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1 Capa 2 3 Código Penal - com as Alterações Vigentes - artigos 293 A 305; 307; 308; 311-A; 312 A 317; 319 A 333; 335 A 337; 339 A 347; 350; 357 e 359 ................................................................................................. 1 Questões ................................................................................................................................................. 35 Respostas ............................................................................................................................................... 38 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 1 GUIA PARA COMPREENSÃO DA PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL Prezado candidato. Para que você possa entender melhor alguns termos inevitáveis em Direito Penal, montamos logo abaixo um guia prático com as expressões mais relevantes para o nosso estudo. EXPRESSÃO SIGNIFICADO Objeto Material É a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. Objeto Jurídico É o bem protegido pela norma penal. Núcleo do Tipo Penal É o verbo que representa a conduta. Sujeito Ativo Autor do delito Sujeito Passivo Vítima do delito Elemento Subjetivo O agente deve atuar com dolo (intenção de cometer o crime) ou culpa (provocação do resultado por desobediência a um dever de cuidado). Consumação Crime pelo qual provocou resultado naturalístico, ou seja, modificou o mundo exterior. Tentativa A agente tenta cometer o delito, mas, por circunstâncias alheias à sua vontade, não consegue consuma-lo. DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA Aspectos gerais A fé pública é a convicção pela qual as pessoas têm na autenticidade e no valor dos documentos e dos atos públicos. O Código Penal Brasileiro separou, em quatro capítulos, os crimes contra a fé pública, tais como: Capítulo I – Da moeda falsa (arts. 289 a 292); Capítulo II – Da falsidade de títulos e outros papéis públicos (arts. 293 a 295); Capítulo III – Da falsidade documental (arts. 296 a 305); Capítulo IV – De outras falsidades (arts. 306 a 311); e Capítulo V – Das fraudes em certames de interesse público (art. 311-A). Entretanto, explicaremos apenas os cobrados no edital do concurso de escrevente técnico-judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. CAPÍTULO II DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS Código Penal - com as Alterações Vigentes - artigos 293 A 305; 307; 308; 311-A; 312 A 317; 319 A 333; 335 A 337; 339 A 347; 350; 357 e 359. Prof.ª Isis Cordioli Agostin 2 Falsificação de papéis públicos Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; III - vale postal; IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. § 1º Incorre na mesma pena quem: I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo; II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário; III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior. § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências. FALSIFICAÇÃO DE PAPÉIS PÚBLICOS Objeto material: São os papéis públicos descritos no caput do art. 293, CP. Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública. Núcleo do Tipo Penal: “Falsificar” mediante a fabricação ou alteração. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa pode praticar o delito. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado; indiretamente é a pessoa física ou jurídica lesionada pela conduta. Elemento subjetivo: É o dolo, não de admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples realização das condutas descritas no tipo penal. Tentativa: 3 É possível. Observações gerais: O art. 293, §1º, CP, previu figuras equiparadas ao caput do art. 293, CP, ou seja, ao praticar estas condutas, o agente estará sujeito à pena de reclusão, de 2 a 8 anos e multa. Já o §2º do art. 293, CP, prevê uma pena mais baixa (de 1 a 4 anos) para quem “suprimir”, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização, quando esses papéis forem legítimos e forem novamente utilizáveis. O §3º do art. 293, CP, define uma figura equipara a do parágrafo §2º deste mesmo artigo, ou seja, incorrerá na mesma pena quem usar, depois de alterado, qualquer dos papeis neles indicados. Vale lembrar que a pessoa que suprime e depois usa o papel com a supressão irá responder apenas pela supressão já que não se cumula a punição deste núcleo do tipo do §2º com o do §3º, do art. 293, CP. Por fim, indica o §4º do art. 293, CP, uma punição mais branda para aquele que usa ou restitui à circulação, embora recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se refere este artigo e o seu §2º, depois de conhecer a falsidade ou a alteração. Petrechos de falsificação Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e cometeo crime prevalecendo-se do cargo, aumenta- se a pena de sexta parte. PETRECHOS DE FALSIFICAÇÃO Objeto material: Objeto usado para falsificação dos papéis públicos elencados no art. 293, CP. Objeto jurídico: Protege-se a fé pública em relação à confiança nos papéis públicos. Núcleo do Tipo Penal: “Fabricar”; “adquirir”; “possuir”; “guardar”. Sujeito Ativo: Em regra, qualquer pessoa pode praticar esse delito. Porém, se este autor for funcionário público, terá sua pena aumentada em sexta parte (art. 295, CP). Sujeito Passivo: É o Estado. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a fabricação, aquisição, fornecimento, posse ou guarda dos objetos destinados à falsificação. Tentativa: Não é possível. CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Falsificação do selo ou sinal público Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 4 I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Incorre nas mesmas penas: I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. FALSIFICAÇÃO DO SELO OU SINAL PÚBLICO Objeto material: É o selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado, ou de Município. Além disso, tem-se também o selo ou sinal atribuído por lei à entidade de direito público ou à autoridade, ou sinal público de tabelião. Objeto jurídico: Protege-se a fé pública em relação aos selos e sinais públicos. Núcleo do Tipo Penal: “Falsificar”: a falsificação pode ser efetivada por meio da fabricação ou alteração. Sujeito Ativo: Em regra, qualquer pessoa pode ser autor do delito. Entretanto, se for praticado por funcionário público, a pena será aumentada de sexta parte. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado; indiretamente é a pessoa física ou jurídica a qual foi lesada. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Com a falsificação (fabricação ou alteração) do selo ou sinal público. Tentativa: É possível. Falsificação de documento público Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. § 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração. III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. 5 § 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR Objeto material: É o documento particular falsificado, no todo ou em parte. Por documento particular entende-se como aquele emitido por pessoa física ou pessoa jurídica de direito privado. Ex: nota fiscal, duplicata, etc. Objeto jurídico: Protege-se a fé pública depositada nos documentos particulares. Núcleo do Tipo Penal: “Falsificar, no todo ou em parte”: refere-se à fabricação de um novo documento falso até então inexistente. “Alterar”: o agente acrescenta dados que não está autorizado a fazê-lo. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa poderá ser autor deste delito. Sujeito Passivo: Diretamente o Estado e, indiretamente, a pessoa física ou jurídica lesada. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples falsificação, total ou parcial, do documento particular ou com a alteração do documento particular verdadeiro. Tentativa: É possível. Exemplos: Um funcionário de uma empresa pega os formulários de avaliação de seus colegas de trabalho e, com o intuito de ajuda-los, os preenche com boas qualificações a todos eles. Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei nº 12.737, de 2012) Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR Objeto material: É o documento particular falsificado, no todo ou em parte. Por documento particular entende-se como aquele emitido por pessoa física ou pessoa jurídica de direito privado. Ex: nota fiscal, duplicata, etc. Objeto jurídico: Protege-se a fé pública depositada nos documentos particulares. Núcleo do Tipo Penal: “Falsificar, no todo ou em parte”: refere-se à fabricação de um novo documento falso até então inexistente. “Alterar”: o agente acrescenta dados que não está autorizado a fazê-lo. 6 Sujeito Ativo: Qualquer pessoa poderá ser autor deste delito. Sujeito Passivo: Diretamente o Estado e, indiretamente, a pessoa física ou jurídica lesada. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples falsificação, total ou parcial, do documento particular ou com a alteração do documento particular verdadeiro. Tentativa: É possível. Observações gerais: Quanto ao parágrafo único recentemente introduzido, ensina Cleber Masson: “Incluído pela Lei 12.737/2012, conhecida como Lei Carolina Dieckmann. Cuida-se de norma penal explicativa ou interpretativa, pois auxilia na compreensão do alcance e do conteúdo do art. 298, caput, do CP. Pouco importa se a instituição financeira responsável pela emissão do cartão constitui-se em pessoa jurídica de direito público ou de direito privado. Também é irrelevante a sua origem, nacional ou internacional.”. Exemplos: Um funcionário de uma empresa pega os formulários de avaliação de seus colegas de trabalho e, com o intuito de ajuda-los, os preenche com boas qualificações a todos eles. Falsidade ideológica Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Parágrafo único- Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. FALSIDADE IDEOLÓGICA Objeto material: Documento público ou particular. Objeto jurídico: É a fé pública em relação ao conteúdo dos documentos. Núcleo do Tipo Penal: “Omitir”: deixa-se de fornecer informação na qual deveria constar do documento público ou particular. “Inserir ou fazer inserir”: insere-se ou faz-se inserir, no documento público ou particular, declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita. Sujeito Ativo: Em regra, qualquer pessoa poderá praticá-lo. Entretanto, se for praticado por funcionário público, aumenta-se a pena em um sexto. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado; indiretamente é a pessoa física ou jurídica a qual foi lesada. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. 7 Consumação: Consuma-se com a omissão ou com a inserção de dados falsos no documento público ou particular. Tentativa: É possível apenas na conduta: “inserir” ou “fazer inserir” pois não se admite tentativa na figura omissiva. Observações gerais: Caso a falsificação ou alteração seja de assentamento de registro civil (termo jurídico relacionado com os registros de todos os atos da vida civil do cidadão como, por exemplo, casamento, nascimento, morte, etc.) haverá aumento de sexta parte na pena cominada ao delito. Falso reconhecimento de firma ou letra Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular. FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA Objeto material: É a firma (designada como assinatura de alguém) ou letra (escrito de próprio punho). Objeto jurídico: É a fé pública em relação ao conteúdo dos documentos. Núcleo do Tipo Penal: “Omitir”: deixa-se de fornecer informação na qual deveria constar do documento público ou particular. “Inserir ou fazer inserir”: insere-se ou faz-se inserir, no documento público ou particular, declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita. Sujeito Ativo: Somente será responsabilizado pela conduta criminosa aquele que exerça função pública com poderes para reconhecer firmas ou letras (como é o caso do tabelião, por exemplo). Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado; indiretamente é a pessoa física ou jurídica a qual foi lesada. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se a partir do momento em que o funcionário público reconhece como verdadeira a firma ou a letra que não o seja. Tentativa: É possível. Certidão ou atestado ideologicamente falso Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Pena - detenção, de dois meses a um ano. Falsidade material de atestado ou certidão 8 § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Pena - detenção, de três meses a dois anos. § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa. CERTIDÃO OU ATESTADO IDEOLOGICAMENTE FALSO Objeto material: Atestado (declaração de fato ou circunstância dada de próprio punho) ou certidão (afirmação sobre fato ou circunstância contida em documento guardado na repartição pública). Objeto jurídico: Protege-se a fé pública depositada na emissão de atestados ou certidões. Núcleo do Tipo Penal: “Atestar” e “Certificar” (vide explicação acima sobre atestado e certidão). Sujeito Ativo: Em regra, qualquer pessoa pode ser autor do delito. Entretanto, se for praticado por funcionário público, a pena será aumentada de sexta parte (§1º, art. 297, CP). Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado; indiretamente é a pessoa física ou jurídica a qual foi lesada. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Conforme Cleber Masson, “(...) consuma-se no momento em que o sujeito conclui a certidão ou atestado ideologicamente falso, e o entrega a outrem, independentemente da sua efetiva utilização pelo seu destinatário ou da causação do prejuízo a outrem”. Tentativa: É possível. Observações gerais: O §1º do art. 301, CP, trata da falsidade material de atestado ou certidão. Diferentemente do caput, este apresenta uma conduta criminosa a ser praticada por qualquer pessoa. Desta forma, não se trata de crime próprio (praticado apenas por funcionário público), mas sim, de crime que, nesta hipótese, poderá ser praticado por qualquer pessoa. Além disso, os núcleos do tipo penal são “falsificar” e “alterar” (diversamente do caput deste artigo que é atestar e certificar). Vale anotar, ainda, que o §2º do artigo mencionado prevê que, se o crime é praticado com o fim de lucro, além da pena privativa de liberdade, aplica-se também a de multa. Falsidade de atestado médico Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena - detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO Objeto material: É o atestado médico falso. Objeto jurídico: É a fé pública no tocante à confiabilidade das pessoas nos atestados médicos. 9 Núcleo do Tipo Penal: “Dar”: no sentido de fornecer, entregar ou produzir o documento. Sujeito Ativo: Apenas poderá ser o médico que, no exercício da sua profissão, dá o falso atestado. Sujeito Passivo: É o Estado diretamente e, indiretamente, a pessoa, física ou jurídica prejudicada pelo delito. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples entrega do falso atestado ao paciente. Tentativa: É possível. Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica. REPRODUÇÃO OU ADULTERAÇÃO DE SELO OU PEÇA FILATÉLICA ATENÇÃO! Este artigo foi tacitamente revogado pelo artigo 39 da Lei 6.538/78 (lei específica que trata do serviço postal). Assim, quando da prática desta conduta criminosa, não mais se aplica o Código Penal, mas sim, o artigo 39 da referida Lei. Uso de documento falso Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. USO DE DOCUMENTO FALSO Objeto material: São todos os papéis falsificados ou alterados referentes aos artigos 297 a 302, CP. Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública em relação à proibição do uso de documentos falsificados ou alterados. Núcleo do Tipo Penal: “Fazer o uso”: o agente deve efetivamente usar o documento falsificado ou alterado, não bastando o simples porte ou posse. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa pode ser autor deste delito. SujeitoPassivo: Diretamente é o Estado; indiretamente é a pessoa física ou jurídica prejudicada pelo crime. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. 10 Consumação: Consuma-se com o simples uso do documento falsificado ou alterado. Tentativa: A doutrina majoritária defende a possibilidade de tentativa, embora haja autores entendendo ao contrário. Observações gerais: O crime de uso de documento falso não é autônomo já que, para sua existência, é necessária a prática de um dos delitos previstos nos artigos 297 a 302, CP. Desta forma, é indispensável que o documento tenha sido objeto de prévia falsificação. Vale lembrar que este crime não apresenta sua própria pena, já que esta será equivalente a do delito praticado (artigos 297 a 302). Exemplos: “A” foi parado por policiais militares os quais lhe exigiram a apresentação de sua carteira de identidade. Com isso, mesmo ciente da falsidade, “A” apresenta seu documento falsificado e acaba sendo preso em flagrante delito pelo crime de uso de documento falso. Supressão de documento Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular. SUPRESSÃO DE DOCUMENTO Objeto material: É o documento público ou particular verdadeiro que não podia dispor. Objeto jurídico: É a fé pública. Núcleo do Tipo Penal: “Destruir”: eliminar o documento. “Suprimir”: fazer desaparecer o documento, sem suprimi-lo ou ocultá-lo. “Ocultar”: esconder o documento. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa poderá ser autor do delito. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado; indiretamente é a pessoa física ou jurídica prejudicada pelo crime. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se pela mera supressão, destruição ou ocultação do documento. Tentativa: É possível. Falsa identidade Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: 11 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. FALSA IDENTIDADE Objeto material: É a identidade da pessoa humana, isto é, o conjunto de atribuições capazes de individualizá-la perante a sociedade. Objeto jurídico: É a fé pública em relação à identidade das pessoas na sociedade em geral. Núcleo do Tipo Penal: “Atribuir-se” ou “atribuir a terceiro”: imputar a si mesmo ou a outrem falsa identidade. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa pode ser autor do delito. Sujeito Passivo: É o Estado diretamente e a pessoa física ou jurídica lesada, indiretamente. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se pela simples atribuição (própria ou de terceiro) de falsa identidade. Tentativa: É possível. Observações gerais: O crime de falsa identidade é subsidiário, isto é, o agente apenas será responsabilizado por ele se não praticar outro crime mais grave. Exemplos: Clotilde Ramos, com o fim de conhecer as intermediações do Projac, no Rio de Janeiro, apresenta- se na portaria deste local como sendo sobrinha do ator Tony Ramos, já que, apesar de não ser da mesma família, possui o mesmo sobrenome. Então, declarando-se como tal, ela consegue enganar o segurança e entra facilmente ali. Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro: Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. USO DE DOCUMENTO DE IDENTIDADE ALHEIA Objeto material: É o passaporte (documento que permite a entrada e a saída da pessoa no estrangeiro), título de eleitor (documento que dá ao cidadão o direito de votar), caderneta de reservista (documento que comprova a situação do serviço militar obrigatório da pessoa) ou qualquer outro documento de identidade alheia. Objeto jurídico: É a fé pública no tocante à identidade das pessoas. Núcleo do Tipo Penal: “Usar”: utilizar quaisquer desses documentos de identidade alheia como se fossem próprios. 12 “Ceder a outrem”: emprestar quaisquer dos documentos mencionados no artigo a outra pessoa para que esta faça o uso. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa pode ser autor do delito. Sujeito Passivo: É o Estado diretamente e a pessoa física ou jurídica lesada, indiretamente. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se no momento em que o terceiro faz o uso do documento como se fosse próprio ou quando cede a outrem para que dele se utilize. Tentativa: É possível. Observações gerais: Trata-se de crime subsidiário, ou seja, o agente somente responderá por ele se o fato criminoso não constituir-se como crime mais grave. CAPÍTULO V DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO (Incluído pela Lei 12.550 de 2011) Fraudes em certames de interesse público Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: I - concurso público; II - avaliação ou exame públicos; III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput. § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público. DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO Objeto material: Concursos públicos, avaliação ou exame públicos, processo seletivo para ingresso em ensino superior ou exame ou processo seletivo previsto em lei. Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública em relação à credibilidade dos certames de interesse público. Núcleo do Tipo Penal: “Utilizar”: fazer o uso de algo. “Divulgar”: dar publicidade a alguma coisa. Sujeito Ativo: Em regra, qualquer pessoa pode ser autor do delito. Entretanto, se praticado por funcionário público, a pena será aumentada em terça parte. 13 Sujeito Passivo: Imediatamente o Estado. Porém, em segundo plano, também estarão sujeitas as pessoas físicas (como os candidatos, por exemplo) ou jurídicas (como as empresas organizadoras de concursos). Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples utilização ou divulgação, não se exigindo que a pessoa tenha beneficiado a si ou a outrem. Tentativa: É possível. Observações gerais: Este crime é popularmente conhecido como “cola eletrônica”. Ademais, foi incorporado recentemente no Código Penal com a entrada em vigor da Lei 12.550/2011. Antes disso, as condutas envolvendo fraudes em exames e concursos públicos eram tratados como atípicas. Vale destacar a abrangência da expressão “conteúdo sigiloso” e da elementar “indevidamente”. A primeira refere-se a qualquer tipo de informação confidencial destinada ao público em geral. A segunda,por sua vez, indica um desvirtuamento das regras estabelecidas do certame de interesse público. O art. 311-A, §1º, CP, traz uma figura equiparada, pois incorrerá na mesma pena quem permitir ou facilitar, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput deste artigo. Já o §2º do mesmo dispositivo prevê uma qualificadora caso ocorra dano à Administração Pública, isto é, neste caso, a pena será de 2 a 6 anos, e multa. Por fim, o §3º, traz causa de aumento de pena de um terço se o delito for praticado por funcionário público. Exemplos: É o caso do candidato que tem acesso ao gabarito antes mesmo da realização do vestibular ou do concurso público. Assim, pune-se quem o divulgou e quem o utilizou indevidamente. TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Aspectos gerais Inicialmente, é necessário conceituarmos a Administração Pública. Assim, tem-se que é o conjunto de agentes, pessoas jurídicas e órgãos, com a finalidade de atender ao interesse público, isto é, a coletividade como um todo. O Código Penal dividiu os crimes contra a Administração Pública da seguinte forma: Capítulo I – Dos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral. Capítulo II – Dos crimes praticados por particular contra a Administração em geral. Capítulo II-A – Dos crimes praticados por particular contra a Administração Pública Estrangeira. Capítulo III – Dos Crimes contra Administração da Justiça. Capítulo IV – Dos crimes contra as Finanças Públicas. Contudo, nos ateremos apenas aos crimes cobrados pelo edital do concurso de escrevente técnico- judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. CAPÍTULO I DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Peculato 14 Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Peculato culposo § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. PECULATO Objeto material: É o dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular. Objeto jurídico: É a Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: Apropriar: agir como se dono fosse. Desviar: dar destinação diversa da pretendida. Subtrair ou concorrer para que seja subtraído: entende-se por subtrair como o ato pelo qual o agente de apropria do bem, isto é, furta-o; já a expressão “concorrer para que seja subtraído” pode ser entendida como o ato pelo qual o agente auxilia outra pessoa a se apropriar do bem visado em razão da facilidade na qual proporciona o cargo de funcionário público. Sujeito Ativo: Somente o funcionário público. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e, indiretamente, a pessoa jurídica ou física lesada. Elemento subjetivo: Em regra é o dolo. Porém, o §2º do art. 312, CP, permite a modalidade culposa. Neste caso, a pena será de detenção, de três meses a um ano. Além disso, o §3º, do mesmo dispositivo propõe um benefício para quem comete o crime na modalidade culposa, isto é, se o autor do delito reparar o dano ocorrido antes da sentença penal condenatória, o juiz extinguirá a penalidade; se reparar o dano após a sentença penal condenatória. Consumação: Peculato-apropriação: quando o funcionário público se sente proprietário da coisa. Peculato-desvio: quando o funcionário público dá à coisa destinação diversa da legalmente permitida. Peculato-furto: quando o funcionário público subtrai para si a coisa de que tem a posse. Peculato-culposo: ocorre quando a conduta do particular se aperfeiçoa, havendo necessidade de haver ligação entre os delitos praticados, de modo que o primeiro possibilite a prática do segundo. Tentativa: É possível, exceto pela figura do peculato-culposo. Observações gerais: O crime de peculato é subdivido pela doutrina nas seguintes espécies: 15 Peculato-apropriação: encontra-se na primeira parte do caput do art. 312, CP (Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo,...). Peculato-desvio: encontra-se na segunda parte do art. 312, CP (..., ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio.). Peculato-furto: encontra-se no §1º do art. 312, CP (Aplica-se a mesma pena, se o funcionário, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário). Peculato-culposo: encontra-se no §2º do art. 312, CP (Se o funcionário público concorre culposamente para o crime de outrem). Vale ressaltar que o peculato-culposo traz um benefício ao agente que reparar o dano, ou seja, se ele o fizer antes da sentença condenatória, o juiz extinguirá a punibilidade (o autor não mais será punido pelo crime), OU se o fizer após a sentença penal condenatória irrecorrível, a pena do crime será reduzida pela metade. Exemplos: Peculato-apropriação: Romário, motorista prefeitura do Município X, apropria-se do veículo público para fazer compras no supermercado. Peculato-desvio: Beltrana, funcionária da Prefeitura de dado Município, responsável por recolher impostos dos cidadãos, desvia, em proveito próprio, R$ 500,00 (quinhentos reais) que acabara de recolher de Maria da Silva. Peculato-furto: Janete, Investigadora da Polícia Militar, após a apuração de um crime de roubo, subtrai, para si, alguns objetos apreendidos em razão da empreitada criminosa por ela averiguada. Peculato-culposo: Alfredo, funcionário público de uma repartição da Prefeitura do Município Y, ao sair de lá após seu expediente, deixa de trancar a porta do local para que seu amigo Bernardo, já com ele previamente ajustado, consiga subtrair alguns computadores dali. Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM Objeto material: Dinheiro ou qualquer outra utilidade. Objeto jurídico: É a administração pública, tanto no aspecto moral como no aspecto material. Núcleo do Tipo Penal: “Apropriar-se”: agir como se dono fosse. Sujeito Ativo: É o funcionário público. Sujeito Passivo: É o Estado, podendo ser, também, a pessoa que teve seu patrimônio lesado. Elemento subjetivo: É o dolo, não sendo possível modalidade culposa. Consumação: Consuma-se no momento em que o funcionário público passa a agir como se fosse proprietário do dinheiro ou utilidade econômica pelo qual se locupletou. Tentativa: É possível. 16 Observações gerais: É importante ressaltar que o funcionário público deve estar no exercício do cargo quando da prática do crime em comento. Caso assim não seja, a ele será imputado o crime de apropriação de coisa havida por erro. Exemplos: Dona Filomena vai à Prefeitura do Município X a fim de pagar o saldo referente ao IPTU. Contudo, o valorpor ela entregue supera ao que realmente é devido. Então, a funcionária responsável por isso, deixa de avisá-la pelo engano e recolhe o valor erroneamente entregue pela vítima, apropriando-se da quantia pela qual havia sido superada. Inserção de dados falsos em sistema de informações Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMAS DE INFORMAÇÕES Objeto material: Dados, falsos ou corretos, integrantes dos sistemas informatizados ou banco de dados da Administração Pública. Objeto jurídico: É a Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Inserir”: incluir. “Facilitar a inserção”: ajudar a pessoa que irá inserir. “Alterar”: mudar, modificar. “Excluir”: remover, deletar. Sujeito Ativo: É o funcionário público que esteja autorizado a mexer no sistema de informação. Sujeito Passivo: É o Estado ou a pessoa física ou jurídica lesionada pela conduta do funcionário. Elemento subjetivo: É o dolo, não sendo possível a modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples inserção, ou com facilitação da inserção, ou com a alteração ou com a exclusão de dado constante do sistema de informação ou do banco de dados. Tentativa: É possível. Observações gerais: Este crime também é conhecido como “peculato eletrônico”. Além disso, tem-se que ele foi criado com o intuito de, incialmente, proteger a Previdência Social. Tanto é que, o mesmo projeto de lei que o inseriu no Código Penal, também incluiu mais outros crimes previdenciários. Contudo, ele acabou sendo ampliado, de modo a proteger os bancos de dados e sistemas informatizados da Administração Pública em geral. Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações 17 Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES Objeto material: Sistemas de informações e programa de informática. Objeto jurídico: Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Modificar”: consiste em transformar algo. “Alterar”: consiste em modificar o estado original da coisa. Sujeito Ativo: É o funcionário público. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e, indiretamente, a pessoa física ou jurídica lesionada pela conduta criminosa. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo a modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples modificação ou alteração do sistema de informações ou programa de informática pelo funcionário público. Tentativa: É possível. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave. EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO Objeto material: Livro oficial ou documento. Objeto jurídico: É a Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Extraviar”: dar outro destino a algo. “Sonegar”: ocultar ou esconder. “Inutilizar”: tornar inútil ou imprestável. Sujeito Ativo: É o funcionário público. Caso o crime seja por particular, o agente incorrerá no crime de subtração ou inutilização de livro ou documento (art. 337, CP). Sujeito Passivo: 18 Diretamente é o Estado e, indiretamente, a pessoa física ou jurídica lesionada pela conduta criminosa. Elemento subjetivo: É o dolo, sendo incabível a modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com o simples extravio, sonegação ou inutilização do documento. Tentativa: É possível. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS PÚBLICAS Objeto material: Verbas públicas (montante em dinheiro previsto em lei orçamentária com o fim de saldar serviço público ou atividade de interesse público) e rendas públicas (valores arrecadados pela Fazenda Pública). Objeto jurídico: É a Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Dar”: no sentido de destinar as verbas públicas à finalidade diversa da prevista em lei. Sujeito Ativo: É o funcionário público. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e indiretamente a pessoa física ou jurídica lesada pela conduta criminosa. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples aplicação indevida das verbas e rendas públicas. Tentativa: É possível. Exemplos: Atualmente, é muito comum vermos notícias a respeito do destino diverso no qual possui as verbas e rendas públicas. Mas a título de exemplo, imagine que o Prefeito do Município X receba verba do Governo do Estado Y para investir na reforma de uma escola pública. Então, ao invés de executar a obra pública predestinada, dispõe todo o dinheiro para a reforma de seu gabinete da prefeitura. Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. CONCUSSÃO Objeto material: 19 Vantagem indevida ou ilícita, atual ou futura. Objeto jurídico: É a Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Exigir”: no sentido de impor alguma coisa ou até mesmo intimidar a vítima. Sujeito Ativo: É o funcionário público, mesmo que fora do exercício das funções. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e, indiretamente a pessoa física ou jurídica lesada pelo crime de concussão. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples exigência, dispensando-se a obtenção da vantagem indevida. Tentativa: É possível caso haja o fracionamento da conduta criminosa. Observações gerais: Este crime popularmente é conhecido como “extorsão” do funcionário público. Apesar disso, ele deve ser entendido como sendo aquela conduta em que o funcionário público, utilizando-se do “poder” pelo qual detém em razão do cargo, promete um mal maior à vítima. Ressalte-se que esse mal não deve consistir em violência ou grave ameaça, mas apenas em uma exigência fundada na promessa de concretização de um mal correspondente à atuação do funcionário público. Assim, se o funcionário ameaçar a vítima de morte, não incorrerá no crime de concussão, mas sim, no de extorsão, pois a ação de matar alguém não tem relação com a atuação do funcionário público no exercício do cargo. Exemplos: Para exemplificar o crime de concussão, vejamos o enunciado de uma das questões do concurso de Promotor de Justiça de Minas Gerais (2014): “O jurado, integrando o Conselho de Sentença, impôs como obrigação e recebeu do réu polpuda soma para absolver o homicida.” Excesso de exação (...) § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição socialque sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. EXCESSO DE EXAÇÃO Objeto material: Tributo: seu conceito está no art. 3º do Código Tributário Nacional: toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Vale lembrar que se enquadram como tributos as seguintes espécies: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições sociais - segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal. Contribuição Social: espécie de tributo - conforme entendimento do STF - de competência da União, cuja atuação se limita à área social. Objeto jurídico: 20 É a Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Exigir”: no sentido de se impor alguma coisa. “Empregar”: no sentido de utilizar ou usar alguma coisa. Sujeito Ativo: É o funcionário público. Sujeito Passivo: Diretamente o Estado e, indiretamente a pessoa física ou jurídica lesada pela conduta criminosa. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se o crime bastando a exigência indevida ou o emprego do meio vexatório ou gravoso para se exigir o tributo ou contribuição de melhoria. Tentativa: É cabível. Observações gerais: Figura qualificada: o §2º do art. 316, CP, prevê a pena de reclusão, de 2 a 12 anos, e multa, ao funcionário que desviar, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos. Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Objeto material: É a vantagem indevida. Objeto jurídico: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Núcleo do Tipo Penal: “Aceitar”: concordar com o recebimento da vantagem indevida. “Solicitar”: pedir alguma coisa a alguém. “Receber”: transferência da posse de um bem. Sujeito Ativo: É o funcionário público, ainda que fora do exercício da função. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e, indiretamente a pessoa física ou jurídica lesada pela conduta. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: 21 Consuma-se com a simples solicitação, aceitação ou recebimento da vantagem indevida por parte do funcionário público. Tentativa: É cabível. Observações gerais: Causa de aumento de pena: o §1º do art. 317, CP, prevê o aumento da pena em terça parte se, em consequência da vantagem ou da promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo o dever funcional. Forma privilegiada do crime de corrupção passiva: se o funcionário público autor do delito pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração do dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem, a pena do delito será mais branda, ou seja, será de detenção, de três meses a 1 ano, ou multa. Exemplos: A título de exemplo, veja o enunciado de uma das questões do concurso do TRF - 3ª Região, banca FCC - 2014, para o cargo de Técnico Judiciário - Segurança e Transporte: “José foi surpreendido pelo policial João, dirigindo alcoolizado um veículo na via pública. Nessa oportunidade, ofereceu a João a quantia de R$ 100,00 para não prendê-lo, nem multá-lo. João aceitou a proposta, guardou o dinheiro, mas multou e efetuou a prisão em flagrante de José por dirigir alcoolizado. (...)”. Prevaricação Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Objeto material: É o ato de ofício indevidamente retardado ou omitido pelo agente, ou praticado contra disposição expressa de lei. Objeto jurídico: É a Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Retardar”: é o adiamento do ato a ser realizado pelo funcionário público. “Deixar de praticar”: evitar a realização do ato que lhe fora incumbido. “Praticar”: é a prática de um ato por parte do funcionário público, porém, contra disposição expressa de lei. Sujeito Ativo: É o funcionário público. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e, indiretamente é a pessoa jurídica ou física lesada pela conduta. Elemento subjetivo: É o dolo, não sendo possível modalidade culposa. Consumação: Consuma-se quando o funcionário simplesmente retarda ou deixa de praticar ou pratica indevidamente o ato de ofício. 22 Tentativa: É cabível. Observações gerais: O Art. 319-A, CP, prevê o crime de prevaricação imprópria. Este, por sua vez, prevê uma conduta intimamente ligada ao crime organizado, mormente no que tange ao sistema penitenciário. Ademais, deve-se estar atento a este delito já que seu objeto material é o aparelho telefônico (fixo ou móvel), rádio (como sendo o aparelho que emite ondas radiofônicas) ou similar. Vale lembrar, também, que neste crime o funcionário público deve ser o diretor de Penitenciária, responsável pela administração, ou agente público. Condescendência criminosa Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA Objeto material: É a infração que deixou de ser punida pelo superior hierárquico do subordinado ou que não foi comunicada à autoridade competente quando lhe faltou competência para tanto. Objeto jurídico: É a Administração Pública, principalmente em relação ao exercício do poder disciplinar. Núcleo do Tipo Penal: “Deixar de responsabilizar”: equivale a não punir, por indulgência, o agente responsável pela infração, seja ela penal ou administrativa. “Não levar ao conhecimento”: equivale a esconder do superior responsável a conduta infracional cometida pela agente. Sujeito Ativo: É o funcionário público que seja superior àquele responsável pela infração. Sujeito Passivo: É somente o Estado. Elemento subjetivo: É o dolo, não sendo admissível modalidade culposa. Consumação: Ocorre quando o funcionário público superior hierarquicamente deixa de responsabilizar o subordinado ou então quando deixa de levar ao conhecimento de quem seja competente, caso não o seja. Tentativa: Nãoé possível uma vez que a prática do delito se dá por uma omissão. Observação: somente os delitos que dependam de uma ação (delitos comissivos) poderão ser cometidos na modalidade tentada. Advocacia administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA 23 Objeto material: É o interesse legítimo ou ilegítimo de alguém, que seja privado e alheio (desde que patrocinado). Objeto jurídico: É a Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Patrocinar”: agir na defesa do interesse privado de outrem. Sujeito Ativo: É o funcionário público. Sujeito Passivo: Apenas o Estado. Elemento subjetivo: Somente o dolo. Consumação: Consuma-se com o simples patrocínio do interesse privado, seja este legítimo ou ilegítimo. Tentativa: Em regra, é possível. Observações gerais: Forma qualificada: se o interesse advogado for ilegítimo, o crime será qualificado e a pena passará a ser de detenção, de três meses a 1 ano, além da pena de multa. Vale lembrar também que a conduta não precisa ser necessariamente praticada dentro da repartição onde trabalha o funcionário, sendo indispensável, portanto, que este possa usufruir das facilidades que o seu cargo lhe proporciona para poder defender interesse alheio. Violência arbitrária Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência. VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA Objeto material: Particular ou funcionário público contra quem é praticado o ato violento. Objeto jurídico: É a Administração Pública, principalmente no que diz respeito à integridade física das pessoas. Núcleo do Tipo Penal: “Praticar”: no sentido de exercer a prática de algum ato violento, podendo este ser entendido como aquele que causar lesão corporal ou vias de fato. É importante frisar que este ato violento deve ser praticado no exercício da função do agente público ou a pretexto de exercê-la, isto é, ele declara estar no exercício da função quando na verdade não está. Sujeito Ativo: É o funcionário público. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e indiretamente é a pessoa física lesionada. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. 24 Consumação: O crime consuma-se quando o funcionário pratica o ato com violência, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la. Tentativa: É possível. Observações gerais: Deve-se estar atento para o tipo de violência que é exercida, isto é, ela deverá ser arbitrária, ou seja, desproporcional e injustificada dentro do contexto funcional. Abandono de função Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. § 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. ABANDONO DE FUNÇÃO Objeto material: É o cargo público que fora abandonado pelo funcionário público. Veja bem: trata-se apenas do cargo em si, não se envolvendo nem a função nem o emprego público. Objeto jurídico: É a Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Abandonar”: no sentido de deixar de exercer o cargo público. Sujeito Ativo: O crime somente pode ser praticado por aquele funcionário público que efetivamente abandonou o respectivo cargo. Sujeito Passivo: Apenas o Estado. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com o simples abandono do cargo por tempo que possa ser juridicamente relevante. Tentativa: Como o crime é praticado de forma omissiva, não se admite tentativa nesta hipótese. Observações gerais: Crime qualificado: o crime em tela será qualificado se em razão do abandono do cargo houver algum prejuízo para a Administração Pública. Neste caso, a pena será de detenção, de quine dias a 1 ano e multa. Será qualificado, ainda, se o crime for praticado local considerado faixa de fronteira, ou seja, aquele local indispensável à Segurança Nacional, que possui uma faixa interna de 150 km de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional (este conceito está disposto no art. 1º da Lei 6.634/79). Aliás, neste caso o crime terá uma pena mais alta ainda, qual seja, de detenção, de um a três anos, e multa. Tempo do abandono: o abandono do cargo deve ser tal que possa causar perigo de dano à Administração Pública. Portanto, tudo dependerá do caso concreto. 25 É forçoso esclarecer, ainda, que não será considerado crime se o agente público houver pedido afastamento do cargo (como férias, licenças, exoneração, etc.). Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO Objeto material: É a função pública que é exercida ilegalmente. Objeto jurídico: É a Administração Pública no que diz respeito ao seu funcionamento. Núcleo do Tipo Penal: “Entrar em exercício”: primeiramente deve-se estar atento às fases pelas quais o agente público passa até ser tornar efetivamente funcionário público. Assim, inicialmente a pessoa deve ser aprovada em concurso público, ser nomeada, assinar o ato de provimento, tomar posse e, por fim, entrar em exercício. Caso o agente seja nomeado e entre na posse ou no exercício antes de o ser, incorrerá nas penas do respectivo crime. “Continuar a exercê-lo”: se o agente tiver sido exonerado, removido, substituído ou suspenso e mesmo assim continuar a exercer a função pública que lhe é investida, também incorrerá nas penas deste delito. Sujeito Ativo: É o funcionário público já nomeado que infringe as exigências legais para a efetiva posse e exercício ou aquele funcionário que continua a exercer o cargo nas hipóteses onde não lhe cabe. Sujeito Passivo: É o Estado. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se o delito com a simples prática da função pública pertencente ao cargo. Tentativa: É possível. Violação de sigilo funcional Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave. § 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL Objeto material: 26 É o sigilo correspondente às informações ligadas ao cargo público. Objeto jurídico: É a Administração pública. Núcleo do Tipo Penal: “Revelar”: manifestar, por escrito ou verbalmente, conteúdofuncional sigiloso. “Facilitar a revelação”: tornar mais fácil o acesso de outras pessoas aos conteúdos funcionais sigilosos. Sujeito Ativo: É o funcionário público, mesmo que esteja fora do exercício das funções. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e, indiretamente, é a pessoa física ou jurídica lesada pela conduta criminosa. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples revelação do conteúdo funcional sigiloso. Tentativa: É possível a tentativa quando o agente do delito revela o segredo por escrito, não sendo possível se ele o manifesta verbalmente. Também é viável a tentativa quando o sujeito ativo facilita a revelação do conteúdo. Observações gerais: O §1º do art. 325, CP, traz figuras equiparadas, ou seja, estará sujeito à mesma pena do caput deste artigo o criminoso que: I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. Figura qualificada: o §2º do art. 325, CP, prevê a pena de reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o sujeito ativo, utilizando-se de uma ação ou omissão, provoca dano à Administração Pública ao revelar o segredo que guarda em razão das funções. Violação do sigilo de proposta de concorrência Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA Observação: este delito foi tacitamente revogado pelo artigo 94 da Lei 8.666/93 (Lei das Licitações). Contudo, como está dentro do conteúdo programático do concurso, é indispensável a leitura atenta pelo candidato do concurso. Funcionário público Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da 27 administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS O art. 327, CP, é uma norma penal explicativa e não se trata de crime, isto é, ele traz em seu bojo o conceito de funcionário público para fins penais. Para melhor compreensão, vejamos alguns pontos característicos: “Cargo público”: é aquele criado por lei específica destinado àquele que for aprovado em concurso público. “Emprego público”: é aquele destinado ao trabalhador regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Torna-se legítimo por meio de contrato feito pela Administração Pública com o seu empregado público. “Função pública”: é aquela exercida pelo agente público dentro de seu cargo público respectivo. Além disso, vale anotar que o § 1º traz figuras que são equiparadas aos funcionários públicos; já o § 2º traz uma causa de aumento de pena de terça parte para aquele funcionário que for ocupante de cargo em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. CAPÍTULO II DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Usurpação de função pública Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. USURPAÇÃO DA FUNÇÃO PÚBLICA Objeto material: É a função pública que é exercida ilegalmente por pessoa que não seja funcionário público ou, quando a é, exerce atribuições diferentes das que lhe caiba. Objeto jurídico: É a Administração Pública, mormente no que diz respeito à moralidade administrativa. Núcleo do Tipo Penal: “Usurpar”: apoderar-se ilegalmente da função pública, exercendo-a de maneira ilegítima. Sujeito Passivo: É o Estado diretamente e, indiretamente, a pessoa física ou jurídica lesada pela conduta criminosa. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com o simples fato de o agente exercer função pública na qual não lhe seja de direito. NOTA EXPLICATIVA: Todos os crimes abaixo terão como sujeito ativo o particular, ainda que este seja funcionário público que não esteja investido na função pública desempenhada, isto é, quando da prática da conduta criminosa mantém-se como particular. 28 Tentativa: É possível. Observações gerais: Figura qualificada: se em razão da usurpação da função o agente auferir vantagem ilícita, a pena do delito será de dois a cinco anos, é multa. Resistência Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Pena - reclusão, de um a três anos. § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. RESISTÊNCIA Objeto material: É o funcionário público responsável pela execução de seu ofício ou o particular que lhe auxilie nesta execução. Objeto jurídico: É a Administração Pública e, ainda, a atuação funcional do agente público bem como a integridade física do particular que por ventura lhe auxilie. Núcleo do Tipo Penal: “Opor-se”: impedir a execução do dever funcional do agente público. Sujeito Passivo: Primariamente é o Estado e, secundariamente é o funcionário incumbido de cumprir determinada ordem legal ou a terceira pessoa que lhe prestar assistência. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Basta o emprego da violência ou da ameaça contra o funcionário público para consumar o delito. Tentativa: É possível. Observações gerais: Forma qualificada: o §1º do art. 329, CP, traz a figura qualificada do delito. Assim, se em razão da resistência o ato deixa de ser executado, a pena do delito será de reclusão, de um a três anos. Deve-se atento, ainda, ao previsto no §2º deste mesmo artigo, isto é, além de ser punido pelo crime de resistência, o sujeito ativo será penalizado, ainda, pelo cometimento do crime correspondente à violência ou ameaça empregada. Desobediência Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. DESOBEDIÊNCIA Objeto material: É a ordem legal transmitida pelo funcionário público para que seja dado cumprimento ao ato de ofício. 29 Objeto jurídico: É a Administração Pública, mormente em relação às ordens legais emitidas pelos agentes públicos em geral. Núcleo do Tipo Penal: “Desobedecer”: deixar de cumprir ato legal que lhe fora imposto pelo agente público competente. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e, indiretamente, é o funcionário público responsável por emitir a ordem legal ao particular. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples desobediência(comissiva ou omissiva) à ordem emanada do funcionário público. Tentativa: É possível. Desacato Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. DESACATO Objeto material: É o funcionário público vítima da ofensa verbal proferida. Objeto jurídico: É a Administração Pública bem como a honra do funcionário público. Núcleo do Tipo Penal: “Desacatar”: ofender o agente público, de forma a desqualificar atividade administrativa. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e, indiretamente, a pessoa física lesada pela ofensa à honra. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples ofensa dirigida ao funcionário público, seja realizada ela na sua presença ou não. Tentativa: Em regra não é admitida quando proferida verbalmente. Entretanto, a doutrina pátria não é pacífica nesse sentido. Observações gerais: Para ser considerado crime de desacato, a ofensa deve ser proferida contra o funcionário público no exercício da função. Tráfico de Influência Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 30 Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA Objeto material: É a vantagem ou promessa de vantagem de qualquer natureza. Objeto jurídico: É o prestígio da Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Solicitar”: pedir para que algo seja feito. “Exigir”: ordenar algo alguém. “Cobrar”: é reclamar o pagamento ou cumprimento de algo. “Obter”: conseguir aquilo que foi almejado. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e, indiretamente o agente comprador da influência. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples práticas dos núcleos do tipo penal, prescindindo-se da obtenção da vantagem almejada. Tentativa: É possível. Observações gerais: Segundo a lição de Cleber Masson: “(...) no tráfico de influência o sujeito se vale da fraude para enganar a vítima, induzindo-a ou mantendo-a em erro, obtendo vantagem ilícita em prejuízo alheio. Todavia, a fraude aqui há de ser, obrigatoriamente, o falso argumento (a mentira é o maior e mais corriqueiro exemplo) do agente no sentido de possuir prestígio perante um funcionário público.”. Corrupção ativa Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. CORRUPÇÃO ATIVA Objeto material: É a vantagem obtida indevidamente pelo particular. Objeto jurídico: É a Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Oferecer”: dispor ou apresentar vantagem indevida ao funcionário público. “Prometer”: comprometer-se com a entrega da vantagem ilícita oferecida ao funcionário público. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e, indiretamente é a pessoa jurídica ou física lesada. 31 Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: O fato considera-se consumado quando o agente público recebe a oferta ou a promessa advinda do particular autor do delito. Tentativa: Em tese, é possível. Entretanto, quando a prática do crime se der de forma verbal, esta não será possível. Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. IMPEDIMENTO, PERTURBAÇÃO OU FRAUDE DE CONCORRÊNCIA Observação: este delito foi tacitamente revogado pelos artigos 93 e 95 da Lei 8.666/93 (Lei das Licitações). Contudo, como está dentro do conteúdo programático do concurso, é indispensável a leitura atenta pelo candidato do concurso. Inutilização de edital ou de sinal Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. INUTILIZAÇÃO DE EDITAL OU DE SINAL Objeto material: Edital afixado por ordem de funcionário público ou selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto. Objeto jurídico: É a Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Rasgar”: repartir algo de modo a desfazê-lo. “Inutilizar”: tornar-se impróprio para o uso. “Conspurcar”: tornar-se sujo ou maculado. “Violar”: devassar, transgredir. Sujeito Passivo: É o Estado. Elemento subjetivo: É o dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Consuma-se com a simples prática dos núcleos do referido tipo penal. Tentativa: 32 É possível. Subtração ou inutilização de livro ou documento Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave. SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO Objeto material: Corresponde a qualquer livro oficial, processo ou documento, seja este público ou particular. Objeto jurídico: É a Administração Pública. Núcleo do Tipo Penal: “Subtrair”: retirar os objetos materiais que estejam sob custódia do funcionário público “Inutilizar”: deixar de ser útil. Sujeito Passivo: Diretamente é o Estado e, indiretamente é a pessoa jurídica lesada pela conduta. Elemento subjetivo: É dolo, não se admitindo modalidade culposa. Consumação: Dá-se no momento em que o livro, processo ou documento é subtraído ou inutilizado. Tentativa: É possível. CAPÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA (...) NOTA EXPLICATIVA: Os crimes abaixo são praticados contra a Administração da Justiça. Esta, por sua vez, deve ser entendida em seu sentido objetivo como sendo o Poder Judiciário em sua totalidade ou até mesmo a prestação da justiça em relação às funções que lhe são correspondentes. Além disso, deve-se entender que o objeto jurídico tutelado nos casos dos crimes a seguir é a própria Administração da Justiça. Vejamos, então, o teor de cada um deles. Para a prova de escrevente-técnico do Tribunal de Justiça de São Paulo, basta a leitura atenta do que é disciplinado em cada artigo, já que, até então, em provas anteriores a banca não exigiu mais que isso do candidato. 33 Denunciação caluniosa Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração
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