Buscar

Aula 20 Direitos Direitos Sociais

Prévia do material em texto

Direitos e garantias fundamentais – Direitos Sociais
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010)
1. Direitos Sociais. Nos termos do art. 6º da Constituição Federal são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Trata-se de consequências do Estado Social de Direito. 
Logo, os direitos sociais, direitos de segunda dimensão, apresentam-se como prestações positivas a serem implementadas pelo Estado Social de Direito e tendem a concretizar a perspectiva de uma isonomia substancial e social na busca de melhores condições de vida, estando, ainda consagrados como fundamentos da República Federativa do Brasil. 
São caracterizados como direitos fundamentais, portanto tem aplicação imediata nos termos do art. 5°, §1º, CF/88.
Ausência de normas regulamentadora para dará ensejo às técnica de solução de omissões legislativas: ADO e Mandado de injunção.
2. Direito à educação. 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Súmula vinculante nº 12: “a cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal”.
3. Direito à saúde – 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. 
4. Direito à alimentação – A emenda constitucional nº 64 acrescentou ao rol do art. 6º a alimentação como direito social. Antes mesmo da modificação constitucional a Lei 11.346/06 tinha criado o SISAn – Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, com objetivo de garantir o direito humano à alimentação adequada. 
Alimentação adequada como direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população.
5. Direito ao trabalho – O Estado deve fomentar uma política econômica não recessiva, tanto que, dentre os princípios da ordem econômica sobressai a busca do pleno emprego, além de ser fundamento da República e a ordem econômica a valorização do trabalho humano e livre-iniciativa. 
6. Direito à moradia – Acrescido pela EC 26/2000
Lei 8.009/90 – bem de família. Impenhorabilidade. 
7. Direito ao lazer – entrega a ociosidade repousante. O art. 217, §3º, estabelece que é dever do poder público incentivar o lazer como forma de promoção social.
8. Direito à segurança – o direito à segurança encontra-se previsto 5º, caput. Porém, a previsão no art. 6º tem sentido diverso daquela do art. 5º. Enquanto no art. 5º a noção de segurança está relacionada à ideia de garantia individual, no artigo 6º aproxima-se do conceito de segurança pública que como dever do Estado parece como direito e responsabilidade de todos, sendo exercida, nos do art. 144, caput, para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
9. Direito à previdência social – conjunto de direitos relativos à seguridade social. 
10. Proteção à maternidade e à infância. O art. XXV da declaração universal dos direitos humanos consagrou a proteção à maternidade como indiscutível direito social. 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
. Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
Licença maternidade 120 dias. A lei 11.770/08 instituiu o programa chamado empresa cidadã, permitiu a prorrogação da licença-maternidade por mais 60 dias. Tal direito foi estendida às servidoras públicas nos termos do Decreto nº 6.690/08.
Licença paternidade 05 dias
11. Assistência aos desamparados. É materializado pelo art. 203, pela assistência social, a quem dela necessitar, independente de contribuição.
12. Direitos relativos aos trabalhadores –
12.1 Direito individuais dos trabalhadores
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
III - fundo de garantia do tempo de serviço; 
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
Lei nº 12382/2011 que dispôs sobre o valor do salário mínimo em 2011 e a sua política de valorização de longo prazo até 2015. Contra a sistemática de reajuste automático foi ajuizada ADI 4568, no sentido de ser necessário sempre lei em sentido formal, a ser editada anualmente. O STF concluiu que não existe necessidade de edição anual de lei em sentido forma, sendo possível que os índices oficiais sejam estipulados por Decreto. 
Súmula Vinculante 4 - Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
A Lei Complementar 103/2000 que, em razão da regra contida no art. 22, parágrafo único, da CF/88, autorizou os Estados e o DF a instituir, mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, o piso salarial de que trata o art. 7º, V, da Constituição Federal, para os empregados que não tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. Verificar a ADI 4364.
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; 
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; 
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; 
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal nãosuperior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; 
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; 
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; 
A lei 12506/2011 regulamentando o aviso prévio proporcional, que será concedido na proporção de 30 dias aos empregados que contem até 1 ano de serviço na mesma empresa, sendo acrescidos 3 dias por ano de serviço prestado até o máximo de 60 dias, perfazendo um total de 90 dias.
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; 
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; 
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; 
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; 
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; 
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.   (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013)
12.2 Direito Coletivos dos trabalhadores – 
12.2.1 Direito de associação profissional ou sindical

Continue navegando