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A INFORMALIZAÇÃO DA JUSTIÇA E SEU AVESSO: UMA ANÁLISE DA CONCILIAÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DE SÃO PAULO 2º Bim – 3º Texto – Ana Carolina Chasin Objetivo -> abordar o modo como essa instituição judicial específica reproduz assimetrias entre as partes em conflitos. JEC -> responsável por apurar casos de menor complexidade (pequenas causas). É a primeira experiência em nível nacional de informalização da justiça. Não é necessário que o autor conte com a assistência de uma advogado -> acordo amistoso entre as partes -> através de uma conciliação; Audiências informais; Casos as partes cheguem ao acordo, o processo é considerado encerrado e só pode ser retomado em caso de não cumprimento. Não sendo possível o acordo, o processo segue em tramitação até que o juiz decida a ação e profira uma sentença. A construção institucional do juizado. Criou-se o primeiro Juizado Especial de Pequenas Causas -> visando ampliar o acesso para a população mais carente e também a desburocratização; O modelo brasileiro foi inspirado nas cortes americanas de pequenas causas; A verdadeira intenção contribui para o alívio da sobrecarga do sistema da justiça comum. Os estudos sobre o juizado e a assimetria judicial 1995 – Lei 9.099 -> introduziu mudanças no JEC e institui o JECRIM; Causas cíveis de até 40 salários mínimos; Os operadores do juizado conduzem tendenciosamente a audiência em direção de um acordo, já que esse desfecho representará um ganho imediato para o autor da ação, enquanto a sentença poderia implicar o atraso de recebimento de valor semelhante2. Limitação no direito de litigar ao invés de propiciar a recuperação da igualdade formal contida no direito de acesso a justiça; O estudo das cortes americanas demonstra a proporção elevada que as empresas ganhavam as causas e isso se deve pela experiência com sistema de justiça e a representação através de um advogado. Abel nos traz o conflito de conservadores e libertadores: Conservadores -> há a reprodução da desigualdade entre a s partes, que possuem diferentes condições de acesso e de preparação para enfrentar o conflito –> o que mascara essa desigualdade é o papel do conciliador que se encontra na mesma posição que as partes, a busca de um acordo e a empresa representada por individuo -> o que não se dá efetivamente. Libertadores -> haveria o dissenso e a possibilidade de discussão dos conflitos de classe -> Para o autor, o estado e o capital adotam, pera os conflitos envolvendo consumo, a estratégia de oferecer aos consumidos lesados pequenos pagamentos como compensação pelos transtornos sofridos. Ou seja, deixa o demandante com a sensação de estar satisfeito. Os espaços informais são estruturados para garantir que o autos sempre enfrente seus problemas sozinhos, inibindo assim a possibilidade de percepção das demandas comuns. O JEC – Vergueiro e o JEC –Poupatempo/Itaquera: dois perfis distintos. Atendem regiões distintas e públicos diferentes. JEC – Vergueiro: só aceita com a assistência do advogado; ao lado da estação do metrô, edificação somente para a conciliação e conciliadores voluntários. JEC – Itaquera: só reclamante que não conta com a assistência de um advogado; se localiza dentro do Poupatempo, junto a outros serviços, contém 2 juízes 5 servidores, o restante do corpo de funcionários é composto por contratados. Caracterização da audiência de conciliação Da a primeira oportunidade das partes resolverem o conflito através de um acordo; A maioria das ações foram propostas por pessoas físicas; A maior parte dos conflitos envolve uma relação de consumo, principalmente na área da telefonia e bancária; Baixo número de processos que geram acordo. Margem da arbitrariedade na atuação dos conciliadores JEC –Vergueiro = voluntários (Os voluntários estudantes de direito muitas vezes encaram o voluntariado como uma experiência para a futura carreira na magistratura. ) JEC – Itaquera = contratados Há uma divisão entre os casos em que há a possibilidade de acordo e os que não há; Muitas vezes a audiência de conciliação passa a figurar então como uma simples formalidade a ser cumprida; Em outros casos, quando não é uma empresa cuja há uma conduta passível de acordo, há maior liberdade para os conciliadores; Há a utilização de técnicas para influenciar um acordo. Relações assimétricas e a reprodução da desigualdade. Repeat player -> litigante que frequentemente utiliza a corte, que está familiarizado com o processo judicial e defendem seu interesse a longo prazo. One shotter -> é aquele que ocasionalmente se dirige ao judiciário e sendo assim, não está acostumado com o seu funcionamento. Advogados que defendem o mesmo cliente estão mais habituados do que aqueles que defendem uma vez (empresa x consumidor). Discussão de direitos versus negociação de valores Acordos equilibrados -> discutido o que é correte, se discute o direito. Compromissos barganhados -> não há a discussão de direito, visando a melhor solução possível em termos de valores monetários. Ressalta-se que são raros os casos em que há discussão de direito.
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