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CURSO DE CIÊNCIA POLÍTICA MAQUIAVEL

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FACULDADES DOCTUM
	 CURSO DE DIREITO
 DISCIPLINA: CIÊNCIA POLÍTICA
 PROF. PE. SERAFIM MAGALHÃES JR.
	
	 O PENSAMENTO POLÍTICO			 NA IDADE MODERNA
		 NICOLAU MAQUIAVEL 					 ( 1469 – 1527 )
			 A POLÍTICA 
	 COMO CATEGORIA AUTÔNOMA
				UNIDADE I: 
 O PENSAMENTO POLÍTICO DE MAQUIAVEL	 	A) CONTEXTO SOCIO-CULTURAL												> Momento histórico = Renascimento												 Séc. XVI = mudanças sócio-culturais na Europa 	 sobretudo no norte da Itália.					 > crises políticas e religiosas ( luxo da igreja )		 > ameaças externas e 					 	 > ausência de unidade nacional.
		
				 									 
	
										+ As Cidades-Estado ou Repúblicas dirigidas por 	 Monarcas, com poder ilegítimo.
	+ A Nova Imagem do Mundo causada pelas: 	 > Descoberta do Novo Mundo ( América) 	 > Revolução Copérnicana (1473-1543) 			 Sistema Heliocêntrico ( o Sol está em repouso e os 			planetas giram ao seu redor).
	 > Galileu Galilei (1564-1642) confirmou a teoria 		de Copérnico	 
	+ Mudança na Cultura: ( Antropocentrismo)
	+ A Crise dos Valores Morais se agravara entre os 	monarcas e na Igreja.						
	+ A Nova Realidade Política de Florença e de toda a 	Itália.
	
	Maquiavel está							 inserido neste 						contexto sócio-cultural
	
	Quem foi MAQUIAVEL ?
	> Nasceu em 
	 FLORENÇA 
	 (1469 – 1527)
 	FLORENÇA era uma República, governada pela 	Família Médici ( muito poder político e dinheiro). 	A República estava em profunda CRISE POLITICA
	FLORENÇA: Berço do Renascimento, iniciado pela 	Família dos Médici.
	Cidade natal de:
	Nicolau Maquiavel
	Américo Vespúcio
	Michelangelo
	Dante Alighieri
	Galileu Galilei
	Bottitelli
	Giotto
 FLORENÇA
 Construída no Século V,					 
 e tem como marca a 				
 construção do Batistério 					
 de San Giovanni 
 FLORENÇA -
 Catedral de 
 Santa Maria Del Fiori
 ( 150 de construção)
PONTE VECCHIO sobre o Rio Arno ( mais antiga da cidade)
 F L O R E N Ç A
	FAMÍLIA:
	Pai: Bernardo de Niccolò Machiavelli. 	 Doutor em Leis ( Advogado), homem ativo e 	com vocação para os estudos. Leitor dos Clássicos 	como Tito Lívio (historiador romano), Aristóteles e 	Demóstenes.
	Mãe: mulher muito religiosa, de cultura literária e 	de alma poética.
	Maquiavel herdou da família a instrução literária da 	época.
	
	Infância: 
	> Aos 7 anos 						iniciou os estudos 							de Latim, mas não 					aprendeu grego.
	> Aos 9 anos 							presenciou 								um fato trágico na
										 Catedral de Florença
									Florença
	Em 1478, durante uma Missa na Catedral, estavam o 	Monarca Lourenço de Médici ( O Magnífico)e seu 	irmão Juliano de 	Médici. Quatro homens da 	poderosa família dos Pazzi, inimiga dos Médici, 	invadem a Catedral e apunhalam ( assassinam) o 	Juliano, enquanto o Lourenço refugia-se na 	Sacristia com ferimentos leves.
	Este atentado provocou grande tumulto em 	Florença.
	Os quatro homens foram presos, 	enforcados e esquartejados pela multidão.
									
FLORENÇA
										 A FAMÍLIA MÉDICI.
	A Família ganhou fama quando abriu um Banco 	Familiar, tornando-se uma família de banqueiros e 	comerciantes muito ricos. Patrocinava construções 	da Igreja Católica e dos rei da França e da 	Inglaterra.
	Na Itália conseguiram 						prestígio e poder político, 					tornando-se a família mais rica de toda a Europa.
	Dos mais influentes na política, destaca-se o 	Monarca Lourenço de Médici. 
	Além de príncipes, princesas, duques, 	destacaram-se também três papas da família Médici.
	Lourenço de Médici – O Magnífico				( 1449 – 1492) 						governava 	Florença 						quando nasceu Maquiavel.
	Foi um político, banqueiro 					e poeta influente e 					dominou a vida política, 				social e cultural de Florença.
	Construiu bibliotecas 						em Florença, patrocinou 				artistas e literatos como o					 pintor Michelangelo e o 				poeta e humanista Ângelo Poliziano.
	O Governo dos Médici: ( de 1434 a 1737 )
	> Em 1434, assumiram o poder político em Florença.
	> Governava usando o sistema de rodízio nos cargos, 	colocando sempre no poder membros da aristocracia 	local amigos dos Médici.
	> A cidade vivia em crise política, financeira e 	comercial. Muitas casas bancárias se transferiram 	para outras praças, em especial Lion, na França.
	> Mesmo com um fraco exército, a cidade se envolvia 	em freqüentes guerras.
	> Em 1469, neste ambiente tumultuado, nascia 	Maquiavel.
	CRISE POLÍTICA NA FAMÍLIA MÉDICI:
	> Em 1494, perdem o poder na República de 	Florença com a invasão da Itália pelo rei Carlos 	VIII da França. ( ficam 18 anos afastados).
	> Em 1500, Maquiavel casou-se com Marietta de 	Ludovico Corsini, tendo dela 6 filhos, sendo 4 	homem e duas mulheres.	 	 	> Em 1512, voltam ao poder em Florença com a 	eleição papal do Cardeal João de Médici ( Papa 	Leão X ).
	> Prisão de presos políticos, considerados inimigos 	do Papa.
	Maquiavel: Vida adulta
	> Em 1498 (com 29 anos) dois fatos marcantes:
	1º) Maquiavel entra para a vida política de Florença. 	Convidado a ser o 2º Secretário da República de 	Florença, para cuidar dos assuntos diplomáticos 	(fazendo muitas viagens pela Itália) e das 	questões 	bélicas. 	Organizou um exército para defender a cidade com 	(cidadãos) homens convidados, e não com 	mercenários. Ganhou fama por desempenhar bem as 	funções diplomáticas e as relações com as demais 	repúblicas.
	2º) Presenciou outro fato trágico na cidade de 	Florença, a morte do frei Jerônimo SAVONAROLA
	Quem foi Frei Jerônimo 					 SAVONAROLA ?
	> Líder religioso com grande					 prestígio político.
	> Pregador famoso por seus 					discursos contra os maus costumes				 do povo e o luxo de alguns bispos e 	do Papa.		> Pregador autoritário, legalista e se proclamava 	santo.									> Convocava o povo para rezar, fazer penitência, 	jejuns e aos jovens que entrassem para o convento 	em busca de santidade.
	> Seu radicalismo o levou a ser excomungado da 	Igreja, preso, enforcado e queimado na fogueira.
Praça da Senhoria
Execução de Savonarola
 Maquiavel, convidado a ser Chanceler de Veneza, 	conheceu CÉSAR BÓRGIA ( 1476-1507 ).
	Quem foi César Bórgia ?
> Filho do Papa Alexandre VI.
> Político influente ( era duque e nomeado Cardeal aos 17 anos.
> Recebeu do pai várias Províncias				 Foi governador da Romanha.
Ficou conhecido como a figura				 mais ‘terrível’ de toda a Itália.				 > Temperamento autoritário,					 decidido, e grande poder					 de fazer trapaças e traições.
	César Borgia recebeu do pai a missão de:
	> Reconstituir o Estado Papal e assegurar a 	estabilidade da região central da Itália.
	> Principal conselheiro do pai à frente dos negócios 	da Igreja. 
	> Invadir territórios para expandir o poder político 	da Igreja. Quando queria invadir Florença, 	Maquiavel o convenceu de voltar atrás.
	A Família Bórgia
	> Natural da região de Valencia ( Espanha )
	> Destacou-se na Renascença italiana através do 	 poder político de vários membros.
		+ Papa Calisto III (Afonso Bórgia, tio de 			 Rodrigo Borgia; Pontificou de 1455 - 1458)
		+ Papa Alexandre VI ( RodrigoBorgia )		 	 ( pontificou de 1492 a 1503 ; pai de César 		 Bórgia e Lucrecia Bórgia, filhos tidos 			 quando era Chanceler do Vaticano, antes 		 de ser papa )
		+ São Francisco de Bórgia
 	Influências sobre a vida de Maquiavel.
	1º] Da Família > formação intelectual
	2º] Da Política > seu empenho diplomático
	3º] De César Bórgia > conhecimento profundo do 	 modo como os duques, monarcas, e até membros 	 da Igreja faziam política.
	Vendo a política de César Bórgia, Maquiavel 	percebeu como os políticos agiam.				> possuídos pela astúcia política, 	> obstinação em perseguir objetivos sem se importar 	com os meios. 	> capacidade de aliar a sorte à prudência 	permanente.
 	CRISE NA VIDA POLÍTICA DE MAQUIAVEL
	> Em 1512, foi acusado de ser amigo dos inimigos do 	Papa. Ele foi cassado, torturado e preso por 22 dias. 	Estava com 43 anos e 14 anos de vida política.
	> Incluído na lista de presos políticos que receberam 	anistia do próprio Papa Leão X, Maquiavel foi solto.
	Pena política: 							= condenado a um confinamento				 de um ano fora de Florença.					= multa de 100 mil Florins-ouro.
	= proibido de entrar no 					 	 Palazzo Vecchio, onde morava 	 a Família Médici.				 	 
	> Entristecido pela inatividade política, Maquiavel 	 foi 	morar numa fazenda ( bosque) nos arredores 	 de 	Florença. 							> O ostracismo político o levou à escrita de obras 	 políticas.
	 Obras: - ‘O PRÍNCIPE’ = principal obra política. 			Com esta recebeu o título de 				 “Pai da Política Moderna”.
	 - Comentários sobre a primeira década de 			Tito Lívio ( 59 a. C –17 d. C) historiador 			 romano)
 ‘O PRÍNCIPE’ Escrito em 1513, mas publicado somente 	 em 1531, 	 cinco anos 	 após sua 	 morte.
	Obras de Maquiavel:
	1518 = A Mandrágora 	 Peça teatral
	1519 = A Arte da Guerra
	1525 = História da Florença
	Em 1527 – com 58 anos, perdida a esperança de 	voltar à vida política, cai doente e é desenganado 	pelo médico e amigos.
	Morreu em 21 de junho de 1527.
	> Sepultado no túmulo da família na Basílica de 	Santa Croce, em Florença.
	> HOJE, os restos mortais estão no Panteão de 	Florença e no epitáfio está escrito:
	‘TANTO NOMINI NULLUM PAR ELOGIUM’
	‘NENHUM ELOGIO ESTÁ À ALTURA DE 	 	 TÃO ELEVADO NOME’
	
 Basílica 
 Santa Croce -
 depósito dos
 restos
 mortais de 
 Maquiavel
 	B) Problemas Políticos vistos por Maquiavel.
	a) Derrotas constantes dos monarcas sem exércitos 	nacionais ( tinham exércitos de mercenários ( pagos)
	b) Sentiu as constantes ameaças para a República de 	Florença. Presenciou a derrota de Florença para o 	Rei Carlos VIII da França. Organizou um exército 	de cidadãos para Florença.					c) Florença dominava pequenas cidades e 	territórios, 	e sofria com o ódio destas cidades que 	sempre se rebelavam. Isto o levou a escrever no 	Príncipe, “Como Tratar Povos Conquistados”.
	d) Se a Itália está desunida, é preciso lutar pela 	 	 unificação política da Itália. 
	C) Intenção de Maquiavel com a obra ‘O Príncipe’
	1) A amargura e descrença com relação à condição 	 humana.								 O que é o ser humano ? Maquiavel, entristecido 	 pelo abandono político, vê os homens em crise .
	2) Observando a realidade italiana da época, 	 	 procura encontrar um processo político que 	 	 criasse um Estado permanente, pois todos os 	 	 conhecidos estavam em crise. Pretende formar um 	 Estado Moderno baseado na soberania do povo.
	3) Quer habilitar os governantes a realizarem a 	 	 unificação da Itália.
	4) Os governantes medievais governavam com base 	na ‘ética religiosa’ ( chamada de ética paternalista 	cristã).								Na Idade Média o Estado usava da tradição moral e 	religiosa para governar. Toda a cosmovisão era 	religiosa. O Estado não tinha autonomia, por 	depender das normas morais e religiosas.
	5) Na obra ‘O Príncipe’, Maquiavel faz o Estado 	(governantes) tomarem consciência da autonomia da 	esfera política.
	Maquiavel deu ao Estado a significação de Poder 	Central Soberano, legislador e capaz de decidir, sem 	compartilhar esse poder com ninguém ( sobretudo 	com a Igreja).
	D) O que é o Estado para Maquiavel ?
	1º) É um Poder Político.
	2º) É um Poder Central.
	3º) É um Poder Soberano, Autônomo.
	4º) É um Poder que Legisla de forma laica.
 5º) É um Poder Político desvinculado da Ética.
			
			 UNIDADE II
	A CONCEPÇÃPO POLÍTICA DE MAQUIAVEL
	1º) Distinção Fundamental
	a ) O Mito do Maquiavelismo
 	b) O Pensamento Político de Maquiavel
	A) O MITO DO MAQUIAVELISMO
	“Maquiavelismo” e “Maquiavélico” no curso da 	história receberam conotações diferentes. 
	Os conceitos receberam dois sentidos:
	1º) Sentido ético:
	 >Maquiavélico é o sujeito ‘mau’, que planeja uma 	política falsa, sem preocupação com as 	conseqüências da ação.						 > Maquiavélico é o sujeito que procura tirar	vantagem da desgraça alheia.
	 > Maquiavélico é o sujeito que justifica a violência 	 a qualquer preço.
	Maquiavel foi compreendido assim porque ele 	afirma que “em determinadas circunstâncias a 	violência pode acontecer.”
	Ex: quando um novo príncipe conquista o poder ou 	luta para não perdê-lo, como fez César Borgia.
	 Dizer que alguém é maquiavélico foi sempre 	entendido como uma grave ofensa.
	
	Maquiavel ficou marcado com esse sentido negativo, 	de mau sujeito, devido à má compreensão de sua 	filosofia política.
	O mito do Maquiavelismo surge após a morte de 	Maquiavel.
	Maquiavel usou a figura de César Borgia como 	modelo de “príncipe novo”, como exemplo a ser 	seguido pelos que desejam sucesso na vida política.
	O padrão vigente na época era o do príncipe bom e 	caridoso, capaz de agir eticamente e de, por isso, 	alcançar a conservação de seus domínios da forma 	mais suave possível.
	Maquiavel não está dizendo que o duque deva ser 	seguido por todos, como regra geral, e nem que seja 	um modelo 	impossível de ser atingido.
	2º) Sentido psicológico-crítico.
	 Neste segundo sentido, ser maquiavélico é ser um 	sujeito crítico, astuto, inteligente, pensador 	profundo.
	 > Ser maquiavélico é ser capaz de fazer profunda 	análise crítico-política, de compreender a realidade 	sócio-política e o contexto social de uma época.
	 > Ser maquiavélico é ser capaz de organizar a 	ação política, de ver mais longe, de estar na frente do 	seu tempo, de ser lúcido e lógico na argumentação.
	B) O Pensamento Político de Maquiavel.
	a) Maquiavel está preocupado com uma questão que 	incomodou os filósofos no século XIV e XV. 
	É possível o homem intervir na história ? 			Até que ponto pode o homem MUDAR a história?
	Para resolver a questão, é preciso OBSERVAR O 	MODO como os homens governam 	de fato.
	Maquiavel faz um paralelo entre a política medieval 	e a política moderna.
 Política medieval: buscava-se fazer um bom governo. 	Política moderna: a política é a lógica da força e é 	impossível governar sem fazer uso da violência.
	Maquiavel afirma que o soberano pode se encontrar 	em situação de ter que aplicar métodos 	extremamente cruéis e desumanos. 
 “Quando são necessários remédios extremos para 	males extremos, ele deve adotar tais remédiosextremos, e de qualquer forma, evitar o meio-termo, 	que é o caminho do compromisso, que de nada serve; 	ao contrário, é sempre e somente de extremo dano”.
	Para Maquiavel, o homem não é bom nem mau, mas 	de fato, tende a ser mau. Conseqüentemente, o 	político não deve confiar no aspecto positivo do 	homem, e sim constatar seu aspecto negativo e agir 	em conseqüência disso.
	b) O conceito de política de Maquiavel é contextual.	 Ele está refletindo sobre aquele momento político 	da Itália: 								> o problema da unificação da Itália.			> o problema da conquista e manutenção do poder.
	> o problema de quais atributos o príncipe deve ter 	para permanecer no poder ( virtú e fortuna).
	c) Maquiavel pensa a política como algo ‘artificial’, 	isto é, algo que não está dado, acabado. 			A política tem que ser construída. Ela é fruto da 	ação do homem.
	
	d) A política não é distribuição de recursos, pois 	assim ela seria busca de sobrevivência.
	> a política se dá no campo da vida. A vida não está 	pronta, constrói-se.						 	> Maquiavel coloca a política no campo do desejo. 										 	O que é o desejo? Desejo é a aspiração do que ainda 	não está. É aspirar o que ainda não existe.
	 	e) A Política não é a satisfação de interesses.		“O homem tem sede de tudo alcançar”.
	f) Política é a construção do espaço da liberdade. É a 	construção do diferente. 					> política é olhar para o mundo e criar uma ordem 	social diferente. 	 		 						> política é “apagar” o real e pensar o que 	ainda não está. O homem mata a possibilidade de 	liberdade quando ele se reconhece acabado.
	> política é a arte de tornar possível o 	aparentemente impossível.					 	> Corrupção é retração da liberdade. O príncipe que 	transforma o espaço de liberdade em interesses, é 	um tirano.
	Para Maquiavel, ao agir o homem dá um movimento 	à história. 																	Não basta o homem reconhecer-se profundamente 	motivado pela vontade política. 													Ele tem que perceber as circunstâncias, a 	realidade 	circundante, a história, os dilemas e os conflitos.
	Para Maquiavel, tanto em política, como no 	pensamento político é preciso ir diretamente à 	verdade efetiva da coisa, sem perder-se nas fantasias 	vãs de filósofos e moralistas; 	O adjetivo “efetivo” é criação de Maquiavel, e 	significa “mais do que real”, isto é, a verdade, além 	de em si mesma, também em seus efeitos.
	 QUAIS OS ATRIBUTOS DO PRÍNCIPE
	VIRTÚ		 e FORTUNA
	Energia				 Sorte (boa ou má ) 	Força	, habilidade			 Acaso, ocasião 	Coragem				 Oportunidade 	Decisão, capacidade	 	 Momento propício 	Empenho				 São as circunstâncias 	Vontade dirigida para		 nas quais o homem 	um objetivo				 está inserido, ou seja,	É a vontade 			 a história.			infinitamente política 	que os indivíduos 					possuem.
	Discernir:
	Virtú = palavra italiana,						 vem do latim VIR = HOMEM
	Virtus = latim = virtude,					 no sentido bíblico de virtude cristã.
	A virtude cristã pressupõe força moral. É um 	compromisso ético e religioso em vista de um fim 	sobrenatural.								 	Virtú e Fortuna são qualidades do príncipe. 	Todo governante deve possuí-las, pois só muito 	raramente consegue a vitória ou decisão correta e o 	objetivo é alcançado.
	VIRTÚ: é a qualidade primeira do príncipe.			 								 > O homem de virtú é capaz de tomar decisões, 	possui objetivos traçados, sem se apegar a um 	código moral ( isto é, seguir regras fixas) ou se 	aprisionar em escrúpulos.														> O homem de virtú é capaz de realizar grandes 	obras. É a qualidade que todo governante deve ter.	
	> Virtú é a capacidade do ator político de agir de 	maneira adequada no momento adequado. Contudo, 	não deve ser confundida com prudência.
	O conceito de “virtú” defendido por Maquiavel, 	distante das virtudes cristãs e da prudência ( da ética 	de Aristóteles) não fundamentava uma leitura da 	política com uma busca de fins independentes dos 	meios.
	Maquiavel nunca disse que 					“OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS”. 	
	Ele pretende mostrar que a política constitui uma 	esfera da existência humana que, estando 	relacionada com várias outras, não pode ser 	confundida nem com a ética nem com a religião.
	A Política é uma dimensão AUTONOMA, mas não 	de forma absoluta, com o também não é a Ética.
	A FORTUNA ( deusa romana = designava o 	‘acaso’)							 	 >deusa da roda, ela retira dos homens tudo aquilo 	que conquistaram, quando decidem mudar o curso 	das coisas sem aviso prévio.
	Fortuna Virilis = adorada pelos homens
	Fortuna Muliebris = adorada pelas mulheres
	Fortuna presidia todos os acontecimentos, 	distribuindo segundo sua cega vontade, os bens e os 	males.
	> Era a deusa da sorte boa ou sorte má. Invocada 	nos momentos de perigo ou incerteza.
	Fortuna é sempre 					apresentada careca, 						com um tufo de cabelos						( por onde se 							podia apanhá-la) 					segurando 								uma cornucópia e							 um timão 								( para guiar a vida						 dos homens )
	FORTUNA: tem um duplo sentido
	1º) Significa Sorte ( boa ou má). É a oportunidade, o 	momento propício no correr do tempo ou na 	seqüência dos dias. É o curso da história, o acaso. 	Fortuna é o momento certo, já antecipadamente 	calculado pelo príncipe. 
	A fortuna favorece quem tem virtú, conforme o 	ditado: “ a sorte ajuda os audaciosos”				 	2º) Significa certeza do êxito, garantida pela 	perspicácia e pela prontidão do príncipe. É o 	momento exato do golpe ou bote da serpente para 	vitimar o inimigo. 
	Relação dinâmica entre Liberdade e Sorte.
	Muitos humanistas contemporâneos de Maquiavel 	acreditavam no “destino” dos acontecimentos, e que 	é inútil se esforçar para impor-lhe uma barreira, 	sendo melhor deixar-se guiar por ele.			 	Maquiavel afirma que “metade das coisas humanas 	dependem da sorte, a outra metade da virtude e da 	liberdade”.
	Maquiavel usou de uma imagem que marcou muito 	os pensadores do seu tempo.					Para Maquiavel a “sorte” é como a deusa ‘Fortuna’. 	Ela é uma mulher....
	...porque a sorte é mulher. E, querendo 	mantê-la sob domínio, é necessário bater-lhe e 	espancá-la. O que se vê é que ela deixa-se 	mais vencer por estes ( = temperamentos 	impetuosos) do que por aqueles que procedem 	friamente. E sempre, como mulher, é amiga 	do jovens, porque são menos respeitosos, mais 	ferozes e a dominam com mais audácia”.
	A Fortuna aparece sempre como uma força que não 	pode ser inteiramente dominada pelos homens. 	Num 	mundo sujeito a movimentos constantes, ela 	representa o elemento de imponderabilidade das 	coisas humanas. 
	Dessa Força (Fortuna) conhecemos apenas os efeitos 	e o fato de que pode sempre se manifestar, mas 	nunca suas vontades e o momento em que vai lançar 	seus fios. Maquiavel não está dizendo para cairmos 	no fatalismo, no desespero e na irracionalidade. 	Como não sabemos os caminhos da deusa, devemos 	viver sempre na esperança de que ele vai nos 	orientar para o bem.
 	HOMO POLITICUS
	Maquiavel criou o modelo do governantebem-	sucedido, chamado homo politicus.				> Ele criou o modelo teórico, calcado na realidade 	por ele vivida, e baseado no comportamento 	efetivo dos 	homens, e não na norma ou ideal.
	> Para Maquiavel todas os defeitos humanos 	medo, 							hipocrisia,				estão na base da 		ambição, 				ação política do		mentira, 				Homo Politicus.		traição, 							covardia,							 	 má-fé, assassinatos)
	O Estado ou Principado do Homo Politicus deve ter 	boas leis e boas armas.
	As Armas: devem ser usadas por milícias ou 	exércitos nacionais e nunca por forças mercenárias 	que são interesseiras e traidoras ao sabor da derrota 	ou da vitória e das circunstâncias.
	As Leis: servem para manter a disciplina.
			HOMO POLITICUS
 Objetivos	 Qualidades		 Atividades
 Conquistar e Estado Príncipe Guerra 	manter o Boas Leis Virtú Leis da guerra	poder Boas Armas Fortuna Disciplina 
								 		O PRÍNCIPE NOVO
	Qual deve ser o comportamento de um príncipe que 	ocupa um novo território?					Qual deve ser o comportamento do político no 	governo?
	a) Não basta gozar dos benefícios de uma conquista.
	b) É necessário conhecer o funcionamento do poder 	em suas várias circunstâncias para se obter sucesso.	...”ganhar uma batalha não é o mesmo que 	 	 administrar uma cidade”.
	Para ensinar o príncipe a governar, Maquiavel parte 	de duas proposições de conteúdo diferente.
	1º) Maquiavel possui total confiança no fato de que 	as coisas humanas se repetem, e por isso, o estudo do 	passado e dos acontecimentos recentes é um 	instrumento poderoso para os que exercem o poder, 	ou desejam conquistá-lo.
	Maquiavel ensina a usar o passado como guia, pois é 	a melhor forma de evitar os erros que arruinou 	muitos poderosos. 
	“...muitos governantes preferem confiar no seu 	próprio julgamento a aprender com o passado”.
	2º) A segunda proposição à qual deve estar atento o 	príncipe é a crença de que “a natureza humana se 	mantém ao longo do tempo, mas é má”.
	Muitos autores medievais defendiam a natureza 	humana como voltada para a procura do bem. 	Maquiavel afirma que “os homens são ingratos, 	volúveis, simuladores e dissimuladores, inimigos dos 	perigos e ávidos de ganho...” 
	Maquiavel não quer dizer que todos os homens 	sejam ruins e ajam sempre com maldade. Ele está 	afirmando que não podemos agir na suposição de 	que os homens corresponderão às nossas 	expectativas, e por isso, devemos sempre estar 	precavidos contra a manifestação de sua natureza 	má.
	Maquiavel tomou a figura de César Borgia para 	explicar como o novo príncipe deve agir.			Ele mostra que César Borgia foi um mestre na arte 	de dissimulação de seus pensamentos e de 	sua 	natureza mais íntima. 
	Maquiavel elogiou César Borgia afirmando: 		 “ele é um modelo para todos os que pela 	 sorte ou pela força dos outros chegou ao 	 poder”.
	Espelhando-se na figura poderosa de César Borgia, 	Maquiavel mostra: 
	O duque, mesmo com toda a sua habilidade para 	lidar com situações extremas, depois da morte de seu 	pai (Papa Alexandre VI), foi derrubado pelas 	mesmas forças que lhe deram o poder. Ele foi 	tragado pela força da contingência ( ficou doente), e 	esse erro foi fatal.
	O duque soube aproveitar a ocasião que lhe foi 	oferecida pela sorte para galgar os degraus do poder.
	Para Maquiavel, ‘não existe poder que possa durar 	para sempre’. “Tudo o que existe no mundo tem 	limites em sua duração”.
	Uma Moral para a Política.
	Distinção Fundamental:
	1º] A Moral Religiosa antes de Maquiavel
	2º] A Moral Autônoma depois de Maquiavel
	
	1º] A Moral Religiosa antes de Maquiavel:
	> A Moral do Bom Governo. 
	 + Significa que o monarca tinha que ser possuidor 	de um conjunto de virtudes cristãs ( bondade, 	justiça, honestidade, etc...) devendo ser o primeiro a 	dar exemplo de conduta moral. 
	 + Significa que sendo um homem bom, ético, ele 	será amado pelos súditos.
	 + Significa que deverá ter uma religião ( Cristã) de 	preferência ( ser amigo da Igreja ).				 + Significa que não há separação entre Ética e 	Política. São dimensões interdependentes.
	2º) A Moral Autônoma depois de Maquiavel:
	+Significa saber que a Ética e a Política são 	categorias autônomas. São separadas, mas se 	relacionam.
	+ Significa saber se para o príncipe “é melhor ser 	amado ou temido”.
	+ Significa saber qual animal deveria ser imitado 	pelos príncipes.
	+ Significa conhecer a “verdade efetiva das coisas” e 	não perder tempo imaginando repúblicas e 	monarquias que nunca existiram.
 Maquiavel retoma na história do pensamento 	político, o modo realista de pensar a política ( já 	presente em Aristóteles) , mas esquecida pelos 	medievais. 	O que é totalmente NOVO em Maquiavel ?
	A interrogação sobre a relação entre Ética e Política.
	Maquiavel foi criticado por ter supostamente 	afirmado que o governante pode fazer tudo o que 	for necessário para atingir o poder e para conservá-	lo. 	 	Seria dizer que o poder tem um fim em si 	mesmo, 	que não depende de nada, além do desejo de 	conquistá-lo e da habilidade em mantê-lo para se 	legitimar. 
 	A preocupação central de Maquiavel é: 
	Saber se o governante pode agir sempre em 	conformidade com os princípios éticos cristãos 	aceitos em seu tempo e esperar atingir seus objetivos, 
	ou
	 Se deve aprender a seguir outros caminhos, 	quando confrontado com situações difíceis.
	Maquiavel está perguntando se a Ética é suficiente 	para nos mostrar como agir na política em todas as 	situações. 	 Maquiavel mostra que NÃO, pois Savonarola era 	um homem profundamente ético e teve um trágico 	fim.
	Maquiavel está refletindo sobre como os valores 	éticos são vividos na esfera da política. Ele não 	despreza a ética, apenas a trata como um campo 	independente, mas convivendo com a Política.
	Maquiavel ensina ao governante que se ele seguir a 	ética religiosa como ensina os manuais de moral, ele 	acabará na ruína, como Savonarola.
	Para Maquiavel, os governados cobram ética dos 	governantes, mas 	não vivem conforme os princípios 	da ética cristã. 
	Ele toma o exemplo do Amor ao Próximo: nem todos 	seguem o princípio do amor para resolver todos os	 seus problemas e em todas as situações.
	Se o governante não pode esperar que todos vivam o 	princípio do amor ao próximo, então é preferível ser 	temido do que amado pelos governados.
	.... “o temor é o melhor caminho para os que não 	querem perder o poder”.
	... “os homens dissimulam com freqüência seus 	desejos, mas nunca agem contra seus interesses”.
	... “os homens esquecem mais rápido a morte do pai 	do que a perda do patrimônio”.
	
	> Ao preferir que o príncipe seja temido, Maquiavel 	não está escolhendo o caminho da violência, mas sim 	evitando uma forma de agir que pode obrigar o 	governante a ser ainda mais violento, quando se vir 	diante da necessidade de garantir seus domínios. 
	> Um governo fraco pode ser muito mais nocivo do 	que um governo forte, se não souber administrar o 	uso da força. 
	A concepção política de Maquiavel foi considerada 	subversiva em sua época, pois acreditava que a 	religião cristã ( a moral dos valores religiosos) 	enfraquece os homens e os leva a agir de forma falsa 	sobretudo na política.
 	> Para Maquiavel, se não podemos ser virtuosos o 	tempo todo, também não podemos deixar passar a 	idéia de que somos viciosos.
	> Se um príncipe não pode ter todas as qualidade (fé, 	prudência, bondade, etc...) deve ao menos cuidar 	para queseus governados acreditem que ele as 	possui.									E mesmo se alguém perceber que o príncipe é 	um enganador, ele sempre encontrará outros 	dispostos a serem enganados, pois ... “os homens são 	tão simples e obedecem tão bem às necessidades 	presentes, que aquele que engana encontra sempre 	quem se deixará enganar.” Os homens não 	possuem um padrão seguro de julgamento.
 Maquiavel nos ensina a perceber que existe uma 	diferença entre “SER” 	e “PARECER”. Na arena 	política nada é transparente, pois todos nela 	comparecem portando múltiplos desejos e 	defendendo vários interesses.
	O príncipe sai beneficiado por isso, pois ele finge 	virtudes que não possui, mas afirma com tão 	naturalidade que possui, possibilitando a muitos 	defendê-lo quando é atacado por seus inimigos. 	 	Mas o príncipe precisa se cuidar, pois querer 	enganar a todos o tempo todo é um jogo perigoso, 	que resulta no descontentamento de muitos que 	aproveitarão a primeira oportunidade para destruir 	o seu poder.
	Para Maquiavel o Jogo Político se faz com duas 	armas principais: 
	AS LEIS e A FORÇA.
	As Leis = são próprias do homem
	A Força = é própria da besta ( dos animais) 
	A política nunca é feita por uma só destas armas. 	Quem quiser governar com sucesso terá que se 	EQUILIBRAR entre o “SER” e o “PARECER”. 	Significa: terá que respeitar as leis e os contratos, 	mas terá que recorrer à força quando os mecanismos 	de persuasão derivados da aplicação da lei não se 	mostrarem suficientes.
	
	UNIDADE III - MAQUIAVEL REPUBLICANO
	
	Maquiavel tem preferência pelo regime republicano.
	.... “o que assegura às repúblicas mais vida e uma 	saúde mais vigorosa e mais duradoura do que 	aquela das monarquias é o fato de poder, dada a 	variedade e a diferença do gênio de seus cidadãos, se 	acomodar melhor e mais facilmente às mudanças do 	tempo do que aquele regime”.
	
	Mesmo considerando que o regime republicano 	prioriza a liberdade dos cidadãos e a superioridade 	do governo livre sobre todos os outros regimes, 	Maquiavel adverte que nem sempre o governo 	republicano poder ser considerado a melhor escolha.
	> Para se construir uma verdadeira república, 	Maquiavel considera que o governante tem que se	desvincular do poder institucional e secular da 	Igreja. 
	> Não seremos livres se a Igreja nos governa.
	> Não seremos livres se a moral da Igreja nos 	governa.
	Maquiavel concebe o regime republicano capaz de 	orientar os cidadãos a se interessarem pelos 	problemas e negócios de sua cidade. 
	Maquiavel separa o cristão contemplativo da Idade 	Média com o cidadão ativo da Idade Moderna. 
	Para Maquiavel, Roma foi a verdadeira república do 	passado, embora não seja o único modelo a ser 	seguido, é o exemplo mais claro do que o povo pode 	alcançar quando decide tomar seu destino em mãos.
	A POLÍTICA A PARTIR DE MAQUIAVEL
	1º) Ele é responsável pela autonomia da ciência 	política desligada das preocupações 				> predominantemente filosóficas da política 	normativa 	dos gregos e					> desvinculada da fé e da moral cristã.			 	2º) A política não se refere às utopias e abstrações, 	mas ao jogo efetivo das forças em circunstâncias 	concretas. 	O bom político é aquele que consegue identificar as 	forças do conflito para nele atuar com eficácia.
	
	
	3º) A moral é compreendida como um conjunto de 	regras e valores que serve para regular as condutas 	individuais; 								>ela não serve para a ação política enquanto 	decide o destino dos cidadãos de uma comunidade.		>Por esse motivo, “O Príncipe” foi 	considerado “livro do diabo”, anticristão e imoral. 		O Concílio de Trento o condenou em 1557. 	Daí nasceram os conceitos de 
	“maquiavelismo” e “maquiavélico”.
	Maquiavelismo = algo oculto e planejado sem a 	preocupação moral, visando apenas o interesse 	próprio. 
 	4º) O Realismo Político.					Maquiavel foi o primeiro a abandonar			 a relação entre o ‘dever ser’ e o ‘ser’,		 	entre o comportamento 	ideal ou normativo e o 	comportamento real. Necessário se ater à “verdade 	efetiva das coisas”. 	> Investigou a realidade como esta se apresenta e 	não como seria desejado se apresentar.			> Ele tem uma visão política prática e psicológica, 	baseado na realidade nua e crua.				> Por ter feito pela primeira vez uma investigação do 	comportamento efetivo dos homens, ele recebeu 	como condenação o título de cruel e demoníaco, 	como 	se fosse ele próprio o autor da crueldade e má-	fé dos homens, e principalmente dos governantes.
	ANÁLISE DA OBRA ‘O PRÍNCIPE’
	O pequeno e mais conhecido livro de Maquiavel foi 	apresentado ao longo dos séculos de várias formas:
 1] TRATADO DE CIÊNCIA POLÍTICA
 2] PRIMEIRO MANUAL DA ARTE DA POLÍTICA
 3] MANUAL DO ABSOLUTISMO
 4] LIVRO DO DIABO, ANTICRISTÃO E IMORAL
 5] SÁTIRA OU RETRATO DA ÉPOCA
	
	1º] TRATADO DE CIÊNCIA POLÍTICA
	Afirmar que o “O Príncipe” é um Tratado de 	Ciência Política é uma classificação ambiciosa.											O que é um Tratado ? É um estudo que abrange 	grandes temas em questão. 				 	“O Príncipe” trata apenas de uma forma de 	governo: como conquistar e manter o principado 	(monarquia) e quais as razões de sua perda.											 Maquiavel é um demarcador de fronteiras: a 	política ANTES e DEPOIS de Maquiavel.			ANTES: a política era obrigatoriamente ética. 	DEPOIS: a política é autônoma, separada da ética.
	Significado da Política separada da Ética.
	> Significa que a política deve tratar da vida 	concreta, da realidade social vivida, cujo eixo de 	ação ou estrutura de poder está no Estado.
	> Significa que a política não é divina ou sagrada. A 	política é histórica.						 	> Significa que tanto no passado como hoje os 	homens são interesseiros e ambiciosos, só fugindo do 	mal pela força da lei e da punição. 
 2º] PRIMEIRO MANUAL DE ARTE DA POLÍTICA
	“O Príncipe” também foi qualificado de MANUAL.	O que é um Manual? Um livro a ser usado com 	freqüente consulta.						 	Muitos pensadores atribuíram ao livro o titulo de 	Manual por ter sido usado como um 			“VADE MECUM” = livro de leitura freqüente como 	fazia 	Napoleão Bonaparte.					ARTE da Política = significa prática, exercício, 	profissão, o ‘fazer política’. Arte é práxis = prática. 	O livro foi considerado um MODELO para o 	governante fazer política, uma cartilha com 	indicações.
	
	3º] MANUAL DO ABSOLUTISMO
	 Manual = livro para consulta freqüente
	 do Absolutismo = governo autocrático
	 Auto = EU							 Kratós = PODER						 Absolutismo é o poder de um déspota, do tirano, 	 poder totalitário.						 Maquiavel nunca foi defensor do Absolutismo e 	 sim do governo republicano. 				 Na sua obra “Discorsi” ele é um defensor do 		 governo republicano.					 Ele mostrou o comportamento autoritário de 	muitos monarcas que usam as armas para ter poder.
 			4]LIVRO DO DIABO, ANTICRISTÃO E IMORAL
	O termo diabo (grego) > diá = separação 		 (latim) > diabolu = chefe dos demônios
	Qualificar o livro de diabólico significa que ele causa 	divisão entre as pessoas e sobretudo divisão na arte 	de fazer política. 							No contexto sócio-cultural de Maquiavel, muitos 	governantes preferiam o modelo medievalde fazer 	política, que une a ética (princípios cristãos) com a 	política.								Em 1557 = A Igreja Católica condenou o livro.
	Em 1572 = A Igreja Luterana condenou o livro, ‘	dando o título de’ imoral’.
 	5º] SÁTIRA OU RETRATO DA ÉPOCA												 Muitos pensadores vincularam “O Príncipe” a 	outra obra de Maquiavel, “A Mandrágora” ( peça 	teatral mostrando sua visão da sociedade e costumes 	de Florença).
	> Será uma Sátira? Gênero literário muito usado na 	época.
	Satirizar é empregar o humor, o cômico, o ridículo 	na desmoralização do indivíduo. 				Satirizar é usar o humor para veicular idéias, 	costumes, convenções, criticar regimes políticos, 	instituições com intenção de reformas ou destruição 	de aspectos da sociedade.
	No século XVII surgiu o provérbio deJean De 	Santeuil ( 1630 – 1690).
	“PELO RISO							 OS COSTUMES 						 SÃO CORRIGIDOS”
	
	OBJETIVO DA OBRA “O PRÍNCIPE”
	No prefácio da obra, Maquiavel escreve seu objetivo: 
	Três objetivos bem definidos:
	1º] Objetivo Ocasional = oferta como pedido de 	emprego a Lourenço de Médici. Ele que voltar à 	atividade político-diplomática.
	2º] Objetivo Genérico = guia ou receituário para 	conquistar e manter o poder.
	3º] Objetivo Final = sugestão e guia para a 	unificação da Itália.
	
	Especialistas em Maquiavel afirmam que os dois 	últimos objetivos estavam em sua mente, não só 	quando escreveu o livro, mas durante o seu retiro 	nos arredores de Florença, em San Casciano.
	Maquiavel não seguiu nenhuma corrente filosófica 	de pensamento para escrever sua obra. Mas, do 	nada, nada se cria. Maquiavel tem como ponto de 	referência duas teorias, duas evidências históricas:
	1ª] O Passado Histórico. Ele releu a vida dos grandes 	governantes da história da Antiguidades Clássica até 	o seu tempo.
	2ª] O Passado Recente. Ele presenciou fatos da 	política da Europa.			
	
	O Passado e o Presente se unem para dar 	originalidade ao novo pensamento político.											Para Maquiavel, o interesse próprio, o desejo de 	conquista, a fama, o sucesso, dominaram os homens 	através dos tempos, sobretudo os conquistadores e 	governantes. 
	Ele mostra que os mais altos gestos de grandeza da 	alma e os mais baixos gestos de maldade humana 	encontram-se registrados na história desde a 	Antiguidade Clássica até os nossos dias.
	UNIDADE IV – O PENSAMENTO LIBERAL
	
	A) CONTEXTO SÓCIO-CULTURAL 
	> Momento histórico = Renascimento
	 + Mudanças sócio-culturais abalaram as sociedades 	 da Europa Ocidental.
	 + As idéias de Maquiavel ganham fama e críticas.
	 + Surgimento do pensamento liberal
	 + Transição do Feudalismo para o Capitalismo
		 B) THOMAS HOBBES 		 E O ESTADO ABSOLUTO 			( 1588 - 1679 )
	A) Dados Biográficos:
	 Nasceu em Malmesbury em 1588. Nasceu 	prematuramente devido o medo da mãe ao receber 	a notícia da chegada da “Invencível Armada”. 
	 > Na sua autobiografia ele conta que o medo é seu 	irmão gêmeo. 
	 > Este trauma o acompanhou por toda a vida. Ele 	construiu sua teoria política sobre o absolutismo 	tendo como raízes sobretudo o terror pelas guerras 	que ensangüentaram sua época.
MALMESBURY
	> Aprendeu muito cedo e bem o grego e o latim, 	sendo que com 15 anos traduziu “Medéia” de 	Eurípides, do grego para o latim, em versos.
	> Estudou na Universidade de Oxford, e quando 	terminou os estudos em 1608, tornou-se preceptor na 	poderosa casa dos Cavendish, condes de Devonshire.
	> Em 1646 foi preceptor de Carlos Stuart 		( o futuro Carlos II), durante a ditadura de Cromwel 	em Londres.
	> Em 1666, na Inglaterra, queimaram seus livros por 	considerarem-no um ateu e herético e após a sua 	morte (com 91 anos), queimaram seus livros em 	praça pública.
	 > Em vida, teve dois grandes inimigos: 
	 1º) A Igreja Anglicana 
 2º) A Universidade 						 de Oxford.
	 > Considerado o homem que fez a ruptura com a 	 Idade Média.
	 > Viajou muito pela Europa, e em Florença 	 	 conheceu Galileu Galilei de quem ficou amigo. 
	O período político-cultural de Hobbes está marcado 	por uma grande divisão política instituída por dois 	grupos políticos:
	1º) Os Monarquistas:
	Defendiam a monarquia absoluta afirmando que sua 	legitimidade vem diretamente de Deus.
	2º) Os Parlamentaristas:
	Afirmavam que a soberania devia ser	compartilhada entre o Rei e o Povo.
 	
	
	HOBBES, além de condicionado, foi um defensor 	das duas doutrinas mais marcantes de sua época:
	a) Mecanicismo Científico
	> doutrina que considera a natureza e tudo o que 	nela existe como um mecanismo, ou como um 	conjunto de mecanismos. Pretende tudo explicar de 	forma mecânica, científica, através da força e 	movimento dos corpos.
	
 	b) Absolutismo Político: É a teoria elaborada por 	Hobbes cujos princípios fazem oposição à teoria 	liberal e democrática.
	Princípios do Absolutismo:
	1] A Indivisibilidade do poder soberano, que deve 	concentrar-se em uma única instituição, seja essa 	instituição representada por um homem, seja por 	uma assembléia.
	2] O dever de obediência dos súditos
	3] A supremacia do Estado sobre a lei.
	4] Proibição de qualquer tipo de rebelião
	5] Fusão das autoridades política e religiosa
	Publicou muitas obras.
	A mais importante “O Leviatã” ( 1651 -em inglês )
	Depois de Maquiavel, Hobbes é o filósofo político de 	maior renome.
	> Possuem idéias comuns, mas uma grande 	diferença em investigar a instauração da política no 	mundo.
	Ponto de Partida: 
	‘O QUE EXISTIA ANTES DOS HOMENS 	INSTAURAREM A ORDEM POLÍTICA’ ?
	 Resposta: O ESTADO DE NATUREZA. 
	Iº] O QUE É O ESTADO DE NATUREZA?
	1º] Um Estado Imaginário
	2º] Uma Hipótese lógica
	3º] Um pensamento de uma realidade
 CONTRATO
	ESTADO DE 	NATUREZA
SOCIEDADE 	CIVIL
	IIº) O QUE É O HOMEM EM SITUAÇÃO		 DE ESTADO DE NATUREZA ?
	 A) É uma situação de conflito permanente
	 No estado de natureza o homem vive em situação 	de violenta paixão ( não é paixão afetiva) sem freio, 	sem limites.
	VALE TUDO. Vivendo nesta				 	situação o homem se reconhece 				carente, sem recursos, em 					constante busca. 
	É um Estado de Anarquia.
	2º] É uma situação de delírio.
	 Todos vivem delirando.
	 Não há referência de limites.
	 Não há nenhuma mediação, 
	 nem leis.
	 É uma situação anterior a
	 qualquer sociabilidade. 
	3º] É uma situação a-histórica
	 Mesmo sendo a-histórica ela 
	 é possível de existir no mundo.
	 É uma situação eminentemente potencial.
	 O homem tem a posse de tudo 
	 aquilo que desejar manter pela 			 		 força, até que alguém tome.
	4º] É uma situação de guerra permanente.
	 Não é necessária sua realização, basta a ameaça de 	 guerra, que o homem já se percebe em guerra.
	
	 É uma luta de todos contra todos.												 	 Potência versus potência resulta em impotência. 									Nesta situação o homem só consegue sobreviver, e 										não em viver.
										Não há política no estado de natureza.
	
	O estado de natureza não descreve o homem 	primitivo, ou o homem anteriormente a 	qualquer 	organização social, mas sim como o 	homem se comportaria, dada a natureza 	humana, caso se suspendesse a obrigação de 	cumprir as leis e contratos imposta pela 	sociedade. 													 	Teríamos uma guerra de todos contra todos .
	O CONTRATOSOCIAL. Teoria Contratualista
 Teoria elaborada por Hobbes:
	“A reunião dos homens em sociedade não é 	um evento natural ou instintivo, mas 	resultado de um pacto, um contrato original 	que põe fim ao estado de natureza.”
	III) COMO O HOMEM PODE ( OU PÔDE) 		 SAIR DO ESTADO DE NATUREZA ?
	A) O HOMEM FAZ UM CONTRATO
	 O homem faz um ‘Pacto Social’. 
	 É desse contrato que nasce a política.
	 Ela nasce do medo da morte.
	 A Política é garantia de vida. Ela não é 	 	 administração de recursos. É a política que 		 possibilita ao homem a vida: 				 mais política = mais 	vida; 				 	 menos política = mais morte.
	B) O CONTRATO É FEITO ATRAVÉS DAS LEIS.
	 A lei impede o homem de matar. 													É necessário que o homem entregue 												sua potência individualista para a 												autoridade pública, ou seja,					 									para um soberano ( ou para um indivíduo, uma 	Assembléia, ou um Parlamento)
	
	IV) O QUE É O HOMEM 			 	 PARA THOMAS HOBBES ?
	 A) O homem é uma maquina natural, 	 submetida ao estrito encadeamento 	 de causas e efeitos. 	 Todo ato humano é visto 	 de forma radicalmente determinista.
		
	B) O homem é um ser de propriedades, e a 	primeira e a mais importante é o DESEJO. 
	É o desejo que leva o homem a deliberar e 	agir.
	Os homens são potências movidas pelo desejo.
	 	C) O homem é mau. HOMO LUPUS HOMO.
	O HOMEM É UM LOBO PARA O HOMEM.
	A natureza humana é basicamente animal, 	apetitiva. 	Segundo a psicologia hobbesiana, os 	homens 	são naturalmente inimigos entre si, o que 	deriva da igualdade com que a natureza os 	criou.
	Todas as motivações humanas, inclusive a 	compaixão, são manifestações dissimuladas de 	egoísmo.
	Na psicologia Hobbesiana,				 basta que dois homens, com a mesma 	capacidade, almejem simultaneamente 	algo que não 	pode ser 	desfrutado em 	comum, para 	que se esforcem para 	destruir e subjugar um ao outro.
	O HOMEM = ANIMAL + RACIONAL
	> Como se formam os pensamentos ? 	>O que distingue o raciocínio das outras formas de 	pensamento?
	1º] Hobbes reduz as operações mentais a um puro 	cálculo aritmético. 
	2º] Raciocinar é computar, ou seja, subtrair, somar, 	calcular. 
	3º] Todas as formas do saber, especialmente as 	ciências físicas, se baseiam no cálculo. 
	Hobbes é considerado pelos atuais programadores 	de inteligência artificial o seu longínquo precursor.
	> Hobbes analisa a natureza humana em uma 	perspectiva mecanicista. O homem é como 	uma 	máquina que age sozinha. Os homens 	são essencialmente iguais.
										O mecanicismo dominava as discussões na 	Física daquela época. O problema central era 	como entender a natureza dos corpos e de 	seus 	movimentos. 
		THOMAS HOBBES 						 			DIFUNDIU 							 		A TESE 
		SOBRE O EGOISMO E
		O INDIVIDUALISMO NO 					 			CAMPO ECONÔMICO.
	V) O “L E V I A T Ô
	a) É um monstro de um antiga lenda fenícia, lenda 	que também está na Bíblia (Livro de Jó ) 	simbolizando uma força maldosa, à qual ninguém 	resiste.
	b) É um deus mortal, uma figura diabólica ( diá = 	separação) que tudo separa. 	Daqui surge o antigo provérbio: 			“Dividir pra governar”
	Hobbes utiliza da figura do Leviatã para explicar o 	que é o Estado Político = Sociedade Civil
	Após o Contrato, o Leviatã é o Estado Político.
 LIVRO – O LEVIATÃ
 	O QUE É O ESTADO ? = LEVIATÃ
	 O Estado ( em latim = Civitas ) só tem 	 	 direitos.
	a) O Estado não pode ser contestado pelos que 	 o instituíram.						b) O Estado é juiz de paz e de defesa dos 	 	 súditos.
	c) O Estado é juiz das doutrinas que convém 	 serem ensinadas.
			
 	D) O Estado tem o direito de 	 editar regras ( legislar).
	E) O Estado tem o direito de 	 ser ministro da justiça em 	 todas as suas formas.
	F) O Estado tem o direito de 	 decidir sobre a guerra e a paz.
 	g) O Estado tem o direito de escolher todos os 	conselheiros e ministros.
	h) O Estado tem o direito de retribuir e 	castigar.
	i) O Estado tem o direito de atribuir honras e 	hierarquias.
	
	J) O Estado tem o direito de administrar a 	sua liberdade. Todos estão submissos ao 	Estado.
	K) O Estado tem o direito de intervir nas 	questões religiosas. A fé pode ser imposta. 	Não é qualquer religião que serve para o 	homem.
	L) O Estado nasce do instinto selvagem do 	homem, pois o homem é um um lobo, um 	animal apetitivo.
	
	O Poder para ser eficaz deve ser 	exercido de forma absoluta.
	Para Hobbes o Estado dever ser 	repressivo, pois o homem é mau, egoísta, 	apetitivo e desejoso.
	O Estado Soberano é um Deus Mortal. 			É uma entidade digna de veneração.
	> O homem não é como sustentava Aristóteles, um 	animal naturalmente social ( como a abelha ou a 	formiga).
	> O homem só cumpre a lei e respeita a segurança 	alheia somente quanto atemorizado pela força 	exercida pelo Estado.
	> Quanto mais forte o Estado, menores serão as 	transgressões.
	
	Definição de Estado e Soberania para Hobbes:
	 “ É um indivíduo de cujos atos cada membro 	de uma grande multidão, com base em pactos 	recíprocos, se considera autor, para que esse 	indivíduo possa usar a força e os meios de 	todos do modo que julgar mais vantajoso para 	a paz e a defesa comum”.
	 	“ aquele que desempenha esse papel é chamado de 	soberano, e se diz que tem poder soberano; todos os 	outros são súditos’.
	O DIREITO NATURAL DE CADA UM DE 									GOVERNAR A SI MESMO É DELEGADO 										AO SOBERANO, QUE MEDIANTE TAL 										ATO TEM TODAS AS SUAS AÇÕES 								LEGITIMADAS.
	COMENTÁRIO CRÍTICO SOBRE A 	CONCEPÇÃO POLÍTICA DE HOBBES.
	1) Hobbes é considerado o precursor do Estado 	Totalitário.
	2) Considerado o “pai” das idéias do Estado Liberal. 	O primeiro filósofo ideólogo do Capitalismo.
	3) Hobbes é um moralista, crítico e pessimista 	quanto ao ser do homem.
	4) Considerado um conselheiro de tiranos ( como 	Hitler, Mussolini, Stalin, etc)
	5) Para alguns, Hobbes não é nem totalitarista, nem 	liberal, mas o defensor da unidade do Estado.
	
	No século XX, alguns filósofos vêem em Hobbes a 	presença de pensamentos divergentes.
	1º] Norberto BOBBIO: afirma a vertente Absolutista 	do pensamento de Hobbes.
	2º] CB. MACPHERSON: afirma a vertente Liberal 	do pensamento de Hobbes, ao mostrar o seu 	individualismo possessivo.
	Hobbes é o 						“pai” da teoria contratualista.
	É o protagonista de uma tradição 	formada 	principalmente por:
	> JOHN LOCKE ( 1632 – 1704 )
	> JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712 –1778)
	> IMMANUEL KANT ( 1724 – 1804 )
	O que é a Teoria contratualista.
	> Chamada também de contratualismo 	 	 	 jusnaturalita:
	> compreende a origem da sociedade e a base 	do poder político como frutos de um 	‘contrato’: 							um acordo tácito ou formal divulgado em 	meio à maioria dos habitantes de um dado 	local, de modo que tal acordo põe fimao 	“estado natural” e inaugura o “estado 	social e político – a esfera da civilização.
	 JOHN LOCKE ( 1632 – 1704 )
	 = O ESTADO LIBERAL =
 	 II] Dados Biográficos.
 > Nasceu em Wrington, 	arredores de Bristol em 					 29 agosto de 1632.
	Sua casa ficava ao lado da 				Igreja de Wrington
 > A família era de 					comerciantes burgueses de 	área rural.	 	Pai: advogado rural. 		Mãe: considerada a mulher 	 mais linda do vilarejo.	 	
		
Igreja de Wrington
	Depois do nascimento de Locke a família mudou-se 	para uma fazenda em Bristol.
	Em 1642, Locke com dez anos, viu iniciar a Guerra 	Civil. 
	A Guerra foi o fim de uma longa disputa entre o Rei 	Carlos I e o Parlamento Inglês.
	O Rei aumentava os impostos sem consultar o 	Parlamento. Governava com autoritarismo, pois 	acreditava no Direito Divino dos Reis, segundo o 	qual o monarca recebia sua autoridade diretamente 	de Deus, e não podia ser contestado por ninguém, 	nem pelo Parlamento.
	
	Em 1649, Locke com 17 anos, 	 	estudava em Westminster School 	e presenciou o julgamento e a 	 	execução do Rei Carlos I. 
	A família de Locke apoiou 	 os Parlamentaristas. 	 	Esta foi a Iª revolução vitoriosa 	da história européia moderna.
	Em 1649 com a morte do Rei inicia-se a 			Ditadura Oliver Cromwell ( até 1660) 	e restabelece a ordem política no país.
		 			 Rei Carlos I (1625-1649) 
			 				 WHITEHALL 	Praça do Julgamento e Execução do Rei Carlos I
 	Em 1652 ( com 20 anos) estudou Filosofia na 	Universidade de Oxford, e					 Em 1658 ( com 26 anos) recebeu o título de “Master 	of Arts” tornando-se imediatamente professor de 	grego e retórica.
	> Insatisfeito com a filosofia aristotélica que recebeu 	em Oxford afirmou que ela era : 	“um peripatetismo recheado de palavras 	obscuras e de pesquisas inúteis”.
	Isto o levou a estudar:
	- Medicina ( era chamado de “Doutor Locke”), 	- Anatomia, Fisiologia, Física, Astronomia, História, 	 Teologia, além das línguas (latim, Hebraico, Árabe) 
	Durante a ditadura Cromwell ( 1649 – 1660), muitos 	costumes mudaram na Inglaterra. 				Os ingleses se tornaram puritanos e o fanatismo 	religioso dominou o país. 					 	Os puritanos reprimiam qualquer manifestação de 	alegria, chegando a proibir a Festa de Natal, na qual 	se comia muita torta e a confraternização era de 	longas gargalhadas.															Cansados de tanto fanatismo, os ingleses convidaram 	Carlos II para assumir o poder. Ele governou de 	1660 até 1685.
										 O fanatismo religioso e o puritanismo 		 dominava a Inglaterra
 Eles viviam um fervor emocional impensado
		
 Puritanos na Festa de Natal Nos Estados Unidos 		 Pregação para os índios Cherokee
	Durante a ditadura Cromwell, Locke preferiu 	estudar Medicina. 	
	A Medicina se tornava 	sempre mais experimental 	( o que contribui para Locke 	se tornar um Empirista) e 	 	muitas descobertas 	motivavam os estudantes, 	como a descoberta da 	circulação do sangue pelo 	Dr. William Harvey 	 em 1578.
Dr. Harvey mostra ao Rei Carlo I o coração de um veado e prova a circulação do sangue nas veias.
										> Em 1666 (com 34 anos) torna-se médico da família 	do Lorde Ashley Cooper, chanceler da Inglaterra e 	Conde de Shaftesbury.
	> Em 1668 ( com 36 anos) foi nomeado membro da 	prestigiosa 	Royal Society de Londres, da qual 	Hobbes não fora 	admitido por causa da sua filosofia 	pessimista sobre o homem.
	> Em 1672 (com 40 anos) entrou para a vida política 	como 	secretário do Conde de Shaftesbury.
	> Nas suas horas de lazer, gostava de escrever cartas 	às mulheres descomprometidas, mas jamais se casou. 	
	As mulheres sempre respondiam suas cartas: trecho 	de uma das cartas:
	Prezado senhor, 	Não pode imaginar com que prazer e 	satisfação li sua polida e tão obsequiosa 	carta... 	 	Lamento saber que se desviou de seu caminho 	e arrependo-me com tristeza de ter sido a 	causa, pois asseguro-lhe que minhas orações 	eram para que tivesse uma boa viagem...
	a carta termina: 					“De sua cordial amiga...”
	
	Locke respondeu uma semana mais tarde: 
	“Que meus retornos não sejam tão rápidos 	 quanto os seus deve a uma impossibilidade 	 de encontrar aquele êxtase em que sua 	 	 excelente carta de início me colocou, para o 	 qual o espaço de uma semana é brevíssimo 	 para recuperar-me”.
	Muitos historiadores concluíram que Locke era um 	apaixonado pelas mulheres ( que ele chamava de 	ladies) e viveu a vida em prolongados flertes até 	conhecer Damaris Cudworth (1659-1708) de 24 	anos).
	Em 1682, conheceu Damaris Cudworth, de 24 anos, 	filha de um professor de Cambridge. Locke se 	apaixonou por ela, e dizia ser a mulher mais 	inteligente que conhecera.
	> Tanto quanto Locke, Damaris era de caráter 	explosivo. “Amor por semelhança”.
	Em 1683, Locke descobriu estar sendo vigiado por 	espiões do Rei Carlos II, e refugiou-se na Holanda. 	Mais tarde soube que Damaris se casara com Sir 	Francis Masham ( um viúvo).
	Em 1688, Locke volta para Londres e continua seus 	encontros “amigáveis” com Damaris.
	Em 1689, Damaris convida Locke para morar com em sua casa de campo, e lá viveram um ménage à trois.
 
 A vida na casa de Lady Damaris Cudworth Masham.
	> Longas conversas com Damaris.
	> O marido viajava para Londres e aceitava a 	amizade de Locke com Damaris.
	> 28 de outubro de 1704 – Locke morre nos braços 	de Damaris.
	> 1704 – Damaris abandona o marido.
	> 1708 – Damaris morre.
	Hoje: os três estão enterrados lado a lado na igreja 	de High Lever.
 Em 1688, no reinado de				 					 	 	 Guilherme de 			 	 Orange Maria Stuart			
								 																																					 Locke participou	 intensamente da 	vida política de 	Londres. Foi ministro daAgricultura e Comércio	Ficou amigo de Newton ( “Pai” da Física )
		A Revolução Gloriosa 
	De 1685-1688 reinou Jaime II ( irmão de Carlos II)
	O Parlamento inglês fez um acordo secreto com o 	príncipe da Holanda, chamado Guilherme de 	Orange, de lhe entregar o poder. As tropas 	abandonaram o Rei Jaime II e apoiaram o novo rei. 	Este fato histórico ficou conhecido como Revolução 	Gloriosa por 	não ter havido 	derramamento 	de sangue.
	Desembarque de 	Guilherme de Orange 	 em Torquay, sul da 	Inglaterra apoiado 	 pelas tropas inglesas.
	Principais obras:
	> Ensaio sobre o intelecto humano.
	> Epístola sobre a tolerância.
	> A racionalidade do Cristianismo.
	> Pensamentos sobre a educação.
	> Obra Política: 	 “Dois Tratados Sobre o Governo Civil”
	ENSAIO SOBRE O INTELECTO HUMANO 	( sua obra-prima 	 de 1690 )
 “Não aprendemos 
 com a razão,
 aprendemos com
 a experiência”
	DOIS TRATADO SOBRE O GOVERNO CIVIL
	( de 1690 )
	Locke foi o único grande 					filósofo a se tornar 					Ministro de Estado, 						embora sua Filosofia 					fosse revolucionária.
	> Ele deu inspiração						 filosófica a dois grandes 				 	 eventos históricos:
	A) Declaração de Independência dos Estados 	 Unidos.
	B) Revolução Francesa.
 	 	I] Contexto Sócio-político
	> Na Inglaterra –							 Intensa atividade 						 comercial.
	
 II) Contexto Filosófico: 	 Momento de idéias novas 
	A) Racionalismo : afirma a possibilidade de se 	conhecer pela razão natural.
	B) Empirismo: afirma a possibilidade de se 	conhecer pela experiência sensível.
	Locke é defensor do Empirismo Crítico.
	“Todos os conhecimentos provêm da 	experiência, mas também da capacidade 	reflexiva do homem”. 
	A) Os Racionalistas:
	Acreditavam na existência de idéias inatas. 	“São 	aquelas que estão na mente humana por força 	de uma intuição intelectual”.
	> São aquelas que possibilitam o conhecimento 	filosófico, o conhecimento da verdade. São elas que 	captam realidades extramentais, de ordem não 	física. 
	B) Os Empiristas: ( T. Hobbes e J. Locke)
	Acreditavam que todo conhecimento nasce da 	experiência sensível. É partindo dos fatos que 	elaboramos verdades gerais, de caráter científico.
	FILOSOFIA POLÍTICA DE JOHN LOCKE	
	I] O Que é o Estado de Natureza ?
	 A) É uma situação de absoluta paz e harmonia. 	 Contrariando Hobbes – estado de guerra contínua
	 
	B) É uma situação onde o homem é LIVRE e vive 	 em harmonia com a natureza, ou seja, sem tirania.
	 “TODOS SOMOS LIVRES E IGUAIS”.
	 Significa: cada sujeito é um rei. Ninguém limita a 	 liberdade do outro.
	C) É uma situação de potencialidades realizadas; 	ninguém vive na miséria nem em guerra. É um local 	onde o imaginário é realidade. 
	“NO PRINCÍPIO TUDO ERA AMÉRICA”.
	Locke faz referência ao continente americano, onde 	os índios viviam em harmonia com a natureza, sem 	destruí-la, e onde não existiam miseráveis como na 	Europa.
	D) É um período histórico primitivo. Não é uma 	hipótese lógica como afirma Hobbes. O estado de 	natureza existiu de forma concreta. 	Exemplo: os índios da América, especialmente do 	Brasil.
	II) Como é a vida no Estado de Natureza ?
	1) O homem se governa pela lei da razão. A razão é a 	base da lei da natureza. 
	2) O homem tem direitos naturais e quando faz o 	contrato social, ele não perde esses direitos.
	No contrato, o homem apenas delega à autoridade 	constituída a defesa dos seus direitos.
	“A liberdade, enquanto direito natural, 	 não se entrega para ninguém”.
 	 “A liberdade natural do homem é ser livre 	de qualquer poder superior na terra e não se 	sujeitar à vontade ou autoridade legislativa 	do homem, mas ter apenas a lei da natureza 	para regê-lo. 	 A liberdade do homem, na sociedade, é 	não se submeter a nenhum outro poder 	legislativo, senão o estabelecido mediante 	assentimento no país, nem ao domínio de 	qualquer vontade, ou restrição de qualquer 	lei, senão daquela que o legislativo 	promulgar, segundo a confiança nele 	depositado”.
	3) No estado de natureza não há política. Se os 	homens se guiam pela razão, porque teriam que 	construir a política.
	MAS, nem todos se governam pela razão e, sim pelas 	PAIXÕES e pelas EMOÇÕES. A estes a política 	deve combater. 
	Eles são os TRANSFUGAS da razão. Eles são 	uma ameaça à situação de harmonia do estado de 	natureza.
	4) No estado de natureza vive-se uma insegurança 	potencial. 	 É a situação do indivíduo que está desfrutando da 	harmonia do estado de natureza e, chega alguém 	e ameaça invadir o seu mundo.
	Para vencer a insegurança potencial, o homem 	precisa sair do estado de natureza através do 	Contrato.
	Pelo contrato se constrói a política. 
	III) A CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA.
	1] A política nasce da situação de insegurança 	 	 potencial. 	2] Nasce com um objetivo bem definido: vencer a 	 insegurança potencial. 	3] Nasce marcada pela coerção: o homem foi forçado 	 a deixar o estado de natureza. Foi coagido. 	4] Na construção da política deve-se destruir as 	 	 paixões transformando-as em interesses. 	 	5] Qual a função da política? 		A) Normatizar a ação do indivíduo 		B) Distribuir recursos.
	IV) Concepção de Homem em Locke.
	1) O homem é essencialmente bom. 
	2) O sujeito é cada indivíduo isolado, vivendo em 	 sociedade. Locke fundamenta o individualismo 	 filosófico.
	3) O sujeito é racional e movido por paixões. O 	 	 homem deve ter paixões calmas e transformá-las 	 em interesses.
	4) O sujeito deve mover-se por interesses. São os 	 interesses que nos fazem operantes e agentes do 	 progresso.
	5) O sujeito é um construtor de propriedades. Mas o 	 significam essas propriedade? 
	PROPRIEDADES:
	1º] VIDA
	2º] LIBERDADE 	 > Liberdade de pensamento e 	 > Liberdade de ação.
	3º] BENS MATERIAIS
	São características inerentes ao indivíduo.
 	Para Locke, todos os indivíduos tem DIREITO
	> à Vida
	> à Liberdade ( significa livre iniciativa)> ao trabalho
	> à propriedade privada
	> à família
	> aos bens de consumo
	ESTE MODELO DE VIDA ELE CHAMA DE 	LIBERALISMO. LOCKE É O “PAI” DO LIBERALISMO 	FILOSÓFICO-POLÍTICO.
	V) O CONTRATO:
	 Trata-se de dois contratos ou duas dimensões de 	um único contrato.
	1º Contrato = 1º momento
	O contrato tem a função de aperfeiçoar o estado de 	natureza. É o momento da situação zero. O homem 	só pode contar ( e só conta) com os seus próprios 	recursos naturais, com suas próprias 	potencialidades.
	Ex: quando os puritanos irlandeses desembarcaram 	do navio May-Flower chegando dos Estados Unidos. 	“Vamos construir uma NOVA Inglaterra”.
	 NAVIO MAY FLOWER
	No primeiro momento do contrato devemos buscar a 	paz e a harmonia que existia no estado de natureza.
	> Deve-se procurar normatizar e garantir os direitos 	naturais.
	> Sendo os homens por natureza LIVRE E IGUAIS, 	no contrato, todos tomam consciência da necessidade 	de construir a política.
	2º Contrato – 2º Momento – 	Momento do TRUST = CONFIANÇA
 Todos os homens entregam a um outro (à autoridade) 	o DIREITO de representá-los na conduta social para 	que não haja guerras.
	Confio ao outro (o Estado Político) o direito de 	representar-me diante das ameaças do Trânsfugas 	da Razão ( aqueles que só agem pelas paixões e não 	querem construir a política = analfabeto político, 	políticos corruptos).
	A função do Estado é normatizar para garantir o 	estado de natureza. 
	> O Estado deve ser uma REPÚBLICA.
	Res = coisa
	publica = de todos
 > O Estado não pode ser autoritário.
 	 Os dirigentes devem ser trocados todas as vezes 	que interferirem nos: 
	a) direitos naturais ( alimentação, habitação, escolha 	da religião, pois a fé não pode ser imposta, 	contrariando Hobbes ...) e
 	b) na propriedade ( vida, liberdade e bens materiais)
	Locke teorizou o Constitucionalismo Liberal.
	A sociedade e o Estado nascem do direito natural, 	que é racional e o governo tem sim o poder 	legislativo e executivo, mas continua sempre sujeito 	ao juízo do povo.
	Locke saiu vencedor, pois em 1688 a Inglaterra 	assumiu um governo constitucional liberal.
 	A Monarquia deixou de se fundamentar no Direito 	Divino, embora alguns monarcas para se 	perpetuarem no poder, continuavam defendendo tal 	tese.
	 JEAN-JACQUES ROUSSEAU 			 ( 1712 – 1778 )
 	I) Contexto Sócio-Cultural do século XVIII
	 ( Século do Iluminismo )
	 Paris ( França em 1712)
	> Guerras religiosas entre católicos e 		 calvinistas. 							 	> Sua família era calvinista e se refugia na 	 Suíça (Genebra) quando nasceu a criança. 	
	 
 Paris no Século XVIII
 	Genebra ( Suíça) 
	> República independente e capital do Calvinismo 	 ( deu segurança à família de Rousseau). 	 	> Pai: Isaac = relogioeiro, violinista e mestre de 				 dança.
	> Mãe: Suzanne = morre no parto (e quase também 				 a criança).
	Pai e filho viviam das lembranças da mãe. 	O pai descuidou-se da educação do filho e o entregou	ao “Tio Bernard”. Ainda pequeno aprende o gosto 	pela leitura de romances e mais tarde os Clássicos, 	sobretudo John Locke que muito o influenciou.
	> Com 10 anos foi coroinha do pastor 	Lambercier onde aprendeu o 	 > rigorismo do Calvinismo e as 	 > injustiças da educação das crianças, 		( fato que mais tarde fará nascer a 			grande obra de pedagogia “Emílio”).
	> Toda a sua infância foi de “déu em déu”, 	 aqui e ali, até a vida adulta. Teve uma vida 	 conturbada e solitária.
	> Com 15 anos, converte-se ao Catolicismo, foge 	para Annecy e vai morar com a 	 Madame de Warens que foi para ele:
	a) mãe ( a quem chama de “maman”), 	b) amiga que o leva para ser batizado e aprende a ler 	 os filósofos clássicos, 	c) amante, a partir dos 21 anos.
 	> Madame de Warens o leva para Turim (Itália) 	para ser secretário de várias madames, emprego do 	qual não se sai bem, e volta para Annecy.
	> Entra para o coro da Catedral e cultiva grande 	amor pela música e faz suas primeiras composições.
 ROUSSEAU 
 E 
 MADAME 
 DE WARENS
 Rousseau 	 e 	 	Madame 
 	 de 	 	 	 Warens
 	SECRETÁRIO 							 	DE DAMAS							 	ITALIANAS
	Com 19 anos ( 1731) vai para Paris. Estuda latim e 	música. Seu sonho é se tornar um músico famoso. 
	Em 1733 (21 anos) volta para a casa da Madame de 	Warens, a quem chama de “maman” e inicia um 	belo romance, fazendo-se sua amante.
	> Em 1742, volta para Paris ( Cidade Luz) pensando 	em se tornar famoso como músico, e ganha a vida 	como copista de música.
	Fracassa como músico mas faz amizade com os 	filósofos:
	Condillac (1715-1780) e com 				Dennis Diderot (1713 - 1784). 
	Rousseau sofre da síndrome do plebeu, isto é, 	não ter uma morada definitiva, viver de “déu 	em déu’.
	Em 1749, a vida melhora. Ganha dinheiro 	com a opereta “O Adivinho da Aldeia”, onde 	é apresentada no Palácio Real. 
	Em 1761, para aplacar tantas desavenças, 	volta à fé 	calvinista 	e casa-se com Thérèse 	Levasseur, antiga criada do quarto com quem 	teve 	cinco filhos ( todos entregues às creches 	após o parto)	
	Em 1757 escreve:
	> “Emílio” ( obra de pedagogia, na qual 			 retrata sua própria vida)
	> “O CONTRATO SOCIAL” ( obra de 			Filosofia Política.
	Em 1764 escreve:
	> “ As Confissões” ( de quase mil páginas)
	> “ Dicionário de Música”
	
 “ E M Í L I O”
	====
 ROUSSEAU 	 DEU 	 	INÍCIO À 	PEDAGOGIA 	MODERNA
 O 
CONTRATO 
 SOCIAL
	Em 1762, suspeito de hostilidade contra o 	regime francês, foi obrigado a fugir da 	França, refugiando-se na Inglaterra, onde 	recebeu ajuda do filósofo David Hume.
	Mas como era de difícil relacionamento, 	rompeu com David Hume e volta para a 	França. 
	Acaba também sua amizade com os filósofos 	Diderot e d’Alembert.
	Terminou a vida na miséria e solidão.
	Participou ativamente dos preparativos da 	Revolução Francesa, mas não viu seus resultados.
	Contam que o rei Luis XVI, na Bastilha, teria dito:
	“Sem Rousseau e Voltaire a 			Revolução não 	teria acontecido”.
	No fim da vida, menos deprimido, escreve:
	“Devaneios de um Caminhante Solitário”
	Suas obras foram condenadas pelas 	autoridades. Escreveu em francês o que Locke 	dissera em inglês.
 Panteão de Paris
 Tumba de Rousseau
	PREOCUPAÇÕES POLÍTICAS:
	1º) ORIGEM E CONSTITUIÇÃO DO ESTADO
	2º) CRÍTICA À TEORIA POLÍTICA DE HOBBES
	I] CONCEPÇÃO POLÍTICA DE ROUSSEAU.
	
	A) O ESTADO DE NATUREZA.
	1º) Um estado de inocência:
	 Inspirado no Livro do Gênesis ( Bíblia), compara 	 o Estado de Natureza com o Paraíso, onde a 	 	 humanidade vive uma situação de inocência 	 	 ameaçada.
	 Nas situações de ameaça, o homem

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