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CONTABILIDADE AVANÇADA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA 1-O que é reorganização societária? A reorganização societária é uma alteração na estrutura ou composição de uma sociedade, alterando, adaptando e melhorando a forma como ela atua no mercado. Pode ocorrer por incorporação, cisão e fusão entre empresas, transformação do tipo societário — uma sociedade limitada (LTDA) se torna anônima (S.A), por exemplo —, entre outros atos que alteram o capital, o quadro de sócios, o funcionamento ou o regime tributário da organização. 1.2-Para que serve esse processo? A reorganização societária pode ser usada para diferentes finalidades, seja pelo interesse dos sócios ou pelas próprias necessidades do mercado, e visa beneficiar a empresa de formas variadas, como um planejamento tributário, fortalecimento da marca no mercado ou alteração de seu tipo legal. Veja as principais: 1.2.1-Planejamento tributário: A primeira das finalidades consiste em um aspecto de planejamento tributário. O objetivo aqui é a redução da carga tributária, viabilizando, com base na lei, a diminuição no pagamento de impostos adequando a empresa no regime tributário – — escolha entre lucro real, presumido ou simples nacional – mais vantajoso. Por exemplo, determinada empresa optante pelo Simples Nacional, recebe uma rodada de investimentos e em conjunto altera seu quadro societário, incluindo os novos investidores e acrescenta uma série de atividades ao seu escopo de prestação de serviços. Diante do novo cenário societário e tributário, o planejamento tributário identificaria qual será a forma de tributação mais vantajosa para empresa, não só financeiramente no pagamento de menos impostos, como administrativamente, pois a depender do regime tributário escolhido, será necessária algumas adaptações operacionais para cumprimento das obrigações tributárias legais. É preciso, porém, realizar simulações, contas e um minucioso estudo para averiguar qual mudança será benéfica, mas esse problema pode ser facilmente ultrapassado com a contratação de uma boa assessoria contábil. 1.2.2-Fortalecimento no mercado: Duas sociedades podem entender que será mais vantagem unirem suas forças para crescer no mercado, fazer com que solidifiquem suas estratégias e aglomerem seus mercados consumidores, incorporando novas tecnologias para conseguir enfrentar os concorrentes do ramo. 1.2.3-Alterar o quadro dos sócios: Também pode ser possível que, para aumentar sua competitividade, a empresa necessite modificar o tipo societário, alterando entre sociedade limitada, anônima, entre outras. Essa mudança proporciona uma forma diferente de compor o quadro de sócios. Por exemplo, a sociedade anônima de capital aberto permite que as ações sejam negociadas na bolsa de valores, possibilitando maior captação de recursos financeiros. 2- INCORPORAÇÃO, FUSÃO E CISÃO Introdução Incorporação, fusão e cisão são formas de reorganização jurídica de sociedades. Essas Operações tornam possíveis a transmissão de patrimônio ou do quadro de sócios sem que haja a necessidade de dissolução e liquidação da sociedade. A reorganização é muito utilizada na forma de racionalizar as operações da empresa, para, assim, torná-la mais adequada à concorrência de mercado. 2.1- Incorporação A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, conforme artigo 227 da lei 6.404/1976. Incorporação reversa: sociedade controlada incorpora sua controladora. 2.2 - Fusão A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, conforme art. 228 da Lei 6.404/1976. Neste processo é constituída uma nova sociedade que assume a condição de titular de todos os ativos e passivos das sociedades fundidas. 2.3 - Cisão A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão, art. 229 da Lei 6.404/1976. A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente obedecerá às disposições sobre incorporação, Art. 229, § 3º, conjugado com o art. 227 da Lei 6.404/1976. 3-DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO, EXTINÇÃO E TRANSFORMAÇÃO 3.1 Dissolução A Dissolução da pessoa jurídica é o ato pelo qual se manifesta a vontade ou se constata a obrigação de encerrar a existência de uma firma individual ou sociedade. Pode ser definido como o momento em que se decide pela sua extinção, passando-se, imediatamente, à fase de liquidação. Essa decisão pode ser tomada por deliberação do titular, sócios ou acionistas, ou ainda por imposição ou determinação legal do poder público. A dissolução não extingue a personalidade jurídica de imediato, pois a pessoa jurídica continua a existir até que se concluam as negociações pendentes, procedendo-se à liquidação das ultimadas, conforme disposto no art. 51 da Lei n º 10.406, de 2002 (Código Civil). Personalidade jurídica é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. A Companhia dissolvida conserva sua personalidade jurídica até a sua extinção. Em todos os atos ou operações necessárias à liquidação, o liquidante deverá usar a denominação social seguida das palavras "em liquidação" (Lei das S.A. - Lei n º6.404, de 1976, art. 212). A liquidação processa-se de 2 (duas) maneiras: convencional, promovida pela própria companhia ou judicial. Uma companhia pode se dissolvida de pleno direito ou por decisão judicial. Nos casos e na forma previstos em lei especial, pode ainda ser dissolvida por decisão de autoridade administrativa competente. Nas situações de pleno direito pode ocorrer (i) pelo término do prazo de duração;(ii) nos casos previstos no estatuto; (iii) por deliberação da assembleia geral;(iv) pela existência de um único acionista, verificada em assembléia-geral ordinária, se no mínimo de 2 (dois) não for constituído até a do ano seguinte (ressalvado o previsto no art. 251, da Lei 6.404/1976) e (v) pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar, conforme previsto no artigo 206 da Lei 6.404/1976. Quando a dissolução for por decisão judicial temos: (i) anulação de sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista; (ii) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social;e (iii) em caso de falência, na forma prevista na lei. O art. 51 do Código Civil de 2002 dispõe que as sociedades reputam-se dissolvidas, pelas seguintes circunstâncias: 1. expirado o prazo ajustado da sua duração; 2. por quebra da sociedade ou de qualquer dos sócios; 3. por mútuo consenso de todos os sócios; 4. pela morte de um dos sócios, salvo convenção em contrário a respeito dos que sobreviverem; 5. por vontade de um dos sócios, sendo a sociedade celebrada por tempo indeterminado. 3.2 Liquidação A liquidação é o processo pelo qual o ativo é realizado, o passivo liquidado e o acervo liquido remanescente, caso haja, dividido entre os sócios/acionistas. Silenciado o Estatuto, compete à assembleia geral, nos casos de dissolução de pleno direito, determinar o modo de liquidação e nomear o liquidante e o conselho fiscal que devam funcionar durante o período de liquidação, conforme art. 208 da Lei 6.404/1976. O liquidante poderá ser destituído a qualquer tempo pelo órgão que o tiver nomeado. Em todos os atos ou operações necessárias à liquidação, o liquidante deverá usar a denominação social seguida das palavras "em liquidação" (Lei das S.A. - Lei n º6.404, de 1976, art. 212). 3.3 Extinção A companhia extingui-se pelo encerramento da liquidação ou pelo processo de incorporação ou fusão, e pela cisão com versão de todo patrimônio em outra(s) sociedade(s), constituídas para esse fim ou já existente,conforme previsto no artigo 219 da Lei 6.404/1976. 3.4 Transformação A transformação é a operação pela qual uma sociedade passa de um tipo para o outro (LTDA para S/A), independentemente da dissolução e liquidação. A transformação obedecerá aos preceitos que regulam a constituição e o registro do tipo a ser adotado pela sociedade. A transformação exige o consentimento unânime dos sócios ou acionistas, salvo se prevista no estatuto ou no contrato social, caso em que o sócio dissidente terá o direito de retirar-se da sociedade. Os sócios podem renunciar, no contrato social, ao direito de retirada no caso de transformação da companhia. EXERCÍCIOS 1. (Ricardo Ferreira/4º Ed.) Pela ordem dos fatos, temos: (A) liquidação, dissolução e extinção (B) dissolução, liquidação e extinção (C) liquidação, extinção e dissolução (D) extinção, dissolução e liquidação (E) dissolução, extinção e liquidação 2. (Ricardo Ferreira/4º Ed.) Dissolve-se a sociedade pela existência de um único acionista, verificada em assembléia geral ordinária, se o mínimo de dois não for reconstituído: (A) em 1 ano (B) até a assembléia geral do ano seguinte (C) em 1 mês (D) imediatamente (E) em 6 meses a partir da data do encerramento do exercício 3. (Ricardo Ferreira/4º Ed.) A S.A. dissolvida conserva a personalidade jurídica até (A) assembléia que deliberar a dissolução (B) o início da liquidação (C) o término do inventário (D) a extinção (E) a data de convocação da assembléia que deliberar sobre a extinção 4. (Ricardo Ferreira/4º Ed.) Representa a SA em liquidação: (A) A assembleia geral extraordinária (B) o liquidante (C) a assembléia geral ordinária (D) o conselho de administração (E) o juiz 5. (Ricardo Ferreira/4º Ed.) Nas assembléias gerais da SA em liquidação: (A) as ações preferenciais não tem direito a voto (B) as ações ordinárias não tem direito a voto (C) só as ações nominativas tem direito a voto (D) todas as ações gozam de direito de voto (E) as ações não tem direito a voto 6. Uma sociedade passa de sociedade por quotas de responsabilidade limitada para sociedade anônima: (A) Fusão (B) Transformação (C) Cisão (D) Incorporação (E) Consórcio 7. Salvo previsão no estatuto, a transformação exige consentimento: (A) de acionistas que representem, no mínimo, metade do capital social. (B) unânime dos sócios. (C) de acionistas que representem, no mínimo, 2/3 do capital social. (D) de acionistas que representem, no mínimo, 3/5 do capital social. (E) de acionistas que representem, no mínimo, 1/4 do capital social. 8. Julgue os itens subsequentes, quanto à fusão, cisão e incorporação de empresas. (A) Na incorporação de uma sociedade controlada pela sua controladora, os acionistas não controladores da empresa incorporada passam a ser acionistas da incorporadora. (B) Caso haja o exercício do direito de retirada por parte de acionistas, as ações assim adquiridas pela incorporadora não poderá ficar em tesouraria. 9- Nas operações de cisão, podem ocorrer as seguintes situações, exceto: (A) cisão total com a criação de duas ou mais empresas novas (B) cisão total com versão de parte do Patrimônio Líquido para empresa nova e parte para empresa já existente (C) cisão parcial com versão de parte do patrimônio para empresas já existentes (D) cisão parcial com versão de todo o patrimônio para a mesma sociedade (E) cisão total com versão do patrimônio para empresas já existentes 10-Com relação às reorganizações societárias mediante os processos de incorporações, fusões ou cisões, podemos afirmar que todas as opções abaixo são corretas, exceto: Incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que a sucede em todos os direitos e obrigações. Cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim, ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, e dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. Interesses de natureza societária entre quotistas ou acionistas são fatores importantes a serem contemplados no processo de reorganização. uma companhia emissora de debêntures em circulação ficará sempre obrigada à prévia autorização dos debenturistas sob pena de nulidade da incorporação, fusão ou cisão.
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