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AUTISMO INFANTIL

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SEMINÁRIO 
DESENVOLVIMENTO HUMANO E CICLO VITAL
	
	
AUTISMO INFANTIL
 Nomes: Adonai Fragoso Lorandiᵃ, Caroline Tonassi da Silvaᵇ, Daniel de Oliveira Cruzc, Gustavo Diemer Fedrizzid, Rúbia Masiero Rodriguezᵉ.
	Orientadora: Dra. Joice Cadore Sonego
FSG Centro Universitário da Serra Gaúcha.
Endereço: Rua Os Dezoito do Forte, 2366 - Caxias do Sul – RS. CEP: 95020-472
	
	Palavras-chave: 
AUTISMO, INCLUSÃO, GENITORES.
1.1 INTRODUÇÃO
Bebês que, ao mamar são inaptos de fitar o olhar nos olhos da mãe, podem padecer de um dos distúrbios atualmente considerados como autismo. Em sua manifestação mais abrangente essa situação prejudica uma em cada 150 crianças. Detalhado pela primeira vez em 1943 por Kanner, o autismo, ou TEA (Transtorno do Espectro Autista) é apontado pela dificuldade de comunicação, de estabelecer interações sociais e por comportamentos monótonos e repetitivos. Esse transtorno não apresenta recuperação e suas origens ainda são incertas, porém ele pode ser estudado, trabalhado, reabilitado, modificado e tratado para que o paciente possa se adaptar à convivência social o melhor possível. 
Quanto mais previamente o Autismo for identificado melhor, pois o transtorno não afeta apenas a saúde da criança, mas também de seus pais, que, em muitos casos, acabam se sentindo desqualificados de enfrentarem a situação.
A manifestação antecipada no autismo tem-se tornado viável graças ao seu reconhecimento na criança cada vez com mais antecedência, a contar dos 18 meses de idade. O reconhecimento tem sido feito principalmente com sustentação em dificuldades caracterizantes na orientação para motivos sociais, contato ótico social, atenção compartilhada, imitação motora e jogo simbólico (Baron-Cohen, Allen & Gillberg, 1992).
As suas causas ainda são desconhecidas, porém alguns estudos sugerem uma herdabilidade muito alta, ainda que tenham membros na família que apresentam traços do Espectro Autista, assim apoiando cada vez mais a tese de que o autismo tem uma base genética.
1.2 INCLUSÃO SOCIAL DA CRIANÇA AUTISTA
 No ano de 2014, as pessoas com autismo obteram uma assistência muito significativa no que diz respeito ao acesso a vários serviços aos quais elas têm direito. A Lei 12.764/2012 foi regulamentada pelo Decreto Presidencial 8.368/2014 e ela garantiu por lei a qualificação e a acessibilidade aos serviços públicos do Sistema Único de Saúde (SUS), da educação e de proteção social para pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo. Porém, ainda é comum que jornais e ONGs denunciem acontecimentos de escolas particulares que negam a inclusão de uma criança autista ou até cobram valores extras por essa situação. Existem também escolas públicas que não possuem profissionais capacitados e preparados e muito menos uma preparação pedagógica que possa acompanhá-lo conforme suas necessidades e possa ajuda-lo com suas dificuldades.
Encontram-se diversas formas de inclusão da criança autista nas atividades realizadas por outras pessoas, isso vai depender de muita compreensão e respeitar o tempo da criança.
O meio familiar é o mais apropriado para auxiliar o autista antes de seu contato com a sociedade, o carinho e a paciência são os princípios mais importantes deste processo. Os pais e os envolvidos neste processo de auxilio de inclusão reconhecem os pontos em que a criança apresenta mais fragilidade, então é preciso que saibam como atuar em relação a isso, como não proibir a criança de se relacionar com as demais e esclarecer todas as diversidades do autista para o grupo ao qual ele será inserido.
1.3 INCLUSÃO ESCOLAR DA CRIANÇA AUTISTA 
A interação social de uma criança autista é muito importante para seu desenvolvimento como um todo, a partir disso quando se é falado em interação social na infância podemos relacionar diretamente a escola, onde o convívio é imediato com outras crianças. Para uma criança portadora de autismo o maior incentivo e motivo para inclusão escolar é reduzir obstáculos que os impedem de desempenhar atividades e participações na sociedade, mas a maior dificuldade, sem dúvidas, é o acompanhamento e a educação especial que a criança autista tem que ter dentro do ambiente escolar, entretanto os profissionais e equipe pedagógica que recebem um aluno que precisa da educação especial e não estão preparados para o mesmo, acaba resultando a má pratica no tratamento e na evolução da criança (Dayse Serra, 2004). Dentro da aprendizagem o autista absorve de forma lenta e gradativa e por isso a importância da educação especial e profissionais qualificados que tem uma postura diferenciada e um plano pedagógico individual, adequado as necessidades apresentadas, e ambientes escolares onde o indivíduo com o autismo se sinta acolhido e seguro.
Mas nos dias atuais, enfrentamos outro obstáculo, pois incluir é inserir o aluno em um contexto diferentemente do que está, por que esse aluno apresenta comportamentos estereotipados (movimentos repetitivos) tornando-se bizarros e diferentes diante da sociedade que despertam em si o temor e a desconfiança dos mesmos (Anne Aire, Marta Araújo, Gabriela Nascimento).
A legislação brasileira garante a toda criança autista o ingresso em escola regular como forma de integração do estudante à vida em sociedade. Isso consta no capítulo V da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), na Constituição Federal, na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Plano Viver sem Limites (Decreto 7.612/11).
1.4 LIDANDO COM O AUTISMO: RELAÇÃO DOS GENITORES COM A CRIANÇA
O diagnóstico de autismo na criança nem sempre é bem aceito pelos genitores; antes mesmo da gravidez a criança já é idealizada pelos pais.
Sonia Pires, integrante do Bem-Me-Care – SOS Family, declara que os pais criam fantasias como: "terá os olhos da mãe", "as mãozinhas e os pezinhos serão como os do pai" ou até mesmo "será tranquilo como a mãe", e que vão servindo como material para a construção de um lugar psíquico para essa criança. Quando ela chega e os pais começam a perceber que ela não consegue utilizar esse ‘enxoval psíquico’, pois a criança tem um olhar vago, não responde aos estímulos e não se interessa pelo contato físico, entre outras coisas, a primeira reação é de negação (BARROSO, Cláudia).
É indispensável saber que os pais e os familiares têm um papel bastante importante na identificação do diagnóstico, isso porque o autismo afeta diretamente a relação entre a criança e o mundo. 
Uma entrevista feita com S.M.T¹, explica um pouco mais sobre a relação da mãe com o filho autista:
1: S.M.T (43 anos) é mãe do Luigi (7 anos), que está no 1º ano escolar, uma criança autista, e na entrevista fala sobre todas as dificuldades e cuidados que têm com seu filho.
Quais foram os primeiros sinais de autismo que você observou no Luigi? 
Ele não falava, não interagia, apresentava muita irritabilidade, era excessivamente agressivo e se isolava de todos. Não gostava do toque.
O que você fez quando percebeu estes sinais? 
Os pais percebem que a criança é autista muito antes dos médicos. A consulta com um especialista só é feita para receber um laudo, uma certeza; os médicos nos confundem muito, eles só “acertam” se for autismo severo, e no caso do Luigi é um autismo mais leve e moderado. Temos um período de luto até aceitarmos que a criança sempre irá precisar de acompanhamento. O grau do autismo revela apenas o grau da dependência do autista.
No passado, em quais profissionais ele consultava? 
Pediatra e neuropediatra. 
Atualmente, em quais profissionais ele consulta?
T.O (terapeuta ocupacional), psicóloga, psicopedagoga, pediatra e psiquiatra. 
Como é a relação dele com os colegas e professores? 
Os colegas ajudam, respeitam e entendem as diferenças existentes entre eles. Os professores exigem atenção do Luigi dentro das capacidades dele. 
Você notou algum avanço depois que ele começou a frequentar a escola?
Sim. Está mais sociável, interage mais, menos agressivo eo relacionamento físico (toque) melhorou muito.
 Ele possui alguma dificuldade para socializar? 
O autista é muito sincero e direto. Ele entende ordens curtas e diretas.
A maior dificuldade é a questão de não gostar do toque, de ser abraçado ou beijado; o autista sente dor ao receber o beijo.
1.5 O CÉREBRO DO AUTISTA
O cérebro do autista apresenta falha de comunicação entre os neurônios, dificultando assim o segmento de informações. Se manifestam alterações principalmente no corpo caloso, que é encarregado por simplificar a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro, a amígdala, encarregada pelo comportamento social e emocional e o cerebelo, que está incluído com as atividades motoras, como o equilíbrio e a coordenação. O cérebro do autista desenvolve também prejuízo na serotonina e o glutamato, que são dois principais neurotransmissores.
REFERÊNCIAS:
Higashida, N. 2014. O que me faz pular. Rio de Janeiro: Intrínseca.
Baptista, C.R & Bosa, C. 2002. Autismo e educação: Reflexões e propostas de intervenção. Porto Alegre: Artmed.
Ferrari, P. 2012. Autismo Infantil: O que é e como tratar. São Paulo: Editora Paulinas.
Serra, D.C.G (2004). A inclusão de uma criança com autismo na escola regular: Desafios e processos. (Dissertação de mestrado). Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ.
Siqueira, C.C., Ferreira, E.O., Cavalheiro, F.R., Silveira, J.A.A., Bittencourt, R.G. & Santos, M.F.R. (2016). O Cérebro Autista: A Biologia da Mente e Sua Implicação No Comprometimento Social. 8ª edição, 1-17.
Walesky, G. (1997). A Mente Autista. 1ª edição, 1-6.

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