Interferência: Medicamentos, Diabetes e Dislipidemias

P.C.J.L.Santos , A.M.Silva, L.R.M arcatto , V.C.M. Silva, A.C. Lo Prete , B.S.B. Pedro sa, F. P. San tos, J.B.J. M artins, J.F. Rosa, L.A. da Silva, L.M.R. Neto , M.C. Braga, R.S. Ma tsui, S.J. Janu ário, V. L. da Co sta Júnior Unisanta Health Science vol .1 (1) 2017 Página 18 INTERFERÊNCIA DE MEDICAMENTOS UTILIZADOS NOS EXAMES LABORATORIAIS PARA MONITORAMENTO DE DISLIPIDEMIA S E DI A BETES MELLITUS Paulo Caleb Júnior de Lim a Santos*¹, A lexsandro Macedo Silva², Leil iane Rodrigues Marc atto² , Vanessa Cristina Martins Silva², Ana Cristina Lo Prete², Bluette S. B . Pedrosa³, Felipe Pomarole Santos³, João Baptista J. Martins² , Juliana Filassi Rosa ³, Luciana Aparecida da Silva², Lucian e Maria Ribeiro Neto², Mario n Coting Braga², Re iko Soraya Matsui ², Sandro Jorge Januário² , Valter Luiz da Costa Jún ior³ , ¹Departamento de farmacologia. Universidade Federal de São Paulo. (EPM -UNIF ESP). R. T rês de Maio, 100 - Vila C lementino, São Paulo - SP, 0404 4-020 Co nselho Regional de F arm ácia. ² CRF - SP. R. Capote Valente, 487 - Jardim America, São Pau lo - SP, 05 409-001 ³ Ce ntro Universitário Sã o Cam ilo. Av. Nazaré, 1501 - Ipiranga, Sã o Paulo - SP, 04263- 200. *Autor corresponden te: pacaleb@ usp.br Resumo : Trata-se de uma revisão bibliográfica com o objetivo de alertar quanto à interferência do uso de medicamentos no resultado de ex ames laboratoriais, destacando os principais medicamentos q ue podem alterar a concentração de marcadores para diabetes melli tus e dislipidemias. Foram analisados parâmetros utilizados para monitoramento dessas doenças, sendo eles: f rutosamina , g licose, g lucagon, hemoglobina glicada, insulina, peptíde o C, TOTG, para diabetes mell itus; e colesterol total, triglicerí deos, eletroforese de lipo proteína, HDL-colesterol. LDL-colesterol e VLDL - colesterol, para dislipidemia. Para cada marcador, foi sistematiz ada a interferência de medicamentos, u tiliz ando tabelas. É de extrema importância q ue os f armacêuticos q ue atuam em laboratórios clínicos ou em farmácias e drogarias saiba m reconhecer as possívei s interferências que os fármacos pode m ocasionar nos ex ames laborato riais. Palavras Chav e : Dislipidemi a, Diabetes mel litus, Interferênci a laboratoria l A bstract: T his is a literature review in order to warn about t he interference of drugs on t he results of laboratory tests, highli ghting the main drugs that can alter the concentra tion o f markers for diabetes mellitus and dyslipidemia . Parameters used to m onitor these diseases were analyzed: frutosamine, g lucose, glucagon, g lycated hemoglobin, insulin, peptide C, TO TG, for diabetes mellitus; and total cholesterol, triglycerides, l ipoprotei n electrophoresis, HDL-chol esterol, LDL-cholesterol and VLDL-cholesterol, for dyslipidemia. For each marker, drug interference was systematized using tables. I t is extremely important that t he pharmacist works in clin ical laboratories or pharmacies know how to recognize the possibl e interferences that the drugs can cause in labo ratory tests. Key words: Dyslipidemia, Diabetes mellitus, Labo ratory inter ference P.C.J.L.Santos , A.M.Silva, L.R.M arcatto , V.C.M. Silva, A.C. Lo Prete , B.S.B. Pedro sa, F. P. San tos, J.B.J. M artins, J.F. Rosa, L.A. da Silva, L.M.R. Neto , M.C. Braga, R.S. Ma tsui, S.J. Janu ário, V. L. da Co sta Júnior Unisanta Health Science vol .1 (1) 2017 Página 19 INTRODUÇÃO A interferência d e medicame ntos em exames labo ratoriais assume um papel importante, tanto na área de atenção farmacêutica, quanto na rotina laboratorial, pela possibilidade de interferir no diagnóstico clínico laboratorial (1). Muitos fármacos exercem efeitos in vivo e in vitro que podem afetar os ex ames laboratoriais. Qu ando um medicamento induz a mudança d e um parâmetro biológico por m eio de mecanismo fisiológico o u farmacológico, tem -se a interferência in vivo ou reação adv ersa do organismo ao med icamento. Por o utro lado, a i nterferência in vitro d o fármaco ou seu produto de biot ransformação p ode ocorrer em alguma etapa analítica, causando um falso resultado da análise (1). É de extrema importância que o f armacêutico que atua em laboratórios clínicos ou em f armácias e drogarias saibam reconhecer as possíveis interferências que os fá rmacos podem o casionar nos exames laboratoriais, pois, quanto maior o número de fá rmacos utilizados, maior a prob abilidade de interferência (2,3 ,4 ). INTERFERÊNCIA LABORATORIAL Os exames laboratoria is são instrumentos para a obtenção de informa ções complementares sobre o p aciente, e são usa dos em co njunto com a anamnese e o exame clí nico para confirmar um diagnóstico ou fornecer informações úteis sobre a condição clínica do paciente e sua resposta ao tratamento (4,5,6 ). Para a realização de um exame laboratorial, o laboratório de análises clínicas passa por um p rocesso dinâmico, desde a coleta do m aterial biológico até a em issão do laudo diagnóstico. Nest e processo e xistem três f ases de extrema importância: pré-analítica, analítica e pós-analítica (4,6,7 ,8 ). A fase pré-analítica consiste na pr eparação do paciente, colet a, transporte, manipulação e o armaz enamento pré-teste do material biológico. A influência das variáveis pré-analíticas pode se tornar minimizada , de sde que se estabeleça um a boa o rientação aos pacientes, em relação ao jejum adequado, a não realização de exercícios físicos extenuantes no período que antecede a coleta do material biológico, ao hábito de f umar e ao p eríodo d o ciclo m enstrual. Também é muito importante obter informações, mediante o cadastro inicial, sobre a utilização de medicamentos, v itaminas o u suplementos que eventualmente e stejam e m uso (6,7 ,8 ). O FDA está inclu indo, nas bulas dos m edicamentos, a informação de interferência do princípio ativo no exame laboratorial. Os profissionais clínicos e do laboratório clínico devem: ficar atentos a esta s interações ao interpretar os resultados dos te stes l aboratoriais e garantir a u m registro completo e preciso de todos os medicamentos que o s pacientes usam, a fim de antecipar a potencial interação fármaco-exame laboratorial (4). A fase analí tica consiste na rea lização do exame e, na maioria d os laboratórios, é a m ais automatizada e com men or interferência humana na maioria dos exames processados. A fase pós -analítica envolve a liberação técnica do P.C.J.L.Santos , A.M.Silva, L.R.M arcatto , V.C.M. Silva, A.C. Lo Prete , B.S.B. Pedro sa, F. P. San tos, J.B.J. M artins, J.F. Rosa, L.A. da Silva, L.M.R. Neto , M.C. Braga, R.S. Ma tsui, S.J. Janu ário, V. L. da Co sta Júnior Unisanta Health Science vol .1 (1) 2017 Página 20 resultado e finaliza-se após a emissão de um laudo diagnóst ico p elo responsáv el técnico (6 ,8 ). O u so de f ármacos pode produzir resultado fa lso -positivo o u falso -negativo. Os pacientes normalmente se esquecem d e relat ar alguns medicamentos utilizados. Por isso, é importan te f icar atento quando o s resultados d os exames são considerados anormais. É necessário obter info rmações sobre todos os medicamentos utilizados pelo paciente nos últimos 10 dias antes da coleta do material biológico destinado à realização do e xame, bem como o tempo de uso (9 ). Os resultados falso-positivos podem gerar inte rpretação errônea sobre o acometimento do pa ciente por um problema d e saúde que ele não a presenta ou denotar insucesso te rapêutico, enquanto os resulta dos falso -neg ativos podem ocasionar o não tratamento de um pro blema de sa úde q ue pode se agravar, gerando complicações futuras ao pa ciente, m édico e laboratório (9 ). Existem dois mecanismos importantes para a interferência em exam es laboratoriais: analítico ( in vitro ) ou fisiológico ( in vivo ) (5 ). A interferência f isiológica pode ocorrer por indu ção ou inibição enzimática, competição metabólica e ação fa rmacológica, quan do o fá rmaco ou seus p rodutos de b iotransformação são responsáveis pela modificação de um componente biológico, p or meio de u m mecanismo f isiológico, f armacológico ou toxicológico (10). A interferência analítica em de terminações plasmá ticas ocorre por m eio de ligação às proteínas e de rea ções cruzadas com outros com ponentes plasmáticos, situações em que o fármaco ou seu s metabólitos influenciam na análise de um reagente em algum estágio do processo analítico, sendo q ue o grau de interferência varia de acordo com o procedimento técnico utiliz ado e a concentração sérica do fármaco no organismo (10,11 ). A lite ratura cita inúmeros fármacos que causam alterações em testes laboratoriais p or meio de uma variedade de mecanismos farma col ógicos, físicos, químicos e metabólic os. Assim, o profissional de saúde deve estar ciente d a potencial inf luência dos fá rmacos nos resultados de exames laboratoriais e uma maior atenção deve ser dada à co leta dos dados do paciente nos laboratórios de análises clínicas, pri ncipalmente quanto ao u so de f ármacos, an tes da realizaçã o dos exames (12, 13 ). O farmacêutico possui uma função importante em todas as etapas deste contexto, visto que desempenha uma responsabilidade técnica, tanto na ár ea laboratorial de análises clínicas, quanto na assistência farmacêutic a. DIABETES MELLITUS O diabetes mellitus (DM) é uma das princip ais doenças crônicas de saúde no m undo. Em 1985, a creditava-se haver 30 milhões de adultos com DM no mundo, sendo que em 1995 o número já havia crescido pa ra 135 m ilhões, chegando a 173 milhões em 2002. Sendo que em 2014, havia 42 2 milhões de adultos com diabetes mellitus no mundo (14) . Estima-se que e m 2035 esse número alcance 471 milhões da população mundial com diabetes (15,16,17 ). P.C.J.L.Santos , A.M.Silva, L.R.M arcatto , V.C.M. Silva, A.C. Lo Prete , B.S.B. Pedro sa, F. P. San tos, J.B.J. M artins, J.F. Rosa, L.A. da Silva, L.M.R. Neto , M.C. Braga, R.S. Ma tsui, S.J. Janu ário, V. L. da Co sta Júnior Unisanta Health Science vol .1 (1) 2017 Página 21 O DM está fortemente relacionado à redução d a expectativa e quali dade de vida e aumento da mortali dade, decorrentes de complicações m icrovasculares (retinopatia, nefropatia e n europatia) e ma crovasculares (doença ca rdíaca isquêmica, infarto e doença vascular periférica) (15 ). Quanto antes diagnosticado, m enores são a s chances de o indivíduo sof rer com as complicações aguda s e crônicas decorrentes do DM, sendo assim também a prevenção importante para a diminuição desse crescimento (16 ). A prevenção primária do DM tipo 2 baseia-se em intervenções na dieta e na prática da atividade física, visando o combate do excesso de peso. Outros f atores são importantes na prevenção do diabetes, tais co mo: controle ou ausência de hipertensão art erial, dislipidemia e tabagismo (16). Quanto à prevenção secundária, o controle glicêmico é f undamental para evitar o s urgiment o ou a progressão das complicações crônicas do DM (9 ). Nas últimas décadas, o reconhe cimento d a importância da monitorização do controle glicêmic o revolucionou o tratame nto do diabetes. O indivíduo estimulado a realizar a mon itorização do controle glicêmic o p articipa ativamente do seu tratamento, o que fa cilita a compreensão d as suas metas. Para que possa auxiliar o paciente, é importante que o farmacêutico conheça os principais medicamentos que inter ferem nos exames utiliz ados para diagnóstico e monitorização do DM (9,17 ). FRUTOSAMINA As concentrações plasmáticas de f rutosamina refletem a glicemia das últimas duas a três semanas; contudo, s ó é recomendado qu ando a hemoglobina glicada não é considerada um bom parâmetro de seguimento, como no ca so da avaliação de alterações do controle do diabetes em pacientes com hemoglobinopatias ou anemias, da av aliação da glicemia em i ntervalos menores, de julgar-se a eficácia de mudança terapêutica e no seguimen to de gestantes com diabetes (1 8). Os medicamentos que podem interferir nos resultados do s exames laboratoriais, diminuindo assim seu resultado estão citados no Quadro 1. Quadro 1. Medicamentos que podem interferir nos resultados da frutosamina. Medicamentos que podem interferir nos resultados FRUTOSAMINA Diminui concentração Enalapril Insulina 1 1 Hormônio hipoglicemiante. GLICOSE A determinação da concentração plasmática de gli cose, realizada na ausência de ingestão calórica p or, no mínimo, oito horas (jejum) ou duas ho ras pós -prandial (duas horas após a refeição), reflete a gli cemia momentânea do P.C.J.L.Santos , A.M.Silva, L.R.M arcatto , V.C.M. Silva, A.C. Lo Prete , B.S.B. Pedro sa, F. P. San tos, J.B.J. M artins, J.F. Rosa, L.A. da Silva, L.M.R. Neto , M.C. Braga, R.S. Ma tsui, S.J. Janu ário, V. L. da Co sta Júnior Unisanta Health Science vol .1 (1) 2017 Página 22 paciente. O teste realizado em jejum é utilizado no diagnóstico e m onitoramento do diabetes; já o teste pós-prandial é utilizad o no monitorame nto domiciliar dos pacientes (19). Os medicamentos que podem interfer ir nos resultado s da glicemia estão apresentados n o Qu adro 2 e os que pod em inter ferir nos resultados d a glicosúria estão apresentados no Quadro 3. Quadro 2. Medicamentos que podem interferir nos resultados da g licemia. Medicamentos que podem interferir nos resultados GLICEMIA A umenta conce ntração Diminui concentração Ácido acetilsalicílico 2 Ácido acetilsalicílico 2 Amitriptilina Amitriptilina Anlodipino Enalapril Dexametasona Fluoxetina Fenitoína Gliclazida 1 Fenoterol Insulina 1 Formoterol Lisinopril Furosemida Metformina 1 Hidroclorotiazida Paracetamol Hidrocortisona Ciprofloxacino Levofloxacino Androgênios Lopinavir Estrôgenios Megestrol Clofibrato Nifedipino Espironolactona Prednisolona Propranolol Prednisona Hidralazina Ritonavir Levodopa Salbutamol Dipirona Teofilina Tetraciclina Terbutalina Prometazina 1 Medicamento utilizado como antidiabético. 2 O ácido acetilsalicílico pode causar hiperglicemia em adultos e h ipoglicemia em crianças. Quadro 3. Medicamentos que podem interferir nos resultados da glicosúria. Medicamentos que podem interferir nos resultados GLICOSÚRIA A umenta conce ntração Diminui concentração Ácido acetilsalicílico 1 Ácido acetilsalicílico 2 Ácido ascórbico 1 Ácido ascórbico 2 Cefalosporinas 1 Diazepam 2 Clortalidona Levodop a 2 P.C.J.L.Santos , A.M.Silva, L.R.M arcatto , V.C.M. Silva, A.C. Lo Prete , B.S.B. Pedro sa, F. P. San tos, J.B.J. M artins, J.F. Rosa, L.A. da Silva, L.M.R. Neto , M.C. Braga, R.S. Ma tsui, S.J. Janu ário, V. L. da Co sta Júnior Unisanta Health Science vol .1 (1) 2017 Página 23 Hidroclorotiazida Paracetamol 2 Isoniazida 1 Penicilina 4 Levodop a 1 Prednisolona Metronidazol 3 Hidrato de cloral Penicilina 4 Piperacilina + tazobactam 1 1 Interferência in vitro pelo método do sulfato cúprico. 2 Interferência in vitro pelo método da glicose oxidase. 3 Resultado falso-positivo pelo método Technicon SMAC. 4 A penicilina p ode aumentar ou diminuir a glicosúria pelo método do s ulfato cúprico. GLUCAGON Exame utilizado no diagnóstico de glucag onoma, tumor q ue geral mente se origina no pâncreas e se creta quantidade excessiva de glucagon, podendo causar a Síndrome do Glucagonoma, ca racterizada por prurido de pele, eritema necrolítico migratório, diabetes mellitus ou tolerância alterada à glicose, perda d e peso, anemia e trombose venos a. Quando a síndrome e stá associada ao diabetes mellitus severo ou até com síndrome m últipla da neoplasia da glândula endócrina, pode ter níveis relativ amente mais baix os de glucagon (20,21). O Quadro 4 mostra o medicamento que aumenta o resultado do glucagon. Quadro 4. Medicamentos que podem interferir nos resultados do g lucagon. Medicamentos que podem interferir nos resultados GLUCAGON A umenta c oncentração Hidroclorotiazida HEMOGLOBINA GLICADA A dosagem da hemoglobina glicada (HbA1c) fornece inform ações sobre a média da concentração de glicose plasm ática dos últimos 2 a 4 meses. O exame é indicado para monitorar o controle glicêmico dos pacientes e nã o deve ser utilizado isoladamente para diagnóstico do diabetes, podendo alguns medicamentos interfer ir no seu resu ltado (Quadro 5) (16,17 ). Valores de HbA1c mantidos abaixo de 7% previnem a ocorrência das complicações do diabetes (16,17 ). P.C.J.L.Santos , A.M.Silva, L.R.M arcatto , V.C.M. Silva, A.C. Lo Prete , B.S.B. Pedro sa, F. P. San tos, J.B.J. M artins, J.F. Rosa, L.A. da Silva, L.M.R. Neto , M.C. Braga, R.S. Ma tsui, S.J. Janu ário, V. L. da Co sta Júnior Unisanta Health Science vol .1 (1) 2017 Página 24 Quadro 5. Medicamentos que podem interferir nos resultados da Hb A1c. Medicamentos que podem interferir nos resultad os HEMOGLOBINA GLICADA A umenta conce ntração Diminui concentração Hidroclorotiazida Ácido ascórbico Morfina Propranolol INSULINA A determinação da concentração de insulina sérica é utilizada principalmente para identificação do tipo d o diabetes, d as causas da h ipoglicemia, ou da resistência insulínica. A lém disso, o teste possibilita diferenciar os dois tipos de diabetes mellitus e au xilia no diagnóstico d e insulinoma, u m tumor originado no pâncreas em que há secreção excessiva de insu lina (17,21 ). No diabetes tipo 1, o ex ame é aplicado em estudos farmacológicos. No tipo 2, av alia a deficiência de insulina e a compensação da resistênci a à insulina pelo pâncreas ( 22 ). PEPTÍDEO C A dosagem do peptídeo C auxilia no d iagnóstico diferencial de hipo glicemia, na classificação de DM, na análise da atividade secretora das células -beta do pâncreas, avaliação funcional deste órgão pós -transp lante e n a d istinção entre a insulina endógena e a administrada ( 23 ,24). A de terminação do peptí deo C apresenta v antagens em relação à insulina, como por exemplo, menor taxa de alteração das co ncentrações séricas, devido a o tempo de meia-vida mais longo, metabolização hep ática não significat iva e clearance mais previsível ( 25 ). Alguns medicamentos podem interferir no s resultados deste exame (Quadro 6). Quadro 6. Medicamentos que podem interferir nos resultados do pe ptídeo C. Medicamentos que podem interferir nos resultados PEPTÍDEO C A umenta c oncentração Prednisolona P.C.J.L.Santos , A.M.Silva, L.R.M arcatto , V.C.M. Silva, A.C. Lo Prete , B.S.B. Pedro sa, F. P. San tos, J.B.J. M artins, J.F. Rosa, L.A. da Silva, L.M.R. Neto , M.C. Braga, R.S. Ma tsui, S.J. Janu ário, V. L. da Co sta Júnior Unisanta Health Science vol .1 (1) 2017 Página 25 TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TOTG) T \ue044\ue050\ue045\ue070\ue050\ue003 \ue046\ue052\ue051\ue04b\ue048\ue046\ue04c\ue047\ue052\ue003 \ue046\ue052\ue050\ue052\ue003 \ue0b3\ue046\ue058\ue055\ue059\ue044\ue003 \ue04a \ue04f\ue04c\ue046\ue072\ue050\ue04c\ue046\ue044\ue0b4\ue00f\ue003 \ue052\ue003 \ue037\ue032\ue037\ue02a\ue003 \ue070\ue003 \ue058\ue050\ue003 \ue057\ue048\ue056\ue057\ue048\ue003 \ue044\ue058\ue05b\ue04c\ue04f\ue04c\ue044\ue055\ue003 \ue051\ue052\ue003 diagnóstico de diabetes utilizado para avaliar a resistência à insulina (19 ). O exame é indicado principalmente quando a concentração de glicose em jejum está entre 100 mg/dl e 126 mg /dl e alguns medicamentos podem interferir no resultado deste exame (Quadro 7) (19,26). Quadro 7. Medicamentos que podem interferir nos resultados da TOTG. Medicamentos que podem interferir nos resultados TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE A umenta co ncentração Prednisolona Prednisona DISLIPIDEMIAS Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares (DCV) são a maior causa de morte no s países desenvolvidos. Este fato está relacionado, principalmente, com as mudanças dos hábitos alimentares e estilo de v ida que vêm ocorrendo ne sses paí ses nos últimos anos, tendência que deve persistir nos próximos anos, agravando ainda mais as taxa s de morbidade e mortalidade (27 ). Entre os principais fatores de risco para o desenvolv imento de DCV pode - se destacar o tabagismo, d iabetes, hipert ensão, obesidade, sedentarismo, histórico familiar e as dislipidemias (28 ). As d islipidemias são distúrbios do metabolismo que alteram os níveis séricos dos lipídeo s, um do s fatores que predispõem ao desenvolvimento de aterosclerose, doença inf lamatória crônica a ltamente relacionada ao Infarto A gudo do Miocárdio (IAM) (29). COLESTEROL TOTAL A determinação do colesterol é útil para avaliar o risco de d oenças aterogênicas, visto que o au mento do colesterol e de suas frações est á diretamente relacionado à formação da placa de ateroma (29 ). Resultados abaixo d e 200mg/dL são considerados desejáveis e ref letem baixo risco para DCV. Resultad os en tre 200 e 239 mg/dL são considerados de risco moderado. Resultados iguais ou maiores que 240 mg/dL são co nsiderados fator de alto risco para desenvolvimento de DCV (30). Os possíveis medicamentos que podem alterar o colesterol total estão descritos no Quadro 8. P.C.J.L.Santos , A.M.Silva, L.R.M arcatto , V.C.M. Silva, A.C. Lo Prete , B.S.B. Pedro sa, F. P. San tos, J.B.J. M artins, J.F. Rosa, L.A. da Silva, L.M.R. Neto , M.C. Braga, R.S. Ma tsui, S.J. Janu ário, V. L. da Co sta Júnior Unisanta Health Science vol .1 (1) 2017 Página 26 Quadro 8. Medicamentos que podem interferir nos resultados do col esterol total. Medicamentos que podem alterar os resultados COLESTREROL TOTA L A umenta conce ntração Diminui concentração Ácido nicotínico Bloqueadores beta-adrenérgicos Ciclosporina Estatinas 1 Furosemida Fibratos 1 Isotretinoína Ômega 3 1 Colestiramina Ácido ascórbico Anticoncepcionais orais Heparina Neomicina Anticoagulantes 1 Medicamento util izado para o controle das dislipidemias. TRIGLICERÍDEOS A dosa gem dos triglicerídeos no sangue, em geral, é feita como parte de um perfil lipídico usado p ara avaliar o risco de DCV, além de sua d eterminação se fazer n ecessária para o cálculo das frações d e colesterol. Com o parte do perfil lipídico, pode ser usado para m onitorar pessoas com f atores de risco de doença cardíaca, como as que tiveram IAM ou que estão sendo tratadas devido a níveis altos de triglicerídeos ( 31,32 ). Há alguns medicamentos que podem interferir no resultado dos triglicerídeos e estes estão citados no Quadro 9. Quadro 9. Medicamentos que podem interferir nos resultados dos triglicerídeos Medicamentos que podem alterar os resultados TRIGLICERÍDEOS A umenta conce ntração Diminui concentração Ácido nicotínico / niacina Anticoagulantes 2 Anticoagulantes 2 Colestiramina 1 Atenolol Estatinas 1 Ciclosporina Esteroides 2 Corticosteroides Ezetimibe 1 Fumarato de bisoprolol Fibratos 1 Furosemida Metformina Hidroclorotiazida Isotretinoína Linagliptina Lopinavir + Ritonavir Metronidazol Prednisolona Propranolol 1 Medicam ento utilizado para o controle das dislipidem ias. 2 Leva a alterações dos níveis de triglicerí deos, podendo ocorr er aum ento ou diminuição. P.C.J.L.Santos , A.M.Silva, L.R.M arcatto , V.C.M. Silva, A.C. Lo Prete , B.S.B. Pedro sa, F. P. San tos, J.B.J. M artins, J.F. Rosa, L.A. da Silva, L.M.R. Neto , M.C. Braga, R.S. Ma tsui, S.J. Janu ário, V. L. da Co sta Júnior Unisanta Health Science vol .1 (1) 2017 Página 27 ELETROFORESE DE LIPOPROTEÍNA As hiperlipidemias primárias são provocadas principalmente por fatores genéticos mono ou poligênico, en quanto as secundárias incluem o hipotireoidismo, síndrome nefrótica, insuficiência renal, diabetes m ellitus, alcoolismo, co lestases, hepatopatias obstrutivas e outros. Níveis d iminuídos de lipoproteínas podem ocorrer em síndrome de má absorção e desnutrição (33 ). Os po ssíveis medicamentos que p odem alte rar a e letroforese de lipoproteína estão descritos no Quadro 10. Quadro 10. Medicamentos que pode m in terferir nos resultados da eletrofo rese de lipoproteína. Medicamentos que podem alterar os resultados ELETROFORESE DE LIPOPROTEÍNA A umenta conce ntração Diminui concentração Atenolol Bezafibrato 1 Captopril Metformina Ciprofibrato 1 Rosuvastatina 1 Lisinopril Lovastatina 1 Metformina Rosuvastatina 1 1 Medicamento utilizado para o controle das dislipidemias. HDL -COLESTEROL O colesterol present e na Lipoproteína de Alta De nsidade ( High Densit y Lipoprotein \u2013 HD L) trata -se de uma das fraç ões d o coles terol, a qual pertence a o perfil lipídico. Faz pa rte d os e xames de rotina para avaliação do risco d e doenças ateroscleróticas, visto que sua diminuição é um fator de risco para o desenvolvimento de doença arterial coronariana. Além disso, é indicado para se investigar alteraçõ es lipídicas causadas por o utras doenças. (27,34 ). Alguns medicamentos podem interferir nos resultados deste exame (Quadr o 11). Quadro 11. Medicamentos que podem inter ferir nos resultados do HDL - colesterol Me dicamentos que podem alterar os resultados HDL -COLESTEROL A umenta conce ntração Diminui concentração Acetato de medroxiprogesterona 2 Acetato de medroxiprogesterona 2 Atorvastatina 1 Contraceptivos orais 2 Bezafribrato 1 Metoprolol Captopril Propranolol

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