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ebook TEA COLHER Fátima Kwant-v5

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1
TEAcolher Fátima de Kwant
CAPA FRONTAL
FICHA CATALOGRÁFICA
TEAcolher Fátima de Kwant
FICHA CATALOGRÁFICA
Copyright © 2021 – Instituto Autismos
Todos os direitos reservados
1ª Edição – Editora Brilliant Mind Brasil – março de 2021. E-book
ISBN: 978-65-594-1169-6
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP/CDU)
Palavras Chave: Autismos, Cartilha, Informativo.
CDD: 618.928982
CDU: 618
Instituto Autismos
TEAcolher Fátima de Kwant
1ª Ed. – Campo Grande, MS: Editora Brilliant Mind, 2021. 47 páginas.
WhatsApp: (67) 99291-7113 - (67) 3341-1670
e-mail: editorabrilliantmind@gmail.com
ISBN: 978-65-594-1169-6
Todos os direitos desta edição são reservados ao autor. Proibida a cópia ou reprodução por 
qualquer meio, inclusive eletrônico, conforme a lei nº 10.695 de 4 de julho de 2003.
Livro ebook 47 páginas.
Coordenação e Organização da Obra: André Luiz Alvarenga de Souza
Projeto Gráfico, Capa e Finalização: Vítor Senem
Editado por: Editora Brilliant Mind
Impressão e Acabamento: Editora Brilliant Mind
CNPJ: 38.100.453/0001-62
Cidade: Campo Grande - MS
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... Página 09
1 DO DIAGNÓSTICO AO PROGNÓSTICO ........................................................... Página 13 
Oque é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)? 
 Quais as causas do autismo? 
 Quais os graus/níveis de autismo? 
 Quais itens não podem faltar no laudo de TEA?
 O TEA é uma deficiência? 
 O que são condições coexistentes (comorbidades)? 
 Como e por quem é feito o diagnóstico? 
 Existe algum exame que identifique o autismo? 
 Existe remédio para o autismo? 
 Todo autista tem deficiência intelectual? 
 Qual a relação do Autismo e a Superdotação? 
 O que Savantismo? 
2 DA PESSOA COM AUTISMO .................................................................................... Página 18
 2.1) EU, PESSOA COM AUTISMO
 Como sinto o Autismo?
 Como explicar o autismo para autista? 
 O que são estereotipias? 
 As estereotipias devem ser proibidas? 
 O que é hiperfoco? 
 O que é ecolalia? 
 O que são dificuldades sensoriais? 
 Como posso me comunicar com autistas não verbais? 
 Qual a diferença entre uma birra normal e uma crise de autista? 
 Como ajudar a controlar uma crise? 
 Tem como evitar uma crise? 
 2.2) MEU FILHO OU MINHA FILHA COM AUTISMO
 Como colocar limites no comportamento do(a) filho(a) autista? 
 Quais são as razões que podem resultar numa criança com autismo apresentando com-
portamento desafiador (TOD)?
 Como saber se meu(minha) filho(a) sente dor ou está enfermo(a)?
 Por que meu(minha) filho(a) não dorme? 
 Por que meu(minha) filho(a) não come/come demais? 
 Por que meu(minha) filho(a) se agride? 
 O que desencadeia o “bater a cabeça”? 
 A autoagressão pode ser uma resposta à dor? 
 Como impedir uma criança autista de se bater? 
 Qual o melhor esporte para meu (minha) filho(a) praticar? 
 Meu (minha) filho(a) poderá sair do espectro? 
3 DA PARTICIPAÇÃO FAMILIAR .............................................................................. Página 27 
 3.1. EU: MÃE OU PAI DE AUTISTA 
 Quais as dicas fundamentais aos pais?
 Quais as mudanças necessárias no dia a dia da família? 
 Como não se cobrar demais? 
 Você entende que também precisa de cuidados para poder cuidar bem de seu filho? 
 Você sabe o que é FAA (Fenótipo Ampliado do Autismo)?
 3.2. EU: PARCEIRO OU PARCEIRA 
 O que fazer quando não tenho apoio familiar, principalmente do pai? 
 A culpa é de quem? 
 Qual a importância da união e do trabalho em time com o(a) parceiro(a)? 
 3.3. NÓS: O CASAMENTO
 Como manter uma relação saudável apesar das dificuldades que o autismo traz? 
 Como não deixar o medo do desconhecido, as crises, as idas e vindas a terapias, afetar o 
relacionamento? 
 Devo ter outro(a) filho(a)? Será que terá autismo? 
 3.4. ELES: OS FAMILIARES
 Como explicar o autismo para a família? 
 Será que tem alguém autista na minha família? 
 Como incluir os(as) irmãos(ãs) no desenvolvimento do autista? 
 O que você e os outros membros da família podem fazer em casa para apoiar o aprendizado 
e o progresso de seu(sua) filho(a)? 
4 DA VIDA ESCOLAR ............................................................................................... Página 33 
 
 Quais dicas de como escolher uma escola?
 Qual escola é melhor para meu(minha) filho(a)?
 Como informar à escola sobre o TEA? 
 Como explicar o autismo para outras crianças?
 O que faz o professor auxiliar? 
 O que faz o assistente terapêutico (AT)? 
 O que faz o cuidador? 
 O que é Ensino Estruturado? 
 Quais as vantagens do Ensino Estruturado? 
 Um(a) aluno(a) com autismo deve ser avaliado de acordo com suas próprias potencialidades? 
 Como sabemos se é necessário ter material adaptado? 
 Quem é o(a) responsável pela elaboração do material adaptado?
 Qual a importância da parceria Família & Escola? 
5 DAS TERAPIAS ...................................................................................................... Página 36 
 
 Quais são os itens indispensáveis em um laudo de TEA para solicitação de terapias?
 O que é uma Equipe Multidisciplinar? 
 Quais as terapias indicadas?
 O que é a Psicopedagogia? Como atua?
 Quando devo procurar um Psicopedagogo?
 Qual a importância da família de uma criança ou jovem autista no acompanhamento 
psicopedagógico? 
 Como o(a) médico(a) deve atender um(a) paciente que tem autismo?
6 DOS DIREITOS ...................................................................................................... Página 43 
 6.1 DO DIREITO À SAÚDE 
 Meu(minha) filho(a) tem direito de atendimento à saúde? 
 Os convênios têm prazos limites para prestar atendimento? 
 Consigo medicação gratuita? 
 6.2 DO DIREITO À EDUCAÇÃO
 Meu(minha) filho (a) pode ter a matrícula negada? 
 6.3 DO DIREITO – CAPACIDADE CIVIL
 A pessoa com autismo tem capacidade civil? 
 Como faço para pedir a Carteira Nacional do(a) Autista? 
 6.4 DO DIREITO AO LAZER 
 A pessoa com autismo tem direito ao atendimento prioritário? 
 As companhias aéreas concedem descontos ao (à) acompanhante da pessoa com autismo? 
 Como funciona o atendimento prioritário em parques de diversão? 
 O(A) acompanhante da pessoa com autismo tem direito à meia-entrada? 
CONSELHO EDITORIAL
Ana Carolina Lopetegui – Conselheira Estadual e membra do Conselho de Apoio 
Jurídico da REUNIDA (Rede Unificada Nacional Internacional em Defesa de Pessoas 
com Autismo). Advogada. Pós-graduada em Direito Médico. Trabalha auxiliando outras 
mães e pais prestando consultoria e atuando em processos judiciais e administrativos 
em prol dos direitos dos deficientes. 
Catiane Ferreira Gomes - Conselheira  Estadual de Minas Gesrais /REUNIDA (Rede 
Unificada Nacional Internacional em Defesa de Pessoas com Autismo). Ativista. 
Fundadora e membra do grupo de mães “Unidas pelo Autismo” com mais de 350 
mães. Organizadora e coautora do livro “Unidas pelo Autismo”. Atua na orientação de 
famílias com diagnóstico recente. Graduanda de Assistência Social. 
Cida Griza - Conselheira Estadual da REUNIDA (Rede Unificada Nacional Internacional 
em Defesa de Pessoas com Autismo). Terapeuta Ocupacional e Palestrante. Especialista 
em Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise; Especialista em Gerontologia da Rede 
de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência. Terapeuta Ocupacional no CIAR 
Floripa, Centro Internacional de Análise Relacional Florianópolis. 
Fátima de Kwant - Conselheira de Honra da REUNIDA. Jornalista; escritora de 
textos referentes ao Transtorno do Espectro Autista e autism coach de pais de 
crianças autistas e de adultos com a Síndrome de Asperger/Autismo de Alto 
Funcionamento. Formada em Comunicação Social e em Letras e Literatura. Pós-
graduada em Autismo e Desenvolvimento. Criadora do Projeto Autimates – um 
projeto internacional de Conscientização do Autismo. Colunista: Brasileiros na 
Holanda www.brasileirosnaholanda.com. Coach de autismo: especialista em 
Autismo & Communication Services.Consultora de autismo na Fundação Mama 
Vita (Holanda) www.mamavita.nl. Professora de cursos de especialização em TEA. 
E-mail: autimates@gmail.com • website: www.autimates.com • Facebook page www.
facebook.com/Autimates www.facebook.com/AutimatesBrasil.
Juliana Uggioni - Conselheira Estadual de Santa Catarina da REUNIDA (Rede 
Unificada Nacional Internacional em Defesa de Pessoas com Autismo). Fundadora 
e Gestora Pedagógica do Instituto de Apoio Educacional AutismoS (Blumenau/
SC) e Pesquisadora Educacional. Doutora em Educação; Mestra em Educação; Pós-
http://www.mamavita.nl
http://www.facebook.com/AutimatesBrasil
graduada Educação Especial Inclusiva; Bacharela em Direito; Graduanda de Pedagogia; 
Pós-graduanda em Projetos e Práticas Educativas. 
Luciana Serpa - Conselheira Estadual de Minas Gerais REUNIDA (Rede Unificada Nacional 
Internacional em Defesa de Pessoas com Autismo).  Professora na Rede Municipal de 
Juiz de Fora. Graduada em Letras (Língua Portuguesa) e Pós-graduada em Educação 
Infantil. Voluntária do Grupo AcolheTEAJF.
 
Patrícia Winck - Conselheira Estadual de Santa Catarina da REUNIDA (Rede Unificada 
Nacional Internacional em Defesa de Pessoas com Autismo). Arte terapeuta. Bacharela 
em Direito; Pós-graduada em Arteterapia e em Orientação Profissional e de Carreira – A 
facilitação da escolha. Atendimento especializado em Autismo CIAR FLORIPA - Centro 
Internacional de Análise Relacional. Membra da Associação Catarinense de Arteterapia 
e do The Nora Cavaco Institut – Internacional Center of Neuropsychology & Autismo – Portugal. 
Voluntária do grupo de pais Conversando sobre Autismo de São José. 
Thaís Custódio Jeremias - Conselheira Municipal da AMESC1 de Santa Catarina da 
REUNIDA (Rede Unificada Nacional Internacional em Defesa de Pessoas com Autismo). 
Pedagoga, Psicopedagoga e Psicanalista. Proprietária da Clínica Neurotea, que é 
especializada em autismo. Diretora, desde 2018, da Associação Autismo Araranguá.
1 Associação do Extremo Sul Catarinense - é composta por 15 municípios dos quais fazem parte: Ara-
ranguá; Balneário Arroio do Silva; Balneário Gaivota; Ermo; Jacinto Machado; Maracajá; Meleiro; Morro Grande; 
Passo de Torre; Praia Grande; Santa Rosa do Sul; São João do Sul; Sombrio; Timbé do Sul; Turvo.
APRESENTAÇÃO
 A REUNIDA é uma entidade de caráter social que tem na sua concepção a 
9
diferença e o discernimento no ato de planejar e executar ações cuja finalidade é 
o aprimoramento da qualidade de vida para todas as pessoas dentro do Espectro 
do Autismo do país. As prioridades são o alinhamento e o cumprimento de regras 
unificadas, em todas as suas esferas, com vistas ao bem-estar da pessoa com autismo.
 
   Uma dessas esferas é a familiar. Quando os pais de uma criança autista percebem 
que seu filho ou filha se comporta ou se desenvolve diferentemente de outras crianças 
de sua idade, começa um período que irá mudar suas vidas. Saberem que não estão 
sós e receberem informações com direcionamento para a sua jornada vai lhes dar a 
força e a motivação para percorrerem seus caminhos.
  O Projeto Acolher da REUNIDA2 selecionou informações necessárias às famílias
2 Equipe do Projeto: Ana Carolina Lopetegui – Assessora Federal e Conselheira Estadual da REUNIDA 
(Rede Unificada Nacional Internacional em Defesa de Pessoas com Autismo). Advogada. Pós-graduada em Direito 
Médico. Trabalha auxiliando outras mães e pais prestando consultoria e atuando em processos judiciais e admi-
nistrativos em prol dos direitos dos deficientes. Catiane Ferreira Gomes - Conselheira Estadual de MG/REUNIDA 
(Rede Unificada Nacional Internacional em Defesa de Pessoas com Autismo). Ativista. Fundadora e membra do 
grupo de mães “Unidas pelo Autismo” com mais de 350 mães. Organizadora e coautora do livro “Unidas pelo 
Autismo”. Atua na orientação de famílias com diagnóstico recente. Graduanda de Assistência Social. Cida Griza - 
Conselheira Estadual da REUNIDA (Rede Unificada Nacional Internacional em Defesa de Pessoas com Autismo). 
Terapeuta Ocupacional e Palestrante. Especialista em Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise; Especialista em 
Gerontologia da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência. Terapeuta Ocupacional das Clínicas: Centro 
Interdisciplinar de Florianópolis; Espaço Percepção de Florianópolis; e Centro de Especialidades Clínicas de Floria-
nópolis. Juliana Uggioni – Assessora Federal e Conselheira Estadual de SC da REUNIDA (Rede Unificada Nacional 
Internacional em Defesa de Pessoas com Autismo). Fundadora e Gestora Pedagógica do Instituto AutismoS (Blu-
menau/SC) e Pesquisadora Educacional. Doutora em Educação; Mestra em Educação; pós-graduada Educação 
Especial Inclusiva; Bacharela em Direito; Graduanda de Pedagogia; Pós-graduanda em Projetos e Práticas Educati-
vas. Luciana Serpa - Conselheira Estadual de MG/REUNIDA (Rede Unificada Nacional Internacional em Defesa de 
Pessoas com Autismo). Professora na Rede Municipal de Juiz de Fora. Graduada em Letras (Língua Portuguesa) 
e Pós-graduada em Educação Infantil. Voluntária do Grupo AcolheTEAJF. Patrícia Winck - Conselheira Estadual da 
REUNIDA (Rede Unificada Nacional Internacional em Defesa de Pessoas com Autismo). Arteterapeuta. Bacharela 
em Direito; Pós-graduada em Arteterapia e em Orientação Profissional e de Carreira – A facilitação da escolha. 
Atendimento especializado em Autismo CIAR FLORIPA - Centro Internacional de Análise Relacional. Membra da 
Associação Catarinense de Arteterapia e do The Nora Cavaco Institute – International Center of Neuropsychology 
& Autismo – Portugal. Voluntária do grupo de pais Conversando sobre Autismo, do Espectro Autista de São José. 
Thaís Custódio Jeremias - Conselheira Municipal da AMESC (Associação do Extremo Sul Catarinense - é composta 
por 15 municípios dos quais fazem parte: Araranguá; Balneário Arroio do Silva; Balneário Gaivota; Ermo; Jacinto 
Machado; Maracajá; Meleiro; Morro Grande; Passo de Torre; Praia Grande; Santa Rosa do Sul; São João do Sul; 
Sombrio; Timbé do Sul; Turvo) da REUNIDA (Rede Unificada Nacional Internacional em Defesa de Pessoas com 
Autismo). Pedagoga, Psicopedagoga e Psicanalista. Proprietária da Clínica Neurotea, que é especializada em au-
tismo. Diretora, desde 2018, da Associação Autismo Araranguá.
 
.
Revisão final: Fátima de Kwant, Conselheira de Honra da REUNIDA. Jornalista; escritora de textos referentes ao 
Transtorno do Espectro Autista e autism coach de pais de crianças autistas e de adultos com a Síndrome de As-
perger/Autismo de Alto Funcionamento. Formada em Comunicação Social e em Letras e Literatura. Pós-graduada 
em Autismo e Desenvolvimento. Criadora do Projeto Autimates – um projeto internacional de Conscientização do 
Autismo. Colunista: Brasileiros na Holanda www.brasileirosnaholanda.com. Coach de autismo: especialista em 
10
de autistas, desde a primeira dúvida até os direitos que vão garantir qualidade de vida 
de seus (suas) filhos (as) ao longo da vida, além de dar destaque aos cuidados com 
a saúde física, emocional e mental dos pais. Pois, uma das principais modalidades 
terapêuticas no TEA é a orientação familiar: 
Após a conclusão diagnóstica, a família passa pelo processo de elaboração, de aceitação 
e inicia a busca por tratamentos. A família também precisa se adaptar à nova realidade, 
que traz com ela uma nova rotina. É preciso paciência, força e garra para seguir. É uma 
luta diária, buscando sempre o desenvolvimento do filho ou da filha, a inclusão e adapta-
ções necessárias na escola ou na sociedade. Também se busca conscientizar a sociedade 
sobre o diferente. Entendemos que o acolhimento e orientação da família são de suma 
importância para continuidade da terapêutica e para a saúde mental de todos.
A família se torna uma rede de apoio e de múltiplos estímulos e aprendizados para o filho 
ou filha com autismo. (Luciana Xavier) 3 
 Com base nas experiências de escuta atenta e orientação afetiva das conselheiras 
da REUNIDA, partirmos de alguns pontos recorrentes nessesanos de vivências atípicas, 
elencamos os 6 (seis) tópicos abaixo para o desenvolvimento do Manual Acolher 
REUNIDA: 1o Do diagnóstico ao prognóstico; 2o Da pessoa com autismo – 2.1 Eu, pessoa 
com autismo, 2.2 Meu filho ou minha filha com autismo; 3o Da participação familiar – 3.1 
Eu: mãe ou pai de autista, 3.2 Eu: parceiro ou parceira, 3.3 Nós: o casamento, 3.4 Eles: 
os familiares; 4o Da vida escolar; 5o Das terapias; 6o Dos direitos – 6.1 Do direito à saúde, 
6.2 Do direito à educação. 6.3 Do direito – capacidade civil, 6.4 Do direito ao lazer.
Autismo & Communication Services. Consultora de autismo na Fundação Mama Vita (Holanda) www.mamavita.nl. 
Professora de cursos de especialização em TEA. E-mail: autimates@gmail.com • website: www.autimates.com • 
Facebook page www.facebook.com/Autimates www.facebook.com/AutimatesBrasil.
3 Por Luciana Xavier – Conselheira Profissional Estadual da REUNIDA (Rede Unificada Nacional Interna-
cional em Defesa de Pessoas com Autismo). Psicóloga. @neuropsicolux.
http://www.mamavita.nl
http://www.facebook.com/AutimatesBrasil
11
Mensagem especial para as mães de autistas quando ouvem Mensagem especial para as mães de autistas quando ouvem 
que seus filhos não irão mais de desenvolverque seus filhos não irão mais de desenvolver
Mãe,
Você conhece seu filho como ninguém mais; um sente o que o outro sente; um influencia o outro. 
 Quando seu filho sente medo, você também sente. Quando você se desespera, ele se desespera. 
 Quando você se fortalece e desafia o que a sociedade (e alguns especialistas que só se baseiam 
em estatísticas) diz, você pode alcançar o impossível.
 Mãe, não enfraqueça com o que te coloca para baixo - comentários negativos, dificuldades. 
Tudo é temporário. O mundo muda a toda hora, e ninguém tem o segredo da vida feliz. A vida é o 
que a gente faz dela. 
 Faça a sua vida, mãe. 
 Escolha a luz, a sorte, o pensamento e as ações positivas! 
 Seu filho depende da sua fé, da sua força, e da coragem de lutar para não ser mais um 
número de estatística pessimista! 
 Autistas se desenvolvem o tempo todo. Não existe regra que defina sua evolução. 
 O desânimo vai tirar a arma mais poderosa que você tem para conseguir o que tanta gente 
acredita ser impossível: a sua própria postura em relação ao autismo. Não permita que a falta de 
esperança alheia seja a sua. 
 Afaste-se das pessoas que consideram seu sonho impossível. Olhe para o alto e sempre para 
sua criança autista. Converse com Deus - seja Ele qual for -, converse com seu filho, mesmo quando 
você acredita que ele não te entende. Diga a ele que você vai estar a seu lado, forte e decidida, em 
todos os momentos. Que vai aguardar seu progresso, e não deixar de lutar por ele nem que seja por 
um dia, em pensamento ou em atitude. 
 A energia vai para onde vai seu foco. Una-se a pessoas positivas, especialistas amigos dos pais, 
pessoas de fé, pessoas que conseguiram os mesmos objetivos que você ambiciona obter. 
 Crie seu mundo melhor, mãe, onde os protagonistas são você e sua família, e onde só a morte é o limite. 
12
Deus abençoe! 
Fatima de KwantFatima de Kwant
Holanda, março de 2021.Holanda, março de 2021.
13
TEAcolher Fátima de KwantBem-vindos(as) à rede de apoio e de afetividade4 
Acolher é abraçar, 
sentir empatia e levar informações 
àquele que de acolhimento precisa. 
(Fátima de Kwant)
 
1o) DO DIAGNÓSTICO AO PROGNÓSTICO 
Limitar uma pessoa com TEA é um erro.
Você tem que ver as qualidades e as 
potencialidades para investir nelas 
para o desenvolvimento.
(João Vitor Ferreira)5 
O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)? É um Transtorno do Neurodesenvolvimento, 
caracterizado por dificuldades severas, moderadas, ou leves, nas áreas da Comunicação, 
Socialização, e do Comportamento, em geral, da pessoa autista, em diferentes variações, o 
que torna cada indivíduo com autismo único.
Quais as causas do autismo? Até o momento, a comunidade científica concorda que as causas 
do autismo são multifatoriais. Sabemos que há forte influência genética (97%) dos quais 80% 
de hereditariedade. Atualmente, os estudos têm apontado para CAUSAS AMBIENTAIS (3%); ou 
seja, quando o ambiente é capaz de causar alterações na forma como os genes se expressam:
A maioria dos estudos que envolvem fatores ambientais revelam que esses riscos são 
baixos em termos relativos, devido aos trabalhos nessa área ainda serem inconsistentes 
e apresentarem limitações metodológicas significativas que invalidam os resultados (Ng 
et al. 2017). Em relação a fatores ambientais, o que se sabe hoje é que idade paterna 
acima de 45 anos é um fator importante e que um homem de 45 anos tem nove por cento 
(9%) mais chance de ter um filho com autismo do que um homem de 25 anos (Taylor et 
al., 2019, Lord et al., 2020). A utilização de ácido valpróico durante a gestação, a síndrome 
metabólica materna (sobrepeso, diabetes gestacional), intercorrências durante a gesta-
ção (infecções, doenças autoimunes), curto intervalo entre as gestações (menor que 12 
meses), irmãos com autismo, em relação ao feto: baixo peso ao nascer, prematuridade, 
trauma ao nascimento devido à hipóxia neonatal são descritos como fatores de risco am-
biental importantes no TEA. (Dra. Graciela Pignatari)6 
Quais os graus/níveis de autismo? O atual manual de diagnóstico de transtornos e 
doenças psicossociais define o autismo em três graus: o leve (nível 1), o moderado 
4 Referencial teórico foi embasado nos sites: https://www.autismolegal.com.br/ e http://www.autimates.com 
com as contribuições de: Fátima de Kwant, jornalista; Dra Débora Kerches, neurologista; Carla Bertin, advogada; 
membras da REUNIDA.
5 Formador voluntário do Instituto AutismoS de Blumenau/SC; Palestrante; Atleta campeão da Seleção Bra-
sileira de Judô Para Todos e Graduando de Fisioterapia. 
6 Bióloga, mestre e doutora em biologia molecular, foi pesquisadora em nível de pós-doutorado pela USP 
e participou da criação da ONG “Projeto a Fada do Dente”, a primeira ONG de pesquisa científica de autismo no 
Brasil, atualmente é diretora executiva da Tismoo.
https://www.autismolegal.com.br/
http://www.autimates.com
14
(nível 2) e o severo (nível 3). Esses graus podem ser variáveis de acordo com o 
desenvolvimento, funcionalidade e necessidade de apoio da pessoa com autismo em 
diversas áreas. 
Quais itens não podem faltar no laudo de TEA?7
- O laudo deve, primeiramente, conter o nome completo do paciente, data de nascimento 
ou idade e informar que ele se encontra em acompanhamento médico com diagnóstico 
de Transtorno do Espectro Autista (TEA). 
- Se houver comorbidades, deve também constar no laudo. É obrigatório incluir a CID 
(Classificação Internacional de Doenças) nesse documento. A partir de 1º de janeiro de 
2022, a CID vigente será a CID-11. 
- É essencial ressaltar que o tratamento precoce é de fundamental importância 
para o desenvolvimento pleno de suas capacidades; devendo ser esse tratamento 
multidisciplinar, de início imediato, contínuo e por tempo indeterminado. 
- O laudo deve ainda conter relato da história clínica, incluindo o máximo de detalhes 
desde gestação, parto, desenvolvimento neuropsicomotor e, principalmente, 
especificações sobre os prejuízos e dificuldades pregressas e atuais na comunicação e 
interação social e no comportamento. 
- O objetivo do tratamento deve ser bastante detalhado, especificando, primeiramente, 
quais são os pré-requisitos para que o paciente alcance seu pleno desenvolvimento e 
melhor qualidade de vida, e, depois, quais estratégias serão utilizadas para isso (plano 
de tratamento). 
- O plano de tratamento deve conter quais intervenções/terapias são necessárias, a 
quantidade de horas indicadas para cada uma, assim como se as intervenções devem 
ser realizadas em clínica e/ou ambiente natural; ressaltando que o tratamento é 
individualizado. 
- É válido ainda citar, quando houver, relatórios de outros profissionais que avaliaram o 
paciente, com suas respectivas considerações e orientações terapêuticas.- Orientações à escola devem estar contempladas no laudo médico, solicitando um Plano 
de Ensino Individualizado (PEI), de acordo com as necessidades e as potencialidades 
7 Dra. Deborah Kerches é neuropediatra especialista em Transtorno do Espectro Autista; coordenadora e 
professora de pós-graduações do CBI of Miami; membra do conselho profissional da REUNIDA (Rede unificada na-
cional e internacional em defesa das pessoas com autismo); autora de e-books; membra da Sociedade Brasileira de 
Neuropediatria, da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (ABENEPI), da Academia Brasileira de 
Neurologia, da Associação Francesa La cause des bébés e da Sociedade Brasileira de Cefaleia. @dradeborahker-
ches.
15
do paciente, e, se necessário, um acompanhante especializado. 
O TEA é uma deficiência? Desde o dia 27/12/2012, aqui no Brasil, o Transtorno do 
Espectro Autista é considerado deficiência para todos os efeitos legais, em benefício 
da Lei Berenice Piana, Lei 12.764/2012. A lei diz exatamente: “A pessoa com transtorno 
do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais”.
O que são condições coexistentes (comorbidades)? Pessoas com TEA geralmente 
apresentam condições coexistentes, ou seja, têm a associação de pelo menos duas 
patologias. Dentre as mais comuns, estão: deficiência intelectual; transtorno de déficit 
de atenção e hiperatividade (TDAH); dislexia; discalculia; transtorno de ansiedade - 
cerca de 40 a 60% das crianças e adolescentes com TEA têm ansiedade; depressão 
também é comum, especialmente em crianças e adolescentes com autismo leve e 
dificuldades de interações sociais; distúrbio do sono; esquizofrenia; epilepsia; transtorno 
desafiador opositor (TOD); transtorno obsessivo compulsivo (TOC); transtorno bipolar; 
e síndromes como Down, West e X-Frágil.
Como e por quem é feito o diagnóstico? Os profissionais indicados para o diagnóstico 
do autismo são o neurologista infantil ou psiquiatra infantil, que poderão aplicar 
as escalas: M-Chat; CARS e ADOS. No entanto, vale ressaltar que o diagnóstico é 
exclusivamente clínico, por meio de observação comportamental, relatos da família 
e da escola. E há ainda a possibilidade de um neuropsicólogo e/ou uma equipe 
multidisciplinar realizarem uma avaliação diagnóstica e emitir um parecer que auxiliaria 
o médico a realizar esse diagnóstico com maior segurança.
Existe algum exame que identifique o autismo? Não. O autismo é identificado em 
exame clínico; normalmente é realizada uma avaliação neuropsicológica. Não existe 
exame físico que diagnostique o autismo. Os testes genéticos (genoma) têm sido 
usados para identificar genes que possam contribuir para o autismo, mas não são 
definidores do TEA. 
Existe remédio para o autismo? Não. Mas existe medicação para aliviar alguns sintomas 
mais fortes que podem aparecer com o autismo como ansiedade, hiperatividade, 
depressão, falta de sono e outros sintomas que possam afetar a criança no seu dia a 
dia. Nesse caso, somente o médico especialista como um psiquiatra ou neurologista 
poderá receitar a medicação adequada para o autista. 
16
Todo autista tem deficiência intelectual? Não, apesar de existir uma grande parcela 
de autistas que têm a deficiência intelectual associada. O mesmo profissional que faz 
o diagnóstico do autismo fará, caso exista, o diagnóstico da deficiência intelectual, 
chamada legalmente Retardo Mental, CID10: F70 a F79. 
Qual a relação do Autismo e a Superdotação? Os filmes de Hollywood nos mostram 
autistas geniais e muitas vezes causam a impressão de que todo autista é gênio. A 
genialidade pode acontecer. Entretanto, assim como a deficiência intelectual não é 
uma regra, a genialidade também não. O mesmo profissional que faz o diagnóstico 
Altas Habilidades fará, caso exista, o diagnóstico da superdotação e genialidade.
O que Savantismo? Existem autistas que parecem ter superpoderes, que podem decorar 
livros, reproduzir obras de arte de uma maneira assustadora, cálculos matemáticos 
extremamente complexos ou mesmo tocar vários instrumentos sem nunca ter estudado. 
Isso é chamado de Savantismo ou Síndrome de Savant. Pessoas com essa síndrome 
têm habilidades extraordinárias em uma área, mas carregam grandes limitações em 
outras. Essa síndrome não necessariamente está vinculada ao autismo, mas estudos 
mostram que 50% das pessoas com a Síndrome de Savant também estão no transtorno 
do espectro autista. O mesmo profissional que faz o diagnóstico do autismo fará, caso 
exista, o diagnóstico da Síndrome de Savant.
17
18
2o) DA PESSOA COM AUTISMO
Somos capazes de tudo. 
Claro! O Autista aprende! 
Mas o tempo é diferente.
(Thales Pimenta Neto)
2.1) EU, PESSOA COM AUTISMO
Como sinto o Autismo?
Eu não penso que vivo em um mundo isolado ou que vejo um mundo diferente. 
Na verdade, o que sinto, de forma objetiva, é que tenho dificuldades de interagir com 
o mundo de forma geral.  Não me refiro apenas às relações sociais, embora também 
façam parte da minha dificuldade. Refiro-me a um todo. Muito realista, meu mundo 
mental me absorve de tal forma que há momentos em que apresento surdez quando 
alguém fala comigo. 
Permanecer em minha mente nem sempre é saudável, mas passa um sentimento 
de segurança. Estar presente e focado exige esforço, ter que dialogar, relacionar-
se, debater, adaptar-se a mudanças de rotina, mudar o comportamento, toda essa 
habilidade e “jogo de cintura” que a vida exige me causa extremo estresse e ansiedade, 
gerando pânico e meltdowns.
Somos capazes de tudo. Claro! O autista aprende! Mas o tempo é diferente. 
Do mesmo modo que alguns autistas aprendem línguas estrangeiras sozinhos, outros 
não conseguem verbalizar o que pensam ou sentem. São extremos do autismo que 
não ousarei tentar explicar, pois só posso falar do que eu vivo. Portanto, eu sinto uma 
difícil conexão e falta de motivação em vivências da realidade que não me despertem 
interesse relevante. 
Essa dificuldade não depende de eu me interessar, de eu fazer um esforço. E olha que 
vivo me esforçando muito para interessar-me em coisas que poderiam ser benéficas 
para mim. O esforço ajuda, mas, algumas vezes, mesmo me esforçando, não consigo 
fazer algumas coisas simples para outras pessoas.
Espero que, com os tratamentos que venho fazendo, eu possa conseguir levar uma 
vida melhor e aprender comportamentos melhores. Mas creio que não conseguirei 
atender a tudo que a sociedade espera de mim. Por isso, seria muito importante 
que a sociedade como um todo fosse mais acolhedora e inclusiva, aceitando nossas 
19
contribuições e nos ajudando a conseguir melhorar, de forma que isso não nos cause 
um estresse constante. As famosas adaptações e a boa compreensão. 
Sem inclusão adequada, muitos autistas passarão a vida à margem da sociedade e 
fadados ao sofrimento psíquico intenso e às dificuldades de prover o próprio sustento. 
Não podemos generalizar, mas é algo recorrente.  
Que o mundo seja bom para todos e que haja inclusão de todos. 
Todos têm direito de viver.8
Como explicar o autismo para autista? A melhor forma de dizer ao autista que está no 
TEA é dizer desde cedo que ele é autista, sem fazer drama, falando naturalmente, do 
mesmo jeito que foi dito a ele sobre a cor de seus olhos e de sua pele. Não existe uma 
idade certa para revelar o autismo.
Aproveite as oportunidades em que a criança demonstra um comportamento diferente 
do resto da família para falar sobre autismo, sem parecer preocupado ou triste. Quanto 
mais normal a palavra “autismo” for usada em casa, mais normal o autista se sentirá.
Lembre-se DE que a sua reação influenciará o modo como o seu filho percebe o autismo.
O que são estereotipias? São os movimentos repetitivos que muitas pessoas com 
autismo têm. Podem ser motoras ou da fala. Existem vários tipos, mas os mais comuns 
são o flapping de mãos (sacudir as mãos), balanceio do tronco para frente e para trás, 
tapar os ouvidos com as mãos, pular, mexer os dedos em frente ao rosto, rasgarpapel 
e emitir sons como “ihhhhh” ou “zzzzzzzz”, que muitos autistas produzem. Muitos 
autistas fazem estereotipias quando estão felizes ou, ao contrário, durante momentos 
de ansiedade. 
As estereotipias devem ser proibidas? Não. São a válvula de escape dos autistas; 
aquilo que os ajudam a se autorregularem. Caso a estereotipia seja prejudicial à criança 
ou ao meio ambiente (ex.: tirar a pele fina do dedo até sangrar, cuspir nas pessoas, 
arrancar os cabelos, etc.), é necessário oferecer alternativas para a ação prejudicial. 
Em todo caso, deve-se permitir que o autista consiga se regular de alguma forma para 
equilibrar a ansiedade e poder se concentrar. 
O que é hiperfoco? São as “manias”, hobbys ou preferências exageradas dos autistas. 
Antigamente era chamado de “obsessão”, mas a palavra tinha uma conotação negativa, já 
8 Thales Pimenta Neto – Conselho da Pessoa com TEA Estadual da REUNIDA (Rede Unificada Nacional 
Internacional em Defesa de Pessoas com Autismo).
20
que o hiperfoco pode ser muito positivo em vários casos. Por exemplo, quando o autista 
tem um hobby o qual pratica tanto que acaba se tornando excelente naquela habilidade 
(números, astronomia, artes, etc.), inclusive, transformando o hiperfoco em um trabalho.
O que é ecolalia? É a característica de uma pessoa que repete palavras, frases ou 
músicas sem saber o seu significado. Pode acontecer a ecolalia imediata, quando a 
pessoa repete logo após ter ouvido, ou a ecolalia tardia, quando a pessoa repete o 
que ouviu tempos depois. A ecolalia é muito comum entre os autistas e pode ser o 
primeiro passo para a comunicação. Dica: tente usar frases de desenhos animados em 
ambientes que façam sentido, dando função à ecolalia.
O que são dificuldades sensoriais? A maioria das pessoas autistas têm uma ou mais 
dificuldades sensoriais, que são as reações ao que elas veem, ouvem, cheiram, provam 
ou sentem. Além disso, muitos autistas também têm desregulação nos sentidos menos 
conhecidos como o equilíbrio, as sensações de dor, de frio/calor, de fome/sede, e 
outros mais que definem o Transtorno Sensorial.
Como posso me comunicar com autistas não verbais? A ausência da verbalidade 
nem sempre significa deficiência intelectual. Sabendo disso, quem se comunica com a 
criança deve usar o tipo de comunicação que ela compreende no momento. Materiais 
estruturados, adaptados para a falta da verbalização são os mais indicados, como 
imagens, pictogramas, fotos, gravuras e metodologia especial para esse fim.
Qual a diferença entre uma birra normal e uma crise de autista? A crise de uma criança 
autista é diferente da birra comum em crianças. A crise pode acontecer de repente, 
quando o autista fica exposto a uma sobrecarga de estímulos externos, causando muito 
estresse e ansiedade, que ela não consegue controlar. Já a birra típica de crianças sem 
autismo é um modo de se rebelarem contra uma ordem ou uma frustração, em que 
seus pais têm a chance de dialogar. Quando o autista entra em crise, nada o consola; 
não mais ouve, nem compreende o que é dito.
Como ajudar a controlar uma crise? Fique calmo, entenda que a crise autística é 
consequência de uma sensação de desconforto (medo, ansiedade, dor, etc.) que o 
autista (ainda) não sabe controlar. 
O comportamento é uma forma de comunicação e muitos não sabem como expressar 
o que sentem ou desejam e acabam apresentando comportamentos disruptivos.
Fale pouco, abaixe-se na altura dele, use a comunicação que ele compreenda - diga 
que está ao seu lado e que vão superar a crise. Jamais fale alto!
21
Se o autista gostar de ser tocado, abrace-o e ofereça conforto.
Espere ele se acalmar e distraia-o com algo que o deixe tranquilo. Se tiver algum objeto 
que conforte, utilize nesse momento.
Tem como evitar uma crise? Sim. Antecipe situações em que o autista possa reagir 
intensamente. Peça ao terapeuta que monte histórias sociais, incluindo motivos 
que possam ser disparadores de crise, com a finalidade de vivenciar, para que haja 
aprendizagem e treinamento da aquisição do controle sobre a crise, amenizando, 
assim, a intensidade quando ocorrer em ambientes reais.
2.2) MEU FILHO OU MINHA FILHA COM AUTISMO
Como colocar limites no comportamento do (a) filho (a) autista? Crianças autistas 
irão necessitar de limites, regras, para que compreendam o mundo à sua volta e se 
comportem em sociedade.
É importante que os pais não tenham receio de educar seu (sua) filho (a) autista; devem 
impor regras que ele consiga compreender. Quanto mais cedo o(a) autista aprender as 
regras da casa, mais facilmente aceitará.
Use a comunicação que ele entende: se ele não é verbal, use material estruturado, 
com imagens educativas, para ensinar, como placas de trânsito. Seja consistente e não 
mude as regras a toda hora para não confundir a criança.
Quais são as razões que podem levar uma criança com autismo a apresentar 
comportamento desafiador (TOD)?9 O Transtorno de Oposição Desafiante, ou mais 
comumente chamado Transtorno Opositor Desafiador (TOD), é caracterizado por 
padrão de humor raivoso e/ou irritável, de comportamento questionador e desafiante 
ou índole vingativa e apresenta comportamentos vingativos a terceiros, principalmente 
com pessoas presentes no seio familiar. O TOD é muito discutido atualmente. Tem um 
impacto muito forte na qualidade de vida da criança, adolescente e adulto com o TEA. 
É de extrema importância o tratamento precoce, pois apresenta repercussões sua vida 
escolar, social, afetiva e emocional.
O adolescente ou a criança com TOD frequentemente perde a paciência, discute com 
os adultos, recusa-se a obedecer às regras ou aos pedidos, tem implicância com as 
9 Por Dr. Thiago Gusmão - Neurologista da infância e adolescência. Especialista no Transtorno do Espectro 
Autista. Título Neurologista Infantil pela Universidade Federal Fluminense /UFF. Título em Pediatra Geral pelo Hospi-
tal Infantil Nossa Senhora da Glória /HINSG - Vitória, ES. Membro associado da Sociedade Brasileira de Neurologia 
Infantil Neurologista Infantil / SBNI. Membro associado da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil 
e Profissionais Afins / ABENEPI. Neurologista infantil da APAE- Cariacica. Neurologista Infantil do Núcleo de Atendi-
mento ao Autista Suécia Brasil. Mestrando em Análise Aplicada do Comportamento (ABA). 
22
pessoas, aborrece-se facilmente, está sempre irritada, reage de forma intempestiva 
(sem controle emocional) diante das frustrações, pode-se mostrar rancorosa e com 
ideias de vingança em algumas situações.
Além da relação difícil no ambiente familiar, costuma ter dificuldade para fazer e/ou 
manter amizades, pode sofrer ou fazer bullying e ser excluída de eventos sociais e de 
programações da escola devido aos seus comportamentos.
Muito importante diferenciar um comportamento inapropriado como sendo do TEA 
ou do TOD. Para tanto, temos que identificar os fatores disparadores (causas), que 
são muito diferentes nos dois transtornos. No TOD, esse comportamento tem a função 
exclusiva de desafiar e/ou se opor a alguma regra; já no TEA, o comportamento 
inapropriado geralmente é o resultado de uma desregulação sensorial (dor, fome, sono 
e inflexibilidade). Compreender o porquê do comportamento apresentado é essencial 
para se criarem estratégias para o plano de intervenção.
O tratamento do TOD como comorbidade do Transtorno do Espectro Autista é 
multidisciplinar, envolve estratégias comportamentais baseadas em ABA, terapia 
cognitivo-comportamental, treino de habilidades sociais, suporte familiar e escolar e, 
medicação quando necessário (que melhora a autorregulação e o humor do paciente).
Os pais escutam coisas como “se fosse meu filho, eu daria um jeito. Ele é assim, porque 
não sabe cria-lo”. Alguns comportamentos são apenas vistos como birra ou falta de 
educação, mas podem indicar um transtorno, o TOD, que causa sofrimento para todos 
os envolvidos, afetando a vida familiar e social. Em vez de julgar, acolha.10
Como saber se meu(minha) filho(a) sentedor ou está enfermo(a)?
Faça perguntas fechadas, nunca abertas, pois estas dão possibilidades a muitas 
respostas. O autista pode se perder em detalhes e não dar a resposta necessária. Pode 
dizer a primeira coisa que lhes apareça à cabeça ou responder de acordo com o “aqui 
e agora”, sem generalizar situações em que sente dor.
• Fique alerta a qualquer coisa que seu filho não costuma fazer; algum desconforto, mudança 
brusca de comportamento, agressividade; introversão (ou extroversão) repentina;
• Se for o caso de visitar o médico, prepare a criança para a visita, dizendo que o 
médico vai ter que examiná-la (tocá-la) a fim de saber o que se passa com ela; 
trabalhe com a previsibilidade, pois a mudança repentina pode gerar estresse.
10 Pedro Jailson – Conselho da Pessoa com TEA Estadual da REUNIDA (Rede Unificada Nacional Interna-
cional em Defesa de Pessoas com Autismo).
23
• Se for o caso, avise o médico que sua criança é autista e que pode apresentar 
dificuldade ao ser examinada ou ao responder às suas perguntas objetivamente; 
• Peça-lhe que formule suas perguntas ao autista de forma concisa e direta 
(perguntas fechadas);
• Durante a consulta, usem os conhecimentos que têm das características individuais 
de seus filhos, para serem bons intermediários na comunicação com o médico.
Por que meu(minha) filho(a) não dorme? Estudos revelam que cerca de 80% de autistas 
têm problemas para dormir, seja para pegarem no sono ou permanecerem dormindo 
durante a noite. Portanto, se seu filho não dorme bem, existem estratégias que podem 
ajudá-lo a dormir melhor, como criar uma rotina, diminuir o ritmo de atividades, contar 
histórias, etc.
Por que meu(minha) filho(a) não come/come demais? Crianças autistas costumam 
ter problemas para se alimentarem. Podem comer pouquíssimos alimentos, ou não 
pararem de comer. Alguns têm aversão a determinadas texturas ou sabores de 
alimentos. Tanto a seletividade alimentar quanto a compulsão alimentar podem fazer 
parte das características do TEA.
Por que meu (minha) filho (a) se agride?11 Para crianças com autismo, bater a cabeça na 
parede ou no chão é uma maneira de se acalmar e tentar comunicar algum desconforto 
ou ansiedade. Bebês e crianças pequenas têm essas reações também quando querem 
sentir o mesmo que sentiam no útero da mãe. Diversos outros hábitos que indicam 
esse desejo incluem rodar a cabeça, balançar o corpo, morder e chupar o dedo. Esses 
comportamentos geralmente estão associados à dor  física; à busca de  atenção; a 
problemas de processamento sensorial e à tentativa de se comunicar.
O que desencadeia o “bater a cabeça”?12 Pode ser episódico e ser desencadeado por 
um determinado estímulo, ou pode parecer que começa do nada, de repente, sem 
motivo aparente. Monitorar a criança e anotar o que aconteceu momentos antes desse 
11 Por Cida Griza Conselheira Estadual da REUNIDA (Rede Unificada Nacional Internacional em Defesa de 
Pessoas com Autismo). Terapia Ocupacional e Palestrante. Especialista em Saúde Mental, Psicopatologia e Psica-
nálise; Especialista em Gerontologia, Especialista Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência. Terapeuta 
Ocupacional das Clínicas: Centro Interdisciplinar de Florianópolis; Espaço Percepção de Florianópolis; e Centro de 
Especialidades Clínicas de Florianópolis. Disponível em: http://universotea.com/por-que-criancas-autistas-se-autoa-
gridem/. Acessado em: 19/11/2020.
12 Ibid.
http://universotea.com/por-que-criancas-autistas-se-autoagridem/
http://universotea.com/por-que-criancas-autistas-se-autoagridem/
24
comportamento pode ajudar a identificar o gatilho, o estímulo que o desencadeou.
Em criança com idade de dois anos e meio ou três anos de idade, é provável que esteja: 
com alguma dor; tentando comunicar algo; querendo chamar atenção; e sentindo uma 
sobrecarga ou um déficit sensorial.
A autoagressão pode ser uma resposta à dor? 13
Por que uma criança infligiria mais dor ao bater sua cabeça, quando está sentindo dor 
ou desconforto? É preciso entender que o ”bater a cabeça” e outros comportamentos 
de autoagressão, na verdade, são tentativas de se livrar da dor e são também sinais 
indicadores: a) verificar o corpo em busca de cortes, hematomas, vermelhidão, inchaço 
ou outros sinais físicos de lesão; b) trabalhar com um especialista em comunicação para 
ajudar a criança a desenvolver novas maneiras de mostrar onde ela está sentindo a dor.
Como impedir uma criança autista de se bater? 14
Primeiro, é preciso se certificar de que ela não tem nenhum outro problema de saúde que 
poderia estar causando dor e desconforto, tais como infecções de ouvido, problemas 
de estômago e outras dores no corpo. Depois, tentar identificar se esse comportamento 
representa um modo de comunicar, ansiedade ou hiperatividade, dois outros fatores a 
serem considerados. É recomendável consultar um médico ou especialista em análise 
de comportamento para obter a resposta certa.
Uma vez identificada a razão, trabalhar com estratégias sensoriais, como: 
usar tampões ou  fones de  ouvido que eliminem ou atenuem ruídos; preparar 
um quarto ou espaço especial; usar roupas sensoriais; utilizar brinquedos sensoriais; 
desenvolver  habilidades de  comunicação e desenvolver atividades  que ajudem a 
ajustar a estimulação excessiva ou insuficiente.
Qual o melhor esporte para meu (minha) filho (a) praticar? Todo esporte é útil no 
desenvolvimento infantil. O melhor esporte é aquele de que a criança gosta, que dá 
prazer a ela e a diverte, mesmo que ela não tenha as melhores habilidades para a 
prática.
O esporte ajuda na coordenação motora, segmentos de comandos, regras, 
relacionamentos sociais e faz muito bem a saúde. Os esportes mais praticados pelos 
autistas são: atletismo, judô, equitação e a natação. 
13 Ibid.
14 Ibid.
https://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&prev=_t&sl=en&tl=pt&u=https://www.autismparentingmagazine.com/aba-therapy-for-autism/
25
Meu (minha) filho (a) poderá sair do espectro? Ouvimos muitas vezes sobre alguém 
que era autista e não é mais. Existem dois entendimentos diferentes: que alguém deixa 
de ser autista, sai do espectro autista e outro que perde características autísticas.
Para o diagnóstico do autismo, a pessoa precisa ter uma série de características, 
tendo que se pontuar em avaliações o que a coloca dentro do transtorno. Portanto, se, 
com terapias e estimulações a pessoa perde essas características, deixa de pontuar. 
Teoricamente ela sairia do espectro ou deixaria de ser autista.
Por outro lado, se entendemos que o autismo é uma forma diferente de se relacionar, 
de aprender, de experimentar o mundo, mesmo que perca as características do autismo 
que mais causavam prejuízos, continua com sua forma diferente de ver e viver a vida, 
não deixando, portanto, de ser uma pessoa com transtorno do espectro autista.
Escolha a linha de entendimento que mais faz sentido para você. O mais importante é 
entendermos que o diagnóstico não é um ponto final e que todos têm potencialidades 
e possibilidades de se desenvolverem. 
Com terapias, intervenções adequadas, acolhimento e apoio familiar, escolar e 
das pessoas do convívio, a pessoa com autismo pode adquirir habilidades, novos 
aprendizados e ganhar qualidade de vida que lhe permita ter independência, satisfatória, 
funcional e ser feliz!
26
27
3O) DA PARTICIPAÇÃO FAMILIAR15
Lembre-se de que você é a melhor defensora do seu filho, 
então continue a lutar pelo que é melhor para ele!
Berenice Piana
3.1. EU: MÃE OU PAI DE AUTISTA 
Quais as dicas fundamentais aos pais?
• Vocês são a fonte mais poderosa no desenvolvimento do seu (sua) filho (a) autista;
• Busquem os talentos de seus filhos ou suas filhas;
• Coloquem os “óculos azuis”: enxerguem o mundo através de seus filhos, sem 
preconceito, buscando a lógica deles no comportamento, aparentemente, estranho;
• Peçam ao terapeuta um planejamento individual de intervenção;
• Façam um Diário da criança;
• Procurem um Coaching parental (acompanhamento do Desenvolvimentoda criança 
e fortalecimento dos pais);
• Mantenham o foco, sem distrações (eventual negatividade do círculo em que vive) 
ou comparações com autistas que parecem “melhores” e neurotípicos. Cada autista 
é único e tem suas potencialidades.
Quais as mudanças necessárias no dia a dia da família? Cada família tem uma rotina, e 
quanto mais cedo o autista se adaptar, melhor. Às vezes, é necessário que a família se 
adapte primeiro, por exemplo, a ter um espaço mais tranquilo e livre de estímulos em 
casa, onde a criança possa ficar quando for preciso. Algumas adaptações podem ser à 
mesa, caso a criança não suporte o barulho, que ela faça a refeição sozinha, antes dos 
demais. As adaptações mais frequentes são: diminuição de ruídos e demais problemas 
que causem transtorno sensorial, uso de material para comunicação não verbal, rotina 
do sono, dietas e suplementação, etc.
15 Revisão Thaís Custódio Jeremias - Conselheira Municipal da AMESC (Associação do Extremo Sul Catari-
nense - é composta por 15 municípios deque fazem parte: Araranguá; Balneário Arroio do Silva; Balneário Gaivota; 
Ermo; Jacinto Machado; Maracajá; Meleiro; Morro Grande; Passo de Torre; Praia Grande; Santa Rosa do Sul; São 
João do Sul; Sombrio; Timbé do Sul; Turvo) da REUNIDA (Rede Unificada Nacional Internacional em Defesa de 
Pessoas com Autismo). Pedagoga, Psicopedagoga e Psicanalista. Proprietária da Clínica Neurotea, que é especia-
lizada em autismo. Diretora desde 2018 da Associação Autismo Araranguá.
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Como não se cobrar demais? Temos medo de sermos julgadas por outras mães que, 
em várias ocasiões, insinuarão que o autismo é nossa culpa.
Questionamo-nos se a mãe, o marido, a TV, a internet, o celular, os remédios, a genética, 
os alimentos, a poluição, ou qualquer outro fator, são culpados pelo autismo. Esse 
círculo de dúvidas e acusações parece não ter fim.
Nessa fase do luto, algumas mães que já têm tendência à depressão sofrem muito mais 
que as outras e enfrentam junto com o luto uma depressão, compulsão, pânico, entre 
outros distúrbios.
Caso você esteja passando por isso, procure um profissional. Um psiquiatra, um 
psicólogo ou um terapeuta especializado podem ajudar muito. Entenda que não tem 
problema nenhum procurar ajuda, pelo contrário, é muito importante admitir que 
precisamos dela.
Parece que temos que bater o pé no fundo do poço para então percebermos que não 
dá para ficar sofrendo para sempre, pois nosso (a) filho (a) precisa de nós.
Você entende que também precisa de cuidados para poder cuidar bem de seu (sua) 
filho (a)? É preciso aceitar que vocês são pessoas e não super-heróis ou super-heroínas. 
É importante entender que seu/sua filho/filha está dependendo de vocês em todos os 
sentidos. Vocês são o sustento emocional e o elo de segurança para o desenvolvimento 
dele/dela. É tentar entender como se estivessem em uma viagem de avião, quando as 
instruções chegam e ensinam que primeiro você deve colocar a máscara de oxigênio 
em você e depois em quem estiver ao seu lado. E assim deve ser a vida dos pais com 
filhos autistas. Vocês é quem têm que ser o suporte e o exemplo de conduta para ele. 
Por isso, lembrem-se também de vocês! Acompanhamento terapêutico é fundamental, 
individual ou em grupo.
Você sabe o que é FAA (Fenótipo Ampliado do Autismo)?16 Se considerarmos que 
a herdabilidade do TEA é de cerca de 70% a 90%, fica mais fácil entendermos o que 
16 Por Jeane Rodrigues Cerqueira - Conselheira Estadual de MG/REUNIDA (Rede Unificada Nacional Inter-
nacional em Defesa de Pessoas com Autismo). 
Psicopedagoga Clínica e Institucional. Trabalha com oficinas de Ludopedagogia, Psicomotricidade e orientação de 
pais. Graduanda de Psicologia e pós-graduanda em Análise do Comportamento Aplicada. Membra da Associação 
Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil e Profissões Afins.
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seria o FAA. O TEA é um dos transtornos do neurodesenvolvimento e se caracteriza 
basicamente por dificuldades nas interações sociais, comportamentos repetitivos ou 
ritualísticos e pelas chamadas estereotipias. Manifestações mais atenuadas dessas 
características são, por vezes, encontradas em pais e até irmãos de pessoas com 
diagnóstico de TEA. A essas características mais leves do transtorno, dá-se o nome de 
Fenótipo Ampliado do Autismo. Esses familiares, apesar de não se enquadrarem no 
quadro diagnóstico de TEA, podem apresentar sensibilizações e comportamentos leves 
ou mesmo moderados do transtorno, necessitando também de acolhimento, apoio e 
de intervenções adequadas para melhor lidarem com suas possíveis dificuldades.
3.2. EU: PARCEIRO OU PARCEIRA 
O que fazer quando não tenho apoio familiar, principalmente do pai? Uma dica aos pais: 
Todos temos desculpas para não fazermos o que devemos. Vamos trocá-las por atitudes! Vamos 
assumir nossa paternidade com toda nossa força e coração. E vamos nos dar a oportunidade 
de sermos transformados pelo amor. (Giovani de Oliveira Ferreira Pai de João Victor, autista e 
X Frágil. Conselheiro Municipal de Blumenau, Timbó e Indaial de Santa Catarina da REUNIDA).
Caso não encontre apoio familiar, procure a REUNIDA de sua cidade, ou grupo de pais, ou AMA 
de pais e amigos dos autistas na sua região para que a equipe profissional da entidade possa 
dar suporte às questões relacionada às necessidades do TEA. 
A culpa é de quem? Duas pessoas que tanto amam a mesma criança querem seu bem. 
Culpar o/a parceiro/a pelo autismo de um filho é injusto e ineficiente. Se a criança tem 
autismo, não existe mais razão para culpar ninguém. A culpa não resolve problemas, tão 
pouco beneficia um tratamento. A saúde da família é tão importante quanto a saúde 
da criança sendo tratada. Ela nasceu e é o ser mais precioso que o casal tem. Cada um 
pode dar a ela tudo o que ela necessita para crescer feliz e segura, independente do 
seu grau de autismo.
Qual a importância da união e trabalho em time com o(a) parceiro(a)? Homens e 
mulheres, pais e mães de crianças autistas, compreendem o autismo de um modo 
diferente. Enquanto as mulheres partem para o “trabalho de campo”, buscando 
médicos e terapias, os homens passam a trabalhar horas extras para dar à família mais 
condições de arcar com os exorbitantes custos para os tratamentos de que a criança 
necessita. As diferenças biológicas são um fato, apesar das exceções. Entender que 
30
o/a parceiro/a pode reagir de um modo diferente é importante para estabelecer uma 
relação com respeito entre o casal. 
3.3. NÓS: O CASAMENTO
Como manter uma relação saudável apesar das dificuldades que o autismo traz? 
Uma relação saudável no autismo também não é só aquela em que ambos os pais 
estão se dedicando integralmente à criança e não mais a si mesmos. Lembrem-se de 
quando a criança ainda não tinha nascido. O que faziam? Do que gostavam? O que os 
fez quererem estar juntos para sempre? Não se esqueçam desse amor. Dele, nasceu o 
ser humano mais importante da sua vida. Cuidem desse amor, prestem atenção nele, 
elogiem, façam um carinho inesperado, um favor, um comentário positivo. Fiquem a 
sós, sem culpa, sempre que possível. Vai ser bom para relação e para seu filho. Amor 
se aprende em casa. Nenhuma escola vai ensinar o que seu filho vai vivenciar e sentir 
com exemplos concretos: amor e amizade entre duas pessoas que se respeitam e 
compartilham tudo.
Como não deixar o medo do desconhecido, as crises, as idas e vindas a terapias, 
afetar o relacionamento? O drama maior, logo após o diagnóstico que o casal recebe 
para seu filho, tem quatro letras: medo. Medo de um futuro desconhecido. Nessa hora, 
não adianta o argumento de que o futuro é sempre desconhecido, e que a vida é 
imprevisível para todos. O diagnóstico de qualquer doença, deficiência ou distúrbio 
sem um prognóstico exato traz medo e ansiedade. Muitos casais, de pais de autistas 
adultos, que ainda estão unidos, dizem que o que salvou o casamento foi a confiança 
no/a parceiro/a, o compartilhamento do sofrimento, e a certeza de que ninguém mais 
no mundosente o mesmo que o/a parceiro/a sente. Essa é a única verdade presente 
na maternidade e paternidade de uma mesma pessoa.
Devo ter outro (a) filho(a)? Será que terá autismo? Ter ou não um segundo filho é uma 
questão que pode deixar os pais de uma criança autista inseguros. Não raro, pais e 
mães de autistas temem que o segundo bebê também nasça com autismo. O receio tem 
fundamento já que a ciência afirma que existe a possibilidade de 20% (25% se o bebê 
for um menino e 11% se for menina) de um segundo bebê nascer autista. Em caso de um 
terceiro bebê, a chance aumenta para 32%. A cada nascimento, aumenta a possibilidade 
de haver autismo. No entanto, as chances de não haver autismo seguem sendo mais 
altas, o que torna a decisão de ter ou não um segundo filho uma decisão pessoal.
3.4. ELES: OS FAMILIARES
31
Como explicar o autismo para a família? Essa é uma decisão pessoal. Os pais podem 
decidir contar aos membros da família em reunião, juntos, todos de uma vez, ou 
preferirem conversar com cada um em particular.
Caso não tenham vontade de compartilhar algo tão pessoal, o tempo se encarregará de 
revelar à família que o comportamento da criança é diferente. Seja como for, a decisão 
dos pais sempre deve ser respeitada. Lembre-se de que a sua reação vai influenciar o 
modo como a família encarará o autismo.
Será que tem alguém autista na minha família? Autismo é 97% genético, porém, nem 
tudo que é genético, é hereditário. Existe a possibilidade de haver mais membros na família 
com TEA, mas não é regra. O autismo tem causas multifatoriais e as mutações genéticas 
podem ocasionar o autismo numa criança cujos pais e irmãos não estão no TEA. 
Como incluir os (as) irmãos (ãs) no desenvolvimento do autista? Os irmãos são fontes 
poderosas para ajudarem no desenvolvimento do irmão ou irmã autista. Enquanto muitos 
pais tratam os autistas com muita diferença (por serem autistas), os irmãos tendem a 
tratá-los como iguais, o que os obriga a esticarem suas zonas de conforto.
Essa convivência pode ser muito útil para o autista: entender limites, aprender a dividir 
objetos, brincar com outra criança no mesmo ambiente seguro (casa). Os irmãos também 
podem ser bons professores, ajudando o autista com tarefas simples da rotina diária.
O que você e os outros membros da família podem fazer em casa para apoiar o 
aprendizado e o progresso de seu(sua) filho(a)? A família é a primeira sociedade/
comunidade que o autista conhece. Toda a família pode contribuir para o desenvolvimento 
de uma criança, adolescente ou adulto autista. Seus pais podem aprender com os 
terapeutas técnicas simples e aplicá-las em casa, o lugar onde o autista passa a maior 
parte do tempo e tem oportunidade de praticar o que treina na terapia. Irmãos são 
excelentes “terapeutas”, oferecendo aos autistas a chance de esticarem suas zonas de 
conforto. Com carinho (e instrução dos pais), os irmãos podem ensinar ao autista que 
não pode fazer tudo o que quer, quando quer, mas ajudá-lo a entender que existem 
limites para suas vontades. Por exemplo: um autista que rabisca os livros e cadernos 
de um irmão não autista pode ser repreendido por este irmão, sem que seus pais se 
intrometam. Mas não são somente os parentes da casa os que podem auxiliar. Tios, 
avós e primos podem ajudar no aprendizado diário do autista. Seja ativa - através de 
brincadeiras, de participação em uma atividade, na interação (ainda que curta) com 
ele, ou passiva, como aceitar suas limitações sem reclamar, ou entender que o autista 
(e sua família) ficarão numa festinha de família por pouco tempo, porque o autista 
32
pode se cansar sensorialmente.
33
4o) DA VIDA ESCOLAR 
Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes.
(Paulo Freire)
Quais dicas de como escolher uma escola?
• Sobre opções educacionais: Regular sempre que possível; especial, se necessário, 
porém, com a intenção de voltar para a escola regular quando possível;
• Sobre objetivos educacionais de acordo com a cognição que o autista apresenta no 
momento (não o que ele DEVE aprender, mas, o que ele PODE aprender nessa fase 
em que se encontra); 
• A importância do PEI (Planejamento Educacional Individual). Solicitar o PEI e demais 
adaptações escolares;
• A importância do diálogo da família com a escola em benefício da criança.
Qual escola é melhor para meu(minha) filho(a)? O melhor tipo de escola é aquele em 
que seu filho aprenderá. A inclusão é para todos e seu (sua) filho (a) tem direito de 
estar na escola que você eleger. Pense no que é melhor para ele (ela), no momento. Se 
a inclusão na escola regular estiver difícil, ou você achar que seu (sua) filho (a) sofre, 
pode ser que ele (ela) se beneficie da Educação Especializada, temporariamente, até 
conseguir acompanhar o ensino regular.
Peça ajuda para os profissionais que o (a) acompanham e, caso decidam pela 
educação especial, solicite que façam um laudo justificando a necessidade de uma 
escola especial, isso vai ajudar muito na solicitação dessa vaga junto à Secretaria de 
Educação da sua cidade. 
A decisão sempre cabe aos pais, em benefício da criança.
Como informar à escola sobre o TEA? A opção em revelar o autismo de seu filho é 
individual. A vantagem de informar sobre o autismo é que a escola estará advertida 
e poderá cooperar quando houver dificuldades de a criança acompanhar o ritmo dos 
colegas. Quando a escola tem ciência sobre o autismo do aluno, ele terá direito a uma 
avaliação diferenciada, de acordo com a capacidades e desenvolvimento individual.
34
Os pais podem pedir aos professores e à direção que não revelem aos colegas e a 
outros pais que seu filho é autista.
A desvantagem de não informar sobre o autismo do seu filho é que ele não poderá 
usufruir de direitos, como professor (a) auxiliar, provas adaptadas, material alternativo, 
entre outros.
Como explicar o autismo para outras crianças? É muito importante explicar o 
autismo para todas as crianças de forma descomplicada, especialmente aquelas que 
convivem com um autista. Elas precisam compreender que o (a) colega com autismo 
tem um jeito diferente de se comunicar, de se relacionar, de brincar, de superar seus 
desafios, e que todos nós somos diferentes e temos algo a aprender e a ensinar.
O que faz o professor auxiliar? O professor auxiliar é um direito das pessoas com 
autismo que necessitarem desse profissional. Ele é chamado para assistir a criança 
autista na sala de aula regular, sempre que for necessário compreender o material 
apresentado pela professora, as tarefas, as atividades a serem feitas e nas interações 
sociais com outras crianças. É muito importante entender que, de acordo com a Lei 
12.764/12, conhecida como Lei Berenice Piana, esse profissional deve ser especializado, 
isto é, deve entender de autismo.
Uma grande lacuna da lei é não dizer qual o tipo de especialização que esse profissional 
precisa ter. Normalmente são estagiários de pedagogia, psicologia, fonoaudiologia.
O que faz o assistente terapêutico (AT)? É o que aplica a terapia na criança sob 
supervisão do terapeuta responsável, normalmente um psicólogo, fonoaudiólogo, 
terapeuta ocupacional ou analista do comportamento.
Esse profissional pode ser um estagiário em psicologia, fonoaudiologia, terapia 
ocupacional, fisioterapia, enfermagem ou mesmo pessoas que já tenham passado por 
algum tipo de treinamento.
O que faz o cuidador? É aquele que acompanha a criança e a auxilia nas atividades 
de vida diária – AVD: como se alimentar, trocar de roupa, fazer higiene pessoal, ir 
ao banheiro, etc. Esse profissional não precisa ter especialização em autismo, mas é 
importante que tenha experiência no cuidado com crianças.
35
O que é Ensino Estruturado?17 O uso dele possibilita desenvolver nos alunos a 
organização do pensamento e assim passar de forma bem clara os conceitos relativos 
aos que desejamos ensinar. A utilização de pistas visuais deixa bem claro aos alunos o 
que devem fazer, como devem fazer, quando começam e quando terminam aatividade.  
Há alteração e melhora nos comportamentos inadequados; melhor dizendo, acontece a 
diminuição da frequência deles até sua possível extinção. A generalização do conteúdo 
é favorecida nos ambientes estruturados e com atividades nesse mesmo viés, em que 
o objetivo maior de qualquer professor, que é a aprendizagem, se torna mais facilitado.
 
Quais as vantagens do Ensino Estruturado? 18 Ele oferece autonomia. Isso se dá porque 
ele antecipa o que acontecerá, aumenta a compreensão do aluno sobre o ambiente ao 
seu redor e do que se espera dele, melhora a aprendizagem, organiza a realização das 
tarefas e melhora problemas comportamentais. Além do que já foi citado, podemos ver 
seus efeitos benéficos em relação à promoção da inclusão, de melhorar as habilidades 
sociais, tanto quanto aumentar a comunicação, a atenção, a motivação, etc. 
Um (a) aluno (a) com autismo deve ser avaliado de acordo com suas próprias 
potencialidades? Esse é um ponto muito delicado e individual. Para alguns, revisar a 
prova antes de receber para verificar se o enunciado foi entendido será suficiente; para 
outros, será preciso dicas visuais, ilustrações; outros precisarão de provas em local 
separado da turma; para outros, a prova oral será o ideal; enquanto outros somente 
trabalharão com um assunto parecido, mas de uma forma menos complexa.
Cada pessoa com autismo tem direito à avalição e à nota em boletim, e suas 
potencialidades sempre serão avaliadas de acordo com o seu próprio desenvolvimento.
Como sabemos se é necessário ter material adaptado? Esse é mais um ponto 
extremamente individual. Muitas pessoas com autismo precisam ter materiais adaptados. 
Quem faz isso são laudos médicos e de profissionais como psicólogo (a) e fonoaudiólogo 
(a), pois ajudam a deixar claro sobre as necessidades específicas do aluno. 
Quem é o (a) responsável pela elaboração do material adaptado? A escola! Sem 
17 Por Claudia Coelho de Moraes. Professora; Pedagoga; Pós-graduada em Ensino Estruturado para TEA; 
Mestranda em Educação; Coordenadora do Instituto Ninho; Palestrante; Coautora do livro “Portfólio de Atividades 
para o Ensino Estruturado” e do livro “Autismo, O Transtorno do Implícito”; Membra do Conselho de Honra da 
REUNIDA; Membra Fundadora do AUTISUL e Membra do NAPNE IFRJ/Resende. @institutoninho @claudia.mo-
raes.7330. 
18 Ibid. 
36
qualquer custo para o aluno ou sua família. Algumas escolas têm salas de recursos 
especiais, e os profissionais que trabalham ali fazem a adaptação do material. Em 
outros locais, isso é feito pelo professor auxiliar, sempre sob supervisão do professor 
regente da turma. 
O psicólogo, o fonoaudiólogo e o terapeuta ocupacional que acompanham a criança 
podem auxiliar a escola nesse processo, passando informações sobre as necessidades 
adaptativas, mas não é função deles preparar esse material.
Qual a importância da parceria Família & Escola? Precisamos entender que pais e 
escola não estão em lados opostos numa batalha. Tanto um quanto o outro devem 
trabalhar em prol do desenvolvimento do autista. Pais, auxiliem os professores a 
entenderem, estimularem e ensinarem seus filhos. Os pais são as pessoas que mais 
entendem sobre como o aluno é motivado, animado e produtivo, mas muitas vezes 
não sabem como ensinar seus filhos. Professores têm as técnicas de ensino, sabem o 
que é esperado e têm estratégias para o ensino, mas muitas vezes não sabem o que 
motiva, o que anima e o que desregula seu aluno. Quando nós, pais, mostrarmos para 
a escola que estamos dispostos a uma parceria e não a uma disputa de poder ou de 
conhecimento, poderemos juntos otimizar o desenvolvimento e evolução do nosso 
filho, aluno da escola.
37
38
5o) DAS TERAPIAS19 
 A lei n. 12.764/12 (Lei Berenice Piana), que instituiu a Política Nacional de Proteção 
dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, prevê, em seus artigos 2°, 
III e 3°, III, “b”, a obrigatoriedade do fornecimento de atendimento multiprofissional ao 
paciente com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista.
Quais são os itens indispensáveis em um laudo de Transtorno do Espectro Autista 
para solicitação de terapias?20 Um laudo médico detalhado e preciso é ferramenta 
chave para garantir que o paciente usufrua de todos os seus direitos e possa ter 
acesso às intervenções necessárias. Para que a pessoa com TEA tenha seu tratamento 
custeado pelos planos de saúde de forma adequada, é necessário ter em mente que, 
se o número de sessões de cada terapia solicitada exceder o limite anual estabelecido 
pela ANS (Agência Nacional de Saúde), precisará de um laudo bastante específico. 
Pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (CID-10 F84; DSM-5 
299.00) têm direito a quantas sessões forem necessárias, desde que essa necessidade 
seja comprovada por meio de pedido médico. Então, se esse for o caso, é necessário 
que o laudo médico conste com apontamentos assertivos mediante às solicitações e 
comprovação das necessidades. Recomenda-se que os responsáveis legais tenham 2 
vias do laudo desse documento para o caso de ser necessário judicialização.
O que é uma Equipe Multidisciplinar? É uma equipe formada por médico (a) psiquiatra, 
19 Revisão Patrícia Winck - Conselheira Estadual da REUNIDA (Rede Unificada Nacional Internacional em 
Defesa de Pessoas com Autismo). Arteterapeuta. Bacharela em Direito; Pós-graduada em Arteterapia e em Orien-
tação Profissional e de Carreira – A facilitação da escolha. Atendimento especializado em Autismo CIAR FLORIPA 
- Centro Internacional de Análise Relacional. Membra da Associação Catarinense de Arteterapia e do The Nora 
Cavaco Institute – International Center of Neuropsychology & Autismo – Portugal.Voluntária do grupo de pais Con-
versando sobre Autismo, do Espectro Autista de São José.
20 Dra. Deborah Kerches é neuropediatra especialista em Transtorno do Espectro Autista; coordenadora e 
professora de pós-graduações do CBI of Miami; membra do conselho profissional da REUNIDA (Rede unificada na-
cional e internacional em defesa das pessoas com autismo); autora de e-books; membra da Sociedade Brasileira de 
Neuropediatria, da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (ABENEPI), da Academia Brasileira de 
Neurologia, da Associação Francesa La cause des bébés e da Sociedade Brasileira de Cefaleia. @dradeborahkerches
39
neurologista, neuropediatra, psicólogo(a), neuropsicólogo(a), psicopedagogo(a), 
pedagogo(a), professor(a) de apoio, terapeuta ocupacional, psicomotricista, educador(a) 
físico, fisioterapeuta, nutricionista, acompanhante terapêutico, fonoaudiólogo(a), 
equoterapeuta, musicoterapeuta, arteterapeuta, todos juntos para trabalharem na 
melhoria da qualidade de vida da pessoa com autismo. O mais importante em uma 
equipe multidisciplinar é que haja uma comunicação eficiente e reuniões avaliativas 
periódicas, para que sejam alcançados com mais eficácia, os resultados planejados 
para aquele paciente. A troca de saberes e a integração de fazeres dos profissionais 
envolvidos trazem ganhos para todos, seja paciente, família ou escola e aos ambientes 
sociais por eles vivenciados.
E procure, se possível, a REUNIDA de sua cidade, ou grupo de pais ou uma AMA - 
Associação de Pais dos Autistas, para que a equipe multidisciplinar possa auxiliar 
na tomada de decisões sobre quais as terapias prioritárias às necessidades do TEA 
naquele momento. 
Quais as terapias indicadas? Cada criança, adolescente ou adulto com o Transtorno do 
Espectro Autista tem suas particularidades pessoais e sócio-histórico-culturais, bem como as 
condicionantes do TEA. Isso faz dela única em muitos aspectos. Essencialmente no que se 
refere às necessidades a serem trabalhadas em terapia. Devido a essas peculiaridades, o 
médico neurologista, neuropediatra ou psiquiatra podem indicar as terapias prioritárias para 
cada pessoa: se na área da comunicação ou comportamento, eixos do espectro, e quais outras 
terapias podem potencializar os resultados para essa pessoacom TEA. Os profissionais devem 
ser especializados em autismo, agregando maior capacitação às suas formações profissionais. 
As terapias principais para acolher as pessoas com autismo são a Psicologia, a Fonoaudiologia, 
a Terapia Ocupacional, bem como sua especialização na Integração Sensorial, a Psicopedagogia 
(se a criança já está na educação infantil); e as terapias complementares são a Psicomotricidade, a 
Musicoterapia, a Arteterapia, a Equoterapia, a Cinoterapia; e as terapias Biomédicas englobam o 
universo das terapias sociais, comportamentais, motoras, cognitivas, afetivas e psicoemocionais.
Por exemplo: Aba – Analise do Comportamento Aplicada; Denver; Sunrise; TEACCH® - Treatment 
and Education of Autistic and Related Communication Handcapped Children; Pecs - Picture Exchange 
Communication System; TCC - Terapia Cognitivo Comportamental; Floortime
O que é a Psicopedagogia? Como atua?
A psicopedagogia trabalha com a prevenção e a reabilitação de dificuldades de 
aprendizagem. O profissional deverá ter especialização para acolher crianças e jovens 
40
com TEA.
Normalmente os atendimentos são em um espaço clínico, onde o profissional fará uma 
entrevista com os responsáveis para obter as informações sobre o pré e o pós-nascimento 
da criança e o seu desenvolvimento. Após isso, o profissional iniciará as avaliações 
baseadas em comprovações científicas, as hipóteses diagnósticas, o planejamento dos 
atendimentos e as intervenções necessárias. Pode ocorrer a necessidade de fazer 
encaminhamentos a outros profissionais, formando assim uma equipe multidisciplinar.
Quando devo procurar um Psicopedagogo?
Se seu (sua) filho (a) apresentar dificuldades:
- na coordenação motora fina como manusear pequenos objetos, desenhar, pintar;
- na coordenação motora ampla como correr, pular, saltar;
- em leitura e escrita;
- em socialização, brinca somente sozinho, mesmo com alguém para a sua interação;
- de manter a atenção, dispersando-se facilmente.
Qual a importância da família de uma criança ou jovem autista no acompanhamento 
psicopedagógico?21 
Todo desenvolvimento infantil inicia-se no lar, com os responsáveis apresentando, 
oferecendo, ensinando e motivando as descobertas e as aprendizagens. Ao 
Psicopedagogo, cabe orientar os responsáveis com ideias, atitudes, ações e informações 
para que os estímulos adequados sejam ofertados em todos os ambientes que a criança 
ou jovem venha a frequentar. 
O atendimento psicopedagógico vem a somar, formando assim uma unidade: criança-
família-escola-psicopedagogo (equipe multidisciplinar).
Receber uma criança ou adolescente no consultório psicopedagógico é, acima de 
tudo, recepcioná-lo com acolhimento, afetividade e um olhar diferenciado, pois essa 
sintonia e parceria, profissional-aprendente, fará toda a diferença para um trabalho 
com ótimos resultados.
21 Por Gislene Papadopoli, Psicopedagoga e Neuropsicopedagoga Clínica e Institucional; Graduada em licen-
ciatura e bacharelado em Ciências; Especialista em dificuldades e transtornos de aprendizagem; Especialista em 
Transtornos do Espectro Autista.
41
Como o (a) médico (a) deve atender um (a) paciente que tem autismo?
• Fazer perguntas fechadas, não abertas, para que o autista não se perca nos detalhes;
• Apesar de necessitar da informação dada pelo acompanhante do autista, incluir o 
autista na avaliação o máximo que puder;
• Considerar que, apesar da ausência de dor e febre, pode apresentar um quadro 
mais grave do que parece;
• Pedir permissão ao (à) autista para tocá-lo(a) antes de examiná-lo (a);
• Nomear cada procedimento para o (a) autista (ainda que ele não seja verbal), 
explicando o que está fazendo, de maneira simples;
• Evitar linguagem figurada;
• Respeitar as decisões do paciente no caso de se alimentar mal devido ao autismo;
• Fazer exames adicionais, ainda que pareça irrelevante pela falta de dor, febre ou 
emoção do paciente.
42
43
6o) DOS DIREITOS22
Utilizamos o E-book “Direito dos Autistas” disponível: https://www.autismolegal.com.
br/e-book/ como base e elencaremos alguns importantes:
A Lei 12.764 de 27/12/2012, conhecida como Lei Berenice Piana, determinou que a 
pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência para 
todos os efeitos legais. Lembrando que a Lei é federal, portanto, vale em qualquer lugar 
do Brasil.
A Lei 13.146 de 06/07/2015, Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, ou co-
nhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, confirma e solidifica muitos direitos 
não somente da pessoa com autismo, mas também de toda pessoa com deficiência. (Grifo 
nosso)
6.1 DO DIREITO À SAÚDE 
Meu (minha) filho (a) tem direito de atendimento à saúde? Muitas famílias desconhecem 
detalhes sobre os direitos do autista em relação ao atendimento de saúde tanto na 
rede privada quanto pública. O que o convênio não revela e muitos pais não sabem? 
Esse limite determinado não é o máximo, e sim o mínimo! O que isso significa? Significa 
que, caso seja necessário e comprovado (por pedido médico), o convênio médico é 
obrigado a disponibilizar quantas sessões forem necessárias.
Outra coisa que ninguém conta é que autismo não é doença pré-existente, portanto, 
não tem carência estendida.
Os convênios têm prazos limites para prestar atendimento? Ninguém precisa esperar 
por meses para ser atendido.
 
Consigo medicação gratuita? A medicação gratuita é uma realidade, porém alguns 
cuidados devem ser tomados para que o benefício seja concedido. Um deles é a 
receita ter o nome genérico do medicamento, e não o nome de “balcão”. Remédios 
de alto custo e os que não estão disponíveis na rede pública de distribuição também 
22 Revisão – Dra. Ana Carolina Lopetegui - Conselheira Estadual da REUNIDA (Rede Unificada Nacional In-
ternacional em Defesa de Pessoas com Autismo). Advogada. Pós-graduada em Direito Médico. Trabalha auxiliando 
outras mães e pais prestando consultoria e atuando em processos judiciais e administrativos em prol dos direitos 
dos deficientes. 
https://www.autismolegal.com.br/e-book/
https://www.autismolegal.com.br/e-book/
44
podem ser solicitados. Nesse caso, é preciso que haja justificativas comprovadas sobre 
a necessidade específica e exclusiva dele.
6.2 DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Meu (minha) filho (a) pode ter a matrícula negada? Ninguém pode negar matrícula para 
um aluno por causa do seu autismo, e não existe limite máximo de vagas para alunos 
de inclusão. Se na escola em que você matricular seu filho possuir vaga para a turma e 
horário que você escolheu, negar em razão do autismo ou porque já preencheram as 
vagas de inclusão é crime de discriminação! 
6.3 DO DIREITO – CAPACIDADE CIVIL
A pessoa com autismo tem capacidade civil? Sim, para todos os atos da vida civil 
e somente será impedida se comprovada a incapacidade de expressar sua vontade, 
ainda assim dentro de alguns limites. O alistamento militar e o alistamento eleitoral 
são obrigatórios para todas as pessoas com autismo, que poderão posteriormente ser 
dispensadas pelos respectivos órgãos. 
Como faço para pedir a Carteira Nacional do (a) Autista? De acordo com a  Lei 
13.977/2020, a Lei Romeo Mion, a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno 
do Espectro Autista (Ciptea) será emitida gratuitamente pelos órgãos estaduais, 
distritais e municipais. Para solicitar a carteira, o (a) interessado(a) precisa apresentar 
um requerimento com as seguintes informações: nome completo, filiação, local e 
data de nascimento, número da carteira de identidade civil, número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), tipo sanguíneo, endereço residencial completo e 
número de telefone do identificado. É necessário também entregar uma fotografia 
3x4. O responsável legal ou cuidador também precisa informar seus dados: nome 
completo, documento de identificação, endereço residencial, telefone e e-mail. Além 
da documentação e das informações, é necessário apresentar um relatório médico 
indicando o código da Classificação Estatística

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