Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 1 Siga-nos no Instagram @acimadetudobrasil CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 2 ✓ O valor cobrado pela apostila é simbólico e inferior a outras apostilas similares! Pedimos que NÃO COMPARTILHE a apostila! Para que possamos continuar desenvolvendo mais apostilas como essa e ajudar cada vez um número maior de pessoas na busca pelo seu sonho é fundamental a contribuição simbólica de quem adquirir esse material. ✓ Se queremos um Brasil melhor, com menos corrupção, que tal começarmos pelos nossos exemplos? Compartilhar material sem a devida autorização é crime e imoral! ✓ Dúvidas, comentários e sugestões podem ser enviados através do e-mail de contato acimadetudobrasil@hotmail.com ou através do Instagram: @acimadetudobrasil CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 3 Sumário 1 Língua Portuguesa ....................................................................................................... 4 Estrutura fonética ...................................................................................................... 4 Ortografia oficial conforme o novo acordo ortográfico. ................. 8 Classes de palavras .................................................................................................. 21 Sintaxe da concordância ........................................................................................ 36 Colocação pronominal ............................................................................................ 40 Crase ................................................................................................................................... 43 Pontuação ........................................................................................................................ 49 Interpretação de textos. ........................................................................................ 55 2.LEGISLAÇÃO ................................................................................................................... 58 Constituição da República Federativa do Brasil -1988: 1.1. Título I; .............................................................................................................................................. 58 Título III/Capítulo IV ................................................................................................. 66 Declaração Universal dos Direitos Humanos; .......................................... 69 Lei Federal n° 8.069, de 13/07/1990 - Estatuto da criança e do Adolescente ECA; ........................................................................................................ 73 Lei nº 10.741, de 01 de outubro de 2003, Estatuto do Idoso, Art. 1º ao 10, 15 ao 25, 33 ao 42 e 95 ao 118. ............................................................ 122 Lei Municipal n° 8.198, de 13/07/2001 - Uso de focinheiras em cães na via pública; ................................................................................................... 157 Lei Municipal n° 8.354, de 24/04/2002 - Lei do "Pit Bul" ................... 158 Lei Municipal n° 8.616, de 14/07/2003 - Código de Posturas Municipais ....................................................................................................................... 159 Lei Municipal nº 9.011, de 1º/01/2005. Dispõe sobre a estrutura organizacional da administração direta do Poder Executivo e dá outras providências................................................................................................. 228 Decreto Municipal n° 11.566, de 19/12/2003 - Designa Patrono da Guarda Municipal o Embaixador Sérgio Vieira de Melo; ............. 283 Decreto Municipal n° 12.639 de 23/02/2007 - Dispõe sobre alocação, denominação e atribuições dos órgãos de terceiro grau hierárquico e respectivos subníveis da estrutura organizacional da Administração Direta do Executivo, na Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Patrimonial e dá outras providências; ............................................................................................... 284 Lei Municipal 9.319, de 19 de janeiro de 2007 – Estatuto da Guarda Municipal de Belo Horizonte ............................................................ 307 3. NOÇÕES DE GEOGRAFIA URBANA .................................................................. 346 4. HISTÓRIA DE BELO HORIZONTE........................................................................ 369 CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 4 1 Língua Portuguesa Estrutura fonética Letras e Fonemas Letras e fonemas apresentam conceitos distintos, letra é representação gráfica do fonema; já o fonema é a representação sonora. Fonologia é a parte da Gramática que estuda o fonema. Fonema é a unidade mínima sonora que é capaz de estabelecer diferenciação entre um vocábulo e outro. Ex: bola / bota. Como se vê a diferenciação entre as duas palavras acima é marcada pelos fonemas /l/ e /t/. Fonemas e letras apresentam conceitos distintos: – fonema é a representação sonora; – letra é a representação gráfica do fonema; – sílaba é um conjunto de fonemas transmitidos num só impulso. Numa palavra, nem sempre há o mesmo número de letras e fonemas. A palavra táxi, por exemplo, possui: – quatro letras (t-á-x-i) – cinco fonemas (t-á-k-s-i) A palavra hora possui: – quatro letras (h-o-r-a) – três fonemas (o-r-a) Na palavra canta temos: -cinco letras (c-a-n-t-a) -quatro fonemas (c-ã-t-a) Representação e classificação dos fonemas Classificação dos Fonemas Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes; Vogais Vogal é o fonema produzido pelo ar que, expelido dos pulmões, faz vibrar as cordas vocais e não encontra nenhum obstáculo na sua passagem pelo aparelho fonador. Classificam-se em: Quanto à intensidade Vogal tônica: é a vogal que se encontra na sílaba mais forte da palavra. Pode conter acentuação gráfica ou não, ficando dependente das regras de acentuação neste caso. Porém, quando houver acento, a vogal acentuada será sempre a vogal tônica, e, por consequência, a sílaba na qual ela se encontrar será a sílaba tônica. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 5 Cada palavra possui somente uma vogal tônica. Vogal átona: é a vogal que se encontra na(s) sílaba(s) mais fraca(s) da palavra. Não possuem acentuação gráfica, mas podem apresentar o sinal gráfico de nasalação – til /~/ – quando a sílaba tônica for acentuada (órfão, órgão etc). O número de vogais átonas em uma palavra varia, podendo até mesmo ser zero (no caso de palavras monossílabas). Exemplos: Pato – divide-se pa.to . Então o a é a vogal tônica, pois a sílaba mais fortemente pronunciada é pa . O o é a vogal átona pois a sílaba to é fracamente pronunciada. Neste caso, não há acento em nenhuma vogal. Ábaco – divide-se á.ba.co . Então o primeiro a é a vogal tônica pois a sílaba mais fortemente pronunciada é á . O segundo a e o o são as vogais átonas, pois as silabas ba e co são pronunciadas fracamente. Neste caso, a sílaba tônica é acentuada. Presidente – divide-se pre.si.den.te . A segunda vogal e é a vogal tônica, pois a sílaba mais fortemente pronunciada é den . Nesse caso a palavra possui três vogais átonas – o primeiro e, o i e o último e -, que estão respectivamente nas sílabas pre , si e te . Pá – só há uma sílaba. Neste caso o a é a vogal tônica e não há vogais átonas. Quanto ao timbre Vogais abertas: São as vogais articuladas ao se abrir o máximo a boca. Por exemplo: no Brasil, nas palavras “amora” e “café”, todas as vogais são abertas. Vogais fechadas: São as vogais articuladas ao se abrir o mínimo a boca. Por exemplo: nas palavras “êxodo” e “fôlego”, todas as vogais são fechadas. Alguns gramáticos da língua portuguesa ainda classificam as vogais “e” e “o” na categoriade vogais reduzidas quando são átonas no fim de uma palavra, que em geral são pronunciadas como “i” e “u”. Por exemplo, nas palavras “análise” e “camelo”. Quanto ao modo de articulação Vogais orais: São as vogais pronunciadas completamente através da cavidade oral. Em português, existem de sete a nove vogais orais, de acordo com o dialeto, a saber: “á” [ä], “â” [ɜ̝], “ê” [e], “é” [ɛ], “i” [ɯ̟], “í” [i], “ô” [o], “ó” [ɔ] e “u” [u] (as vogais representadas pelos símbolos [ɯ, ɜ] são comumente representados por [ɨ, ɐ] por sua aproximidade e também por sua semelhança gráfica). Vogais nasais: São as vogais pronunciadas em que uma parte do ar usado para a pronúncia escapa pela cavidade nasal. Em português, existem cinco vogais nasais. Nas palavras: “maçã”, “sempre”, “capim”, “bondade”, e “fundo”, os grafemas assinalados em negrito representam vogais nasais. Também são nasais os ditongos “ão”, “ãe”, “õe” e o ditongo “ui” da palavra “muito”. Semivogais As semivogais são fonemas que não ocupam a posição de núcleo da sílaba, devendo, portanto, associar-se a uma vogal para formarem uma sílaba. Em português, somente os fonemas representados pelas letras “i” e “u” em ditongos e tritongos são considerados semi-vogais. Um ditongo é sempre formado por uma vogal mais uma Semivogal. Quando a semivogal vem antes da vogal, o ditongo é dito “crescente” (como em “jaguar”). Quando a semivogal vem depois, o ditongo é dito “decrescente” (como em “/demais”). Nos ditongos “ui” e “iu”, uma das letras é sempre considerada vogal e a outra é semivogal. No caso dos tritongos, todos eles são formados por uma vogal intercalada entre duas semivogais. Consoantes CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 6 Consoantes são fonemas assilábicos que se produzem após ultrapassar um obstáculo que se opõe à corrente de ar no aparelho fonador. Estes obstáculos incluem os lábios, os dentes, a língua, o palato, o véu palatino e a úvula. Encontros vocálicos: ditongo, hiato, tritongo, encontro consonantal e dígrafo. Um encontro vocálico acontece quando há duas letras com sons vocálicos juntas em uma mesma palavra. Sendo assim, mesmo que a letra em questão seja uma consoante, se ela assumir um som de vogal na palavra, ela pode constituir um encontro vocálico, como é o caso das letras “ol” na palavra “farol”. Portanto, quando há uma sequência de sons vocálicos, sejam eles na mesma sílaba ou em sílabas separadas, caracterizamos um encontro vocálico. Existem três tipos de encontros vocálicos: HIATO O encontro de duas letras com sons vocálicos, em uma mesma palavra, e em sílabas diferentes. Exemplos: democracia: de-mo-cra-ci-a viela: vi-e-la saída: sa-í-da poesia: po-e-si-a DITONGO O encontro de duas letras com sons vocálicos, em uma mesma palavra e na mesma sílaba. Neste caso, uma é caracterizada como vogal (a mais forte, tônica) e a outra como semivogal (a mais fraca, átona). Exemplos: Classificação dos Ditongos Os ditongos podem ser classificados de duas formas: crescente ou decrescente, e oral ou nasal. Ditongo Crescente: o encontro de uma semivogal (menos intensa) mais uma vogal (mais intensa), na mesma sílaba. Exemplo: série, próprio, nódoa, mágoa, série, quadro, área, páreo. Ditongo Decrescente: o encontro de uma vogal (mais intensa) mais uma semivogal (menos intensa), na mesma sílaba. Exemplo: pouco, pai, pais, mais, maus, mingau, intuito Ditongo Oral: o som passa pela cavidade oral, impedindo a passagem do ar pelas vias nasais. Exemplo: ouvir, tranquilo, sequestro, viu, fugiu. Ditongo Nasal: o som passa essencialmente pela cavidade nasal, produzindo um som nasalizado. Exemplo: pão, mãe, quanto, delinquente, frequência, enxaguemos. TRITONGO CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 7 É a sequência de três letras com sons vocálicos pertencentes à mesma sílaba de uma determinada palavra, sendo que a primeira é uma semivogal, a segunda uma vogal, e a terceira uma semivogal. Exemplo: Paraguai, quão Classificação dos tritongos Os tritongos também podem ser classificados em nasais ou orais, seguindo as mesmas regras dos ditongos. Tritongos orais: Paraguai, iguais, averigueis. Tritongos nasais: Saguão, enxáguem. Encontro consonantal e dígrafo. O encontro consonantal ocorre quando duas ou mais consoantes se encontram em uma palavra. Ou melhor, é quando duas ou mais consoantes estão em sequência, sem uma vogal entre elas. Há dois tipos de encontros consonantais: São puros ou perfeitos quando ocorrem em uma mesma sílaba: prato (pra-to), palavra (pa-la- vra), psicologia (psi-co-lo-gia), pneumático (pneu-má-ti-co), encontrar (en-con-trar), blusa (blu- sa), atleta (a- tle-ta), Bíblia (Bí-blia), e assim por diante. São disjuntos ou imperfeitos quando estão em sílabas diferentes, ou seja, quando na divisão de sílabas ficam separados: alcançar (al-can-çar), subsolo (sub-so-lo), advogado (ad-vo-ga-do), aspecto (as -pec-to), apto (ap-to), costa (cos-ta), etc. Perceba que há uma sequência consonantal perfeita e uma imperfeita no verbo “encontrar”, observe: Encontrar: en – con – tRar = nc (imperfeito) e tr (perfeito) Há alguns encontros consonantais, tais como: gn, mn, pt, ps, pn, tm, que não são muito comuns: magnético, mnemônica, ruptura, psicólogo, pneu, ritmo. Se estiverem no começo da palavra não se separam, mesmo porque não há meio de um letra ficar sozinha: p-si-có-lo-go, está errado! A letra “p” deve acompanhar a sílaba “si”: psi-có-lo-go. Mas observe que o encontro consonantal da palavra “ritmo” se desfaz na divisão silábica porque não está no início da palavra, e sim no meio: rit-mo. Existe também o encontro consonantal fonético que acontece quando a letra x tem som de ks: maxi, táxi, axila. Dígrafo Dígrafo é o encontro de duas letras que ao serem pronunciadas emitem um único fonema. São exemplos de dígrafos: nascer, morrer, chorar, isso, aquilo. A palavra “dígrafo” tem origem grega, sendo formada pela junção dos termos di (dois) + grafo (escrever). Em outras línguas, podem existir trígrafos (três letras) ou quadrígrafos (quatro letras). Por exemplo, na Língua Alemã, “tsch” (Deutschland) representa apenas um som. Na Língua Portuguesa, os dígrafos são classificados em Vocálicos (encontro de duas letras que formam um som de vogal) e Consonantais (encontro de duas letras que formam um som de consoante). Exemplos de Dígrafos Vocálicos am: ambíguo, campeão an: antítese, manto CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 8 em: lembrança, tempo en: vento, senta im: impureza, símbolo in: interior, síntese om: sombra, pompa on: ontem, conto um: tumba, cumprimento un: fundo, tonto, mundo Exemplos de Dígrafos Consonantais lh: soalho, migalha nh: tenho, vinho ch: chegar, achatado rr: jarro, corrimão ss: massa, passeio qu e gu (seguidos de e ou i): quente, quiromancia sc: ascender, crescer sç: cresço, desço xc: excelente, excessivo xs: exsudar, exsicar É importante salientar que para haver um encontro consonantal, as duas consoantes devem possuir dois sons distintos. Exemplo: letra (som de t e som de r). Caso apresentem apenas um som, já vimos que são dígrafos. Exemplo: achatado (som de x). Ortografia oficial conforme o novo acordo ortográfico. Ortografia e acentuação gráfica, conforme o novo acordo ortográfico. Ortografia (do grego orthographia, escrita correta) é a parte da Gramática que trata do emprego correto das letras e dos sinais gráficos na língua escrita. Em português utilizam-se, na expressão escrita, letras, sinais diacríticos e sinais de pontuação. O sistema ortográfico atualmente em vigor é o de 1990, decorrente do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa assinado em Lisboa, em 16 de dezembro daquele ano,pelos representantes dos sete países lusófonos e aprovado pelo Congresso Nacional em 1994. O objetivo principal desse novo Acordo Ortográfico não foi, como era de se esperar, a simplificação, mas a unificação ortográfica da língua portuguesa falada na comunidade lusófona. Razões de ordem fonética, ou seja, a diversidade de pronúncia entre portugueses e brasileiros, não permitiram alcançar uma padronização ortográfica perfeita; mesmo assim, o novo Acordo representa uma louvável iniciativa na busca da tão almejada unidade ortográfica de um dos idiomas mais falados no mundo. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 9 Para nós, brasileiros, as alterações ortográficas introduzidas na língua pelo novo sistema são, lamentavelmente, superficiais, visto que se restringem ao uso dos sinais diacríticos (acentos gráficos, trema, hífen, apóstrofo). São mais sensíveis para os portugueses e os lusofalantes africanos, que passarão a grafar sem as consoantes mudas e e p palavras como actor, clirector, lectivo, óptimo, etc. ALFABETO PORTUGUÊS O alfabeto da Língua Portuguesa compõe-se ele 26 letras: a, b, e, d, e, f, g, h, i, j, k, 1, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z Ora sozinhos, ora combinados com outras letras ou auxiliados por certos sinais gráficos (acentos, til, cedilha, etc.), estes signos representam os mais de trinta fonemas de nossa fala. Quanto à forma, as letras podem ser maiúsculas ou minúsculas, de imprensa (ou de fôrma) ou manuscritas. Como vimos nas páginas anteriores, nosso sistema ortográfico não é totalmente fonético, pois nem sempre a grafia corresponde à pronúncia das palavras. Tem deficiências e imperfeições, responsáveis pela maioria das dificuldades com que nos defrontamos no emprego de certas letras, sobretudo as que representam fonemas consonânticos alveolares e palatais fricativos: g ou j? s ou z? ch ou x?, etc. EMPREGO DAS LETRAS K, W e Y · Usam-se apenas: • em abreviaturas e como símbolos de termos científicos de uso internacional: km (quilômetro), kg (quilograma), K (potássio), w (watt), W (oeste), Y {ítrio), yd (jarda), etc. • na transcrição de palavras estrangeiras não aportuguesadas: kart, kibutz, smoking, show, watt, playground, playbo}'t hobby, etc. • em nomes próprios estrangeiros não aportuguesados e seus derivados: Kant, Franklin, Shakespeare, Wagner, Kennedy, Mickey, Newton, Darwin, Hollywood, Washington, Kremlin, Byron, Walt Disney, kantismo, byroniano, shakespeariano, kartista, parkinsonismo, parkinsoniano, Disneylândia, etc. Observações: ✓ Em palavras estrangeiras aportuguesadas, bem como nos demais casos não previstos acima, o k foi substituído por e ou qu, conforme o caso, o w por vou u, conforme o valor fonético, e o y por i: uísque, Iorque, Bálcãs, bloco, sanduíche, vermute, Vá/ter, Osvaldo, jóquei, iate, ianque, Niterói, Rui, guarani, heureca, viquingue (menos usado que viking), etc. ✓ Na transcrição de etnônimos brasílicos, os etnólogos utilizam essas letras exóticas: Kamayurá, Kayabi, Kaingang, Waiká, Suyá, etc. É preferível, porém, grafar-se camaiurá, caiabi, caingangue, uaicá, suiá, etc., como fazem os dicionaristas modernos. EMPREGO DA LETRA H Esta letra, em início ou fim ele palavras, não tem valor fonético; conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e ela tradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra vem do latim hodie. Emprega-se o H: CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 10 a) inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, hesitar, haurir, hilaridade, homologar, Horácio, haxixe, hortênsia, hulha, etc. b) medial, como integrante dos dígrafos eh, Ih, nh: chave, beliche, broche, cachimbo, capucho, chimarrão, cochilar, fachada, flecha, machucar, mochila, telha, companhia, etc. c) final e inicial em certas interjeições: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc. d) em compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico: sobre- humano, anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc. e) no substantivo próprio Bahia {estado do Brasil), por secular tradição. Observações: ✓ Sem h, porém, os derivados baiano, baianinha, baião, baianada, baianismo, baianidade, laranja-da-bafa e o antropônimo Baía Uosé Baía). ✓ A bem da simplificação ortográfica, o h deveria ser eliminado nos casos a e d acima. Não se usa H: a) no início ou no fim de certos vocábulos, no passado escritos com essa letra, embora sem fundamento etimológico. Exemplos: ontem, úmido, ume, iate, ombro, rajá, Jeová, lná, etc. b) no início de alguns vocábulos em que oh, embora etimológico, foi eliminado por se tratar de palavras que entraram na língua por via populaG como é o caso de erva, inverno e Espanha, respectivamente do latim herba, hibernus e Hispania. Observação: ✓ " Os derivados eruditos de erva, Espanha e inverno, entretanto, grafam-se com h: herbívoro, herbicida, herbáceo, hispânico, hispano, hibernal, h;bernar, hibernação. c) em palavras derivadas e em compostos sem hífen: reaver (re + haver), reabilitaG inábil, desonesto, desonra, desumano, exaurir, lobisomem, turboélice, etc. EMPREGO DO E, I, O E U Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e li!, /oi e /ui nem sempre é nítida. É principalmente desse fato que nascem as dúvidas quando se escrevem palavras como quase, intitula" mágoa,, bulir, etc., em que ocorrem aquelas vogais. • Escrevem-se com a letra e: a) a sílaba final de formas dos verbos terminados em -uar: continue, continues, habitue, habitues, pontu e, pontues, etc. b) a sílaba final de formas dos verbos terminados em -oar: abençoe, abençoes, magoe, magoes, perdoe, perdoes, etc. c) as palavras formadas com o prefixo ante- (antes,. anterior): antebraço, antecipar, antedatar, antediluviano, antevéspera, etc. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 11 • Emprega-se a letra i: a) na sílaba final de formas dos verbos terminados em -uir: diminui , diminuis, influi, influis, possui, possuis,, etc. b) em palavras formadas com o prefixo anti- (contra): antiaéreo, Anticristo, antitetânico, antiestético, etc. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 12 EMPREGO DAS LETRAS G E J Para representar o fonema !j! existem duas letras: g e j. Grafa-se este ou aquele signo não de modo arbitrário, mas de acordo com a origem da palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos) - jeito (do latim jactu) - jipe (do inglês jeep) • Escrevem-se com g: CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 13 a) os substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem: garagem, massagem, viagem, origem, vertigem, ferrugem, lanugem, etc. Exceção: pajem. b) as palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ágio, -úgio: contágio, estágio, egrégio, prodígio, relógio, refúgio, etc. c) as palavras derivadas de outras que se grafam com g: massagista (de massagem)- vertiginoso (de vertigem) - ferruginoso (de ferrugem) – engessar (de gesso) - faringite (de faringe) - selvageria (de selvagem), etc. • Escrevem-se com j: a) palavras derivadas de outras terminadas em -ja: laranja: laranjeira, laranjinha loja: lojinha, lojeca, lojista granja: granjeiro, granjense, granjear (e suas flexões) gorja: (garganta): gorjeta, gorjeio, gorjear (e flexões) lisonja: lisonjeiro, lisonjeador, lisonjear (e flexões) sarja: sarjeta, sarjar (e flexões) cereja: cerejeira b) todas as formas da conjugação dos verbos terminados em -jar ou -jear: arranjar: arranje, arranjemos, arranjem, arranjei, etc. viajar: viajei, viaje, viajemos, viajem (viagem é substantivo) despejar: despejei, despeje, despejem, despejemos, etc. gorjear: gorjeia, gorjeiam, gorjeavam, gorjeie, gorjeando, etc. c) vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j: laje: lajedo, Lajes, lajiano, lajense nojo: nojeira, nojento jeito: jeitoso, ajeitar, desajeitado, enjeitar, conjetura, conjeturar, dejetar,dejeção, dejeto(s), ejetar, ejeção, ejetor, injetar, injeção, interjeição, objetar, objeção, objeto, objetivo, projetar, projeção, projeto, projétil, rejeitar, rejeição, sujeitar, sujeição, sujeito, subjetivo, trajeto, trajetória, trejeitar, trejeito d) palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani) ou africana: CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 14 canjerê, canjica, jenipapo, jequitibá, jerimum, jia, jiboia, jiló, jirau, Moji, mojiano, pajé, pajeú, tijipió, etc. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 15 EMPREGO DOS COM VALOR DE Z Escrevem-se com s com som de z: • adjetivos com os sufixos -aso, -asa: gostoso, gostosa - gracioso, graciosa - teimoso, teimosa, etc. • adjetivos pátrios com os sufixos -ês, -esa: português, portuguesa - inglês, inglesa - milanês, milanesa, etc. • substantivos e adjetivos terminados em -ês, feminino -esa: burguês, burguesa, burgueses - camponês, camponesa, camponeses - freguês, freguesa, fregueses - marquês, marquesa, marqueses, etc. • substantivos com os sufixos gregos -ese, -isa, -ase: catequese, diocese, diurese- pitonisa, poetisa, sacerdotisa- glicose, metamorfose, virose, etc. • verbos derivados de palavras cujo radical termina em -s: analisar (de análise) - apresar (de presa) - atrasar (de atrás) - abrasar (de brasa) - extasiar (de êxtase) - enviesar (de viés)- afrancesar (de francês) - extravasar (de vaso) - alisar (de liso), etc. • formas cios verbos pôr e querer e de seus derivados: pus, pôs, pusemos, puseram, puser, compôs, compusesse, impuser, etc. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 16 quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos, etc. • os seguintes nomes próprios de pessoas: Avis, Baltasar, Brás, Eliseu, Garcês, Heloísa, Inês, Isabel, Isaura, Luís, Luísa, Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás, Valdês, etc. EMPREGO DA LETRA Z Grafam-se com z: • os derivados em -za/1 -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita, etc. • os derivados de palavras cujo radical termina em -z: cruzeiro (de cruz}, enraizar (de raiz}, esvaziar, vazar, vazão (de vazio), etc. • os verbos formados com o sufixo -izar e palavras cognatas: fertilizar, fertilizante; civilizar, civilização, etc. • substantivos abstratos em -eza, derivados de adjetivos e denotando qualidade física ou moral: pobreza (de pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio), etc. S OU Z? • Sufixos -ês e -ez: a) O sufixo -ês (latim -ense) forma adjetivos (às vezes substantivos) derivados de substantivos concretos: CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 17 montês (de monte) -- montanhês (de montanha) cortês (de corte) -- francês (de França) burguês (de burgo) -- chinês (de China) b) O sufixo -ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: aridez (de árido), cupidez (de cúpido), avidez (de ávido), acidez (de ácido), estupidez (de estúpido), palidez (de pálido), rapidez (de rápido), mudez (de mudo), lucidez (de lúcido) • Sufixos -esa e -eza: Escreve-se -esa (com s): a) nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados em -ender: defesa (defender), presa (prender), despesa (despender), represa (prender), empresa (empreender), surpresa (surpreender). b) nos substantivos femininos designativos de títulos nobiliárquicos: baronesa, duquesa, marquesa, princesa, consulesa, prioresa. c) nas formas femininas dos adjetivos terminados em -ês: burguesa (de burguês), francesa (de francês), camponesa (de camponês), milanesa (de milanês), holandesa (de holandês), etc. d) nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, toesa, turquesa. Escreve-se -eza: Usa-se -eza (com z) nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivos e denotando qualidades, estado, condição. Exemplos: beleza (de belot franqueza (de franco), pobreza (de pobret leveza {de leve). Observação: ✓ Inclua-se o topônimo Veneza, cidade da Itália. • Verbos terminados em -isar e -izar: Escreve-se -isar (com s) quando o radical dos nomes correspondentes termina em -s. Se o radical não terminar em -s, grafa-se -izar {com z): avisar (aviso + -ar), anarquizar (anarquia + -izar), analisar (análise+ -ar), civilizar (civil + -izar), alisar (a+ liso+ -ar), canalizar (canal + -izar), bisar (bis + -ar) amenizar (ameno + -izar) catalisar (catálise+ -ar), colonizar (colono + -izar), improvisar (improviso+ -ar) vulgarizar (vulgar+ -izar), paralisar (paralisia+ -ar), motorizar (motor+ -izar), pesquisar (pesquisa + -ar) escravizar (escravo + -izar), pisar, repisar (piso + -ar), cicatrizar (cicatriz + -ar) frisar (friso + -ar), deslizar (deslize+ -ar), grisar (gris + -ar) matizar (matiz + -ar) CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 18 Observações: ✓ As letras sou z aparecerão, é claro, em todas as formas da conjugação desses verbos. ✓ Nos verbos derivados de nomes cujo radical termina em sou z, o sufixo é-ar; se o radical termina por outra consoante, o sufixo é -izar. ✓ Dos verbos em -izar, uns, como oficializar, monopolizar, sintonizar, etc., foram formados em nossa língua; outros, como batizar, catequizar, dramatizar, traumatizar, etc., derivam do grego e entraram no vernáculo já formados. No grego, escrevem-se como dzeta, letra que corresponde ao nosso z. EMPREGO DO X • Esta letra representa os seguintes fonemas: /eh/: xarope, enxofre, vexame, etc. /cs/: sexo, látex, léxico, tóxico, etc. /z/: exame, exílio, êxodo, etc. /ss/: auxílio, máximo, próximo, etc. /s/: sexto, texto, expectativa, extensão, etc. • Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-: exceção, exceder, excelente, excelso, excêntrico, excessivo, excitar, inexcedível, etc. Observação: ✓ Nas palavras do segundo item, o x é parte do prefixo latino ex-, mas deveria ser abolido, simplesmente por ser desnecessário. Bastaria a variante e- (em vez de ex ), tal como ocorre em efusão, emigrar, evasão, emanar, etc. • Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente, expiar (remir, pagart expirar (morrer), expoente, êxtase, extasiado, extrair, fênix, têxtil, texto, etc. • Escreve-se x e não eh: a) em geral, depois de ditongo: caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinot seixo, etc. Excetuam-se caucho e os derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem. b) geralmente, depois da sílaba inicial en-: enxada, enxame, enxamear, enxaguar, enxaqueca, enxárcia, enxerga, enxergar, enxerido, enxerto, enxertar, enxó, enxofre, enxotar, enxovaC enxovalhar, enxovia, enxugar, enxúndia, enxurrada, enxuto, etc. Excepcionalmente, grafam-se com eh: encharcar (de charco), encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher, etc.), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda vez que se trata do prefixo en- + palavra iniciada por eh. c) em vocábulos de origem indígena ou africana: CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 19 abacaxi, xavante, caxambu (dança negra), caxinguelê, mixira, orixá, xará, maxixe, etc. d) nas seguintes palavras: anexim, bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico, puxar, rixa, oxalá, praxe, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu. Escrevem-se com eh, entre outros, os seguintes vocábulos: bucha, charque, charrua, chávena, chimarrão, chuchu, cochilo, cochilar, fachada, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, tocha. • Homônimos bucho = estômago buxo= espécie de arbusto cocho= recipiente de madeira coxo = capenga, manco tacha= mancha, defeito; pequeno prego de cabeça larga e chata; caldeira taxa= imposto, preço de um serviço público, conta, tarifa chá= planta da família das Teáceas; infusão de folhas do chá ou de outras plantas xá= título do soberano da Pérsia (atual Irã) cheque = ordem de pagamento xeque=no jogo de xadrez, lance em que o rei é atacado por uma peça adversária CONSOANTES DOBRADAS • Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes c, r, s. • Escreve-se cc ou cç quando as duas consoantes soam distintamente: convicção, occipital, cacção, fricção, friccionar, facção, sucção, etc. • Duplicam-se ore os em dois casos: a) quando, intervocálicos, representam os fonemas /ri forte e /si sibilante, respectivamente: carro, ferro, pêssego, missão, etc. b) quando a um elemento de composição terminado em vogal seguir, sem interposição do hífen, palavra começada por r ou s: arroxeado, correlação, pressupor, bissemanal, girassot minissaia, etc. Observação: ✓ Em palavras estrangeiras e derivadas conservam-se as consoantes dobradas: Garrett, garrettiano, Hoffmann, hoffmânnico, etc. EMPREGO DAS INICIAIS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS • Escrevem-se com letra inicial maiúscula: a) a primeira palavra de período ou citação: CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 20 Nossa língua é falada em todos os continentes. Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua". Observação: ✓ No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula. b) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes sagrados, mitológicos, astronômicos, nomes de regiões): José, Tiradentes, Brasil, Amazônia, Campinas, Deus, Jesus Cristo, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, Região Sul, Baixada Fluminense, Triângulo Mineiro, etc. Observação: ✓ Grafa-se com inicial minúscula: o deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno. c) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência cio Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, Plano Real, Semana Santa, etc. d) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República, etc. e) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação, Estado, Pátria, União, República, Império, etc. f) nomes de estabelecimentos, agremiações, corporações, órgãos públicos, etc.: Academia Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, Secretaria de Saúde, Guarda Municipal, Ministério da Fazenda, etc. g) títulos de jornais e revistas: O Globo, Jornal do Brasil, Veja, etc. h) expressões ele tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. i) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do Oriente, o falar do Norte. Mas: Corri o país de norte a sul. O sol nasce a leste. j) nomes comuns, quando personificados ou individualizados: o Amor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. Observação: ✓ No interior dos títulos, as palavras átonas, como o, a, com, de, em, sem, um, etc., grafam-se com inicial minúscula. • Escrevem-se com letra inicial minúscula: a) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, nomes próprios tornados comuns: maio, bacanais, carnaval, ingleses, ave-maria, um havana, pau-brasil, etc. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 21 b) nomes a que se referem os itens d e e da página anterior, quando empregados em sentido geral: São Pedro foi o primeiro papa. Candidatou-se a presidente da República. Todos amam sua pátria. As igrejas evangélicas. c) palavras, depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta: "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra." (MANUEL BANDEIRA) "A sobremesa era no pomar: chupar laranjas debaixo das árvores." (ELSIE LESSA) O filósofo grego disse: 1'Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." • Casos opcionais Grafam-se, opcionalmente, com letra inicial maiúscula ou minúscula: a) nomes designativos de logradouros públicos, edifícios, templos: Rua (ou rua) São José, Praça (ou praça) da Paz, Edifício (ou edifício) Jabuti, Igreja (ou igreja) do Bonfim, etc. b) nomes designativos de santos, de profissionais: Santo Antônio ou santo Antônio, Doutor Paulo ou doutor Paulo, Professor Renato ou professor Renato, etc. c) nomes de disciplinas: Matemática ou matemática, etc. d) nomes comuns antepostos a nomes próprios de acidentes geográficos: Baía (ou baía) de Guanabara. Lagoa (ou lagoa) de Araruama, Rio (ou rio) Amazonas, Ilha (ou ilha) de Marajá, Serra (ou serra) do Mar. Pico (ou pico) da Neblina, etc. e) nomes de livros (menos o inicial e substantivos próprios, que são sempre com maiúscula): A Menina do Sobrado ou A menina do sobrado, O Primo Basílio ou O primo Basílio, Histórias sem Data ou Histórias sem data, A Retirada de Laguna ou A retirada de Laguna, etc. ➔ Os títulos de livros devem ser grifados, com tipo itálico claro. Fonte: CEGALLA, D. P.Novíssima gramática da língua portuguesa Classes de palavras A Morfologia estuda as palavras isoladamente, dividindo-as em classes de palavras, também conhecidas como classes gramaticais. São elas: ARTIGO ADVÉRBIO ADJETIVO CONJUNÇÃO INTERJEIÇÃO NUMERAL CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 22 PRONOME PREPOSIÇÃO SUBSTANTIVO VERBO --------------------------------------------- SUBSTANTIVO O substantivo é a classe gramatical que utilizamos para dar nome aos objetos e às coisas. A própria origem da palavra “substantivo”, que vem de “substância”, se refere ao fundamento de algo. Exemplos: livro, bicicleta, homem, cachorro, prédio, nuvem, sonho. Se você parar um pouco para pensar, verá que existem diversas classificações possíveis para os substantivos. Para começar, analise os substantivos “prazer” e “tesoura”. Ambos são substantivos, mas você concorda que há algo de diferente entre eles? Para explicar essas diferenças, vamos entender um pouco as classificações dos substantivos. Substantivos Concretos São os substantivos que convencionalmente entendemos como substantivos. Eles possuem existência independente. Exemplos: mesa, cadeira, flor, balde. Os substantivos concretos são aqueles que nomeiam objetos, coisas, lugares, animais e plantas. Substantivos Abstratos Já os substantivos abstratos se referem a fenômenos que têm existência dependente. Ações, sentimentos, estados e qualidades são substantivos abstratos. Exemplos: amor, prazer, ódio, beleza, beijo, amizade. Todos esses substantivos dependem da existência de um ou mais seres para fazer sentido. Por isso não são concretos. Substantivos Próprios Vamos a outra classificação dos substantivos: os substantivos próprios. São aqueles que individualizam um ou mais seres. O substantivo próprio identifica esses seres para diferenciá-los dos demais, por conta de suas características. Assim, os nomes de pessoas e países, por exemplo, são nomes próprios. Exemplo: João, Argentina, Bahia, Magazine Luiza. Teríamos muita confusão se os nomes próprios não existissem. Seria difícil identificar alguém se chamássemos todos como “pessoas” ou “seres humanos”. Mais fácil identificar alguém que chame Maria Raquel da Silva Barbosa. Substantivos Comuns Já o substantivo comum é aquele aplicado a vários objetos e coisas. Ele não cria identidades específicas nos seres que nomeia. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 23 Exemplos: carro, motocicleta, gato, prato. Substantivos Coletivos Outra classificação importantíssima dos substantivos é a dos coletivos. Mesmo estando no singular, eles fazem referência a uma coleção de objetos, seres ou coisas. Exemplos: laranjal, rebanho, cardume, vinhedo, constelação. Note que cada substantivo coletivo agrupa um conjunto de seres. Considerando os exemplos acima, temos: Laranjal – conjunto de pés de laranja Rebanho – conjunto de cabras ou ovelhas Cardume – conjunto de peixes Vinhedo – conjunto de videiras Constelação – conjunto de estrelas Substantivos primitivos Essa é um tipo de classificação bem pouco cobrada em concursos públicos, mas vale a pena atentarmospara ela. Um substantivo primitivo é aquele que não é derivado de outra palavra. Exemplos: pedra, limão, água, flor. Para entender melhor os substantivos primitivos, veja a seguir o que são os substantivos derivados. Substantivos derivados Os substantivos derivados, por óbvio, são aqueles que derivam dos substantivos primitivos. Veja os exemplos a seguir, usando os substantivos primitivos anteriores: Exemplos: pedrada, limoeiro, aguada, floricultura. Note que há uma diferença entre os substantivos derivados e os substantivos coletivos. Os coletivos expressam a reunião de seres iguais. Os derivados apenas se utilizam da estrutura de um substantivo primitivo. Substantivos compostos São aqueles que possuem mais de um radical em sua estrutura. Exemplos: guarda-chuva, couve-flor, erva-doce, passatempo. Perceba que não necessariamente o radical precisa estar separado por hífen (como é o caso de “passatempo”). Substantivos simples Já os substantivos simples são aqueles que possuem apenas um radical na sua estrutura. Exemplos: computador, mesa, cadeira, garrafa. É bom frisar que os substantivos variam em número, grau e gênero. Ou seja: podem ser encontrados no singular e no plural (número), no aumentativo e diminutivo (grau) e no masculino e feminino (gênero). CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 24 Adjetivo No Emprego das Classes de Palavras o adjetivo é um dos mais importantes. Ele tem a função de delimitar e qualificar o significado de um substantivo.De maneira geral, podemos dizer que os adjetivos dizem quais são as qualidades de um substantivo. Exemplos: azul, belo, feio, romântico, bom, mau, arredondada. Veja cada um desses adjetivos ao lado de um substantivo: Carro azul Homem belo Sapato feio Menino romântico Cachorro bom Gato mau Bola arredondada Locução adjetiva Fique muito atento à possibilidade da utilização de locuções adjetivas nas questões de concurso público. Isso porque elas são como adjetivos “disfarçados”. As locuções adjetivas são a junção entre uma preposição e um substantivo, operando na frase como um adjetivo. Exemplos: Cachorro de rua Quadro com cupim Arroz de geladeira Livro sem capa “De rua”, “com cupim”, “de geladeira” e “sem capa” fazem o papel de adjetivos nesses casos. Por isso, são locuções adjetivas. Caso você encontre uma questão com pegadinha que pergunte se “De rua” está adjetivando a palavra “Cachorro”, responda corretamente. Substantivação do Adjetivo Outra possível confusão que pode ser feita é quando um adjetivo é substantivado. Aqui o que importa analisar é a função que a palavra está exercendo, e não necessariamente memorizar que uma palavra é ou não um adjetivo. Veja a frase a seguir: O fraco sempre sairá por último Nesse caso, “fraco” não é adjetivo. A palavra não está qualificando nenhum substantivo. Ele é o próprio substantivo. O adjetivo fraco foi substantivado! Grau do Adjetivo Outro tema importantíssimo quando falamos sobre os adjetivos é entender o grau de emprego deles. Como assim? https://segredosdeconcurso.com.br/pegadinhas-concursos/ CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 25 Quando falamos em graus estamos falando das relações entre as qualidades de um ou mais seres. Os graus existentes são o positivo, o comparativo e o superlativo. Grau Positivo É o menos conhecido, e menos cobrado em concursos. É o grau que simplesmente enuncia a qualidade de algo. Exemplo: A mulher é linda. Grau Comparativo É o grau onde o adjetivo está empregado em uma comparação entre dois ou mais seres. Veja quais são as possibilidades do Grau Comparativo, e alguns exemplos: Grau Comparativo de Igualdade – “A mulher é tão linda quanto o homem”. Grau Comparativo de Superioridade – “A mulher é mais linda que o homem”. Grau Comparativo de Inferioridade – “A mulher é menos linda que o homem”. Grau Superlativo O Grau Superlativo é utilizado quando se pretende dar ênfase na adjetivação. Existem duas possibilidades de emprego – o Grau Superlativo Absoluto (não faz comparações) e o Grau Superlativo Relativo (faz comparações). Grau Superlativo Relativo – “A mulher é a mais linda de sua sala” Grau Superlativo Absoluto – “A mulher é lindíssima!” Importante dizer que no Grau Superlativo Absoluto existem duas possibilidades. A utilização de expressões como “muito linda” ou a utilização do adjetivo modificado, como “lindíssima”. Daí surgem mais duas classificações: Grau Superlativo Absoluto Sintético – “A mulher é lindíssima!” Grau Superlativo Absoluto Analítico – “A mulher é muito linda!” Artigo Entre as classes de palavras o Artigo é muitas vezes desconsiderado pelos candidatos a concurso público. Mas ele tem uma importância fundamental na construção da nossa comunicação. O Artigo é o termo que vem antes do substantivo, esclarecendo três pontos importantíssimos sobre ele: • Se o substantivo é definido ou indefinido • Se o substantivo é masculino ou feminino • Se o substantivo está no singular ou no plural Exemplos de artigos: o, a, os, as, um, uma, uns, umas. Artigo Definido O Artigo Definido é utilizado para apontar um ou mais seres especificamente. Veja o exemplo de quatro frases onde o Artigo Definido é utilizado: CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 26 • “A Holanda vendeu seu petróleo” • “As gatas comeram carne” • “O homem saiu pela porta” • “Os garotos compraram queijo” Como você pode ver, nesses casos há uma delimitação do substantivo em relação a seres específicos. Artigo Indefinido Ao contrário do Artigo Definido, o Artigo Indefinido deixa oculto a quais ou qual ser se refere. Ele generaliza o substantivo. Veja alguns exemplos de Artigos Indefinidos sendo aplicados: • “Um suspeito passou por aqui”. • “Uns homens chegaram no bar”. • “Uma barata apareceu na sala”. • “Umas meninas tocaram o sino”. Quando um artigo feminino definido (a/as) está junto com uma proposição “a”, usa-se o sinal da crase. Pronome Muita gente confunde bastante qual a real função do Pronome na Língua Portuguesa. Certamente é um dos temas que os candidatos a concurso público mais erram nessa parte do Emprego das Classes de Palavras. Primeiro, saiba que um pronome nada mais é que uma palavra que substitui ou pode substituir um substantivo. Isso pode acontecer de diversas formas, por isso existem seis tipos de pronome: 1. Pronome pessoal 2. Pronome possessivo 3. Pronome demonstrativo 4. Pronome indefinido 5. Pronome interrogativo 6. Pronome relativo Pronome Pessoal Pronome pessoal é aquele que substitui o nome de alguém em uma construção gramatical. Além disso, ele relaciona o nome a uma das 3 pessoas gramaticais. Veja quais são as três pessoas gramaticais: • Eu/nós (1ª pessoa) – a pessoa que fala. • Tu/vós (2ª pessoa) – a pessoa com quem falamos. • Ele/eles (3ª pessoa) – a pessoa de quem falamos. O pronome pessoal pode ser de três tipos: 1. Reto 2. Oblíquo 3. De tratamento CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 27 Vamos conhecer, a seguir, as características desses três tipos de pronome. Pronome Pessoal Reto O Pronome Reto é aquele que representa o sujeito do verbo na oração. São eles: • Eu • Tu • Ele • Nós • Vós • Eles Veja um exemplo dos pronomes pessoais retos acompanhados dos verbos: • Eu compro • Tu compras • Ele compra • Nós compramos • Vós comprais • Eles compram Esses são os pronomes mais comuns na utilização cotidiana do Português. Pronome Pessoal Oblíquo O Pronome Oblíquo é aquele que tem como função a complementação do verbo. Veja quais são os pronomes oblíquos: • 1ª pessoa do singular – me, mim, migo • 2ª pessoa do singular – te, ti, tigo • 3ª pessoa do singular – o, a, lhe, se, si, sigo • 1ª pessoa do plural – nos, nosco • 2ª pessoa do plural – vos, vosco • 3ª pessoa do plural – os, as, lhes, se, si, sigo Agora, a aplicação de cada um desses pronomesoblíquos em orações: • Chamaram-me • Fez para mim • Comeu comigo • Amo-te • Levei a ti • Viajei contigo • Declaro-o inocente • Mando-a para casa • Faz-lhe esse favor • Diz-se que abriu o carro • Presenteia a si Pronome Pessoal de Tratamento O Pronome de Tratamento é aquele que substitui a terceira pessoa do singular ou do plural (ele/eles). CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 28 Alguns exemplos de pronome de tratamento: • Você • Vossa Senhoria • Vossa Excelência • Vossa Majestade • Fulano • Cicrano • Beltrano Os pronomes de tratamento são utilizados principalmente em referência a cargos. Enquanto “Sua Majestade” é utilizado para um rei, “Excelentíssimo” é utilizado para um Governador, por exemplo. Pronomes Possessivos São aqueles que trazem a ideia de posse, em referência a alguém a quem pertence algo. Conheça os pronomes possessivos: • 1ª Pessoa – Meu (s) / Minha (s) • 2ª Pessoa – Teu (s) / Tua (s) • 3ª Pessoa – Seu (s) / Sua (s) • 1ª Pessoa – Nosso (s) / Nossa (s) • 2ª Pessoa – Vosso (s) / Vossa (s) • 3ª Pessoa – Seu (s) / Sua (s) Pronome Indefinido Os pronomes indefinidos são muito pouco estudados, e quando são cobrados nos concursos a maioria dos candidatos são induzidos ao erro. Basicamente, podemos dizer que o Pronome Indefinido é aquele que determina o substantivo de maneira vaga. Conheça os pronomes indefinidos: • Algum • Bastante • Cada • Certo • Diferentes • Diversos • Mais • Menos • Muito • Nenhum • Outro • Pouco • Qualquer • Quanto • Quem quer • Tanto • Todo • Um • Vários CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 29 Tome cuidado com os pronomes indefinidos. Eles podem ser confundidos com outras classes gramaticais. Pronome Interrogativo Os pronomes interrogativos são os mais fáceis de compreender. São aqueles que integram orações interrogativas. São eles: • Que • Quem • Qual • Quanto Pronome Relativo O pronome relativo é aquele faz referência a um termo de outra oração, que não aquela que ele fez parte. Os pronomes relativos da Língua Portuguesa são os seguintes: • O qual • Que • Quem • Cujo Exemplos de uso do Pronome Relativo: • A mulher, a qual falou comigo, chegou em casa • O cachorro, cuja pata foi curada, está andando Numeral Agora vamos aprender sobre os numerais, que são as palavras que tem função quantificadora definida em uma oração. Enquanto o artigo indefinido “um” fala genericamente de uma quantidade possível de seres, o numeral “um” quantifica exatamente. Veja um exemplo de aplicação do numeral “um”: • Eu só comprei uma cama Uma dica para verificar se o “um” encontrado em uma oração é numeral ou outra classe de palavra é substituí-lo por outro numeral e verificar se faz sentido. No nosso exemplo, faria sentido: • Eu só comprei duas camas Logo, trata-se de um numeral. Numeral Ordinal Os numerais ordinais são aqueles que expressam ideia de ordem numa série. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 30 Exemplos: primeiro, segundo, terceiro, quarto etc. Numeral Cardinal São aqueles que simplesmente expressam quantidade. Exemplos: um, dois, três, mil, um milhão, três bilhões etc. Numeral Multiplicativo Nesse caso, estamos falando de numerais que determinam o número de vezes de algo. Exemplos: dobro, triplo, quadruplo etc. Numeral Fracionário Enquanto o Numeral Multiplicativo expressa multiplicação, o Numeral Fracionário expressa divisão. Exemplos: meio, terço, doze avos, décimo etc. Verbo O verbo é a palavra que expressa a realização de alguma ação, ou o resultado dessa ação. Compreender o emprego dos verbos é essencial para conseguir um bom desempenho em qualquer prova de Língua Portuguesa em concursos públicos. Por isso, fique atento a cada detalhe desse assunto. É possível analisar e classificar os verbos em relação a diversos aspectos. Vamos nos dedicar a cada um deles. Predicação do Verbo O verbo também é chamado de predicado, já que atribui uma ação a uma coisa ou a uma pessoa. Essa predicação pode ser incompleta ou completa. Verbo Intransitivo O Verbo Intransitivo é aquele de predicação completa, portanto não precisa de um complemento. O verbo “chover”, é um exemplo. Veja: “Ontem choveu” A oração é compreendida sem qualquer complemento ao verbo. Não é o caso do verbo transitivo. Verbo Transitivo Aqui o verbo precisa de um complemento, por não ser de predicação completa. Um exemplo é o verbo “ver”. Confira: • Saulo viu a morena Na oração acima, dizer apenas que “Saulo viu” ficaria incompleto. Saulo viu o quê? É preciso um complemento, nesse caso, a palavra “morena”. É bom ressaltar que o complemento do verbo transitivo é chamado de objeto. E que os verbos transitivos podem ser considerados transitivos diretos e transitivos indiretos. Entenda: CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 31 • Verbo Transitivo Direito é aquele que a ação passa diretamente para a pessoa ou coisa sobre que recai. Exemplo: ver, beber, derrubar. • Verbo Transitivo Indireto é aquele que a ação não passa diretamente para a pessoa ou coisa sobre que recai. Exemplo: gostar, obedecer. O complemento do verbo transitivo direto é o objeto direto. O complemento do verbo transitivo indireto é o objeto indireto. Voz do Verbo Outro ponto importante no estudo dos verbos é analisar em que voz ele se encontra. As vozes verbais são ativa, passiva, reflexiva e neutra. Voz Ativa É quando a ação verbal é praticada pelo sujeito. Ele é o agente da ação verbal. Exemplo: O rato comeu o queijo. Voz Passiva Na voz passiva a pessoa ou coisa a quem se atribui a ação verbal recebe a ação, em vez de praticá-la. Exemplo: O carro foi lavado pelo menino. Voz Reflexiva A Voz Reflexiva pode ser entendida como a união entre a Voz Passiva e a Voz Ativa. O sujeito pratica e, simultaneamente, sofre os efeitos da ação verbal. Exemplo: Tereza cortou-se. Voz Neutra É o caso em que o sujeito nem pratica nem recebe a ação verbal. Exemplo: Maria Joaquina é linda. Flexão do Verbo Você já ouviu falar em conjugação verbal? A conjugação nada mais é que o conjunto de flexões de um verbo. Primeiro, vamos aprender quais são os modos verbais. Modo Indicativo Nesse modo, a ação expressa pelo verbo é exercida de maneira real e definida, seja numa afirmação, seja numa negação. Exemplos: fazem, compro, mando, tenho, estais, veem. Modo Subjuntivo No Modo Subjuntivo o verbo precisa estar subordinado a um outro verbo para ter sentido. Entenda melhor no exemplo a seguir. Exemplo: “Quero que estude”. O verbo “estude”, nesse caso, está no modo subjuntivo, pois seu sentido está dependendo do verbo “quero”. Modo Imperativo É o modo verbal dos “mandões”, pois são utilizados para a passar a ideia de ordem. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 32 Exemplo: “Apareça agora em minha frente”. “Apareça” está no modo imperativo. Formas Nominais do Verbo Sabia que os verbos podem se tornar substantivos ou adjetivos? Eles exercem essas funções quando estão em suas formas nominais. São elas: Gerúndio É a forma nominal do verbo terminada em “ndo”, que indica uma ação continuada. Exemplos: amando, vivendo, correndo, fluindo, participando. Infinitivo É o “nome” do verbo. Nessa forma, não há variação de modo, tempo, número ou pessoa. Exemplos: crescer, amar, correr, partir, repor, vender. Particípio Já o particípio, é a forma verbal terminada em “ado/ido”. Exemplos: comprado, vendido, amado, corrompido, mesclado, vivido, construído. Tempo do Verbal Já que o verbo indica a realização de uma ação, ou o resultado dela, faz muito sentido que exista variações de tempo dessas ações. Afinal, elas podem ser realizadas, ou ter resultados, no passado (ou pretérito), no presente ou no futuro. Por isso, existem os seguintes tempos verbais: Presente Pretérito imperfeito Pretérito perfeitoPretérito mais-que-perfeito Futuro Futuro do presente Futuro do pretérito Verbo Auxiliar São auxiliares os verbos que complementam o sentido de outros verbos (chamados principais). São verbos auxiliares na Língua Portuguesa: Ter Haver Ser Estar Exemplos: “Eu tenho visto muitos pássaros”. “Tenho”, neste caso, cumpre a função de verbo auxiliar. Verbos Regulares CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 33 Os verbos regulares são aqueles em que o radical permanece invariável durante toda a sua conjugação. Um verbo regular não modifica sua estrutura quando é modificado nas várias pessoas. Exemplos: louvar, vender, partir. Veja a conjugação do partir vender no presente do indicativo: Eu parto Tu partes Ele parte Nós partimos Vós partis Eles partem Em todas as pessoas o radical “part” é mantido. Verbo Irregular Ao contrário do verbo regular, o verbo irregular sofre modificações em seu radical quando é conjugado. Exemplos: perder, fazer, ferir, caber. Veja a conjugação do verbo ferir no presente do indicativo: Eu firo Tu feres Ele fere Nós ferimos Vós feris Eles ferem Perceba a mudança no radical. De “fir” para “fer”. Verbos Anômalos Existem dois verbos anômalos: Ser Ir Enquanto os verbos irregulares sofrem mudanças no radical, os verbos anômalos simplesmente mudam de radical. Veja o verbo “ser” conjugado no presente do indicativo: Eu sou Tu és Ele é Nós somos Vós sois Eles são CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 34 Verbos Defectivos Os verbos defectivos são aqueles que possuem deficiência na conjugação. Eles não possuem todas as formas verbais. Exemplos: reaver, precaver, falir. Como conjugar o verbo falir na primeira pessoa? Não existe! Verbos Abundantes São os verbos que possuem dupla forma, geralmente no particípio. Veja alguns exemplos: Findado/findo Limpado/limpo Benzido/bento Envolvido/envolto Emergido/emerso Frigido/frito Advérbio O advérbios nada mais são que palavras que modificam os verbos, os adjetivos e até mesmo outros advérbios. Lugar – abaixo/acima, dentro/fora, adiante/atrás… Tempo – ainda, antes, depois, cedo, tarde, logo… Modo – ademais, depressa, só, também… Negação – não, nada… Afirmação – deveras, sim, certo, certamente… Dúvida – porventura, acaso, talvez… Intensidade – bastante, mais, menos, muito, pouco Preposição As preposições são conectivos, palavras invariáveis (não têm variação de número, gênero etc) que ligam o complemento à palavra completada. O termo que vem antes de uma preposição é chamado antecedente. O termo que vem depois é chamado consequente. Preposições Essenciais São aquelas que só desempenham essa função. Exemplos: de, desde, a, até, para, por, trás, sob… Preposições Acidentais São palavras de outras classes que são empregadas como preposição eventualmente. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 35 Exemplos: durante, menos, mediante, salvo, conforme Conjunção Tal qual as preposições, as conjunções são conectivos, mas em vez de ligar palavras elas ligam orações. As conjunções, assim como as locuções conjuntivas, classificam-se em coordenativas e subordinativas: - Conjunções coordenativas Ligam termos que exercem a mesma função sintática, ou orações independentes (coordenadas). As conjunções coordenativas subdividem-se em: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas. Apresentamos a seguir as principais conjunções (e locuções conjuntivas) coordenativas de cada tipo: a) Aditivas (indicam soma, adição): e, nem, mas também, mas ainda. b) Adversativas (indicam oposição, contraste): mas, porém, todavia, contudo, entretanto. c) Alternativas (indicam alternância, escolha): ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer. d) Conclusivas (indicam conclusão): pois (posposto ao verbo), logo, portanto, então. e) Explicativas (indicam explicação): pois (anteposto ao verbo), porque, que. - Conjunções Subordinativas Ligam duas orações sintaticamente dependentes. As conjunções subordinativas subdividem-se em: causais, condicionais, consecutivas, comparativas, conformativas, concessivas, temporais, finais, proporcionais e integrantes. Apresentamos a seguir as principais conjunções (e locuções conjuntivas) subordinativas de cada tipo: a) Causais (exprimem causa, motivo): porque, visto que, já que, uma vez que, como. b) Condicionais (exprimem condição): se, caso, contanto que, desde que. c) Consecutivas (exprime resultado, consequência): que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, de maneira que. d) Comparativas (exprimem comparação): como, que (precedido de mais ou menos). e) Conformativas (exprimem conformidade): como, conforme, segundo etc. f) Concessivas (exprimem concessão): embora, se bem que, ainda que, mesmo que, conquanto. g) Temporais (exprimem tempo): quando, enquanto, logo que, desde que, assim que. h) Finais (exprimem finalidade): a fim de que, para que, que. i) Proporcionais (exprimem proporção): à proporção que, à medida que, quanto mais, quanto menos. j) Integrantes: que, se (quando iniciam oração subordinada substantiva). Observe com toda atenção CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 36 Assim como ocorre com as preposições, é o contexto que determina a relação estabelecida pela conjunção (ou locução conjuntiva), pois uma mesma conjunção (ou locução conjuntiva) pode estabelecer relações diferentes entre orações. Note os exemplos abaixo: Você irá bem na prova desde que estude muito. (A locução conjuntiva desde que está estabelecendo relação de condição.) Não para de falar desde que a aula começou. (A locução conjuntiva desde que está estabelecendo relação de tempo.) Gritou tanto que ficou rouca. (A conjunção “que” está estabelecendo relação de consequência.) Ele gritou mais que eu. (A conjunção “que” está estabelecendo relação de comparação.) Interjeição Chegamos à última classe de palavra: a Interjeição. Podemos definir a Interjeição como a expressão sucinta do pensamento e/ou emoção. Dor (ai! ui!) Alegria (ah! eh!) Desejo (oxalá! tomara!) Admiração (puxa! quê!) Animação (eia! coragem!) Aplauso (bravo! apoiado!) Aversão (irra! chi!) Apelo (olá! psit! alô! socorro!) Silêncio (psiu! caluda!) Interrogação/Espanto (hem!) Sintaxe da concordância O que é sintaxe de concordância? A sintaxe de concordância estuda a relação gramatical estabelecida entre dois termos. Ela pode ser verbal ou nominal. Observe os exemplos: Antes de adentrarmos o conteúdo, analise as seguintes construções: Os cara tá jogano bola. Comprei duas bolacha para comer. É proibida entrada de gente burra. Nota-se, com obviedade, que há erros nas frases anteriores. Para batizá-los, vamos dizer que são ERROS DE CONCORDÂNCIA, ou seja, há algo que não está “de acordo” na sentença, que está estranho. Apesar de você ter percebido rapidamente os erros das CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 37 sentenças anteriores, nem sempre eles são tão evidentes. Para conseguirmos entender os princípios da concordância, vamos investigar suas principais regras. Há três maneiras de se estabelecer concordância na Língua Portuguesa: 1) Lógica ou gramatical – é a mais comum, e consiste em adequar o termo determinante (acompanhante) à forma gramatical do determinado (acompanhado) a que fazem referência. A maioria dos representantes faltou. O verbo (faltou) concordou com o núcleo do sujeito (maioria) Escolheram o momento adequado. O adjetivo (adequado) e o artigo (o) concordaram com o substantivo (momento). 2) Atrativa – consiste em adequar o termo determinante: a) a um dos termos determinados, optando por aquele que está mais próximo: Escolheram a hora e o local adequado. b) a uma parte do elemento determinado que não é, necessariamente, seu núcleo: A grande parte dos professores faltaram. c) a outro termo da oraçãoque não é o determinado: Tudo são felicidades. 3) Ideológica ou silepse – consiste em adequar o termo determinante ao sentido do vocábulo determinado e não à forma como se apresenta: A família estava tão faminta que comiam tudo o que era trazido. Concordância Verbal (Entre o verbo e seus termos relacionados) II. CONCORDÂNCIA VERBAL Regras básicas: 1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. (regra para sujeito simples): O professor explicou o conteúdo. Os professores explicaram os conteúdos. 2) Para sujeito composto: Anteposto ao verbo: o verbo vai para o plural: Eu e meus irmãos vamos à praia. Posposto: o verbo concorda com o mais próximo ou vai para o plural: Morreu (morreram) o deputado e o ministro. Formado por pessoas gramaticais diferentes: plural da predominante: Eu, você e os alunos estudaremos para o concurso. Com núcleos em correlação: concorda com o mais próximo ou fica no plural: O analista assim como o técnico busca(m) a causa do problema. Núcleos ligados por COM: verbo concorda com o antecedente do COM ou vai para o plural: CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 38 O professor com os alunos resolveu(m) o problema. Núcleos ligados por NEM: verbo no plural e, às vezes, no singular: Paulo nem Maria conquistaram a simpatia de Vadalco. Núcleos ligados por OU: verbo no singular ou plural, dependendo do valor do OU: Valdir ou Leão será o goleiro titular. O policial ou os policiais prenderam o perigoso assassino. Sujeito construído com os termos: a) um e outro, nem um nem outro: verbo no singular ou plural. Um e outro fez (fizeram) a lição. b) um ou outro: verbo no singular. Um ou outro fez a lição. c) expressões partitivas seguidas de nome plural: verbo no singular ou plural. A maior parte das pessoas fez (fizeram) o exercício recomendado. d) coletivo geral: verbo no singular. O cardume nadou rio acima. e) expressões que indicam quantidade aproximada seguida de numeral: verbo concorda com o substantivo. Aproximadamente 20% dos eleitores compareceram às urnas. Aproximadamente 20% do eleitorado compareceu às urnas. f) pronomes (indefinidos ou interrogativos) seguidos de pronome: verbo no singular ou plural. Quem de nós fará (faremos) a diferença? g) palavra QUE: verbo concorda com o antecedente. Fui eu que fiz a diferença. h) palavra QUEM: verbo na 3ª pessoa do singular. Fui eu quem fez a diferença. i) um dos que: verbo no singular ou plural. Ele foi um dos que fez (fizeram) a diferença. j) palavras sinônimas: verbo concorda com o mais próximo ou fica no plural. A ruindade, a maldade, a vileza habita (habitam) a alma do ser humano. Verbos acompanhados da partícula “se”: a) SE = pronome apassivador: verbo concorda com o sujeito paciente. Viam-se ao longe as primeiras casas. Ofereceu-se um grande prêmio ao vencedor da corrida. b) SE = índice de indeterminação do sujeito: verbo sempre na 3ª pessoa do singular. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 39 Necessitava-se, naqueles dias, de novas ideias. Estava-se muito feliz com o resultado dos jogos. Verbo “ser”: a) indicando tempo, distância: concorda com o predicativo. Hoje é dia 3 de outubro, pois ontem foram 2 e amanhã serão 4. Daqui até Florianópolis são 890 quilômetros. b) com sujeito que indica quantidade e predicativo que indica suficiência, excesso: concorda com o predicativo. Vinte milhões era muito por aquela casa. Verbo dar (bater e soar) + hora(s): concorda com o sujeito. Deram duas horas no relógio do campanário. Deu duas horas o relógio do alto da montanha. Verbo parecer + infinitivo: flexiona-se um dos dois: Os alunos pareciam procurar as respostas da prova. Os alunos parecia procurarem as respostas da prova. Sujeito com nome no plural: a) com artigo singular ou sem artigo: verbo no singular. O Amazonas deságua no Atlântico. Minas Gerais exporta minérios. b) com artigo plural: verbo no plural. Os Estados Unidos enviaram tropas à zona de conflito. II.CONCORDÂNCIA NOMINAL Regra geral: o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero e número. Meu belíssimo e antigo carro amarelo quebrou, ontem, em uma rua estreita. Casos especiais: Pode ser feita a concordância gramatical ou a atrativa, com mais de um termo determinado. Comprei um sapato e um vestido pretos. Comprei um sapato e um vestido preto. Bastante - bastantes: Quando adjetivo, será variável, e quando advérbio será invariável. Há bastantes motivos para sua ausência. Os alunos falam bastante. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 40 Dica: troque a palavra “bastante” por “muito”. Se “muito” for para o plural, “bastante” também irá. Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio: São adjetivos que devem concordar com o substantivo a que se referem. A fotografia vai anexa ao curriculum. Os documentos irão anexos ao relatório. Se houver a preposição “em” anexo é invariável. Os documentos irão em anexo. É bom, é necessário, é proibido, é proibido: Só variam se o sujeito vier precedido de artigo ou outro determinante. É proibido entrada de pessoas sem autorização. É proibida a entrada de pessoas sem autorização. É necessário chegar cedo. É necessária sua chegada. Menos, alerta: São sempre invariáveis. Havia menos meninos na sala. Havia menos meninas na sala. O aluno ficou alerta. Os alunos ficaram alerta. Só, sós: Quando adjetivos, serão variáveis, quando advérbios, serão invariáveis. A criança ficou só. As crianças ficaram sós. (adjetivo) Depois da briga, só restaram copos e garrafas quebrados. (advérbio) A expressão “a sós” é invariável. Dica: Troque “só” por “sozinho” (vai para o plural) ou “somente” (fica no singular). Colocação pronominal A Colocação Pronominal respeita aos três tipos de posição que os pronomes átonos me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes podem ocupar na oração: Próclise - o pronome é colocado antes do verbo. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 41 Mesóclise - o pronome é colocado no meio do verbo. Ênclise - o pronome é colocado depois do verbo. Embora existam regras, a colocação dos pronomes está pendente de fatores como por exemplo, o ritmo, a ênfase e o estilo. USO DA PRÓCLISE 1. Orações negativas, que contenham palavras tais como não, ninguém, nunca. Exemplos: Não o quero aqui. Nunca o vi assim. 2. Pronomes relativos, indefinidos ou demonstrativos. Exemplos: Foi ela que o fez. Alguns lhes deram maus conselhos. Isso me lembra algo. 3. Verbos antecedidos por advérbios ou expressões adverbiais, exceto quando haja vírgula depois do advérbio, uma vez que dessa forma o advérbio deixa de atrair o pronome. Exemplos: Ontem me disseram que havia greve hoje. Agora, descansa-se. 4. Orações exclamativas e orações que exprimam desejo de que algo aconteça. Exemplos: Deus nos dê forças. Oxalá me dês a boa notícia. 5. Orações com conjunções subordinativas. Exemplos: Embora se sentisse melhor, saiu. Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo. 6. Verbo no gerúndio regido da preposição em. Exemplos: Em se tratando de confusão, ele está presente. Em se decidindo pelo churrasco, eu trato da carne. 7. Orações interrogativas. Exemplos: Quando te deram a notícia? CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 42 Quem te presenteou? USO DA MESÓCLISE A Mesóclise é possível apenas com verbos do Futuro do Presente ou do Futuro do Pretérito. Se houver palavra atrativa, todavia, dá-se preferência ao uso da Próclise. Exemplos: Orgulhar-me-ei dos meus alunos. Orgulhar-me-ia dos meus alunos. USO DA ÊNCLISE Quando o uso da Próclise e da Mesóclise não for possível, usa-se a Ênclise. A colocaçãode pronome depois do verbo é atraída pelas seguintes situações: 1. Verbo no imperativo afirmativo. Exemplos: Depois de terminar, chamem-nos. Para começar, joguem-lhes a bola! 2. Verbo no infinitivo impessoal. Exemplos: Gostaria de pentear-te a minha maneira. O seu maior sonho é casar-se. 3. Verbo inicia a oração. Exemplos: Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo. Acordei e surpreendi-me com o café da manhã. 4. Verbo no gerúndio (sem a preposição em, pois quando regido pela preposição em deve ser usada a Próclise). Exemplos: Vive a vida encantando-me com as suas surpresas. Faço sempre bolos diferentes experimentando-lhes ingredientes novos. COM LOCUÇÃO VERBAL Nos exemplos acima existe apenas um verbo atraindo o pronome. Agora, vejamos como ocorre a colocação do pronome nas locuções verbais. Lembrando que as regras citadas para os verbos na forma simples devem ser seguidas. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 43 1. Usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções verbais em que o verbo principal está no infinitivo ou no gerúndio. Exemplos: Devo explicar-te o que se passou Devo-lhe explicar o que se passou. 2. Caso não haja palavra que atraia a Próclise, usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar em que o verbo principal está no particípio. Exemplos: Foi-lhe explicado como deveria agir. Tinha-lhe feito as vontades se não tivesse sido mal criado. Pronome Se e Suas Funções O pronome "se" pode ter a função de objeto direto ou, por vezes, de objeto indireto em orações em cuja voz verbal é reflexiva. Exemplos: Queimou-se quando estava preparando o jantar. Animou-se para ir à festa. O pronome "se" também pode ter a função de sujeito indeterminado. Exemplos: Procura-se cãozinho. Alugam-se casas. O pronome "se" pode, ainda, ter a função de simplesmente realçar o discurso. Exemplos: Lá se vai a minha chance de ganhar na loto. Foi-se embora sem dizer nada. Crase Crase é uma palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos de língua portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras "a" em uma só. A crase é indicada pelo acento grave sobre o "a". Assim, apesar do uso corrente, crase não é o nome do acento, mas do fenômeno representado através do acento grave. A crase pode ser a fusão da preposição a com: 1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à cidade e assistimos às festas. 2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei à (loja) do centro. 3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Refiro-me àquele fato. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 44 4) o a dos pronomes relativos a qual e as quais: Existem comunidades às quais não é possível enviar mensagens A ocorrência da crase depende, pois, da verificação da existência de duas vogais "a" (preposição + artigo ou preposição + pronome) no contexto sintático. Como obrigatoriamente o primeiro a é preposição, exigida quase sempre por um verbo ou um nome, a crase é um fato gramatical estreitamente relacionado à regência verbal e nominal. Observe as frases: • Encontrei a menina. • Gostei da menina. • Conversei com a menina. • Agradei à menina. Veja que a crase só ocorreu na última frase. No primeiro caso (Encontrei a menina), o verbo encontrar não exige a preposição a, já que é transitivo direto; por isso, o substantivo menina é precedido apenas de artigo. Nos dois casos seguintes (Gostei da menina e Conversei com a menina), os verbos gostar e conversar, transitivos indiretos, exigem preposição que se contrai (de+a=da) ou não (com a) com aquele artigo. No último caso (Agradei à menina), o verbo agradar, na acepção de "ser gentil", "ser agradável", é transitivo indireto e exige a preposição a, que se contrai com o artigo a resultando em crase. REGRAS PRÁTICAS: A primeira regra prática para descobrir se ocorreu ou não a crase é também a mais simples e mais utilizada: Primeira Regra Prática: Substitua a palavra feminina por uma masculina, de mesma natureza. Se aparecer a combinação ao, é certo que ocorrerá crase antes do termo feminino: • Amanhã iremos ao colégio / à escola. • Prefiro o Corinthians ao Palmeiras / à Portuguesa. • Resolvi o problema / a questão. • Vou ao campo / à praia. • As crianças foram ao largo / à praça. Veja abaixo alguns casos nos quais a substituição pelo substantivo masculino explicitou a não ocorrência da crase (repare que o ao não aparece após a substituição, seja por falta da preposição ou do artigo): • Convoquei as alunas / os alunos para a reunião. • Fazer bem feito vale a pena / o esforço. • É preciso respeitar a sinalização / o regulamento. • Este molho cheira a cebola / a alho. Segunda Regra Prática: A segunda regra a ser verificada consiste em substituir o termo regente da preposição a por outro que exija uma preposição diferente (de, em, por). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem as formas da(s), na(s) ou pela(s), não haverá crase: CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 45 • Refiro-me a você. Gosto de você / Penso em você / Apaixonei-me por você. • Começou a gritar. Gosta de gritar / Insiste em gritar / Optou por gritar. Mais uma regra que deve ser verificada é a de substituir verbos que transmitem a idéia de movimento (ir, voltar, vir, chegar etc.) pelo verbo voltar. Ocorrendo a preposição "de", não haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", haverá crase: • Vou a Roma. / Voltei de Roma. • Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos Césares. • Voltarei a Curitiba e à Bahia. / Voltarei de Curitiba e da Bahia. Terceira Regra Prática: deve ser usada no caso de locuções, ou seja, reunião de palavras que equivalem a uma só idéia. Se a locução começar por preposição e se o núcleo da locução for palavra feminina, então haverá crase: • Gente à toa. • Vire à direita. • Tudo às claras. • Hoje à noite. • Navio à deriva. • Tudo às avessas. Mais exemplos: • Ele estava à procura de trabalho. • Pedro estava à busca de aventuras. • Ana estava à espera de um prêmio. • A turma de Paulo está à frente de todas. • O problema foi resolvido à maneira de Paulo. • O arroz estava à moda da casa. No caso da locução à moda de, a expressão "moda de" pode vir subentendida, deixando apenas o "à" expresso, como nos exemplos abaixo: • Sapatos à Luiz XV. • Relógios à Santos Dummont. • Bifes à milanesa. • Churrasco à gaúcha. • Filé à parmegiana. Mas cuidado: De acordo com a normal culta, em "bife a cavalo" e "frango a passarinho", as expressões "moda de" ou "maneira de" não estão implícitas ou subentendidas e, assim, o a não recebe o acento indicativo da crase, já que precede palavras masculinas. No caso de locuções relativas a horários, somente no caso de horas definidas e especificadas ocorrerá a crase: • À meia-noite. • À uma hora. • À duas horas. CONTATO INSTAGRAM: @ACIMADETUDOBRASIL 46 • Às três e quarenta. CASOS ONDE A CRASE É PROIBIDA: Vimos que dois elementos são necessários para que apareça a crase. Um deles é a palavra com sentido incompleto (palavra relativa) que venha seguida da preposição a; e o outro é o artigo feminino singular ou plural. Nas páginas a seguir, listamos alguns casos em que, obviamente, não poderá haver crase, já que se exclui a hipótese de aparecer o artigo "a" exigido. Não haverá crase antes de nomes masculinos: • Tenho um fogão a gás. • Assisti a jogos memoráveis. • Fui a pé. • Não compro a prazo. • Isto cheira a vinho. • Admiro os quadros a óleo. • Venho a mando de meu patrão. • Escreveu um bilhetinho a lápis. Não haverá crase antes de verbos: • A partir da meia-noite, os alunos saem a passear. • Começou a chorar. • Cheguei a insistir. • Disponho-me
Compartilhar