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RESUMO LIVRO 1984 111

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RESUMO LIVRO “1984”, DE GEORGE ORWELL
Capítulo 1
Winston Smith era um homem de 39 anos, magro, com cabelo loiro e a face naturalmente sanguínea. Morava em um local denominado “Mansão Vitória”. Fazia parte do partido do “Grande Irmão” e era constantemente monitorado pela “teletela”, uma placa metálica retangular, que enviava mensagens de voz e era capaz de captar imagens de sua moradia, controlando seus passos. Para todos os lados que Winston olhava, através de uma janela, via cartazes com o s dizeres: “O Grande Irmão Zela por Ti”. No partido que dominava a cidade, havia a “Polícia do Pensamento”, que controlava as manifestações escritas e orais dos cidadãos de Londres, uma província da Oceania.
Winston trabalhava no Ministério da Verdade, responsável pela falsificação de diversos documentos e livros que se referiam ao passado, transformando seus textos para que fossem a favor do Partido. Em Novilíngua (língua do país), esse Ministério era conhecido como Miniver, e sua sede fica em um prédio com formato de pirâmide. Na verdade, o Partido possuía 4 Ministérios: o Ministério da Verdade, direcionado à instrução e lazer; o Ministério da Paz, que cuidava das guerras; o Ministério do Amor, responsável pelas leis; e o Ministério da Fartura, relativo à economia do lugar.
Um dia, Winston decidiu pegar em uma gaveta de sua casa, um caderno, às escondidas, que transformou em um diário, e nele começou a escrever em 4 de abril de 1984. Ele era uma pessoa que antipatizava com todas as mulheres. Além delas, ele não gostava de O’Brien, que era membro do Partido Interno, um homem grande e de rosto grosseiro. Nesse dia, todos estavam atentos à tela em que era transmitido “Os Dois Minutos de Ódio”, onde Goldstein, “O Inimigo do Povo” falava para a população, que já havia sido condenado à morte, por estar contra o Partido. Nessa transmissão, insultava o “Grande Irmão”, denunciando a ditadura do Partido e pedindo liberdade de palavra e de pensamento.
Em alguns momentos, o ódio de Winston se dirigia para “O Grande Irmão”, ao Partido e à Polícia do Pensamento. Mas, em seguida, voltava a adorá-lo. Ao mesmo tempo em que escrevia no diário palavras de ódio ao “Grande Irmão”.
Capítulo 2
Certo dia, a vizinha do apartamento de Watson, a Sra Parsons, foi pedir a ele que consertasse a pia da cozinha. Ele foi até o apartamento dela, onde estavam seus filhos. O marido dela trabalhava com Watson no Ministério da Verdade. Era gordo, ativo, mas de uma estupidez paralisante. Na casa dos Parsons, as crianças brincavam, e logo começaram a pular em volta de Watson, chamando-o de traidor e de ideocriminoso. As crianças do lugar eram horríveis, segundo Watson, pois eram transformadas pelo Partido em pequenos selvagens. Mas, adoravam o Partido e “O Grande Irmão”. Em um momento seguinte, na teletela, foi anunciada a redução da ração de chocolate de trinta para vinte gramas.
Outro fato importante desse período, é que caíam em Londres, por semana, de vinte a trinta bombas, em meio às guerras com diferentes Províncias. Aparecia também constantemente na teletela, a sigla INGSOC, que em novilíngua, representava duplepensar. E na mente de Winston, voltava o pensamento do lema do Partido: GUERRA É PAZ, LIBERDADE É ESCRAVIDÃO, IGNORÂNCIA É FORÇA.
Em um certo momento, Winston começou a pensar, para quem estaria escrevendo seu diário, e se era para o presente ou passado.
Capítulo 3
Winston sempre tinha sonhos com sua mãe, que havia desaparecido quando ele tinha uns dez anos. Do pai, também, possuía poucas lembranças. A morte de sua mãe, que aconteceu de forma trágica, ocorreu em um período da História em que tudo era diferente de seu momento atual, pois havia amor, amizade e mais liberdade.
Nessa época, como em 1984, a Oceania estava em guerra com a Eurásia, e o Partido dizia que esses dois continentes nunca tinham sido aliados, e Winston sabia que sim. Mas o que importava era o que dizia o Partido, e que se tornava uma verdade. Segundo o Partido: “Quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado.
Com isso, o pensamento de Winston partiu para o “duplipensar”, entre saber e não saber, defender pontos de vista diversos, ir contra a moralidade em nome da moralidade, coisas desse tipo.
Dessa forma, o passado havia sido destruído, pois não havia nenhum registro dele. Para Winston, as palavras “Grande Irmão”, sempre fizeram parte da História do Partido, e representavam “chefe e guardião da Revolução”, e que antigamente representava “Socialismo inglês”.
Capítulo 4
Dentro do prédio em que Winston morava, havia várias aberturas nas paredes das salas e corredores, conhecidas como “buracos da memória” serviam para guardar paéis que fossem encontrados no chão ou documentos que deveriam ser destruídos, sendo sugados para as caldeiras e destruídos.
Quando Winston corrigia os documentos destinados a ele, a fim de ficarem de acordo com o pensamento do Partido, os originais eram colocados nessas aberturas para serem sugados pelo buraco da memória. Essas correções eram feitas em livros, jornais, cartazes, panfletos, dentre outros. Na verdade, em todos os documentos que tivessem um significado político ou ideológico, atualizando-se o passado. Nada podia entrar em conflito com os ideais do presente. E em algum lugar estava alguém que era o responsável por coordenar todo esse trabalho.
Dessa forma, o Departamento de registro, onde trabalhava Winston, era uma parte pequena do Ministério da Verdade, responsável pela distribuição do material impresso para a população. Os escritos eram refeitos em Novilíngua, e algumas pessoas estavam envolvidas nesse trabalho.
Algumas vezes, “O Grande Irmão” dedicava sua Ordem do Dia a alguém, que na realidade não existia, mas era criado por meio de algumas fotos falsas, como no caso do Camarada Ogilvy.
Capítulo 5
Winston tinha um “camarada” (porque amigo não mais havia), chamado Syme, que era filósofo e especialista em Novilíngua, fazendo parte de uma comissão encarregada de escrever a décima primeira edição do dicionário de Novilíngua. Ele costumava contar a Winston que não apenas criava novas palavras, como também reduzia as já existentes para um formato mais simples.
Para Syme, no ano de 2050 não haverá nenhum ser humano sobre a Terra e todo o conhecimento da “Anticlíngua” irá desaparecer, e que obras como as de Shakespeare só estarão disponíveis em Novilíngua. Por exemplo, ao se abolir o conceito de liberdade, todo o sentido das obras irá se modificar. No pensamento de Winston, mais cedo ou mais tarde, esse seu camarada irá desaparecer porque o Partido não gosta de pessoas muito inteligentes. 
Em seguida a esse fato, a teletela anunciou um pronunciamento do Ministério da Fartura, que dizia que o Partido havia ganho a batalha da produção, e que o povo estava feliz, pois “O Grande Irmão” havia proporcionado isso a eles, um aumento de 20% da produção de vários itens. Mas o povo parece que se esquecia que no dia anterior, ele havia reduzido a produção em 20%.
Qualquer demonstração contrária a esse recado seria punida por algum tipo de espião amador.
Capítulo 6
Em uma de suas confissões ao diário, Winston escreveu sobre seu encontro com uma prostituta, mas fez de tudo para apagar essas lembranças, pois, na época, era casado com Katherine, uma moça alta, com cabelos claros O Partido proibia que se andasse com prostitutas, mas alguns homens não obedeciam essa lei.
Em relação aos casamentos entre membros do Partido, esses deveriam ser aprovados por um comitê, e não poderia haver atração física entre o casal, pois o casamento servia para procriar. E esses filhos deveriam servir o partido. O sexo por prazer era condenado, havendo até uma Liga Juvenil Anti-Sexo, em que as crianças nasciam por inseminação artificia. 
No momento, Winston estava separado de sua esposa há nove anos, pois o Partido era contra o divórcio. Na época em que era casado, queria manter o celibato com a esposa que não amava, mas ela queria um filho,mas nunca ela engravidou. Para o Partido, o ato sexual realizado com êxito, era considerado rebelião, e o desejo era crimideia. Quanto à prostituta, Winston escreveu em seu diário, que era uma mulher com mais de cincoenta anos.
Capítulo 7
Para Winston, a esperança estava nas proles, ou seja, em 85% da população de Oceania, pois eles seriam capazes de destruir o Partido. O que faltava era a conscientização desse povo sobre as questões que os envolviam. Para O Partido, os proles eram inferiores, como verdadeiros animais submissos a diferentes regras. Não interessava ao Partido que eles tivessem uma postura política. O Partido não impunha a eles o puritanismo sexual e o divórcio era permitido.
Com o passar do tempo, Winston começou a sentir que o que mais aparecia na vida moderna era a miséria e o desânimo, e que a vida real era diferente do que se mostrava nas teletelas, além de não concordar com os ideiais do Partido. Na realidade, esses ideais faziam parte de um mundo com armas aterrorizantes, com uma população completamente dominada pelo Partido. E as teletelas não cansavam de mostrar que o povo tinha cada vez mais privilégios, deixando o passado esquecido
Capítulo 8
Em Novilíngua, o isolamento e a solidão eram chamados de propivida e não era comum, pois as pessoas estavam ocupadas o tempo todo. Mas naquele dia, Winston decidiu caminhar sozinho, passando por alguns bairros de proles, com crianças descalças e esfarrapadas. O macacão azul dele chamava a tenção das pessoas do lugar e da Polícia do Pensamento.
Em seguida, ouviu-se gritos e correria naquele local, onde foi atirada uma bomba, que acabou destruindo umas vinte casas do bairro. E tudo logo voltou ao normal. Winston continuou sua caminhada, até chegar em um bar em que pessoas discutiam sobre Loteria, que era um acontecimento organizado pelo Ministério da Fartura. Os prêmios em sua maioria eram imaginários, ou pequenos demais.
No percurso todo, ele pensava que a prole seria a única solução para derrubar o Partido. Foi quando encontrou um velho em um bar, o qual poderia ser um dos poucos representantes do capitalismo esquecido. Winston entro no bar e começou a falar com o velho. Queria saber como era antes da Revolução, ao mesmo tempo que falava sobre os “cartolas”, que oprimiam o povo, que mal tinha o que comer. E o velho lembrou que esses capitalistas discursavam sobre o Partido dos Trabalhadores, os “lacaios”. Mas quando Winston perguntou a ele se a vida de antigamente era melhor que a que ele estava vivendo no momento, o velho desconversou e não respondeu.
Winston saiu do bar, continuou a andar e chegou na loja em que comprara o livro antigo. Desta vez, comprou uma pedra de coral e conheceu um quarto do dono do local, Sr. Charrington, repleto de peças antigas e de um quadro que ele gostou, mas não levou. De repente, ao sair da loja, cruzou com uma mulher de macacão azul, que era a morena do Departamento de Ficção. Ficou assustado e achou que estava sendo seguido. Depois de muito susto, chegou em casa, pegou o diário para escrever e aguardar sua prisão pela Polícia do Pensamento, mas nada aconteceu.
Capítulo 9
Depois do incidente com a moça morena, Winston a reencontrou no prédio do trabalho, quando ela caiu sobre o braço machucado, ele a ajudou a se levantar e ela passou um papel dobrado para ele, sem ninguém perceber, pois as teletelas estavam espalhadas por todo canto. E ele achou prudente não abrir o papel, naquele momento. Winston começou então a imaginar o que teria naquele bilhete, de quem seria. Mas na verdade, quando conseguiu ler, estava escrito: “Eu te amo”, o que o deixou assustado e surpreso.
Depois de muito trabalho durante o dia, foi à noite no Centro Comunal, e quando voltou para casa, ficou pensando em como convidar a moça para sair com ele. Mas ela desapareceu por alguns dias, e quando voltou à cantina do trabalho, Winston tentou sentar na mesa dela, mas um rapaz o chamou e ele teve que ir, até que no dia seguinte, conseguiu se sentar na mesa dela e combinar um encontro na praça. No dia e hora marcados, os dois estavam lá e combinaram um encontro em um local distante, longe das teletelas, no domingo.
Capítulo 10
No dia marcado, os dois se encontraram, acabaram se beijando, ela se declarou a ele e disse seu nome, Júlia. Ela deu a ele um chocolate que comprou no mercado negro e atirou fora a faixa Anti-Sexo.
Winston queria saber o que uma moça de vinte e poucos anos vira nele, com 39. E ela falou que foi o fato de ela achar que ele era contra o Partido. Depois de um tempo, Júlia falou que tinha sido de muitos homens, o que despertou mais desejo em Winston, que disse a ela que detestava a virtude, era a favor da corrupção. E que somente através da força, o Partido seria derrubado.
E os dois, naquele encontro não representavam apenas dois amantes, mas eram protagonistas de um ato político.
Capítulo 11
Ao voltarem para casa, Júlia alertou Winston para fazer outro caminho, a fim de não causar suspeita. O encontro seguinte foi em um lugar abandonado, o campanário de uma igreja bombardeada. Na maior parte das vezes só se viam de longe, ou trocavam poucas palavras. Em uma das vezes, caiu uma bomba perto deles, mas eles se safaram. Outras vezes, não podiam se aproximar com medo de uma patrulha.
Júlia tinha 26 anos e trabalhava nas máquinas do Departamento de Ficção. Não gostava de ler e tinha um avô, que desaparecera quando ela tinha oito anos. Foi escolhida para trabalhar no Pornosec, que produzia pornografia para as proles. Essa seção era conhecida como Casa da Lama, onde trabalhavam somente mulheres. Ela contou a Winston que seu primeiro caso foi com um homem de sessenta anos, que se suicidou. Contou que tivera muitos outros depois. 
Winston falou sobre sua mulher, de quem estava separado, de sua frigidez, e outras coisas. Júlia descreveu seu ódio pelo Partido e suas críticas a respeito da privação sexual. Ela dizia que se a pessoa estava satisfeita sexualmente, não precisava admirar “O Grande Irmão”, nem participar dos Dois Minutos de Ódio. O impulso sexual era perigoso para o Partido, mas era estimulado o impulso paterno.
Winston contou a Júlia que um dia, no começo do casamento ele pensou em matar sua esposa, e quando estava com Júlia em um encontro, falou que se sentia morto, pois enquanto os homens forem humanos, morte e vida serão a mesma coisa.
Capítulo 12
Winston voltou à loja do Sr. Charrington e permaneceu em seu quarto sozinho e imaginou como seria perigoso se encontrar com Júlia naquele local, por algumas semanas. Eles estavam trabalhando muito, em função da Semana do Ódio. Diante dessa dificuldade de se encontrarem, ele pensou em alugar o quarto do antiquário para seus encontros com Júlia, e ela aprovou a ideia. Algumas vezes, ele se lembrava de quando saíra com a prostituta.
Em um dos encontros no quarto do antiquário, Júlia chegou com um pacote que continha açúcar, leite, geleia e pão, e todos esses alimentos pertenciam ao Partido. Em seguida, Júlia pediu que Winston virasse de costas e depois de alguns minutos pediu para ele se virar. Ela estava toda maquiada, e prometia conseguir um vestido, na próxima vez.
Os dois, ao acordarem naquele quarto, comentaram sobre o corte de luz, que variava de acordo com cada casa, quando um rato foi visto no quarto. Júlia comentou que a cidade estava repleta deles.
Em seguida, Winston reuniu os objetos que lá comprou e comparou o peso de vidro com o quarto em que estava; o coral seria sua vida e a da Júlia e o coração de cristal, a eternidade do amor.
Capítulo 13
O colega de trabalho de Winston, Syme, estava desaparecido há mais de dois dias, e Winston verificou que seu nome havia sido tirado do Comitê de Xadrez, portanto ele deixou de existir. Paralelamente, cresciam os preparativos para a Semana do Ódio, com passeatas, programas de teletela, dentre outros.
À noite, enquanto pessoas da prole passeavam, caíam bombas pelo caminho. Foi criada a Canção do Ódio, e Winston trabalhava nos textos dos discursos. As ruas estavam sendo preparadaspara o grande dia, e cartazes espalhados com a figura de um homem alto, apontando uma metralhadora. Em meio às bombas que caíam e matavam muitas pessoas da prole, esses eram chamados para o nacionalismo. Muitos cartazes foram queimados e lojas saqueadas. Júlia e Winston continuavam a se encontrar no quarto do antiquário, fazendo dele seu lar provisório. Era difícil chegar até lá, mas o local se tornou um santuário para os dois. Os dois tinham várias ideias, inclusive de lutarem contra o Partido, ou até se suicidarem se fossem perseguidos. Winston falava sobre sua admiração por O’Brien, mas ela, apesar de acreditar nisso, achava que não existia um movimento organizado de oposição.
Júlia se mostrava muito mais conhecedora da questão do Partido, inclusive tinha a opinião de que as bombas que caíam sobre a cidade eram enviadas pelo próprio Partido, apesar de ter nascido após a Revolução, e para ela o Partido era invencível.
Em suas conversas, falavam sobre as guerras que haviam passado, se eram reais ou não, sobre as supostas invenções do Partido, como os aviões, helicópteros, dentre outros. Winston comentou que tudo que pertencesse ao período de antes da Revolução foi destruído, inclusive pessoas, objetos e um pedaço de papel que revelava muita coisa, mas que ele jogou fora. E Júlia não se interessava por isso, somente pelo presente.
Capítulo 14
Certo dia, a caminho do Ministério, Winston foi seguido por um homem, que logo reconheceu que era O’Brien. Este se aproximou de Winston e começou a conversar com ele sobre as palavras que Winston utilizara em alguns de seus artigos e que ele considerava ultrapassadas. Então, pediu a Winston para ir a seu apartamento buscar a décima edição do dicionário da Novilíngua. Estavam sendo observados pela teletela.
Ao ler o bilhete, Winston percebeu que realmente existia um movimento de oposição e que ele estava muito próximo de fazer parte do mesmo.
Capítulo 15
Em uma manhã, acordou ao lado de Júlia, no quarto do antiquário, e contou a ela um sonho que teve com sua mãe. Lembrou-se nas necessidades que passou no período da Revolução, a falta de comida, o exército, e o desaparecimento do pai, que deixou sua mãe muito abatida. Pensou no quarto em que morava, que era abafado, escuro e cheio de objetos, nas brigas durante as refeições, de sua irmãzinha doente, de quando roubou a ração de chocolate de sua irmã, que estava muito mal de saúde. A partir desse dia, Winston não viu mais sua mãe, por isso falava que tinha assassinado sua mãe. Achava que as duas podiam ter sido levadas a uma colônia correcional, por exemplo.
Ao comparar esse fato com os proles, Winston percebeu que as relações entre eles continuavam independentes do Partido, e que suas relações eram individuais, que conservavam as reações primitivas. Em seguida, falou à Júlia sobre o perigo de ficarem se escondendo e que seriam pegos, mais cedo ou mais tarde, teriam que confessar tudo que estava escondido, mas Júlia respondeu que, apesar disso, o que eles acreditavam seria preservado. No Ministério do Amor, tudo podia ser descoberto, sob tortura até, mas os sentimentos de cada um seriam preservados.
Capítulo 16
Apesar de seguindo por caminhos diferentes, Júlia e Winston chegaram à casa de O’Brien e, estando lá, o encontraram sentado a uma mesa, com vários papeis. Era uma das casas do Partido Interno, com elevadores silenciosos e empregados de jaquetas brancas. O’Brien segurava um pedaço de papel e parecia que o estudava. Em seguida, foi até a teletela e desligou-a; ele tinha esse privilégio.
Winston e Júlia falaram que estavam lá porque acreditavam que existia um movimento de conspiração contra o Partido, e que O’Brien fazia parte dele. O’Brien convidou seu criado a participar da reunião, pois ele fazia parte da conspiração. Em seguida, fez um brinde com vinho, ao chefe, Goldstein, e falou que ele realmente existia, mas não sabia onde. Disse também, que esse movimento se chamava Fraternidade e se eles estavam dispostos a qualquer coisa como assassinar, morrer por um ideal, falsificar documentos, dentre outros. A seguir, perguntou se eles estariam dispostos a se separarem, e Júlia falou que não.
O’Brien pediu a Júlia que imaginasse que Winston poderia perder sua identidade, mudar de nome e até de fisionomia. Então, pediu ao criado que guardasse os rostos do casal para um futuro encontro. E disse que deveria deixar a teletela desligada por apenas vinte minutos. Disse que as ordens seriam dadas por pessoas diferentes a cada vez e que encaminharia um livro para os dois. Falou também que todo esse sacrifício seria compensado, quando conseguissem derrubar o Partido. Essa organização era composta por membros que não se conheciam, e se fossem presos defenderiam apenas uma ideia, e não saberiam mais o que denunciar.
O livro que O’Brien enviaria, era perseguido pela Polícia do Pensamento, que destruía os exemplares que encontrava. Seguiu dando instruções aos dois, de como receberiam os próximos passos e Winston se despediu, deixando-o reiniciar sua tarefa para o Partido.
Capítulo 17
No sexto dia da Semana do Ódio, contra a Eurásia, com manifestações nas ruas, bandeiras e cartazes espalhados, anunciou-se que a Oceania não estava em guerra com a Eurásia, mas sim com a Lestásia, e que a Eurásia era aliada. O povo começou a gritar, a arrancar cartazes e faixas, mas logo passou a ouvir atentamente as mensagens do Partido. 
Ao caminhar de volta para o Ministério, um homem derrubou uma pasta e avisou Winston para pegá-la. Era o combinado com O’Brien. Winston pegou a pasta, não a abriu e seguiu para o trabalho.
Em relação à guerra com a Lestázia, deveria haver uma grande mudança nos cartazes, faixas, panfletos, imediatamente. Até livros e filmes se tornaram ultrapassados. Portanto, todos os documentos que falassem o contrário, deveriam ser destruídos. Com isso, o trabalho no Departamento de Registro foi muito cansativo, até se chegar a esse resultado.
Quando acabou o trabalho, Winston se dirigiu ao quarto do antiquário, levando a paste que continha o livro. Ao chegar, abriu-o e começou a ler o primeiro capítulo, escrito por Goldstein. O título era: “Ignorância é força”. Esse capítulo fala que desde o fim do Período Neolítico, havia três classes: A Alta, a Média e a Baixa, com objetivos bem opostos. Em seguida, abriu no capítulo três, “Guerra é Paz”: O surgimento da Eurásia e Oceania foi devido à absorção da Europa pela Rússia e do Império Britânico pelos Estados Unidos. A Lestásia surgiu depois. Os motivos das guerras entre diferentes países são os mais variados possíveis. A natureza da guerra atual não é decisiva, pois nenhum dos três superestados poderia ser vencido. A Eurásia possui uma grande extensão de terras; a Oceania, de oceanos; e a Lestásia de indústrias e agricultura farta. Todos possuem economia independente, e a luta se dá por disputa de territórios que existem entre esses Estados, pois contêm minério e produtos agrícolas valiosos, além de mão de obra barata.
A partir do início do século XX, com o surgimento de guerras constantes, houve o empobrecimento da população mundial, além da desigualdade provocada pelo aparecimento da máquina, em que uns trabalham pouco e a maioria trabalha muito. Segundo o pensamento do autor, uma sociedade hierárquica só seria possível se houvesse pobreza e ignorância.
Entre 1920 e 1940, a economia de muitos países ficou estagnada, com o fim do capitalismo, e a guerra destruía os produtos feitos pelos homens. Mesmo que as guerras não tragam benefícios a nenhuma das partes, o importante é preservar o estado de guerra. Dentro do Partido Interno, existe sempre a sensação da realidade de uma guerra, mesmo que ela não exista de fato, o ódio é maior, e sempre acreditam em sua vitória, aumentando seu arsenal de armas, se preparando para a vitória, por meio da conquista de territórios ou aquisição de novas armas. Isso é nítido na Oceania. As metas do partido são conquistar o maior número de terras e impedir a liberdade de pensamento. As três potências nunca entram emuma guerra de grande risco de derrota e devem sempre manter distância de estrangeiros, apenas tendo contato com prisioneiros de guerra. Também não devem ser conhecidas as filosofias de outros estados, apesar de serem parecidas, havendo em todas um chefe semi-divino, a mesma economia, o desejo de conquistar o mundo e a continuidade da guerra.
A Oceania é hoje, um local onde as guerras são pela disputa de poder entre as classes dominantes e dominadas, portanto, a guerra deixou de existir ao se tornar contínua. A paz constante seria igual à guerra constante, daí o lema do Partido: “Guerra é Paz”.
Winston fez uma pausa na leitura, quando chegou Júlia. Ele falou para ela sobre o livro, e começou a ler em voz alta, o primeiro capítulo, apontando para a guerra entre as classes, cujas alianças são falsas e todas lutam em busca de poder.
O socialismo, que se iniciou no século XIX, perdeu força e surgiram novos movimentos na metade do século: O Ingsoc, na Oceania; o Neo-Bolchevismo, na Eurásia; e a Adoração da Morte, na Lestásia.
Após o período de 1950 e 1970, a sociedade se reagrupou e se definiram as classes Alta, Média e Baixa, e na Oceania, deixou de existir a propriedade privada em favor do coletivismo, que fortalecia as oligarquias. E todos os capitalistas foram expropriados. Quanto à pirâmide do poder, na Oceania, no topo está “O Grande Irmão”, que nunca foi visto e nunca morrerá; em seguida vem o Partido Interno; e abaixo, o Partido Externo; e mais abaixo, as proles. Todos os membros do Partido são controlados pela Polícia do Pensamento, que se descobrisse pensamentos, certamente levaria muitas pessoas à morte.
Os membros atuais do Partido devem ser isolados do passado para que não possam fazer comparações. Esses membros têm a capacidade de duplipensar, ou seja, conviver com pensamentos opostos sobre um mesmo tema, criando uma fraude mental, ou seja, toda filosofia do Partido é contrária às suas ações. Por exemplo, critica a classe operária, mas veste seus trabalhadores com o uniforme dos antigos operários. O Ministério da Paz prega a Guerra, assim por diante.
Winston percebeu que já sabia de tudo isso. E quando Júlia acordou e começaram a conversar, surgiu uma voz que vinha atrás do quadro, e eles perceberam que haviam sido descobertos. Tiraram o quadro e era uma teletela. Em seguida, homens vestidos de preto invadiram o quarto, bateram nos dois e levaram Júlia embora. Um tempo depois, o Sr. Charrington, dono do antiquário, entro no quarto, e Winston percebeu que ele era um membro da Polícia do Pensamento.
Capítulo 18
Winston achou que tinha sido levado ao Ministério do Amor, em uma cela de criminosos comuns. Eram ladrões, bêbados, prostitutas, entre outros. Sabia que a Fraternidade não viria em seu socorro, mas poderia facilitar sua fuga. Mais tarde, foi jogado na cela, o poeta Ampleforth, com quem começou a conversar. O poeta disse que foi preso por fazer uma rima errada. Logo, ele foi levado para outra cela.
Em seguida chegou Parsons, preso por Crimideia. Mas também foi levado para outra cela, e assim muitos outros que chegaram. Mas a prisão que causou maior espanto foi a de O’Brien, que agora estava na mesma cela.
Capítulo 19
Winston foi interrogado muitas vezes, e espancado também. Decidiu não falar quase nada. Mas confessou, depois de muita tortura, ter sido espião do governo lesteasiático, desde 1968. Confessou admirar o capitalismo, ser religioso e ter assassinado a esposa. Winston foi torturado por O’Brien, que pertencia ao Partido, muitas vezes. Winston teve sonhos e alucinações com Júlia e outras pessoas. Continuava sendo fiel à realidade que enxergava, e por isso, era cada vez mais torturado por O’Brien, que disse que o levara para lá para o curar.
O’Brien falou a Winston que todas as confissões que eram feitas no Ministério do Amor deveriam ser reconhecidas por quem confessasse, como verdadeiras. Não por submissão, mas por mudança de opinião, espontaneamente. Mas mesmo assim, disse que Winston não teria salvação, pois tinha falhado uma vez.
E outras torturas foram sendo aplicadas, até Winston se convencer das verdades impostas pelo Partido. Foi quando Winston perguntou o que havia na sala 101, e uma agulha em seu braço, o fez adormecer.
Capítulo 20
O’Brien disse a Winston que havia três estágios para a reintegração dele: aprender, compreender e aceitar. Disse também que escreveu o livro junto com Goldstein e que nunca haveria uma revolução do proletariado, e que o domínio do Partido era eterno. Fez outras perguntas a Winston, que respondeu a todas, da sua maneira, por isso levou choques. 
O’Brien falou do poder pelo poder e que a liberdade é escravidão. Há o controle do corpo e da mente, e que o poder depende do sofrimento do outro, pois a obediência não basta. 
O Partido prega um mundo sem confiança, apenas ódio, abolindo-se o prazer. E Winston continuava falando que era impossível se criar um mundo baseado no ódio. Foi quando O’Brien pediu a ele que tirasse a roupa e o fez se olhar no espelho para ele ver como estava acabado, magro, envelhecido. Mas Winston continuava discordando das ideias do Partido e pedindo para morrer.
Capítulo 21
Depois de um tempo, Winston foi levado a outra cela, e começou a ser melhor alimentado, recebeu novas roupas de baixo, e água morna para o banho. Comía três vezes ao dia, e a comida era boa. Começou a engordar e caminhar pela cela, além de pensar que não poderia lutar contra os ideais do Partido, se pretendesse viver.
Começou a escrever: “Liberdade é Escravidão” e “dois mais dois são cinco”. E com isso foi tentando se convencer das verdades impostas pelo Partido. E pensou em Júlia, no amor que sentia por ela e sentiu que ela devia estar precisando de sua ajuda.
O’Brien entrou na sala e perguntou a Winston o que ele sentia pelo ”Grande Irmão”. E ele disse que o odiava. Então foi levado à sala 101.
Capítulo 22
Na cela 101, Winston percebeu que havia duas mesas. O’Brien entrou nessa cela e trouxe uma caixa, na verdade uma gaiola com uma porta de aço e uma máscara para Winston. Dentro da gaiola estavam ratos, que se soltos, avançariam no rosto de Winston e o comeriam vivo. Ele tinha pavor de ratos e começou a gritar, até que pediu que os ratos devorassem a Júlia. Disse a O’Brien, que ele poderia fazer com ela o que desejasse, mas deixasse ele longe dos ratos. E a gaiola se fechou.
Capítulo 23
No Café Castanheira Winston tomava seu gin em uma mesa do canto e escutava a teletela. As notícias falavam sobre as guerras. Ele agora tinha um emprego, e dinheiro não faltava.
Um dia, ao caminhar em um parque, cruzou com Júlia, que estava muito diferente. Os dois acabaram se falando, mas ela olhava para ele com olhar de desprezo. Quando conseguiram conversar, pois agora não havia mais perigo, ela disse que o traíra, assim como ele respondeu o mesmo. Os dois tinham entregue o outro para serem salvos. Depois dessa conversa, os dois se separaram e cada um seguiu seu caminho. Winston voltou ao bar, ao xadrez e às notícias. Lembrou-se de momentos felizes com a mãe, na sua infância. Quando a teletela anunciou a vitória da Oceania sobre a África. E ele compreendeu que agora tudo estava em paz, pois ele fora vencido por ele mesmo. E passou a amar “O Grande Irmão”.
Questão: Quais são, na sua opinião, os propósitos da obra?
Na obra “1984”, de autoria de George Orwell, publicado em 1948, o autor teve como principal objetivo demonstrar as consequências de um regime totalitarista e repressivo, através de personagens que representam as diferentes camadas da sociedade, em meio a tramas amorosas e políticas, que ilustram esse período da História.
A sociedade é totalmente controlada pelo Estado, e seus direitos são violados. O que o autor mostra durante o livro todo é a forma como esses Estados Totalitários Dominam até o pensamento das pessoas que não concordam com suas verdades. É o poder pelo poder, de ideias, territórios, vidas. E isso, Orwell aponta em cada capítulo, a fim de reforçar seu objetivo de crítica ao regime totalitarista.Desde a “Novilíngua”, que é a língua falada pelo Partido até o nome dos departamentos e ministérios, tudo serve para deixar clara sua posição de oposição a esse tipo de regime político, que escraviza o povo, tortura-o e impede sua liberdade.

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