Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mecânica dos Solos II – GEO602 Prof. Adinele Gomes Guimarães adinele@unifei.edu.br Empuxo de Terra e Estruturas de Arrimo Aula 08 2 Estruturas de Contenção Obras •Edificações com subsolos •Plataformas (cortes ou aterro) •Estabilização de encostas •Construções subterrâneas (metrôs) •Pontes •Canalizações Contenção Introdução de uma estrutura ou elementos estruturais compostos, que apresentam rigidez distinta daquela do terreno que conterá Dimensionamento Resistir à esforços horizontais provenientes de empuxos do solo Resistir à cargas verticais provenientes das obras que venham a apoiar na estrutura 3 Figura 01 – Ilustração de uma obra de contenção Tipos de Estruturas de Contenção Concreto Fogueira (crib-wall) Muros de Peso Pedra Muros de arrimo Pneu Solo Reforçado Muros de Flexão Sem Contraforte Com contraforte Cortinas Atirantadas Cortinas Escoradas Tipos Comuns de Estruturas de Arrimo (a) Muros de gravidade: construídos com concreto simples ou alvenaria, dependem basicamente do seu peso para manter a estabilidade, suas dimensões são de tal ordem que não se desenvolvem tensões de tração em nenhuma seção. (b) Muros de semigravidade: pequena quantidade de aço é usada para a construção dos muros de gravidade, minimizando o tamanho das seções do muro. (c) Muros de arrimo de flexão: feitos em concreto armado e consistem em uma fina haste e uma laje base, econômico para altura da ordem de 6 a 8 m. (d) Muros de arrimo com contraforte: semelhantes aos de flexão, em intervalos regulares possuem placas finas de concreto verticais, conhecidas como contrafortes, que se prendem ao muro e a placa da base juntos , para reduzir o cisalhamento e os momentos fletores. Muros de Gravidade construídos com emprego de outros materiais: Crib-walls (muro de fogueira) : compostos de tarugos de madeira, aço ou concreto armado pré-moldado, formando gaiolas que são preenchidas posteriormente por solo. Gabiões: rede metálica em forma de gaiola e cheia de pedras de mão, colocados superpostos formando paredes verticais, capazes de suportar grandes deformações e proporcionar boa drenagem do solo arrimado. Muros de solo estabilizado mecânicamente (Terra armada): material que conjuga solo e uma armadura de tração (tiras metálicas, fios, fibra de vidro, geotêxteis). Por mecanismo de atrito cria-se uma pseudo- coesão que garante estabilidade ao maciço. Revestimento tem por finalidade impedir que o solo situado entre armaduras escoe e também proporcionar estética à estrutura. 7 Muros tipo Fogueira (crib-wall) 8 Muros tipo Gabião 9 Muro de Solo Reforçado 10 Muro de peso de Pneu Estacas Prancha: São peças de madeira, concreto armado ou aço que se cravam formando por justaposição as cortinas e se prestam para estruturas de retenção de água ou solo, podem ser utilizadas tanto em obras temporárias quanto definitivas. Se diferem estruturalmente dos muros de sustentação, por serem flexíveis e terem peso próprio desprezível em face das demais forças atuantes. O emprego de estacas de madeira encontram-se hoje limitada a obras temporárias devido ao reduzido comprimento que apresentam e a pouca resistência a ciclos de umedecimento e secagem. As estacas de concreto apresentam maior resistência que as de madeira, no entanto os problemas de cravação também tornam seu uso restrito, o que contribui cada vez mais para a utilização em larga escala das estacas de aço. As vantagens das estacas de aço são: maior facilidade de cravação e recuperação, maior regularidade, melhor estanqueidade, grandes comprimentos (emenda). Um dos problemas das estacas metálicas em obras definitivas é a corrosão; requer que sejam efetuados estudos da agressividade da água subterrânea e do solo envolvido. De forma geral, as estacas prancha são cravadas até a profundidade fixada em projeto e em seguida procede-se à escavação em estágios, quando vão sendo colocadas os elementos de suporte adicionais (estroncas, tirantes, etc.) Quanto ao método construtivo tem-se: - Estacas prancha em balanço: profundidade de cravação é suficiente para suportar os esforços laterais, se aplica a desníveis pequenos - Cortinas ancoradas: maiores profundidades, permite uma redução das deformações laterais, dos momentos solicitantes e da profundidade de cravação da estaca. Para o método de cálculo pode-se ter cortinas de extremidade livre ou de extremidade fixa. 13 Cortinas Atirantadas 14 Cortinas Provisórias x Definitivas Paredes Diafragma: São construídas em painéis alternados com dimensões situadas entre 50 x 250cm e 90 x 400 cm; a escavação é feita com caçamba tipo “clam-shell” e a concretagem é submersa afastando-se a lama bentonítica que estabiliza o furo. Completada a concretagem, dá-se início à escavação e a profundidade pré-determinadas acrescentam-se as estruturas adicionais (estroncas, etc.). tendo em vista os inconvenientes que o sistema de escoramento provoca dentro da vala, tem-se optado, alternativamente, pelo uso de tirantes ancorados. 17 DIMENSIONAMENTO DE MUROS DE ARRIMO Forças atuantes: P = peso do muro e da cunha de material que está sobre ele E = empuxo de terra sobre o muro R = reação normal do solo sob o muro F = força de atrito na base do muro Dados: do solo: peso específico, ângulo de atrito interno e coesão. do muro: material constituinte: características e peso específico. PRÉ – DIMENSIONAMENTO DO MURO DE ARRIMO VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE 18 20 Segurança contra: (1) Tombamento (2) Escorregamento (3) Deformação (ruptura) excessiva do terreno de fundação (4) Ruptura total do conjunto muro – solo . (3) (1) (2) (4) 21 (1) Segurança Contra o Tombamento O momento do peso do muro deve ser maior que o momento do empuxo total, ambos tomados em relação a extremidade externa da base. A resultante de todas as forças atuantes deve passar pelo núcleo central (terço médio da seção) da base do muro. 0,25,1Re M M Tombamento sistenteFS FS = Coeficiente de segurança 22 /3)H.(.cosP .b.senPMM FS .b.senP.bPM verticais forças às devido momento M solo do peso ao devido momento M muro do peso ao devido momento pequeno muito cos )3/( A ASM AVV V S M VSMR P Ah hT M MMMM P PP HPM 23 (2) Segurança contra o Escorregamento Esta condição fica satisfeita quando: ∑H < ∑V tg ϕ ' onde : ϕ ' = ângulo de atrito entre o muro e o solo ∑H = somatório das forças horizontais ∑V = somatório das forças verticais 5,1 tan Re F F tesSolici sistentesFS 24 cos. .. cos. .. ..R b. base na tocisalhamen ao resitência de tensão S resistente força ...)1)(.(. 22 22 22 2222 A P AhS PR P PtgVbc FS PPF PtgVbcF tgVbc V R tgbbcbxtgcASR PA Pv Ph 25 (3) Segurança Contra Ruptura e Deformação Excessiva do Terreno de FundaçãoEsta condição é satisfeita quando a maior das pressões é menor do que a pressão admissível do terreno. 0,3 max q q FS u qu= capacidade de carga (ruptura) do solo de fundação 26 Quando a força R cair no núcleo central da base, o diagrama de pressões no solo será – o que é uma aproximação – um trapézio; o terreno estará, pois, submetido apenas a tensões de compressão. As duas equações do equilíbrio serão: (carga aplicada no terço médio para evitar tensões de tração no concreto) Reordenando as equações: Ou ainda: b e b V q b e b V q .6 1 .6 1 min max eV b b qq Vb qq . 6 .. 2 . 2 minmax minmax 2minmax minmax ..6 2 1 2 1 b eV qq b V qq 27 N = índice de penetração do solo, menor índice encontrado, considerando-se todas as camadas do solo que ficarão abaixo da base do muro. Tipo de Solo Tensão admissível de compressão do solo Arenoso N/3 Argilo-arenoso N/4 Argiloso N/5 Tensão admissível de compressão do solo (qu) 28 (4) Segurança Contra Ruptura do Conjunto Muro – Solo É analisada a possibilidade de ruptura total por cisalhamento do terreno segundo uma superfície de escorregamento. São analisadas várias superfícies de ruptura ABC até o FS mínimo ser atingido. Calcular uma superfície de ruptura usando o Método de Bishop. Normalmente, a superfície deve passar pelo ponto interno da base. Fator de segurança mínimo entre 1.3 e 2 dependendo da importância do muro. 29 Exemplo 30 Verificar a estabilidade, quanto ao tombamento, ao deslizamento e a capacidade de carga do terreno de fundação, do muro de contenção de concreto, com peso específico = 23,58 kN/m3.
Compartilhar