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Teoria das Relações Internacionais I (resumo prova)

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Resumo Teoria das RI I
Aula 1 – “A guerra e a possibilidade de mudança” (Angell – pensamento liberal)
Relações internacionais – os fatos/fenômenos da política internacional que são estudados – eles são prévios a formulação do campo; Relações Internacionais – campo de estudo – Começou a ser constituído na segunda metade do séc. XX – seus primórdios foram as ideias sobre a política internacional durante o período entre guerras.
Dec. 20 – estudo da política internacional do sec. XIX para entender a guerra de 1914; fatos importantes para isso: a crença na Paz Britânica (potências europeias em harmonia sem conflito); independência das Américas que fez com que os países europeus mudassem a disputa colonial para a África (Conferência de Berlim); 2° Revolução Industrial causou impacto no armamento militar – a junção desses elementos causou a corrida armamentista no fim desse século. As potências esperavam um conflito rápido, porém, por causa do desenvolvimento tecnológico dos armamentos houve uma mudança no conflito armado (mais longo e com maior destruição) – os horrores da 1°GM causaram grande impacto na mentalidade europeia que acreditava ser uma sociedade evoluída, longe de tanta carnificina.
No pré primeira guerra, começou a se pensar em política internacional de uma forma mais estruturada – um dos precursores disso foi Norman Angell.
Angell via as medidas tomadas pelos governos no fim do séc. XIX e início do séc. XX com receio – tentava influenciar o governo inglês para tomar medidas menos belicosas, mais sensatas e pacíficas.
Anteriormente, acreditava-se que os motivos para os Estados entrarem em guerra era o conflito de interesses – buscavam mais territórios para obter recursos e controle em busca de maior riqueza – Angell discorda disso pois com o desenvolvimento da economia, capital e tecnologia, a riqueza não era mais gerada por território no fim do séc. XIX, no atual estágio da economia mundial, território não tem valor. A grande ilusão para Angell é a crença em que a guerra traz riqueza pois traz conquista territorial – ele escreve o livro para influenciar a opinião pública inglesa ir contra a guerra.
Para ele, com base na teoria liberal, riqueza vem da indústria e do comércio. O processo industrial (transformação de matéria prima em produto) gera mais riqueza que os recursos (território), e nessa época os recursos eram retirados das colônias africanas – como território não gera riqueza, não existe mais sentido/razão em querer conquistar. Comércio gera riqueza pois direciona a produção e uso dos recursos para o setor em que tem mais experiência, fazendo com que sua produção renda mais (maior aproveitamento que gera maior riqueza) – especialização.
A especialização faz com que os países precisem comprar de outros países, isso gera o comércio internacional (só é possível que essa especialização, que leva maior riqueza, aconteça se existir comércio) – ex.: Vinho e Tecido em Portugal e Inglaterra
Caso ocorra um conflito, a economia dos países é abalada pois o comércio e a indústria interligam os Estados – a ideia liberal é que o comércio gera paz porque aproxima os Estados.
Depois da 1°GM essa ideia liberal (guerra não traz riqueza) foi provada correta – a corrente ganha força no estudo das relações internacionais, acreditava-se que não haveriam mais guerras.
Angell diz que o armamento para a defesa, que acontecia na época, vinha da espera de um ataque, e isso partia do pressuposto que o conflito gera valor mesmo os países defendendo a ideia liberal (a política adotada entregava a real posição dos Estados).
Concepção dos fatos é relevante – no período a ideia da guerra como meio de resolver disputas ainda estava muito presente. A posição de “não queremos guerra, mas estamos prontos para ela” é bélica e acelera o processo – dilema de segurança –, o desarmamento das potências seria o ideal, mas não é possível se ocorrer unilateralmente, não se chega a paz com o desarmamento.
Angell defendia que a paz seria atingida pela educação – para ensinarem as pessoas a pensarem racionalmente, teria que haver uma mudança na mentalidade europeia que ainda era muito bélica (crença nos benefícios da guerra) – evolução do pensamento humano –, educar a opinião pública para criar governos educados (é uma percepção ingênua e idealista).
O argumento de Angell é liberal, econômico, normativo e propõe um projeto político (como deve ser a ação dos Estados) – dá uma razão econômica para a obsolescência da guerra (é irracional e inútil), teor comercial; esse argumento não conseguiu conter a 1°GM e só faz sentido no aspecto econômico pois não leva em consideração os demais (ex.: nacionalismo).
Aula 2 – “A justificativa moral da guerra” (Woodrow Wilson – liberal)
Woodrow Wilson: presidente EUA 1913-1921, trabalhava com direito internacional; era liberal, defendia a autodeterminação dos povos e fazia parte do movimento progressista – reação ao desenvolvimento dos EUA pós-guerra de secessão (período de expansão econômica – formação de grandes grupos econômicos e capitalismo agressivo, movimento esse que agia pela derrubada de cartéis econômicos, medidas de direitos trabalhistas e intervenção do Estado na economia (regulamentar as ações dos grandes grupos econômicos).
Início da 1°GM: Wilson defendia uma política de não intervenção. Segue a Regra de Ouro da política internacional americana proposta por Washington em seu discurso de despedida – manter relações comerciais/econômicas com todas as nações e relações políticas com nenhuma.
Os EUA ainda era muito frágil para interferir na política internacional, então deveria se manter afastado até que o país fosse forte o suficiente para participar das discussões políticas internacionais. Com intenção de projetar o EUA como grande potência, começam políticas expansionistas na América Central antes da primeira guerra.
1917: aconteceram uma série de fatores que propiciaram a entrada dos EUA na guerra; questão financeira: empresários americanos viram a guerra como uma grande oportunidade de lucro, vendiam armamentos para os países europeus mas não recebiam, então os bancos americanos financiaram as compras europeias para movimentar a economia. Com a saída da Rússia da guerra, as chances da Alemanha vencer o conflito aumentaram, e se isso ocorresse, os bancos americanos não seriam pagos – pressão dos banqueiros no governo para entrar no conflito; telegrama Zimmermann: estratégia alemã para manter os EUA fora da guerra incentivando conflito na América – apoio alemão ao México em uma invasão aos EUA – mensagem foi interceptada pelos ingleses que gerou um dilema se devia ser divulgada ou não (não podia virar pública); guerra submarina: alemães desenvolveram o submarino para combater a superioridade naval britânica, queriam cortar o abastecimento da ilha mas acabaram atingindo embarcações americanas, então concordam em parar. Em 1917 retomam a guerra submarina – afronta ao direito internacional; Wilson usa como estopim para declarar a guerra.
O liberalismo de Wilson justifica a intervenção americana na guerra (ideias/argumentos para sustentar a participação americana - quebra da Regra de Ouro) e o seu projeto de como as relações internacionais seriam depois da guerra (nova ordem mundial pacífica). Justificativa de tornar o mundo seguro para as democracias e acabar com o antigo jeito de fazer política.
Wilson faz uma teoria liberal com teor político acentuado: traz a questão de quem representa os interesses do país (militares, assembleia, população civil) – o problema está na representação da população. Divide em dois tipos de política: o antigo, conquista de ganhos/interesses próprios (liderança autoritária/militar); o novo, liderança representa a sociedade que quer a paz (parte da premissa de que o povo é pacífico) – esse é o ponto de partida para o argumento liberal de Wilson. 
Solução de Wilson para o conflito internacional é transformar todos os países em repúblicas/democracias: se baseia na Paz Perpétua de Kant, federaçãode repúblicas (paz entre elas pelas demandas da opinião pública que é pacífica); quer uma estrutura de governo que reflete o interesse do povo (opinião pública pacífica). Essa solução é uma premissa (argumento intelectual) – não condiz com a realidade da época (população queria guerra).
Proposta de Wilson é reestruturar a política europeia, fundamentada nesses argumentos – nova ordem internacional: Liga das Nações era um projeto político para a defesa e manutenção dessa ordem internacional. Quando esses governos que primam pela opinião pública se juntam em uma ordem internacional que prima os 14 pontos e que é mantida por uma organização internacional:
14 Pontos de Wilson
Diplomacia pública com acordos abertos para a população
Livre navegação dos mares – um bem público com acesso garantido a todos
Livre Comércio
Desarmamento – governos determinados pelos povos com nível mínimo de segurança
Princípio de autodeterminação dos povos – colônias serão ouvidas
+ 13. Propostas de armistício para resolução territorial após a guerra
Criação de uma organização política internacional para garantir a independência política integridade territorial dos Estados – sociedade de nações que defende os demais pontos
Projeto político de Wilson falhou pois os países querem reparações de guerras, ter quem culpar, manter colônias – único ponto que foi posto em prática foi a Liga das Nações; políticos americanos não viam utilidade em fazer parte da Liga das Nações, sentiam uma ameaça a sua soberania. Wilson acreditava que a Liga conseguiria resolver as questões da política internacional mesmo sem a existência dos demais pontos propostos, que serviam de base para a nova ordem internacional.
Aula 3 – “A política internacional como ciência” (Carr – abordagem realista)
Corrente Realista: começa a se desenvolver no período entre guerras, durante a ascensão do liberalismo – crítica ao liberalismo (questiona a opinião pública).
Demonstrou como duas concepções contrárias sobre o progresso histórico se manifestaram no pensamento e prática internacional (idealismo e realismo). Vê como um problema a visão da política internacional: ingênua. Discute o projeto das RI como ciência. 
Toda ciência nasce de um desejo humano – RI nasceram pelo desejo da paz internacional (acabar com a guerra) – estudo dos governos e da política; os objetos de estudo das ciências humanas (os fenômenos sociais) são afetados pelos agentes e pesquisadores.
Discussão do início da ciência política internacional. Antes da primeira guerra, política internacional não era considerada preocupação dos partidos políticos, já que a guerra era vista como negócio militar e política internacional negócio de diplomatas; aumento da conscientização popular dos problemas internacional depois da primeira guerra, demanda pela popularização da política internacional (primeiro sintoma questão dos tratados secretos – indiferença da população).
Ciência política internacional surgiu como resposta a uma demanda popular – quer servir um objetivo, já que o impulso é o objetivo para depois a análise. O objetivo é condição para o pensamento. Nas ciências políticas não existem fatos que são independentes do pensamento.
Ciência política não é apenas uma ciência do que é, mas do que deveria ser. Agentes afetam o fenômeno estudado, objeto diferente do das ciências naturais
Papel da utopia: objetivo precede e condiciona o pensamento. Tem o papel de ser a força motriz, desejo vem dela. Utopia é o movimento revolucionário – construção de uma sociedade diferente
Utopia X ideologia: os dois conceitos cegam o sujeito – impede o diálogo/questionamento do processo
Força da ideologia se dá pela crença em que ela está correta
•	Estagio utópico das ciências políticas – pouca atenção aos fatos e analise; foco nos objetivos que querem alcançar – visão da teoria liberal das ri na época
•	Sem a análise dos fatos o projeto cai – se dá a passagem do estágio infantil da ciência
o	Exemplo da alquimia; começo da ciência política e economia; socialistas utópicos – presumi o fim absoluto
o	Produto não da análise, mas da inspiração – isso não funciona
•	O desejo tendo vista um fim é o ponto de partida do pensamento humano – toda ciência se inicia assim (desejo prevalece o pensamento) – atenção no fim a ser alcançado
o	Analise dos meios é esquecida
•	Da ciência política internacional o desejo que move sua fase inicial (utópica) é a paz e o fim da guerra (evitar) – começou a se desenvolver depois da primeira guerra
o	Exemplo do Wilson com o funcionamento da liga das nações – tende funcionar sem explicar como
•	Pensamento político internacional de 1919-1939 tem que ser criticado – irresponsabilidade dos esquemas utópicos
•	1931 – Aspiração como base da política internacional não vai funcionar, possibilitou o início de uma análise crítica e analítica dos problemas internacionais
O impacto do realismo
•	Estágio inicial de desejo do lugar a um estágio de analise – ciência política nunca irá se emancipar totalmente da utopia
o	Se todos desejassem a paz, atingi-la se tornaria mais fácil
o	Nenhuma utopia política atingira sucesso a não ser que se origine da realidade política – então precisa de uma análise da realidade
•	Impacto do raciocínio no desejo – fim do período utópico
•	Realismo – aspecto crítico; pensamento se dá na aceitação dos fatos, causas e consequências
o	Depreciar o papel do objetivo – estuda os eventos que não podem ser influenciados e alterados
o	Aceitar o poder e caráter das forças e tendências existentes
•	Utopia e realidade são ambos presentes na ciência política – combinados, eles não podem ser absolutos (realista – não há mudança; utópico – sonhador)
o	A relação entre as duas é pendular – é necessário encontrar um meio termo de equilíbrio 
Utopia e realidade
•	Antítese fundamental - opostas
o	Ignorar o que foi e o que é X deduzir o que deveria ser a partir do que foi e é
o	Adaptar o mundo a suas políticas X adaptar suas políticas ao mundo
•	Todo pensamento precisa atingir um equilíbrio entre a utopia e a realidade, e entre as antíteses representadas por ambas
•	Ciência política internacional viveu uma fase de utopia e agora precisa de uma fase de realismo
UTOPIA	REALIDADE
Livre arbítrio
•	Voluntarista; acredita na sua força de vontade de mudar a realidade para o que acredita; criatividade; olha o desejo
•	Se priva da possibilidade de entender a realidade que quer transformar – ingenuidade
•	É revolucionário	Determinismo
•	Predeterminado; não consegue modificar o curso de acontecimentos que analisa – prevê o que vai acontecer pelo estudo; termos de causalidade
•	Se priva da possibilidade de mudar a realidade – esterilidade
•	Realidade é o reflexo de uma determinada distribuição de recursos – é possível prever os resultados
Teoria
•	Prática política tem que se ajustar a teoria
•	Objetivo único fato relevante; fatos são apenas aspirações	Prática
•	Teoria política como uma codificação da prática
•	Objetivo apenas como produto mecânico dos fatos
•	Mais preocupado com as ações do que com as explicações – maior capacidade de sustentar ideias
Intelectual
•	Teórico 	Burocrata
•	Segue regras/normas; ações pré-estipuladas – sem flexibilidade
•	Abordagem empírica
Esquerda/radical
•	Desprovida de experiencia prática – dificuldade em passar da teoria para a realidade
•	Ideias de mudança e renovação
	Direita/conservador
•	Fraca em teoria e inacessível a ideias
Ética
•	Traz um elemento externo a política e que que ela se adapte a ele – ética
•	É um padrão externo que deve nortear as ações políticas	Política 
•	Ética faz parte da política – interpretada em termos políticos
•	Vê a política como ela é – conflituosa
•	Arte de lidar com o conflito de interesses
Aula 4 – “O idealismo e o realismo na ciência política” (Carr)
Pano de fundo utópico nasce de uma crença liberal do “bem maior para o maior número” – razão humana (opinião pública) – a escolha do indivíduo sempre será benéfica para ele. Na vida sociala sociedade deve buscar o que é melhor para o maior número de indivíduos – (primazia da opinião pública) –, tal lógica tem problemas: Mills – opinião pública sempre levará para o conflito. Conforme as sociedades viram sociedades de massa, essa lógica se desfaz porque a opinião pública não é mais consensual.
A doutrina da opinião pública é transplantada para os EUA, onde as condições sociais eram diferentes da do cenário europeu – sem passado feudal/monárquico para frear o pensamento liberal (crença liberal se torna mais fundamentalista); ideal liberal se implanta de uma maneira horizontal, disseminada e sem oposição (vira universalista); prosperidade econômica benéfica ao pensamento liberal.
Após ganhar a 1°GM, os EUA viram a grande potência influente e o pensamento liberal americano apareceu com força nas negociações do pós guerra (fatores ideológicos) – a nova ordem mundial se baseou no primado da opinião pública.
Segundo Carr, o racionalismo de que a opinião pública quer a paz porque isso foi dito nos acordos não significa que está correto – o legalismo não se reproduz na prática; Liga das Nações não funcionou exatamente por isso, se torna uma instituição fraca, sem respaldo que não condiz com a realidade da política internacional – é uma abstração; Morgenthau chama os utópicos de moralistas/legalistas por causa do sentido jurídico (opinião pública nos tratados).
Carr quer desconstruir esse pensamento liberal: diz que existe uma falha no diagnóstico dos problemas da visão liberal – acreditam que o sistema funciona e tem algumas falhas pontuais, quando na verdade o problema é estrutural; o lado econômico da harmonia de interesses é a lógica da mão invisível – só funciona em sociedades de pequenos mercados.
Com a Rev. Industrial, a maior busca pelo capital e maior especialização, a economia muda e essa lógica funciona menos – os termos econômicos da harmonia de interesses deixa de existir mas a ideia persiste – A harmonia de interesses no cenário internacional para os liberais é a ideia de que o livre comércio beneficia todos e traz o interesse mútuo pela paz
Carr diz que a instauração da paz após um conflito não é neutra – carrega certa distribuição de poderes Quem vende faz a paz (reflete o estado das coisas depois do conflito); a ausência de conflito sustenta o status quo ditado pelos vencedores Quem sustenta a paz são ou hipócritas ou ingênuos – perdedores não gostam do atual estado das coisas (motivo para novo conflito); vencedores querem manter o estado das coisas porque os beneficia
Princípios do Realismo Político - são apresentados os fundamentos da teoria (metateoria)
1)	A realidade está organizada numa relação de causa e efeito
a)	Há uma ordem para o acontecimento das coisas – não é por acaso
b)	Política passa a ser um estudo histórico científico – estudo da história demonstra as relações de causa e efeito
2)	O realista acredita que através do estudo da realidade se constitui as teorias
a)	Prática procede a teoria – explica o que já existe
3)	Não existe uma linha ética independente 
a)	Não existe uma ética universal (crítica ao internacionalismo)– é relativa e regida pelo interesse pessoal
b)	Não existe ética fora da política – ética em função da política, não política em função da ética
•	Limites do realismo
o	É determinista e não tem um objetivo finito – reage ao estado das coisas e não tem aspiração
o	Falta um apelo emocional – para a ação política conseguir mobilizar a opinião pública
Aula 5 – “Uma teoria realista da política internacional” (Morgenthau)
Morgenthau era um imigrante alemão que fugiu para os EUA durante a ascensão do nazismo; nessa época o governo e fundações financiavam o estudo da política internacional pois precisavam ter esse conhecimento já que o país se tornou uma grande potência.
Com seu livro “Política entre as Nações”, Morgenthau traz a visão política europeia para a tradição norte americana – ele quer influenciar a política externa americana no momento de início da guerra fria
6 princípios do realismo
Leis objetivas fundamentadas na natureza humana que regem a sociedade
a)	Critérios objetivos, independentes do indivíduo
b)	É previsível – permite estudar a sociedade
c)	Transfere o comportamento humano para o dos Estados
d)	É necessário entender as leis que governam a sociedade
e)	Teoria racional que reflete essas leis que deve verificar os faros e a dar a eles um sentido pelo uso da razão 
Interesses definidos em termos de poder 
a)	Interesses dos Estados e suas ações são regidas pela quantidade de poder que ele possui - racionalização das ações é definida pela quantidade de poder
b)	Traz uma ordem racional no campo da política possibilitando o seu entendimento teórico
c)	Poder é a única variável a ser observada – política independe das demais esferas (moral, religiosa, emocional, jurídica) – separação das esferas, política é uma esfera autônoma
Poder é universalmente válido, mas não é fixo
a)	Maneira de possuir poder e exerce-lo muda – diferentes tipos de poder
b)	Tipo de interesse e poder depende do contexto político, cultural e histórico
c)	Poder engloba todos os relacionamentos sociais que visam atingir o objetivo
Relação entre moral e política
a)	A política entende a existência de implicações morais mas elas não fazem parte da política – moral não é da esfera da política; decisões políticas não podem ser tomadas com base na moral (não deve ser a principal razão de um ato político)
b)	Reconhece o impacto da moral, mas não pode ser regida por ela
c)	A ética política julga uma ação tendo em vista as suas consequências políticas
Denuncia da ideia de que a moral de uma nação pode ser aplicada a todas
a)	A ação de um país deve promover o interesse nacional – contra a lógica universal
Política como esfera independente e autônoma 
a)	O poder vale na política internacional
b)	Pensamento deve ser ditado pela política
c)	Tradução da realpolitik alemã para os princípios liberais americanos 
•	A política internacional abarca mais que a história recente e fatos correntes e não pode ser reduzida a regras e instituições legais
•	As complexidades dos assuntos internacionais tornam impossível quaisquer previsões simples – ambiguidade dos fatos da política internacional 
Aula 6 – Morgenthau e as RI’s
Desenvolvimento de uma teoria não acontece no vácuo – não é um ambiente neutro
A teoria realista se desenvolve como um projeto político para a afirmação do poder do Estado no âmbito internacional
O realismo político surgiu como um projeto político para a política externa americana – fazer os EUA intervirem no campo internacional
Tenta traduzir a tradição geopolítica europeia (realpolitik, razão de estado) para a tradição liberal americana (moralista/legalista) – Transformar a política internacional em política de poder.
A política internacional e seus interesses são definidos em termos de poder que varia dependendo do contexto e da relação entre os atores (Estados)
A política internacional é derivada da natureza humanam, portanto, o comportamento dos Estados se assemelha ao comportamento humano
•	Os Estados podem se comportar de 3 maneiras diferentes dependendo de seus interesses:
•	Política de Status Quo – manutenção do poder
o	Manter um estado de coisas que se instaurou geralmente após um conflito
o	O Estado deseja manter seu poder em relação aos seus pares, portanto, visa conter a ação de Estados que queiram mudar a distribuição de poder no sistema
o	O Sistema Internacional é um sistema fechado de soma 0, ou seja, os recursos de poder distribuídos são limitados, se alguém ganha poder outro perde poder (pode ser literalmente – ganho de territórios; ou em relação ao outro – desenvolvimento de armar nucleares)
o	Adotas uma política de status quo não significa que o poder do Estado não aumenta – ele aumenta em reação ao aumento de poder dos demais Estados visando manter a distribuição de poder relativamente estável
o	Essa política não é necessariamente pacífica pois acompanha oaumento de poder de outros Estados. Ex.: período entre guerras
•	Política Imperialista – aumento do poder
o	Adquirir recursos mais rápido que os demais (crescimento acelerado) ou tomar o lugar de um Estado no SI
o	A estratégia para conseguir mais poder é a mesma, porém o conteúdo do poder muda com o tempo (antes conquista territorial, hoje desenvolvimento econômico)
o	Pode ser uma política justificável. Ex.: crescimento da China para suprir a grande população
o	Para Morgenthau, o imperialismo é a ação política dos Estados visando o aumento do poder que irá alterar a distribuição do poder no sistema – não é necessariamente uma ação econômica como acreditam outros autores
o	O grande crescimento rápido de um Estado com políticas imperialistas pode fazer com que os demais se sintam ameaçados e tentem reagir/conter individualmente ou em grupo esse Estado visando a manutenção do equilíbrio de poder
o	Esse tipo de política também pode gerar um Dilema de Segurança – o crescimento autônomo de um Estado (aumento de poder por medidas internas como mais armamento) altera a distribuição de poder no sistema e isso pode despertar insegurança em outros Estados que se encontravam no mesmo nível de poder que aquele fazendo com que queiram aumentar o seu poder também por estarem receosos
•	Política de Prestígio – demonstração do poder
o	Demonstra o poder que o Estado possuí para influenciar sua reputação e respeito no SI
o	Morgenthau usa uma percepção material de poder e não a percepção que os demais Estados têm sobre sua quantidade de poder
o	Para Morgenthau, os Estados só devem demonstrar o poder que realmente possuem 
o	Essa política pode ser usada como forma de garantia, de defesa, etc
o	Ela não altera a distribuição de poder. Ex.: corrida espacial na Guerra Fria
•	Essas políticas se forem usadas de forma imprudente gera um risco para o Estado
•	Depende do contexto se uma política é de manutenção ou de aumento
•	Equilíbrio de Poder
o	Pode ser um tipo de configuração específico da distribuição de poder no qual os atores têm níveis semelhantes de poder (distribuição equivalente de recursos) – é a descrição do estado do sistema
o	Pode ser uma política de equilíbrio
•	O equilíbrio de poder garante a soberania de Estados menores/fracos, pois na presença de dois Estados mais fortes com tamanho relativo nenhum deles deixará o outro tomar o domínio do menor – não é o direito internacional que garante a soberania dos Estados
•	A possibilidade de conflito aumenta se houver um desequilíbrio de poder
o	Isso é um dos argumentos dos autores realistas para a intervenção americana na política internacional no século XX – aumento da política externa dos EUA
•	Na política doméstica, o equilíbrio de poder está na divisão de poderes (executivo, legislativo, jurídico) 
•	Morgenthau ao fazer uma releitura da política externa americana a divide em 3 momentos
o	1° - os pais fundadores tinham uma política externa realista que refletia a Razão de Estado – a retórica e a política eram realistas
o	2° - mudança na retórica, virou legalista/moralista, mas a prática política ainda era realista (doutrina moonroe, destino manifesto – intervenção e expansão na américa espanhola)
o	3° no sec. XX a política também mudou, retórica legalista/moralista querendo implementar políticas legalistas/moralistas (realista) para conseguir defender os interesses nacionais
•	A teoria realista leva a intervenção americana na política internacional, mas não impõem um limite para a sua ação
o	Sai do controle por causa de influência exacerbada de ideologias
o	Vira uma relação maniqueísta pois a tradição americana trabalha com conceitos totais
o	Houve uma distorção dos ideais realistas – a política externa americana se tornou mais ativa, mas não foi como os teóricos realistas queriam

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