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RESUMO 1 - TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

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Teorias das Relações Internacionais 
O QUE É UMA TEORIA? 
A palavra teoria vem do grego theoros, que significa espectador ou testemunho. A teoria fornece uma espécie 
de mapa do caminho a compreender quais a disciplina se propõe abarcar. Fornece um marco para o estudo dos 
fenômenos, baseado em conceitos e pressupostos. Uma teoria não é capaz de explicar a totalidade. 
Podem ser compreendidas como lentes as análises do objeto estudado. Assim, diferentes interpretações sobre 
um problema podem ser realizadas. Também, evoluem com o tempo e sofrem reedições de acordo com as 
novas temáticas. 
Existe diferença entre história e teoria social. Enquanto a primeira busca explicar cada conjunto de eventos em 
seus próprios termos, a teoria social busca explicações e compreensões mais gerais e aplicáveis a diversos casos. 
1. Debate teórico nas relações internacionais 
Antigamente, os assuntos que extrapolavam as fronteiras nacionais – em especial a guerra e a paz – eram 
abordados somente por diplomatas e militares, distantes do resto da população. 
Embora as temáticas da guerra e da paz no âmbito internacional sejam bem antigas, podendo ser remontadas 
à Grécia Antiga, o assunto só foi uma disciplina em 1919, quando foi criado o primeiro Departamento de 
Relações Internacionais, na Universidade de Gales, no Reino Unido. Isso ocorreu após a humanidade vivenciar 
os horrores da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). 
Antes disso, os assuntos de relações internacionais eram abordados de modo secundário por outras áreas do 
conhecimento, como ciência política, economia e sociologia. 
Observação 
Com o fim das Guerras Napoleônicas (1803-1815), os Estados europeus se reuniram no Congresso de Viena com 
o objetivo de redesenhar o ordenamento político após a derrota da França. Atuariam de modo que nenhum país 
se tornasse tão poderoso a ponto de dominar os outros. No entanto, essa constante insegurança e o fato de o 
Congresso de Viena ter excluído alguns Estados, tornou a Europa uma espécie de barril de pólvora. Assim, a 
morte do arquiduque austríaco Francisco Ferdinando, em 1914, acabou desencadeando os conflitos que levaram 
à Primeira Guerra Mundial. 
O debate inicial das RI tinha dois lados opostos: o liberalismo, que defendia transformar o mundo a partir de 
uma visão normativa do que seria arealidade, baseada especialmente na possibilidade de cooperação; e o 
realismo, que buscava analisar o mundo tal como ele era, buscando compreender as causas da guerra e garantir 
a estabilidade internacional em termos de equilíbrio de poder. 
Entretanto, com o passar dos anos foram se alterando. Destacam-se as próprias revisões do realismo e do 
liberalismo – o neorrealismo e neoliberalismo –, as quais marcaram um forte debate entre si. Assim se sucedeu 
também com a escola inglesa das relações internacionais, o materialismo histórico e a teoria do sistema-mundo, 
bem como a Teoria da Dependência. 
Já o segundo debate das RI – usualmente conhecido como tradicionalismo versus behaviorismo – esteve mais 
preocupado com os métodos científicos das pesquisas. Em 1950 e 1960, sendo caracterizado pelas discordâncias 
entre os tradicionalistas, que insistiam na importância da história para as análises, e os behavioristas, que 
apostavam em uma metodologia semelhante à da ciências exatas. 
O terceiro debate é intitulado de neo-neo, neorrealismo e o neoliberalismo. Em 1970, a necessidade de atualizar 
as bases clássicas, mas perdura e ganha novos contornos com o fim da Guerra Fria. 
O quarto e último debate foi em 1980, entre racionalistas e reflexivistas – ou relativistas. Debate acerca da 
forma de se estudar um tema. Enquanto o primeiro grupo buscava julgar de modo objetivo os comportamentos 
dos atores, os reflexivistas desconfiavam dos modelos científicos e criticavam a formulação de verdades 
objetivas sobre o mundo social, defendendo a interpretação histórica e textual. Alguns intitulam-no como 
positivismo versus pós-positivismo. 
Cronologia de obras teóricas da área: 
• 1910: Norman Angell publica a obra A grande ilusão, a qual, apesar de não se propor a desenvolver uma teoria 
das relações internacionais, contribui para a formulação dos pressupostos do liberalismo. 
• 1919: após o fim da Primeira Guerra Mundial, é criado o primeiro Departamento de Relações Internacionais 
na Universidade de Gales, no Reino Unido. 
• 1939: Edward Carr publica a obra Vinte anos de crise (1919-1939): uma introdução aos estudos das relações 
internacionais. Em 1945, termina a Segunda Guerra Mundial e se inicia a Guerra Fria entre Estados Unidos e a 
antiga União Soviética. 
• 1946: Robert Martin Wight publica a obra A política do poder, centrando esforços no debate acerca do 
comportamento internacional dos Estados e do relacionamento entre eles. 
• 1948: Hans Morgenthau sistematiza a teoria realista das relações internacionais com a obra A política entre 
as nações: a luta pelo poder e pela paz, apresentando os seis princípios do realismo. 
• 1959: Kenneth Waltz publica a obra O homem, o Estado e a guerra: uma análise teórica, na qual afirma que 
para se compreender as causas da guerra seria necessária uma análise multinível, do micro para o macro. 
• 1962: Raymond Aron publica a obra Paz e guerra entre as nações, retratando a política internacional nas 
figuras do diplomata e do soldado. 
• 1977: Hedley Bull publica a obra A sociedade anárquica: um estudo da ordem na política mundial, 
apresentando o conceito de sociedade internacional presente na escola inglesa. 
• 1979: Kenneth Waltz publica a obra Teoria da política internacional, aprofundando e amadurecendo seu 
argumento neorrealista sobre os constrangimentos estruturais. 
• 1981: Robert Gilpin publica a obra Guerra e mudança na política internacional, incluindo a dimensão 
econômica às abordagens realistas. • 1987: Stephen Walt publica a obra As origens das alianças, expoente do 
realismo defensivo, que aborda o conceito de equilíbrio de ameaça. 
• 1988: Robert Keohane e Joseph Nye publicam a obra Poder e interdependência: a política mundial em 
transição. 
• 1992: Carlos Escudé publica a obra Realismo periférico: bases teóricas para uma nova política externa 
argentina. 
• 1993: Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto publicam a obra Dependência e desenvolvimento na América 
Latina. 
• 1994: Fred Halliday publica a obra Repensando as relações internacionais, a qual discute o sistema pós-Guerra 
Fria e propõe uma abordagem marxista para as relações internacionais. 
• 1997: Andrew Moravcsik publica a obra Teoria liberal da política internacional, buscando reafirmar a 
importância dos pressupostos liberais na área de relações internacionais. 
• 2000: Theotonio dos Santos publica a obra Teoria da dependência: balanço e perspectivas, analisando a 
situação socioeconômica da América Latina desde a década de 1960 até os dias atuais, com foco nas relações 
de dependência em relação ao centro. 
• 2001: John Mearsheimer publica a obra A tragédia da política das grandes potências, expoente do realismo 
ofensivo. 
REALISMO 
Primeira abordagem a se estruturar como teoria das RI, ainda que tenha surgido como reação aos ideais liberais. 
Para o realismo, o poder seria a variável, e para analisar/entender a política internacional, sendo os Estados os 
atores centrais. 
Nesse sentido, ao compreender que os Estados são egoístas e existe uma tendência ao conflito, tem como cerne 
o estudo das causas da guerra e as formas de se promover a estabilidade. 
A base clássica da Teoria Realista, sendo a primeira, está no pensamento de Tucídides, na obra História da guerra 
do Peloponeso. Ao tratar do conflito entre as cidades-Estado gregas de Atenas e Esparta, que ocorreu em 431 
e 404 a.C. O autor fornece bases que seriam utilizados pelo realismo muito tempo depois. 
Esse conflito ilustra o conceito de equilíbrio de poder – ou balança de poder – que se tornará central para o 
realismo, referindo-sea uma forma de contenção mútua entre as unidades políticas soberanas. 
O realismo também encontra base nos escritos de Nicolau Maquiavel (1469), pensador florentino famoso pela 
autoria de O príncipe. Nesse período a Itália não existia, estando dividida em distintas cidades-Estado. Para o 
autor essa falta de unidade que poderia levar à sua dizimação, destacando a importância da concentração e 
conquista do poder. 
Maquiavel disserta a romper com o poder da Igreja – que antes nomeava os reis –, a fim de promover maior 
estabilidade. Dessa forma, a separação entre moral e política, o uso do cálculo racional e, o poder como aspecto 
central são pontos cruciais. 
Por fim, outro autor clássico realista é Thomas Hobbes (1588), viveu no contexto da guerra civil inglesa, o que o 
motivou a escrever a obra Leviatã. Aborda a sociedade e o governo legítimo, sendo considerado um dos 
exemplos mais antigos e influentes da teoria do contrato social. Em vista que o estado do indivíduo era hostil e 
egoísta, para haver estabilidade teria de haver um contrato social, que os indivíduos cederiam parte de sua 
liberdade a esse Leviatã, figura que representaria o governo central, em troca de segurança. A busca pela 
autopreservação levando a um estado de guerra latente. Isso não significa que os atos de violência sejam 
ininterruptos, mas sim que a ameaça do conflito é constante. 
É importante ressaltar que Hobbes escreve após a assinatura do Tratado de Vestfália (1648), portanto, o debate 
não é mais sobre unificação de cidades-Estado, mas sim a de concentrar o poder em uma figura de autoridade. 
1. Realismo nas relações internacionais 
Edward Carr apresenta pontos centrais do realismo em sua obra Vinte anos de crise (1919-1939): uma 
introdução aos estudos das relações internacionais. Retoma a centralidade dos Estados para analisar as relações 
políticas e critica a visão de que o estabelecimento da Liga das Nações resultaria na eliminação da violência, em 
vista as divergências de interesses. Seria somente uma forma de legitimar a intenção dessas grandes potências 
em continuarem ocupando os lugares. 
Carr divide o poder político em três categorias para fins analíticos: poder militar; poder econômico; e poder 
sobre a opinião pública. 
Outro autor foi Hans Morgenthau (1904), na obra A política entre as nações: a luta pelo poder e pela paz. 
Considera que a política deve ser pragmática e possuir bases empíricas, considerando um erro tentar reduzir a 
política internacional a valores morais, marginalizando a questão do poder. 
Considerado o pai fundador do realismo clássico nas relações internacionais, Morgenthau formulou seis 
princípios do realismo: 
• A política, assim como a sociedade, é governada por leis objetivas que têm origens na natureza humana. 
• O interesse é definido em termos de poder. 
• O interesse definido como poder é universalmente válido, mas não tem significado fixo e permanente. 
• Princípios morais universais não podem ser aplicados de modo abstrato às ações dos Estados. 
• Não se deve identificar aspirações morais de um Estado com leis morais que governam o universo. 
• A autonomia da política diante de outras esferas. 
Por fim, Raymond Aron escreveu a obra Paz e guerra entre as nações. O autor resgata a noção da guerra como 
um ato social e define as RI como políticas que reivindicam o direito de fazer justiça e de escolher entre a paz e 
a guerra. 
Em meio ao contexto de Guerra Fria, aponta que as RI podem ser retratadas por duas figuras: o diplomata, que 
representa a gramática da cooperação; e o soldado, que representa a gramática da competição. 
Ademais, o conceito de “paradoxo da política internacional”, mostra o choque de vontades que constitui o 
relacionamento entre Estados soberanos, que cria ou mantém a inquietação geral e as suspeitas recíprocas. 
Paradoxo da política internacional possui o mesmo significado que dilema de segurança. 
A fim de sintetizar a teoria realista das relações internacionais, REALISMO: 
Núcleo de interesse: Segurança 
Unidades-chave: Estados 
Conceitos centrais: Anarquia, poder, interesse nacional, equilíbrio de poder 
Motivação dos atores: Interesse nacional, segurança, poder (também como fim) 
Perspectivas: Pessimista, crescimento do poder nacional 
2. Críticas e reformulações na Teoria Realista 
Questionada a partir dos anos 1950 e continua sob pressão desde então. Alguns analistas questionaram que a 
teoria realista fosse universal para explicar todas as dinâmicas e interações interestatais, tendo em vista a 
variedade de recursos e capacidades de cada Estado, sendo então falha. 
Ganhou força com a revolução behaviorista, a qual marcou o segundo debate das RI. Destacavam a necessidade 
da empiria quantitativa, apontando que os métodos que permitiram desvelar os mistérios da estrutura atômica 
podem revelar a dinâmica do comportamento social. 
As guerras eram causadas simplesmente porque os indivíduos eram egoístas? Como desconsiderar a existência 
de interesses mútuos e o cumprimento de regras? 
Entre os autores que criticaram podemos destacar Joseph Nye, que escreve em um momento de globalização. 
Em sua obra Compreender os conflitos internacionais: uma introdução à teoria e à história. 
Ele concorda que existe uma hostilidade, na qual a busca por equilíbrio de poder culmina em um dilema de 
segurança. No entanto, isso não anularia a responsabilidade pelas escolhas morais. Também critica o foco no 
âmbito militar, destacando que existem problemas que não se resolveriam apenas por esse meio. 
A partir dessas e outras críticas, houve um processo de revisão da teoria, conhecido como neorrealismo. 
LIBERALISMO 
O surgimento e a construção está contexto dos eventos da Primeira Guerra Mundial. O objetivo das primeiras 
análises teóricas era compreender o fenômeno da guerra e evitar que ela ocorresse novamente. 
Baseia-se em discussões e ideias de autores clássicos de áreas: filosofia, direito, ciência política e economia. 
A Teoria Liberal nas RI vem do liberalismo clássico. Originado no final do século XVII e ao longo do século XVIII, 
impulsionaram as revoluções liberais: a Revolução Gloriosa, de 1688, a Revolução Americana, de 1775, e a 
Revolução Francesa, de 1789 a 1799. 
Os desse período conformam o que ficou denominado de iluminismo. Os pensadores e movimentos iluministas 
criticavam o regime monarquista absolutista. Visavam, portanto uma nova classe social – a burguesia – e o seu 
interesse pela valorização da propriedade privada. Os principais aspectos pelo pensamento iluminista eram: 
• O uso do método científico na busca da verdade, em oposição aos dogmas religiosos. • O racionalismo. • A 
livre iniciativa dos indivíduos. • Liberdade econômica e política. • Predomínio dos ideais burgueses. 
Para o liberalismo, todos os seres humanos seriam racionais. O governo deveria prover condições para o alcance 
do progresso e liberdade para os indivíduos. 
É uma doutrina do Estado limitado em relação aos poderes, como às funções. O poder é limitado pela 
lei/constituição, que garante os direitos e a separação dos poderes. As funções do Estado liberal devem ser 
limitadas à garantia da livre iniciativa econômica e da propriedade privada. É, portanto, um Estado mínimo. 
John Locke, considerado o pai do liberalismo político é considerado um contratualista, pois discute que a 
sociedade civil é constituída a partir da formalização de um contrato entre os indivíduos, só que nesse caso 
homens viviam em perfeita liberdade e igualdade. 
Considera o contrato social como uma maneira que encontraram para melhor administrar as relações humanas. 
Mesmo no estado de natureza, os indivíduos já teriam direitos naturais. A partir do pacto social teriam que 
garantir a liberdade e a propriedade privada, direitos que os indivíduos já possuíam, mas que não eram 
totalmente assegurados. Uma das principais obras de Locke sobre o contrato social é o Segundo tratado sobre 
o governocivil, de 1689. 
Outro autor contratualista do liberalismo clássico é Jean-Jacques Rousseau. Em sua obra O contrato social, de 
1762, o autor afirma que o indivíduo é bom por natureza, mas a sociedade o corrompe. Conhecido como o 
teórico da soberania popular, afirma que a vontade geral é indivisível e inalienável. A participação de todos os 
indivíduos no exercício do poder é o que garante o limite do poder do Estado. 
No campo da economia, um dos influenciadores do liberalismo foi Adam Smith (1723), que defendia a livre 
concorrência entre os mercados e a intervenção mínima do Estado na economia. Ainda podemos citar: David 
Ricardo, para quem o crescimento depende da acumulação de capital, ou seja, lucro; e Jean-Baptiste Say, que 
fala da mão invisível do mercado na regulação da economia. O papel do Estado é apenas o de proteger os 
indivíduos contra ameaças externas e contra aqueles que não respeitem as leis internas. 
Por fim, teoria liberal sobre a importância da lei e da universalização de princípios entre os Estados e a 
comunidade internacional: Immanuel Kant (1724) e sua obra A paz perpétua, de 1795, tinha como projeto 
estabelecer uma paz perpétua entre os povos europeus, e depois levá-la ao mundo. Para Kant, haveria a 
necessidade do respeito às regras morais para garantir modos justos e corretos de agir – o que ele denomina 
de imperativo categórico, regras tanto para o nacional e internacional. 
Essa análise kantiana contribuiu para a elaboração de leis e tratados que formam, atualmente, os direitos 
humanos. 
Ao compreenderem que de forma coletiva seus interesses têm maior probabilidade, os indivíduos tendem a 
preferir cooperação em detrimento da rivalidade. 
1. Liberalismo nas relações internacionais 
A obra considerada expoente da teoria liberal data de antes do surgimento da disciplina Relações Internacionais: 
A grande ilusão, publicada em 1910 por Norman Angell. 
Discorre sobre os aspectos negativos da guerra, principalmente para o comércio. O objetivo do autor é buscar 
soluções para a corrida armamentista entre os Estados europeus, mas que fossem diferentes da opção utópica 
do desarmamento ou do foco nos argumentos morais. Contrapõe a doutrina da prosperidade vinculada, 
unicamente, ao poder. A ideia, quase universal, de um poder militar para alcançar o progresso econômico 
representaria ilusão. 
Angell assinala que os valores públicos estariam mais seguros em países militarmente mais fracos. O 
conhecimento de finanças dos capitalistas alinha-se a esse entendimento. 
Os ensinamentos de Norman não foram seguidos, anos depois da publicação de sua obra, eclodiu a Primeira 
Guerra Mundial, em 1914. Após quatro anos de conflito, novas ideias, agora já conformando o que 
denominamos de Teoria Liberal das Relações Internacionais. 
Em principal, os ideais estadunidenses exerceram conceitos nas análises da recém-criada Relações 
Internacionais. A primeira versão dessas análises foi denominada idealismo utópico – devido ao entendimento 
positivo, e por vezes idealizado, acerca das relações entre os Estados – ou mesmo idealismo wilsoniano, por 
basear-se nos preceitos defendidos pelo então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson. O presidente 
estadunidense realizou um discurso para o Congresso Americano, que ficou conhecido como o Programa dos 
Quatorze Pontos. O objetivo era indicar alguns aspectos para tornar as relações mais harmoniosas. 
Quando as grandes potências vencedoras da guerra se reuniram na cidade francesa para debater sobre a 
reorganização da Europa depois do conflito e as penalizações para os países perdedores, principalmente a 
Alemanha. As ideias de Wilson influenciaram as discussões da Conferência de Paris. As decisões foram 
organizadas no Tratado de Versalhes. 
Alguns dos pontos assinalados por Woodrow Wilson: • Reconhecimento e restabelecimento das fronteiras 
territoriais do pré-Guerra. • Abolição da diplomacia secreta (as decisões e acordos entre os Estados deveriam 
ser públicos). • Liberdade de navegação nos mares. • Eliminação das barreiras econômicas (adoção do livre 
comércio). • Redução dos armamentos. • Criação de uma organização internacional. 
A Liga das Nações (ou Sociedade de Nações), que teve sua criação aprovada no dia 28 de abril de 1919, foi a 
materialização desse ponto. A primeira organização intergovernamental universal de caráter permanente. Suas 
funções por meio de mecanismos jurídicos, era da cooperação econômica, social e humanitária e da segurança 
internacional. Conceito de segurança coletiva, uma ameaça, e também a todos. 
A Liga das Nações enfrentou diversas dificuldades e entraves para o seu funcionamento, sendo a não 
participação de duas grandes potências, os Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas 
(URSS), mas sua criação foi importante para dar credibilidade a outras OIs. Além do objetivo em volta da Liga 
das Nações, aspectos nas ideias wilsonianas: a promoção da democracia e a autodeterminação dos povos. 
Anarquia: ausência de um governo mundial capaz de controlar as relações. 
Os Estados não são um instrumento de poder, mas uma entidade constitucional, a qual assegura a aplicação da 
lei para a garantia dos direitos. Um comportamento belicoso podem ameaçar esses direitos. 
Consequentemente, torna-se mais vantajoso, dentro das possibilidades, manter um ambiente internacional 
pacífico. 
Três principais fatores liberais que contribuem para a cooperação: • O estabelecimento de regimes 
democráticos. • A preocupação com o comércio. • O papel das instituições internacionais. 
Essa ideia que relaciona a democracia com a paz foi influenciada diretamente pelo trabalho de Immanuel Kant 
e seu conceito de federação pacífica. Para o filósofo, em governos republicanos o interesse coletivo é o que 
determina as decisões e o controle do poder. 
O importante comércio internacional para o desenvolvimento econômico das sociedades modernas. Os 
governos observariam que para garantir maiores ganhos deveriam adotar um comportamento menos belicoso 
para mais relações. Uma relação de dependência mútua. 
Já a existência de instituições internacionais estabelecem regras e normas para o convívio, além de serem 
estruturas que facilitam o diálogo e o compartilhamento de valores. 
Principais pontos da Teoria Liberal das Relações Internacionais, LIBERALISMO: 
Núcleo de interesse: Cooperação internacional 
Unidades-chave: Estados 
Conceitos centrais: Anarquia, regimes democráticos, autodeterminação, comércio e instituições internacionais 
Motivação dos atores: Interesses individuais que geram ganhos universais 
Perspectivas: Otimista; alcance da cooperação internacional 
2. Primeiras reformulações na Teoria Liberal 
Com os acontecimento após Primeira Guerra Mundial, o caráter utópico e idealista das primeiras análises, foi 
criticado, com o objetivo de demonstrar que existiam outras complexidades. 
Para o liberalismo clássico países com regimes democráticos seriam menos propensos a guerras. Considerada 
ingênua, essa linha argumentativa foi criticada por um conjunto de autores denominados liberais do 
entreguerras ou internacionalistas do entreguerras. Defendem que não podemos esperar que a opinião pública 
sempre seja contrária à violência ou à guerra. 
No entanto, seria possível contornar essa tendência, ao educar os cidadãos e os tomadores de decisão. 
Também criticaram o papel do livre comércio para assegurar a paz. O próprio Norman Angell já buscava 
distanciar-se dessa temática, principalmente daqueles que indicavam o desarmamento total dos países. 
Diante da compreensão de que os conflitos poderiam ocorrer, mesmo em um contexto de interdependência 
econômica pretendiam discorrer sobre os meios capazes de evitar que os Estados optassem pelo uso da força. 
Um dos principais teóricos que tentou reformular a relação entre o comércio e a cooperação foi John Hobson. 
Para Hobson, os benefícios do livre comércio não são universais,é necessário que haja uma regulação, controle 
das relações comerciais internacionais. 
Assim, observamos que há uma mudança de um liberalismo idealista, baseado na ideia de progresso da 
humanidade, para um liberalismo intervencionista. 
Vale ressaltar a análise de uma terceira versão do liberalismo contemporâneo: a Teoria Liberal da Política 
Internacional, de Andrew Moravcsik. Realizou uma abordagem bottom-up (de baixo para cima), o ponto de 
partida da análise é o indivíduo, ou os grupos, principais atores na política. Dotados de racionalidade, eles 
definem seus interesses, e buscam alcançá-lo por meio da política. Desse modo, o indivíduo é considerado 
possuidor de direitos e necessidades que são anteriores e exteriores ao Estados. 
A diferença entre o liberalismo democrático/republicano e a teoria do bottom-up, é que a última deve ser 
compreendida como um liberalismo kantiano revisitado. 
As relações estabelecidas entre os Estados (pacífica, conflituosa e conflituosa com a possibilidade de 
cooperação) vão ser determinadas a partir das externalidades (positivas, negativas ou compartilhadas) que elas 
geram para os indivíduos e grupos sociais nacionais. 
ESCOLA INGLESA 
Ganhou destaque nas relações internacionais em 1970, como uma abordagem intermediária (middle course) 
de análise, posicionada entre os paradigmas realista e liberal. Os anos 1950 e 1960, os debates das relações 
internacionais enquanto disciplina eram dominados pelo meio acadêmico norte-americano. 
A partir desse contexto, um grupo de intelectuais do pensamento britânico, se juntou para constituir o Comitê 
Britânico para a Teoria da Política Internacional. Conceitos-chaves da área, como: anarquia internacional, 
ordem, valores, sociedade e sistema. 
Por um lado, assim como os realistas, aceitam a existência da anarquia e do equilíbrio de poder. Por outro, 
retomam a defesa, feita pela tradição liberal, da necessidade de instituições, valores e regras, para reger as 
interações estatais. 
Destacando a importância do direito internacional, bem como da diplomacia – definida como a arte da 
comunicação entre Estados em prol da negociação –, das alianças – que buscariam efetivar interesses comuns 
–, e também da própria guerra – enquanto meio de decisão final para divergências. 
Conforme visto, o behaviorismo foi um método de 1950, propunha que os indivíduos, isolados ou em grupos, 
tendem a agir de maneira padronizada. Buscava descrever, explicar e, prever o comportamento humano futuro. 
Apesar das críticas como incompleto para o estudo das ciências sociais, como consequência do questionamento, 
novos ramos da abordagem behaviorista conquistaram um lugar permanente no conjunto das discussões sobre 
a disciplina, como a análise de política externa (APE), os estudos da interdependência e da economia política 
internacional. 
A partir disso, Hedley Bull desenvolveu um trabalho essencial no final dos anos de 1970, A sociedade anárquica. 
Procurando resgatar a primazia dos Estados no sistema internacional. As forças dessa linha de pensamento são 
claras: forte resistência ao imediatismo, ênfase na relevância dos constrangimentos e da ordem no sistema 
internacional, e uma fundação sólida dos processos na história. 
1. Três tradições da política internacional 
A escola inglesa é compreendida como uma tradição de diálogos, marcados pelo seu foco nas três principais 
tradições recuperadas na obra A política do poder, de 1946: realista (hobbesiana), universalista (kantiana) e 
racionalista (grociana). 
A Realista, considera a política internacional como um estado de guerra e descreve as relações internacionais 
como um cenário de luta. Já a Universalista, assume que a natureza política internacional reside nos vínculos 
sociais transnacionais entre os seres humanos. 
Um mundo ordenado por regras é a essência do racionalismo de Hugo Grotius, e um dos pensamentos centrais 
da obra de Hedley Bull. Esse destaca que a tradição grociana seria um caminho do meio – daí a escola inglesa 
ser posicionada como uma abordagem intermediária – entre as perspectivas realista e universalista. Não é a 
guerra que melhor representa a atividade internacional, mas o comércio. 
A obra de Wight conclui que as grandes potências, ao contrário do que previa Kant, continuariam a buscar a 
preservação de interesses particulares em detrimento de interesses conjuntos, impossibilitando a criação de 
uma comunidade universal, ou mesmo impedindo a primazia das instituições internacionais sobre a soberania 
estatal. 
Ele aponta que a ideia de direitos das nações – posteriormente compreendido como direito internacional – não 
apenas se afastava do direito natural como também passou a significar o direito entre as nações, e não uma lei 
comum aplicável a todas as nações. 
Enfoque metodológico da escola inglesa: 
Poder e interesse nacional: Realismo 
Regras, princípios, direito internacional: Racionalismo 
Direitos humanos, comunidade internacional comum a todos: Liberalismo cosmopolita 
Puderam reconhecer que a soberania era um atributo de todos os Estados e a troca de reconhecimento dela 
uma regra fundamental para a coexistência dentro do sistema de Estados. Definiram, também, corolários como 
os princípios da não intervenção, igualdade dos Estados. 
Wight, além disso, diz os diversos tipos de poder, como: potências dominantes, potências mundiais e potências 
menores, além de discorrer sobre o poder terrestre e o poder marítimo. Em seguida, busca considerar a 
sociedade que eles compõem, destacando quatro: é única – composta das demais sociedades mais organizadas 
formadas pelos Estados; sempre possui um número pequeno de membros; seus membros são mais 
heterogêneos; e seus membros são imortais. 
Sob certos aspectos, uma relação de equilíbrio de poder se assemelha a uma relação deliberada de contenção 
nuclear, embora existam algumas particularidades. 
2. Principais conceitos 
Sob a influência de Wight e Bull, a escola inglesa trabalha três conceitos para o estudo das relações 
internacionais: ordem internacional; sistema internacional; e sociedade internacional. 
2.1 Ordem internacional 
Duas ideias decorrem do conceito de ordem internacional. A primeira gira em torno da relação de ordem com 
a anarquia internacional, em que se admite a existência da anarquia, mas com a possibilidade de ser influenciada 
por meio da criação de instituições compartilhadas. A segunda, em consequência daquela, é o forte caráter 
normativo desse campo de pensamento que defende uma premissa fundamental para o relacionamento entre 
os atores do sistema internacional: a evolução desse sistema para uma sociedade de Estados pressupõe que, 
por serem soberanos, não há necessidade de se submeterem a um poder superior. Assim, salienta-se que, 
também para a escola inglesa, a soberania é um elemento intrínseco e essencial do Estado moderno. 
A ordem internacional é definida como uma ordem entre os Estados, ou seja, a compreensão. É importante 
notar que Bull, em sua obra, faz uma distinção entre os conceitos de “ordem internacional” e de “ordem 
mundial” – esta última abrangendo todos os objetivos da vida social da humanidade em seu conjunto 
Dessa forma, a ordem mundial englobaria uma escala internacional – no sentido das relações entre os Estados 
–, mas também uma escala local – a ordem interna de cada um desses Estados. 
2.2 Sistema internacional 
A ordem mundial, portanto, é o ponto de partida para o conceito de sistema internacional. 
Origina-se a partir de relações sistemáticas entre um grupo determinado de Estados. Nota-se que, para além do 
mero contato entre si, é preciso haver suficiente impacto mútuo. A simples interação entre essas unidades 
políticas, em busca de interesses e da manutenção de sua soberania, é uma dinâmica aceita tanto por realistas 
como por pensadores da escola inglesa. É possível superar essa dinâmica, levando à construção de uma agenda 
comum de valores e normas. Surge,dessa forma, o conceito de sociedade internacional, definida como uma 
sociedade de Estados na qual existe uma real convergência de valores, capaz de uni-los em torno de instituições 
e princípios comuns. 
2.3 Sociedade internacional 
Século XX, afirmando que se aproximou daquela vista nos séculos XVI e XVII – por um lado, por conta das duas 
guerras mundiais e, por outro, por retomar as interpretações universalistas, a fim de transcender o sistema de 
Estados em desordem. 
Para além dos Estados e nações, passou-se a postular que as organizações internacionais, grupos não estatais e 
indivíduos também participavam dela. 
Bull critica a priorização de organizações internacionais como a Liga das Nações e a ONU, marginalizando outras 
instituições com papel central na manutenção da ordem internacional. 
Fica claro, portanto, que pode existir um sistema internacional sem necessariamente haver uma sociedade 
internacional; mas não uma sociedade sem um sistema. Assim, ela surge no momento em que os Estados têm 
consciência da existência de interesses compartilhados e valores comuns, agindo de acordo com essa 
percepção. 
Para a escola inglesa, o poder e os interesses nacionais têm tanta importância quanto as normas e instituições. 
Eles não estão preocupados em explicar os fenômenos internacionais de maneira científica, como se 
propuseram os behavioristas. Sua abordagem histórica, jurídica e filosófica visa explorar a complexidade do 
mundo contemporâneo de maneira mais abrangente e humanista. 
Dessa forma, a escola inglesa distancia-se dos preceitos do cosmopolitismo. 
Não há, portanto, qualquer sinal de que os Estados soberanos estejam inclinados a se sujeitarem a um governo 
mundial fundado no consentimento, simplesmente por não reconhecerem essa necessidade. 
Lembrete 
O behaviorismo identifica padrões no comportamento humano, com base no método científico. 
O Estado trata-se de unidade política soberana e autônoma. 
A ordem mundial é um sistema político global composto por toda a humanidade. 
 A ordem internacional é a ordem de Estados, na qual se desenvolvem as relações internacionais. 
O sistema internacional é o conjunto de Estados que interagem, causando e sofrendo efeitos mútuos. 
A sociedade internacional é a sociedade de Estados que compartilham um conjunto de regras e valores (espaço 
normatizado), para os quais convergem suas expectativas. 
Mesmo sendo considerada como uma via intermediária, a escola inglesa não está livre da crítica de enfatizar a 
visão ocidental, sobretudo europeia. 
NEORREALISMO 
O realismo foi principal corrente teórica das RI após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), sendo considerado 
o vencedor do primeiro debate da área. A eclosão de uma nova guerra enfraqueceu a perspectiva liberal, 
demonstrando que a existência de relações econômicas e comerciais não era suficiente para evitar um conflito. 
Entre as criticas, a percepção que a natureza humana poderia não ser uma resposta suficiente para as guerras 
ocorrem, bem como a falta de cientificidade do realismo. 
Em um momento que à segurança militar ganhava mais importância (GUERRA FRIA) o neorrealismo pode ser 
compreendido como uma reinterpretação da Teoria Realista clássica das RI. 
Considera as ações dos Estados influenciadas pela estrutura anárquica do sistema internacional, que os limita e 
constrange, dentro de cada particularidade, causando certas regularidades. Por esse motivo, alguns autores 
também se referem como realismo estrutural. 
Lembrete: A anarquia internacional significa a ausência de uma entidade supranacional capaz de impor aos 
Estados. 
Entre os principais autores, destaca-se Kenneth Waltz (1924 EUA), publicou a obra O homem, o Estado e a 
guerra, qual afirma que para se compreender as causas da guerra seria necessária uma análise multinível, do 
micro para o macro. 
A obra se aproxima de modelos positivistas, defendendo que a raiz de todo o mal é o homem, sendo ele a raiz 
do mal que é a guerra. Então a solução seria um esclarecimento do indivíduo ou um reajuste no seu 
comportamento psicossocial. 
Argumenta que causas da guerra a partir da natureza humana não está equivocada, mas é reducionista, pois, 
apesar de já existirem ajustes morais e sociais, as guerras continuam ocorrendo. Além, destaca outros 
pensadores, como Platão e Kant, para abordar a importância de se estudar a sociedade de conjunto aos tipos 
de governo, uma política ruim torna os homens ruins. 
Essa interpretação a partir da estrutura interna dos Estados não está equivocada, mas é incompleta, pois países 
democráticos ou organizados em sistemas republicanos também entram em guerra. 
A busca pela sobrevivência do Estado está relacionada à busca por equilíbrio de poder, tanto defensivo, quanto 
poder ofensivo. A cooperação ocorreria pontualmente e sem a capacidade de apagar a rivalidade. Retoma-se a 
desconfiança anterior, só poderia contar consigo mesmo para garantir sua segurança. 
Esse sistema internacional no qual Estados interagem possuem três princípios: ordenamento; diferenciação; e 
distribuição. O ordenamento seria ser descentralizado e anárquico, já que não existe uma instância acima. 
Ainda que busquem a autopreservação, existe um aspecto no qual eles divergem: as capacidades para alcançar 
esse objetivo e garantir seus interesses. Waltz, defende que um sistema bipolar seria mais estável do que um 
multipolar, como argumentava Morgenthau. 
Os Estados considerados pequenos possuem pouca relevância na perspectiva do autor, que tenderiam a se aliar 
às grandes potências, a fim de se autopreservar. 
Por fim, enquanto o realismo clássico defende que o governante deve conduzir suas políticas externas de acordo 
com o interesse nacional, o neorrealismo compreende isso como algo dado. Pois a estrutura internacional exige 
esse comportamento. 
WALTZ - estrutura e resultados 
Estrutura internacional (estatais e relações) - Resultados internacionais (efeitos da competição estatal) 
Anarquia internacional → Balança de poder 
Estados como “unidades similares” → Reincidência e repetição internacional 
Capacidade estatal desigual → Guerra, conflito internacional 
Relação entre grandes potências → Mudança internacional 
1. Retomada 
Waltz escreveu a obra Realismo estrutural após a Guerra Fria, em 2000, com o objetivo de refletir sobre a 
validade de sua teoria. Argumenta que, apesar de algumas mudanças na capacidade dos armamentos – 
sobretudo nuclear – e na polaridade do sistema internacional terem sido importantes, elas não transformaram 
o sistema. Logo, não foram mudanças capazes de tornar o neorrealismo uma abordagem obsoleta. 
Se o sistema passasse por transformações, o passado deixaria de servir como guia para o futuro. Esse é um 
argumento fundamental para a perspectiva do neorrealismo. Mas reconhece que importantes mudanças foram 
induzidas por transformações na distribuição do poder e na tecnologia. 
As principais críticas à perspectiva realista estrutural se embasam sobre a proliferação da democracia, da 
interdependência e das instituições para justificar a ocorrência de transformações na política internacional. É 
sobre cada um desses que Waltz (2000) argumenta de que a estrutura internacional não se transformou, tendo 
apenas sofrido reformulações após a dissolução da União Soviética. 
Se a proposição de que democracias podem promover guerras contra Estados não democráticos se sustenta, 
não há garantias de que um sistema internacional democrático reduziria guerras no mundo. Só é possível. 
Em relação ao comércio, múltiplos contatos entre os Estados, a interdependência promove tanto o 
entendimento mútuo quanto ocasiões de conflito. A principal crítica de Waltz de interdependência é que ela 
constitui uma ideologia utilizada pelos Estados Unidos, a qual na realidade mais se assemelharia a uma linha 
unidirecional de dependência. 
Após o fim da Guerra Fria, aponta-se que ele é caracterizado por uma distribuiçãode poder unipolar, que seria 
a configuração internacional menos durável por dois motivos: poderes dominantes engajam-se em muitas ações 
extraterritoriais, enfraquecendo-os no longo prazo; e, mesmo que um poder dominante haja com moderação, 
os Estados mais fracos vão se preocupar com seu futuro comportamento. 
Todavia, frente às questões contemporâneas, questiona-se em que medida a abordagem teórica neorrealista 
apresenta insumos adequados para compreender fenômenos atrelados à transnacionalidade dos conflitos, 
como o terrorismo e as migrações. 
Ademais, as críticas que o paradigma realista de um modo mais amplo sofria por negligenciar o fator econômico, 
Robert Giplin incluiu essa em sua obra Guerra e mudança na política internacional, em 1981, a obra busca 
analisar um aspecto que Waltz não havia explicado de modo satisfatório: como ocorreriam as mudanças na 
distribuição de capacidades entre os Estados? 
Enquanto realistas e neorrealistas embasam suas análises na constância – seja da natureza humana belicosa, 
seja da anarquia no sistema internacional –, Gilpin se propõe a analisar a mudança na política internacional. 
Diferente de Morgenthau e de Waltz do sistema internacional mais estável – multipolar e bipolar– Gilpin 
argumenta que o sistema unipolar seria mais estável, exemplificando com os casos das hegemonias na pax 
britannica (século XIX) e na pax americana. Para o autor, essa hegemonia possui fundamentos exclusivamente 
materiais, em especial nas capacidades tecnológicas e econômicas. 
Gilpin (2001) também debate se a crescente importância do mercado na organização e funcionamento da 
economia global significa ou não o fim do Estado-nação e da economia política. Concentra sua análise no que 
ele denomina sistemas nacionais de economia política e seu significado tanto para os assuntos econômicos 
domésticos quanto internacionais. 
O debate sobre desenvolvimento econômico é centrado no papel apropriado do Estado e do mercado, o qual, 
desde 1980, aumenta a integração da economia mundial e a interdependência econômica. Estado-nação 
continua sendo o ator dominante. 
Defende que em 1970, a desregulamentação financeira e a criação de novos instrumentos têm contribuído para 
um sistema financeiro internacional mais integrado. Ademais, também defende que o regionalismo econômico 
alcançou seu auge. 
Aponta que muitos analistas acreditam que uma mudança profunda está acontecendo, em que a economia 
internacional centrada no Estado abre espaço para uma economia internacional centrada no mercado, tornando 
o mercado o mecanismo mais importante na determinação tanto da economia doméstica quanto internacional, 
e mesmo nos assuntos políticos. O autor discorda, assim como também da ideia de que as sociedades nacionais 
não possuem controle sobre sua integração ao sistema econômico global – distanciando-se da visão liberal de 
separação entre política e economia. 
No século XX, houve uma mudança na indústria, passando para países vivenciando uma rápida industrialização. 
Ademais, o autor destaca o papel das regiões nesse processo, afirmando que o regionalismo econômico se 
espalhou devido aos desenvolvimentos políticos, econômicos e tecnológicos. No entanto, o Estado nesse 
processo de regionalização é importante, grupos regionais de Estados têm incrementado sua cooperação, a fim 
de fortalecer sua autonomia. 
Vale ressaltar que, para ele, regionalização não representa uma alternativa ao Estado-nação, mas sim os 
esforços de Estados individuais que buscam, coletivamente, promover seus interesses nacionais e ambições. 
Nesse sentido, o papel do mercado na economia política aponta importância das normas, valores e interesses 
dos sistemas social e político nos quais as atividades econômicas estão inseridas. 
2. Vertentes 
três delas: realismo defensivo; realismo ofensivo; e realismo periférico. 
2.1 Realismo defensivo 
Seus expoentes Kenneth Waltz já comentado, e Stephen Walt (1955) que escreveu a obra As origens das alianças 
em 1987, que busca compreender como os Estados escolhem seus aliados. 
O autor apresenta o conceito de equilíbrio de ameaça, ao invés de se aliar à potência mais forte para segurança 
e autonomia –bandwagon de Waltz–, buscaria formar uma aliança para se contrapor a essa potência 
hegemônica, por receio de que ela crescesse demais. 
2.2 Realismo ofensivo 
Grandes potências buscam estabelecer algum tipo de hegemonia a partir de uma política de poder ofensiva em 
todos os sentidos. 
O principal autor é John Mearsheimer (1947), conhecido pela obra A tragédia da política das grandes potências, 
publicada em 2001. Considera que a incerteza em relação às intenções dos rivais leva os Estados a agirem de 
modo ofensivo na busca por melhores estratégias e recursos perante os demais, o que significaria a busca ativa 
por uma posição de hegemonia. 
Vale destacar que, para Mearsheimer, não seria possível alcançar o status de hegemonia global, pois sempre 
vão existir outras buscando mais poder, além da dificuldade de se projetar poder em longas distâncias. Faz com 
que o resultado seja hegemonia regional e controle determinada região próxima ao seu território. Argumenta 
que não existem hegemonias globais, apenas hegemonias regionais com pretensões globais. 
Enquanto como Walt argumentaque a busca por poder aumenta os custos e diminui retorno, causando um 
super esticamento do poder; Mearsheimer argumenta que, a busca por poder sempre deve ser o objetivo de 
uma grande potência, em vista que o acúmulo de poder representa a diminuição das capacidades de outros. 
Além, conclui que o poder terrestre é a forma do poder militar dominante nas relações entre as grandes 
potências, mesmo no contexto de armamentos nucleares, sendo que os poderes aéreo e naval exercem a função 
de suporte. Ainda, as forças navais podem exercer três missões de projeção de poder em associação com as 
forças terrestres: investida anfíbia, desembarque anfíbio e transporte de tropas. 
Observação: Uma operação anfíbia significa uma organização parae o desembarque ou a retirada de uma força 
terrestre. 
A esse respeito, cabe apontar a distinção entre os Estados insulares e os continentais. Um Estado insular é uma 
grande potência em um território cercado por grandes faixas de água. Estado continental é uma grande potência 
que possui seu território em uma extensa faixa de terra que também é ocupada por outras grandes potências. 
Nesse sentido, Alemanha, França e Rússia são exemplos. 
Já sobre a superioridade nuclear, para o autor, existe quando uma grande potência possui capacidade para 
destruir um adversário sem o receio de sofrer retaliações. A partir do momento em que se reconhece a 
possibilidade de se engajar em um conflito convencional sem o risco de escalada para um conflito nuclear, 
assume-se que as grandes potências continuam a competir por segurança no nível convencional. 
O poder de acordo com Mearsheimer 
Poder militar territorial: Manter e adquirir territórios. Compreendido enquanto poder central 
Poder naval e aéreo: Poderes de apoio ao cumprimento do poder militar . 
Poder latente: Capacidade em transformar ativos como população, riqueza e tecnologia em poder militar. 
No entanto, vale destacar que a postura das grandes potências não é agressiva a todo momento, podendo gerar 
três estratégias possíveis: balance (contrabalancear); buck-passing (transferir o custo); e bandwagoning (buscar 
alianças de fluxo). 
Balance – significa buscar um equilíbrio regional, aproximação etc. Buck-passing – significa não agir, transferindo 
o custo da ação para um aliado. Bandwagoning – significa angariar alianças por parte dos rivais regionais. A 
relação que os Estados Unidos buscaram com o Japão e a Coreia do Sul, com o objetivo de contrapor o poder 
da China, exemplifica. 
Vale ressaltar que essa posição egoísta não estaria restrita aos inimigos, mas também aos aliados, caso 
necessário. Tal estratégia é intitulada bloodletting – deixar sangrar, em tradução. 
2.3 Realismo periférico 
Sistematizado por Carlos Escudé (1948) na obra Realismo periférico: bases teóricas para uma nova política 
externa argentina, publicada em 1992. Argumenta que as formulações teóricas clássicas em RI, não haviam sido 
formuladas para orientar a análise ou a prática da política em países que não fossem potências. 
Então busca formular uma teoria que considerasse as diferenças de relação entre grandes potências e países 
periféricos, auxiliando no crescimento econômico desses últimos. Para isso, deveriam as políticas externas 
considerar os riscos de entrar em atrito com determinados países, tendo em vista a limitação. 
O autor sugere a adoção de uma política externa economica de longo prazo, que levasse em consideração os 
constrangimentos e as oportunidades no cenário internacional. 
3. Críticas à Teoria Neorrealista 
Uma das principais, é à escolha de priorizar os Estados como os principais atores do sistema internacional, 
deixando à margem da análise demais atores, ainda que o próprio Waltz responda a essas críticas afirmando 
que a escolha não está baseada na negação de outros atores, mas sim na percepção de que os Estados teriam 
um caráter determinante na escolha final. 
Outra crítica, é a do neorrealismo figurar como uma teoria capaz de oferecer ferramentas para uma 
compreensão geral dos processos de mudança e permanência da ordem internacional, com uma base científica 
e racional. Problematiza-se em que medida o passado apontado por Waltz pode explicar o presente e servir 
como referência para o futuro. 
Por fim, o neoliberalismo vai apontar que os esforços de guerra se tornaram muito custosos com o aumento da 
globalização. 
 
NEOLIBERALISMO 
Predominou nas relações internacionais no pós-Segunda Guerra Mundial. A guerra mostrou que a existência de 
relações econômicas e comerciais não era suficiente para evitar um conflito, assim como a existência de uma 
instituição internacional, fundamentada no direito internacional, como foi o caso da Liga das Nações. 
Paralelamente, com o início da Guerra Fria, os temas de segurança nacional ganharam novo destaque. 
As análises realistas, alimentavam a prioridade da segurança como objetivo nacional. Assim, o liberalismo foi 
desafiado a desenvolver uma análise mais sintonizada com a realidade, com uma base científica. A revolução 
behaviorista, nos anos 1950, trouxe para as RI um foco maior nas questões metodológicas. 
As discordâncias entre os behavioristas, que apostavam em uma metodologia semelhante à das ciências exatas 
para as relações internacionais, e os tradicionalistas, que insistiam na importância da história para as análises, 
constituíram o que alguns autores denominaram de segundo debate das relações internacionais. 
Nesse contexto, nos 1970 e 1980, seriam desenvolvidas teorias neoliberais. Os principais autores do 
neoliberalismo foram Robert Keohane e e Joseph Nye. 
Para abandonar o idealismo que marcara a Teoria Liberal, o neoliberalismo se fundamentaria na necessidade 
do rigor científico e no compartilhamento de certos pressupostos dos teóricos (neo) realistas, como a 
consideração sobre a anarquia do sistema internacional e a importância do Estado como principal ator. 
A evolução técnica e tecnológica é um processo-chave para os autores neoliberais, uma vez que atribui maior 
intensidade e importância para o fenômeno da transnacionalização, que se refere aos agentes privados. 
1. Interdependência complexa 
“Nós vivemos em uma era de interdependência” obra Poder e interdependência: a política mundial em 
transição. 
Observa-se, no sistema internacional, uma diminuição da sensação de ameaça do início da Guerra Fria, assim 
como um aumento das preocupações econômicas, tanto internacional como no doméstico (conflitos 
distribucionais). A segurança nacional passa a ter que dividir espaço. 
Acontecimentos históricos da década de 1970 coloca como foco: interdependência, queremos dizer 
“dependência mútua: pessoas e governos são afetados pelo que acontece em outro lugar. 
Ao afirmar a necessidade de não desconsiderar a dimensão do poder, os autores indicavam uma aproximação 
com o realismo: a interdependência gera custos, ou seja, ela pode ser fonte de conflito. 
• Sensibilidade: refere-se a quão rápido uma parte do sistema é afetado por acontecimentos e/ou mudanças 
que ocorrem em outra parte. 
• Vulnerabilidade: refere-se aos custos que um ator terá para se adaptar às mudanças do sistema. 
Alguns países podem ser mais vulneráveis que outros. Um Estado pode ser sensível sem ser vulnerável. 
Conjunto de fatores, somado ao avanço da tecnologia – novas fontes e produtos são desenvolvidos e 
aprimorados –, torna complexo medir o grau de vulnerabilidade, assim como contribui para a construção de um 
ambiente de assimetria no sistema internacional. 
• Múltiplos canais de comunicação e negociação. • Agenda múltipla. • Utilidade decrescente do uso da força. 
Como consequência da diversidade e transnacionalidade dos temas, torna-se cada vez mais difícil distinguir 
entre o espaço doméstico e o internacional. 
O elevado grau de dependência entre os Estados faz com que o recurso militar não seja a melhor opção para 
resolver as divergências. 
O objetivo de Keohane e Nye com o conceito de interdependência complexa foi, portanto, demonstrar os limites 
da Teoria Realista, que foca apenas nas relações de poder. 
A relação de interdependência existente entre os Estados demonstra como outras questões e atores devem ser 
considerados nas análises, mas, ao mesmo tempo, considera a possibilidade de conflito entre eles. 
2. Institucionalismo 
Datam dos anos 1950. No entanto, foi na década de 1970, sob um contexto de mudanças políticas e econômicas 
– desenvolvimento de organizações internacionais, choques do petróleo, fim do padrão dólar/ouro –, que 
Keohane e Nye vão constituir o que seria denominado de liberal institucionalismo. 
2.1 Funcionalismo 
Faz referência a maneira como uma organização se estrutura depende da função específica que desempenha. 
Compreender o funcionamento das organizações internacionais. 
Diferencia-se do objetivo a criação de uma organização global. Compreendiam que a cooperação seria alcançada 
pela criação gradual de mecanismos e agências com funções específicas. 
A intenção era evitar grandes ideais ambiciosos e garantir uma base mais real para a criação de canais de 
diálogos. Ademais, essa cooperação seria impulsionada por especialistas técnicos, e não por políticos. 
A análise funcionalista contribuiu para a teoria da integração regional, principalmente os pensamentos de 
autores como Karl Deutsch e David Mitrany. 
Em 1960, o funcionalismo passou a ser criticado e contestado, principalmente devido aos desafios do processo 
de integração europeu, que até então servira de exemplo para a teoria. 
2.2 Neofuncionalismo 
Elaborado por Ernest Haas, o objetivo de atualizar o funcionalismo. 
O processo de transferência de parte da soberania dos Estados para as instituições supranacionais deveria ser 
compreendido como resultado do trabalho de convencimento. 
• Funcionalismo: foco restrito aos aspectos técnicos da cooperação. 
• Neofuncionalismo: necessidade de compreender as questões políticas, que são internas aos Estados e às 
próprias organizações. 
2.3 Liberal institucionalismo 
Instrumentos ad hoc referem-se àqueles desenvolvidos para debater ou resolver uma temática específica e 
durante um intervalo de tempo definido. Após cumprir com o seu objetivo, tal instrumento é dissolvido. 
Com a criação da ONU em 1945, e a aceitação e a participação dos Estados Unidos nesse espaço, as discussões 
e debates sobre instituições internacionais ganharam maior destaque. 
Muitos autores consideram que o fracasso da Liga das Nações decorreu da ausência dos Estados Unidos, além 
da União Soviética. 
As primeiras análises focavam nas organizações formais, como a própria ONU.O objetivo era compreender qual 
a eficácia desses mecanismos. Um tema comum era o estudo sobre o padrão e o método de votação da 
Assembleia Geral das Nações Unidas, a fim de acompanhar e compreender como o poder era exercido por meio 
desse órgão. 
As organizações internacionais além de funcionarem como um espaço de interesse para os Estados mais fracos, 
as organizações internacionais fazem-se importantes diante da existência de conflitos e disputas no sistema 
internacional. 
Além de coordenação e cooperação, mas importância de ação das organizações internacionais formais. 
Exemplo: TNP, em 1969. O acordo promovido pelos Estados Unidos e a União Soviética permanece até os dias 
de hoje e tem como objetivo evitar a proliferação da tecnologia nuclear. 
Os regimes internacionais “são definidos como princípios, normas, regras e procedimentos de tomada de 
decisão em torno dos quais as expectativas dos atores convergem. 
Keohane e Nye, considera a importância da construção de regras e normas em um contexto de 
interdependência complexa e de aumento das tensões no sistema internacional, principalmente no início dos 
anos 1980. 
Apesar dos desafios colocados pela anarquia do sistema internacional, como a incerteza do cumprimento de 
regras e acordos pelos Estados, os autores neoliberais argumentam que ainda é possível a existência de relações 
de cooperação. 
No entanto, vale destacar que existem diferenças entre interesse em comum e harmonia de interesses. Cada 
Estado possui seu próprio objetivo, mas compreendem que dificilmente conseguirão alcançar esse objetivo sem 
o mínimo de conhecimento sobre as ações e interesses dos demais Estados. 
O institucionalismo liberal contribuiu para expandir o entendimento sobre as instituições internacionais, 
adotando uma posição intermediária entre o utopismo liberal e o ceticismo neorrealista. 
Os Estados continuam sendo os principais atores do sistema internacional e são responsáveis pela criação e 
legitimação das Instituições. No entanto, esses mecanismos adquirem instrumentos de ação próprios e 
independentes dos interesses individuais dos Estados, sendo capazes de fomentar a cooperação interestatal. 
As instituições internacionais são um dos mecanismos que contribuirão para a governança global das diferentes 
temáticas. 
3. Debate neo-neo sobre as instituições internacionais 
Os pressupostos do liberalismo do pós-Primeira Guerra Mundial foram fortemente criticados e considerados 
como utópicos e idealistas pelos teóricos do realismo. (cooperação versus conflito). 
O segundo debate nas relações internacionais teria sido aquele ocorrido entre os behavioristas e os 
tradicionalistas, na década de 1950. Esse debate foi metodológico. Enquanto os behavioristas apostavam no 
uso de métodos científicos, semelhantes às ciências exatas, para os estudos de relações internacionais os 
tradicionalistas – que agrupavam tanto realistas quanto liberais – reforçavam a importância da história. 
No terceiro debate teórico das relações internacionais: o debate neo-neo, que tem sua origem nos anos 1970, 
mas que vai perdurar e ganhar novos contornos com o fim da Guerra Fria. 
Um dos principais pontos de debate entre o neoliberalismo e o neorrealismo diz respeito ao papel e à 
importância das instituições internacionais. 
O debate neo-neo corresponde, portanto, a uma divergência quanto aos elementos que garantem o 
funcionamento das instituições internacionais e os motivos da participação dos Estados nesses mecanismos. 
Na análise neorrealista os Estados são os atores mais importantes. As instituições internacionais possuem 
pouca, ou nenhuma, autonomia, uma vez que seu surgimento e permanência dependem dos interesses e 
objetivos das grandes potências. 
Já análise do liberal institucionalismo, apresentou outros aspectos que permitiriam compreender o 
compromisso que os Estados possuem com as instituições internacionais. 
• Reciprocidade: os Estados esperam que os acordos, firmados sob as instituições, sejam respeitados pelos seus 
pares. 
• Reputação: o respeito ou não aos acordos geram consequências futuras para os Estados, assim, há uma 
preocupação com a imagem construída no sistema internacional. 
 
MARXISMO E SISTEMA-MUNDO 
Ainda que Karl Marx não tenha se dedicado intencionalmente à formulação de uma teoria das relações 
internacionais, houve uma inegável contribuição. 
Historicamente, o século XX foi o momento em que diferentes países buscaram construir novas estruturas 
sociais e políticas baseadas nesta teoria. 
1. Materialismo histórico 
O materialismo histórico surgiu no século XIX como uma teoria geral da ação política, social e econômica, com 
a aspiração de constituir-se como uma teoria abrangente da sociedade. 
O primeiro paradigma é a defesa de determinação por fatores socioeconômicos. Se em qualquer sociedade a 
atividade central é a produção econômica, suas principais questões críticas giram em torno de suas forças 
produtivas (o próprio trabalho) ou das relações sociais de produção. Combinadas, elas formam o chamado modo 
de produção – o feudalismo, o capitalismo ou o socialismo, por exemplo – e, por meio da determinação do tipo 
de estrutura econômica, uma sociedade particular ou formação social é constituída. 
O modo de produção é, de acordo com Marx e Engels, definidora da própria sociedade. As formas políticas, 
jurídicas e culturais seriam condicionadas pela base econômica da sociedade. 
Por esses pressupostos, alguns autores passaram a compreender as relações internacionais como o estudo das 
relações entre as formações sociais, e não entre os Estados. 
Realismo: Estado 
Liberalismo: Estado 
Marxismo: Classes sociais 
Duas classes sociais principais, que são antagônicas e vivem uma relação de exploração: a burguesia, detentora 
dos meios de produção (capital, fábricas, matérias-primas); e o proletariado, possuidor da força de trabalho 
(mão de obra). 
 O segundo paradigma marxista é a determinação histórica, acreditava que para compreender a sociedade 
capitalista contemporânea deveriam ser analisadas suas origens e seus condicionantes passados. Se aplica a 
todos os países: o reflexo do passado recai sobre as políticas doméstica e externa, os instintos dos líderes e as 
respostas do público (ondas de nacionalismos), as instituições políticas e os medos que movem a população. 
O terceiro paradigma central da abordagem materialista histórica é a centralidade das classes sociais como 
atores na vida política doméstica e internacional. 
O conflito entre as classes – conhecido como luta de classes – ocorre, portanto, em dois níveis: entre grupos em 
diferentes posições na escala socioeconômica em uma relação, geralmente, de exploração; e entre grupos de 
posição equivalente em relação de competição. 
Os proprietários dos meios de produção, segundo o marxismo, eram capazes de acumular lucros e assim 
enriquecer, ao não distribuírem de maneira proporcional seus ganhos quando deixavam de remunerar parte do 
trabalho do operário. Isso significa que o proletariado, por meio do seu trabalho, gerava uma riqueza maior do 
que aquela que recebia como remuneração. 
A função principal do Estado seria a de garantir o status quo, ou seja, assegurar a estabilidade da ordem 
capitalista por meio da continuidade dessa relação em que os trabalhadores venderiam sua força de trabalho 
ao mercado e se comportariam como cidadãos respeitadores da lei por ele imposta. 
Como consequência de um processo contraditório – em que o crescimento da produtividade não aumentava a 
renda do trabalhador, mas sim os níveis de exploração – , há exigência de que o Estado agisse de maneira 
repressora para conter a organização e a mobilização do proletariado. Essa crítica foi mantida posteriormente 
por autores que revisaram os estudos marxistas para compreender a Europa no século XX. 
Rosa Luxemburgo afirma que o Estado nada mais é que um representante da sociedade capitalista, portanto,um Estado classista. A proposta dela era um controle da organização da classe capitalista sobre os processos de 
produção. 
Na mesma medida, a alienação, segundo o marxismo, limitaria a capacidade das pessoas de intervir na realidade 
de modo a permitir sua mudança. Somente quando o proletariado tomasse consciência de sua condição de 
explorado, poderia se organizar para lutar contra o sistema que sustentava a exploração. 
Para o marxismo, o contrato com o Estado, não seria, então, um acordo de vontades dos membros da sociedade, 
mas a organização de poder da classe dominante. 
Dadas as desigualdades de riqueza e de posição econômica na sociedade contemporânea. No marxismo, as 
guerras entre os países representam conflitos dominados por duas classes sociais rivais. 
Então ele sugere que a preocupação central das relações internacionais não deveria ser a segurança – ou as 
ações do Estado-nação dirigidas para aumentá-la e defendê-la – mas, pelo contrário, o conflito e as formas pelas 
quais ele é gerado, conduzido e resolvido. 
Então, o mais importante determinante internacional não é a anarquia do sistema de Estados, mas a do mercado 
e a do próprio capitalismo. 
2. Imperialismo nas relações internacionais 
O livro O imperialismo, etapa superior do capitalismo, do pensador russo Vladimir Lenin, é considerada a obra 
que mais se aproximou de uma teoria marxista das relações internacionais. 
Ao apontar as limitações da teoria marxista no que se referia à afirmação de uma tendência do capitalismo a 
sofrer crises sempre mais graves que levariam a sua derrocada, Lenin concentrou suas reflexões no âmbito 
internacional e apontou a contradição entre nações capitalistas, por ele denominadas imperialistas, e as nações 
consideradas economicamente atrasadas. 
A formação de uma nova dinâmica de exploração, agora entre países ricos e suas colônias, constituiu de acordo 
com Lenin em uma nova fase do capitalismo, chamada de imperialismo. 
Para Lenin, a luta de classes manifesta-se por meio do conflito entre Estados nacionais, classificados por ele 
como oprimidos e opressores. 
• Concentração da produção e do capital, atingindo um grau tão elevado que originaria os monopólios. 
• Fusão do capital bancário e industrial, com a criação de uma oligarquia financeira. 
• Exportação de capitais. 
• Formação de uniões internacionais monopolistas de capitalistas partilhando entre si o mercado consumidor 
mundial. 
• Partilha territorial do globo entre as maiores potências capitalistas. 
3. Estruturalismo marxista 
Teoria do Sistema-mundo de Immanuel Wallerstein. Sua abordagem tem como preocupação principal a 
desigualdade que caracteriza o capitalismo global e as estruturas. 
As leis que orientam o sistema-mundo também levam à exploração das economias pobres pelas economias 
centrais. 
De acordo com Wallerstein, a posição dos Estados em relação à divisão internacional do trabalho e à 
concentração de renda pode situá-los em três possíveis áreas no sistema: 
• No centro, onde se concentram todas as atividades econômicas mais complexas e a produção com maior valor 
agregado. 
• Na periferia, que se caracteriza por concentrar a produção de bens primários de baixo valor agregado e intensa 
oferta de mão de obra. 
• Na semiperiferia, que funciona como uma área intermediária ao conter traços do centro e da periferia. Seus 
países já desenvolveram certo nível de industrialização e são um pouco mais diversificados, porém ainda 
dependentes de capital e da tecnologia do centro. 
Para Wallerstein, a existência da semiperiferia representa a possibilidade de ascensão dos países pobres para 
uma nova esfera de desenvolvimento via industrialização. Isso demonstra que a tese da Teoria da Dependência 
de que a distância entre ricos e pobres sempre será crescente não é necessariamente verdadeira. 
Mesmo que os ciclos de crescimento sejam interrompidos por crises econômicas, essas se mostram cíclicas e a 
sua recuperação demonstra a capacidade do capitalismo de continuar se expandindo e se reinventando. 
A teoria do sistema-mundo tem o mérito de combinar as reflexões marxistas acerca das contradições causadas 
pelo modo de produção capitalista com uma consideração da dimensão política das relações internacionais. 
Contudo, essa teoria contém dentro de si outra sugestão: não é a classe trabalhadora, mas a burguesia que era 
mais internacional, já que a sua educação e cultura, por um lado, e os seus próprios interesses econômicos, por 
outro, eram tais que ela foi levada a agir cada vez mais internacionalmente. 
TEORIA DA DEPENDÊNCIA 
Surge na América Latina, na década de 1960. 
A economia capitalista mundial possui uma lógica de funcionamento marcada pela distinção entre economias 
centrais e economias dependentes, ainda que do ponto de vista político todos os Estados sejam igualmente 
soberanos. 
Uma economia ou sociedade dependente é, portanto, aquela que não possui poder de decisão sobre o 
funcionamento da lógica da economia mundial e depende das decisões e políticas implementadas pelas 
economias centrais. 
Cuja base se encontra na crítica marxista sobre economia e política, alguns pensadores buscaram articular uma 
forma de se analisar essa situação desde a perspectiva das economias dependentes. O debate até então era 
marcado pela perspectiva das grandes potências e pela sua busca em manter o status quo. Desse modo, a Teoria 
da Dependênciaa busca justamente preencher essa lacuna de análise, sendo considerada a maior contribuição 
do chamado terceiro mundo ao escopo de um paradigma das relações internacionais. 
Essa dependência vai ser analisada tanto em termos comerciais, referentes à disparidade no valor de troca dos 
produtos exportados pela periferia, usualmente relacionados a commodities de pouco valor agregado, e os 
produtos importados desde o centro, quanto em termos financeiros, relativos ao nível de industrialização e ao 
vínculo extremo com o capital estrangeiro, que culmina na retenção dos lucros nos países centrais. 
Teoria da Dependência também vai se distinguir dos modelos clássicos e realistas que compreendem os Estados 
como únicos atores relevantes na política internacional. Também levará em consideração as organizações 
internacionais e não governamentais, as empresas transnacionais, os sindicatos, entre outros. 
Outra forte característica dessa teoria é sua visão pessimista sobre a possibilidade de uma convivência 
internacional harmônica entre os Estados. 
1. Contexto histórico 
O fato de os Estados Unidos terem saído tão fortalecidos da guerra – por terem entrado mais tardiamente no 
conflito, mas também porque a guerra ocorreu principalmente em solo europeu, distante das fronteiras 
estadunidenses –, representa uma mudança na postura de expansão imperialista a partir da dominação formal 
sobre territórios, tendo em vista que eles mesmos haviam sido colônia da Inglaterra e não poderiam, portanto, 
incentivar essa tradição colonialista. 
O pós-Segunda Guerra Mundial marcou um aumento nas tentativas de divisão mundial a partir de domínios 
político-econômicos. Processo de descolonização. Na verdade, era interessante que as antigas colônias se 
tornassem independentes, pois isso representaria um maior mercado consumidor. 
Apesar da região já ter passado pelo processo de independência formal em relação às suas antigas metrópoles 
décadas antes, os países continuavam sofrendo fortes influências externas, como intervenções políticas e 
militares diretas da Inglaterra, especialmente até a década de 1930, e dos Estados Unidos após o fim da Segunda 
Guerra. 
Esses pensadores vão se preocupar com a análise da realidade social e econômica da América Latina, 
argumentando que o desenvolvimento dos países da região se encontrava limitado. 
De modo geral, a Teoria da Dependência surgiu como alternativa de interpretação das dinâmicas sociais 
observadas na América Latina, crítica aos movimentos de alinhamento automáticodas ditaduras e regimes 
militares da região. 
2. Vertentes 
Algumas, por vezes, divergentes em suas proposições, inclusive sobre o que significaria ser dependente. Entre 
elas podemos destacar a estruturalista cepalina, a do desenvolvimento associado e a neomarxista. 
2.1 Estruturalista cepalina 
A Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) é um organismo ligado ao Conselho Econômico e Social da 
Organização das Nações Unidas (Ecosoc-ONU), criado em 1948, com o objetivo de fomentar o estudo e a 
promoção de políticas para o desenvolvimento de sua região, especialmente estimulando a cooperação entre 
os seus países e o resto do mundo. Além de todos os países da América Latina e do Caribe, alguns países da 
América do Norte, Europa e Ásia também fazem parte da Cepal. 
O crescimento muito lento de regiões do terceiro mundo, como a América Latina, era o resultado da ordem 
econômica capitalista global, que mantinha essas regiões num estado de ‘perpétuo desenvolvimento 
dependente. 
O livre comércio beneficiaria os países mais industrializados, enquanto a falta de proteção [às suas indústrias 
nacionais] pioraria a situação de subdesenvolvimento dos países. 
Essa vertente estruturalista da dependência argumenta que os países que apresentam pauta de exportação 
amplamente baseada em produtos agrícolas estariam fadados à posição periférica, defendendo que, para deixar 
essa posição, seria necessário industrializar a economia. 
No entanto, essa perspectiva recebe diversas críticas, especialmente daqueles que compreendem que a 
substituição de importações criava novas formas de dependência que poderiam ser consideradas ainda mais 
profundas. 
Ou seja, a substituição de importações demandaria um alto vínculo com o capital privado estrangeiro, o que 
poderia, em alguma medida, cristalizar ainda mais a relação hierárquica de dependência entre os países latino-
americanos e as potências industrializadas centrais. 
2.2 Desenvolvimento associado 
A principal obra dessa vertente é o livro Dependência e desenvolvimento na América Latina, escrito entre 1966 
e 1967 por Fernando Henrique Cardoso. 
Embora dependam do crescimento da economia mundial e do modo como o mercado internacional reage à 
conjuntura, os países dependentes poderiam implementar políticas econômicas de forma a se acoplarem a essa 
dinâmica mundial e, de alguma maneira, crescerem junto com essa economia central. 
Um resultado da integração de grupos e classes sociais que têm um modo de relação que lhes é próprio e, 
interesses materiais distintos, cuja posição, conciliação ou superação dá vida ao sistema sócioeconômico. 
Destacam a importância de se analisar o processo histórico a partir do modo como as economias 
subdesenvolvidas se vincularam ao mercado mundial. 
No entanto, essa vertente recebe duras críticas por conceberem o subdesenvolvimento como situação 
condicionante que pode ser “mediada e alterada pelos efeitos de processos econômicos e sociais internos” 
distanciando-se do questionamento das críticas ao sistema capitalista mundial que fomentariam as relações de 
dependência. 
2.3 Neomarxista 
Quanto mais as economias dependentes se acoplarem às economias centrais, mais profundas essas relações de 
dependência se tornarão. 
O atraso nesses países não decorria do legado ou dos resquícios pré-capitalistas, mas, sim, por terem se 
desenvolvido nos marcos de um capitalismo colonial, em que o processo de submissão e dependência esteve 
presente, ainda que não existisse um vínculo formal de colonização. 
Ao invés de buscar o equilíbrio, foi estruturado a partir de relações de dominação. 
A origem dessa vertente pode ser remontada às análises de Ruy Mauro Marini. 
Por fim, vale destacar que a Teoria da Dependência acabou bastante marginalizada, por um lado, pela vinculação 
com o socialismo no que se refere às propostas para romper com essas relações de dependência.

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