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Exercícios resolvidos 1. (Anpec - 1994) Tendo em vista o modelo 15/LM de uma economia aberta, com equilíbrio no balanço de pagamentos e mobilidade de capital imperfeita, responda verdadeira ou falsa. (O) No regime de câmbio fixo, uma expansão monetária provocará inicialmente aumentos dos níveis de renda e emprego, que não poderão ser mantidos em face da perda de divisas. Resposta: VERDADEIRA. Como visto, se se estiver inicialmente nos equilíbrios interno e externo (intersecção da /5-LM-BP), uma expansão monetária des- locará a LM para a direita, levando a um novo equilíbrio inter- no com menores taxas de juros e maiores níveis de renda. Essas duas mudanças tendem a piorar o Balanço de Pagamentos por deteriorar o saldo em Transações Correntes (aumento da renda) e diminuir a entrada de capitais (queda da taxa de juros). O apa- recimento de déficits em um regime de câmbio fixo fará o Bacen começar a vender divisas, diminuindo o nível de reservas interna- cionais, contraindo a oferta de moeda, com o que a LM tende a voltar à posição original. (1) No regime de câmbio fixo, o governo perde a capacidade de aquecer a economia mediante aumento de gastos, pois estes só provocaram elevações de taxas de juros. Resposta: FALSA. Um aumento dos gastos públicos desloca a /5 para a direita. Dada a oferta de moeda, o nível de renda se elevará para compensar o aumento da demanda de moeda daí decorrente, com o que a taxa de juros deve se elevar. O saldo do balanço de pagamentos permanecerá equilibrado, pois o aumento da renda deteriora o saldo em Transações Correntes, mas o aumento da taxa de juros leva ao aumento da entrada de capitais. Partindo-se de uma situa- ção de equilíbrio, se a LM for mais inclinada que a BP, a expansão fiscal levará inicialmente ao aparecimento de um superávit no BP, o que, com câmbio fixo, levará à expansão monetária, deslocando a LM até que esta intercepte a /5 e a BP no ponto de intersecção · de ambas. Caso a BP seja mais inclinada que a LM, tem-se inicial- mente um déficit no BP, o que provocará contração monetária e deslocamentos da LM para a esquerda. Assim, com câmbio fixo, a política fiscal é eficaz. Economia Aberta 279 280 Manual de Macroeconomia • Lopes e Vasconcellos (2) Em um sistema de câmbio flexível, a expansão de crédito domés- tico reduz a taxa de juros, eleva o nível de renda e provoca surgi- mento de déficit no Balanço de Pagamentos. Resposta: FALSA. Partindo-se de uma situação de equilíbrio, a expansão monetária reduzirá a taxa de juros e ampliará o nível de renda interna, pres- sionando a demanda de d ivisas, o que forçará a desvalorização da moeda para manter o mercado de divisas em equilíbrio, provo- cando um deslocamento tanto da IS como da BP para a direita, a um novo equilíbrio com nível de renda mais elevado. A resposta é falsa, pois em um sistema de câmbio flexível, a taxa será deter- minada de modo que o saldo de BP seja sempre zero. (3) Em um regime de câmbio flexível, o Banco Central perde o con- trole da oferta de moeda caso tenha por meta o equilíbrio do Balanço de Pagamentos. Resposta: FALSA. A vantagem do sistema de câmbio flexível é justamente isolar a política monetária dos condicionantes externos, isto é, o equilí- brio do Balanço de Pagamentos depende única e exclusivamente das variações da taxa de câmbio, deixando de ter impactos nas contas do Banco Central. 2. (Anpec - 1991) Considere-se uma economia do tipo /S-LM aberta ao exterior, tanto em fluxos de comércio quanto em termos de capitais, sob o regime de câmbio flutuante. Desconsidere-se o papel das ex- pectativas sobre a taxa de câmbio. Assinale falsa ou verdadeira para cada uma das afirmativas: (Observação: considera-se que o autor da pergunta esteja conside- rando livre mobilidade de capitais.) (O) A política monetária não pode afetar o nível de atividade nessa economia por meio de alterações da taxa de juros, porque a taxa doméstica é igual à taxa internacional. Resposta: VERDADEIRA. Considerando-se perfeita mobilidade de capital, a taxa de juros não será afetada pela pol ítica monetária, mas uma política mo- netária expansionista levará à depreciação cambial estimulando o nível de atividade; assim, a política monetária é eficaz, mas pela alteração da taxa de câmbio. (1) A política fiscal não afeta o nível de emprego, mas apenas a taxa de juros. Resposta: FALSA. Não alterará nem emprego nem taxa de juros, com o que a polí- tica fiscal torna-se inoperante. (2) Uma política fiscal expansiva não afeta o nível de emprego, pois induz a uma apreciação da taxa de câmbio, reduzindo proporcio- nalmente as exportações líquidas do país. Resposta: VERDADEIRA. 3. (Anpec - 1996) Tendo em conta o modelo /5-LM para uma econo- mia pequena aberta e inicialmente em equilíbrio externo, classifique como verdadeira ou falsa cada uma das seguintes afirmativas. (O) Uma melhora tecnológica que eleve a produtividade marginal do capital dos novos bens de capital deverá, coeteris paribus, ge- rar superávit na conta corrente do país no curto prazo, porque a maior produtividade reduz os preços domésticos relativamente aos preços internacionais. Resposta: FALSA. A elevação da produtividade do capital irá ampliar a demanda por investimento para qualquer nível de taxa de juros, o que desloca- rá a IS para a direita, provocando uma elevação do nível de renda e portanto uma deterioração do saldo em Transações Correntes. Os preços das mercadorias não se alterarão, pois neste modelo o nível de preços é fixo. (1) Se a taxa de câmbio for fixa e houver perfeita mobilidade de ca- pital, o multiplicador de gastos será maior do que se a economia for fechada. Resposta: VERDADEIRA. Nesse caso, a taxa de juros é dada pelo nível internacional (de acordo com a caracterização de uma economia pequena). Assim, ao ampliar-se o gasto, tem-se uma pressão por elevação na taxa de juros interna, trazendo grande entrada de capital (superávit no Balanço de Pagamentos) que leva a expansão monetária, am- pliando ainda mais a renda. Como a taxa de juros não se altera, não haverá a redução do investimento que ocorreria no caso da economia fechada, quando a ampliação dos gastos eleva a taxa de juros. Assim, a variação de renda nesse caso é maior do que no caso da economia fechada (funcionaria como no caso do modelo keynesiano simples). (2) Se a taxa de câmbio for fixa e não houver mobilidade de capital, então uma elevação da taxa de compulsório leva a um superávit transitório na balança comercia l. Resposta: VERDADEIRA. Economia Aberta 281 282 Manual de Macroeconomia • Lopes e Vasconcellos Contrai-se a oferta de moeda deslocando a LM para a esquerda, o que reduz o nível de renda e leva ao aparecimento de superávits comerciais. Como a taxa de câmbio é fixa, os superávits levarão a expansões subseqüentes da oferta de moeda, fazendo com que a LM volte à posição original, ampliando a renda e eliminando o superávit. Exercícios propostos 1. Mostre os impactos da política monetária em uma economia aberta com taxa de câmbio fixa, em um modelo de curto prazo (/5-LM), con- siderando-se as seguintes situações: a) sem mobilidade de capital; b) com mobilidade imperfeita de capital; c) com perfeita mobilidade de capital. 2. Faça o mesmo exercício anterior, considerando taxa de câmbio flu- tuante. 3. Resolva os exercícios anteriores, agora para o caso da política fiscal. 4. No modelo de longo prazo, mostre o efeito sobre o saldo em Tran- sações Correntes, sobre o saldo da conta de capital e sobre a taxa de câmbio, admitindo-a flutuante, em resposta a uma elevação dos impostos. 5. No modelo de longo prazo, quais os efeitos sobre o saldo em Transa- ções Correntes, saldo da conta de capital e taxa de câmbio em decor- rência de: a) redução na propensão marginal a poupar da sociedade; b) redução nos impostos sobre o capital (um subsídio ao investi- mento); c) redução de impostos que se transforma em elevaçãode poupan- ça privada, com base na chamada equivalência ricardiana. 6. Explique os diferentes regimes cambiais e comente as vantagens e desvantagens de cada um. Sumário Introdução Parte I 1 Agregados Macroeconômicos 2 Sistema Monetário Parte II 3 Modelo Clássico 4 Modelo Keynesiano Simples 5 Modelo IS-LM 6 Economia Aberta 7 Oferta Agregada 8 Ciclos Econômicos 9 Consumo e Escolha Intertemporal 10 Investimento 11 O Governo 12 Crescimento a Longo Prazo Parte III 13 Modelo Básico para Economia Fechada e Aberta 14 Modelos de Formação de Expectativas 15 Moeda, Dívida Pública e Inflação 16 Noções de Modelos Dinâmicos 17 Extensões do Modelo de Crescimento Parte IV 18 Modelo Keynesiano Generalizado no Diagrama Preço x Quantidade 19 Modelos de Portfólio
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