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Tecnologia da Informação e Comunicação Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Hugo Batista Fernandes Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Introdução ao Pensamento Computacional • Introdução; • O que é Pensamento Computacional?; • Utilizando os Conceitos na Prática; • Iniciativas para a Promoção e o Desenvolvimento do Pensamento Computacional; • Considerações Finais. · Explorar os principais conceitos e habilidades do pensamento com- putacional, sua utilização prática e também iniciativas ao seu desen- volvimento e promoção. OBJETIVO DE APRENDIZADO Introdução ao Pensamento Computacional Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Introdução ao Pensamento Computacional Introdução No cenário contemporâneo, tudo muda tão rápido em todos os aspectos, tais como no campo da economia, política, sociedade, tecnologia e cultura. Assim, o conhecimento torna-se um instrumento importante para impulsionar as poten- cialidades e o desenvolvimento de um país. Seja qual for o campo de atuação, o cidadão do século XXI deve possuir a capacidade e habilidade para resolver proble- mas, o sujeito deve assumir cada vez mais um papel ativo em relação à tecnologia, deixando de ser mero consumidor e tornar-se produtor de soluções, utilizando tecnologias da informação e comunicação. O cidadão do século XXI deve ser tecnologicamente fluente e que, segundo Papert e Resnick (1995), significa não apenas saber como usar ferramentas tec- nológicas, mas também como construir coisas de significado com tais ferramentas. Sob essa perspectiva, na literatura vemos estudos que apontam a relevância da introdução de conceitos de Ciência da Computação desde a Educação Bási- ca. Atrelados a esses estudos, destaca-se a importância do desenvolvimento do pensamento computacional: um conjunto de habilidades cognitivas da Ciência da Computação que prestam subsídios à resolução de problemas. Tamanha é a impor- tância que, ao final da gestão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criou-se um projeto de Lei com a promessa de fornecer quatro bilhões de dólares em financiamentos ao ensino de Ciência da Computação em escolas estaduniden- ses de Educação Básica (SMITH, 2016). Leia o artigo intitulado Pensamento computacional: o novo ler e escrever!, disponível em: https://goo.gl/ZP7ME3Ex pl or O pensamento computacional é uma das habilidades imprescindíveis a um fu- turo onde cada vez mais computadores assumem papel relevante no cotidiano da sociedade, seja no aspecto profissional ou pessoal. O que é Pensamento Computacional? Pensamento computacional é um conjunto de processos cognitivos, técnicas e conceitos da Ciência da Computação para resoluções de problemas que podem ser aplicados em várias áreas do campo do conhecimento, sendo importante a qualquer cidadão de qualquer área de atuação. Diversos autores definem o pensamento computacional como uma habilidade imprescindível para todas as pessoas. Assim, tal como as habilidades de ler, escrever 8 9 e fazer cálculos, o pensamento computacional deve ser adicionado à constituição analítica de cada criança. Segundo Paulo Blikstein (2008, grifos nossos), professor na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, podemos definir pensamento computacional como um processo que [...] não se restringe a utilização de ferramentas computacionais, mas sim, saber como e quando utilizar habilidades computacionais para resolver problemas. Não se trata, por exemplo, de saber navegar na internet, enviar e-mail, publicar um blog, ou operar um processador de texto. Pensamento computacional é saber usar o computador como um instrumento de aumento do poder cognitivo e operacional humano – em outras palavras, usar computadores, e redes de computadores, para aumentar nossa produtividade, inventividade e criatividade. Sob esse ponto de vista, o pensamento computacional não é sobre nós humanos seguindo um algoritmo ao realizar a tarefa de adicionar números no papel ou em nossa cabeça; não se trata de pensar como um computador. Pensamento computacional consiste principalmente nas habilidades para: • Formular um problema como um problema computacional; • Construir uma boa solução computacional – ou seja, um algoritmo – para o problema, ou explicar porque não existe tal solução. Segundo Paul Piwek, para melhor compreendermos o conceito de pensamen- to computacional, precisamos considerar, principalmente, as ideias de problema computacional e algoritmo, vejamos: • Problema computacional – um problema que é especificado de forma suficientemente precisa, de modo que se possa tentar escrever um algoritmo para solucioná-lo; • Algoritmo – um conjunto de instruções passo a passo para resolver um problema. Importante! Que Paul Piwek é pesquisador e colaborador da Open University? Leia a sua biografi a em: https://goo.gl/ecHJNb. Saiba também que essa é uma universidade de ensino a distância, fundada e mantida pelo governo do Reino Unido e cujo site é: http://www.open.ac.uk. Você Sabia? Conheça o curso livre – em inglês – sobre pensamento computacional em: https://goo.gl/BJd1GDEx pl or 9 UNIDADE Introdução ao Pensamento Computacional Como descrito, pensamento computacional se vale de um conjunto de conceitos da Ciência da Computação que, segundo a BBC Learning (2018), são os seguintes: • Decomposição de problemas; • Reconhecimento de padrões; • Abstração; e • Algoritmo e procedimentos. Sugestiona ainda que, dado um problema, o roteiro ao desenvolvimento de uma solução utilizando esses conceitos apresenta o seguinte percurso: O pensamento computacional envolve tomar um problema complexo e dividi-lo em uma série de pequenos problemas – decomposição. Cada um desses problemas menores pode ser analisado individualmente, consideran- do a forma como os problemas semelhantes foram resolvidos anteriormen- te – reconhecimento de padrões – e focando apenas os detalhes importan- tes, ignorandoinformações irrelevantes – abstração. Em seguida, simples etapas ou regras para resolver cada um dos problemas menores podem ser projetadas – algoritmos (BBC LEARNING, 2018, tradução nossa). Cientistas da computação seguem esses processos e utilizam tais conceitos em diversos momentos em seu cotidiano profissional; contudo, a tese central do pensamento computacional defende que esses conceitos podem ser relevantes a profissionais de outras áreas. Nesse sentido, a Computer Science Teacher Association (CSTA), situada nos Estados Unidos, juntamente com a International Society for Technology in Education (Iste), exemplificam a utilização dos conceitos do pensamento computacional aplicados nas áreas da Matemática, Ciências, Estudos Sociais, Linguagens e Artes – exemplos os quais descritos no Quadro 1: Quadro 1 – Exemplos de utilização de conceitos Conceito Matemática Ciências Estudos Sociais Linguagens e Arte Decomposição de problemas Aplicar ordem de operadores Realizar uma classificação de espécies Escrever um esboço Reconhecimento de padrões Contar a ocorrência de jogadas, lançamento de dados e análise de resultados Analisar dados de um experimento Identificar as tendências dos dados estatísticos Representar padrões de diferentes tipos de frases Abstração Usar variáveis na álgebra; estudar funções de álgebra por meio de comparação em computadores Construir um modelo de uma entidade física Resumir fatos; deduzir conclusões dos fatos Uso de metáforas e analogias; escrever uma história com diversas vertentes Algoritmo e procedimentos Realizar divisões longas, fatorar Criar um procedimento experimental Escrever instruções Fonte: adaptado de Computer Science Teacher Association e International Society for Technology in Education (2009) 10 11 A CSTA é uma associação profi ssional que apoia e incentiva a educação no campo da In- formática e em áreas relacionadas. Iniciada em 2004, apoia educação em Ciência da Com- putação ao longo da Educação Básica e Ensino Superior e também na indústria. Já a Iste é uma organização sem fi ns lucrativos que auxilia educadores interessados em um melhor uso da tecnologia na educação. Ex pl or Os exemplos descritos no Quadro 1 nos apresentam noções de como os concei- tos utilizados pelo pensamento computacional podem ser empregados em distintas áreas de atuação. Quando pensamos em desenvolver o pensamento computacional, não estamos nos referindo ao aprendizado dos conceitos da Ciência da Computação, mas sim às seguintes habilidades: • Formular problemas de modo a permitir o uso de um computador e outras ferramentas para resolvê-lo; • Organizar dados de forma lógica e analisá-los; • Representar dados por meio de abstrações, tais como modelos e simulações; • Automatizar soluções por meio do pensamento algorítmico – uma série de passos ordenados; • Identificar, analisar e implementar soluções possíveis com o objetivo de encontrar a combinação de passos e recursos mais eficientes; • Generalizar e transferir esse processo de resolução de problemas a uma grande variedade desse tipo de condição. Os conceitos da Ciência da Computação são os meios que utilizamos para alcançar e dominar essas habilidades. Portanto, temos aqui dois termos-chave do pensamento computacional: • Conceitos – da Ciência da Computação e que servem como ferramentas de apoio para solucionar uma etapa específica ao longo do desenvolvimento da resolução de um problema; • Habilidades – podemos alcançar e dominar as habilidades do pensamento computacional por meio da utilização dos conceitos da Ciência da Computação. Fazendo uma analogia ao contexto de um professor em sala de aula, as ferra- mentas utilizadas pelo docente, tais como analogias, ilustrações, exemplos, expli- cações e demonstrações prestam suporte à habilidade de ensinar. Seguindo essa metáfora, não desenvolvemos simplesmente a habilidade docente de ensinar, mas promovemos o desenvolvimento das ferramentas para o apoio ao ensino. Nesse contexto, é comum para a promoção do desenvolvimento do pensamen- to computacional o estímulo à elaboração dos conceitos da Ciência da Computa- ção utilizados em tal área, de modo que exploraremos um pouco mais sobre cada um dos termos. 11 UNIDADE Introdução ao Pensamento Computacional Decomposição de Problemas Trata-se da capacidade de dividir uma tarefa em pequenas partes e, em seguida, concentrar-se na resolução de cada uma dessas tarefas menores. Resolver pequenos problemas é a maneira mais fácil para solucionar uma grande questão. Vejamos um exemplo: temos a tarefa de trocar uma lâmpada queimada; de modo que ao aplicarmos a estratégia de decompor o problema em pequenas partes, construiremos o seguinte processo: • 1º Pegaremos uma escada; • 2º Pegaremos a lâmpada substituta; • 3º Retiraremos a lâmpada queimada; • 4º Colocaremos a lâmpada substituta. Tal caso é o resultado da aplicação da estratégia de decompor um problema, ou seja, dividimos uma tarefa maior – trocar a lâmpada queimada – em pequenas subtarefas – os quatro passos descritos. Reconhecimento de Padrões O reconhecimento de padrões é a capacidade de notar semelhanças ou diferenças comuns em dados que nos ajudarão a fazer previsões ou nos levar, por um caminho mais curto, a uma solução. O reconhecimento de padrões é frequentemente a base para resolver problemas e projetar algoritmos. Assim, vamos a outro exemplo: considerando a seguinte ilustração de três aves, é possível identificar algum padrão entre as quais? Figura 1 À primeira vista, podemos notar que se tratam de três aves diferentes entre si, não é mesmo? Contudo, podemos traçar padrões nesse grupo, por exemplo, todas possuem: 12 13 • Olhos; • Penas; • Asas; • Patas. Tivéssemos a hipotética tarefa de desenhar uma ave, identificar e lembrar de pa- drões nos ajudaria em nossa função, pois não perderíamos tempo descobrindo quais são as principais características de um animal desse tipo. Portanto, lembrar de tais padrões possibilita a realização de nossa tarefa de modo mais rápido e eficiente. Abstração A abstração diz respeito a simplificar, permitindo-nos gerenciar a complexidade, tornando as coisas mais fáceis de se fazer. Ademais, possibilita criar uma ideia geral de qual é o problema e como resolvê-lo. O processo de abstração remove todos os detalhes específicos e quaisquer padrões que não nos ajudem a resolver o problema colocado, auxiliando a formar uma ideia clara do problema, ideia essa conhecida como modelo. Em uma situação prática, considere a seguinte descrição: Um objeto alto que se estende em direção ao céu com uma casca áspera. No topo, existem vários ramos que se espalham a partir do centro. Nas extremidades desses ramos, existem muitos pedaços de pequenos elementos verdes e macios, da mesma forma ou similar. Abaixo do chão, ramificações similares se estendem em direção ao solo. Trata-se de uma tentativa de descrever uma árvore, de modo que a nossa capacidade de fornecer um nome para um objeto é o nosso jeito de criar uma abstração. Dessa forma, podemos usar a palavra árvore para que todos saibam o que se menciona. Algoritmo e Procedimentos Um algoritmo é a descrição de um processo passo a passo e que resolve um problema ou completa uma tarefa. Se você seguir as etapas do algoritmo corretamente, chegará à solução apropriada. Você provavelmente conhece o caminho mais rápido para ir de sua casa ao supermercado: por exemplo, vire à esquerda, siga duas quadras, vire à direita. Você pode pensar nisso como um “algoritmo”, uma sequência de procedimentos para chegar ao destino escolhido. Nesse exemplo, podemos pensar que existem diversos caminhos possíveis para ir ao supermercado,não é mesmo? Assim, para atingir o mesmo objetivo, podemos criar algoritmos diferentes. Retomemos, então, o cenário onde decompomos a tarefa trocar lâmpada queimada, agora, contudo, criando um algoritmo: 13 UNIDADE Introdução ao Pensamento Computacional • 1º Pegue uma escada; • 2º Posicione a escada abaixo da lâmpada queimada; • 3º Pegue a lâmpada substituta; • 4º Suba na escada; • 5º Retire a lâmpada queimada, desrosqueando-a; • 6º Insira a lâmpada substituta, rosqueando-a; • 7º Desça da escada. Diferente da decomposição de um problema, o conceito de algoritmo descreve de forma detalhada o passo a passo para a solução de nosso problema. Uma das grandes vantagens da utilização de algoritmos é a generalização, ou seja, utilizar um mesmo algoritmo para resolver problemas semelhantes. Para isso, precisaremos criar algoritmos com variáveis, processo que é análogo a uma equação matemática, onde, a partir da substituição de X, por exemplo, seguimos com o procedimento de cálculo e resolvemos o nosso problema. Imaginemos, então, uma máquina de sorvetes, de modo que para fazer um sorvete de morango desenvolveremos o seguinte algoritmo: • 1º Coloque quatro morangos; • 2º Adicione 200 ml de leite; • 3º Pressione o botão Start da máquina; • 4º Posicione a casquinha do sorvete na saída da máquina; • 5º Retire o sorvete. Nesse caso, o que nos impede de fazer sorvetes com novos sabores é apenas a inserção de frutas específicas, dado que os demais passos são genéricos – reconhece- mos, portanto, um padrão. Assim, para cada novo sorvete, precisaremos descrever um novo algoritmo, trocando somente a primeira etapa – onde colocamos a fruta referente ao sabor. Porém, esse é um processo custoso, de modo que não devemos perder tempo criando diversos algoritmos para resolver um problema semelhante. A solução para melhorar o nosso algoritmo é criar uma variável de entrada, como o X na equação matemática. Nesse caso, ao invés de “engessar” a primeira etapa, declararemos, em nosso algoritmo, apenas a inserção da fruta na qual queremos o sabor do sorvete, ficando assim: • 1º Coloque a fruta referente ao sabor desejado; • 2º Adicione 200 ml de leite; • 3º Pressione o botão Start da máquina; • 4º Posicione a casquinha do sorvete na saída da máquina; • 5º Retire o sorvete. 14 15 Agora, seguindo o mesmo algoritmo podemos fazer sorvetes de diversos sa- bores, o que muda é somente a variável de entrada. Se quisermos um sorvete de limão, colocamos limão na primeira etapa; se quisermos sorvete de melancia, colocamos melancia e daí em diante. Enfim, criamos um algoritmo que resolve problemas semelhantes. Utilizando os Conceitos na Prática Como descrito, as habilidades e os conceitos empregados pelo pensamento computacional nos auxiliam a resolver e desenvolver soluções para problemas. Tais soluções não precisam ser necessariamente tecnológicas, de modo que também podemos criar soluções “off-line” com a ajuda do pensamento computacional. Nessa perspectiva, pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (KAMPFF et al., 2016) criaram um framework visual – que pode ser impresso – contendo elementos do pensamento computacional, denominado Canvas Algorítmico e que, formulado um problema, orienta e conduz, por meio de passos, à sua resolução. Vejamos, então, um exemplo de solução de problema utilizando o mencionado Canvas Algorítmico: Quadro 2 Problema Descrição curta do problema a ser solucionado Melhorar a coleta de lixo de uma cidade (coletar mais lixo em menos tempo, percorrendo a menor distância) Decomposição Quebrar o problema em partes 1. Como saber quais lixeiras precisam de coleta? 2. Como definir a melhor rota para coletar o lixo necessário? Padrões Encontrar semelhanças genéricas Lixeiras: - São de plástico, alumínio, lata, ferro, etc.; - Possuem diferentes cores; - Possuem formato cônico, retangular, quadrado; - Possuem capacidade de 50 a 5000 litros; - Exclusivas para vidros, latas, orgânicos, etc. Rotas: - As rotas possuem distância entre 50 e 500 km; - O tempo de cada rota varia entre 1 e 8 horas; - Cada rota atende um conjunto de bairros; - Cada rota possui diferentes condições de trânsito. Abstração Remover detalhes desnecessários Lixeiras: - Possuem diferentes capacidades. Rotas: - Possuem distância; - Duram determinado tempo; - Possuem diferentes condições de trânsito. Entradas Informações necessárias para a resolução do problema Localização das lixeiras Mapa da cidade Quantidade de lixo dentro das lixeiras Quantidade de coletores de lixo Capacidade de cada coletor de lixo Condições de trânsito em cada horário Horários de início da coleta 15 UNIDADE Introdução ao Pensamento Computacional Saídas Informações que deverão ser produzidas Rota otimizada para cada um dos coletores disponíveis, com o tempo previsto e a quantidade de lixo a ser coletada. Fonte: Kampff e colaboradores (2016) Quadro 3 Algoritmo Passo-a-passo para a resolução do problema 1. Identificar quais lixeiras possuem lixo. 2. Obter a localização dessas lixeiras. 3. Calcular todas as rotas possíveis que passem por essas lixeiras. 4. Calcular a quantidade necessária de coletores. 5. Selecionar a melhor rota para cada coletor. 6. Calcular estimativa de tempo para a rota. 7. Calcular a quantidade de lixo a ser coletada em cada rota. Fonte: Kampff e colaboradores (2016) O exemplo descrito a partir do Canvas Algorítmico expõe toda a trajetória para a resolução do seguinte problema: “Melhorar a coleta de lixo de uma cidade”. O qual, por meio dos conceitos de decomposição de problemas, reconhecimento de padrões e abstração, tornou possível criar o cenário e coletar as informações necessárias ao desenvolvimento de uma solução, a qual representada na forma de um algoritmo. Nesse processo: • 1º Decompomos o problema em pequenas partes; • 2º Identificamos os padrões que envolvem o nosso cenário; • 3º Utilizamos a abstração para criar um modelo; e • 4º Descrevemos a solução em forma de algoritmo. Esse foi um exemplo da utilização prática do pensamento computacional, aqui sem o emprego de computadores na resolução de um problema. Porém, é preciso deixar claro que o próximo passo na evolução do desenvolvimento do pensamento computacional é utilizar soluções tecnológicas para a implementação de resoluções de problemas. Em linhas gerais, trata-se de recorrer a computadores como ferra- mentas para automatizar soluções a problemas. Para alcançar o próximo nível, deve-se acrescentar um novo conceito da Ciência da Computação, programação de computadores. A seguir, serão apresentadas algumas iniciativas para a promoção do pensamento computacional. 16 17 Iniciativas para a Promoção e o Desenvolvimento do Pensamento Computacional Code.org Code.org é uma organização sem fins lucrativos, pública e criada em 2013 pelos irmãos Ali e Hadi Partovi, com o objetivo de fomentar, estimular e divulgar a lógica e o ensino de programação direcionado a crianças e adolescentes. Seu site está disponível em: <https://code.org>. Por meio de uma plataforma on-line e disponível em 34 idiomas, Code.org ofe- rece um grande conjunto de cursos que apresentam conceitos da Ciência da Com- putação, pensamento computacional, resolução de problemas e programação. São divididos em tópicos, os quais introduzidos por pequenos vídeos e seguidos de exercícios em forma de problemas quase sempre a serem resolvidos por meio de programação visual por blocos. A plataforma Code.org também está envolvida em uma iniciativa chamada de Hora do Código, que tem como objetivo apresentar os primeiros passos sobre a programação de computadores. Confi ra em: https://br.code.org/learn. Ex pl or Computational Thinking for Educators Computational Thinking for Educatorsé uma plataforma on-line mantida principalmente pelo Google e que a partir de julho de 2015 passou a disponibilizar o curso Pensamento Computacional para Educadores. Seu site está disponível em: <https://computationalthinkingcourse.withgoogle.com>. O principal objetivo é ajudar os professores que trabalham com estudantes de idades entre treze e dezoito anos no aprendizado sobre o pensamento computacional e como este pode ser integrado em uma variedade de áreas temáticas e no dia a dia com seus alunos. 17 UNIDADE Introdução ao Pensamento Computacional Scratch Scratch é um software gratuito que pode ser utilizado para programar histórias interativas, jogos, animações e compartilhar todas as criações pela internet (RESNICK, 2007). Seu site está disponível em: <https://scratch.mit.edu>. Segundo Scratch (2018), o software foi concebido especialmente para aprendi- zes na faixa etária entre oito e dezesseis anos, mas é usado por pessoas de todas as idades. É disponibilizado em mais de quarenta idiomas, onde é oferecido um am- biente de desenvolvimento on-line, além da versão de instalação off-line para di- versos sistemas operacionais. A plataforma disponibiliza e encoraja a comunidade a compartilhar e receber feedbacks de projetos de uso comum, além de oferecer diversos tutoriais. Computer Science Unplugged – Computação Desplugada Trata-se de uma abordagem que não se limita à utilização de computadores para desenvolver habilidades do pensamento computacional. Nesse contexto, destaca- se o projeto Computer Science Unplugged. No site do Projeto, disponível em: <https://classic.csunplugged.org>, é ofe- recido o livro CS unplugged (BELL; WITTEN; FELLOWS, 2015), cujos capítu- los apresentam atividades abordando os conceitos de números binários; como as imagens são representadas em computadores; compressão de texto; detecção e correção de erros de dados; algoritmos de pesquisa e classificação; manipulação de roteamento e deadlocks em redes e criptografia. Existe uma tradução desse livro para a língua portuguesa, disponível em: https://goo.gl/WbZF7eEx pl or 18 19 Considerações Finais O pensamento computacional é uma habilidade básica para todos os cidadãos do século XXI, de modo que os conceitos explorados nesta Unidade descrevem habilidades cruciais em todas as áreas da sociedade. As habilidades de pensamento computacional são benéficas para as carreiras em praticamente todos os setores, incluindo produtos de consumo, negócios e mercados financeiros, energia, viagens e turismo; ou serviços públicos, tais como saúde e educação. Os locais de trabalho precisam cada vez mais de funcionários que desempenhem papéis ativos nas soluções de problemas. Assim, mesmo que não esteja em condições de criar uma solução usando lingua- gens de programação e computadores, entender e pensar nos problemas de negó- cios usando os conceitos do pensamento computacional é condição indispensável. 19 UNIDADE Introdução ao Pensamento Computacional Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos A importância do ensino da Programação para as crianças – palestra de Mitchel Resnick https://youtu.be/XC13g1ZjaEI Leitura Pensamento computacional: um conjunto de atitudes e habilidades que todos, não só cientistas da computação, ficaram ansiosos para aprender e usar https://goo.gl/Vy9Emc O pensamento computacional e a reinvenção do computador na Educação https://goo.gl/YxKxvx Aprender programação e o futuro do trabalho https://goo.gl/m9Fjjx 20 21 Referências BBC LEARNING. What is computational thinking? 2018. Disponível em: <http:// www.bbc.co.uk/education/guides/zp92mp3/revision>. Acesso em: 1 fev. 2018. BELL, T.; WITTEN, I. H.; FELLOWS, M. Computer Science Unplugged: an enrichment and extension programme for primary-aged students. 2015. BLIKSTEIN, P. O pensamento computacional e a reinvenção do computador na Educação. 2008. Disponível em: <http://www.blikstein.com/paulo/documents/ online/ol_pensamento_computacional.html>. Acesso em: 1 fev. 2018. COMPUTER SCIENCE TEACHER ASSOCIATION; INTERNATIONAL SOCI- ETY FOR TECHNOLOGY IN EDUCATION. Computational thinking across the curriculum. 2009. Disponível em: <https://c.ymcdn.com/sites/www.csteach- ers.org/resource/resmgr/CTExamplesTable.pdf>. Acesso em: 1 fev. 2018. KAMPFF, A. J. C. et al. Pensamento computacional no Ensino Superior: relato de uma oficina com professores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. In: CON- GRESSO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO, 5., 2016. Anais... 2016. p. 1.316. Disponível em: <http://br-ie.org/pub/index.php/wcbie/article/ view/7057>. Acesso em: 1 fev. 2018. PAPERT, S.; RESNICK, M. Technological fluency and the representation of knowledge. Proposal to the National Science Foundation. Massachusetts, USA: MIT MediaLab, 1995. RESNICK, M. Sowing the seeds for a more creative society. Learning and Leading with Technology, p. 18-22, 2007. SCRATCH. 2018. Disponível em: <https://scratch.mit.edu/about>. Acesso em: 1 fev. 2018. SMITH, M. Computer Science for all. Washington, DC: The White House, 2016. 21
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