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PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS (Resumo)

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Processo Civil I Maria Catarina Farias 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
 
 
1. Introdução 
Freddie Didier Jr. entende o processo como um 
fato complexo, pois, simultaneamente, tem um 
conjunto de atos e fatos processuais (citações, 
sentenças etc.), que se encadeiam para a produção 
de um ato final, e um conjunto das situações 
jurídicas (direitos, deveres etc.) que esses atos de 
fatos processuais produzem. 
Ao entendermos o processo como o conjunto de 
relações jurídicas distintas daquela que constitui 
o seu objeto, precisamos da presença de 
determinados elementos para condicionar a 
existência destas. Os pressupostos processuais 
serão o que precisa ser feito para chegar ao mérito 
da decisão 
 
2. Conceito 
Os pressupostos processuais, são requisitos 
mínimos que conformam um processo em um 
Estado democrático, buscando a paridade de 
armas entre as partes, o afastamento da 
arbitrariedade etc. 
Serão o conjunto de elementos que versam acerca 
da existência, da validade e da eficácia do processo 
como um todo – podendo ser do procedimento 
principal, incidental ou recursal. Os pressupostos 
de eficácia, apesar de ser pouco trabalhado, são 
aqueles que versam sobre os efeitos do processo, 
como é exemplo a citação (o processo só é eficaz 
para o réu/terceiro quando se a verifica). 
São de interesse público e relativos à regularidade, 
validade, do processo, por isso cabe ao Estado juiz, 
de ofício, analisá-los. Essas questões podem ser 
questionadas a qualquer momento/grau do 
processo, não dependendo do interesse da parte. 
Obs. Pressupostos processuais, em sentido amplo, 
serão os critérios para o processo como 
procedimento – o conjunto de atos e fatos 
processuais. Logo, não pode ser confundido com 
os pressupostos de cada um dos atos do processo, 
que serão específicos para cada um dos atos 
processuais (ex. pressupostos da petição inicial, 
da contestação etc.). 
 
 
3. Mitos processuais 
¹A falta de um pressuposto processual é causa 
para extinção do processo: Nem sempre a 
inexistência de um dos pressupostos processuais 
será sinônimo de extinção do processo – inclusive, 
é importante entender que não se pode conceituar 
o pressuposto processual pelo efeito que a sua 
falta causa; podemos ter como exemplo a 
competência, apesar de ser classificada como 
pressuposto processual, a sua falta no processo 
não tem como consequência a extinção, como 
regra, será remetido ao juízo competente. 
²Toda falta de pressuposto processual pode ser 
conhecida de ofício pelo juiz: Novamente, não se 
pode generalizar, visto que o legislador traz 
inúmeras situações em que a falta de pressuposto 
processual só poderá ser alegada pela parte, ex. 
incompetência relativa, existência de convenção 
de arbitragem (art.337, §5) etc. 
³A falta de um pressuposto processual pode ser 
conhecida a qualquer tempo: Também não está 
certo, tendo em vista, os casos em que não 
havendo a alegação de falta de pressuposto 
processual em determinado tempo, considera-se 
causa de preclusão; ex. incompetência relativa, 
convenção de arbitragem, citação (se o réu vem a 
juízo e não alega falta de citação); 
Obs. Em doutrina, e em julgado do STF, temos que 
mesmo os casos em que a lei configura com a 
possibilidade de alegação a qualquer tempo, 
podem ser questionados, ex. caso em que um 
processo com defeito continua a seguir, criando 
elevada confiança processual entre as partes 
(muitos atos praticados), há a possibilidade de 
perder o poder de invalidar o processo – seja pela 
proteção da boa-fé com o desenvolvimento de um 
possível supressio. 
A falta de um pressuposto processual é um 
defeito tão grave que não pode ser corrigido: A 
regra é exatamente o oposto, toda falta de PP pode 
e deve ser corrigida, ressalvadas aquelas que não 
haja possibilidade fática – segue o sistema das 
invalidades do processo, a regra é da sanabilidade 
dos defeitos. 
A falta de um pressuposto processual impede o 
exame do mérito: O CPC, deixa claro que existe a 
possibilidade de exame do mérito mesmo a falta 
de um pressuposto processual, como é exemplo o 
art.282, §2 e 488 – quando o juiz puder julgar o 
Processo Civil I Maria Catarina Farias 
mérito em favor de quem se favorece a falta do 
pressuposto processual. 
⁶O exame dos pressupostos processuais não passa 
pelo mérito: É muito difícil imaginar que a análise 
dos pressupostos seja separada do mérito do 
processo, como se verificaria uma possível 
imparcialidade de um juiz se não se sabe a que 
pedido estamos discutindo? como se sabe acerca 
da compacidade processual de um eleitor de 16 
anos quando não se analisa que é uma ação 
popular em questão? 
 
4. Classificação 
O processo é um feixe de relações jurídicas, do ponto 
de vista da eficácia, e um procedimento, do ponto de 
vista existência, e como em toda relação jurídica, 
impõe-se a coexistência de elementos subjetivos 
(sujeitos) e objetivos (fato jurídico e objeto). [...] 
Mas somente comprometerão o procedimento, e 
por isso podem ser considerados requisitos 
processuais, só fatos que digam respeito à demanda 
originária: relacionados ao autor, ao juízo ou ao 
objeto litigioso. - Fredie Didier Jr. 
Nesse sentido, poderemos classificar os 
pressupostos processuais como: 
 Pressupostos processuais de existência 
 
Subjetivos 
Capacidade de ser parte, também chamada de 
personalidade processual ou judiciária, é a 
capacidade, ativa ou passiva, de ser sujeito da 
relação jurídica processual – é a aptidão para 
exercer direitos e deveres processuais. Pontes de 
Miranda a entende como um conceito anterior a 
capacidade processual, dessa forma, se configura 
como um pressuposto processual, já que se 
relaciona com a pretensão à tutela jurídica. 
 
É importante lembrar que, aqueles que possuem 
capacidade de ser parte nem sempre serão 
possuidores de personalidade civil ou jurídica (ex. 
nascituro, condomínio, entes despersonalizados 
etc.); e que não é exigido que eles sejam os sujeitos 
do direito (parte material) que está sendo discutido 
na lide. Soma-se ainda que sua análise é a priori, não 
dependendo de legitimatio ad causam. 
 
Obs. A capacidade do réu não é exigida como 
pressuposto processual, visto que, o processo nasce 
com a demanda, não com a presença do réu em 
juízo. 
 
Além disso, há hipóteses de processo sem réu na 
petição inicial, o que levará ao magistrado intimar o 
autor para a sua regularização, não havendo esta, 
pode ter a extinção do processo sem análise do 
mérito – observa-se que o processo já se 
estabeleceu existente, o que fica prejudicada é a 
eficácia do processo em face do réu. 
 
Órgão investido de jurisdição, será pressuposto 
de existência do processo e dos atos jurídicos 
processuais efetuados pelo juiz (decisões, 
despachos), assim como de sua eficácia jurídica. 
 
São exemplos de “não juiz”: aquele que não foi 
investido de jurisdição pela posse no cargo, em 
virtude de nomeação ou concurso; aquele que, 
embora tenha prestado concurso ou tenha sido 
nomeado, ainda não tomou posse etc. 
 
 
Objetivos 
Existência da demanda, será compreendida como 
o ato de pedir (≠ do conteúdo, aquilo que se pede). 
 
É requisito necessário para a instauração do 
processo, sendo seu fato jurídico, quando o autor se 
dirige ao Poder Judiciário para requerer a 
prestação jurisdicional protocolando a petição 
inicial, originando o processo, no qual terá o pedido 
e a causa de pedir como objeto sobre o qual versará 
– se o ato inicial não tiver pedido, é causa de 
extinção do processo por inadmissibilidade do 
procedimento. 
 
 
Pressupostos processuais de validade 
 
Subjetivos 
Em relação as Partes 
 
Capacidade processual, ou capacidade processual 
stricto sensu ou legitima persona standi in iudicio, 
definida no art. 70 do CPC, é a aptidão para a prática 
de atos processuais independentemente de 
assistência ou representação, pessoalmente ou por 
pessoasindicadas por lei (ex. curador especial). 
 
A capacidade processual pressupõe a capacidade 
de ser parte, versando sobre a prática e a recepção 
eficaz dos atos processuais. 
 
Processo Civil I Maria Catarina Farias 
CPC, Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou 
a irregularidade da representação da parte, o juiz 
suspenderá o processo e designará prazo razoável 
para que seja sanado o vício. 
§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo 
esteja na instância originária: 
I - o processo será extinto, se a providência couber ao 
autor; 
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe 
couber; 
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do 
processo, dependendo do polo em que se encontre. 
§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal 
perante tribunal de justiça, tribunal regional federal 
ou tribunal superior, o relator: 
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber 
ao recorrente; 
II - determinará o desentranhamento das 
contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. 
 
Obs. A capacidade processual das pessoas casadas vai 
possuir regramento próprio: 
 
CPC, Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento 
do outro para propor ação que verse sobre direito real 
imobiliário, salvo quando casados sob o regime de 
separação absoluta de bens. 
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente 
citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo 
quando casados sob o regime de separação absoluta 
de bens; 
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os 
cônjuges ou de ato praticado por eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges 
a bem da família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a 
constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um 
ou de ambos os cônjuges. 
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge 
do autor ou do réu somente é indispensável nas 
hipóteses de composse ou de ato por ambos 
praticado. 
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável 
comprovada nos autos. 
 
Somente o cônjuge preterido vai ter a legitimidade 
para pleitear a invalidação do ato praticado sem o 
seu consentimento. Desse modo, o juiz não poderá 
invalidar ex officio, mas tem o dever de provocar o 
cônjuge supostamente preterido para ratificar ou 
negar o seu consentimento, havendo o silêncio, será 
interpretado como consentimento tácito. 
O magistrado poderá suprir o consentimento de um 
dos cônjuges, se houver recusa sem justo motivo ou 
quando for impossível ao cônjuge concedê-la 
(art.74, CPC e 1.648, CC). 
 
 
Capacidade postulatória, ou ius postulandi, é a 
capacidade técnica para demandar em juízo, sendo 
atribuída aos advogados regularmente inscritos na 
OAB, aos defensores públicos, aos membros do 
Ministério Público e, em alguns casos, às próprias 
partes quando autorizadas pelo ordenamento 
jurídico (ex. Juizados Especiais, nas causas 
trabalhistas e na impetração de habeas corpus). A 
incapacidade postulatória será causa de nulidade 
do ato, podendo gerar a extinção do processo 
quando não sanada. 
 
Obs. Há atos processuais que não exigem a 
capacidade técnica, (por exemplo, o ato de 
testemunhar e o ato de indicar bens à penhora); a 
capacidade postulatória somente é exigida para a 
prática de alguns atos processuais, os postulatórios 
(pelos quais se solicita do Estado-juiz alguma 
providência). 
 
Obs.² Diferente da incapacidade postulatória, as 
situações em que um advogado postula sem 
procuração serão imbuídas de uma ineficácia 
relativa, submetendo-se a uma condição legal 
suspensiva: a ratificação da representação judicial 
voluntária – desde que entregue dentro do prazo 
estabelecido, o vício é sanado (art.104, CPC e 
art.662, CC). 
 
 
Em relação ao Juízo 
 
Competência, será a medida da jurisdição definida 
pela lei para cada grupo de órgãos jurisdicionais, 
aqui, o juiz que julgar a demanda tem que ser 
relativo ou absolutamente competente. 
 
Imparcialidade, é o dever que todo juiz deve 
seguir dentro do processo, não podendo julgar se 
possui interesse no resultado do litígio. 
 
Há dois graus de parcialidade: o impedimento e a 
suspeição. A parcialidade é vício que não gera a 
extinção do processo: verificado o impedimento ou 
a suspeição do magistrado, os autos do processo 
devem ser remetidos ao seu substituto legal, e os 
atos decisórios praticados devem ser invalidados 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo Civil I Maria Catarina Farias 
Objetivos 
Intrínseco 
 
Respeito ao formalismo processual, é a totalidade 
formal do processo, "compreendendo não só a forma, 
ou as formalidades, mas especialmente a delimitação 
dos poderes, faculdades e deveres dos sujeitos 
processuais, coordenação da sua atividade, 
ordenação do procedimento e organização do 
processo, com vistas a que sejam atingidas as suas 
finalidades primordiais" – ex. petição inicial apta; 
comunicação dos atos processuais. 
 
A nulidade fruto do desrespeito ao formalismo 
jurídico somente será decretada quando impossível 
a correção ou o aproveitamento do ato. 
 
Extrínseco 
 
Positivos: 
CPC, Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter 
interesse e legitimidade. 
 
Obs. Interesse e legitimidade são exigidos para 
qualquer postulação em juízo, não apenas para a 
propositura da demanda ou apresentação da 
respectiva defesa; sendo causa de extinção do 
processo sem julgamento do mérito (art.267, VI, 
CPC). 
 
Legitimação para agir, ou legitimidade ad causam, é 
o requisito de admissibilidade que verifica se os 
sujeitos da demanda estão em determinada situação 
jurídica que lhes autorize a condução do processo 
para discutir o direito material posto em juízo - 
“Aquele que está postulando é titular do direito 
pleiteado? Ou é permitido por lei estar em posição de 
demandar? O réu tem relação com a pretensão 
resistida discutida?” 
 
Nesse sentido, a parte legítima é aquela que possui 
relação com o que será discutido em juízo, podendo 
apenas propor a ação em face daquele réu 
relacionado (bilateralidade). 
 
A legitimidade do autor vai ser dentro da ordinária, 
quando a parte processual é o próprio titular do 
direito; ou na extraordinária, determinada em lei, a 
parte no processo defende direito alheio, 
substituição processual – ex. o condômino na 
defesa da posse (art.623, II, CC). 
 
 
Nos casos de ilegitimidade processual da parte ré, 
o CPC permite que esta venha a juízo e peça a sua 
retirada do processo (podendo o juiz extinguir o 
processo), assim como indicar aquele que deveria 
estar sendo posto no polo passivo, realizando uma 
sucessão processual. 
 
Interesse processual, será analisado em dois 
momentos: ¹interesse necessidade, é a vontade do 
autor de resolver a demanda, descrevendo o litígio; 
²interesse adequação, vinculação da demanda em 
um meio processual adequado; e o ³interesse 
utilidade, o resultado que o demandante pretende 
obter. 
 
Negativos: 
Inexistência de litispendência, perempção, coisa 
julgada e convenção de arbitragem. 
 
CPC, Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
V - reconhecer a existência de perempção, de 
litispendência ou de coisa julgada; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção 
de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer 
sua competência; 
 
 
 
Substituição processual → existe quando não há 
a coincidência entre a parte processual e material, 
desse modo, o novo sujeito vai pleitear em nome 
próprio o direito alheio. Quem está dentro do 
processo é o substituto e o detentor do direito fora 
do processo é o substituído – também pode ser 
entendido como um sinônimo ou uma derivação 
da legitimação extraordinária. 
CPC, Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito 
alheio em nome próprio, salvo quando autorizado 
pelo ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição 
processual, o substituído poderá intervir como 
assistente litisconsorcial. 
Obs. Não se pode ainda confundir esse instituto 
com a representação processual, essa será 
quando um sujeito está em juízo em nome alheio 
defendendointeresse alheio. O representante 
processual não é parte; parte é o representado. O 
representante processual atua em juízo para 
suprir a incapacidade processual da parte. 
Processo Civil I Maria Catarina Farias 
Note que o substituto processual é parte; o 
substituído não é parte processual, embora os 
seus interesses jurídicos estejam sendo discutidos 
em juízo. O substituto processual age em nome 
próprio defendendo interesse alheio. 
 
Sucessão processual → se configura quando um 
sujeito sucede outro no processo, assumindo a sua 
posição processual – existe uma mudança 
subjetiva na relação jurídica processual, podendo 
ser tanto no polo ativo, como passivo. 
É exemplo: 
CPC, Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das 
partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou 
pelos seus sucessores. 
 
 
LITISCONSÓRCIO 
 
1. Conceito 
Litisconsórcio é a pluralidade de sujeitos em um 
dos polos de uma relação processual, ou seja, um 
conjunto de pessoas vai se unir para defender um 
direito. 
Ex. Em uma ação contra um produto com defeito, 
há solidariedade entre o vendedor e o fabricante, 
ambos entram como réus no processo. 
É importante lembrar que o litisconsórcio não se 
restringe ao procedimento principal, podendo 
existir em incidentes processuais (ex. quando 
mais de um sujeito requer a instauração de um 
conflito de competência), assim como no recurso 
(ex. quando o autor e o réu se consorciam para 
opor embargos de declaração contra uma 
sentença). 
CPC, Art. 113. Duas ou mais pessoas podem 
litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou 
passivamente, quando: 
 I - entre elas houver comunhão de direitos 
ou de obrigações relativamente à lide; 
 II - entre as causas houver conexão pelo 
pedido ou pela causa de pedir; 
 III - ocorrer afinidade de questões por 
ponto comum de fato ou de direito. (impróprio) 
2. Classificação 
• Ativo, quando é formado no autor; 
• Passivo, quando é formado no réu; 
• Misto, quando é formado por ambos os polos, 
autor e réu. 
 
 
• Inicial, quando a sua formação foi anterior a 
instauração do procedimento ou do incidente – 
podendo ser porque mais de uma pessoa 
postulou, ou porque é demandado em face de 
mais de uma pessoa; 
 
• Ulterior, é aquele que surge após o 
procedimento ter sido formado. É visto como 
excepcional, podendo surgir a) em razão de uma 
intervenção de terceiro (chamamento ao 
processo e denunciação da lide, por exemplo); b) 
pela sucessão processual (o ingresso dos 
herdeiros no lugar da parte falecida, art. 110 do 
CPC); c) pela conexão ou continência (arts. 55 e 
58 do CPC), se impuserem a reunião das causas 
para processamento simultâneo. 
 
• Unitário, em acordo com o art. 116/CPC, se 
configura quando existe uma única relação 
jurídica sendo discutida, nesse sentido, a 
situação jurídica dos litisconsortes será regulada 
de modo uniforme pela provimento jurisdicional 
de mérito, ou seja, o julgamento terá que ser o 
mesmo para todos por envolver uma relação 
jurídica indivisível. 
 Ex. Quando dois condôminos demandam 
para proteger a coisa comum. 
 
• Simples, ou comum, é aquele em que a decisão 
judicial acerca do mérito pode ser diferente para 
os litisconsortes, existe autonomia entre estes. 
Ele ocorre quando os litisconsortes discutem 
uma pluralidade de relações jurídicas ou quando 
discutem uma relação jurídica cindível (como 
normalmente ocorre nos casos de solidariedade, 
conforme já visto). 
CPC, Art. 116. O litisconsórcio será unitário 
quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz 
tiver de decidir o mérito de modo uniforme para 
todos os litisconsortes. 
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em 
suas relações com a parte adversa, como litigantes 
Processo Civil I Maria Catarina Farias 
distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso 
em que os atos e as omissões de um não 
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar. 
 
• Necessário, aqui, para a validade do processo, 
há exigência, legal (ex. litisconsórcio entre 
cônjuges) ou da situação jurídica (ex. 
litisconsórcio unitário passivo), acerca da 
formação do litisconsórcio. 
 
CPC, Art. 114. O litisconsórcio será necessário por 
disposição de lei ou quando, pela natureza da 
relação jurídica controvertida, a eficácia da 
sentença depender da citação de todos que devam 
ser litisconsortes. 
 
• Facultativo, é o litisconsórcio que pode ou não 
se formar, sua formação fica a critério dos 
litigantes. Pode se estabelecer em algumas 
modalidades especiais, como o litisconsórcio 
sucessivo, eventual e alternativo. 
a) Se houver litisconsórcio necessário unitário 
passivo, a falta de citação de qualquer dos réus 
torna a sentença de mérito, que é ineficaz em 
relação a qualquer um deles, passível de 
invalidação a qualquer tempo, por provocação, 
também, de qualquer deles (art.115, I. CPC). Do 
mesmo modo, a falta de integração do 
litisconsórcio necessário ativo torna a sentença 
ineficaz em relação a ele. 
b) Se o caso é de litisconsórcio necessário simples, 
a sentença é válida e eficaz em relação àqueles que 
participaram do feito, e ineficaz em relação àquele 
que não foi citado (art. 115, 11, CPC), isso "porque 
a sentença, no caso, tem um conteúdo específico 
em relação a ele e somente em relação a ele”. 
Obs. A existência de um litisconsórcio ativo 
necessário é debatida na doutrina, visto que, o 
direito de ir a juízo não pode depender da vontade 
de outrem. Se houvesse litisconsórcio necessário 
ativo, seria possível imaginar a situação de um dos 
possíveis litisconsortes negar-se a demandar, 
impedindo o exercício do direito de ação do outro. 
Obs.² O negócio jurídico processual também pode 
se tornar uma fonte de litisconsórcio necessário. 
 
 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 
1. Introdução 
Os sujeitos do processo são todos aqueles que 
participam das várias situações jurídicas surgidas 
conforme há a prática dos atos processuais. Temos 
então as partes da relação jurídica processual. 
 
O conceito de parte pode ser definido como aquele 
que participa do processo com parcialidade, tendo 
interesse em determinado resultado do 
julgamento, nesse sentido, serão aqueles que 
possuem situações jurídicas dentro do processo. 
São formas para o estabelecimento das partes: 
1. Quando o sujeito propõe a ação (autor); 
2. Quando tem uma ação movida contra si (réu); 
3. Terceiro que entrou no processo já existente 
entre outras pessoas (ex. chamamento ao 
processo); 
4. Modificação dentro do processo em que há 
troca das partes (ex. sucessão processual). 
 
Terceiros interessados, são aqueles que estão 
fora do processo, não possuem relação ao 
contraditório, mas, possuem interesse no destino 
da demanda. 
 
2. Conceito 
A intervenção de terceiros vai ser o ato jurídico 
processual pelo qual um terceiro, autorizado por 
lei, ingressa em processo pendente, 
transformando-se em parte. No Direito brasileiro, 
a intervenção de terceiros só é autorizada quando 
há uma vinculação jurídica, ou, em alguns casos, 
por conta de interesse econômico. 
Obs. Toda intervenção de terceiro é um incidente 
de processo, pois terceiro ingressa em processo 
existente, impondo-lhe alguma modificação e dele 
passando a fazer parte – uma ramificação do 
processo originário. 
Podem ser: 
Voluntárias, quando o terceiro requere a 
sua participação dentro do processo por 
conta do interesse daquela demanda na 
sua esfera jurídica; 
Provocadas, dentro do processo, quando 
uma das partes ou juiz requere a 
intervenção do terceiro para a continuação 
do processo. 
Processo Civil I Maria Catarina Farias 
3. Cabimento 
As intervenções de terceiro cabem no 
procedimento comum do processo de 
conhecimento. Essa é a regra. A assistência, a 
intervenção de amicus curiae e o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica 
também cabem em execução. Há outras 
intervençõesde terceiro, exclusivas para o 
processo de execução. 
Há leis que vedam intervenções de terceiro em 
determinados procedimentos, como é o caso dos 
processos de controle concentrado de 
constitucionalidade (art. 7º, Lei n. 9.868/1999) e 
no procedimento especial para o exercício do 
direito de resposta ou retificação do ofendido (art. 
5º, § 2º, III, Lei n. 13.188/2015). 
Obs. Nos Juizados Especiais Cíveis, de acordo 
com o art.10, Lei n. 9.099/1995, não se admite 
intervenção de terceiro. Eduardo Sodré, porém, 
defende o cabimento do recurso de terceiro no 
âmbito dos Juizados Especiais, porque não 
compromete a razoável duração do processo. 
O art 1.062 do Código de Processo Civil alterou um 
pouco esse microssistema, ao permitir o incidente 
de desconsideração da personalidade jurídica no 
âmbito dos juizados Especiais Cíveis. 
 
4. Espécies 
• Assistência: 
É a modalidade de intervenção de terceiro ad 
coadjuvandum, espontânea, pela qual um terceiro 
ingressa em processo alheio para auxiliar uma das 
partes. Pode ocorrer a qualquer tempo e grau de 
jurisdição, assumindo o terceiro o processo no 
estado em que se encontre. A assistência é 
admissível em qualquer procedimento (art. 119, 
par. ún., CPC). 
Permite-se a assistência porque esse terceiro 
pode vir a sofrer prejuízos jurídicos com a 
prolação de decisão contra o assistido. Desse 
modo, é o interesse jurídico que autoriza a 
assistência, podendo ser manifestado pelo 
terceiro por sua presença em relação jurídica 
vinculada à discutida no processo, pela afirmação 
de titularidade da relação jurídica discutida ou por 
legitimação extraordinária. 
Assistência simples, o terceiro alega ter uma 
relação jurídica vinculada a discutida no processo, 
nesse contexto, intervém para ser parte auxiliar, 
sujeito parcial, mas que, em razão de o objeto 
litigioso do processo não lhe dizer respeito 
diretamente, fica submetido à vontade do 
assistido (ex. sublocação). 
O assistente simples é parte, tendo uma 
legitimação extraordinária subordinada. Não por 
acaso arca com as despesas processuais, se 
submete aos deveres processuais de parte, 
assume as situações jurídicas processuais ativas 
(alegar, provar, recorrer etc.). 
É, porém, parte auxiliar, por isso que, ao assistente 
simples, é vedado praticar atos processuais de 
disposição, como a conciliação, renúncia a direito, 
reconhecimento jurídico do pedido, entre outros. 
Assistente litisconsorcial, se configura quando o 
terceiro alega a existência do seu interesse 
jurídico na causa discutida, afirmando sua 
titularidade do direito ou sua legitimação 
extraordinária para a defesa deste. Nesse 
contexto, vai possuir todos os poderes que a parte 
tem, se tornando autônomo à esta, podendo 
realizar atos processuais sem a necessidade de 
sua anuência. 
 
• Denunciação da lide: 
Normalmente pelo réu, cabe na evicção e na 
garantia, havendo o direito de regresso, o sujeito 
do processo pode vir a chamar à lide, denunciar o 
terceiro que tem que ser responsabilizado acerca 
de determinada situação (ex. quando um réu 
condenado ao pagamento de uma indenização, 
denuncia sua seguradora a lide). 
STJ tem fixado limites para quais as relações 
jurídicas podem ser aqui consideradas, seguindo 
no curso de que quando a denunciação da lide não 
gera dilação probatória, ela é válida; quando há a 
necessidade da dilação probatória deve ser 
utilizado uma ação própria. 
CPC, Art. 125. É admissível a denunciação da lide, 
promovida por qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à 
coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, 
a fim de que possa exercer os direitos que da 
evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo 
contrato, a indenizar, em ação regressiva, o 
prejuízo de quem for vencido no processo. 
Processo Civil I Maria Catarina Farias 
 
 
 
 
• Chamamento ao processo: 
Trata-se de intervenção de terceiro provocada 
apenas pelo réu na contestação, cabível apenas no 
processo de conhecimento, que se funda na 
existência de um vínculo de solidariedade entre o 
chamante e o chamado (ex. litisconsórcio 
ulterior). 
 
Só cabe o chamamento ao processo se, em face da 
relação material deduzida em juízo, o pagamento 
da dívida pelo chamante dê a este o direito de 
reembolso, total, ou parcial, contra o chamado. 
 
Obs. Diferente da denunciação da lide, o 
chamamento ao processo não vai implicar 
demanda regressiva (para buscar o quinhão que 
cabe a cada um na solidariedade passiva). O 
chamado, codevedor que é, pode, ao final, pagar a 
dívida (com a expropriação de bens que compõem 
o seu patrimônio) e, então, é ele que se voltará, 
regressivamente, só que contra o chamante. 
 
CPC, Art. 130. É admissível o chamamento ao 
processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra 
um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o 
credor exigir de um ou de alguns o pagamento da 
dívida comum. 
 
 
• IDPJ, Incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica: 
A pessoa jurídica é um instrumento técnico-
jurídico desenvolvido para facilitar a organização 
da atividade econômica. A chamada função social 
do pessoa jurídica, implica o condicionamento do 
instituto ao pressuposto do atingimento do fim 
jurídico a que se destina. Qualquer desvio ou 
abuso deve dar margem para a aplicação da 
sanção contida na desconsideração da 
personalidade jurídica, segundo a doutrina 
brasileira. 
 
Trata-se de uma ação incidental (tramita dentro 
de um processo já em curso), pela qual se 
pretende a desconstituição da eficácia da 
personalidade de uma pessoa jurídica, para o fim 
de atingir o patrimônio dela (quando o sócio é a 
parte originária no processo) ou o patrimônio de 
seu sócio (quando ela é a parte originária). 
Trata-se de intervenção de terceiro, pois se 
provoca o ingresso de terceiro em juízo (para o 
qual se busca dirigir a responsabilidade 
patrimonial), sendo cabível em todas as fases do 
processo de conhecimento, no cumprimento da 
sentença e na execução de título extrajudicial. 
Obs. Chama-se desconsideração inversa a técnica 
de suspensão episódica da eficácia do ato 
constitutivo da pessoa jurídica, de modo a buscar 
bens no patrimônio da pessoa jurídica, por dívidas 
contraídas pelo sócio. 
 
• Amicus curiae: 
É o terceiro que não é propriamente parte, não 
favorecendo o réu ou o autor, mas buscando o 
melhor para a condução do processo, para 
melhorar a qualidade da decisão. 
 
CPC, Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a 
relevância da matéria, a especificidade do tema 
objeto da demanda ou a repercussão social da 
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de 
ofício ou a requerimento das partes ou de quem 
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a 
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão 
ou entidade especializada, com 
representatividade adequada, no prazo de 15 
(quinze) dias de sua intimação. 
 § 1º A intervenção de que trata o caput não 
implica alteração de competência nem autoriza a 
interposição de recursos, ressalvadas a oposição 
de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. 
 § 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão 
que solicitar ou admitir a intervenção, definir os 
poderes do amicus curiae . 
 § 3º O amicus curiae pode recorrer da 
decisão que julgar o incidente de resolução de 
demandas repetitivas.

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