesse prazo é bastante provável o falecimento do ausente, tal presunção é reforçada pelo artigo 38 do CC/02, que assevera que: “Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele”.
Desta forma, nessa fase opera-se a transmissão em caráter definitivo dos bens do ausente para os herdeiros, que terão o poder de dispô-los livremente. Isso revela que o legislador está se preocupado mais com os interesses dos herdeiros do que com o ausente, haja vista a grande probabilidade de seu falecimento.
Frise-se que será devido o imposto de transmissão causa mortis em face da morte presumida do desaparecido, pois há transmissão do acervo patrimonial para os herdeiros. É o que afirma o enunciado da Súmula 331 do Supremo Tribunal Federal: “É legítima a incidência do imposto de transmissão causa mortis no inventário por morte presumida”.
	
4. RETORNO DO AUSENTE
Considerando que a ausência é uma morte presumida, não se descarta a possibilidade de o ausente retornar; se este aparecer na fase de arrecadação de bens, não há qualquer prejuízo ao seu patrimônio, continuando ele a gozar de seus bens.
De outra banda, se já tiver sido aberta a sucessão provisória, a prova de que a ausência foi voluntária e injustificada faz com que o ausente perca, em favor do sucessor provisório, sua parte nos frutos e rendimento, conforme citado alhures.
Entretanto, o seu reaparecimento, nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, faz cessar imediatamente todas as vantagens dos sucessores imitidos na posse, ou seja, o ausente terá direito aos seus bens, se ainda existentes, ou os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados anteriormente, conforme se verifica no art. 39 do Código.
Então, o que ocorre se o ausente aparecer após o decênio legal? O Código Civil não se manifestou a respeito, mas FARIAS (2012, p. 353) ensina que “se o regresso do ausente ocorrer depois do prazo de dez anos da sentença que declarou aberta a sucessão definitiva, não haverá mais qualquer direito ao recebimento dos bens”.De outro lado, não havendo o retorno do ausente no prazo de dez anos, e se nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal, é o que diz o parágrafo único do art. 39.
 
5. CONCLUSÃO
Diante do exposto, pode-se constatar que a sucessão do ausente pode ser provisória ou definitiva. Aquela é marcada pela precariedade na posse dos bens do ausente, podendo ser exigida a prestação de caução pelos herdeiros, exceto os herdeiros necessários; esta ocorre como a sucessão de qualquer outra pessoa, não havendo que se falar em provisoriedade na fruição dos bens partilhados.
Assim, o instituto da ausência tem como tarefa precípua resguardar o acervo patrimonial do ausente, no entanto, como diz o brocardo jurídico “o direito não socorre aos que dormem” (dormientibus non succurrit jus), a legislação pátria delimita o período para que o ausente retorne.
Havendo comprovação acerca do falecimento do ausente, a sucessão provisória será transformada em definitiva, considerando-se aberta, na data do falecimento. Também ocorrerá de forma definitiva se comprovarem que o ausente conta com oitenta anos de idade, e passaram cinco de seu desaparecimento.
Diante disso, constata-se que a sucessão do ausente é presumida, dada a incerteza acerca de sua morte.
Caso o desaparecido retorne na fase da sucessão provisória e restar provado que seu desaparecimento foi voluntário e injustificado, ele irá perder os frutos e rendimentos de seus bens.
Por outro lado, se ele retornar nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva terá direito aos bens existentes no estado em que se acharem, ou aos sub-rogados em seu lugar, ou ao preço daqueles que foram vendidos pelos herdeiros.
Por fim, deve-se atentar para o fato de que o Código Civil nada afirma acerca dos direitos do ausente quando aparece após o prazo de dez anos. Cristiano Chaves de Farias leciona que o ausente não terá direito a nada.
Apesar dessa omissão, nota-se que o ordenamento jurídico resguarda os interesses daquele sumiu de seu domicílio sem deixar notícias, mesmo após a abertura da sucessão definitiva, tendo em vista que o patrimônio deixado lhe pertencia.
6. REFERÊNCIAS
ASPECTOS relevantes acerca do Instituto da Ausência - Direito Civil. Disponível em:<www.profareisguida.com.br/2017/02/resumo-instituto-da-ausencia-direito.html. Acesso em: 10 mar. 2019.
AUSÊNCIA. Disponível em:<www.https://phmp.com.br/artigos/ausência/. Acesso em: 10 mar. 2019.
BRASIL. Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 10 mar. 2019.
BRASIL. Lei n° 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 27 fev. 2013.
BRASIL. Súmula 331 da Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal Federal - Anexo ao Regimento Interno. Edição: Imprensa Nacional, 1964, p. 146.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. v. 5: direito de família. 19. ed. rev., aum. e atual. De acordo com o novo Código Civil (Lei n. 10.406, de 10-01-2002) e o Projeto de Lei n. 6.960/2002. São Paulo: Saraiva, 2004.
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direito civil: teoria geral. 10.ed. Rio de janeiro: Lumen Juris, 2012.
GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo curso de direito civil: parte geral. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 9. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2011. 561p.
QUEIROGA, Antônio Elias de. Curso de Direito Civil? Direito de família. Rio de Janeiro: Renovar, 2004.
RODRIGUES, Silvio. Direito civil: direito de família: volume 6. 28. ed. atual. Por Francisco José Cahali, com anotação ao novo Código Civil (Lei n. 10.406, de 10-1-2002). São Paulo: Saraiva, 2004.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direito das sucessões. 12.  ed. São Paulo: Atlas, 2012.

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