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O tema avaliacao escolar DIDATICA (1)

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1. Introdução 
Quando se fala em avaliação a primeira impressão é de uma sala de aula cheia de alunos fazendo prova, porém, essa não é uma prática apenas escolar. A avaliação é um processo que faz parte de nossa vida. Na escola, a avaliação sempre se fez presente e necessária, como forma de “medir” o aprendizado do aluno de forma individual, através de provas. Há poucos anos era comum a aplicação de somente uma prova para cada matéria, o aluno tinha somente essa forma de ser avaliado e assim as outras competências do indivíduo não eram consideradas, o que prejudicava aqueles que não conseguiam uma nota favorável, por eles estarem doente ou algum problema familiar que fizesse com que o aluno não tivesse a condição de fazer uma boa prova.
O presente trabalho objetiva entender como está sendo feita a avaliação na prática escolar e como a escola, o professor e o estado fazem para ajudar os alunos que possuem dificuldades no ensino.
2. Síntese
A avaliação escolar tem o objetivo de analisar o desempenho do aluno, tendo como critério a nota obtida no teste, mas para que se chegue a esse resultado, é necessário haver primeiramente aulas expositivas, ficando assim a critério do professor e da escola criar métodos de ensino que possibilite o aprendizado do aluno.
É perceptível uma problemática quando se fala em atribuições de notas, pois muitos professores julgam os alunos em bons ou desinteressados levando em consideração apenas a pontuação conseguida na prova. O professor Cipriano Carlos Luckesi diz:
No que se refere ao ensino e a aprendizagem, avaliação tem sido executada como se estivesse independente do projeto pedagógico e do processo de ensino e, por isso, tem-se destinado exclusivamente a uma atribuição de notas e conceitos aos alunos. Não tem cumprido a sua verdadeira função de mecanismo, a serviço da construção do melhor resultado possível, uma vez que tem sido usada de forma classificatória e não diagnostica (Luckesi, 1995,p.150).
3. Metodologia 
A pesquisa foi realizada in loco através de questionário que segundo Antônio Gil (2008) enquadra-se em método de pesquisa qualitativa, feita na cidade de Barcarena, na Escola Municipal Aloysio da Costa Chaves.
Entramos na escola sem nenhum problema, pois não havia um porteiro ou um vigilante, apenas uma inspetora que andava pelos corredores. Pedimos a ela ajuda para encontrar um professor que estivesse disposto em colaborar com nossas pesquisas, fomos na sala de três professores.
O primeiro professor disse que não estava disposto em ajudar, pois estava ocupado dando aula e não queria ser interrompido, já o segundo disse que se quiséssemos era para irmos a casa dele, mas como o grupo mora em cidades distintas, preferimos continuar a buscar outro professor. Na terceira tentativa chegamos a uma sala, que estavam todos os alunos fazendo trabalho em grupos e a professora gentilmente quis fazer parte da nossa pesquisa. Ela retratou várias dificuldades da escola que podemos notar rápido desde a estrutura física, falta de limpeza na área da escola e a falta de lanche.
 A professora deixou muito bem clara as dificuldades enfrentadas por ela e seus colegas de trabalho e principalmente pelos os alunos que ali estudam. Mesmo diante de muitas dificuldades, muitos alunos ainda conseguem exatidão nas suas provas com esforço e empenho porque sabem o poder do ensino e aprendizagem para suas vidas.
Antes de fazer a primeira pergunta, a professora mostrou está muito preocupada com a falta de ensino daquela escola e demais escolas do município, pois relatou que faltam profissionais qualificados na prática do ensino e que somente a graduação não ameniza as situações precárias do ensino. 
Tínhamos varias perguntas para fazer a professora, mas ela queria que fossemos rápidos, para que nada a comprometesse, então iniciamos a nossa entrevista:
Há certa comodidade por parte da escola, professor e estado na questão de levantamentos de dados dos alunos, para saber as dificuldades dos alunos?
Muitas vezes a escola juntamente com o professor não possui esse tempo hábil para fazer esse levantamento que muitas se relacionam a escola, a família, infraestrutura etc. 
E o estado se negligência, pois não oferece a infraestrutura capaz de atrair o aluno como livros, merenda equipamentos, espaço adequado, professores preparados, ou seja, ao aluno só é dado a sala de aula, professor com salas superlotadas, pois com essas series de problemas a escola será incapaz de entender e trabalhar as dificuldades dos alunos. Ela completou a resposta nos dizendo, que em muitas escolas não existem corpo técnico que facilite trabalhar as dificuldades dos alunos. 
Como o professor e a escola lidam com os alunos que não conseguem atingir os resultados propostos?
A professora nos relata que algumas escolas oferecem reforços escolares para aqueles alunos considerados “fracos”, ou seja, que não conseguem atingir os resultados desejados, já em outras escolas só existe a recuperação paralela quando este não consegue o êxito. Existe um atendimento especializado que geralmente é levada pelos pais, encaminhada pela escola, ou ainda por meio de triagem por algum profissional da área da saúde. Esse processo envolve, portanto, a avaliação de três agentes sociais: a escola, a família e um profissional da saúde (Marturano & Loureiro, 2003; Souza, 1997), verificando-se considerável consenso no processo de identificação dessas crianças.
O governo federal está implementando um projeto nas escolas denominado “Mais Educação”, mas essas escolas não possuem infraestrutura para desenvolver o mesmo, e este funciona, mas com o objetivo de não perder o acesso aos recursos que projeto oferece. 
Como são feita a avaliação dos alunos?
Na escola em que ela trabalha são utilizadas duas formas de a avaliação qualitativa, que é aquela que envolve os alunos na sua prática diária (frequência, participação, socialização) onde é atribuída uma nota, e a outra forma e a quantitativa que se dá através de uma avaliação bimestral onde também se atribui uma nota que é somada a qualitativa para a média do aluno. 
Podemos definir a avaliação escolar como componente de ensino? É correto o meio de avaliação imposta pela sua escola?
 Com certeza a avaliação escolar é um dos instrumentos de ensino que usamos para verificar se os resultados foram atingidos em cima daquilo que foi proposto (aula, texto, pesquisa e etc.).
Não é o instrumento mais correto, mas foi aquele que a escola elegeu para avaliar.
Um equívoco do professor é utilizar a avaliação como recompensa aos bons alunos e punição para os desinteressados ou indisciplinados. Diante disso, como se enquadra o tipo da sua avaliação?
A função do professor não é punir, mas transmitir conhecimento, afinal ele foi aluno e deve saber as dores e insatisfações que a escola diversas vezes oferece. Os alunos que se enquadram como desinteressados ou indisciplinados precisam de acompanhamento pelo corpo pedagógico da escola, mas é notório que não existe corpo técnico seja pela ausência dos pais ou familiares. Por isso não cabe ao professor punir ou premiar.
Acredito que essa mentalidade vem mudando e que muitos colegas de profissão já perceberam que a educação mudou e que precisam se adequar a essas mudanças na sociedade que refletem na escola e na sala de aula. 
Como são utilizadas a didática nas suas aulas?
A didática deve ir além dos métodos e das técnicas, tem que procurar associar escola- sociedade. É tarefa do professor compreender e analisar a realidade onde a escola está inserida. A prática de planejamento do ensino tem sido questionada quanto a sua validade como instrumento de melhoria qualitativa no processo de ensino como o trabalho do professor:
[...] a vivência do cotidiano escolar nos tem evidenciado situações bastante questionáveis neste sentido. Percebe-se, de início, que os objetivos educacionais propostos nos currículos dos cursos apresentam confusos e desvinculados da realidade social. Os conteúdos a serem trabalhados,por sua vez, são definidos de forma autoritária, pois os professores via regra, não participam dessa tarefa. Nessas condições, tendem a mostrar-se sem elos significativos com as experiências de vida dos alunos, seus interesses e necessidades (Lopes, 2000, p. 41).
4. Considerações Finais
O modo de avaliação mais coerente para os alunos seria a junção de uma qualitativa onde envolve a observação da análise de provas, respostas dos alunos, permitindo assim ao professor tomar decisões a cerca do que foi visto e uma quantitativa que visa a atribuição de notas nas atividades que comprovam o eficácia do processo de ensino.
Cabe ao professor no inicio do ano letivo analisar através de um diagnostico as condições dos alunos para ver se ele está apto ao estudo da nova matéria. No meio do ano letivo é feito o acompanhamento do progresso do aluno em comparação com o inicio, já no final é necessário avaliar os objetivos alcançados na aprendizagem. 
É de suma importância uma articulação entre o estado e a escola para trabalhar em cima das dificuldades dos alunos para atingir com que eles possam atingir o aprendizado com êxito. O governo deve fortalecer os projetos nas escolas, além de preparar os professores para trabalhar lidar com esses problemas.
	 
 
 5. Referencias 
Luckesi, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 1995.
TURRA, Clódia M. et al. Planejamento de ensino e avaliação. Porto Alegre: Sagra, 1986.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Marturano, E.M. & Loureiro, S.R. (2003). O desenvolvimento socioemocional e as queixas escolares. In A. Del Prette & Z.A.P. Del Prette (Ed.), Habilidades sociais, desenvolvimento e aprendizagem: Questões conceituais, avaliação e intervenção. Campinas: Alínea.	
SOUZA, M.P.R. (1997). A queixa escolar e predomínio de uma visão de mundo. In A.M.
Machado & M.P.R. Souza, Psicologia escolar: Em busca de novos rumos (pp.17-34). São Paulo: Casa do Psicólogo.
LOPES, R.M.G.P. (2000). Concepções pedagógicas e emancipação humana: um estudo crítico. In: Pimenta, S.G. (org). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, p.41.

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