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SAE Modulo I

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Prévia do material em texto

Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Sistematização da Assistência 
de Enfermagem 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Sistematização da Assistência 
de Enfermagem 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
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SUMÁRIO 
 
MÓDULO I 
 
? Introdução; 
? Conceito de SAE e processo de enfermagem; 
? Bases legais para a implementação da sistematização da assistência 
de enfermagem – SAE; 
? Teorias de enfermagem; 
? Introdução ás teorias de enfermagem; 
? Características de uma teoria; 
? Teoria de Florence Nightingale; 
? Teoria de Dorothea e. Orem; 
? Teoria de Imogene m. King; 
? Teoria de Betty Neuman; 
? Teoria de Madeleine m. Leininger; 
? Teoria de Virginia Henderson; 
? Processo de enfermagem de Wanda de Aguiar Horta; 
? Teoria de Margaret Newman; 
? Teoria de Marta Rogers; 
? Teoria de Callista Roy; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
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MÓDULO II 
 
? Introdução; 
? Exame Físico Geral; 
? Exame Físico Específico; 
? Pele; 
? Cabeça; 
? Cabelos; 
? Crânio; 
? Face; 
? Olhos E Visão; 
? Nariz E Seios Paranasais; 
? Boca; 
? Faringe; 
? Ouvidos E Audição; 
? Pescoço; 
? Tórax E Pulmão; 
? Alterações Nos Pulmões; 
? Dor; 
? Técnicas De Exame Do Tórax E Da Respiração; 
? Ausculta; 
? Sons Respiratórios Anormais (Ruídos Adventícios); 
? Exame Da Região Posterior Do Tórax; 
? Exame Da Região Anterior Do Tórax; 
 
 
 
 
 
5 
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? Coração; 
? Mamas; 
? Mama Masculina; 
? Mama Feminina; 
? Axilas; 
? Abdome; 
? Fígado; 
? Baço; 
? Rins; 
? Genitália Feminina; 
? Genitália Masculina; 
? Reto E Ânus; 
? Membros Superiores E Inferiores; 
? Sistema Nervoso. 
 
 
MÓDULO III 
 
? Estrutura Do Histórico De Enfermagem; 
? Documentação De Enfermagem; 
? Coleta De Dados – Histórico; 
? Tipos De Dados Colhidos Durante Uma Entrevista: 
Técnicas De Entrevista; 
? Diretrizes Para Realização Do Histórico De Enfermagem; 
 
 
 
 
 
6 
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? Exemplo De Histórico De Enfermagem. 
 
 
Módulo IV 
 
? Estrutura De Diagnóstico De Enfermagem; 
? Breve Histórico Dos Diagnósticos De Enfermagem; 
? Desenvolvimento Dos Diagnósticos De Enfermagem; 
? Desenvolvimento De Uma Taxonomia; 
? Estrutura Da Taxonomia Ii (2007/2008); 
? Domínios E Classes Da Taxonomia Ii; 
? Estrutura Da Taxonomia Ii; 
? Componentes E Tipos Dos Diagnósticos De Enfermagem; 
 
 
Módulo V 
 
? Prescrição De Enfermagem; 
? Diretrizes Da Prescrição De Enfermagem; 
? Tipos De Prescrição De Enfermagem; 
? Anotação De Enfermagem; 
? Evolução De Enfermagem; 
? Diretrizes Para A Evolução De Enfermagem; 
? SAE – Controle E Avaliação; 
 
 
 
 
 
7 
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Módulo VI 
 
? Modelos De Impressos Utilizados Na Implantação Da SAE; 
? Experiências Na Implantação Da SAE; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
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MÓDULO I 
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM – SAE 
Introdução 
 
A sistematização da Assistência de enfermagem (SAE) é um processo 
desenvolvido por enfermeiros que visa a sistematizar, ou seja, dividir em etapas uma 
série de cuidados, visando à obtenção de resultados para melhorar a eficiência e 
agilidade de um atendimento com qualidade. Durante muitas décadas na maioria 
das instituições de saúde, ou não havia ou não era utilizado um método para 
sistematizar a assistência de enfermagem. Mas com o tempo, as enfermeiras 
sentiram necessidade de criar uma forma para sistematização dos cuidados 
prestados (DOMINGUES, 2004). 
No Brasil, iniciou na década de 70, com Wanda Horta de Aguiar, que 
formulou a Teoria das Necessidades Humanas Básicas e desenvolveu o processo 
de Enfermagem como forma de aplicação de sua teoria na prática. 
Um trabalho organizado e sistematizado pode demonstrar a força existente 
na categoria profissional da enfermagem em produzir novos saberes, dirigir e 
planejar com autonomia o seu fazer. Por outro lado, o condicionamento do seu 
trabalho a prescrição de outra categoria profissional traduz uma crise de identidade 
profissional, sendo necessária e urgente a construção de novos conhecimentos que 
configurem independência e autonomia para a enfermagem. 
O enfermeiro, em sua rotina diária, sobrecarregado de atividades, parece 
não priorizar o que é preconizado pela escola, ainda que estabelecidos e apoiado 
legalmente fossem que as atividades de competência e as funções da enfermagem 
têm ficado cada vez mais definidas pelos órgãos oficiais de legislação da profissão. 
A resolução do COFEN – 272/ 2002 dispõe sobre a sistematização da 
assistência de enfermagem resolve que: 
Artigo 1°: ao enfermeiro incube privativamente a implantação, planejamento, 
organização, execução e avaliação do processo de enfermagem. 
 
 
 
 
 
9 
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Artigo 2°: a implementação da SAE deve ocorrer em toda instituição de 
saúde, pública e privada; 
Artigo 3°: a SAE deverá ser registrada formalmente no prontuário do 
paciente/cliente/usuário, devendo ser composta por: histórico de enfermagem, 
prescrição de enfermagem e evolução de enfermagem. 
A atuação do enfermeiro, planejada e baseada em métodos racionais de 
resolução de problema, permite uma ampliação e aperfeiçoamento de suas 
atividades assistenciais. A sistematização da assistência de enfermagem organiza o 
trabalho de enfermagem através da operacionalização de todas as fases da 
metodologia de planejamento. A negligência da SAE é uma das principais razões da 
desorganização e falta de confiança nas atividades de enfermagem 
(CIANCIARRULO, 2003). 
A mesma autora reflete sobre os passos do planejamento da assistência de 
enfermagem que é altamente dependente da teoria escolhida, pois dela partirá o 
processo de enfermagem correspondente. Em cada modelo teórico de enfermagem, 
ocorrem variações quanto ao número e denominações de suas fases. Entretanto, 
destacam-se quatro etapas fundamentais na prestaçãoda assistência de 
enfermagem, ou seja, levantamento e análise dos dados (histórico), diagnóstico, 
prescrição e evolução. 
A implementação do SAE é uma experiência que vem demonstrando a 
qualidade nos serviços de enfermagem, pois se constitui num elemento organizativo 
fundamental para as atividades desenvolvidas pelas equipes de enfermagem, 
beneficiando tanto o paciente através de um atendimento individualizado, assim 
como a (o) enfermeira (o) facilitando na tomada de decisões e estabelecendo 
prioridades e fundamentando os cuidados prestados. 
A qualidade do cuidado de enfermagem pode ser entendida como um 
conjunto de ações que envolvem desde o saber-fazer até as atividades complexas, 
como a formulação do diagnóstico de enfermagem. Isto significa que o enfermeiro 
deve ser capaz de transferir seus conhecimentos para a prática diária, desenvolver 
julgamento clínico, avaliar o resultado de suas ações assim como assumir a 
 
 
 
 
 
10 
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responsabilidade dos resultados do planejamento da assistência. O saber específico 
do cuidar e do cuidado proporciona ao enfermeiro a possibilidade de alcance de uma 
autonomia profissional; a observação sistemática também chamada de estruturada 
ou planejada é aquela que fazemos para responder a propósitos preestabelecidos, 
na onde os dados são colhidos de forma organizada, sendo que o mesmo poderá 
ser lido por diversos observadores, desde que compreendam as situações e os 
detalhes da mesma forma (CIANCIARRULO, 2003). 
A SAE é um assunto amplo e, está intimamente ligado ao trabalho diário do 
enfermeiro, mesmo por aqueles que desconhecem o assunto, pois diante de suas 
ações dentro do cuidado assistencial prestado ao paciente se desenvolvem vários 
pontos que fazem parte do processo da SAE, porém ainda tem um desenvolvimento 
precário e não sistematizado (DOMINGUES, 2004). 
Este curso tem como objetivo principal esclarecer aos enfermeiros a 
importância da SAE, detalhando suas etapas e seu desenvolvimento e auxiliando-os 
a traçar estratégias para que a sua implantação possa ser realizada com facilidade. 
 
CONCEITO DE SAE E PROCESSO DE ENFERMAGEM 
 
Sistematizar a Assistência de Enfermagem é, antes de tudo, oferecer ao 
paciente/cliente, uma assistência de Enfermagem determinada em Lei, que possa 
garantir a biossegurança e a continuidade do cuidado nos 03 (três) níveis de 
atenção à Saúde, ou seja, primário, secundário e terciário. 
A Sistematização da Assistência de Enfermagem em qualquer uma das 
várias áreas de atuação, não difere radicalmente, em seus respectivos conceitos, 
daquela que são desenvolvidos na área assistencial hospitalar e de saúde pública, 
pois os princípios são os mesmos, diferenciando apenas quanto ao foco de atenção, 
ou seja, o tipo de paciente/cliente a ser assistido. 
Mas, mesmo este paciente/cliente específico a uma das áreas de atuação do 
Enfermeiro, pode ser envolvido em um processo saúde-doença que venha a ser 
 
 
 
 
 
11 
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estendido para as demais áreas de convívio, em termos familiar, social e 
comunitário, e assim, o Enfermeiro precisa desenvolver o seu trabalho voltado para 
estes focos de atenção, o que implica em relacionar-se com todas as áreas de 
atuação profissional. 
A Enfermagem, enquanto profissão é de natureza interpessoal, onde a 
importância e o efeito do relacionamento profissional do Enfermeiro com o 
cliente/paciente/trabalhador se fazem vital para o processo de Enfermagem. O 
Enfermeiro, por força da característica de sua formação profissional, desenvolve 
uma visão holística do processo de cuidar, onde o paciente/cliente é visto como um 
todo, onde a mente e o corpo não são considerados separadamente, e o que 
acomete a mente, afeta o corpo e vice-versa. 
O processo de Enfermagem possibilita ao Enfermeiro, organizar, planejar e 
estruturar a ordem e a direção do cuidado, constituindo-se no instrumento 
metodológico da profissão, subsidiando o Enfermeiro quanto à tomada de decisões 
e na efetivação do feedback necessário para prever, avaliar e determinar novas 
intervenções. 
Por isso mesmo, torna-se o Processo de Enfermagem uma prática 
intelectual deliberada, desenvolvida de maneira ordenada e sistemática. É uma 
prática deliberada por que existe a intenção do fazer, e devido à forma organizada, 
atendendo a uma lógica do raciocínio clínico, levando à eficiência como resultada do 
processo, é que dizemos ser esta, uma prática ordenada e sistemática. 
O Processo de Enfermagem, se efetivamente praticado, proporciona a 
possibilidade plena de o Enfermeiro avaliar a qualidade da assistência prestada, 
justificando a Enfermagem como uma ciência pela aplicação de conceitos e teorias 
próprias, fundamentadas nas ciências biológicas, físicas, comportamentais e 
humanas sempre presentes no processo de cuidar. 
Segundo Horta, “o conhecimento científico passa a ser ciência quando se 
organiza num sistema de proposições demonstradas experimentalmente e que se 
relacionam entre si”. 
 
 
 
 
 
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Ainda segundo Horta, “o que caracteriza uma ciência, é a indicação clara de 
seu objeto, sua descrição, explicação e previsão. O objeto do conhecimento 
científico não é o ser, por que este, por si próprio, é inobjetivável. O objeto da ciência 
é o ente concreto que se revela ao homem, e todo ente está no habitáculo do ser. 
Um único ser pode ter seus entes concretos como objeto de várias disciplinas 
científicas. A psicologia, a sociologia, a história, a economia, a administração, a 
antropologia, a medicina e todas as demais ciências, têm seu ente próprio, um único 
habitáculo, que é o ser humano. 
A Enfermagem, enquanto ciência revela o Homem como um ser humano 
composto e que compõe o indivíduo, a família, a comunidade, e todas as influências 
que exerce ou sofre em termos sociais, profissionais e pessoais, atendendo ao 
indivíduo em suas necessidades afetadas, que caracterizam os entes da 
enfermagem. 
O Enfermeiro, em seu papel primordial, desenvolve um trabalho voltado para 
o entendimento destes problemas, relacionando-os entre si e agindo sobre estes, 
caracterizando o aspecto científico do cuidar. 
A Enfermagem como ciência, identifica, analisa, estuda os fenômenos reais 
e sempre passíveis de experimentação, com muitas teorias já desenvolvidas e 
amplamente validadas, que estabelecem relacionamento entre os fatos e os atos 
existentes e identificados. Considera como base de suas conclusões, a certeza 
probabilística onde todas as ciências estão presentes, das hermenêuticas às 
empírico-formais, inclusive a física, caracterizando-se como uma ciência formal ou 
positiva. 
O Processo de Enfermagem é descrito em 05 (cinco) fases essenciais para 
a sua efetividade e eficácia, quais sejam: 
• Histórico; 
• Exame Físico; 
• Diagnóstico; 
• Prescrição; 
 
 
 
 
 
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• Evolução; 
O Histórico de Enfermagem, fase inicial do processo, leva o Enfermeiro a 
constituir sua base de dados, investigando, levantando problemas e necessidades 
afetadas, possibilitando a coleta e análise dos dados. É a conhecida Consulta de 
Enfermagem, onde o Enfermeiro colocaem prática, sua competência na abordagem 
do paciente, empregando técnicas de entrevistas adequadas ao que se pretende. 
A coleta ordenada e sistemática de dados torna-se fundamental ao 
Enfermeiro para a perfeita identificação e classificação dos problemas, e o 
Enfermeiro deverá avaliar se o conjunto de dados apurados atende ao 
desenvolvimento das fases posteriores, e se negativo, deverá o Enfermeiro realizar 
tantas quantas investigações se fizerem necessárias. Durante a coleta de dados e a 
investigação, deverá o Enfermeiro associar a esta fase, o Exame Físico, aplicando 
seu conhecimento científico e validando as informações colhidas na entrevista 
(Histórico) junto ao paciente. 
O Diagnóstico de Enfermagem, por sua vez, possibilita ao Enfermeiro o 
julgamento clinico das respostas do indivíduo aos estímulos recebidos mediante os 
problemas reais ou potenciais de saúde ou de processos de vida. Este indivíduo 
deverá ser olhado, pelo Enfermeiro, como ele próprio, família, comunidade, 
profissional e todo o universo que o compõe. É a base para a identificação e 
determinação das intervenções de Enfermagem (Prescrição de Enfermagem), e 
estabelecimento de metas desejadas. 
A Prescrição de Enfermagem, subdividida por alguns autores em 02 (duas 
fases), ou seja, a de planejamento e de intervenção constitui-se na determinação 
dos níveis de intervenção das ações de Enfermagem. 
A última fase constitui-se na Evolução de Enfermagem, onde o Enfermeiro 
desenvolve a avaliação e afere os resultados da intervenção, possibilitando uma 
retroalimentação contínua na intervenção necessária ao alcance dos resultados 
esperados. 
O Enfermeiro, dentro dos princípios que regem o seu trabalho em uma 
empresa, deve associar estes conceitos à realidade de sua atividade específica, 
 
 
 
 
 
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procurando adaptar o ambiente ao indivíduo, considerando os agravos e agentes 
identificados que interfere no processo saúde-doença. 
O Processo de Enfermagem, nada mais é que o Enfermeiro sistematizar e 
ordenar o seu trabalho, utilizando os instrumentos científicos aqui dispostos, 
associados ao seu conhecimento científico, com o propósito de identificar agentes 
e/ou agravos à Saúde, seja em seu ambiente de trabalho, seja em seu ambiente 
familiar ou social, determinando as intervenções necessárias, avaliando os 
resultados e determinando novas intervenções, resultando em um processo aplicado 
em nível individual ou coletivo, num contínuo processo de retroalimentação, visando 
à promoção, proteção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde. O 
Enfermeiro, além de ter o seu papel centrado na promoção, proteção, prevenção, 
recuperação e reabilitação da saúde, desempenha também um papel fundamental 
na prestação de cuidados primários e secundários, no atendimento e controle de 
urgências/emergências e na prevenção quanto aos Acidentes do Trabalho. 
BASES LEGAIS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM – SAE 
 
• Constituição Federativa do Brasil 
Art. 5º, Inciso XIII 
É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer. 
Art. 197 
São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder 
público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, 
devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por 
pessoa física ou jurídica de direito privado. 
 
 
 
 
 
 
 
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• Lei 7.498/86 
Art. 11 - O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-
lhe privativamente: 
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de 
assistência de Enfermagem; 
i) consulta de Enfermagem; 
j) prescrição da assistência de Enfermagem; 
• Decreto Nº 94.406/86 
Art. 8º - Ao enfermeiro incumbe: 
I-privativamente: 
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da 
assistência de Enfermagem; 
e) consulta de Enfermagem; 
f) prescrição da assistência de Enfermagem; 
• Resolução COFEN 311/2006 - Aprova o Código de Ética dos 
Profissionais de Enfermagem e dá outras providências. 
• Resolução - COFEN nº 159/1997 - Dispõe sobre a Consulta de 
Enfermagem. 
• Resolução COFEN 271/2000 - Regulamenta ações do Enfermeiro na 
consulta, prescrição de medicamentos e requisição de exames. 
• Resolução COFEN-267/2001 - Aprova atividades de Enfermagem em 
Domicílio Home Care . 
• Resolução COFEN-272/2002 - Etapas da SAE. 
 
• Portaria COFEN n° 019 de 2006 – Constitui a Câmara Técnica de 
Sistematização da Assistência de Enfermagem. 
 
 
 
 
 
 
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A SAE “é uma atividade intelectual, deliberada, por meio da qual a prática da 
Enfermagem é abordada de uma maneira ordenada e sistemática” (GEORGE, 
2000). 
Deliberada - cautelosa, pensada, intencional. 
Intelectual - racional, inteligente, lógica, conceitual. 
Atividade - estado ou condição de funcionar, começar, modificar, agir. 
Ordenada - ajuste metódico, eficiente e lógico. 
Sistemática – intencional; relativo à classificação. 
Foi desenvolvido como um método específico de aplicação de uma 
abordagem científica ou de solução de problemas à prática de Enfermagem. 
Avalia a qualidade dos cuidados profissionais, proporcionados pelo 
Enfermeiro e garante a prestação de contas e a responsabilidade dos mesmos para 
com o cliente. 
IMPLANTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM 
 
Primeiro Passo 
? Reavaliar a organização do serviço de enfermagem. 
? Serviço planejado e organizado – facilitador. 
Gerenciar é a arte de pensar, de decidir e de agir: é a arte de fazer 
acontecer, de obter resultados. (MOTTA, 1991) 
Instrumentos utilizados para a organização do serviço de enfermagem 
(elaboração ou revisão) 
• REGIMENTO; 
• ORGANOGRAMA; 
• NORMAS; 
• ROTINAS; 
 
 
 
 
 
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• PROTOCOLOS; 
• PROCEDIMENTOS; 
• RELATÓRIOS GERENCIAIS DIVERSOS; 
• PASTAS DE COMUNICADOS; 
• PASTAS DE ORDENS DE SERVIÇOS; 
• PORTARIAS; 
• LIVRO DE OCORRÊNCIAS DAS UNIDADES; 
• ESCALA DE SERVIÇO MENSAL; 
• ESCALA DE ATRIBUIÇÕES; 
• PROGRAMAÇÃO DE FÉRIAS; 
• CENSO DIÁRIO; 
• FICHA FUNCIONAL; 
• O QUE O SERVIÇO DE ENFERMAGEM ACHAR IMPORTANTE PARA 
O SEU FUNCIONAMENTO; 
 
Papel do gerente de Enfermagem 
? Facilitador; 
? Incentivador; 
? Líder; 
 
Competência do Gerente 
? Habilidades técnico-científicas; 
? Relacionamento; 
? Comunicação; 
? Obter resultados; 
 
 
 
 
 
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Administração Participativa 
Filosofia ou política de administração de pessoas, que valoriza sua 
capacidade de tomar decisões e resolver problemas. Aprimora a satisfação e a 
motivação no trabalho; contribui para o melhor desempenho e competitividade das 
organizações. 
 
TEORIAS DE ENFERMAGEM 
 
Teoria – conjunto de conceitos inter-relacionados que proporcionam visão 
sistemática de um fenômeno (um fato ou acontecimento observável)que é, por sua 
natureza, explicativo e profético. 
Teoria de Enfermagem – forma de relacionar conceitos, através do uso de 
definições que sejam úteis ao desenvolvimento de inter-relações significativas para a 
descrição ou classificação da prática. 
 
 
Qual a composição de uma teoria? 
Composta por conceitos e proposições. As proposições explicam o 
relacionamento entre os conceitos, ou seja, uma inter-relação entre o agravo e a 
doença. 
Uma teoria de Enfermagem nos indica, sugere e/ou aponta uma direção de 
como ver os fatos e/ou eventos e assim, direcionar o planejamento e determinação 
das intervenções de Enfermagem. 
Meleis (1991), definiu a Teoria de Enfermagem, como sendo um instrumento 
com a finalidade de descrever, explicar, prever ou prescrever o cuidado de 
Enfermagem. 
 
 
 
 
 
19 
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As Teorias são compostas por conceitos e proposições. As proposições 
explicam o relacionamento entre os conceitos, ou seja, uma inter-relação entre o e a 
doença, por exemplo. 
As Teorias são baseadas em pressupostos teóricos, tomados como 
“verdade”, pois não podem ser empiricamente testadas. 
Barnum (1994) define teoria completa como aquela que é composta por 
contexto, conteúdo e processo. 
Contexto é o ambiente no qual o ato de Enfermagem ocorre. Conteúdo é o 
que compõem a teoria. Processo é o método utilizado pelo Enfermeiro para aplicar a 
teoria. 
As Teorias de Enfermagem começaram a surgir no cenário mundial, na 
década de 60, procurando relacionar fatos e estabelecer as bases de uma ciência de 
Enfermagem. 
Como se constitui um processo de enfermagem? 
• Objeto de estudo e sua finalidade; 
• Seqüência de ações; 
• Instrumentos de trabalho; 
• Utilização de competências e das habilidades adquiridas 
desenvolvidas; 
• Recursos disponíveis; 
• Conhecimento técnico científico. 
 
Uma destas Teorias, a sinergística, relaciona-se mais com o cuidado de 
Enfermagem do que a Enfermagem em si. 
A Teoria homeostásica, aplica a teoria dos sistemas. 
Outras como as de Imogenes King e Martha Rogers são denominadas pelos 
nomes de suas respectivas autoras. 
 
 
 
 
 
20 
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Todas as Teorias existentes, no entanto, são bastante diversas, dinâmicas, 
versáteis e são aplicáveis em quaisquer situações onde exista a necessidade do 
cuidado de Enfermagem, e o Enfermeiro, por sua característica ocupacional, 
necessita conhecê-las, não para decorá-las, mas entendê-las, compreendê-las e 
redefinir sua postura e conduta profissional em relação às necessidades do cliente e 
suas responsabilidades ético-profissionais. 
As Teorias de Enfermagem, longe de serem meros conteúdos teóricos, 
traduzem em seus conceitos e modelos, o infinito do trabalho profissional da 
Enfermagem, fundamentado na ciência do conhecimento e do saber. É o uso efetivo 
do conhecimento e do saber com sabedoria e não com imagens deste 
conhecimento. 
As Teorias de Enfermagem envolvem profundos saberes e conhecimentos 
culturais, sociais, comportamentais, envolvendo não somente o indivíduo enquanto 
pessoa, mas enquanto família, social, profissional, comunidade, cultura e instituição. 
 
INTRODUÇÃO ÁS TEORIAS DE ENFERMAGEM 
 
Sabemos que uma teoria é constituída por um conjunto de conceitos inter-
relacionados que nos permite uma forma sistemática de explicar e prever fatos e/ou 
eventos. 
A construção de uma teoria tem seu início, na observação atenta de fatos e 
eventos que resultam em idéias. Estas, por sua vez, projetam tentativas, resolução e 
visão sistemática dos fenômenos. 
Com isso, formam-se conceitos que levam a proposições e hipóteses, 
possibilitando que os experimentos possam comprovar e validar estas hipóteses, 
levando a formação de uma teoria. 
Muitos foram os Enfermeiros que acreditaram e apostaram no processo 
científico do trabalho da Enfermagem, num trabalho autônomo e independente, 
 
 
 
 
 
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afastado do modelo biomédico a que somos levados no processo de formação 
profissional. 
O Enfermeiro, dentro do que lhe compete desenvolver, deve direcionar seu 
trabalho para alguns objetivos, entre os quais, destacamos o atendimento das 
necessidades humanas básicas; a prevenção e correção dos desequilíbrios 
identificados; a promoção e o equilíbrio do sistema de adaptação do indivíduo; a 
promoção, manutenção e restauração da saúde através de um processo interativo; 
promoção e restauração da totalidade, bem estar e independência da pessoa pela 
conservação de sua energia e integridade e a promoção e interação harmônica da 
pessoa com seu ambiente interno externo. 
Dentre as diversas Teorias de Enfermagem conhecidas, podemos assim 
classificar algumas destas que possam ser utilizadas como referencial teórico para a 
Enfermagem, quais sejam: 
 
As que são orientadas para a tese das necessidades / problemas: 
• Modelo Ambiental, de Florence Nightingale; 
• Solução de Problemas, de Faye Glenn Abdellah; 
• Definição das Práticas de Enfermagem, de Virginia Henderson; 
• Autocuidado, de Dorothea E. Orem; 
• Necessidades Humanas Básicas, de Wanda de Aguiar Horta. 
As que são orientadas para a interação: 
• Processo Interpessoal, de Hildegard E. Peplau; 
As que são orientadas para os sistemas: 
• Teoria dos Sistemas, de Betty Neuman; 
• Diversidade e Universalidade do cuidado cultural, de Madeleine M. 
Leininger. 
• Obtenção de Metas, de Imogene King; 
 
 
 
 
 
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As que são orientadas para o campo de energia: 
• Saúde como expansão da consciência, de Margaret Newman 
 
Enfim, são muitas as Teorias de Enfermagem, e aqui segue apenas, 
algumas das que acreditamos serem aplicáveis à Enfermagem, mas que, se 
exploradas adequadamente pelo Enfermeiro, poderão ser importante referencial 
teórico ao alcance dos resultados esperados no desenvolvimento do processo. 
Destas teorias acima relacionadas, somente a de Horta não chegou a ser 
devidamente testada e validada, devido ao tempo que não lhe foi dada, em vida, 
para isso ocorrer. Mas, se não chega à classificação e reconhecimento como teoria, 
pode ser considerada como um Modelo de Processo de Enfermagem dos mais 
adequados o processo de trabalho da Enfermagem, em qualquer área de atuação, e 
vem sendo utilizada como referencial teórico em muitos países, entre os quais, os 
próprios EUA. 
Algumas Teorias de Enfermagem serviram de referencial teórico para outras 
Teorias subseqüentes, formando a base e influenciando os teóricos. É o caso de 
Florence Nightingale, que sua teoria ambiental, influenciou tantos outros teóricos 
com seus conceitos desenvolvidos e colocados como prática do cuidado de 
Enfermagem. 
Existem situações de semelhanças, similaridades e diferenças entre as 
diversas Teorias de Enfermagem, comprovando as influências e conseqüentes 
aprimoramentos pelo avanço de conhecimentos. 
Florence Nightingale, com o seu conceito de ambiente e o enfoque 
humanístico do cuidado de Enfermagem, acabou influenciando diretamente 
Johnson, King, Neuman, Orem, Roy, Rogers, Leininger e Newman. 
A dependência e o seu papel na Enfermagem, identificado por Henderson, 
serviu de base para Orlando,Orem e Levine. 
A independência, por sua vez, é enfocada por Peplau, Rogers, Hall, King e 
 
 
 
 
 
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Parse. 
A Interdependência, por sua vez, é a inspiração de Erickson, Tomlin, Swain, 
Newman, Boykin e Schoenhofer. 
A adaptação é tema das teorias ou modelos de Florence, King, Levine, 
Rogers, Roy e Erickson, Tomlin e Swain. 
A teoria de sistemas é utilizada por Rogers, King, Roy, Johnson, Neuman, 
Parse e Newman. 
 
CARACTERÍSTICAS DE UMA TEORIA 
 
Inter-relacionam conceitos que permitem visão de determinado fenômeno; 
• Devem ser de natureza lógica; 
• Devem ser simples e generalizáveis; 
• Podem ser bases para a validação de hipóteses ou que permitam sua 
expansão; 
• Servem de ampliação de conhecimentos gerais e específicos; 
• Permitem a utilização para orientar e aperfeiçoar a prática da 
Enfermagem; 
• Devem ser consistentes com outras teorias já validadas, leis e 
princípios, deixando questões não respondidas que necessitem ser investigadas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DE FLORENCE NIGHTINGALE 
 
 
Fonte: http://pt.famozz.com/activists/florence-nightingale 
 
 
Nascida em Florença (Itália), em 12 de maio de 1820, tendo sido educada 
em padrões superiores ao que recebiam as mulheres, na época, com expressivo 
conhecimento em ciências, matemática, literatura e artes, além de filosofia, história, 
política e economia, dando-lhe um caráter bastante diferenciado em seu tempo. 
Fazendo parte da aristocracia inglesa, tinha aspirações em relação ao 
trabalho social. 
Estas características levaram-na ao envolvimento na Guerra da Criméia, 
com postura revolucionária em relação às condições de assistência prestada aos 
soldados ingleses feridos na frente de guerra, resistindo à burocracia e buscando 
melhorar a qualidade desta assistência, brigando por materiais específicos a esta 
assistência, além de alimentos, leitos e material de higiene ambiental e pessoal nos 
alojamentos assistenciais. 
Envolvida pela busca incessante de uma qualidade nesta assistência, criava 
condições para o bem estar dos feridos de guerra ou não, incentivando e exigindo 
infra-estrutura humanitária e social, como lavanderia, biblioteca, redação de cartas e 
até meios para que os soldados tivessem como economizar seus salários e um 
hospital para as famílias que estivessem nas frentes de batalhas. Preocupava-se 
com o conforto aos enfermos e aos que estavam em estado terminal, envolvendo-se 
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em questões administrativas de eficácia e eficiência plenamente reconhecidas por 
seus superiores. 
Findada a guerra, dedicou-se ao ensino da Enfermagem, estimulando e 
abrindo escolas de Enfermagem, marcando sua época na profissão. Faleceu aos 13 
de agosto de 1910, e esta data é até hoje, celebrada na Igreja de St. Margaret, em 
East Wellow, Inglaterra, sendo considerada como a mão da Enfermagem Moderna. 
Surgiu a primeira escola de Enfermagem organizada no mundo, na Alemanha 
(Kaiserwerth), em 1.836, que ensinava às camponesas locais, noções de higiene 
ambiental e pessoal. Em 1850, por 14 dias, Florence realizou visita a esta escola, 
candidatando-se à mesma, manifestando seu desejo de tornar-se Enfermeira, tendo 
sido admitida em 06 de julho de 1.851, permanecendo por 03 meses, levando para a 
Inglaterra, os conhecimentos adquiridos, onde se envolveu na luta por reformas na 
área de saúde e bem estar dos cidadãos ingleses, por não concordar com as 
condições no país, buscando projetar a mulher na sociedade que restringia esta 
participação na política social e governamental. 
Sua missão na Criméia, na vida militar, foi extremamente penosa pela 
rejeição à figura da mulher neste tipo de condição. Encontrou no campo de batalha, 
alojamentos assistenciais precários e infestados de insetos, ratos, com o esgoto ao 
céu aberto nos ambientes internos destes alojamentos, possibilitando a ocorrência 
de infecções letais e transmissíveis entre os feridos e sadios. 
A taxa de mortalidade, nos níveis de 43 %, era caracterizada muito mais 
pela transmissão de contaminantes e biológicos do que por ferimentos na batalha. A 
sua intervenção ambiental reduziu, em menos de seis meses, esta taxa para apenas 
2,2 %, conquistando reconhecimento e respeito pelo trabalho desenvolvido. Seus 
relatórios manuscritos foram entregues ao Ministro da Guerra na época, Sir Sidney 
Herbert, com aplicações estatísticas, iniciando movimento de reforma hospitalar no 
país. 
Este trabalho rendeu-lhe reconhecimento e admissão como membro da 
Royal Statistical Society, em 1.858, sendo considerada, com inteira justiça, como a 
primeira Enfermeira pesquisadora no mundo. Florence utilizou intensamente a 
 
 
 
 
 
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observação dos fatos e eventos, associando-os à incidência e prevalência dos 
agravos e da doença como abordagem dos cuidados de Enfermagem a serem 
desenvolvidos. 
Estes conhecimentos e a sábia utilização de conceitos administrativos 
organizacionais e estruturais instituíram no principal enfoque de seu trabalho, com 
adequado controle ambiental, envolvendo indivíduos e famílias no processo. 
Enfatizava a importância da ventilação e iluminação nos quartos dos pacientes, 
escrevendo “Notes e Nursing” como orientação ao cuidado de Enfermagem, que se 
constituiu em um marco sobre a organização e manipulação dos ambientes dos 
enfermos. 
Florence interpretava doença como processo reparador, definindo a 
Enfermagem como diagnóstico e tratamento das respostas humanas aos problemas 
de saúde vigentes ou potenciais (American Nurse’s Association-1.980). Escreveu 
também “Notes on hospitals e introductory notes lyingininstitutions” (Primeiros 
centros de maternidade). 
A influência do ambiente sobre o ser humano e sobre a natureza crítica do 
equilíbrio entre eles foi a, principal característica de seu trabalho científico. 
Foi a primeira a incentivar a existência de instituições específicas para a 
maternidade, afastada dos enfermos, através de análise de dados sobre a 
mortalidade neonatal e no parto, recomendando cuidados ambientais e a lavagem 
persistente das mãos para eliminar a febre puerperal como principal causa da 
mortalidade na época. 
Florence trabalhou com enfoque nas características ambientais gerais, como 
iluminação, ruído, ventilação, higiene ambiental, cama, roupa de cama e nutrição, e 
o desequilíbrio entre estes, exigiria maior energia do indivíduo e assim, a origem do 
estresse como prejudicial à recuperação e reabilitação do enfermo. Seus conceitos e 
idéias estendiam-se, inclusive, aos domicílios, ressaltando a importância da água 
pura e higiene ambiental e pessoal como fatores de saúde. Acreditava que a pessoa 
poderia adoecer se respirasse seu próprio ar, sem renovação e preocupava-se com 
o ambiente externo às casas como fator de desequilíbrio (poluição, gases, 
 
 
 
 
 
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excrementos). Tinha atenção especial com os utensílios dos enfermos, como louças, 
comadrese compadres. Cuidava com a mesma atenção, com a temperatura dos 
ambientes. 
Com relação à luz, enfatizava a importância da luz solar para a saúde, e 
alertava para o fato dos hospitais da época não atentarem para este aspecto durante 
suas respectivas construções. 
Quanto ao ruído, era bastante enérgica e rigorosa com relação aos ruídos 
ambientais que importunavam os pacientes, e exigia que a Enfermeira sob seu 
comando estivesse sempre atenta a esta questão. 
Sua preocupação com a saúde ambiental chegava, inclusive, às cores, 
quadros e pinturas do ambiente como fator de conforto e bem estar, e defendia 
processos terapêuticos pelo lazer, trabalhos manuais, leitura e escrita. 
Quanto às roupas de cama e colchões, preocupava-se com a questão da 
permeabilidade destas superfícies. Nesta observação, levantou que o adulto 
exalava, aproximadamente, 1,5 litros de umidade pelos pulmões e pele nas 24 
horas, constituindo-se em matéria orgânica que impregnava as roupas, favorecendo 
o desequilíbrio de saúde pelo desconforto causado, lembrando sempre o cuidado 
que o Enfermeiro precisava ter em não se inclinar ou sentar-se na cama, e que esta 
deveria estar próxima à janela e à luz solar. Entendia que estas roupas, se não bem 
cuidadas e ajustadas à cama, causavam lesões na pele do enfermo pela pressão 
exercida em pontos específicos. Suas observações atingiam também, o aspecto 
nutricional, identificando que as refeições em pequenas e regulares porções 
favoreciam a recuperação do enfermo. 
Embora suas preocupações tivessem como foco o ambiente físico, não se 
descuidava do ambiente “social e psíquico do enfermo, tendo incluído em seu 
primeiro livro, capítulo sobre este aspecto, denominado “Conversando sobre 
Esperanças e Conselhos”, observando a relação entre doença, morte e pobreza, 
com observações e estudos estatísticos e epidemiológicos que fundamentavam 
inúmeras cartas e protestos aos governantes. Apregoava como objetivo principal 
para a Enfermagem, que o melhor a ser feito, é colocar o paciente na melhor 
 
 
 
 
 
condição para que a natureza aja sobre ele, e que este deveria ter o menor gasto 
possível de energia com os fatores ambientais que possam causar desequilíbrios. 
Florence acreditava que a Enfermagem deveria estar atenta não somente 
aos enfermos, mas também, aos sadios, buscando meios de promoção da saúde. 
Acreditava que a Enfermagem poderia atuar no ambiente como um todo, para que o 
enfermo obtivesse o equilíbrio necessário e assim, a natureza faria o resto para a 
recuperação e reabilitação. Dizia, em seus escritos, que a mais importante lição 
prática a ser dada às Enfermeiras, é ensiná-la a observar e como observar que 
sintomas indicam melhora/piora, quais são importantes/não importantes, quais 
evidenciavam negligência/não negligência. 
Este conceito, tão atual, mostra que já naqueles idos, Florence conseguia 
demonstrar a importância da observação como método primário de coleta de dados 
para avaliar respostas do cliente à intervenção. 
 
TEORIA DE DOROTHEA E. OREM 
 
 
Fonte: http://www.nurses.info/nursing_theory_person_orem_dorothea.htm 
 
 
Dorothea E.Orem nasceu em 1914, em Baltimore, Maryland, formando-se 
em 1.930, recebendo o título de Bacharel em Ciências e Educação de Enfermagem 
em 1.939 e Mestre em Ciências em Educação em Enfermagem em 1.945. Obteve 
Doutorado em Ciências em 1.945 e novamente em 1.980 e 1.988; Nomeada 
Membro Honorário da Academia Americana de Enfermagem em 1.992. Continua a 
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trabalhar como Consultora de Enfermagem e a desenvolver sua Teoria de 
Enfermagem. 
Desenvolveu sua Teoria do Autocuidado que consiste, basicamente, na idéia 
de que os indivíduos, quando capazes, devem cuidar de si mesmos. Quando existe 
a incapacidade, entra o trabalho do Enfermeiro no processo de cuidar. Para as 
crianças, estes cuidados são necessários mediante incapacidade dos pais e/ou 
responsáveis interferirem neste processo. 
A primeira publicação deste conceito deu-se em 1.959. Em 1.971, publicou 
“Nursing: Concepts of practice” com repetidas edições em 1.980, 1.985 e 1.991. 
Cada uma dessas edições trouxe aprimoramento e ampliação dos conceitos, com 
desfecho em 1.991 na publicação de sua teoria geral que define a intervenção da 
Enfermagem na ausência da capacidade de manter a quantidade e qualidade do 
autocuidado como terapêuticas na sustentação da vida e da saúde, na recuperação 
da doença ou da lesão, ou no enfrentamento de seus efeitos. Nas crianças, a 
condição é a incapacidade dos pais/responsáveis em manter continuamente a 
quantidade e qualidade do cuidado terapêutico. 
É a Teoria do Déficit do Autocuidado, que é composta por três teorias inter-
relacionadas: 
• Teoria do déficit do autocuidado; 
• Teoria do autocuidado; 
• Teoria dos Sistemas de Enfermagem. 
O entendimento dos objetivos desta teoria está diretamente relacionado com 
a compreensão dos conceitos de autocuidado, ação de autocuidado, fatores 
condicionantes básicos e demanda terapêutica de autocuidado. 
Orem define que autocuidado é o desempenho ou a prática de atividades 
que os indivíduos realizam em seu benefício para manter a vida, a saúde e o bem 
estar. Quando o autocuidado é efetivamente realizado, ajuda a manter a integridade 
estrutural e o funcionamento humano, contribuindo para o seu desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
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Esta capacidade de autocuidar-se é afetada por fatores condicionantes 
básicos, como a idade, sexo, estado de desenvolvimento, estado de saúde, 
orientação sócio-cultural, modalidade de diagnósticos e de tratamentos, sistema 
familiar, padrões de vida, fatores ambientais, adequação e disponibilidade de 
recursos. 
Orem vincula o autocuidado a três categorias de requisitos, que são: 
• Universal; 
• Desenvolvimento; 
• Desvio de saúde. 
Os requisitos universais do autocuidado, preconizados por Orem, estão 
relacionados, de uma maneira geral, com as atividades de vida diária do indivíduo a 
ser assistido. 
Estes são os requisitos principais: 
• Manutenção de uma ingesta suficiente de ar; 
• Manutenção de uma ingesta suficiente de água; 
• Manutenção de uma ingesta suficiente de alimentos; 
• Provisão de cuidados associados com processos de eliminação e 
excrementos; 
• Manutenção do equilíbrio entre a solidão e interação social; 
• Prevenção dos perigos à vida humana, ao funcionamento e ao bem 
estar do ser humano; 
• Promoção do funcionamento e desenvolvimento do ser humano dentro 
dos grupos sociais, de acordo com o potencial, limitações conhecidas e desejo de 
ser normal (de acordo com a genética, características constitucionais e talentos dos 
indivíduos). 
 
 
 
 
 
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Orem explica o autocuidado e relaciona os vários fatores que afetam sua 
provisão, especificando quando a Enfermagem é necessária para auxiliar o indivíduo 
a administrar o autocuidado. 
Os métodos utilizados por Orem, para o autocuidado, são: 
• Agir ou fazer para outra pessoa; 
• Guiar e orientar; 
• Proporcionar apoio físico e psicológico; 
• Proporcionar e manter ambiente de apoio ao desenvolvimentopessoal; 
• Ensinar. 
As áreas de atividades para a prática da Enfermagem, segundo Orem, são: 
• Iniciar e manter relacionamento com o paciente/família até estado de 
“alta” da Enfermagem; 
• Determinar se e como devem receber apoio da Enfermagem; 
• Estar atento às necessidades do paciente/família em relação à 
Enfermagem; 
• Prescrever, proporcionar e regular a ajuda direta aos pacientes/família 
da assistência de Enfermagem necessária; 
• Coordenar e integrar a Enfermagem na vida diária do paciente. 
A Teoria dos Sistemas de Enfermagem preconizada por Orem define as 
necessidades de autocuidado em relação à capacidade do paciente para o 
autocuidado, onde, na ocorrência de déficit de autocuidado, a Enfermagem pode e 
deve agir, interferir. 
Classifica em três situações, sendo: 
• Totalmente compensatório, onde a incapacidade de autocuidado é 
atestada e a Enfermagem se faz necessária, podendo ser socialmente dependentes 
de outros indivíduos que façam parte do grupo/família, possibilitando a continuidade 
de sua existência e seu bem estar. É o caso das pessoas comatosas; dos 
 
 
 
 
 
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conscientes, capazes de observar, julgar, decidir, mas não pode ou não deve 
desempenhar ações que exijam deambulação ou manipulação, ou ainda, dos que 
sejam incapazes de atender suas próprias necessidades e/ou tomar decisões, 
embora possam deambular e desempenhar algumas ações de autocuidado, embora 
com orientação e supervisão constantes (fraturas vertebrais C3-C4; retardo mental). 
• Parcialmente compensatório, onde o Enfermeiro e o paciente assumem 
ações do cuidar e outras atividades envolvendo deambulação e manipulação, com o 
principal papel tendo a participação de um ou ambos. É o caso de cirurgias que 
limitem movimentos de deambulação, troca de curativos, etc. 
• Sistema de apoio-educação, onde o paciente pode, deve e assume as 
atividades de autocuidado, orientado, monitorado, sempre. O Enfermeiro atua como 
espécie de consultor e educador. 
Podem ocorrer situações onde uma ou mais situações se façam presentes e 
necessárias, simultaneamente. 
A Teoria de Orem proporciona uma base compreensiva para a prática da 
Enfermagem, com utilidade na educação, prática clínica, administração, pesquisa e 
sistemas de informação na Enfermagem. 
De fácil entendimento e compreensão, define quando a Enfermagem é 
necessária e a intensidade de sua intervenção, relacionada com as necessidades 
afetadas do paciente/familiar, onde o Enfermeiro atua parcial ou totalmente, mas 
nunca deixando de ser o condutor, educador e orientador do processo de cuidar. 
Fundamenta sua teoria, na promoção e manutenção da saúde, considerando 
os aspectos holísticos da assistência de Enfermagem e a responsabilidade do 
indivíduo em relação ao processo do cuidar, tornando-se um sistema dinâmico, 
versátil e fluente em relação aos objetivos, sendo simples o entendimento, embora 
complexa na composição. 
Sua teoria continua a evoluir, universalmente, com impacto na profissão, 
contribuindo, significativamente, para o desenvolvimento das teorias de 
Enfermagem. 
 
 
 
 
 
TEORIA DE IMOGENE M. KING 
 
 
Fonte: http://www.nurses.info/nursing_theory_person_king_imogene.htm 
 
Imogene M. King nasceu em 1.923, formando-se em 1.946, recebendo título 
de Bacharel em Ensino da Enfermagem em 1.948, Mestrado em Enfermagem em 
1.957 e Doutorado em 1.961, tendo realizado estudos pós-doutoramento em 
desenho de pesquisa, estatística e computadores. 
Com atuação na área da Enfermagem médica-cirúrgica de adultos, tendo 
ocupado cargos de alta relevância profissional na área gerencial e atuação política. 
Desenvolveu estudos voltados para a questão da postura profissional do Enfermeiro 
frente aos desafios presentes na educação, prática da Enfermagem e dimensão da 
prática. A estas questões, acrescentou outras para base de seus estudos, como: 
• Tipo de decisões que o Enfermeiro necessita adotar frente suas 
responsabilidades; 
• Tipo de informação necessária para fundamentar estas decisões; 
• Alternativas para as situações; 
• Cursos alternativos para embasar decisões críticas; 
• Que habilidade e conhecimento são essenciais para embasar estas 
decisões. 
Publicou o livro “A Theory for nursing: Systems, Concepts, Process “ em 
1.981, que enfocava a gama de conhecimentos para o Enfermeiro e as 
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conseqüentes dificuldades para a escolha de fatos e conceitos importantes para 
determinada situação, traduzindo as preocupações da teorista a respeito. Oferece 
uma abordagem ao desenvolvimento de conceitos e à aplicação do conhecimento 
na Enfermagem, apresentando uma estrutura conceitual como estrutura de sistemas 
abertos e a teoria, como obtenção de metas. 
A estrutura conceitual preconizada por King inclui a meta, estrutura, função, 
recursos e tomada de decisão como elementos essenciais para o trabalho do 
Enfermeiro. 
Os fenômenos de Enfermagem, segundo King, são organizados em três 
sistemas dinâmicos de interação, quais sejam: 
• Sistemas pessoais (individuais); 
• Sistemas interpessoais (duplas, trios, grupos pequenos e grandes); 
• Sistemas sociais (família, escola, empresas, sistemas de assistência à 
saúde). 
O Enfermeiro, assim, deve buscar interagir com o cliente/paciente, 
considerando cada individuo como um sistema pessoal, onde são importantes a 
percepção, o ser, o crescimento e o desenvolvimento, a imagem corporal, o espaço, 
o aprendizado e o tempo. O enfoque no sistema pessoal é a pessoa. 
No sistema interpessoal, King considera o relacionamento interativo entre as 
pessoas, quando em grupos pequenos/grandes, onde os conceitos relevantes são a 
interação, a comunicação, a transação, o papel (de cada um dos elementos no 
grupo) e o estresse (interação indivíduo-ambiente para manter equilíbrio, com troca 
de energia), buscando a interação. 
Nos Sistemas Sociais, estão incluídos grupos religiosos, família, sistema 
educacional, sistema de trabalho e grupos de amigos, onde os conceitos que 
predominam são a organização, autoridade, poder, estado, tomada de decisão e 
controle. 
A Teoria de Obtenção de Metas proposta por King foi fundamentada a partir 
destes conceitos e dos sistemas de sua estrutura conceitual. O Enfermeiro, neste 
 
 
 
 
 
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processo, interage com o cliente/paciente através da percepção, comunicação, 
transação, o ser, o papel de cada um, o estresse envolvido, o crescimento e 
desenvolvimento, o tempo e o espaço, estabelecendo-se metas a serem obtidas. 
Para King, a Teoria de Obtenção de Metas leva o Enfermeiro a adotar a 
seguinte postura: 
• Pela percepção, papéis desenvolvidos e comunicação, leva à interação 
Enfermeiro-cliente e à transação; 
• Por este caminho, chega-se à obtenção de metas e ao crescimento e 
desenvolvimento; 
• O alcance de metas leva a efetividade, eficácia e eficiência da 
Assistência de Enfermagem e à satisfação do cliente. 
Existem, segundo King, limites internos e externos como critérios 
determinantes, quais sejam: 
 
Limites internos: 
• Enfermeira e o cliente não se conhecem; 
• Enfermeira está habilitadapara o Exercício profissional; 
• Cliente tem necessidade deste serviço; 
• Ambos, através deste relacionamento e interação, com a Enfermeira 
utilizando as habilidades de comunicação e conhecimento para estabelecer as 
metas desejadas. Por outro lado, o cliente tem percepção do seu “eu” que ajudarão 
no estabelecimento destas metas; 
• Enfermeira e cliente interagem intencionalmente para atingir as metas. 
 
Limites externos: 
• Interação em grupos de duas pessoas; 
 
 
 
 
 
• Interações limitadas à Enfermeira Habilitada e ao cliente necessitando 
de atendimento de Enfermagem; 
• Interações ocorrendo em ambientes naturais. 
Segundo King, o estabelecimento de metas quando em grupos, tem um grau 
bem maior de dificuldade com o cliente com enfoque externo de controle. 
 
Alguns pressupostos importantes seguem abaixo: 
1. Percepções do cliente e da Enfermeira influenciam a interação; 
2. As metas, necessidades e valores de ambos, influenciam este processo 
interativo; 
3. Os indivíduos têm direito do conhecimento sobre si; 
4. Os indivíduos têm direito de participar das decisões sobre si (vida, saúde, 
comunidade); 
5. O profissional de Saúde tem de compartilhar a informação, orientando-o 
nas decisões; 
6. Os indivíduos têm direito de opção; 
7. As metas profissionais e do receptor podem ser conflitantes. 
 
TEORIA DE BETTY NEUMAN 
 
 
Fonte: http://patheyman.com/essays/neuman/index.htm 
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Betty Neuman nasceu em 1.924, em Ohio. Seu pai, passando por longo 
período de internação hospitalar e vindo a falecer, quando tinha 11 anos de idade, 
elogiava o trabalho das Enfermeiras, influenciando Neuman quanto à sua opção 
profissional, determinada a tornar-se uma destas Enfermeiras no futuro. Pobre e 
sem recursos, trabalhou como técnica em recuperação de instrumentos aeronáuticos 
e como cozinheira em Dayton/Ohio, economizando recursos para sua sobrevivência 
e projeto educacional posterior. Através do Programa do Corpo de Cadetes-
Enfermeiros, antecipou seu ingresso na Enfermagem hospitalar, formando-se em 
1.947, desenvolvendo Mestrado em Saúde em 1.966. Em 1.985, tornou-se PhD em 
psicologia clínica. Atuou em diversas funções como Enfermeira em instituições 
hospitalares e ambientes comunitários. Em 1.967, após Mestrado, assumiu cadeira 
no programa onde havia se formado, retornando a Ohio em 1.973 para prosseguir 
estudos de sua Teoria de Enfermagem. 
O Modelo de Sistemas de King iniciou-se em 1.970 como resposta à 
solicitação de estudantes de graduação da Universidade da Califórnia para que 
fosse criado curso proporcionando visão geral dos aspectos fisiológicos, 
psicológicos, sócio-culturais e desenvolvimentistas dos seres humanos. 
O modelo preconizado por Neuman tem enfoque holístico no Modelo de 
Sistemas que desenvolveu e apresenta forte influência de sua experiência pessoal e 
profissional, dentro da filosofia do ajudar cada um a viver. Para ela, a Enfermagem é 
considerada um sistema por que a sua prática contém elementos em interação, 
considerando o holismo, tanto um conceito filosófico quanto biológico, incluindo os 
relacionamentos que surgem da totalidade, da liberdade dinâmica e da criatividade à 
medida que o sistema responde aos estressores dos ambientes externos e internos. 
O Modelo de Sistemas de Neuman baseia-se em dois principais 
componentes, que são o estresse e a reação ao mesmo, onde o indivíduo (indivíduo, 
grupo, família, comunidade) é constituído por um sistema aberto e dinâmico, com 
ciclos de entrada, processo, saída e retroalimentados continuamente e 
 
 
 
 
 
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organizadamente. Ocorre interação entre indivíduo e ambiente, que se afetam um ao 
outro, com reciprocidade de trocas e ajustes. As influências ambientais são 
denominadas intra, inter e extrapessoais. 
As variáveis apresentadas no Modelo são: fisiológicas; psicológicas; sócio-
culturais; desenvolvimentistas; espirituais; estrutura básica e recursos de energia; 
linhas de resistência; linha normal de defesa; linha flexível de defesa; estressores; 
reação; prevenção primária, secundária e terciária; fatores intra, extra e interpessoal; 
reconstituição, com o ambiente, saúde e enfermagem incluídas no processo. 
Basicamente, a estrutura é formada por fatores de sobrevivência 
fundamentais comuns à espécie (por exemplo, manutenção da temperatura, 
características genéticas, entre outras, do indivíduo), dentro de um conceito de 
sistema aberto, com reações e respostas, retroalimentação e busca pelo equilíbrio 
pelo próprio sistema. 
As variáveis individuais (fisiológicas, psicológicas, sócio-culturais, 
desenvolvimentistas e espirituais) agem em harmonia e com estabilidade em relação 
aos estressores externos e internos, e estas variáveis são entendidas pela 
Enfermagem. 
As linhas de resistência agem como protetoras da estrutura básica, sendo 
ativadas quando a linha de defesa normal é invadida pelos estressores ambientais 
(por exemplo, o sistema imunológico), Se estas linhas de resistência não 
conseguirem suportar os estressores, pode ocorrer à morte do indivíduo. 
A Linha normal de defesa representa as respostas ao ambiente, e pode ser 
rompida quando a linha flexível de defesa não protegê-la. Neste ponto, ocorre a 
resposta do sistema do indivíduo, reagindo à forma de instabilidade e doença. 
A Linha Flexível de Defesa é o limite externo e resposta inicial, tornando-se 
a proteção do sistema contra os estressores. Funciona como um amortecedor, 
cedendo, contraindo, aproximando-se da linha normal de defesa, protegendo-a, 
como escudo. Quanto maior à distância entre ambas, maior a proteção para o 
sistema. 
 
 
 
 
 
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Ambiente, para Neuman, são os fatores ou influências internas/externas que 
circundam o cliente ou sistema, podendo ocorrer influências entre ambos, positivas 
ou negativas. A variação pode afetar a direção da resposta (como exemplo, a 
suscetibilidade aos agravos biológicos entre indivíduos repousados ou não). 
A investigação do ambiente, pelo Enfermeiro, consiste nas seguintes 
situações: 
• O que foi criado e qual a natureza do ambiente criado? 
• Que extensão é utilizada e que valor o indivíduo coloca nele? 
• Que proteção é necessária ou possível e qual ideal estão para ser 
criado? 
Os estressores são definidos como estímulos que produzem tensões e têm 
potencial para a instabilidade do sistema, podendo ser intra, inter e extrapessoal. 
Estão presentes dentro e fora do sistema, sendo importante a determinação, 
pelo Enfermeiro, do tipo, natureza, intensidade, momento de encontro deste com o 
sistema e a reação observada, quantificando a energia utilizada. 
Para Neuman, a saúde é o resultante deste equilíbrio ou estado de bem 
estar em determinado momento, sendo vista como continuidade do bem estar para a 
doença, dinâmica e versátil ao longo do tempo. 
A prevenção primária, secundária e terciária como intervenções de 
Enfermagem, é importante para reter, atingir e manter o equilíbrio do sistema, sendo 
primária, quando a prevenção ocorrer antes da reação ao estressor, incluindo 
promoçãoda saúde e manutenção da higidez; secundária quando ocorrer após 
reação do sistema ao estressor, nos termos dos sintomas identificados, e o objetivo 
da intervenção devem ser o enfoque do fortalecimento das linhas internas de defesa, 
protegendo a estrutura do sistema, tratando-se os sintomas, adquirindo a 
estabilidade e conservar energia. Sua falha pode resultar em morte; terciária, 
quando ocorre após as reações às intervenções secundárias, com o objetivo de 
manter o bem estar e/ou reconstrução do sistema e conservando a energia, 
podendo reconduzir o processo de intervenção à prevenção primária. 
 
 
 
 
 
A Enfermagem tem como fundamental papel, proporcionar e auxiliar o 
indivíduo a manter, recuperar e reconstruir a estabilidade do sistema e da estrutura, 
estabelecendo vínculo permanente entre o sistema do indivíduo, ambiente, saúde e 
Enfermagem. 
Este modelo pode ser utilizado por outras disciplinas/profissões de saúde, 
embora tenha como enfoque, a Enfermagem. 
 
TEORIA DE MADELEINE M. LEININGER 
 
 
Fonte: http://www.uff.br/nepae/leininger.jpg
 
Madeleine M. Leininger obteve a graduação em 1.948, bacharelado em 
1.950 em Ciências e mestrado em 1.953, sendo membro da Academia Americana de 
Enfermagem. 
Fundadora do subcampo transcultural da Enfermagem, é professora de 
Enfermagem, antropologia e pesquisa no atendimento humano, com muitas 
publicações com enfoque no ensino da Enfermagem. 
Em 1.991, Leininger reconheceu a importância do cuidado de Enfermagem 
junto aos pacientes, induzindo-a a enfocar em seus estudos e pesquisas, o cuidar na 
Enfermagem. 
Em 1.950, observou diferenças importantes de comportamento entre as 
crianças, quando trabalhava como Enfermeira Clínica especialista com crianças 
perturbadas e seus pais, identificando diferenças com base cultural. 
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Nestas observações, identificou a ausência de conhecimento cultural sobre 
estas crianças e seus pais como o fator determinante para a Enfermagem entender 
as variações de cuidados prestados, tornando-a a primeira Enfermeira no mundo a 
obter Doutorado em antropologia, oferecendo aos profissionais, importante campo 
de atuação na Enfermagem transcultural. 
Os termos Enfermagem transcultural, etno-enfermagem e enfermagem 
cultural foram utilizados por Leininger em 1.960, e em 1.966 ministrou o primeiro 
curso sobre este subcampo da Enfermagem. 
Quanto à Enfermagem transcultural, definiu-a como ramo da Enfermagem 
que tem como foco principal, o estudo comparativo e a análise de culturas com 
respeito à Enfermagem e às práticas de cuidados saúde-doença, aos valores e às 
crenças, visando à eficiência e eficácia na Assistência de Enfermagem de acordo 
com os valores culturais e contexto saúde-doença dos indivíduos parte do processo. 
Quanto a Etno-enfermagem, definiu como sendo o estudo das crenças, 
valores e práticas dos atendimentos percebidos e conhecidos por determinada 
cultura, por suas experiências diretas, crenças e valores. 
Reconhecendo o cuidado como essencial ao conhecimento e à prática da 
Enfermagem, Leininger definiu sua Teoria de Cuidado Cultural, retirando da 
antropologia o componente cultural e da Enfermagem o componente cuidado, 
acrescentando à teoria, os termos diversidade e universalidade. 
Nascia então, a Teoria da Universalidade e Diversalidade do Cuidado 
Cultural, com a primeira apresentação em 1.988. Em 1.991, apresentou definições 
orientadoras para os conceitos de cultura, cuidado cultural, diversidade do cuidado 
cultural, universalidade do cuidado cultural, enfermagem, visão de mundo, 
dimensões da estrutura cultural e social, contexto ambiental, etno-história, sistema 
de cuidados genéricos, sistema de cuidados profissionais, assistência de 
Enfermagem culturalmente congruente, saúde, cuidado/cuidar, conservação do 
cuidado cultural e repadronização do cuidado cultural. 
Leininger diz que a Enfermagem é a ciência do cuidado, devendo enfocar 
não somente a relação Enfermeira/Cliente/Paciente, mas envolver e interagir com 
 
 
 
 
 
família, grupos, comunidades, culturas completas e instituições (instituições 
mundiais de saúde, desenvolvimento de políticas e práticas de Enfermagem 
internacionais). Diz que em culturas não ocidentais, a família e as instituições 
prevalecem sobre a pessoa. Aborda explicitamente os sistemas de saúde, práticas 
da assistência, mudanças de padrões, promoção da saúde e manutenção da saúde 
em seu modelo. 
Segundo Leininger, o Enfermeiro nem sempre está adequadamente 
preparado para enfrentar estas diferenças culturais e suas respectivas influências no 
cuidar, ou então, que não a valorizam ou reconhecem como legitimas. 
Sugere três tipos de ações de Enfermagem baseadas culturalmente, 
congruentes com as crenças e valores dos clientes: 
• Conservação/manutenção do cuidado cultural; 
• Ajustamento/negociação do cuidado cultural; 
• Repadronização/reestruturação do cuidado cultural. 
Estas três situações proporcionam a adequação do cuidado aos aspectos 
culturais, com melhor adaptação à cultura do cliente, amenizando o estresse e 
conflito entre cliente e Enfermeiro. 
 
TEORIA DE VIRGINIA HENDERSON 
 
 
Fonte: http://www.library.vcu.edu/tml/speccoll/vnfame/henderson.html 
 
 
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Virginia Henderson nasceu em 1.897, em Kansas City, e o interesse pela 
Enfermagem surgiu durante a Primeira Guerra Mundial, pois desejava prestar 
atendimento aos feridos e enfermos de guerra. Formou-se em 1.921, na Escola do 
Exército, concluindo seus estudos e Mestrado em 1.926. Ministrou cursos com 
enfoque na Enfermagem Clínica, na área analítica, de 1.930 a 1.948, sendo indicada 
como Pesquisadora na Universidade de Yale em 1.953. 
Sua obra trouxe grande influência e impacto à Enfermagem da época, em 
todo o mundo, com a publicação de “The nature of nursing” em 1.966 e “Basic 
principles of nursing care” em 1.960, traduzidas em várias línguas. Em 1.991, 
escreveu sua obra mais recente, intitulada “The nature of nursing – Reflections after 
25 years”. 
Os principais questionamentos que inspiraram sua obra foram: 
• Qual é a prática da Enfermagem? 
• Que funções específicas desempenham? 
• Quais as atividades exclusivas do Enfermeiro? 
Henderson defendia a tese de que uma ocupação que afeta a vida humana, 
como a Enfermagem, deve ter suas funções esquematizadas, e suas idéias são 
fortemente influenciadas pela prática profissional e pelo ensino profissional que 
sempre fizeram parte de sua vida como Enfermeira. 
Sua filosofia profissional era a de aprender fazendo, desempenho rápido, 
competência técnica e domínio bem sucedido dos procedimentos de Enfermagem, e 
o enfoque sobre doença, diagnóstico e tratamento no ensino da Enfermagem a 
deixava descontente e incentivava sua luta para mudança desta abordagem. 
Enquanto estudante preocupava-se com a ausência de um modelo 
apropriado para o atendimento de enfermagem, e não se conformava com uma 
prática distante da teoria, como na psiquiatria, pela falta de entendimento sobre o 
papel do Enfermeiro na saúde mental. 
Sua experiênciana Pediatria foi mais bem sucedida, devido ao enfoque 
centrado no paciente, na continuidade do cuidado e no cuidado baseado na atenção 
 
 
 
 
 
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e no carinho, embora não houvesse nada centrado na família, desconsiderando-se a 
importância do envolvimento da família no processo do cuidado e do autocuidado. 
Sua experiência no atendimento de Enfermagem comunitária lhe trouxe a 
fase mais positiva de sua formação, pois lhe permitiu identificar falhas no processo 
do cuidar, onde o cuidado extra-instituição era desconsiderado e levou-a a 
identificar-se com a enfermagem não hospitalar, que lastimava e recusava-se a 
aceitá-lo, participando deste. 
Posteriormente, como professora de graduação, reconheceu a necessidade 
de maiores conhecimentos e esclarecimentos sobre as funções da Enfermagem, 
levando-a a aprender sobre as ciências e humanidades relevantes à Enfermagem, 
desenvolvendo uma abordagem inquisidora e analítica da Enfermagem em sua 
personalidade. 
Como professora, desenvolveu várias idéias sobre Enfermagem, com 
conceitos centrados no paciente, no método do problema de Enfermagem em 
substituição ao modelo médico, na experiência de campo, no atendimento e 
acompanhamento familiar e no atendimento à Enfermagem crônica. Estabeleceu 
clínicas de Enfermagem e incentivou o cuidado multidisciplinar ordenado. 
Na revisão de um livro escrito com Berta Harmer, Enfermeira Canadense, 
reconheceu a necessidade de definição das funções do Enfermeiro (Harmer & 
Henderson, 1939, Safier, 1.977), desenvolvendo uma escrita sólida e definitiva da 
descrição do cuidar. 
Preocupou-se com a regulamentação profissional em muitos Estados, 
acreditando que esta definição proporcionaria os parâmetros para os princípios e a 
prática da Enfermagem e garantiria o atendimento profissional adequado e isento de 
conseqüências aos pacientes, devido despreparo e desqualificação profissional até 
então observados. 
Sua atuação interferiu, inclusive, na própria ANA (American Nurse´s 
Association), que considerando as declarações oficiais inespecíficas e 
insatisfatórias, acabou provocando uma modificação da definição anterior para : “ A 
prática da Enfermagem profissional significa a atuação para compensação de 
 
 
 
 
 
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qualquer ato, na observação, no cuidado e no aconselhamento dos doentes, feridos 
ou inválidos; na manutenção da saúde ou prevenção da doença de outros; na 
supervisão e no ensino de outros profissionais ou na administração de 
medicamentos e tratamento conforme prescritos por um médico ou dentista 
habilitado; exigindo julgamento especializado substancial e habilidade baseados no 
conhecimento e na aplicação dos princípios das ciências biológicas, físicas e sociais. 
O mencionado não deve considerar a inclusão de atos de diagnóstico ou de 
prescrição de medidas terapêuticas ou corretivas”. 
Mesmo assim, Henderson considerando insatisfatória a definição da ANA, 
publicou a sua primeira definição, em 1.855, que dizia: “A Enfermagem, 
basicamente, é o auxílio ao indivíduo (em boas condições ou enfermo), na 
realização daquelas atividades que favorecem a saúde ou a sua recuperação (ou 
morte tranqüila), que ele faria sozinho, caso tivesse a força, à vontade e o 
conhecimento necessários. É da mesma forma, singular contribuição da 
Enfermagem, a de auxiliar a pessoa a tornar-se independente desse auxílio o mais 
breve possível”. 
Henderson propõe 14 componentes do atendimento básico da Enfermagem 
para enriquecer sua definição: 
• Respirar normalmente; 
• Comer e beber adequadamente; 
• Eliminar resíduos orgânicos; 
• Movimentar-se e manter posturas desejáveis; 
• Dormir e descansar; 
• Selecionar roupas adequadas – vestir-se e despir-se; 
• Manter a temperatura corporal dentro da variação normal, adaptando a 
roupa e modificando o ambiente; 
• Manter o corpo limpo e bem arrumado, proteger a pele; 
• Evitar os perigos ambientais e evitar ferir os outros; 
 
 
 
 
 
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• Comunicar-se com os outros expressando emoções, necessidades, 
medos ou opiniões; 
• Adorar de acordo com a própria fé; 
• Trabalhar de forma a ter uma sensação de realização; 
• Participar em várias formas de recreação; 
• Aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidade que leva ao 
desenvolvimento e à saúde normais e usar os serviços de saúde disponíveis. 
Em 1.966, publicou a descrição definitiva em “The nature of nursing”, que 
segundo ela, expressava e cristalizava sua idéia a respeito: “A função exclusiva do 
profissional de Enfermagem é a de auxiliar o indivíduo, enfermo ou sadio, na 
realização das atividades que contribuam para a saúde ou para a sua recuperação 
(ou para a morte pacífica), que ele realizaria sem auxílio se tivesse à força, o desejo 
ou o conhecimento necessários. “E fazer isso de uma forma que ele adquira a 
independência tão rapidamente quanto possível”. 
Para se entender a amplitude do seu pensamento sobre as funções de 
Enfermagem e os 14 componentes do atendimento básico de Enfermagem, é 
necessário estudarem-se os “Basic principles of nursing care”, publicação do CIEE, 
onde estão descritos cada um dos componentes, servindo de perfeito guia para 
delinear as funções da Enfermagem. 
Em 1.991, Henderson publicou que a definição sobre a Enfermagem ainda 
permanece em questão, com confusões entre o papel da Enfermagem e dos demais 
profissionais, e considera que o ensino atual da Enfermagem deve incluir uma 
discussão mais ampla sobre Teoria e Processo de Enfermagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO DE ENFERMAGEM DE WANDA DE AGUIAR HORTA 
 
 
Fonte:http://www.joaopossari.hpg.ig.com.br/imagens/wanda.jpg 
 
 
Segundo Horta, nenhuma ciência pode sobreviver sem filosofia própria, e 
assim tem de ser a Enfermagem, que não deve prescindir de uma filosofia unificada 
que lhe dê bases seguras para o seu desenvolvimento. 
Na Enfermagem, prossegue Horta, existem três seres: 
• Ser Enfermeiro (gente que cuida de gente); 
• Ser Cliente/Paciente (indivíduo, família, comunidade); 
• Ser Enfermagem (ter o que fazer com comprometimento, 
compromisso); 
Horta coloca para discussão, a seguinte questão: A Enfermagem é uma 
ciência? É uma Teoria? 
Para responder a estas questões, Horta diz que, para ser ciência, a 
Enfermagem precisaria ter um corpo de conhecimentos (e isso a profissão tem), que 
sejam sistematizados e organizados (esta questão ainda não é dominada pela 
Enfermagem). Por outro lado, para ser uma teoria, que seja uma atividade humana, 
com conhecimentos empíricos e teorias relacionadas entre si e referentes ao 
universo natural, a Enfermagem possui todos os requisitos. 
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Horta define ciência, como sendo a práxis, vontade de poder, onde Técnica 
é vontade de poder efetuada. Já Teoria, serve como guia de ação, para coleta de 
dados, para a busca de novos conhecimentos e que explica a natureza da ciência. 
Ainda assim, considerando que a caracterização de uma ciência

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