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Unidade I Modais de transportes

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Transporte e 
Multimodalidade
Modais de transportes
Responsável pelo Conteúdo:
 Prof. Roberto Ramos de Morais
Revisão Textual:
Revisor
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Histórico de Transportes
• Conceitos
• 3 Modais
• Perfil do Transporte Brasileiro
• Considerações Finais
Fonte: Thinkstock/Getty Im
ages
Objetivos
• Conhecer os modais de transportes; 
• Selecionar modais de transportes conforme a necessidade da cadeia de suprimentos;
• Entender as características da infraestrutura brasileira de transportes.
Modais de transportes
UNIDADE 
Modais de transportes
Contextualização
Toda empresa possui um fluxo de materiais que mantém sua operação produtiva 
e que atende às solicitações de seus clientes. Esse fluxo depende de um transporte 
eficiente, que garanta o atendimento de prazos e a integridade dos produtos ao menor 
custo possível.
Nesse contexto, o gestor da área tem um papel fundamental no aumento da 
competitividade da empresa e da cadeia de suprimentos ao alcançar os resultados 
esperados, criando um diferencial sob a ótica do cliente.
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7
Histórico de Transportes
O transporte é tão antigo quanto a humanidade. Desde os primórdios, a necessidade 
de transportar materiais para a confecção de artefatos e construções, alimentos, pessoas 
é uma questão para a qual se buscou soluções que aumentassem a eficiência, ampliando 
a capacidade de carga e as distâncias percorridas.
Ao longo da história, o transporte sempre teve papel preponderante na evolução 
humana e no desenvolvimento do comércio. Desde a navegação no Mediterrâneo entre 
as civilizações da Antiguidade, como fenícios, gregos, egípcios e romanos, passando 
pelas caravanas da Rota da Seda, o transporte foi onipresente como forma de escoar 
produções e buscar suprimentos.
Seu grande impulso, contudo, deu-se ao longo dos séculos XV e XVI, quando, 
devido à queda de Constantinopla, buscou-se novas rotas marítimas para a Índia, a 
fim de manter o fluxo de especiarias para a Europa. Nesse período – das Grandes 
Navegações – houve o desenvolvimento de novas tecnologias e embarcações, como 
as caravelas, as quais propiciaram a manutenção e fluxo, além de explorar e descobrir 
novas regiões e continentes.
Figura 1 – Caravelas
Fonte: iStock/Getty Images
No século XVIII houve o mercantilismo, cujo ponto máximo foi a Companhia das 
Índias Ocidentais, instituição que dominava o comércio entre a Europa e o Novo 
Mundo. No início do século XIX, o transporte teve um novo impulso durante a 
Revolução Industrial, com o surgimento de máquinas movidas pela força do vapor, o que 
possibilitou o aparecimento dos primeiros barcos com propulsão mecânica, aumentando 
a velocidade, concomitante aos primeiros trens, na Inglaterra de 1825, especificamente 
com a pioneira locomotiva a vapor, essa projetada por Stephenson para o transporte 
de grande quantidade de carga por via terrestre e com destino à produção industrial 
portuária e citadina.
7
UNIDADE 
Modais de transportes
No Brasil, a primeira ferrovia surgiu em 1854, ligando Petrópolis ao Rio de Janeiro, 
construída pelo Barão de Mauá. Até a década de 1930, a malha ferroviária estava 
voltada principalmente ao escoamento da produção agrícola, sendo a partir dessa época 
substituída pelas rodovias. Havia três bitolas – distância entre trilhos – de 1, 1. 435 e 
1,6 metros.
No século XX, o governo do presidente Washington Luiz tinha por lema “governar 
é construir estradas”. É de sua gestão a primeira estrada pavimentada do Brasil: a 
Rio-Santos. Já o governo de Juscelino Kubitscheck, caracterizado pelo processo de 
industrialização do País, reforçou o modelo rodoviário pela instalação da indústria 
automobilística no Brasil.
As ferrovias passaram por um processo de privatização no Brasil de 1996, com 
alvo nas malhas Centro-Leste, Sudeste e Oeste da Rede Ferroviária Federal Sociedade 
Anônima (RFFSA), sendo as novas concessionárias a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), 
MRS Logística e Ferrovia Novoeste, respectivamente. Em 1997, as malhas Sul e Tereza 
Cristina da RFFSA foram privatizadas, sendo as novas concessionárias a Ferrovia Sul-
Atlântica – atualmente América Latina Logística (Delara) – e Ferrovia Teresa Cristina 
(FTC), respectivamente.
Privatizado um trecho da ferrovia estadual do Paraná (Ferroeste), assumido pela 
Ferrovia Paraná (Ferropar), as malhas Nordeste e paulista da RFFSA foram concedidas 
para a Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) e Ferrovia Bandeirantes (Ferroban), 
respectivamente (BRASIL, 2014a).
Há cerca de 2.500 anos, os chineses canalizavam gás de poços rasos e o queimavam 
sob caldeiras para evaporar a água do mar e obter sal. Utilizavam varas de bambu 
com uma profundidade aproximada de mil metros para a extração de gás. Os romanos 
construíram aquedutos na Europa e Oriente Médio para a distribuição de água em suas 
cidades. O primeiro oleoduto de longa distância – com oito quilômetros de comprimento 
e cinco centímetros de diâmetro – foi estendido na Pensilvânia – EUA – em 1872, na 
então nascente indústria do petróleo.
No Brasil, o primeiro oleoduto foi instalado em outubro de 1951 no Estado de São 
Paulo, que interligava o porto de Santos à Capital e tinha a finalidade de transportar 
derivados de petróleo importados até o centro consumidor de São Paulo.
Conceitos
Entende-se, então, transportes como a atividade logística responsável pela 
movimentação de bens entre sua origem e destino. Tal atividade é responsável por:
 · Disponibilizar bens em locais distantes do ponto de produção;
 · Aumentar a extensão dos mercados atendidos por um produtor ou distribuidor;
 · Fazer frente à concorrência, por meio da presença do produto nos pontos 
de venda;
 · Reduzir o custo das mercadorias, transportando o produto da forma mais 
eficiente possível;
8
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 · Promover a integração entre as sociedades pela troca de bens;
 · Garantir o ganho de escala na produção devido ao atendimento de diversos mercados;
 · Diminuir os riscos de monopólios ou oligopólios, pela maior competição.
O cliente tem no transporte sua principal percepção do serviço oferecido pela 
logística, em duas dimensões: pelo tempo decorrido entre a solicitação e o recebimento 
do produto e pelo local onde esse produto é disponibilizado. Portanto, quanto mais 
rápido o cliente é atendido e quanto mais próximo o produto é disponibilizado para o 
consumidor, maior é o valor do serviço logístico.
O transporte é um componente fundamental da gestão logística, representando, em 
média, dois terços dos custos logísticos totais.
Órgãos ligados ao transporte:
• Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), ligada à exploração das 
infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, prestação de serviços, cadastro de dutovias, 
habilitação de operador multimodal e exploração de terminais e vias;
• Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), entidade de administração 
federal indireta, é responsável por regular, supervisionar e fiscalizar as atividades 
de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura 
portuária e aquaviária;
• Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) é uma instituição pública 
nacional, vinculada à Secretaria de Aviação Civil (SAC). Tem a missão de “oferecer 
soluções aeroportuárias inovadoras e sustentáveis, aproximando pessoas e negócios” 
e foco permanente na excelência da prestação de bons serviços a seus clientes. 
Administra e investe em infraestrutura aeroportuária, com obras e melhorias em todos 
os Estados brasileiros; 
• Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) é uma entidade civil 
sem fins lucrativos, de âmbito nacional, cujo fim é promover o desenvolvimento e o 
aprimoramento do transporte ferroviário do País. Atualmentecongrega as empresas 
responsáveis pelo transporte de carga de onze das doze concessões ferroviárias 
existentes desde o processo de desestatização do Governo Federal, ocorrido entre 1996 
e 1999.
3 Modais
Os transportes são classificados em cinco tipos, a saber:
 · Rodoviário;
 · Ferroviário;
 · Aquaviário;
 · Aéreo;
 · Dutoviário.
Detalharemos cada um dos quais, de acordo com suas características e aplicações.
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UNIDADE 
Modais de transportes
Modal Rodoviário
Figura 2 – Modal rodoviário
Fonte: iStock/Getty Images
O modal rodoviário caracteriza-se pelo uso de caminhões para o transporte de 
mercadorias. É indicado principalmente para produtos semiacabados ou acabados, ou 
seja, que já sofreram algum tipo de transformação, tendo um valor agregado de médio 
a alto. Exige a existência de rodovias adequadas, que garantam segurança e pouco 
desgaste dos veículos.
É indicado tanto para cargas fechadas – com um único destino –, quanto para cargas 
fracionadas – pequenas cargas com destinos diferentes (DIAS, 2012). A carga fechada 
é também chamada de TruckLoad (TL) ou Full TruckLoad (FTL), enquanto a carga 
fracionada é igualmente entendida como Less than TruckLoad (LTL) (BALLOU, 2006).
O transporte rodoviário é um dos modais mais utilizados devido às seguintes vantagens 
(DIAS, 2012):
 · Simplicidade no uso e eficiência;
 · Transporte flexível e ágil no acesso às cargas;
 · Possibilidade de integração entre as regiões e o interior dos países, sendo 
adequado para distâncias de até quinhentos quilômetros; 
 · Fácil distribuição urbana, pois os envios de produtos são para pequenas e 
médias distâncias; 
 · Oferecimento de transporte porta a porta, ou seja, ligação direta entre a 
origem e o destino, sem a necessidade de empregar outro meio de transporte 
para completar o trajeto; 
 · Alta frequência de viagens e disponibilidade, não havendo espera significativa 
para a formação de carga, além de alta abrangência geográfica; 
 · Menor manuseio da carga e exigência de embalagem durante a operação, 
10
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já que, muitas vezes, a própria estrutura do veículo faz a proteção da carga.
Como desvantagens, constam as seguintes (DIAS, 2012):
 · Elevado consumo de combustível em relação à quantidade de carga 
transportada; 
 · Limitação quanto às dimensões e pesos de cargas transportadas; 
 · Maior custo operacional se comparado aos demais modais; 
 · Em épocas de safra provoca congestionamentos nas estradas que dão acesso 
aos portos; 
 · Os veículos desgastam prematuramente a infraestrutura da malha rodoviária 
devido ao peso elevado de suas cargas; 
 · Baixa produtividade, devido à dificuldade de se obter carga de retorno. No 
Brasil, por exemplo, há muito fluxo de carga do Sudeste para o Nordeste, mas 
no sentido inverso há pouca carga, fazendo com que os veículos comumente 
voltem vazios, ou contratando uma carga com frete reduzido para cobrir as 
despesas da viagem;
 · Níveis elevados de emissão de poluentes atmosféricos e baixos índices de 
segurança, esses associados a acidentes e roubos.
Os principais tipos de veículos são:
Figura 3 – Furgão: caminhão fechado
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE 
Modais de transportes
Figura 4 – Sider: apresenta abertura lateral, para facilitar acesso à carga
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 5 – Contêiner: caminhão preparado para o transporte de contêineres
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 6 – Cegonha: para o transporte de veículos
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 7 – Silos: para o transporte de cargas líquidas ou gasosas, cujo reboque é deixado no local de uso
Fonte: iStock/Getty Images
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Figura 8 – Canavieiro: para o transporte de cana cortada nas fazendas para as usinas de açúcar e álcool
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 9 – Carga seca: para carga em geral
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 10 – Florestal: para o transporte de toras de madeira
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 11 – Graneleiro: para o transporte de grãos
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE 
Modais de transportes
Figura 12 – Frigorífi co: com estrutura refrigerada, podendo
a unidade de refrigeração ser fi xa ou removível
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 13 – Bi-trem: composto de dois semirreboques
Fonte: iStock/Getty Images
Tais tipos de veículos compõem a maior parte da frota brasileira. Frota essa que, no 
tocante à propriedade, está dividida da seguinte forma:
Figura 14 – Distribuição da frota brasileira
Fonte: ANTT, 2015
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Quanto à idade média dos veículos, está assim distribuída:
Quadro 1 – Idade média da frota (em anos)
Tipo de veículo Autônomo Empresa Cooperativa Total
Total 17,1 9,4 10,7 12,4
Fonte: ANTT (BRASIL, 2015a)
Modal Ferroviário
Figura 15 – Modal ferroviário
Fonte: iStock/Getty Images
É um meio de transporte lento, voltado principalmente a matérias-primas, como 
carvão, minérios, madeira, grãos etc., como mostra a Figura 16:
Figura 16 – Composição dos tipos de cargas transportadas 
por ferrovias (em porcentagens)
Fonte: ANTT (BRASIL, 2013)
As vantagens do modal ferroviário são (DIAS, 2012):
 · Capacidade para grandes volumes de carga; 
 · Adequação para percorrer grandes distâncias – o padrão internacional 
corresponde a distâncias maiores que quinhentos quilômetros; 
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UNIDADE 
Modais de transportes
 · Flexibilidade quanto à forma em que os produtos estão acondicionados, 
ou quanto às seguintes necessidades: granel, paletizado, contêiner, espaço 
refrigerado etc.; 
 · O custo por unidade de peso transportada é considerado baixo, devido ao 
rateio do custo fixo pela grande quantidade de carga.
Enquanto as desvantagens são (DIAS, 2012):
 · Trajeto fixo, sem possibilidade de alterações de rota; 
 · Tempo de viagem irregular, pois depende de vários fatores, como a formação 
de composição, paradas, transferências de bitola etc.;
 · Elevado custo fixo de implantação e manutenção. 
São chamados de material rodante as locomotivas – especificamente material rodante 
motriz – e vagões – esses entendidos como material rodante de carga. Os tipos de 
material rodante são:
Figura 17 – Locomotiva
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 18 – Vagão tanque: para transporte de líquidos
Fonte: iStock/Getty Images
16
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Figura 19 – Vagão hopper: para o transporte de granéis corrosivos e sólidos não expostos ao tempo
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 20 – Gôndola: para o transporte de granéis sólidos e produtos diversos expostos ao tempo
Fonte: iStock/Getty Images
Modal Aquaviário
Figura 21 – Modal aquaviário
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE 
Modais de transportes
Apresenta alta capacidade de carga, tendo, assim, baixo impacto de custo fixo por 
unidade transportada. Esse modal também apresenta um baixo custo ligado a perdas ou 
danos às cargas (DIAS, 2012).
Por sua vez, as desvantagens dizem respeito à necessidade de transbordo nos portos, 
já que não há possibilidade de se fazer a entrega porta a porta; a distância dos centros 
de produção; a maior exigência de embalagens para proteção dos produtos; menor 
flexibilidade nos serviços aliados a frequentes congestionamentos nos portos (DIAS, 2012).
Os produtos transportados pelo modal aquaviário são apresentados na Figura 22:
Figura 22 – Produtos transportados por modal aquaviário (em porcentagens)
Fonte: Antaq (BRASIL, 2015c)
O modal aquaviário pode ser dividido em três categorias quanto ao meio utilizado:
 · Fluvial: referente à navegação por rios;
 · Marítimo: aquele realizado por mares e oceanos;
 · Lacustre: transporte aquaviário operado em lagos.
Outra classificação, agora por categoria de navegação, é:
 · Cabotagem: realizada entre portos ou pontos do território brasileiro, 
utilizando a via marítima ou entre essa e as vias navegáveis interiores;
 ·Interior: realizada em hidrovias interiores ou lagos, em percurso nacional ou 
internacional;
 · De longo curso: realizada entre portos brasileiros e estrangeiros.
Há diversos modos de embarcações, de acordo com o tipo de carga ou forma de 
unitização, a saber:
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Figura 23 – Porta-contêiner: exclusivo para o transporte de contêineres, 
os quais são alocados por meio de encaixes perfeitos
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 24 – Cargueiro: com porões divididos, a fim de atender a diversos tipos de cargas
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 25 – Tanque: para o transporte de granéis líquidos
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE 
Modais de transportes
Figura 26 – Graneleiro: para o transporte de granéis sólidos
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 27 – Roll On/Roll Off (RO-RO): para o transporte de veículos, esses embarcados e desembarcados por 
rampas. Indicado também para o transporte de carretas ou contêineres sobre rodas, os quais chamados boogies
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 28 – Chata com rebocador: para o transporte de grãos, principalmente
Fonte: iStock/Getty Images
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Modal Aéreo
Figura 29 – Modal aéreo
Fonte: iStock/Getty Images
Possui um elevado valor de frete, sendo mais indicado para produtos de alto 
valor agregado.
Segundo Dias (2012), as vantagens deste modal são:
 · Rapidez no percurso, mas não se pode esquecer de incluir período de coleta 
e de manuseio terrestre no tempo total de transporte; 
 · Pequena variabilidade do tempo de transporte aéreo, aumentando a 
confiabilidade. 
Como desvantagens (DIAS, 2012):
 · Restrição do tamanho dos volumes de carga devido às dimensões físicas do 
espaço interno da aeronave; 
 · Alto custo operacional;
 · Necessidade de outros modais de transporte para interligar o expedidor ao 
destinatário;
 · Ainda que atenda destinos locais e internacionais, demanda sofisticada 
estrutura para pousos, decolagens e voos.
21
UNIDADE 
Modais de transportes
Modal Dutoviário
Figura 30 – Modal dutoviário
Fonte: iStock/Getty Images
Da mesma forma que o modal ferroviário, este também apresenta um trajeto fixo. Utiliza 
tanto a força da gravidade – desnível entre a alimentação e o destino –, quanto a pressão 
mecânica – compressores e bombas –, através de dutos para o transporte de granéis.
É um modal de transporte não poluente, não sujeito a congestionamentos e 
relativamente barato por unidade de carga transportada. Construído com materiais 
resistentes, tem vida útil longa, necessitando de pouca manutenção. Todavia, é um modal 
lento (DIAS, 2012), além de um sistema dedicado a um tipo específico de produto, não 
havendo flexibilidade quanto a mudanças.
Pode ser especificado como:
 · Oleoduto, cujos produtos transportados são, em sua grande maioria, petróleo, 
óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), 
querosene e nafta, entre outros;
 · Mineroduto, cujos produtos transportados são sal-gema, minério de ferro e 
concentrado fosfático;
 · Gasoduto, com transporte de gás natural;
 · Outros, que transportam produtos diversos, como água e grãos.
Da mesma forma que o modal aquaviário, aqui há baixo custo associado a perdas 
e danos.
22
23
Comparativo Entre os Modais
Tendo em vista os conceitos e características dos modais apresentados, pode-se 
perceber que, devido aos custos de transportes e valor das cargas, há um direcionamento 
para a utilização de um determinado modal, conforme o valor da carga, tal qual é 
apresentado na Figura 31:
Figura 31 – gráfico valor versus volume transportado
Perceba que produtos que apresentam baixo volume e alto valor são mais adequados 
ao modal aéreo, enquanto na outra extremidade vemos produtos de alto volume 
transportado e baixo valor, esses mais adequados ao sistema dutoviário. Nota-se também 
que há combinações de volume transportado e valor da carga, em que podemos escolher 
entre dois modais de transportes. Significa que nesses pontos o uso de um dos dois 
modais é indiferente.
Quanto à capacidade de carga, o Quadro 2 mostra um comparativo entre os modais 
aquaviário, ferroviário e rodoviário. Note que um único comboio composto de quatro 
chatas possui uma capacidade para a qual seriam necessários muitos vagões ou muitas 
carretas para um transporte equivalente:
Quadro 2 – Comparativo entre capacidades de carga
Modais Aquaviário Ferroviário Rodoviário
Capacidade de carga
1 comboio duplo tietê 
(4 chatas e empurrador) 
6.000t
2,9 comboios hopper 
(86 vagões de 70t)
172 carretas de 35t 
bi-trens graneleiras 
Comprimento total 150m 1,7km 3,5km (26km em movimento)
Fonte: Dias (2012)
Ballou (2006) estabelece seis variáveis para a escolha do modal de transporte, a saber: 
tarifa do frete; confiabilidade; tempo em trânsito; perdas, danos, processamento de 
reclamações e rastreabilidade; considerações de mercado do embarcador; considerações 
sobre os transportadores.
23
UNIDADE 
Modais de transportes
Perfil do Transporte Brasileiro
O transporte brasileiro é composto pelos cinco modais apresentados. A participação 
de cada modal é medida pela quantidade de carga em toneladas transportada por 
quilômetro útil (tku). Já a distribuição é sistematiza na Figura 32:
Figura 32 – Participação dos modais de transportes (em porcentagens por tku)
Fonte: Confederação Nacional do Transporte, 2015
Veja a predominância do transporte rodoviário sobre os demais, com uma participação 
de 61,1%. Os modais ferroviário e aquaviário apresentam participação menor, com 
20,7% e 13,6%, respectivamente.
Como apresentado, o modal rodoviário é interessante em distâncias de até 
quinhentos quilômetros e o ferroviário a partir daí. Em um país continental como o 
nosso, deveria haver maior equilíbrio entre esses dois modais, o que não acontece. 
No Brasil há cargas sendo transportadas via modal rodoviário por distâncias de dois a 
três mil quilômetros, o que contraria a recomendação internacional. Essa condição é 
chamada de desbalanceamento da matriz de transportes.
Em comparação a outros Estados, o Brasil apresenta uma matriz típica de países 
de pequena extensão territorial. Nações de grande extensão, como Estados Unidos, 
China, Rússia e Canadá, apresentam uma distribuição mais equilibrada entre os modais 
rodoviário, ferroviário e aquaviário, conforme se vê na Figura 33:
90
80
70
60
50
40
30
20
10
China
Rússia
Canadá
EUA
0
10 20 30 40
% Ferroviário
Tonelada X Quilômetro útil
%
 R
od
ov
iá
rio
50 60 70 80
Hungria
Alemanha
Bélgica
Dinamarca
França
Brasil
Figura 33 – Participação dos modais em nível internacional
Fonte: Ministério dos Transportes, 2014
24
25
A malha rodoviária brasileira tem uma extensão de 1,7 milhão de quilômetros de 
estradas, sendo que 221.820km (12,9%) estão pavimentados e 1.363.740km (79,5%) 
não estão (BRASIL, 2014b).
Por sua vez, a malha ferroviária brasileira possui uma extensão de 28.978km, 
distribuída entre as concessionárias conforme visto no Quadro 3:
Quadro 3 – Extensão das malhas concessionadas
Concessionária Total de linhas (em quilômetros)
América Latina Logística Malha Sul S.A. 7.224
Transnordestina Logística S.A. 4.278
Estrada de Ferro Carajás 997
Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. 249
Estrada de Ferro Vitória a Minas 888
Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 7.858
América Latina Logística Malha Norte S.A. 736
Ferrovia Norte Sul 723
América Latina Logística Malha Oeste S.A. 1.954
Ferrovia Tereza Cristina S.A. 164
América Latina Logística Malha Paulista S.A. 2.107
MRS Logística S.A. 1.800
Total 28.978
Fonte: ANTT (BRASIL, 2013)
Por exemplo, em comparação com os Estados Unidos, que possui uma extensão 
territorial semelhante à brasileira, temos uma malha pequena frente os 194.731km da 
malhanorte-americana.
Quanto ao modal aquaviário, o Brasil possui uma faixa costeira de 8.698km de 
extensão e mais de 25.000km de rios navegáveis (BRASIL, 2014c).
A infraestrutura aquaviária brasileira é composta de:
Quadro 4 – Infraestrutura aquaviária brasileira
Tipo de infraestrutura Quantidade
Porto marítimo público 35
Porto fluvial público 65
Terminais marítimos de uso privado 99
Terminais fluviais de uso privado 29
Estações de transbordo de carga 6
Fonte: Antaq (BRASIL, 2015c)
Como exposto, o Brasil possui uma extensão significativa de vias fluviais. De 
acordo com a Antaq (BRASIL, 2014c), as principais hidrovias do país são: Amazônica 
(17.651km), Tocantins-Araguaia (1.360km), Paraná-Tietê (1.359km), Paraguai 
(591km), São Francisco (576km), Sul (500km). Todavia, muito ainda deve ser realizado 
para melhorar a utilização desse modal.
25
UNIDADE 
Modais de transportes
A infraestrutura aérea brasileira também apresenta alguns problemas.
Há 66 aeroportos no Brasil, sendo que os de maior movimentação de carga são: 
Guarulhos (30,4%), Viracopos (23,7%), Manaus (14,3%) e Galeão (8,4%) (INFRAERO, 
2013). Perceba a concentração de movimento de cargas nos aeroportos da região 
Sudeste, sendo que os aeroportos de Guarulhos e Viracopos respondem por 54,1% de 
toda a carga aérea brasileira.
Para que um país cresça, é necessário ter uma infraestrutura adequada, ou seja, que dê 
vazão aos fluxos. O Brasil tem investido pouco nessa área. Assim e na sua opinião, como 
isto pode comprometer o crescimento econômico dos próximos anos? 
Considerações Finais
Nesta Unidade estudamos os modais e a infraestrutura brasileira de transportes. 
Vimos que há um desbalanceamento na matriz de transportes, com mais de 60% da 
carga sendo transportada pelo modal rodoviário, com isto, causando um custo elevado 
de transportes.
26
27
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Política de transportes
BRASIL. Ministério Dos Transportes,
https://goo.gl/N61a36
 Livros
Logística, transporte e infraestrutura
DIAS, M. A. Logística, transporte e infraestrutura. São Paulo: Atlas. 2012.
 Vídeos
Ferrovia Transnordestina - Logística
https://goo.gl/il9mLS
IBGE divulga mapa da logística dos transportes no Brasil
https://goo.gl/KvjJ95
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UNIDADE 
Modais de transportes
Referências
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