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PONTO 7 – Processo Civil - Processo e Procedimento. Relação Jurídica Processual. Pressupostos Processuais. ****RELAÇAO JURÍDICO PROCESSUAL*** -institutos fundamentais do processo: a)jurisdição b)processo c)ação PROCESSO - instrumento jurídico destinado ao exercício do poder (estatal ou privado), seria o meio para se atingir um resultado material previsto em lei. [conceito moderno] [não necessariamente estatal, não necessariamente judicial] É O INSTRUMENTO PELO QUAL O ESTADO EXERCE A JURISDIÇÃO. - TEORIAS SOBRE O PROCESSO 1.1 Fase do procedimentalismo (ou praxismo) Inicialmente, o processo era visto como um procedimento, ou seja, como uma sequencia ordenada de atos. 1.2 Teoria contratualista Para esta teoria o processo é o resultado de um contrato entre as partes através do qual se obrigam a submeter o conflito ao juiz e a acolher a decisão que for por ele pronunciada. 1.3 Teoria quase-contratualista Enquanto no contrato as obrigações dele decorrentes são determinadas diretamente pela própria vontade das partes, no quase-contrato, as obrigações são determinadas pela lei com base na presumível vontade das partes. 1.4 Teoria da relação jurídica (predominante no Brasil) Desenvolvida por Oskar von Bülow, Consoante essa doutrina, o processo contém uma relação jurídica entre as partes e o Estado-Juiz, a chamada relação jurídica processual. Esta se distingue da relação de direito material por três aspectos: a) pelos seus sujeitos (autor, réu e Estado-Juiz); b) pelo seu objeto (a prestação jurisdicional); c) pelos seus pressupostos (os pressupostos processuais). O processo é uma relação entre pessoas, dinâmica, de direito público, e que tem seus próprios sujeitos e requisitos. O processo é uma relação jurídica. Qual seria, contudo, a configuração gráfica dessa relação? 1ª) Relação jurídica triangular Todos os sujeitos processuais mantêm relação direta uns com os outros. Existe um vínculo direto entre Estado e autor, Estado e réu, autor e réu. Isso porque a doutrina percebe que, em algumas situações, há de fato uma relação direta entre as partes, sem a interferência necessária do juiz. Exemplos: as partes têm o dever de lealdade recíproca; a parte vencida tem a obrigação de reembolsar à vencedora as custas despendidas; podem as partes convencionar entre si a suspensão do processo. É a posição majoritária no Brasil. 2ª) Relação jurídica angular Entende que há relação direta entre Estado e autor e entre Estado e réu, mas negam a existência de vínculo direto entre autor e réu. Assim, afirma que toda relação entre autor e réu é via juiz. 1.5 Teoria da situação jurídica O processo seria composto por uma série de situações jurídicas ativas, capazes de gerar para seus sujeitos deveres, poderes, faculdades, ônus e sujeições. 1.6 Teoria do procedimento em contraditório O processo é um procedimento em contraditório. 1.7 Teoria da entidade complexa Cândido Rangel Dinamarco. O processo seria uma entidade complexa, formada por diversos elementos, e que poderia ser definido como “o procedimento animado pela relação jurídica processual”. NATUREZA DO PROCESSO O processo contém uma relação jurídica entre as partes e o Estado-Juiz, a chamada relação jurídica processual. Esta se distingue da relação de direito material por três aspectos: a) pelos seus sujeitos (autor, réu e Estado-Juiz); b) pelo seu objeto (a prestação jurisdicional); c) pelos seus pressupostos (os pressupostos processuais). O processo é uma relação entre pessoas, dinâmica, de direito público, e que tem seus próprios sujeitos e requisitos. - PROCESSO é relação jurídica processual instrumental, triádica, de caráter público e complexa. CARÁTER INSTRUMENTAL – é através do processo que a jurisdição e o direito de ação se materializam. RELAÇÃO jurídica TRIÁDICA – relação jurídica processual envolve 3 sujeitos: autor; réu; estado-juiz. Mas haverá situações excepcionais em que não haverá a triadicidade. Ex. proposta ação e indeferida a inicial, já existiu um relação jurídica entre o autor e o juiz (relação linear). Fala-se, assim, em formação gradual do processo. RELAÇÃO DE CARÁTER PÚBLICO – a relação jurídica processual sempre compreenderá a figura do ente público, razão pela qual haverá, sempre, a incidência dos princípios do direito público. RELAÇÃO COMPLEXA – oposição à ideia de instantaneidade. Nas relações de direito público a relação é continuada, desenvolvendo-se durante o tempo, em que há inúmeras e sucessivas situações jurídicas (ônus, faculdades, direitos e deveres). ****PROCESSO E PROCEDIMENTO**** PROCEDIMENTO - é instrumento de manifestação do processo. Representa a forma de organização, lógica e cronológica, dos atos do processo. É o modo de ser do processo, a EXTERIORIZAÇÃO do processo. -em decorrência dos princípios da legalidade e da segurança jurídica, os atos do processo estão previstos de forma organizada, lógica e cronológica. O Brasil adota o sistema procedimental preclusivo ou inflexivo, no qual a lei estabelece todos os atos (do início ao fim). a construção do procedimento deve ser feita tendo-se em vista a natureza e as particularidades da situação material a que servirá. É o que estabelece o princípio da adequação. Um procedimento inadequado ao direito material pode importar verdadeira negação da tutela jurisdicional. INSTRUMENTALIDADE - PROCEDIMENTO é instrumento do PROCESSO, que é instrumento da JURISDIÇÃO/AÇÃO, que é instrumento de um DIREITO MATERIAL em conflito. crítica ao formalismo exacerbado As regras processuais não constituem um fim em si mesmo, elas têm a finalidade de ordenar a relação processual de forma a garantir a participação das partes com objetivo de solucionar o litígio (formalismo valorativo). PROCESSO: RELAÇÃO JURÍDICO PROCESSUAL (aspecto interno) + PROCEDIMENTO (aspecto externo) + CONTRADITÓRIO - Competência para legislar: Processo: privativo da União Procedimento: concorrente entre União (regras gerais) e Estados (regras específicas). - Distinção entre processo e procedimento: ARRUDA ALVIM: A estreita conexão que tem certas regras de processo com o direito material (condições de ação, provas), o que demanda regras uniformes no Brasil, configurando regras processuais; regras procedimentais seriam citações, intimações etc. Para Carmen Lúcia, processo é meio, e procedimento é forma. Segundo Carlos Ayres Brito: ***PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS **** PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA SUBJETIVOS: a)Juiz: órgão investido de jurisdição b) Parte: capacidade de ser parte. OBJETIVOS: c) Existência de demanda (petição inicial). PRESSUPOSTOS DE VALIDADE SUBJETIVOS: Juiz: competência e imparcialidade. Partes: capacidade processual e capacidade postulatória. OBJETIVOS: - Intrínsecos: regularidade formal e citação válida - Extrínsecos (ou negativos) – perempção, litispendência, coisa julgada, convenção de arbitragem etc. PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA PRESSUPOSTOS DE VALIDADE Pressupostos subjetivos: I - Capacidade de ser parte; II – Órgão investido de jurisdição. Requisitos subjetivos: I – Em relação à parte: a)Capacidade processual b)Capacidade postulatória II – Em relação ao juiz: a)Competência b)Impedimento Pressuposto objetivo: III - Existência de demanda Requisitos objetivos: I – Intrínseco: Regularidade Formal Citação Válida II – Extrínsecos: Ausência de requisitos negativos. Ex: litispendência, perempção, coisa julgada. PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA Pressupostos subjetivos I)Capacidade de ser parte: corresponde à personalidade judiciária – aptidão parar, em tese, ser sujeito da relação jurídica processual ou assumir uma situaçãojurídica processual. Abrange todos aqueles que tenham personalidade material (pessoas naturais e jurídicas), como também o nascituro, o condomínio, o nondum conceptus (prole eventual da pessoa existente por ocasião da morte do testador quando existe disposição testamentária a seu favor) etc. Não têm capacidade de ser parte o morto e os animais. II)Existência de órgão investido de jurisdição: considera-se inexistente o processo se a demanda foi ajuizada perante não-juiz. Ex: juiz que ainda não tomou posse. Pressuposto objetivo Pressuposto objetivo – demanda: deve ser compreendida como o continente (ato de pedir), e não como o conteúdo (aquilo que se pede). O ato de pedir é necessário para a instauração da relação jurídica processual – é o seu fato jurídico. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE Requisitos subjetivos I) Capacidade processual (capacidade para estar em juízo ou legitimatio ad processum): consiste na aptidão para praticar atos processuais independentemente de assistência e representação (pais, tutor, curador etc), pessoalmente ou por pessoas indicadas pela lei, tais como o síndico, administrador de condomínio, inventariante etc. No caso de pessoas jurídicas, há presentação, e não representação. Inventariante dativo: todos os herdeiros e sucessores do falecido serão autores ou réus nas ações em que o espólio for parte. É possível a capacidade de ser parte sem capacidade processual; a recíproca, porém, não é verdadeira. A não-sanação da incapacidade processual gera consequências diversas, conforme se trate do autor (extinção do processo, se for único, ou exclusão, em caso de litisconsórcio), réu (revelia) e terceiro (exclusão do processo). Há uma estreita relação da capacidade processual com a capacidade material (capacidade de exercício), mas há situações em que ocorre a incapacidade puramente processual. Ex: incapaz sem representante tem capacidade processual para pedir a designação de um curador especial que o represente. II)Capacidade postulatória: alguns atos processuais, além da capacidade processual, exigem do sujeito uma capacidade técnica, sem a qual não é possível a sua realização válida. É o caso dos atos postulatórios (pelos quais se solicita do Estado-juiz alguma providência). Importante: somente a capacidade postulatória do autor pode ser vista como requisito de admissibilidade do procedimento. A capacidade postulatória do réu e do terceiro é requisito de validade dos atos postulatórios que praticarem. Como se trata de capacidade, bifurcação da capacidade processual exigida para a prática de alguns atos processuais, é requisito de validade dos atos processuais. Recurso sem procuração: fala-se em inexistência no CPC e no STJ, mas seria um equívoco, já que não há razão para impedir-se a ratificação do ato em sede de tribunal. A situação não é de inexistência, mas, sim, de ineficácia do processo ou do ato em relação àquele que supostamente seria a parte, mas que não outorgou o instrumento de representação. Ato praticado por quem não é advogado: caso de invalidade (falta a capacidade postulatória). III)Competência: é requisito de validade do procedimento que o magistrado porventura vier a conduzir e, por consequência, da decisão que vier a prolatar. IV)Imparcialidade: há dois graus (impedimento e suspeição). A parcialidade é vício que não gera a extinção do processo: os autos devem ser remetidos ao seu substituto legal. B)REQUISITO OBJETIVO Intrínseco Regularidade Formal: totalidade formal do processo, abrangendo não só a forma, ou as formalidades, mas especialmente a delimitação dos poderes, faculdades e deveres dos sujeitos, ordenação do procedimento e organização do processo (obediência às regras do jogo). Exemplos de requisitos de formalidade processual: petição inicial apta, comunicação dos atos processuais, respeito ao contraditório, obediência ao procedimento. - Citação válida: com a citação válida complementa-se a relação jurídico processual. Doutrina majoritária entende que a citação válida é pressuposto processual de validade (Dinamarco, Adroaldo Furtado). Trata-se de vício que gera nulidade, muito embora nunca se convalide (querela nullitatis). EM sentido contrário, Arrulda Alvim e Nelson Nery entendem que trata-se de pressuposto de existência do processo. Extrínsecos Requisitos negativos: não podem ocorrer para que o procedimento se instaure validamente. Ex: litispendência, coisa julgada, perempção, convenção de arbitragem. Outro exemplo: nas ações petitórias, a pendência de processo possessório em que se discuta o domínio é pressuposto processual negativo. Pressupostos de Existência Pressuposto de Validade Jurisdição Intrínsecos (positivos) Demanda (petição inicial) Capacidade processual Parte (capacidade de ser parte) Capacidade postulatória Competência Imparcialidade (impedimento e suspeição) Regularidade Formal Citação Válida Extrínsecos (negativos) Litispendência, perempção e coisa julgada
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