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Direito Ambiental 99 páginas

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
Meio ambiente	5
Conceito normativo (Lei n° 6.938/81):	5
Acepções	5
Natural	5
Artificial	5
Cultural	5
Do trabalho	6
Tombamento	7
Classificação	8
Tombamento Compulsório ou Voluntário	8
Tombamento Provisório ou Definitivo	8
Evolução do Direito Ambiental	10
Fase Individualista	10
Fase Fragmentária	11
Fase Holística	11
Direito ambiental no âmbito internacional	11
Princípios do Direito Ambiental	12
Desenvolvimento Sustentável	12
Prevenção e Precaução	13
Poluidor/Pagador	13
Protetor/Recebedor	13
Participação 	 13
Informação	13
Equidade Intergeracional	14
Repartição de Competências	14
Competência material: comum 	 14
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Competência legislativa	14
Concorrente (art. 24 e 30, CRFB/88) X Matérias privativas (art. 22, CRFB/88)
	14
Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA (Lei n° 6.938/81)	15
Instrumentos	16
Controle de padrões de qualidade ambiental	16
Servidão ambiental	17
Gratuita ou Onerosa	17
Temporária ou Permanente	17
Cadastro Técnico Federal	17
Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n° 12.305/10)	17
Política Setorial	 17
Instrumentos de proteção ao Meio Ambiente	19
Planos Nacional e Estaduais	19
Planos Microrregionais, de região metropolitana e aglomerações urbanas
	19
Plano Municipal e Distrital de Gestão Integrada de Resíduos	21
Plano de Gerenciamento de Resíduos	Sólidos	21
LOGÍSTICA REVERSA: art. 3°, XII, Lei n° 12.305/10	22
COLETA SELETIVA: art. 3°, V, da Lei n° 12.305/10:	22
Licenciamento Ambiental	23
Espécies de licenças	24
Licença Prévia (5 anos)	24
Licença de Instalação (6 anos)	24
Licença de Operação (4 a	10 anos)	24
Competência (LC 140/11)	25
Competência Supletiva X Competência	Subsidiária	25
Competência Municipal 	 26
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Competência Estadual	26
Competência da União	26
Avaliação de Impactos Ambientais	26
Mineração	27
Obrigação de reparar o dano	29
Recursos Hídricos	29
Titularidade	30
Instrumentos 	 30
Prazo da outorga	30
Natureza da outorga	31
Titularidade da outorga	31
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos	32
Órgãos do Sistema	32
Fauna	33
Conceito	33
Fauna aquática	33
Fauna Silvestre	34
Conceito 	 34
Regimes de exploração da fauna	34
Criadouros de animais	35
Introdução de animais exóticos	35
Proteção Internacional das espécies	35
Responsabilidade administrativa	37
Competência	40
Sanções	40
Medida administrativa x Sanção de polícia	40
Multa x Advertência prévia	41
Apreensão x Perdimento	41
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Demolição de obra (autoexecutoriedade x interesse de agir)	41
Proibição de contratar com a Administração	42
Direito Ambiental
Procedimento Administrativo	42
www.cursoenfase.com.br
1
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Professor: Bernardo Ferraz
E-mail: bernardo ferraz@hotmail.com.br
Meio ambiente
Conceito normativo (Lei n° 6.938/81):
"Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas."
Esse conceito normativo, de 1981, ainda se apega ao conceito popular, sob uma visão leiga, que se tem de meio ambiente. No entanto, em razão de sua amplitude, permite abarcar todos os outros aspectos que constituem o que vem a ser o objeto de estudo do direito ambiental.
Acepções
O meio ambiente, para fins de direito ambiental, pode apresentar as seguintes acepções:
Natural
Relaciona-se aos elementos da fauna, da flora e a tudo aquilo que popularmente se associa a meio ambiente; ao SNUC; ao Código Florestal (Lei n° 12.651/12).[1: 	Sistema Nacional de Unidades de Conservação]
Artificial
Aquele bem ambiental criado pelo ser humano; marcado especialmente pela tutela do meio ambiente urbano (Estatuto das Cidades - Lei n° 10.257/01);
Cultural
Tal como à acepção artificial, trata-se de bem ambiental surgido em razão da força criativa do homem, mas que se diferencia do cultural, por possuir especial significância para fins de tutela em razão do seu valor axiológico, de existir uma existência de valor etnográfico, arquitetônico, histórico, artístico, bibliográfico que justifique essa tutela diferenciada; DL 25/37; MP n° 2.186/01;
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Do trabalho
Busca garantir que os trabalhadores tenham uma condição de estrutura física para o desempenho dos seus trabalhos e compatível com a dignidade da pessoa humana; tal acepção não costuma ser abordada no direito ambiental, mas, em geral, inserido no âmbito do direito do trabalho.
No que se refere ao meio ambiente cultural, destaca-se o art. 216 da CRFB/88:
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
- as formas de expressão;
- os modos de criar, fazer e viver;
- as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
- as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
- os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1° - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2° - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3° - A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.
§ 4° - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5° - Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
§ 6 ° É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
- despesas com pessoal e encargos sociais;
- serviço da dívida;
- qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
Tal dispositivo marca grande inovação da CRFB/88 ao: i) proteger o meio ambiente cultural não apenas material, mas também imaterial; ii) albergar a pluralidade cultural, tutelando produtos, tais como memória e identidade, de todos os diferentes grupos que formam a sociedade brasileira.
Fala-se em inovação, pois até então os valores protegidos diziam respeito aos elementos, manifestações e modos de agir relativos à maioria da sociedade.
O presente material constitui resumoelaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
A competência para a proteção do meio ambiente cultural é comum (art. 23, III, CRFB/88), no sentido de agir tutelando-o e a competência é concorrente (art. 24, VII, CRFB/88) para legislar sobre o meio ambiente cultural.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
- proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
De acordo com o entendimento do STJ, não se aplica aos tombamentos a legislação aplicável às desapropriações, no que se refere à previsão de que somente os entes "maiores" podem desapropriar bens dos entes "menores" e não o contrário. Nesse sentido, segundo tal entendimento do STJ, pode o Município, por exemplo, tombar bem de propriedade da União. (ROMS 18.952)
ADMINISTRATIVO - TOMBAMENTO - COMPETÊNCIA MUNICIPAL.
A Constituição Federal de 88 outorga a todas as pessoas jurídicas de Direito Público a competência para o tombamento de bens de valor histórico e artístico nacional.
Tombar significa preservar, acautelar, preservar, sem que importe o ato em transferência da propriedade, como ocorre na desapropriação.
O Município, por competência constitucional comum - art. 23, III -, deve proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.
Como o tombamento não implica em transferência da propriedade, inexiste a limitação constante no art. 1°, § 2°, do DL 3.365/1941, que proíbe o Município de desapropriar bem do Estado.
Recurso improvido.
A proteção do meio ambiente cultural se revela fundamentalmente por dois instrumentos: i) tombamento; ii) registro. 
[2: 	Tombamento>	O que seria, então, em verdade, um tombamento?Para uns, seria o próprio procedimento administrativo que finda por tutelar aquele bem cultural. Por outro lado, há quem entenda ser o tombamento o ato administrativo que dá fim ao procedimento administrativo voltado à identificação desse bem cultural.Infere-se do DL n° 25/37 que a legislação somente previa a proteção dos bens culturais materiais, o que foi superado pela CRFB/88, além de demonstrar uma sobreposição entre a tutela realizada pelo instituto do tombamento e a atual tutela das unidades de conservação.]
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São objeto de tombamento os bens de natureza material (móveis ou imóveis) e também paisagens, monumentos etc.
Na prática, no entanto, esses últimos embora sejam bens objeto de tombamento (paisagens naturais relevantes, áreas de belezas cênicas, etc), por estarem sujeitos à criação de unidades de conservação, não mais costumam ser tombados.
Classificação
Tombamento Compulsório ou Voluntário
Ao se identificar um bem passível de tombamento, o primeiro passo é notificar o seu proprietário. Caso haja insurgência por parte do proprietário, por discordância acerca da relevância cultural do seu bem, caracteriza-se, então, o tombamento compulsório, isto é, aquele que ocorre contra a vontade do proprietário do bem. Por outro lado, tombamento voluntário ocorre quando o proprietário do bem está de acordo com o tombamento, seja por provocação do poder público ou dele próprio.
Tombamento Provisório ou Definitivo
Não há diferença entre os efeitos dos tombamentos provisório e definitivo, SALVO no que diz respeito à inscrição no livro do tombo. Dessa forma, a exceção de tal inscrição, a notificação ao proprietário do bem integrante do patrimônio cultural gera, em ambos as espécies de tombamento os mesmo efeitos.
O tombamento, seja ele provisório ou definitivo, gera algumas obrigações ao proprietário do bem tombado, a saber:
manter a qualidade daquele bem, devendo, portanto, custear a conservação do bem nas condições em que ele foi encontrado; caso o particular não tenha condições de conservar o bem, pode provocar o poder público a fazê-lo e, neste caso, o poder público terá o prazo de seis meses para ou iniciar as obras ou desapropriar o bem. Caso o poder público desrespeite esse prazo, pode o proprietário do bem requerer o cancelamento do tombamento.
Observação: O professor entende que o dispositivo que prevê a possibilidade de cancelamento do tombamento por inércia do poder público não foi recepcionado pela CRFB/88, pois enfraqueceria a esfera de proteção do patrimônio cultural.
necessidade de autorização do poder público para a realização de obras (ainda que alterações internas e estruturais, que mantenham intacta a fachada);
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o bem tombado somente pode sair do país temporariamente e desde que tal saída não lhe cause prejuízo e sem transferência de propriedade;
não pode haver no entorno do bem obras que prejudiquem a visibilidade do mesmo; embora a lei trate somente acerca da visibilidade, entende-se atualmente que a tutela deve ser estendida à ambiência, isto é, busca-se garantir, ainda, a manutenção das condições e razões que ensejaram o tombamento daquele bem.
o poder público passa a ter a preferência de aquisição do bem, pelo prazo de 30 dias a partir da notificação.
O tombamento gera indenização?
Em regra, o tombamento não gera indenização, pois, à semelhança da limitação administrativa, ele é geral. Contudo, caso haja prejuízo a um indivíduo específico, haverá indenização.
Segundo entendimento do STJ, o tombamento não precisa ser individualizado. Em outras palavras, pode o poder público tombar uma área geograficamente estabelecida, sem pormenorizar, identificar cada um dos imóveis que ali estão presentes. Exemplos: área histórica de Olinda e área histórica de Ouro Preto.
A CRFB/88 dispõe expressamente que todos os documentos e sítios que tenham reminiscências quilombolas são tombados.
A proteção dos bens culturais imateriais, cuja proteção foi referendada pela CRFB/88, é realizada através de instrumento denominado REGISTRO (Decreto n° 3.551/00) e não através do tombamento. A finalidade dessa proteção é identificar o bem imaterial que se entender integrante do patrimônio cultural e estabelecer uma série de políticas públicas de forma a incentivá-lo, a promovê-lo. O registro e a descrição desses bens é feito em quatro livros: Dos saberes; Das celebrações; Das formas de expressão; Dos lugares. Por uma questão óbvia e de impossibilidade, o registro não gera as mesmas obrigações do tombamento, por se estar diante de bens imateriais. Dessa forma, por exemplo, não faria sentido em se falar em obras em torno de um bem imaterial.
No que diz respeito ao meio ambiente natural, a sua proteção se dá por um interesse da sociedade ou ele apresenta um valor próprio?
Há duas posições: antropocêntrica e biocêntrica.
No primeiro caso, afirma-se que o direito ambiental é protegido na medida em que aquele determinado bem sirva para o interesse do ser humano. Por outro lado, os biocêntricos sustentam que o direito ambiental possui uma significância própria, capaz de
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ser colocado como titular de direitos, independentemente de sua utilidade para os seres humanos. Nesse sentido, a Constituiçãodo Equador, de forma singular, coloca o meio ambiente como sujeito de direitos. No Brasil, entretanto, prevalece a ideia do antropocentrismo alargado, que afirma que o direito ambiental protege o meio ambiente enquanto instrumento de utilidade para o ser humano, mas não tão somente em razão de sua utilidade imediata, e, sim, em razão do interesse do ser humano na manutenção do equilíbrio ecológico.
> Qual a natureza jurídica do meio ambiente?
A CRFB/88, em seu art. 225, caput, expressamente afirma que o meio ambiente é um bem de uso comum do povo (bem público). A doutrina, no entanto, de forma unânime, bem como o STF, já afirmaram que o bem ambiental é uma das maiores manifestações de bem difuso. Nesse sentido, não seria de titularidade do poder público, mas sim gerido por ele no interesse da coletividade, ultrapassando a noção de bem público e bem privado.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
Uma das consequências mais importantes dessa classificação do meio ambiente como bem difuso e não como bem público passa pela necessidade de o poder público observar o interesse coletivo quando estiver diante de assuntos atinentes ao meio ambiente e não apenas agir no seu interesse próprio. Nessa mesma toada, a apropriação adequada do meio ambiente, sob a ótica da função sócio-ambiental da propriedade, insere tal noção de proteção ambiental no próprio conteúdo do direito de propriedade, mediante conformação normativa infraconstitucional.
Sobre o tema, tem-se o art. 1.228, §1°, do CC/02, in verbis:
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
Evolução do Direito Ambiental
Fase Individualista
Fase em que não se diferenciava a propriedade privada do direito ao meio ambiente. Dessa forma, se eu tivesse uma floresta na minha propriedade, eu poderia derrubá-la e, em seu lugar, construir uma casa.
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Fase Fragmentária
O poder público passa considerar a proteção de alguns bens ambientais pontuais, não apenas sob o viés ambiental, mas também por uma questão de utilidade econômica. Exemplos: Código de Águas, Código de Minas, 1o Código Florestal.
Fase Holística
Advoga que o meio ambiente deve ser protegido independentemente dos reflexos econômicos que dele possam advir; apresenta um valor em si mesmo. Trata-se da fase atual.
A CRFB/88 dedicou um capítulo especialmente para o meio ambiente, de modo que se pode afirmar que o direito fundamental ao meio ambiente equilibrado é formal e materialmente constitucional. Tal direito materializa-se pelos deveres solidários a toda a sociedade que a própria CRFB/88 estabelece para o cuidado com o meio ambiente. O parágrafo 1 e seus incisos do art. 225 da CRFB/88 traz deveres específicos do Estado na proteção desse meio ambiente:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1° - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
- preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
- preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
- definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
- exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
- controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
- promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
- proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
Direito ambiental no âmbito internacional
No âmbito internacional, a noção de meio ambiente foi bastante valorizada e aponta- se dois motivos:
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o desconhecimento da abrangência dos efeitos dos danos ambientais. Exemplos: derramamento de petróleo no oceano; gases estufa.
existência do chamado "Dumping ambiental" ;
Os diplomas normativos atinentes ao tema são:
Conferência de Estocolmo (1972) - primeiro grande marco da proteção internacional ao direito ambiental; dela não sobreveio nenhum tratado, mas apresentou uma declaração de princípios, hoje seguidos como uma espécie de ius cogens. Como exemplos, tem-se o princípio do desenvolvimento sustentável, o princípio da prevenção. O princípio da prevenção significa que os danos conhecidos da atividade devem ser imputados a aquele que pretende executá-la; é a ideia de internalização de custos da tutela ambiental;
ECO 92 (Rio de Janeiro) - conseguiu normatizar temas que vinham sendo discutidos desde 1971; surgiu o Tratado de Diversidade Biológica (CDB) e também o princípio da precaução e o princípio da informação e da participação.
 Convenção de Kyoto (1997) - proteção ao clima; países desenvolvidos comprometeram-se a reduzir os índices de emissão de gases; EUA não assinaram o tratado. A Convenção restou fadada ao insucesso, sem produzir os efeitos que dela se esperavam, tais como a ideia de créditos de carbono e estímulo a serviços ambientais. Em reunião realizada em Copenhagen (COP 15/09), começou-se a discutir e buscar superar a ideia de responsabilidade comum, porém diferenciada. Em Kyoto havia a previsão de maior comprometimento por parte dos países desenvolvidos, uma vez que estes já teriam causado maiores prejuízos ao meio ambiente e, com isso, elevado o seu patamar sócio-econômico.
O Brasil, imbuído desse compromisso ambiental, se autolimitou, estabelecendo uma meta de redução de gases de efeito estufa, por meio da Lei n° 12.187/09.
Princípios do Direito Ambiental
Desenvolvimento Sustentável
Fruto da Convenção de Estocolmo (1972), sustenta que o desenvolvimento econômico não pode ser desacompanhado do respectivo desenvolvimento sustentável, que permite a manutenção das condições de produção de forma perene; veda, pois, o desenvolvimento predatório. 
[3: Determinados Estados, em razão da menor proteção ao meio ambiente, conseguem baratear os custos da produção de produtos, acarretando, assim, vantagens econômicas no comércio internacional, com grave prejuízo ao meio ambiental.]
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Prevenção e Precaução
Enquanto no princípio da Prevenção se imputa ao responsável a obrigação de adotar as medidas que impeçam os danos conhecidos de uma determinada atividade, o princípio da Precaução, por outro lado, incide sobre as incertezas científicas acerca das consequências que determinadas atividades ocasionam ao meio ambiente.
Poluidor/Pagador
Consiste na imputação de responsabilidade por afastar/reparar os efeitos deletérios de determinada atividade àquele que a desempenha. Antes, entendia-se que o meio ambiente era coisa de ninguém - res nullius, logo os danos ambientais que adviessem de uma atividade não eram imputados ao seu responsável. Atualmente, entretanto, este princípio tornou-se a base da responsabilidade civil por dano ambiental ao caracterizar que aquele que o provocar deve repará-lo.
Não se deve confundir, contudo, com o princípio do usuário pagador. O usuário pagador é aquele que se utiliza do bem ambiental, dentro dos parâmetros de tolerabilidade e legalidade, sem ter ele produzido a atividade poluidora. Alia-se ao princípio da educação ambiental, que busca conscientizar a todos sobre a finitude dos bens ambientais.
Protetor/Recebedor
Alberga a ideia de prestação de serviços ambientais, que se reflete em alguns institutos, como a servidão ambiental, que recompensa financeiramente aqueles que adotam uma postura de preservação ambiental que vai além do mínimo exigido.
Participação
Informação
O direito ambiental é o espaço, por excelência, de atuação dos princípios da Participação e Informação. Em sede de direito ambiental, vários institutos buscam garantir a todos os membros da sociedade a prerrogativa de participar da decisão da política pública. E tal participação somente pode ser materializada se acompanhada da devida informação que dê base a eventual manifestação. A ideia é fomentar o debate e pluralizar as decisões.
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Equidade Intergeracional
De cunho ético-jurídico, apresenta-se como uma faceta do desenvolvimento sustentável, uma vez que a obrigação da geração atual de produzir de uma maneira sustentável termina por garantir a manutenção das futuras gerações. Pode ser utilizado como fundamento para se evitar danos irreversíveis ao meio ambiente, impedindo, assim, que futuras gerações não tenham margem de decisão sobre a forma de utilização desse bem ambiental.
Repartição de Competências
Competência material: comum
Competência legislativa
Concorrente (art. 24 e 30, CRFB/88) X Matérias privativas (art. 22, CRFB/88)
Há uma aparente incompatibilidade entre os dispositivos constitucionais mencionados.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
- florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
Art. 30. Compete aos Municípios:
- legislar sobre assuntos de interesse local;
- suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
- águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
Quando instado a se manifestar acerca do tema, o STF se posicionou no sentido da prevalência da competência específica da União em face do exercício de competência por Estados e Municípios. Dessa forma, os Estados e Municípios não podem, por exemplo, legislar sobre água ou sobre, sob o argumento de proteção ao meio ambiente.
Tem-se, no entanto, uma tendência jurisprudencial de alteração dessa visão, conforme se observa do caso do amianto crisotila - ADIs 3.937/SP e 3.557/RS3. A lei federal
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aliou-se aos estudos que entenderam que todo amianto é nocivo à saúde, salvo o amianto branco ou amianto crisotila. Ocorre que, lei estadual de São Paulo afirmava que no estado de SP não se pode comercializar nem o amianto crisotila. Chegada a controvérsia ao STF, o Supremo entendeu pela inconstitucionalidade da lei, ante a usurpação da competência da União pelo referido estado membro. Novas leis estão sendo discutidas (SP e RS) estão sendo discutidas no STF e, até o momento, o Ministro Ayres Brito manifestou-se no sentido de ressaltar um federalismo cooperativo, de modo que a União não teria competência para esgotar o assunto referente ao meio ambiente e, se assim o fizesse, estaria ela agindo de modo inconstitucional; e, ainda, revela que se houver estudos mais recentes demonstrando ser todo e qualquer amianto nocivo à saúde, a lei que deve prevalecer é aquela que melhor cumpra a finalidade constitucional de proteção ao meio ambiente. Não há, no entanto, posição final do STF sobre o tema.[4: Nada obstante haja também estudos apontando que todo tipo de amianto é prejudicial à saúde.]
ADI 3.937 - COMPETÊNCIA NORMATIVA - COMÉRCIO. Na dicção da ilustrada maioria, em relação à qual guardo reservas, não há relevância em pedido de concessão de liminar, formulado em ação direta de inconstitucionalidade, visando à suspensão de lei local vedadora do comércio de certo produto, em que pese à existência de legislação federal viabilizando-o.
Com relação ao transporte de amianto (ADPF 234/DF) pelas estradas de SP, não houve discussão e o STF entendeu que o dispositivo da lei estadual que vedava a passagem de veículos transportando o amianto era inconstitucional, ante a impossibilidade de vedação à liberdade de locomoção dentro do nosso país.
ADPF 234 / DF - COMPETÊNCIA NORMATIVA - TRANSPORTE - AMIANTO. Surge relevante pedido voltado a afastar do cenário jurídico-normativo diploma estadual a obstaculizar o transporte de certa mercadoria na região geográfica respectiva - do estado.
Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA (Lei n° 6.938/81)
É a lei base de toda a disciplina de direito ambiental. Não só foi recepcionada pela CRFB/88, como a influenciou no sentido de fortalecimento e legitimação institucional da preocupação holística com o meio ambiente.
Há de se ressaltar a diferenciação trazida pela lei entre degradação ambiental e poluição. Segundo a lei, degradação ambiental é a alteração adversa das características do meio ambiente. Por outro lado, nos termos da lei, poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que, direta ou indiretamente, prejudiquem a saúde, criem condições adversas às atividades sociais, afetem desfavoravelmente a biota etc. Em
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outras palavras, a poluição é uma forma de degradação ambiental que fuja aos parâmetros de tolerabilidade, aos parâmetros da legalidade.
A PNMA materializa a ideia de gestão orgânica, geral de todos os entes federativos; e o faz através do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, que é o conjunto de órgãos incumbidos de realizar os fins ambientais. A sua composição pode ser dividida em órgãos:
Superior: Conselho de Governo;
Consultivo Deliberativo: CONAMA; responsável pela edição de normas em direito ambiental; atrelado ao Ministério do Meio ambiente, de composição multifacetada (órgãos federais, estaduais e municipais e representantes da sociedade civil);
> O CONAMA pode expedir normas? O CONAMA pode inovar na ordem jurídica?
RESPOSTA: SIM. Segundo o STJ, as normas editadas pelo CONAMA são legítimas, pois a lei estabelece as diretrizes através das quais o CONAMA iráregulamentar as questões e esta deve normatizar os assuntos ambientais nos limites impostos pela lei. Além disso, há a necessidade de um órgão técnico especializado normatizar determinadas questões, pois não se vislumbra possível, ante a velocidade das alterações técnicas ambientais, que haja uma alteração legislativa (lei ordinária) para cada uma dessas inovações técnicas.
Central: MMA - Ministério do Meio Ambiente;
Executor: IBAMA (licenciamento e fiscalização ambiental) e Instituto Chico Mendes - ICMBio (unidades de conservação e proteção ao patrimônio genético e biodiversidade); restringe-se aos órgão federais, segundo a lei;
Seccionais (Estado) e Locais (Municípios).
Instrumentos
A PNMA traz, ainda, alguns instrumentos de proteção ambiental:
Controle de padrões de qualidade ambiental
Limites ao uso de produtos nocivos como, por exemplo, agrotóxicos;
Por previsão legal (e não resolução do CONAMA), todo e qualquer agrotóxico deve ser registrado no órgão federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, após o parecer do Ministério da Saúde e do Ministério do Meio Ambiente. Todo aquele que compra um agrotóxico tem a obrigação de, no prazo de um ano, devolver esse agrotóxico ao
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fabricante, vendedor ou distribuidor. E, ainda, todo aquele que vende o agrotóxico deve estar registrado ou no órgão estadual ou no órgão municipal.
Servidão ambiental
Espécie de instrumento econômico, intrinsecamente ligado ao princípio do recebedor/pagador. Dentre os instrumentos econômicos, o mais importante é a servidão ambiental, que é o instituto por meio do qual aquele que possui uma área protegida para além do mínimo estabelecido na lei possa usufruir financeiramente dessa proteção ambiental, negociando o excesso da sua área protegida com aqueles que não possuem reserva legal em quantidade para cumprir os requisitos legais, e sendo compensado pecuniariamente por isso. O contrato oriundo de tal negociação deve ser averbado no RGI de ambos os imóveis, tanto do serviente quanto do dominante. Dessa forma, aquele imóvel que serve passa a ter a obrigação de proteger também a sua área em excesso para compensar a proteção ambiental deficiente do outro imóvel.
A servidão ambiental pode ser:
Gratuita ou Onerosa
Temporária ou Permanente
Na servidão temporária, exige-se o mínimo de 15 anos.
Cadastro Técnico Federal
Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental e atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais - informações essas atualmente reunidas no CAR - Cadastro Ambiental Rural.
Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n° 12.305/10)
Política Setorial
Tem por objetivo estabelecer a responsabilidade compartilhada na gestão de resíduos e rejeitos sólidos (Lei n° 12.305/10), salvo radioativo (Lei n° 10.308/01). Busca alterar a atual visão que se tem de que rejeitos e resíduos não são aproveitáveis, busca-se pontuar que rejeitos e resíduos não são lixo e, com isso, mediante o seu reaproveitamento (reciclagem), auferir vantagens econômicas e melhorias para o meio ambiente.
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A competência é comum, porém, com foco no Município (art. 30, I, CRFB/88). Algumas definições da Lei n° 12.305/10 devem ser destacadas:
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei;
XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;
XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada;
- destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
- disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
- área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou individualizáveis; (grifo nosso)
Em outras palavras, resíduo (gênero) é material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, dirigido à destinação final (ambientalmente adequada). Por sua vez, rejeito é uma espécie de resíduo com reaproveitamento inviável (técnica ou economicamente), voltado à disposição final.
Destinação final ambientalmente adequada significa reutilizar, reaproveitar e reciclar resíduos, ou promover a disposição final, reduzindo impactos, enquanto disposição final ambientalmente adequada diz respeito à alocação de rejeitos em aterros sanitários. Atentar para o fato de que o prazo limite para o fim dos "lixões" já terminou, logo, hoje os rejeitos devem ser descartados somente em aterros sanitários.
Área órfã contaminada: responsabilidade do Poder Público, conforme dispõe o art. 41 da referida lei:
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Art. 41. Sem prejuízo das iniciativas de outras esferas governamentais, o Governo Federal deve estruturar e manter instrumentos e atividades voltados para promover a descontaminação de áreas órfãs.
Parágrafo único. Se, após descontaminação de sítio órfão realizada com recursos do Governo Federal ou de outro ente da Federação, forem identificados os responsáveis pela contaminação, estes ressarcirão integralmente o valor empregado ao poder público.
Instrumentos de proteção ao Meio Ambiente
A referida lei prevê alguns instrumentos, tais como:
Planos Nacional e Estaduais
Apresentam vigência indeterminada, com revisão a cada quatro anos (pensado com base em vinte anos).
Pautam-se em prognósticos, redução de impactos, reutilização, incentivo e fiscalização.
Planos Microrregionais, de região metropolitana e aglomerações urbanas
Elaborados pelos Estados membros, mas com participação obrigatória dos Municípios (STF - Informativos 696 e 697; ADI 1842/RJ e 2077/BA).
ADI - 1842 - Ação direta de inconstitucionalidade. Instituição de região metropolitana e competência para saneamento básico. Ação direta de inconstitucionalidade contra Lei Complementarn. 87/1997, Lei n. 2.869/1997 e Decreto n. 24.631/1998, todos do Estado do Rio de Janeiro, que instituem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro e a Microrregião dos Lagos e transferem a titularidade do poder concedente para prestação de serviços públicos de interesse metropolitano ao Estado do Rio de Janeiro. 2. Preliminares de inépcia da inicial e prejuízo. Rejeitada a preliminar de inépcia da inicial e acolhido parcialmente o prejuízo em relação aos arts. 1°, caput e § 1°; 2°, caput; 4°, caput e incisos I a VII; 11, caput e incisos I a VI; e 12 da LC 87/1997/RJ, porquanto alterados substancialmente. 3. Autonomia municipal e integração metropolitana. A Constituição Federal conferiu ênfase à autonomia municipal ao mencionar os municípios como integrantes do sistema federativo (art. 1° da CF/1988) e ao fixá-la junto com os estados e o Distrito Federal (art. 18 da CF/1988). A essência da autonomia municipal contém primordialmente (i) autoadministração, que implica capacidade decisória quanto aos interesses locais, sem delegação ou aprovação hierárquica; e (ii) autogoverno, que determina a eleição do chefe do Poder Executivo e dos representantes no Legislativo. O interesse comum e a compulsoriedade da integração metropolitana não são incompatíveis com a autonomia municipal. O mencionado interesse comum não é comum apenas aos municípios envolvidos, mas ao Estado e aos municípios do agrupamento urbano. O caráter compulsório da participação deles em regiões metropolitanas, microrregiões e aglomerações urbanas já foi acolhido pelo Pleno do STF (ADI 1841/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.2002; ADI 796/ES, Rel. Min. Néri da Silveira, DJ
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17.12.1999). O interesse comum inclui funções públicas e serviços que atendam a mais de um município, assim como os que, restritos ao território de um deles, sejam de algum modo dependentes, concorrentes, confluentes ou integrados de funções públicas, bem como serviços supramunicipais. 4. Aglomerações urbanas e saneamento básico. O art. 23, IX, da Constituição Federal conferiu competência comum à União, aos estados e aos municípios para promover a melhoria das condições de saneamento básico. Nada obstante a competência municipal do poder concedente do serviço público de saneamento básico, o alto custo e o monopólio natural do serviço, além da existência de várias etapas - como captação, tratamento, adução, reserva, distribuição de água e o recolhimento, condução e disposição final de esgoto - que comumente ultrapassam os limites territoriais de um município, indicam a existência de interesse comum do serviço de saneamento básico. A função pública do saneamento básico frequentemente extrapola o interesse local e passa a ter natureza de interesse comum no caso de instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, nos termos do art. 25, § 3°, da Constituição Federal. Para o adequado atendimento do interesse comum, a integração municipal do serviço de saneamento básico pode ocorrer tanto voluntariamente, por meio de gestão associada, empregando convênios de cooperação ou consórcios públicos, consoante o arts. 3°, II, e 24 da Lei Federal 11.445/2007 e o art. 241 da Constituição Federal, como compulsoriamente, nos termos em que prevista na lei complementar estadual que institui as aglomerações urbanas. A instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas ou microrregiões pode vincular a participação de municípios limítrofes, com o objetivo de executar e planejar a função pública do saneamento básico, seja para atender adequadamente às exigências de higiene e saúde pública, seja para dar viabilidade econômica e técnica aos municípios menos favorecidos. Repita-se que este caráter compulsório da integração metropolitana não esvazia a autonomia municipal. 5. Inconstitucionalidade da transferência ao estado-membro do poder concedente de funções e serviços públicos de interesse comum. O estabelecimento de região metropolitana não significa simples transferência de competências para o estado. O interesse comum é muito mais que a soma de cada interesse local envolvido, pois a má condução da função de saneamento básico por apenas um município pode colocar em risco todo o esforço do conjunto, além das consequências para a saúde pública de toda a região. O parâmetro para aferição da constitucionalidade reside no respeito à divisão de responsabilidades entre municípios e estado. É necessário evitar que o poder decisório e o poder concedente se concentrem nas mãos de um único ente para preservação do autogoverno e da autoadministração dos municípios. Reconhecimento do poder concedente e da titularidade do serviço ao colegiado formado pelos municípios e pelo estado federado. A participação dos entes nesse colegiado não necessita de ser paritária, desde que apta a prevenir a concentração do poder decisório no âmbito de um único ente. A participação de cada Município e do Estado deve ser estipulada em cada região metropolitana de acordo com suas particularidades, sem que se permita que um ente tenha predomínio absoluto. Ação julgada parcialmente procedente para declarar a inconstitucionalidade da expressão "a ser submetido à Assembleia Legislativa" constante do art. 5°, I; e do § 2° do art. 4°; do parágrafo único do art. 5°; dos incisos I, II, IV e V do art. 6°; do art. 7°; do art. 10; e do § 2° do art. 11 da Lei Complementar n. 87/1997 do Estado do Rio de Janeiro, bem como dos arts. 11 a 21 da Lei n. 2.869/1997 do Estado do Rio de Janeiro. 6. Modulação de efeitos da declaração de inconstitucionalidade. Em razão da necessidade de continuidade da prestação da função de saneamento básico, há excepcional interesse social para vigência excepcional das leis impugnadas, nos termos do art. 27 da Lei n. 9868/1998, pelo prazo de 24 meses, a contar da data de conclusão do julgamento, lapso
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temporal razoável dentro do qual o legislador estadual deverá reapreciar o tema, constituindo modelo de prestação de saneamento básico nas áreas de integração metropolitana, dirigido por órgão colegiado com participação dos municípios pertinentes e do próprio Estado do Rio de Janeiro, sem que haja concentração do poder decisório nas mãos de qualquer ente.
Plano Municipal e Distrital de Gestão Integrada de Resíduos
Mais operacional do que os demais, pois, além de diagnosticar, de fazer prognósticos, estabelecer metas, meios de redução e fiscalização, cabe a ele definir, em conformidade com o Plano Diretor, onde haverá a disposição final de rejeitos, isto é, onde ficarão os aterros sanitários. Cabe a ele, ainda, identificar quem são os sujeitos responsáveis pelos planos de gerenciamento de resíduos sólidos e estabelecer a forma como vai ser dar a logística reversa. Por fim, cabe ao plano municipal e distrital, também, decidir a forma e se haverá coleta seletiva.
Tal plano pode ser inserido no Plano de Saneamento Básico.
É obrigatório para Municípios com população acima de 20 mil habitantes, bem como para aqueles que com população abaixo de 20 mil, mas que apresentem:
interesse turístico;
com unidade de conservação no território;
área de influência de EIA/Rima.
A lei dispõe que somente receberá verba da União aqueles Municípios que tiverem o
plano.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Plano por meio do qual os demais atores, empreendedores privados, deverão prever como irão coletar determinado resíduo sólido decorrente da atividade dele; como será feito esse transporte; meio para a redução; planos pra eventual emergência; a destinação final a ser dada.[5: Empresas de saneamento básico, indústrias, empresas que tenham rejeitose resíduos de saúde (hospitais, clínicas), empresas de mineração, resíduos perigosos, construção civil, transporte e empresas de atividade agropecuárias.]
gestão adequada de resíduos sólidos
parte obrigatória do licenciamento: remuneração pelo serviço público de limpeza, caso decida por deixar os resíduos para que sejam recolhidos pelo prestador de
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serviço público. A outra opção é o empreendedor contratar outra empresa para dar a destinação final aos seus rejeitos.
- permissão para a confecção de um plano único para determinado setor produtivo de uma mesma região.
8.2.4.1 LOGÍSTICA REVERSA: art. 3°, XII, Lei n° 12.305/10
XII - logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada;
Em outras palavras, trata-se de imputar àquele que produz o resíduo a obrigação de coletar o bem. Por lei, são obrigados a fazer a logística reversa os fabricantes, importadores, distribuidores de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleo lubrificante, lâmpada fluorescente e produtos eletrônicos. A lei exemplifica três formas de se materializar a logística reversa, a saber, por meio de postos de coleta, da recompra desses resíduos do consumidor e de parcerias com associações de catadores.
Consumidores -> distribuidores e comerciantes -> fabricantes e importadores -> destinação e disposição final.
Caso o poder público participe dessa logística reversa, ele deve ser remunerado. Exemplo: Resolução CONAMA 416/09 (pneus inservíveis)
8.2.4.2 COLETA SELETIVA: art. 3°, V, da Lei n° 12.305/10:
V - coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição;
Dito de outra forma, diz respeito à separação de resíduos sólidos conforme sua constituição e composição, facilitando a destinação e disposição final. Deve estar prevista no Municipal/Distrital e pode ser fomentada por meio de incentivos econômicos (ideia do princípio do protetor/recebedor). De outro lado, há também a previsão de infrações (Decreto n° 6.512/08) para aqueles que descumprem as regras atinentes à destinação e disposição dos resíduos sólidos.
Destaca-se o fato de os consumidores poderem sofrer sanções, caso o plano preveja a coletiva seletiva e ela não seja por nós, consumidores, observada. Há a previsão de advertência e, no caso de reincidência, multa que pode varias de R$50,00 a R$500,00.
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Licenciamento Ambiental
Trata-se de um instrumento da PNMA consubstanciado em um procedimento administrativo por meio do qual o poder público chancela/aprova a concepção de um empreendimento, a sua localização, a forma como ele vai se relacionar e as medidas que devem ser adotadas para ou mitigar os danos ambientais ou compensar aqueles que porventura não puderem ser mitigados. É o procedimento que, por excelência, irá materializar os princípios ambientais anteriormente mencionados, através do exercício do poder de polícia preventivo. É, ainda, no bojo do licenciamento que ocorrem as audiências públicas.
O licenciamento ambiental é disciplinado pela Resolução CONAMA n° 237/97; e, para permitir que o poder público tome as decisões acerca da chancela ou não de determinado empreendimento, bem como localização e demais precauções a serem tomadas, o licenciamento ambiental deve ser precedido de um estudo técnico, de uma avaliação de impactos ambientais. E essa avaliação de impactos ambientais é um gênero do qual o EIA (Estudo de impactos ambientais) é um dos seus exemplos. Dessa maneira, nem sempre que houver o licenciamento terá havido necessariamente o EIA. No entanto, sempre haverá previamente uma avaliação de impactos ambientais (gênero).
O procedimento do licenciamento ambiental é variável, podendo o seu rito ser diferenciado, a depender das particularidades de cada caso. Há, no entanto, o denominado rito normal, que prevê:
Termo de referência: documento do órgão ambiental a partir do qual se dirá o conteúdo da avaliação de impactos ambientais para justificar e legitimar a tomada da decisão final acerca da chancela ou não do empreendimento;
Publicidade do pedido de licença, do seu deferimento e da renovação;
Análise e novos estudos: uma vez elaborados os estudos a partir do termo de referência, a norma permite que o poder público solicite, e apenas uma vez, um novo estudo; não veda, entretanto, que o poder público peça complementações daquilo que já foi pedido.
Possibilidade de audiências públicas: em geral só há em grandes empreendimentos em que se observam o EIA-RIMA; essas audiências podem ser requeridas pelas organizações da sociedade civil, 50 ou mais cidadãos ou o Ministério Público. Tais audiências não são deliberatórias, são apenas consultivas.
Prazo: em regra, 6 meses. Contudo, quando houver EIA-RIMA ou audiência pública: 12 meses. Esse prazo não conta enquanto o empreendedor estiver fazendo os estudos solicitados pelo órgão licenciador.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Espécies de licenças
O licenciamento se materializa através de 3 espécies de licenças:
Licença Prévia (5 anos)
Considera-se a mais importante dentre as demais por aprovar a concepção do empreendimento como um todo, a sua localização e as medidas a serem adotadas; tem prazo de validade de até cinco anos; prazo este que o empreendedor terá para elaborar o projeto executivo, delineando-se a instalação do empreendimento.
Licença de Instalação (6 anos)
Após a elaboração desse projeto executivo e definidas as formas de instalação é que o poder público concede a Licença de Instalação; e somente a partir desta é que se permite a efetiva intervenção no meio ambiente, isto é, a licença prévia na dá ensejo à intervenção concreta no meio ambiente; prazo de validade de até seis anos.
Questão controvertida diz respeito à natureza jurídica dessas licenças. Há quem entenda que deve ser tratada como as tradicionais licenças administrativas; por outro lado, contudo, há quem sustente a existência de uma discricionariedade técnica, ou seja, é possível, diante de determinadas incerteza características da área ambiental, que o poder público tome decisões discricionárias, desde que tecnicamente justificadas. Não havendo tais incertezas, logo, não se estando nesse campo da discricionariedade técnica, fala-se em direito subjetivo do empreendedor de executar determinada atividade.
Licença de Operação (4 a 10 anos)
Autoriza, de fato, o início das operações do empreendimento.
A Resolução CONAMA 237/97 prevê as hipóteses em que haverá a revogação da licença ambiental:
Violação das condicionantes de licença ambiental;
Apresentação de informações equivocadas à época da concessão da licença;
Superveniência de riscos ambientais.
> No caso de haver a revogação, há direito à indenização?
RESPOSTA: A doutrina diverge acerca do tema. Em relação à violação de condicionantes e prestação de informações equivocadas, não há dúvidas de que não cabe
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indenização. Entretanto, na hipótese de superveniência de riscos ambientais, o temaé controverso tanto na doutrina quanto na jurisprudência. O professor entende que a melhor posição a ser adotada é no sentido de não haver indenização, pois não se tem direito adquirido a empreender atividades potencialmente poluidoras. Dessa forma, o que se tem é uma licença rebus sic stantibus, isto é, desde que mantidas as condições iniciais que fundamentaram e permitiram a concessão.
Não há que se falar em concessão de licença tática, SALVO a renovação da licença de operação (caso o pedido seja feito até 120 dias antes de findar o prazo da licença).
Competência (LC 140/11)
A LC 140/11 afastou o entendimento do STJ até então, que era no sentido de permitir que mais de um ente participasse do mesmo licenciamento. A lei prevê, então, que o licenciamento ocorrerá no âmbito de um único ente federativo. A norma permite a participação de entes de outros níveis, contudo, apenas de maneira opinativa.
Antes da LC 141/11 havia discussão acerca da competência para autorizar a supressão de vegetação, em razão de interesses econômicos (recebimento de taxa); em geral, considerava-se de competência dos Estados. A lei dispôs, no entanto, que a competência para tal autorização seria do ente que licencia uma atividade que tenha em seu bojo a supressão de vegetação.
Competência Supletiva X Competência Subsidiária
A competência supletiva é aquele ocorre em substituição de um ente federativo pelo outro. Exemplo: A União atua supletivamente sobre os Estados; os Estados atuam supletivamente sobre os Municípios. Pode ocorrer a avocação do licenciamento ambiental quando: i) ente federativo não tem órgão técnico capacitado; ii) não tiver um Conselho de Meio Ambiente; iii) superar os prazos de licenciamento (6 meses ou 12 meses).
Por sua vez, a competência subsidiária diz respeito ao auxílio de um ente para outro, quando o ente não gozar da expertise necessária para o desempenho isolado do licenciamento.
Há, ainda, a possibilidade de se delegar a competência para licenciar, inclusive por prazo indeterminado. O ente que recebe tal competência deve gozar de um órgão ambiental capacitado e um Conselho de Meio Ambiente.
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Competência Municipal
Unidades de Conservação Municipal, SALVO APA - Área de Proteção Ambiental ou nos casso em que o CONAMA definir como sendo da competência estadual.
Competência Estadual
É residual. Há competência estadual quando o assunto não for de competência do Município, nem da União;
Competência da União
Inicialmente, vale dizer que não se tem uma relação de causa e efeito entre titularidade do bem e competência para licenciar, isto é, não é pelo fato de um bem ser federal que a competência para licenciar será da União. Da mesma maneira, a competência não está relacionada à dimensão do impacto ambiental.
A LC 141/11 traz o rol de atividades de competência da União:
- localizadas no Brasil e em país limítrofe (Exemplo: Itaipú); no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; em terras indígenas; em unidades de conservação federais, SALVO APAs; em dois ou mais Estados; de caráter militar; material radioativo ou nuclear; hipóteses que atendam a tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, a partir do porte e potencial poluidor (empreendimento em terra e mar territorial)
Parágrafo único. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição da União exclusivamente nos casos previstos em tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento.
O dispositivo acima transcrito refere-se, especialmente, à questão dos portos.
Avaliação de Impactos Ambientais
Trata-se do gênero de estudos ambientais que justificam e legitimam tecnicamente a tomada de decisão, que é o conteúdo do procedimento de licenciamento. São estudos custeados pelo empreendedor. Dessa forma, a fim atribuir maior credibilidade às informações fornecidas pelo próprio interessado em desenvolver as atividades e, portanto,
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no recebimento da licença, a lei prevê punições àqueles que fornecerem informações inverídicas.
Dentre as diversas modalidades de avaliação de impactos ambientais, o mais importante é o EIA - Estudo de Impacto Ambiental. Com guarida constitucional, exige-se o EIA nos casos de significativa degradação ambiental. Anteriormente à CRFB/88 foi editada, e ainda vige, a Resolução CONAMA 01/86, que prevê um rol de casos em que se exige o EIA- RIMA. Entende-se, então, que tal resolução deve ser interpretada à luz da CRFB/88. Assim, ainda que determinada atividade não esteja no rol previsto pela referida resolução, caso se observe a significativa degradação ambiental, pode-se exigir a elaboração de EIA.
O EIA-RIMA é um estudo altamente complexo, envolvendo a noção de meio ambiente holístico, apresentando estudos sociológicos, demográficos, ecológicos, etc. Busca estabelecer uma espécie de "retrato" da situação atual, bem como diagnósticos, impactos, alternativas, medidas mitigatórias e compensatórias, além de monitoramento do cumprimento dessas medidas. Embora seja, por excelência, um estudo abrangente, não há previsão normativa sobre a extensão desse estudo, exceto a necessidade de avaliação do impacto da atividade na bacia hidrográfica.
Por sua complexidade e tecnicidade, é difícil se alcançar todas as informações do EIA, razão pela qual existe o RIMA - Relatório de Impacto ao Meio Ambiente. O RIMA é uma espécie de resumo do EIA, de maneira mais compreensível, no intuito de materializar o princípio da informação/participação no bojo do licenciamento ambiental de empreendimento de significativa degradação ambiental, ao explicar, por meio de gráficos, desenhos e linguagem simplificada os impactos, as medidas, as vantagens e desvantagens de um empreendimento.
Sempre que houver EIA, haverá RIMA.
Mineração
> O minério é um bem ambiental?
O professor Celso Pacheco Fiorillo filia-se ao entendimento de que o minério é também um bem ambiental. Por outro lado, o professor Bernardo Ferraz sustenta não ser o minério propriamente um bem ambiental, contudo, em razão dos impactos da mineração serem tamanhos e inafastáveis da atividade, cabe ao direito ambiental tutelar, não o bem minério, mas os impactos daquela mineração no meio ambiente.
Embora o minério seja um bem federal e seja da União a competência para legislar sobre o assunto, há competência comum no que tange à fiscalização da exploração desse bem, conforme previsão constitucional:
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Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
Tal fiscalização justifica-se pela obrigatória repartição dos recursos advindos dessa atividade entre os entes políticos e órgãos da Administração Direta Federal, quando essas atividades se situarem no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva (ADI 4917 - pré-sal)
AÇÃO DIRETA DEINCONSTITUCIONAUDADE. DISPOSITIVOS DA LEIN. 9.478/1997 E DA LEI N. 12.351/2010 ALTERADOS PELA LEI N. 12.734/2012. MUDANÇAS DAS REGRAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ROYALTIES E PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS DE ESTADOS E MUNICÍPIOS: ALEGAÇÃO DE DESOBEDIÊNCIA AO ART. 20, § 1° COMBINADO COM A AL. B DO INC. II DO
§ 2° DO ART. 155 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. IMPUGNAÇÃO RETROAÇÃO DE EFEITOS DA NOVA LEGISLAÇÃO EM INOBSERVÂNCIA A ATOS JURÍDICOS PERFEITOS E AO PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. PLAUBILIDADE JURÍDICA DEMONSTRADA. EXCEPCIONAL URGÊNCIA CONFIGURADA A IMPOR DEFERIMENTO CAUTELAR AD REFERENDUM DO PLENÁRIO.
O proprietário do imóvel no qual está o minério também recebe 50% do que recebem os entes acima. Ele recebe 1,5% do lucro líquido daquele minério.
A exploração dos minérios somente poderá ser feita por brasileiros ou sociedades brasileiras (sob as leis e sede e administração no Brasil). Além disso, pesquisas minerárias devem ser feitas com prazo determinado.
Uma vez concedida a mineração, esta não pode ser livremente cedida entre os particulares. A transferência dessa concessão fica condicionada à autorização do poder público.
Caso o potencial minerário esteja localizado em terras indígenas, há a necessidade de prévia concordância do Congresso Nacional, após oitiva (não é autorização) das comunidades indígenas relacionadas. Caso se decida pela exploração do minério, aquela comunidade indígena terá direito à participação no resultado da atividade.
Sobre o tema mineração, alguns conceitos merecem ser destacados:
Jazida: massa de substância mineral ou fóssil, com valor econômico;
Mina: jazida em lavra, em exploração (operações para extrair e beneficiar);
A exploração desse mineral ocorre da seguinte maneira:
i) autorização para pesquisas (identificação de jazidas, sua extensão e a viabilidade) por ato do DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral; em regra, tais pesquisas não necessitam de licenciamento ambiental, SALVO nos casos em que houver guia de
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
utilização; caso haja viabilidade, mas o poder público entenda que não há interesse público na concessão, a parte tem direito à indenização.[6: Guia de utilização - casos em que, no bojo da pesquisa, o potencial interessado quer testar se o mercado tem ou não interesse naquela atividade (viabilidade econômica).]
concessão de lavra: após pesquisa, por ato do MME - Ministério de Minas e Energia (portaria); necessidade de EIA-RIMA (Res. CONAMA 01/86 e 09/90);
permissão de lavra garimpeira: materialização da preocupação constitucional de fomentar os garimpos regulares; ato do DNPM; cooperativa ou individual (até 50ha); exige- se, em regra, apenas um licenciamento simples.
licenciamento: pequenas explorações (areia, argila, cascalho, brita, rocha); DNPM; EIA-RIMA ou RCA (relatório de controle ambiental), segundo a Res. CONAMA 10/90;
monopolização: exploração direta ou indireta pelo poder público (Governo Federal).
Obrigação de reparar o dano
Sob a ótica do princípio do poluidor/pagador, aquele que explora recurso mineral fica obrigado a reparar os danos ambientais decorrentes da atividade. Tal reparação se dá por meio de um PRAD (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas), que estará inserido no licenciamento daquela atividade.
Recursos Hídricos
Observação: O tema tem sido bastante cobrado na Magistratura e no Ministério Público.
A tutela dos recursos hídricos é um dos exemplos dos quais a Constituição promoveu uma grande mudança da relação jurídica com esse bem ambiental. Anteriormente, este bem era disciplinado pelo Código de Águas de 1934 que fazia parte da fase fragmentária do Direito Ambiental.
A Constituição de 1988 trouxe uma mudança, na medida em que definiu que toda água é pública. Destarte, não há mais água particular como havia no disposto pelo Código de Águas.
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O caso do aproveitamento direto de águas da chuva, previsto no art. 103 do Código de Águas de 1934, pode ser considerado um caso em que houve a recepção do Código de Águas pela CRFB/88.
Art. 103. As águas pluviais pertencem ao dono do prédio onde caírem diretamente, podendo o mesmo dispor delas a vontade, salvo existindo direito em sentido contrário.
Parágrafo único. Ao dono do prédio, porém, não é permitido:
1°, desperdiçar essas águas em prejuízo dos outros prédios que delas se possam aproveitar, sob pena de indenização aos proprietários dos mesmos;
2°, desviar essas águas de seu curso natural para lhes dar outro, sem consentimento expresso dos donos dos prédios que irão recebê-las.
Titularidade
A CRFB/88 define que a água é da União nos casos em que especifica, e nos demais casos será dos Estados.
A água é da União nos casos: (i) em que esteja nos terrenos de seus domínios; (ii) a água banhe mais de um Estado; (iii) água que esteja em fronteira internacional; (iv) praia fluvial; (v) mar territorial; (vi) potencial de energia elétrica.
A água é dos Estados/Distrito Federal nos demais casos, ou seja, a eles cabe uma titularidade residual.
Instrumentos
A Lei n° 9.433/97 disciplina os recursos hídricos e traz alguns instrumentos, quais
sejam:
Divisão em corpos d'água. Define o que é água salobra, salgada, doce.
Este instrumento serve para que se estabeleçam padrões de utilização desses corpos
d'água.
Outorga: É o instrumento que autoriza o uso de todo e qualquer recurso hídrico (lançamento, captação, derivação). Portanto, em regra, é necessária haver a outorga, salvo nos casos de: (i) lançamentos insignificantes; (ii) captações insignificantes; (iii) utilização da água por pequenos núcleos rurais.
Prazo da outorga
Essa outorga não pode ser ilimitada temporalmente. Destarte, o limite máximo da outorga é de 35 anos, ainda que esta possa ser renovada.
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Contudo, há uma exceção, que ocorre quando uma outorga de recurso hídrico for concedida no bojo da concessão de um serviço público que tenha na água um elemento inerente à sua realização. Nesse caso, o prazo da outorga vai equivaler ao prazo da concessão.
Por exemplo, há uma concessão para construção de uma hidroelétrica, o prazo é de 50 anos, logo a outorga de recurso hídrico acompanhará o prazo de 50 anos da concessão do serviço público.
Natureza da outorga
Naturalmente, essa outorga é precária, porque as condições dos recursos hídricos podem mudar. A própria lei fala que, quando a condição mudar, é possível a revogação ou alteração da outorga de recurso hídrico. A lei estabelece, ainda, as hipóteses de uso preferencial em casos de escassez, que são: (i) uso humano; (ii) dessedentação animal.
Há precedentes no TRF da 5^ Região nesse sentido; foram casos ocorridos no nordeste que diversas indústrias ajuizaram ações de indenização em face da União por terem reduzido seu percentual de captação de água, que era autorizado por uma outorga. As ações foram julgadas improcedentes, justamente por ter se entendido que a outorga é precária. Destarte, em uma situação de urgência é legítimo que o titular do bem faça as opções conforme as prioridades que a lei estabelece.
Titularidade da outorga
Quem dá a outorga é o dono do bem, sendo assim, é federal ou estadual.
Outorga x Licenciamento Ambiental
Em que pese a outorga ser um instrumento ambiental, esta não afasta a necessidade de licenciamento ambiental. Quando houver um empreendimento de potencial dano ambiental, e este implicar necessidade de captação ou lançamento de água, além da outorga, há a necessidade de licenciamento.
Ressalte-se que alicença ambiental só será concedida quando houver a concessão da outorga em si ou a outorga preventiva.
A outorga preventiva é um instrumento trazido pela legislação, que ocorre quando o empreendedor quer, por exemplo, construir uma indústria. Sem a outorga preventiva ou
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definitiva ele não conseguirá a licença prévia. O empreendedor só conseguirá construir se possuir financiamento; e este só será dado se ele possuir a licença.
Sendo assim, o órgão responsável pela gestão do recurso hídrico pode conceder uma outorga preventiva que não assegura a utilização do bem diretamente, mas garante uma determinada quantidade de água pelo prazo de 3 anos. Este prazo é o necessário para se obter a licença prévia e o financiamento. Posteriormente, deverá o empreendedor buscar a outorga definitiva que é necessária para a licença de instalação.
Observação: Sempre que houver outorga, há pagamento e cobrança de valores.
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
O gerenciamento do recurso hídrico é realizado por meio do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGREH.
Órgãos do Sistema
Os órgãos que compõem esse sistema são:
(i) Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH: órgão federal, associado ao Ministério do Meio Ambiente, com composição dos entes federais com interesse na gestão ambiental (IBAMA, ICMBio, Ministérios que tenham relação com questão hídrica), com representantes dos conselhos estaduais de recursos hídricos, e com representantes dos integrantes da sociedade civil e dos usuários.
O referido órgão tem duas funções principais: (i) elaborar o plano nacional de recursos hídricos; (ii) definir o valor para cobrança da água federal.
Para desempenhar o mister de definir o valor da água federal será ajudado pela Agência Nacional de Águas - ANA (autarquia federal) que tem por finalidade, especialmente, conferir a outorga do bem e assegurar o pagamento e cobrança de valores.
Apesar de a ANA não fazer concessão de serviços públicos, é considerada uma agência, na modalidade de autarquia sob regime especial. Esse regime se manifesta na questão de seus diretores, uma vez que estes são escolhidos pelo Presidente da República, para um mandato fixo de 4 anos. Estes diretores só poderão ser demitidos ad nutum nos primeiros 4 meses do mandato, posteriormente só podem sair se houver sentença judicial transitada em julgado; se houver processo administrativo que os apene; se o próprio diretor quiser sair.
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Os conselhos estaduais e distrital: órgãos que em relação aos respectivos recursos hídricos têm a mesma competência do Conselho Nacional.
Comitê de Bacia: é o órgão autorizado pelo Conselho Nacional ou pelo Conselho Estadual de natureza política, propiciando um espaço de debate. Este pode, por exemplo, criar um comitê de bacia do Rio São Francisco, com representantes dos Poderes Públicos, bem como representantes da sociedade civil e usuários dos recursos hídricos. Destarte, estabelece as prioridades por meio de decisão política.
Agências de Água: órgão executivo que vai poder realizar a atividade de concessão; de registro das outorgas; controlar a cobrança dos recursos relacionados e ele.
Fauna
Conceito
A fauna é decisiva na prática do meio ambiente, pois é através da relação entre fauna e flora que surge o manejo ecológico, ou seja, só há manejo ecológico se houver relação entre fauna e flora; a simbiose entre estes dois elementos permite a sustentabilidade ambiental.
A CRFB/88 traz algumas previsões específicas para a fauna: obriga a utilização de manejo ecológico e veda práticas que ponham em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade (art. 225, § 1°, I e VII).
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1° - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
Fauna aquática
Fauna aquática tem uma legislação específica (Lei n° 11.959/09 e Decreto-lei n° 221/67), que é muito menos restritiva; como exemplo, tem-se a permissão para a pesca.
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Fauna Silvestre
Conceito
O art. 1° da Lei n° 5.197/67 traz o conceito de fauna silvestre:
Art. 1Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha.
Animal domesticado não possui função ecológica, mas não significa que esteja alheio ao regramento constitucional, pois a ele também se aplica a vedação de tratamento cruel e sua extinção.
A lei define que os animais da fauna silvestre são bens públicos, ou seja, bens difusos, pois têm função ecológica.
Regimes de exploração da fauna
Veda a caça com finalidade comercial, bem como a comercialização dos produtos dela oriundos. É tão grave essa previsão que a Lei 9.605/98 traz a previsão de triplicar a pena do crime de caça sem autorização.
Todavia, a lei permite a caça de controle, que é a caça que visa afastar animais que sejam considerados nocivos à saúde pública ou à pecuária.
A própria Lei 9.605/98 exclui do rol de atividades criminosas a caça de controle. Para ocorrer a caça de controle é necessário autorização do órgão federal; essa autorização é concedida após um estudo ambiental que identifique as espécies, quantidades, períodos, métodos de abate, a fim de não prejudicar a função ecológica daqueles animais;
Caça de subsistência: Não está prevista na Lei 5.197/67, mas é inerente à própria dignidade da pessoa humana, razão pela qual a Lei n° 9.605/98 define que não é crime a caça quando destinada à alimentação.
Caça científica: Depende de autorização do Instituto Chico Mendes; por meio dessa se permite o acesso e a coleta de animais para fins de pesquisa científica. Todavia, uma vez coletados esses animais, a pesquisa deve atender os ditames da Lei n° 11.794/08.
Os pontos mais importantes da referida lei são: (i) a Instituição que se dedicar à pesquisa científica com animais precisa de autorização do Ministério da Ciência e Tecnologia; (ii) os procedimentos de pesquisa devem ser filmados e fotografados, a fim de evitar repetição o ato de crueldade ao animal; (iii) animais submetidos à pesquisa científica devem estar sedados.
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Caça esportiva: prevista na Lei n° 5.197/67, é a caça com a finalidade de lazer. A lei define que deverá haver uma autorização do órgão federal para dizer o quanto poderá ser caçado, onde poderá ser caçado e os métodos utilizados.
A lei previa e incentivava a existência de sociedades de caça, concedendo uma licença ao caçador. Ademais, a

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