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CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 1 Pequenos riachos se transformam em rios poderosos. Continuem em frente. O que de manhã parecia fora do alcance, pode ficar mais próximo à tarde se vocês continuarem em frente. O tempo que usarem trabalhando com paixão e intensidade aproximará vocês do seu objetivo. Caminhem com confiança e ousadia. AULA 07: O MODELO IS/LM NUMA ECONOMIA ABERTA ( IS-LM COM TAXA DE CÂMBIO) POLÍTICAS MONETÁRIA, FISCAL E COMERCIAL NUMA ECONOMIA ABERTA. MODELO MUNDELL-FLEMING. A diferença principal entre o modelo IS-LM e o Mundell-Fleming é que aquele pressupõe uma economia fechada enquanto este considera uma pequena economia aberta. Além disso, o modelo IS-LM tradicional trabalha com a taxa de juros ao passo que o modelo Mundell_Fleming se constitui em uma derivação do modelo IS-LM operando com taxa de câmbio. Isto é, os movimentos das políticas macroeconômicas influenciam a renda pela alteração da taxa de câmbio em substituição à taxa de juros do modelo IS-LM original. Vale também o registro da presença da livre e perfeita mobilidade de capital, pressuposto do modelo Mundell- Fleming para uma pequena economia aberta. A livre mobilidade de capital é crucial no sentido de não se verificar impedimentos (controles) aos fluxos de capital observados na economia moderna e na adoção de taxa de juros doméstica igual à taxa de juros dos mercados financeiros internacionais. Para o modelo IS-LM, não há esse corolário, pois a economia é fechada, ou seja, não opera transações com o resto do mundo, não se observa setor externo. Vamos agora ao ponto convergente. Como o modelo IS-LM, o modelo Mundell- Fleming também considera o nível de preços uma variável exógena. Como o CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 2 citado modelo pressupõe preços constantes, mudanças na taxa de câmbio real são proporcionais às variações na taxa de câmbio nominal. No modelo Mundell- Fleming não precisamos fazer a distinção entre taxa de câmbio nominal e real. Tal modelo reflete a atuação das políticas monetária, fiscal e agora comercial face às flutuações da atividade econômica quando se levam em conta seus efeitos sobre a taxa de câmbio e, por tabela, sobre o balanço de pagamentos. O modelo em questão é definido pelo binômio de equações: Curva IS: Y = C (Yd) + I(r) + G + NX(e) Curva LM: Ms/P = Md(Y,r) onde: Yd = renda disponível; NX = exportações líquidas (exportações – importações) r = taxa de juros e = taxa de câmbio vigente. Uma apreciação cambial ( real mais forte em relação ao dólar) torna mais caros, em relação aos bens estrangeiros, os bens produzidos no Brasil, o que provoca uma redução nas exportações e um aumento nas importações. Por conseguinte, uma apreciação cambial desloca a curva IS para a esquerda. Quando a taxa de juros interna é superior à taxa de juros mundial, o Brasil estaria oferecendo uma taxa de retorno mais atraente do que aquela vigente nos mercados financeiros internacionais e os investidores de todo o mundo desejariam comprar ativos brasileiros. Elevarão o preço do real (apreciação/valorização cambial) e deslocarão a curva IS para a esquerda até que a taxa de juros interna se iguale à taxa de juros mundial. Uma apreciação cambial reduz as exportações líquidas; uma redução nas exportações líquidas reduz a renda. Quanto mais apreciada a moeda nacional, menor o nível de renda. Por outro lado, quando a taxa de juros interna é menor que a taxa de juros mundial do mercado financeiro internacional, o Brasil estaria oferecendo uma taxa mais baixa e os investidores brasileiros desejarão aplicar seus recursos no mercado internacional. Nesse processo, a moeda doméstica será depreciada em CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 3 função da pouca demanda por reais e, conseqüente, excesso de demanda por moeda estrangeira. A variação na taxa de câmbio deslocará a curva IS para a direita até que a taxa de juros interna se iguale à mundial. Uma depreciação cambial eleva as exportações líquidas e essa elevação estimula a renda. Quanto mais depreciada a moeda doméstica, maior o nível de renda. r LM r = r∗ IS (e) 0 Y Procurar-se-á agora demonstrar os diversos efeitos das políticas macroeconômicas – monetária, fiscal e comercial – em uma economia aberta via sistemas cambiais flutuante e fixo. O grau de eficácia das políticas fiscal e monetária dependerá do regime cambial da economia. Sob taxas flexíveis de câmbio, a taxa cambial deixa de ser uma variável de política econômica controlada pelas autoridades monetárias. Está agora sob tutela dos movimentos de oferta e demanda do mercado. Movimenta-se endogenamente sem o firme manuseio da autoridade monetária. Atenção, pois as autoridades monetárias controlam a oferta de moeda em detrimento do controle da taxa cambial. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 4 Quando as taxas cambiais flutuam, o BACEN pode determinar o nível da oferta monetária e, portanto, a posição da curva LM. A curva LM não se adapta endogenamente como ocorre com o câmbio fixo. Por sua vez, a posição da curva IS depende da taxa de câmbio e suas implicações nos fluxos comerciais ( exportações e importações). A curva IS se desloca para a direita quando há depreciação cambial e para a esquerda quando observada apreciação cambial. A atuação das políticas fiscal, monetária e comercial num regime de câmbio flutuante ou flexível. Expansão Fiscal com Taxas de Câmbio Flutuantes. Um aumento nas despesas do governo ou uma redução nos impostos (promoção de déficit público) desloca a curva IS para a direita. A expansão fiscal aumenta a taxa de juros e a renda na economia fechada, como visto no modelo IS-LM. Na pequena economia aberta com taxa de câmbio flutuante, a expansão fiscal deixa a renda inalterada. O motivo da diferença reside na pressão altista dos juros atraindo capital externo. O capital que flui do exterior aumenta a demanda por reais no mercado de câmbio ( apreciação do real) reduzindo as exportações e aumentando as importações (queda nas exportações líquidas). Notem que enquanto a taxa interna de juros estiver acima da taxa internacional, a entrada de capitais vai continuar a apreciar a moeda doméstica e a curva IS continuará se deslocando para a esquerda. O equilíbrio final é atingido quando a taxa de juros volta ao nível internacional e a demanda agregada cai. O freio monetário tem um efeito redutor sobre a demanda agregada e, portanto, sobre a produção. A curva IS volta para a posição inicial e a demanda agregada permanece inalterada. Essencialmente, os efeitos expansionistas da política fiscal são anulados pelos impactos contracionistas da apreciação da moeda. Anula-se assim o suposto CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 5 efeito da expansão na demanda interna por bens e serviços, de modo que a renda de equilíbrio permanece constante. Expansão Monetária com Taxas de Câmbio Flutuantes. Um aumento na oferta de moeda desloca a curva LM para a direita, depreciando a moeda nacional e aumentando a renda. Quando um aumento na oferta de moeda exerce pressão, no sentido da baixa, sobre a taxa de juros interna, incentiva o capital interno a migrar para o resto do mundo de sorte a obter retornos mais significativos. Esta saída de capitais ( conforme os investidores forem reagindo à diferença entre os juros domésticos baixos e os juros internacionais mais altos) aumenta a ofertade reais no mercado cambial, depreciando a moeda nacional e aumentando as exportações líquidas. Enquanto as taxas de juros locais estiverem abaixo das internacionais, a pressão sobre a taxa de câmbio vai continuar e isso motiva o contínuo deslocamento da curva IS para a direita. O novo equilíbrio é atingido e a curva IS move-se endogenamente via depreciação da moeda nacional. As taxas de juros ficam inalteradas no novo equilíbrio. Contudo, a demanda agregada aumentou como decorrência de uma elevação nas exportações líquidas orientadas pela depreciação da moeda. Portanto, para uma pequena economia aberta com grande mobilidade de capital ( não há restrições aos fluxos de capital, a taxa interna de juros é igual à taxa internacional de juros e livre conversão de ativos domésticos em estrangeiros sem barreiras administrativas significativas) e taxas cambiais flexíveis, a política monetária atua por intermédio de seu efeito sobre a taxa cambial e não via taxa de juros, como na economia fechada. Em uma pequena economia aberta, a política monetária influencia a renda pela alteração da taxa de câmbio em lugar de realizá-la através da taxa de juros. A Política Comercial com Taxas de Câmbio Flutuantes. A restrição comercial não afeta a renda, o consumo, o investimento ou as aquisições do governo. Logo, não afeta a conta corrente. Embora o deslocamento da curva de exportações líquidas tenda a aumentar NX, a apreciação cambial CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 6 reduz NX no mesmo montante. Uma taxa ou uma cota de importação desloca a curva de exportações líquidas para a direita. Isto provoca o deslocamento para a direita da curva IS, aumentando a taxa de câmbio e deixando inalterada a renda. A atuação das políticas fiscal, monetária e comercial num regime de câmbio fixo Expansão Fiscal com Taxas de Câmbio Fixas. Se o governo optar por uma política fiscal expansionista ( via aumento de gasto público) resultará aumento de juros, atraindo, invariavelmente, capitais externos. Esse ingresso levaria a um excesso de demanda por reais e, conseqüente, valorização da moeda nacional. Mas como o BC, nesse regime, tem que zelar pela paridade, comprará as divisas excedentes, injetando moeda na economia. Com mais moeda, os juros cairão, estancando os referidos ingressos e, simultaneamente, incrementando o investimento interno, com reflexos positivos sobre o nível de atividade. Com taxas cambiais fixas e livre mobilidade de capital, as autoridades monetárias não conseguem determinar simultaneamente a oferta monetária e a taxa cambial, pois as famílias podem converter a moeda doméstica em ativos estrangeiros. A curva IS de desloca para a direita. Para manter a taxa de câmbio fixa, o BC deve aumentar a oferta de moeda: a curva LM, pois, se desloca, também, para a direita. No equilíbrio final, a taxa de juros permanece inalterada e a demanda agregada aumenta no valor total previsto pelo multiplicador keynesiano. Diferentemente das taxas de câmbio flutuantes, com taxas fixas, a política fiscal expansionista aumenta a renda às custas de uma expansão monetária automática. Conclui-se que, neste tipo de regime cambial, a política fiscal é eficaz. Expansão Monetária com Taxas de Câmbio Fixas. Suponha que o BC execute uma política monetária expansionista ( incremento da base monetária), o que acaba por provocar redução da taxa de juros interna. Tal fato sinaliza a evasão de divisas, ocasionando, via de regra, escassez de demanda por reais e, conseqüente, desvalorização da moeda nacional. Isto, por si CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 7 só, amplia o montante de exportações e reduz o ritmo de importações, provocando ampliação na renda e atividade. Com câmbio fixo, o BC perde liberdade de fazer política monetária, pois não controla endogenamente a oferta de moeda. O BC quer aumentar a oferta de moeda, comprando títulos em mãos do público, exercendo uma pressão, no sentido da baixa, sobre a taxa de câmbio. Para manter constante a taxa de câmbio, a oferta de moeda e a curva LM devem voltar às suas posições iniciais. Portanto, com taxas de câmbio fixas, é impossível fazer uma política monetária normal. A renda e o produto se expandem no curto prazo, retornando às suas posições iniciais no médio prazo. A Política Comercial com Taxas de Câmbio Fixas. Uma tarifa ou uma cota de importação desloca a curva IS para a direita. As exportações tornam-se mais competitivas e as importações relativamente mais caras. Como resultado, o saldo da balança comercial melhora e a demanda agregada aumenta a qualquer nível da taxa de juros. Portanto, a curva IS desloca- se para cima e para a direita. Pelo fato da taxa de juros ser dada ao nível mundial, a elevação da taxa interna de juros motiva a atração de capitais. O BACEN compra moeda estrangeira, aumentando a oferta monetária doméstica. Essa indução de aumento na oferta de moeda com a finalidade de manter constante a taxa de câmbio traz, como conseqüência, o crescimento da renda agregada. Em resumo: com taxas de câmbio flexíveis, apenas a política monetária afeta a renda. O costumeiro impacto expansionista da política fiscal é anulado pelo aumento no valor da moeda. Com taxas de câmbio fixas, apenas a política fiscal influi sobre a renda. A força da política monetária se perde porque a oferta de moeda deve ser manejada de forma a manter constante a taxa de câmbio. Visualizamos a seguir um quadro resumo sinalizando as conseqüências da utilização das políticas macroeconômicas ( políticas fiscal, monetária e comercial) nos regimes de câmbio flutuante e fixo, sob a ótica da renda (Y), da taxa de câmbio (e) e das exportações líquidas (NX). CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 8 Política/Regime Cambial Flutuante Y e NX Fixo Y e NX Expansão Fiscal - ↑ ↓ ↑ - - Expansão Monetária ↑ ↓ ↑ - - - Política Comercial - ↑ - ↑ - ↑ Sobre os pontos que estudamos hoje, os conceitos mais importantes, que vocês terão que levar para a prova, são os seguintes: 1) Quando a taxa de juros doméstica for superior à taxa de juros fixada nos mercados financeiros internacionais, ocorrerá atração de capitais, elevando a demanda por bens, serviços e ativos domésticos, o que gera apreciação/valorização da moeda local . Por outro lado, em se tratando de taxa de juros doméstica inferior à taxa de juros internacional, ocorrerá fuga de capitais para o resto do mundo, refreando a demanda por bens/serviços e ativos locais, depreciando/desvalorizando a moeda doméstica. 2) Sob taxas de câmbio flutuantes, os efeitos expansionistas da política fiscal são anulados pelos impactos contracionistas da apreciação da moeda nacional, de modo que a renda de equilíbrio permanece constante. Já a política monetária influencia a renda pela alteração da taxa de câmbio, posto que a demanda agregada aumentou como decorrência de uma elevação nas exportações líquidas orientadas pela depreciação da moeda local. 3) Sob taxas de câmbio fixas, o BC não consegue determinar simultaneamente a oferta monetária e a taxa cambial. Para manter a taxa de câmbio fixa, a autoridade monetária deve aumentar a oferta de moeda. No equilíbrio final, a taxa de juros permanece inalterada e a demanda agregada aumenta no valor total previsto pelo multiplicador keynesiano. A política fiscal expansionista incrementa a renda às custas de uma expansão monetária automática. Já no que tange à política monetária, para manter constante a taxa decâmbio, a oferta de moeda e curva CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 9 LM devem voltar às suas posições iniciais. Torna-se impossível fazer política monetária normal. A renda e o produto se expandem no curto prazo, retornando às suas posições iniciais no médio prazo. 4) Como lembrete final, é fundamental a memorização do quadro já exposto anteriormente, sobre a utilização das políticas macroeconômicas em contextos de câmbio flexível e fixo. Política/Regime Cambial Flutuante Y e NX Fixo Y e NX Expansão Fiscal - ↑ ↓ ↑ - - Expansão Monetária ↑ ↓ ↑ - - - Política Comercial - ↑ - ↑ - ↑ Vejamos algumas questões de concursos. 01) ( ESAF/AFC-STN 2000) O modelo Mundell-Fleming representa o modelo IS/LM aplicado a uma pequena economia aberta. Tal modelo considera o nível de preços fixo e analisa as causas das flutuações da renda e da taxa de câmbio. Com base nesse modelo, e supondo livre mobilidade de capital, é correto afirmar que: a) a política fiscal é mais adequada para estabilizar a renda, independente do regime ser de taxas de câmbio fixas ou flexíveis b) quando as taxas de câmbio são flutuantes, a política monetária não exerce qualquer influência sobre a renda agregada c) quando as taxas de câmbio são fixas, a política fiscal não exerce qualquer influência sobre a renda agregada CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 10 d) quando as taxas de câmbio são fixas, a política monetária é a única capaz de influenciar a renda agregada e) quando as taxas de câmbio são flutuantes, a política fiscal não exerce qualquer influência sobre a renda agregada Trata-se do modelo ampliado de IS-LM, isto é, aquele que incorpora a economia aberta, a saber: modelo Mundell-Fleming. Já se sabe que a efetividade ou não de cada uma das políticas macroeconômicas ( políticas monetária, fiscal e comercial) nesse modelo depende do regime cambial vigente na economia hipotética. Para facilitar ainda mais a questão, não se fez referência à política comercial e seus efeitos sobre a taxa de câmbio e, por tabela, o balanço de pagamentos. Além disso, ainda que não se lembrassem da atuação das políticas, só restam como possíveis corretas as assertivas b e e. Senão, vejamos! Não há política mais eficiente independente do regime cambial adotado. O ponto de inflexão da efetividade da política reside justamente na taxa cambial praticada, se fixa ou flexível. A assertiva a está incorreta. As assertivas c e d tratam de câmbio fixo e discorrem de forma complementar, isto é, ambas estão corretas ou ambas estão falsas. Como não se pode ter duas corretas, concluímos que estão erradas. Já as assertivas b e e discorrem sobre câmbio flexível e apresentam afirmativas substitutas. Agora, não tem jeito, a probabilidade de acerto é de 50%, sem o conhecimento prévio. Uma política fiscal expansionista desloca a IS para a direita, apreciando a moeda doméstica, mas sem apresentar qualquer efeito sobre a renda, uma vez que o suposto efeito é anulado pela queda nas exportações líquidas. A renda de equilíbrio permanece constante. Tenham em mente o seguinte quadro que auxiliará a resolução de quase todos os problemas do modelo Mundell-Fleming. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 11 Regime cambial/ Política macroeconômica Taxa de câmbio fixa Taxa de câmbio flutuante Política Monetária OPERANTE Política Fiscal OPERANTE Política Comercial OPERANTE A assertiva e está correta. 02 - (FCC/Analista/BC – 2006) No modelo de Mundell-Fleming para uma pequena economia aberta com perfeita mobilidade de capitais e taxas de câmbio flexíveis, onde se observa a existência de desemprego no curto prazo, uma política de expansão da oferta de moeda praticada pelo Banco Central terá como uma de suas conseqüências: a) a permanência da taxa de desemprego nos mesmos níveis anteriores. b) a diminuição do produto real. c) a valorização da taxa de câmbio. d) o aumento da entrada líquida de capitais externos. e) o aumento das exportações líquidas. Questão muito bem elaborada. E, atenção, pois as questões elaboradas para o exame do BACEN são rigorosamente as mais difíceis. Aqui faz-se necessário o entendimento das políticas macro sob os diversos regimes cambiais. O modelo Mundell-Fleming examina os efeitos da aplicação de políticas fiscal e monetária em regimes de taxas de câmbio fixas e flexíveis. A partir das hipóteses do modelo e seguindo os efeitos da aplicação de cada uma das políticas, conclui- se que a política fiscal é eficiente no regime de câmbio fixo e a política monetária é eficiente no câmbio flexível. Nesse último caso, que é o apresentado na questão, um aumento da oferta de moeda diminui a taxa de juros interna, que resulta em CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 12 saída de capitais para o exterior. No regime de câmbio flexível, a taxa de câmbio aumenta, ou seja, a moeda nacional se desvaloriza, aumentando-se as exportações e diminuindo as importações, provocando certamente diminuição do desemprego via aumento da renda e incremento das exportações líquidas. A assertiva e está correta. 03-(ESAF/AFRF –2000) Considere o modelo IS/LM com as seguintes hipóteses: i) economia pequena e aberta ii) livre mobilidade de capital iii) taxa de câmbio nominal igual à taxa de câmbio real Suponha que a autoridade econômica disponha dos dois tradicionais instrumentos de política econômica: política fiscal e política monetária. Pode-se então afirmar que: a) os impactos de um ou outro instrumento sobre a renda agregada dependem do regime cambial adotado no modelo. b) ambos os instrumentos exercem impactos sobre a renda, independente do regime cambial adotado, já que as taxas de câmbio real e nominal são iguais. c) independentemente do regime cambial, a política monetária é a única capaz de exercer influência sobre o produto, já que se verifica uma situação de total estabilidade no nível de preços internos. d) se o regime for de câmbio fixo, tanto a política monetária quanto a política fiscal exercem influência sobre a renda agregada, já que as taxas de câmbio nominal e real são iguais. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 13 e) independentemente do regime cambial, a política fiscal é a única capaz de exercer influência sobre o produto já que, no modelo, está implícita a hipótese de que a taxa esperada de inflação é zero. Notem, a questão já apresenta os três corolários do modelo Mundell-Fleming, a saber: economia pequena e aberta, livre mobilidade de capital e taxa de câmbio nominal igual à taxa de câmbio real. Economia pequena e aberta significa que o modelo IS-LM com taxa de juros foi modificado para acomodar o modelo IS-LM com taxa de câmbio ( o conhecido modelo Mundell-Fleming). Os fluxos comerciais (transações com o resto do mundo) repercutem no Balanço de Pagamentos através da atuação das políticas macroeconômicas frente aos mercados cambiais vigentes. Livre mobilidade de capital ou perfeita mobilidade de capital significa que não há impedimentos aos fluxos de capital e existe franca conversão de ativos domésticos em estrangeiros sem entraves significativos. Taxa de câmbio nominal igual à taxa de câmbio real. Sabemos que taxa de câmbio nominal é igual à taxa de câmbio real multiplicado pelo nível de preços.Como admitimos que o nível de preços é constante, rígido mesmo, uma variável exógena, mudanças na taxa de câmbio real são proporcionais às variações na taxa de câmbio nominal. A cada regime cambial, um instrumento de política macroeconômica ( política monetária ou fiscal) é efetiva para afetar a renda agregada. Repetimos aqui o quadro já relatado na questão 01. Regime cambial/ Política macroeconômica Taxa de câmbio fixa Taxa de câmbio flutuante Política Monetária OPERANTE Política Fiscal OPERANTE Política Comercial OPERANTE A assertiva a está correta. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 14 04- (ESAF/Analista-BC- 2002) Considere o modelo IS/LM para uma pequena economia aberta dada pelas seguintes equações: Y = C (Y) + I(r) + G + X(e) – M(e); M s = L (r,Y); r = r*, onde:Y = produto; C = consumo; I = investimento; G = gastos do governo; X = exportações; M = importações; M s = oferta monetária; L (r,Y) = função demanda por moeda; r = taxa de juros interna; e = taxa de câmbio; r* = taxa de juros internacionais. Considere ainda as seguintes derivadas: 0 < C’ < 1; I’ < 0; X’ > 0; M’ < 0, L/r < 0, L/Y > 0. Com base nessas informações e supondo livre e perfeita mobilidade de capital, é incorreto afirmar que: a) se tomarmos como referência a moeda norte-americana, a taxa de câmbio do modelo segue o conceito de taxa de câmbio utilizada no Brasil, isto é, quantidade de moeda nacional necessária para comprar 1 dólar. b) sob o regime de câmbio flutuante, a política fiscal não afeta o produto. c) é incompatível uma política monetária expansionista com a manutenção do regime de câmbio fixo. d) subsídios às exportações ou restrições às importações sob um regime de câmbio flutuante elevam o produto, deixando inalterada a taxa de câmbio. e) quanto maior a renda, menor será a demanda por moeda. A restrição comercial aqui verificada não afeta a conta corrente. Embora o deslocamento da curva de exportações líquidas tenda a aumentar as exportações líquidas, a entrada de recursos aprecia a nacional, anulando o impacto sobre as exportações líquidas, não afetando o nível de equilíbrio do produto. A assertiva e também possui uma incorreção, posto que a renda e demanda por moeda são diretamente proporcionais. Quanto maior o nível de renda (proveniente CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 15 dos salários, juros, aluguéis e lucros), maior a demanda por moeda para fazer frente às operações do dia-a-dia. É a demanda por moeda motivo transacional. Vale aqui deixar registrado que a questão levantou várias identidades macroeconômicas inclusive com suas derivadas apenas para tornar a questão mais técnica e aparentemente complexa. Não raras vezes, aparecem também gráficos ilustrando as situações das políticas macroeconômicas em conformidade com os regimes cambiais praticados. Entretanto, novamente bastava o conhecimento das políticas monetária, fiscal ou comercial e o tipo de regime ou sistema cambial adotado. A assertiva d está incorreta. 05- (ESAF/MPOG –2002) Supondo o denominado modelo keynesiano generalizado e considerado como hipótese uma economia aberta e pequena num mundo com livre e perfeita mobilidade de capital, é correto afirmar que: a) sob um regime de taxas de câmbio flutuante, somente a política fiscal é eficiente no que diz respeito aos seus efeitos sobre o produto. b) sob um regime de taxas de câmbio fixas, a política fiscal é mais eficiente do que a política monetária no que diz respeito aos seus efeitos sobre o produto. c) independente do regime cambial, a política fiscal é mais eficiente do que a política monetária no que diz respeito aos seus efeitos sobre o produto. d) independente do regime cambial, não há como utilizar a política monetária num mundo de livre mobilidade de capital. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 16 e) independente do regime cambial, a política monetária gera efeitos sobre a inflação. Trata-se do modelo IS-LM adapatado para a economia aberta com mobilidade de capital, ou seja, modelo Mundell-Fleming. Insistimos com esse tipo de questão em que é suficiente aquele quadro já utilizado explicitamente em duas questões anteriores. Não sei os motivos, mas a ESAF tem verdadeira adoração por essa questão trivial. Só lhes restam aproveitar! Em razão das outras opções absurdas, a assertiva b se faz correta. Mas cuidado: a rigor, a política fiscal é a única eficiente para impactar positivamente o produto, a renda, quando comparada com a política monetária, em ambiente de câmbio fixo. O texto traz como mais eficiente que a política monetária. A assertiva b está correta. 06- (ESAF/Analista- BC – 2001) Considere o modelo a seguir, também conhecido como modelo IS-LM para uma pequena economia aberta com livre mobilidade de capital: Y = C(Y –T) + I ( r) + G + NX (e) M/P = L( r,Y); Lr <0 e Ly >0 r = r * onde: Y = produto; (Y – T) = renda disponível; C = consumo; I = investimento; G = gastos do governo; NX = exportações líquidas; e= taxa de câmbio; r= taxa de CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 17 juros; M/P = oferta de saldos monetários reais; L(r,Y) = demanda de saldos monetários reais; Lr = derivada parcial da função demanda de saldos monetários reais em relação à taxa de juros; Ly = derivada parcial da função demanda de saldos monetários reais em relação à renda; r* = taxa de juros mundial. Com base neste modelo, é incorreto afirmar que a) o modelo é compatível com a hipótese de perfeita mobilidade de capital. b) um aumento dos gastos do governo não exerce influência sobre a renda agregada quando as taxas de câmbio são flutuantes. c) os efeitos tanto da política monetária quanto fiscal dependem do regime cambial adotado. d) no modelo a curva LM é positivamente inclinada. e) uma expansão monetária exerce influência sobre a renda, se a economia trabalha com regime de taxas de câmbio fixas. Sob a âncora de câmbio fixo e perfeita mobilidade de capital, um país não pode promover uma política monetária independente. Não há espaço para que taxas de juros locais se desalinhem daquelas que prevalecem no mercado mundial. Qualquer tentativa de manuseio monetário autônomo conduz a fluxos de capital intensos e à necessidade de intervenção até que ocorra a convergência das taxas. Para manter constante a taxa de câmbio, a oferta de moeda e acurva LM devem voltar às suas posições iniciais. Portanto, com taxas de câmbio fixas, é impossível fazer uma política monetária normal. A assertiva e está incorreta. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 18 07- (ESAF/ Auditor do Tesouro Municipal – Recife – 2003) Com relação ao modelo de Mundell-Fleming, é verdade que: a) o modelo requer hipóteses sobre as expectativas da taxa de câmbio, mas não requer nenhuma hipótese sobre a mobilidade de capital. b) quando a taxa de câmbio é flutuante, um aumento nos gastos do governo faz com que, a um dado nível de preços, a taxa de câmbio deprecie e o produto permaneça inalterado. c) quando a taxa de câmbio é fixa, o impacto final de um aumento na oferta de moeda é um aumento no nível de produto. d) uma desvalorização num regime de câmbio fixo age como um aumento na oferta de moeda num regime de câmbio flexível. e) a imposição de uma tarifa gera efeitos opostos num regime de câmbio fixo e flexível. No primeiro, faz com que o produto cresça enquanto no segundo faz com que o produto decresça. Amigos, interessanteessa questão. Ela foge dos padrões normais da ESAF e requer um pouco mais de raciocínio e bom senso, mas nada que fuja da “ receita de bolo” dos exercícios propostos desse tópico. A assertiva a possui a incorreção no sentido que o modelo Mundell-fleming requer livre ou perfeita mobilidade de capital. A assertiva b está incorreta, pois com taxa de câmbio flutuante, uma política fiscal expansionista não provoca alteração no produto em razão da queda nas exportações líquidas fruto de uma moeda nacional apreciada, e não depreciada, como roga a opção. A assertiva c estaria correta se a taxa de câmbio fosse flutuante. Com câmbio fixo, o BC concorda com a fixação da taxa cambial, abrindo mão do controle sobre a CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 19 oferta de moeda. Para manter constante a taxa de câmbio, a oferta de moeda e a curva LM devem voltar às suas posições iniciais. Portanto, com taxas de câmbio fixas, é impossível fazer uma política monetária normal. Já a assertiva e incorre em uma fatalidade ao final do período informando que, com regime cambial flexível, o nível de produto decresce. Ora, uma política comercial com taxa de câmbio flexível deixa inalterados o produto e a renda, pois a apreciação cambial gera a queda nas exportações líquidas no mesmo montante. A assertiva d está correta, pois a desvalorização com taxas de câmbio fixas e o incremento na oferta de moeda com taxas de câmbio flexíveis geram o mesmo efeito: aumento do produto! 08 – (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal – Recife – 2003) Considerando uma pequena economia aberta com livre e perfeita mobilidade de capital e supondo e = preço em moeda nacional de uma unidade de dólar, é correto afirmar que: a) uma política monetária expansionista tende a reduzir as taxas internas de juros. Se a economia opera em um regime de taxa de câmbio flutuante, essa redução tende a elevar e e, conseqüentemente, estimular as exportações , intensificando os efeitos da política monetária expansionista sobre o nível de emprego. b) se a taxa de câmbio for fixa, somente a política monetária poderá ser utilizada para estimular o nível de emprego. c) se o regime for de taxa de câmbio fixa, tanto a política fiscal quanto a política monetária não podem ser utilizadas para estimular o nível de emprego da economia. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 20 d) uma política fiscal contracionista tende a reduzir as taxas internas de juros. Essa redução tende a elevar e e, conseqüentemente, estimular as exportações, intensificando os efeitos da política fiscal expansionista sobre o emprego. e) se o regime for de taxa de câmbio flutuante, uma política monetária contracionista tende a elevar o nível de emprego da economia. Questão inteligente elaborada pela ESAF, associando o conhecimento das três políticas (monetárias, fiscal e comercial) e dos dois regimes cambiais ( fixo e flutuante). Vejamos as opções elencadas acima. A política monetária influencia a renda pela alteração da taxa de câmbio em lugar de fazê-lo através da taxa de juros, incrementando o nível de renda e de produto. A assertiva a está correta. Com câmbio fixo, o BC se vê obrigado a fixar a taxa de câmbio, abrindo mão de seu controle sobre a oferta de moeda, tornando a mesma inoperante. A oferta de moeda e, conseqüentemente, a curva LM voltam às suas posições iniciais. Portanto, com taxas de câmbio fixas, é impossível fazer uma política monetária normal. A assertiva b está incorreta. A política fiscal, diferentemente da política monetária ( conforme visto na explicação da opção b), aumenta o nível de emprego da economia, pois se verifica uma expansão monetária automática. A assertiva c está incorreta. Não está mencionado o tipo de regime cambial, o que diferencia as hipóteses e conclusões dos modelos. Além disso, mistura política fiscal contracionista com efeitos da política fiscal expansionista. Ora, trata-se de política fiscal expansionista CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 21 ou contracionista? Considerando-se taxas de câmbio flutuantes, uma política fiscal de cunho contracionista tende de fato a reduzir as taxas internas de juros. A assertiva d está incorreta. A política monetária em comento é a contracionista, que tende a reduzir o nível de emprego da economia. Substituindo-se o termo contracionista por expansionista, a opção restaria correta. Deprecia-se a moeda nacional, estimulando as exportações. O incremento nas exportações líquidas permite uma ampliação na demanda interna por bens e serviços, de sorte que a renda de equilíbrio sofre um incremento. A assertiva e está incorreta. 09- (ESAF/AFC-STN – 2005) Considere um regime de câmbio fixo. Seja a taxa de câmbio representada pela letra “e”e considere o conceito de taxa de câmbio utilizada no Brasil. Suponha que o BC fixe a taxa de câmbio em “e”. Com base nessas informações, é correto afirmar que: a) o Banco Central é obrigado a comprar qualquer demanda por moeda estrangeira no mercado à taxa e1, mas pode vender moeda estrangeira a uma taxa menor do que e1. b) não é possível utilizar a política fiscal. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 22 c) se existem pressões no mercado de câmbio para uma taxa maior do que e1, o BC deverá vender a moeda estrangeira à taxa e1. d) o BC não precisa intervir no mercado cambial uma vez que o regime de câmbio fixo é determinado por lei. e) se o mercado sinaliza para uma taxa maior do que e1, o BC deve emitir moeda para manter a taxa fixa. Questão com vários dados que, aparentemente, poderiam gerar a idéia de mal formulada ou simplesmente com a intenção inequívoca de tornar a prova mais ambígua, a saber: “regime de câmbio fixo”, “conceito de taxa de câmbio utilizado no Brasil”, “BC fixe a taxa de câmbio em e”. Vamos às opções. O BC tem como principal norte a estabilidade da taxa de câmbio. Todavia, quando tal objetivo é posto em xeque em razão de outros objetivos de política econômica, torna-se factível a alteração do valor da moeda local frente ao resto do mundo. Raramente, observam-se países com regimes cambiais totalmente flexíveis ou completamente fixos. A intervenção administrada é o mais aplicado nas economias. Dessa forma, a redação da opção está totalmente comprometida. A assertiva a está incorreta. É possível fazer política fiscal com câmbio fixo, pois ela aumenta a renda e o produto às custas de uma expansão monetária automática. A assertiva b está incorreta. O regime de câmbio fixo determina que a autoridade monetária estipula a taxa de câmbio, mas não controla endogenamente a oferta de moeda. A assertiva d está incorreta. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 23 Se o mercado sinaliza para uma taxa maior do que e1, o BC quer aumentar o estoque monetário, exercendo uma pressão para baixo na taxa de câmbio. Para manter constante a taxa de câmbio, a oferta monetária retorna à posição inicial. A assertiva e está incorreta. Com a presença de pressões no mercado cambial no sentido da alta da taxa cambial, o BC interfere na economia vendendo a moeda estrangeira para arrefecer as pressões ora observadas. Daí, a denominação intervenção suja ou administrada. A assertiva c está correta. 10- (ESAF/AFC-STN – 2005) Considere um modelo de regime de câmbio flutuante com livre mobilidade de capitais. Pode ser considerado como fator que tende a provocar uma desvalorização da moeda nacional: a) políticafiscal expansionista. b) elevação dos juros externos. c) política monetária contracionista. d) elevação da taxa básica de juros interna. e) elevação dos recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais. Questão muito bem elaborada pela banca. Embora aparentemente curta, requer conhecimento das hipóteses e conclusões do modelo Mundell-Fleming. Só um CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 24 comentário bastante preciso (mas não o suficiente para anular a questão) reside no fato que estamos lidando com regime cambial flexível. Daí, o termo a ser utilizado para esse regime cambial é depreciação da moeda doméstica e não desvalorização da moeda nacional, essa utilizada quando o regime cambial é o fixo. Resumindo, temos: Regime cambial/Movimento Cambial Moeda nacional mais fraca Moeda nacional mais forte Câmbio flexível Depreciação Apreciação Câmbio fixo Desvalorização Valorização Regime cambial flexível e livre mobilidade de capitais são os pressupostos. E questiona-se sobre qual instrumento de política macroeconômica provoca uma desvalorização do real. Sabemos, de antemão, que a única política efetiva, com taxas de câmbio flutuantes, é a política monetária. As assertivas c, d e e estão falsas por se referirem à contração do produto e da renda, deslocando a LM para a esquerda e aumentando os juros internos. A assertiva a se refere à expansão fiscal com câmbio flutuante apreciando o câmbio e reduzindo as exportações líquidas. Resta-nos a assertiva b em que juros externos mais atraentes geram saída de capitais. Tal fato aumenta a oferta de reais e reduz a demanda por dólares no mercado cambial, depreciando a moeda doméstica e aumentando as exportações líquidas. A assertiva b está correta. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 25 11 – (FCC/BC – 2005) É correto afirmar que: a) no modelo IS-LM para uma economia fechada, o resgate de títulos públicos em operações de mercado aberto tende a reduzir o nível de desemprego no curto prazo e, ao mesmo tempo, a elevar a taxa de juros. b) tudo o mais constante, o aumento da oferta de moeda estrangeira ocasionado pela elevação das exportações líquidas de um país provoca uma desvalorização da moeda nacional, caso o mercado de câmbio não sofra intervenção do Banco Central. c) numa pequena economia aberta com perfeita mobilidade de capitais e taxa de câmbio flexíveis, é adequada a utilização da política fiscal de expansão dos gastos do governo com o objetivo de reduzir o desemprego da economia. d) segundo os teóricos das expectativas racionais, o Banco Central deve adotar políticas gradualistas de combate à inflação, para que os agentes econômicos tenham tempo de adaptar suas expectativas. e) de acordo com a teoria da paridade do poder de compra, se a taxa de inflação externa é de 2% ao ano e a taxa de inflação interna 8% ao ano, a moeda nacional se desvalorizará aproximadamente 6% em relação à estrangeira. Amigos, atenção para essa questão. A FCC, recentemente, tem se utilizado de questões com assertivas de vários tópicos distintos como já é o costume de bancas como o CESPE/UNB. Não é um exemplo isolado. Ao longo das aulas/tópicos, notarão que em certames mais recentes a FCC e outras bancas (NCE/UFRJ e VUNESP) têm se posicionado dessa maneira. Não sou partidário desse tipo de questão. Mas, como não podemos remar contra a maré, cuidado redobrado com questões como essa em que um mesmo exercício abordou modelos IS-LM, Mundell-Fleming, expectativas racionais e teoria paridade poder de compra (P.P.C). No modelo IS-LM para uma economia fechada o instrumento de política monetária de compra/resgate de títulos se constitui em um dos mecanismos de gestão de política monetária expansionista, ampliando o nível de renda e emprego. Dessa CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 26 forma, ocorre de fato uma queda no nível de desemprego favorecido por menores taxas de juros. O final da opção compromete toda a assertiva. A assertiva a está incorreta. A assertiva b apresenta-se igualmente incorreta. Ceteris paribus (todas as demais condições constantes), o excesso de oferta de moeda estrangeira (ou excesso de demanda de moeda nacional) gera a apreciação/valorização da moeda nacional, provocando a queda nas exportações líquidas, quando o mercado cambial não sofre intervenção do BC (câmbio flutuante). Além disso, o aumento da oferta de moeda estrangeira não foi ocasionado e sim ocasionou a queda das exportações líquidas via apreciação cambial. Na determinação da taxa de câmbio, a demanda por reais ( a oferta de dólares) é realizada pelos exportadores nacionais que recebem os dólares em troca de mercadorias e desejam reais para bancar seus custos em moeda nacional ( pagar empregados, contas de luz, água, aluguel, tributos, consertar maquinário, etc) . Além disso, temos nessa categoria de interessados os turistas e investidores estrangeiros, que precisam converter em reais os dólares para materializar seus gastos e investimentos. Sabemos que os exportadores nacionais, os turistas do resto do mundo e os investidores estrangeiros constituem de forma exaustiva a fonte de oferta de divisas ( dólares). A assertiva b está incorreta. Na pequena economia aberta com taxa de câmbio flutuante, a política fiscal expansionista aumenta a taxa de juros e deixa a renda e o produto inalterados. Os ativos nacionais passam a ser mais demandados pelo resto do mundo ampliando a demanda por reais e, conseqüentemente, apreciando a moeda doméstica, o que desaquece as exportações líquidas. O suposto aumento na renda é compensado pela queda nas exportações líquidas. Resultado: não há redução do nível de desemprego da economia. A renda e o produto permanecem inalterados. Essencialmente, os efeitos expansionistas da política fiscal são compensados pelos impactos contracionistas da apreciação da moeda. A assertiva c está incorreta. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 27 A associação das expectativas racionais com políticas gradualistas de combate à inflação não é das melhores. Em realidade, as expectativas racionais trazem no seu bojo a maximização da utilidade das informações por parte dos atores da economia. O citado contexto está mais próximo da teoria das expectativas adaptativas quando as pessoas atualizam suas expectativas do futuro com base nos erros anteriores de previsão. A assertiva d está incorreta. A teoria da paridade do poder de compra prevê que, se o nível de preços de um país aumenta em relação ao nível de preços de outros países, sua taxa de câmbio irá cair. A variação percentual da taxa de câmbio é igual à taxa de inflação estrangeira menos a taxa de inflação local. A assertiva e está correta. 12 – (ESAF/ENAP – 2006) Considere a seguinte sentença: “ Num regime de taxas de câmbio flutuantes e com livre e perfeita mobilidade de capitais, a política monetária exerce influência sobre a taxa de câmbio. Por exemplo, um aumento da base monetária, ao ____________ a taxa de juros, tende a provocar __________ de moeda estrangeira do país, resultando numa __________ da moeda ______________. Completam corretamente este texto, respectivamente: a) aumentar/saída/desvalorização/estrangeira CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 28 b) reduzir/entrada/desvalorização/nacional c) reduzir/saída/valorização/nacional d) reduzir/saída/desvalorização/nacional e) aumentar/entrada/desvalorização/estrangeira Questão muito utilizada pela ESAFnas provas não carreira Auditoria Fiscal. Não sabemos o motivo aparente e se é que existe, mas, de qualquer maneira, resguardado melhor entendimento, nunca vimos uma questão com lacunas para preenchimento em provas de AFRF. A questão fica fácil, pois o candidato vai eliminando as opções à medida que cada lacuna é preenchida. Ora, no presente caso, uma política monetária expansionista ( aumento da base monetária) reduz a taxa de juros (custo do capital). As assertivas a e e já estão fora do certame. Sabemos também que ao reduzir a taxa de juros interna, o país local perde a atratividade para o capital especulativo, provocando sangria das reservas internacionais que o país possui. A assertiva b também já está descartada. A moeda nacional ficará desvalorizada em razão da menor procura por reais no front externo. A assertiva d está correta. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 29 13- (FAURGS/Agente Fiscal do Tesouro do Estado - 2006) Suponha uma economia sem mobilidade de capital, com regime de câmbio fixo e que esteja inicialmente no ponto de equilíbrio E, conforme mostra o gráfico abaixo: r BP LM E IS Y Se o BC expandir a oferta de moeda, espera-se que a) o nível de renda inicialmente caia, mas posteriormente comece a se elevar, retornando ao equilíbrio inicial. b) a taxa de juros caia inicialmente, mas posteriormente comece a se elevar, retornando ao equilíbrio inicial. c) a taxa de juros caia e se estabilize em um ponto de equilíbrio abaixo do inicial, levando a um déficit no balanço de pagamentos. d) a taxa de juros caia e se estabilize em um ponto de equilíbrio abaixo do inicial, levando a um déficit no balanço de pagamentos. e) a taxa de juros suba e se estabilize em um ponto de equilíbrio abaixo do inicial, levando a um superávit no balanço de pagamentos. Novamente, outra questão inteligente da banca examinadora. Se o BC expandir a oferta monetária, a taxa de juros (elo de ligação das partes IS e LM) se reduz ( o que elimina as opções a e e) mas retorna ao equilíbrio em um horizonte temporal posterior, dado que a política fiscal opera em função de uma expansão monetária automática ( taxas de câmbio fixas). A assertiva b está correta. CUROS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 30
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