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SEÇÃO 1 DE CIVIL-

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EXCELENTÍSSIMO (a) SENHOR (a) DOUTOR (a) JUIZ (a) DE DIREITO DA (...) VARA DA COMARCA DE FORTALEZA/CE.
Júnia Santos, brasileira, maior, casada, administradora, inscrito no CPF sob o nº (...) e no RG nº (...), com o endereço e-mail (...), residente e domiciliado na rua (..), com o número (...) no bairro (...) na cidade de Fortaleza/CE, por seus procuradores legalmente constituídos (doc. de procuração anexo), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência com fulcro no artigo 6 e artigos 30 e 37 do CDC c/c 247 e 1331 do Código Civil propor;
AÇÃO INDENIZATÓRIA DE DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA DE NÃO FAZER
Em face de Ápice Engenharia Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº (...) com sede na cidade de fortaleza/CE o que faz pelas razões fáticas e jurídicas que expõe a seguir:
DOS FATOS
A requerente da presente ação, adquiriu o apartamento 201 e uma vaga de garagem no Edifício Belo Lar, situado em Fortaleza/CE.  A vendedora foi a Ápice Engenharia Ltda., com sede na mesma cidade, que também foi a construtora e incorporadora do empreendimento e agora requerida da presente ação. As partes assinaram uma escritura pública de compra e venda em 20 de dezembro de 2013, mas as obras do edifício só seriam concluídas em maio de 2014. Deste modo, o apartamento foi entregue à Júnia em 10 de julho de 2014, mesma data ajustada na escritura pública assinada pelas partes.  Ao receber o apartamento, Júnia notou que o acabamento interno estava diferente do que constou no panfleto de propaganda (como demonstra em anexo) divulgado pela construtora à época em que adquiriu o imóvel.
Além disso, a vaga de garagem ao lado da adquirida por Júnia foi vendida pela construtora a uma pessoa que não tinha nenhuma outra unidade no prédio, embora a Convenção de Condomínio entregue à Júnia não contenha nenhuma previsão expressa autorizando a prática deste ato (doc. em anexo).
DO FUNDAMENTO JURÍDICO
DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
A propaganda é o meio pelo qual o fornecedor torna públicas informações sobre o produto posto no mercado de consumo. É através dela que o consumidor obtém as informações sobre o produto ou serviço pretendido e é ela que exerce influência na tomada de decisão do consumidor sobre qual produto ou serviço irá adquirir (e com quem).
Para Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamin, a propaganda, em sentido moderno, é sinônimo de marketing, significando todos os métodos, técnicas e instrumentos que aproximam o consumidor dos produtos e serviços colocados à sua disposição no mercado pelos fornecedores. A propaganda, nesse sentido moderno, abrange não apenas as técnicas de indução pessoal, como ainda outras mais coletivas e difusas, entre as quais estão as promoções de vendas e a própria publicidade.
O código de Defesa do Consumidor, é muito claro em seu artigo 6º inciso IV sobre a prática da publicidade enganosa, a proteção contra tal ato é direito básico do consumidor e inteligentemente defendido pelo mencionado artigo que reza em seu texto o seguinte:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: [...] IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.
Está mais do que evidente que a empresa requerida agiu de má fé, visando única e exclusivamente o fim monetário, não se privando de enganar seus clientes para conseguir chegar ao seu objetivo. Oferecendo no catálogo um produto muito inferior do que o produto entregue. O que se caracteriza, segundo o aludido artigo 6ºcomo publicidade enganosa e abusiva.
Neste sentido o Código de Defesa do Consumidor vem amparando os consumidores de produtos e serviços e configura como enganosa ou abusiva determinadas divulgações, senão vejamos:
Art. 30º Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Art. 37º É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
3º Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
É indubitável que os fornecedores descumpriram a oferta feita, pois o anúncio veiculava um apartamento com acabamentos muito inferior em comparação àquele entregue a requerente. Nesse sentido o Professor Hely Lopes Meirelles, leciona sobre a responsabilidade do empreiteiro:
A responsabilidade pela perfeição da obra é o primeiro dever legal de todo profissional ou firma de Engenharia, Arquitetura ou Agronomia, sendo de se presumir em qualquer contrato de construção, particular ou pública, mesmo que não conste de nenhuma cláusula do ajuste. Isto porque a construção civil é, modernamente, mais que um empreendimento leigo, um processo técnico de alta especialização, que exige, além da perita artes do prático passado, a perita técnica do profissional da atualidade.
DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO CIVIL
Vagas de garagem e direito aplicável 2013 prática abusiva do requerido.
Como já dito anteriormente, a requerente pretende alcançar também a responsabilização da requerida pela venda de uma unidade do prédio a terceiro não condômino, pretendendo assim o desfazimento do negócio feito entre a construtora e terceiro.
Podemos ver o direito da requerente resguardado no código civil em seu artigo 1.331 ao qual reza:
Art. 1.331º Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos.
§ 1o As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas, sobrelojas ou abrigos para veículos, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários.
§ 1o As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio. (Redação dada pela Lei nº 12.607, de 2012).
É certo esclarecer que, alguns contratos condominiais, este tipo de prática é aceito, porém, não há nenhuma cláusula no contrato entre a requerente e a requerida que permita a venda da garagem a terceiros. Sendo assim, mais um ato ilícito por parte da requerida.
DOS PEDIDOS
Pela entrega de acabamento interno do apartamento 201 diferente dos moldes previstos nos panfletos de divulgações de empreendimento; A requerente requer da construtora a indenização de R$ 50.000.00, (cinquenta mil reais), sendo esse valor a diferença entre o acabamento divulgado e o que a requerente recebeu na entrega do apartamento 201.
Requer também o cancelamento da venda da vaga a um terceiro que não te unidade no prédio, sob pena de perdas e danos.
DAS PROVAS 
 
A Requerente comprovao alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a prova documental. 
1.. Em anexo, cópia da matricula do apartamento 201 e da vaga de garagem por ela adquirida comprovando ser proprietária do (s) referido (s) bens; 
2. O panfleto de propaganda em que constava o acabamento interno divulgado pelo Ápice engenharia Ltda. Na propaganda a do edifício; 
3. uma cópia da Convenção Condomínio Edifício Belo Lar que ela recebeu na data de entrega da unidade;
4. uma cópia de contrato de promessa de compra e venda do apartamento 201 e vaga de garagem. 
 
Nestes, 
Pede deferimento. 
 
 
 
 
 
FORTALEZA / CEÁRA ,13 de abril, 2019. 
 
ADVOGADO/ OAB.

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