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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CURSO PRÉ-VESTIBULAR UECEVEST PROPOSTAS DE REDAÇÃO I – FEVEREIRO 2019 PROFESSORES ELABORADORES: JOÃO PAULO E MARINA MAIA PROPOSTA 1 - ENEM A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema O TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL ATUAL: CAMINHOS PARA A SUPERAÇÃO, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista. PROPOSTA 2 - UECE Considerando a realidade da escravidão na atualidade em nosso país, produza um artigo de opinião que será publicado em um jornal de grande circulação. Deixe claro o seu ponto de vista e argumentos em relação ao tema. TEXTO 1 De acordo com o artigo 149 do Código Penal brasileiro, são elementos que caracterizam o trabalho análogo ao de escravo: condições degradantes de trabalho (incompatíveis com a dignidade humana, caracterizadas pela violação de direitos fundamentais coloquem em risco a saúde e a vida do trabalhador), jornada exaustiva (em que o trabalhador é submetido a esforço excessivo ou sobrecarga de trabalho que acarreta a danos à sua saúde ou risco de vida), trabalho forçado (manter a pessoa no serviço através de fraudes, isolamento geográfico, ameaças e violências físicas e psicológicas) e servidão por dívida (fazer o trabalhador contrair ilegalmente um débito e prendê-lo a ele). Os elementos podem vir juntos ou isoladamente. O termo “trabalho análogo ao de escravo” deriva do fato de que o trabalho escravo formal foi abolido pela Lei Áurea em 13 de maio de 1888. Até então, o Estado brasileiro tolerava a propriedade de uma pessoa por outra não mais reconhecida pela legislação, o que se tornou ilegal após essa data. Não é apenas a ausência de liberdade que faz um trabalhador escravo, mas sim de dignidade. Todo ser humano nasce igual em direito à mesma dignidade. E, portanto, nascemos todos com os mesmos direitos fundamentais que, quando violados, nos arrancam dessa condição e nos transformam em coisas, instrumentos descartáveis de trabalho. Quando um trabalhador mantém sua liberdade, mas é excluído de condições mínimas de dignidade, temos também caracterizado trabalho escravo. Fonte: https://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/. Acesso em 16/02/19. TEXTO 2 Como a escravidão moderna afeta o Brasil? De acordo com o último relatório da Fundação WalkFree, o Brasil possui 161,1 mil pessoas em trabalho escravo. Em 2014, o número de pessoas nessa situação era 155,3 mil. Apesar do aumento, a Fundação considera que o país ainda apresenta uma baixa incidência, quando comparado com outras nações, atingindo 0,078% da população. Nas Américas, o Brasil só não possui incidência menor que os Estados Unidos e o Canadá. A exploração no Brasil é mais concentrada nas áreas rurais, especialmente no cerrado e na Amazônia. Entre as 936 pessoas em situação de exploração resgatadas em 2015, a maioria era de homens entre 15 e 39 anos, com baixo nível de escolaridade e que migraram dentro do país em busca de melhores condições de vida. Apesar do Brasil possuir graves problemas em relação à escravidão, o presidente e fundador da WalkFree, Andrew Forrest, aponta que o país mostrou um grande avanço ao divulgar a “Lista Suja”, contendo as empresas nacionais multadas na Justiça pela utilização de trabalho escravo. Forrest indica o Brasil como pioneiro na iniciativa. Mas esse avanço tem sido bastante ameaçado nos últimos anos. Uma série de disputas judiciais fez com que a divulgação da lista fosse adiada diversas vezes desde 2014, quando uma ação da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) questionou a lista suja no Supremo Tribunal Federal (STF). Adivulgação voltou a ser feita somente em março de 2017. O Brasil tem avançado no combate ao trabalho escravo? Dados do Ministério do Trabalho mostram que nos últimos 20 anos, quase 50 mil pessoas foram libertadas no Brasil por ações dos grupos móveis de fiscalização. Esses grupos são equipes compostas por auditores fiscais, procuradores do trabalho e policiais fiscais ou rodoviário federais e atuam desde 1995 na fiscalização do trabalho forçado. A participação da escolta policial é necessária desde a Chacina de Unaí em 2004, quando quatro funcionários do Ministério do Trabalho foram mortos em uma emboscada quando investigavam uma denúncia de trabalho escravo em fazendas da região. A cada dia, em média cinco pessoas em trabalho forçado são libertadas no Brasil. Os estados com maior número de resgates nos últimos cinco anos foram Minas Gerais (2 mil resgates), Pará (1.808), Goiás (1.315), São Paulo (916) e Tocantins (913). Os resgates ocorrem principalmente após denúncias feitas por trabalhadores, que procuram principalmente ajuda da Comissão Pastoral da Terra, dos sindicatos e das cooperativas, já que existe um receio de envolvimento das autoridades locais com os patrões. O maior número de libertações acontece em áreas urbanas (56%), apesar do trabalho escravo ainda ser muito associado à área rural. O trabalho forçado em regiões urbanas cresceu principalmente pelo aumento de grandes obras no país. Apesar dos avanços, a principal dificuldade do Brasil hoje está no combate ao aliciamento dos trabalhadores, mesmo com a criação do Programa Marco Zero, lançado em 2008 pelo Ministério do Trabalho. O Código Penal brasileiro prevê em seu 149º artigo, uma punição de dois a oito anos de reclusão e multa para quem “reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo a trabalhos forçados ou a jornadas exaustivas, quer sujeitando a condições degradantes de trabalho, quer restringindo por qualquer meio a sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”. Como ações que caracterizam o trabalho escravo, o Código Penal cita: cercear o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador com o fim de retê-lo no local de trabalho; manter vigilância ostensiva no local de trabalho; se apoderar dos documentos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. Fonte: https://www.politize.com.br/escravidao-brasil-ainda-existe/ . Acesso em: 15/02/19 TEXTO 3 Fonte: http://escravonempensar.org.br/o-trabalho-escravo-no-brasil/ . Acesso em: 15/02/19. TEXTO 4 Ementa: Dá nova redação ao art. 243 da Constituição Federal. Explicação da Ementa: PEC do trabalho escravo - Altera a redação do art. 243 da Constituição Federal, para determinar que as propriedades rurais e urbanas de qualquer região do país onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. E altera o parágrafo único do mesmo artigo para dispor que todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com a destinação específica, na forma da lei. Fonte: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/105791. Acesso em: 16/02/19.