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Biomas Terrestres e sua Dinâmica Questão Ambiental - Livro-Texto - Unidade I

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Prévia do material em texto

Autores: Profa. Ivete Maria Soares Ramirez Ramirez
 Prof. Fernando de Paiva Santos
Colaborador: Prof. Adilson Rodrigues Camacho
Biomas Terrestres e 
sua Dinâmica: Questão 
Ambiental
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Professores conteudistas: Ivete Maria Soares Ramirez Ramirez/ 
Fernando de Paiva Santos
Ivete Maria Soares Ramirez Ramirez
Cursa doutorado como aluna especial no Núcleo de Pesquisa e Estudos Ambientais (Nepam) na área de Sociedade 
e Ambiente e Economia Ambiental da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em 2006, cursou disciplinas em 
nível de pós-graduação stricto sensu no Nepam/Unicamp. É pós-graduada em Jornalismo Científico pelo Laboratório 
de Estudos Avançados de Jornalismo Científico da Universidade de Campinas (Labjor/Unicamp) e bacharel e licenciada 
em Ciências Sociais e Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). É autora de material didático do Ensino Médio 
e professora de Geografia do curso pré-vestibular e do Ensino Médio do Sistema de Ensino Objetivo. Escreveu o livro 
Tiwanaku: um Olhar sobre os Andes, editado pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/
USP). Atualmente, realiza trabalho de assessoria de coordenação do Ensino Médio no Departamento de Programação 
Geral (DPG) do Colégio Objetivo em São Paulo e em outros estados do Brasil. Participa de aulas on-line na TV Web 
Objetivo e faz comentários sobre exames vestibulares e Enem. Coordena o curso de Licenciatura em Geografia na 
modalidade de educação a distância (EaD) na Universidade Paulista (UNIP).
Fernando de Paiva Santos
É graduando em Saúde Pública na Universidade de São Paulo (USP) e desenvolve estágio no Departamento de 
Ciências Biológicas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) como crédito necessário para o mestrado em 
Ornitologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em 2008, cursou disciplinas em nível de pós-graduação 
no Instituto Federal de Ensino Tecnológico de São Paulo (Cefet-SP). É pós-graduado em Gestão e Organização Escolar 
pelo Instituto AVM e licenciado em Biologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É professor de Biologia do 
Ensino Médio do Colégio Objetivo e do curso pré-vestibular do Sistema Objetivo. Também é professor de Ciências para 
o Ensino Fundamental e Médio na rede municipal de ensino (PMSP). Ministra encontros pedagógicos para professores 
de Biologia do Sistema Objetivo em São Paulo e outros estados brasileiros.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
R173b Ramirez, Ivete Maria Soares.
Biomas terrestres e sua dinâmica: questão ambiental. / Ivete 
Maria Soares Ramirez, Fernando de Paiva Santos. – São Paulo: Editora 
Sol, 2014.
112 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-041/15, ISSN 1517-9230.
1. Biomas terrestres. 2. Problemas ecológicos. 3. Ciclos 
bioquímicos. I. Fernando de Paiva Santos . II. Título
CDU 504
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Andréia Andrade
 Lucas Ricardi
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Sumário
Biomas Terrestres e sua Dinâmica: Questão Ambiental
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 BIOMAS DA TERRA ......................................................................................................................................... 16
1.1 Tundra ....................................................................................................................................................... 16
1.2 Taiga (floresta boreal de coníferas) ............................................................................................... 17
1.3 Floresta temperada decídua (caducifólia) .................................................................................. 17
1.4 Florestas tropicais ................................................................................................................................. 18
1.5 Savana....................................................................................................................................................... 20
1.6 Pradaria .................................................................................................................................................... 20
1.7 Deserto...................................................................................................................................................... 21
2 PRINCIPAIS BIOMAS BRASILEIROS .......................................................................................................... 22
2.1 Amazônia ................................................................................................................................................. 22
2.2 Cerrado ..................................................................................................................................................... 23
2.3 Mata Atlântica ....................................................................................................................................... 23
2.4 Campos ..................................................................................................................................................... 25
2.5 Caatinga ................................................................................................................................................... 25
2.6 Pantanal ................................................................................................................................................... 26
3 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DOS BIOMAS ................................................................................... 27
3.1 Aclimatação ............................................................................................................................................ 27
3.2 Diversidade de comunidades ........................................................................................................... 30
3.3 Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas ...................................................... 33
4 PROBLEMAS ECOLÓGICOS DO BRASIL E DO MUNDO ......................................................................36
4.1 Principais problemas ........................................................................................................................... 37
4.1.1 Problemas da água e solo: um dos problemas ambientais mais severos ......................... 37
4.1.2 O problema do lixo ................................................................................................................................. 39
4.2 Principais problemas ambientais no Brasil ................................................................................ 42
4.3 Como devemos relacionar recursos da natureza e consumo? Estamos consumindo 
demais para a conservação da biodiversidade? .............................................................................. 43
4.3.1 E a pegada ecológica? Justifica a posição dos economistas ambientais? ....................... 45
4.3.2 Quais os indicadores de uma pegada ecológica? ...................................................................... 45
4.4 Ciclos biogeoquímicos ........................................................................................................................ 48
4.4.1 Ciclo da água ............................................................................................................................................ 49
4.4.2 Ciclo do carbono ..................................................................................................................................... 50
4.4.3 Ciclo do nitrogênio ................................................................................................................................. 51
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Unidade II
5 INTERAÇÃO ECOLÓGICA ............................................................................................................................... 56
5.1 Definição de interação ....................................................................................................................... 56
5.2 Interação humana, conservação e preservação dos biomas .............................................. 62
5.2.1 Unidades de preservação e conservação....................................................................................... 72
5.2.2 Preceitos ecológicos do Padre Cícero ............................................................................................. 78
6 APROVEITAMENTO DOS BIOMAS .............................................................................................................. 80
6.1 Brasil .......................................................................................................................................................... 80
7 GLOBO .................................................................................................................................................................. 84
8 PERSPECTIVAS FUTURAS .............................................................................................................................. 87
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APRESENTAÇÃO
A disciplina Biomas terrestres e sua dinâmica: questão ambiental apresenta uma análise dos 
biomas terrestres e, em particular, do Brasil, caracterizando-os, localizando-os e enumerando as suas 
especificidades, bem como as respectivas biodiversidades.
Avaliamos a importância dos conceitos fundamentais da disciplina e sua aplicabilidade, 
contextualizando com as três ecologias de Félix Guattari: a do meio ambiente, a das relações sociais e a 
da subjetividade, denominados por ele de “registros ecológicos” (GUATTARI, 1990).
A análise da ação antrópica e sua relação com as atividades econômicas é outro enfoque de nossa 
disciplina, bem como os seus reflexos na natureza.
Caracterizamos também as relações interespecíficas harmônicas e a questão dos descartes de 
resíduos, o lixo e suas formas de deposição. Além disso, trabalhamos os conceitos de preservação e 
conservação e as áreas de proteção ambiental.
A nossa proposta é manter a interdisciplinaridade entre a Geografia e a Biologia, dentro de um 
contexto amplo ambientalista de caracterização dos biomas brasileiros e mundiais. Buscamos também 
identificar a diversidade de biomas existentes, suas características e dinâmica, assim como sua localização, 
que consiste em uma das nossas principais preocupações.
Além de tudo isso, apresentamos aqui, de forma sucinta, algumas alternativas governamentais para 
a defesa do ambiente e da biodiversidade.
Os objetivos principais de nossa disciplina são:
• identificar a diversidade de biomas e suas características nas principais regiões do planeta;
• identificar os biomas existentes no Brasil e no mundo, demonstrando suas respectivas características 
centrais e as formas de aproveitamento econômico e suas consequências;
• identificar as principais singularidades ou generalidades dos biomas brasileiros;
• analisar as formas assumidas pela ação antrópica e suas consequências e formas de preservação;
• reconhecer e analisar a importância da questão ambiental e as lutas em defesa do ambiente;
• avaliar as mudanças ocorridas nas paisagens naturais consequentes da ação humana;
• confrontar os interesses sociais, ambientais e econômicos existentes nesses problemas;
• contextualizar as principais conferências internacionais para o meio ambiente e seus princípios e propósitos;
• identificar, comparar e analisar os principais problemas ambientais em diferentes escalas.
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INTRODUÇÃO
Em países do Norte (rico) e do Sul (pobre), a qualidade do meio natural e a qualidade de vida 
dos grupos humanos constituem um tema absorvente e da mais elevada consideração dentro 
da escala de valores que regem as decisões de suas questões nacionais. Constata-se que suas 
florestas vêm sofrendo progressiva degradação, que suas águas estão mais comprometidas, 
que seu ar está poluído e que o lixo da sociedade moderna não encontra mais lugar sem 
custos financeiros e ambientais crescentes para ser depositado com segurança. São constantes 
as notícias referentes à destruição da camada de ozônio que protege a biosfera contra os 
raios ultravioletas, muito provavelmente oriunda do maltrato humano para com a natureza; 
o processo de acidificação da atmosfera, devido à queima desenfreada de combustíveis 
fósseis e outras causas; a ameaça do descontrole da utilização da tecnologia nuclear; e a 
destruição das florestas tropicais. Esses são alguns dos principais problemas que demonstram 
a universalidade das questões que envolvem a preservação do equilíbrio ecológico terrestre e 
consequentemente dos biomas.
Devido à grave ameaça aos recursos naturais, foram realizadas conferências que analisaram 
esses problemas e estudaram a biodiversidade e um modo de conservá-la. Em uma dessas 
conferências, foi assinado um acordo preservacionista, e em alguns de seus artigos define-
se biodiversidade ou diversidade como a variante de organismos vivos de todas as origens, 
compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, os marinhos, outros ecossistemas 
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte, compreendendo ainda a diversidade 
entre espécies e de ecossistemas.
Entre a comunidade científica, existe um consenso de que o Brasil é o país da megadiversidade. 
Grandes porcentagens das espécies conhecidas no mundo estão aqui. É conhecido o potencial terapêutico 
de muitas plantas brasileiras que, além de serem usadas como medicamento, são importantes na 
alimentação humana.
A diversidade biológica está presente em todo lugar, no meio dos desertos, nas tundras congeladasou nas fontes de águas sulfurosas. A diversidade genética possibilitou a adaptação da vida nos mais 
diversos pontos da Terra. As plantas, por exemplo, estão na base dos ecossistemas. Como elas florescem 
com mais intensidade nas áreas úmidas e quentes, a maior diversidade é detectada nos trópicos, como é 
o caso da Amazônia e sua excepcional vegetação. Dois terços da vasta Bacia Amazônica estão no Brasil, 
que também abriga o maior sistema fluvial do planeta.
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Observe:
Os campeões da biodiversidade
Figura 1 – Apenas 17 das 200 nações do planeta concentram 70% da biodiversidade mundial
No entanto, não podemos falar em questão ambiental sem definir o que é biodiversidade, cuja 
perda contribui para a desagregação da vida comunitária, comprometendo inclusive a distribuição 
da população rural e urbana. Centenas de espécies de plantas com potencial terapêutico estão 
ameaçadas e poderão desaparecer por completo antes que se perceba sua importância para a 
humanidade.
Mas aí questionamos: o que é a biodiversidade?
Biodiversidade
É a diversidade biológica de espécies de animais e vegetais, de fungos e microrganismos. É um conceito 
que engloba todas as espécies de plantas, animais e micro-organismos, assim como os ecossistemas e 
processos ecológicos dos quais são componentes. Ele constitui, portanto, um termo abrangente para 
o grau de variedade da natureza, considerando três distintos níveis para expressar a biodiversidade: 
variabilidade genética, diversidades de espécies e variedade de ecossistemas. A biodiversidade torna-se 
mais importante com o avanço da terceira Revolução Industrial, pois esta repousa, entre outros setores 
de ponta, na crescente importância da biotecnologia. A cada dia descobrem-se novos usos para os 
produtos da natureza, especialmente por meio da engenharia genética (VESENTINI, 1999).
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Preservá-la é condição básica para manter um meio ambiente equilibrado no planeta. Todos os 
seres vivos são interdependentes, participam de cadeia alimentar ou reprodutiva, e quanto maior a 
complexidade do ecossistema, maior a diversidade das espécies, que, por sua vez, adquirem maior 
capacidade de adaptação às mudanças ambientais. O extermínio de espécies em ritmo acelerado por 
uso de queimadas, extrativismo ou desmatamento em áreas tropicais é catastrófico, pois com essa perda 
a biosfera vai ficando empobrecida em diversidade biológica, o que é perigoso para o sistema como um 
todo. Temos de salientar também a importância econômica e medicinal de cada espécie e seu uso para 
a biotecnologia (produzir fontes de energia ou plásticos a partir de bactérias, alimentos a partir de algas 
marinhas, remédios eficazes a partir de plantas etc.).
Mas é particularmente preocupante a manutenção da biodiversidade, como vamos estudar mais 
adiante, quanto à ideia de equilibrar a produção e o consumo e promover um desenvolvimento 
sustentável.
A ideia de meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas implica o questionamento 
de como se apropriar de recursos ambientais sem comprometer o futuro.
O economista Paul Ekins é professor de Política Energética e Meio Ambiente na Energia no UCL 
– Institute University College London. Seu trabalho acadêmico concentra-se sobre as condições e as 
políticas para alcançar uma economia ambientalmente sustentável, com foco principal desde sobre 
a política energética e climática e a modelagem do sistema energético à inovação sobre o papel dos 
instrumentos econômicos, tais como impostos ambientais e sobre o meio ambiente e o comércio. 
Aí surge o conceito de riqueza genuína – bens qualitativos que podem estar ao alcance de todos. 
Exemplifica a questão das necessidades humanas como sendo as básicas para a sobrevivência e 
reporta-se à verdadeira pobreza com o exemplo citado por Carolina de Jesus (Quarto de despejo, 
obra traduzida como Child of the Dark, 1962). O outro exemplo dado foi o de Gandhi, que defendia 
a sobrevivência para todos. Ele menciona ainda Barry Lopez, segundo o qual a riqueza deveria se 
embasar na saúde física e no bem-estar espiritual. Os padres da Igreja, Cristã, em seus sermões, 
pregam a riqueza genuína como sendo fundamentada na liberdade interna, os bens espirituais 
(virtude, verdade e beleza); já o psicólogo Erich Fromm considera que as pessoas escolhem um entre 
dois modos de viver: o ter e o ser, como forças que determinam as diferenças entre os indivíduos 
e vários tipos de caráter. É apresentada ainda a definição do teórico político Douglas Lummis, para 
quem a riqueza não é algo obtido a partir do desenvolvimento econômico, mas sim pelo ordenamento 
político de uma comunidade.
Quaisquer que sejam as posturas acerca da posse ou não de bens, o problema que se expõe 
é o da desigualdade, que poderia ser justificada pelo excesso, pela cultura do supérfluo, pelo 
superconsumo. Para Goulet, os testemunhos mostrados oferecem um retrato de riqueza genuína, 
composta da provisão de bens essenciais para todos, meios de sobrevivência, realce do ser (mais do 
que o ter) e a promoção do bem comum. Quanto ao desenvolvimento autêntico, aparece como uma 
decorrência de conflitos de valor, o que seria o bem-viver. É apresentado o modelo proposto por 
Lebret: uma sociedade é mais desenvolvida quando seus cidadãos podem ser mais, o que depende do 
número de pessoas beneficiadas. Os bens qualitativos são os mais importantes e o desenvolvimento 
autêntico significa que uma sociedade fornece o nível ótimo de sustentação de vida, de estima e 
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liberdade para todos. A destruição indiscriminada de recursos com o uso de tecnologias é denominada 
desenvolvimento destrutivo, não sustentado.
A sustentabilidade, para ser garantida, exige quatro domínios: econômico, político, social e cultural. 
Sem saúde ambiental, o desenvolvimento ambiental é impossível, com um alto custo para a nossa 
sobrevivência. Gerenciar de forma adequada as economias da natureza e a humana é uma grande 
questão para se abordar. Trata-se de um suporte para a vida e, para tanto, as contas públicas têm 
que ser “esverdeadas”; para promover o desenvolvimento sustentável, uma nação deve usar contas 
ambientalmente integradas e promover a produtividade ambiental.
De acordo com os relatórios Meadows (et al., 1972), se as tendências atuais de crescimento da 
população mundial, industrialização, poluição, produção de alimentos e uso de recursos naturais 
não mudarem, os limites ao crescimento neste planeta serão alcançados em algum momento dentro 
dos próximos 100 anos. O mais provável de ocorrer será um súbito e incontrolável declínio tanto da 
população como da capacidade produtiva.
População urbana mundial (% do total) em 2012
População urbana
(% do total)
mais de 84
67 a 83
51 a 66
35 a 50
menos de 34
Figura 2
Quanto ao desenvolvimento sustentável:
• é possível alterar essas tendências e estabelecer determinadas condições de estabilidade ecológica 
e econômica que são sustentáveis em longo prazo. O estado de equilíbrio global poderia ser 
projetado de modo que as necessidades materiais de cada pessoa tenham oportunidades iguais 
para realizar o seu potencial individual humano;
• se as pessoas no mundo decidirem lutar pelo segundo cenário em vez do primeiro, quanto mais 
cedo elas começarem a trabalhar para isso, maior serão as chances de sucesso;
• uma sociedade sustentável ainda é técnica e economicamente possível. Ela poderia ser mais 
desejável do que uma sociedade que procura resolver seusproblemas por meio de uma constante 
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expansão. A transição para uma sociedade sustentável requer um cuidadoso balanço entre 
objetivos em curto e longo prazo e uma ênfase não na quantidade de produto, mas na eficiência, na 
equidade e na qualidade de vida. Isso requer mais do que produtividade e mais do que tecnologia; 
requer também maturidade, compaixão e sabedoria.
Nosso estudo, portanto, refere-se aos biomas terrestres, sua dinâmica e a questão ambiental, tratando 
o tema de forma contextualizada entre a Biologia, a Geografia, a Sociologia e a Filosofia.
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BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL
Unidade I
Félix Guattari, em sua obra As Três Ecologias – a do meio ambiente, a das relações sociais e a 
da subjetividade humana (mente) – expressa sua indignação perante um mundo que se deteriora 
em desequilíbrios provocados pela ação antrópica. Intensas transformações técnico-científicas 
desencadeiam desequilíbrios que, se não forem remediados em tempo hábil, acarretarão o risco de 
extinção não apenas da história humana sobre a Terra como também de toda a vida planetária. Em 
conjunto com as perturbações ambientais, os diferentes modos de vida humanos individuais e coletivos 
também se deterioram progressivamente.
As redes de parentesco se reduzem ao mínimo, e até mesmo a vida conjugal e familiar, gangrenada 
pelo consumo da mídia, se ossifica em padrões de comportamento, enquanto as relações de vizinhanças 
paulatinamente desaparecem.
As formações políticas e instâncias executivas apenas começam a tomar consciência dos perigos 
mais evidentes que ameaçam o meio ambiente natural. No entanto, restringem-se geralmente aos 
danos industriais, numa perspectiva meramente tecnológica, enquanto, no sentido oposto, apenas uma 
articulação ético-política, a qual Gattari denomina ecosofia, entre os três registros ecológicos – o 
do meio ambiente, o das relações sociais e o da subjetividade humana (mente) – é que poderia melhor 
esclarecer essas questões.
Afirma Guattari (1990, p. 44-46):
O que está em questão é a maneira de viver daqui em diante sobre esse 
planeta, no contexto da aceleração das mutações técnico-científicas 
e do considerável crescimento demográfico. Em função do contínuo 
desenvolvimento do trabalho maquínico redobrado pela revolução técnico-
científica, as forças produtivas vão tornar disponível uma quantidade cada 
vez maior do tempo das atividades humanas. Mas com que finalidade? A 
do desemprego, da marginalidade opressiva, da solidão, da ociosidade, da 
angústia, da neurose, ou a da cultura, da criação, da pesquisa, da reinvenção 
do meio-ambiente, do enriquecimento, dos modos de vida e da sensibilidade?
Na atual etapa do desenvolvimento do sistema capitalista – fase monopolista (também conhecida 
como financeira) –, crescem em ritmo cada vez mais acelerado a produtividade e a produção de bens 
materiais e imateriais de consumo. A abertura de mercados exacerba a competitividade e os apelos ao 
superconsumismo. Transnacionais passam a atuar em áreas que, na antiga DIT (Divisão Internacional 
do Trabalho), eram especializadas na produção de bens primários e atualmente passam a produzir em 
escalas mais elevadas produtos industrializados, fazendo concentrar o trabalho, a renda e consumo no 
meio urbano e promovendo também mudanças no meio rural e nos movimentos sociais.
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Unidade I
As grandes concentrações urbano-industriais tendem a produzir cada vez mais lixo e a gerar mais 
poluição dos solos e dos recursos hídricos. Essas concentrações causam grandes impactos não apenas 
nos ecossistemas locais como também em todos os ecossistemas planetários.
Os desequilíbrios ocorrem não apenas no âmbito do que podemos observar como meio ambiente 
e os diferentes ecossistemas, mas também no das relações sociais – desigualdades socioeconômicas 
(concentração da renda), sectarismos etnoculturais e religiosos, ou seja, os de ordem ideológica – e até 
no campo da subjetividade humana (mentalidade), representações que ocorrem tanto na esfera da 
consciência como na do inconsciente (fantasmas, no dizer de Guattari). Como esses três “ambientes” 
estão entrelaçados, não temos como encontrar soluções individualizadas ou segmentadas, mas possíveis 
soluções tomadas a partir de um metaponto de vista – um olhar sobre diferentes ângulos, que contemple, 
ao mesmo tempo, a ecologia ambiental, a ecologia das relações sociais e a ecologia da subjetividade 
(mente) humana.
Dentro desse quadro ambiental descrito, vamos estudar os biomas terrestres e sua dinâmica: questão 
ambiental. Mas aí surge a indagação. O que é o bioma? Como se compõe?
São as comunidades biológicas, populações de organismos animais e vegetais que interagem 
entre si e ao mesmo tempo com o ambiente físico, o qual para a Biologia é o biótopo e para 
Geografia é o meio natural, o domínio morfoclimático. Vamos manter uma contextualização, uma 
interdisciplinaridade, a fim de compormos um conjunto de definições e explicações acerca dos biomas 
terrestres e, especificamente, do Brasil, compondo um quadro que permita avaliar também no seu 
interior a questão ambiental.
Bioma é o conjunto de ecossistemas que mantêm entre si certa homogeneidade. É constituído pelas 
comunidades biológicas, ou seja, pelas populações de organismos que formam a biodiversidade animal 
e vegetal que interagem entre si e também com o ambiente físico ou natural denominado biótopo. Um 
conjunto de ecossistemas constitui um bioma.
Devemos apresentar também outros conceitos importantes para nosso estudo na área ambiental:
• Biótopo: composto pelo solo, as águas, o ar, a luz solar. Área biótica ou biótopo é a base onde 
estão assentados os seres vivos, é o chão, é o solo, são as águas, é o ar do ambiente. O biótopo 
significa o conjunto dos fatores do meio ambiente que não têm vida, tais como a areia, as rochas, 
a argila, os minerais, as substâncias inorgânicas, o ar, a energia do ambiente, os raios, os trovões, 
os relâmpagos, o calor, a radioatividade, a luz solar, a energia.
• Biocenose: formada pela fauna e a flora, os micróbios, os seres vivos em geral. Os seres vivos são 
biocenose, ou seja, o conjunto de comunidades formadas pelas populações dos organismos das 
espécies de seres vivos interagindo entre si.
• Ecossistema: corresponde ao conjunto formado pela biocenose e pelo biótopo. Ao conjunto 
biocenose interagindo com o biótopo damos o nome de ecossistema.
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BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL
• Biosfera: o conjunto de todos os biomas da Terra constitui a biosfera deste planeta.
• Comunidade subclímax e comunidades clímax: biomas florestais que foram degradados 
por desmatamentos e queimadas e que ficaram com o biótopo desabitado começam um difícil 
processo de reabilitação desenvolvendo gramíneas, vegetação rasteira chamada de “vegetação 
pioneira”. Com o passar de muitos anos, começam a se desenvolver gramíneas mais altas nessa 
vegetação rasteira e aparecem os primeiros arbustos. Nessa fase, essa comunidade vegetal pode 
ser chamada de “comunidade subclímax”. A vegetação arbustiva vai se desenvolvendo ao longo 
de muitas décadas, momento em que aparecem árvores de porte médio. Quando o bioma atinge 
o máximo de seu desenvolvimento, passa a ser chamado de “comunidade clímax”.
Na Geografia, há estudos a respeito da temáticaapresentada. Um bom exemplo pode ser observado 
na matéria publicada pela Scientific American Brasil, em maio de 2007. Leia o texto:
O optimum climático
No passado não muito distante, o clima foi mais quente que o atual.
[...]
O optimum climático refere-se a um tempo de maior calor na face da Terra, ocorrido 
entre 6.000 e 5.000 anos passados. O aquecimento pós-pleistocênico vinha se fazendo 
desde 12.700 até 10.000 anos, após uma transição complicada de climas muito frios para 
climas bem mais quentes e, sobretudo, áridos e semiáridos nas regiões inter e subtropicais 
da face leste do continente sul-americano (caso do Brasil tropical atlântico).
O ápice do aquecimento, envolvendo retropicalizações, contribuiu para elevar o nível 
geral dos mares em até aproximadamente 3 metros.
Fonte: O optimum... (2007).
O bioma constitui-se em um termo que foi usado inicialmente em 1943 por Frederic Edward Clements, 
que o descreveu como uma unidade biológica ou espaço geográfico com características específicas 
definidas pelo macroclima, a fitofisionomia, o solo e a altitude.
De modo geral é definido como um conjunto de ecossistemas terrestres, com vegetação característica 
e fisionomia típica, onde predomina certo tipo de clima.
Devemos observar que geograficamente a Terra apresenta regiões com latitudes coincidentes em que 
prevalecem condições climáticas similares, apresentando ecossistemas semelhantes e que constituem os 
mesmos tipos de biomas.
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Unidade I
1 BIOMAS DA TERRA
Observe a distribuição dos grandes biomas da Terra e sua descrição:
Principais biomas do mundo
Pradaria e savana Floresta temperada
Deserto Floresta tropical
Taiga (ou Floresta boreal) Tundra
Figura 3 – Regiões da Terra que ocupam coincidentes latitudes, onde prevalecem condições 
climáticas similares, apresentam ecossistemas semelhantes e mesmos tipos de biomas
1.1 Tundra
Situa-se nas regiões próximas ao Polo Ártico: norte do Canadá, da Europa e da Ásia.
A neve recobre o solo durante vários meses do ano, exceto no verão, quando as temperaturas podem 
atingir graus positivos. Mesmo quando a superfície do solo descongela, ele permanece congelado alguns 
centímetros abaixo. Isso impede a drenagem do degelo, o que muitas vezes forma os pântanos.
No extremo norte do globo, a vegetação compõe-se de musgos e liquens; mais ao sul, encontram-se 
gramíneas e pequenos arbustos. A fauna da região é composta por renas, caribus, bois almiscarados e 
aves migratórias aquáticas e pernaltas, além de alguns insetos que podem hibernar.
Figura 4
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BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL
Figura 5 – Caribu, animal típico da tundra
1.2 Taiga (floresta boreal de coníferas)
Localizada no hemisfério norte, é encontrada na parte meridional das tundras; no hemisfério sul 
também pode ser encontrada nas localidades onde o clima é muito frio.
A vegetação dessa área corresponde às coníferas (pinheiros e abetos), além de musgos e liquens.
A fauna é composta por alces, ursos, lobos, visons, martas e esquilos, animais adaptados ao ambiente 
frio.
Figura 6 – Taiga durante o inverno
1.3 Floresta temperada decídua (caducifólia)
Típico de certas regiões da Europa e América do Norte, onde o clima é temperado e as quatro 
estações do ano são mais bem definidas.
As árvores perdem as folhas no fim do outono e as readquirem na primavera (adaptação ao inverno 
rigoroso), daí o termo decíduas ou caducifólias. As árvores mais características são carvalhos e faias.
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Unidade I
A fauna é composta por javalis, veados, raposas, doninhas, esquilos, vários tipos de pássaros, corujas 
e muitas espécies de insetos.
Figura 7
Figura 8 – Platanus, árvore típica da região temperada
1.4 Florestas tropicais
Típicas das regiões de clima quente e com elevado índice pluviométrico na faixa equatorial da Terra, 
além da latitude do Trópico de Capricórnio.
São encontradas na América do Sul (Bacia Amazônica), América Central, África, Ásia e Austrália.
A vegetação é exuberante, heterogênea, com árvores que atingem grande porte, com variada 
estratificação vertical que vai desde grandes árvores até a vegetação arbustiva e a herbácea (rasteira). A 
estratificação depende dos diferentes microclimas, além dos graus de luminosidade e umidade da área.
Ocorre reciclagem da matéria orgânica de forma muito rápida, dando origem a um solo escuro rico 
em matéria orgânica (húmus). A grande diversidade de habitats permite a existência de uma fauna rica 
e variada em distintas espécies de vertebrados e invertebrados.
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Figura 9 – As florestas fluviais tropicais são os biomas que apresentam a maior reserva 
de biodiversidade do planeta. Um dos animais típicos desses biomas são as serpentes
Figura 10 
As áreas em verde-claro 
indicam florestas tropicais 
que já desapareceram; 
as áreas verde-escuras 
mostram as que ainda 
persistem
Brasil
Mais de um quarto 
das florestas tropicais 
sobreviventes está no 
Brasil. Por isso novas 
ameaças como o garimpo, 
a pecuária e a ocupação 
descontrolada trazem 
ao páis preocupação 
internacional.
Costa do Marfim
As queimadas, o corte e a 
retirada de madeira estão 
reduzindo as florestas em 
15% ao ano, um dos índices 
mais altos do mundo.
Nigéria
No país mais 
populoso da África, 
a demanda pela 
terra pode eliminar 
as florestas restantes
Madagascar
Aqui, as florestas contêm 
espécies endêmicas únicas 
e são as mais ameaçadas do 
mundo.
Papua-Nova Guiné
Até agora as florestas sofreram 
pouco aqui, mas estão ameaçadas 
pela retirada seletiva de madeira e 
queimadas para dar lugar a plantações.
Figura 11 
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1.5 Savana
Caracteriza-se por apresentar arbustos entremeados a árvores de pequeno porte e variedades de 
gramíneas (herbáceas). Pode ser encontrada na África, na Ásia, na Austrália e nas Américas.
A savana africana apresenta fauna com herbívoros de grande porte (girafas, elefantes, rinocerontes, 
zebras) e grandes carnívoros (leões, leopardos, guepardos), além da rica avifauna (pássaros, gaviões, 
avestruzes), muitos répteis (lagartos, serpentes), anfíbios e rica fauna de invertebrados (insetos, 
aracnídeos).
No Brasil a savana corresponde à formação cerrado, que tem como área endêmica a região Centro-
Oeste, embora avance pela Norte (Amazônia) e Sudeste.
Figura 12 – Aspecto geral de um bioma do tipo savana ao entardecer. 
A vegetação é formada por arbustos, pequenas árvores e gramíneas. Além de grandes 
herbívoros, como as girafas, a savana africana tem grandes carnívoros
Figura 13 
1.6 Pradaria
Vegetação constituída basicamente por gramíneas (herbáceas). Ocorrem em períodos secos tanto na 
América do Sul como na América do Norte.
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Um exemplo de pradaria corresponde aos pampas gaúchos ao sul do Brasil. A fauna é constituída por 
roedores, lobos, coiotes, raposa, muitas aves (algumas migratórias)e também por variedades de insetos.
Figura 14 
Figura 15 – Pradarias são biomas em que predominam as gramíneas. Na foto, um animal da pradaria do Arizona, EUA
1.7 Deserto
Os desertos são regiões de pouca umidade, com vegetação rala e espaçada (gramíneas, cactos e 
pequenos arbustos) ocupando locais onde a água é escassa. É uma paisagem que, embora distinta, tem 
predomínio de dunas e montanhas pedregosas desnudadas.
Os maiores desertos são o do Saara na África e o de Gobi na Ásia. Também podem ser encontrados 
na Austrália, na América do Sul e na América do Norte.
Sua fauna é composta por roedores, répteis (serpentes e lagartos), insetos e aracnídeos. Os seres vivos 
do deserto têm marcada adaptação à falta de água e grande parte deles apresenta hábitos noturnos.
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Unidade I
Figura 16 – Bioma de deserto
2 PRINCIPAIS BIOMAS BRASILEIROS
Floresta latifoliada 
equatorial (Amazônica)
Floresta latifoliada 
equatorial (Mata Atlântica)
Formações 
Florestais ou 
Arbóreas
Formações 
Arbusivas e 
Herbáceas
Formações 
Complexas
Mata de Araucária
Mata dos Cocais
Cerrado
Campos
Caatinga
Complexo do Pantanal
Vegetação do litoral
Formações vegetais do Brasil
Figura 17 
2.1 Amazônia
Considerada o bioma com a maior biodiversidade do planeta, a Amazônia se localiza ao norte da 
América do Sul, abrangendo cerca de 50% do território brasileiro. Ela engloba ainda a Bacia Amazônica, 
rede hidrográfica que detém 20% da água doce do mundo.
Sua vegetação é formada por árvores altas com sub-bosque bem desenvolvido, além de 
matas de várzea e igapós. Abriga enorme quantidade de espécies animais, muitas delas ainda 
desconhecidas.
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Figura 18 
2.2 Cerrado
Segundo maior bioma brasileiro, encontra-se espalhado por diversos estados e ocupa praticamente 
¼ do território nacional. É nesse bioma que nascem grandes bacias hidrográficas como a da Prata e do 
São Francisco, resultando em grande disponibilidade hídrica e biodiversidade.
A formação vegetal é predominantemente de clima tropical quente e subúmido, com épocas de 
chuva e seca bem definidas.
Figura 19 
2.3 Mata Atlântica
Bioma mais devastado em nosso país, é atualmente representado por somente 7% de sua área 
original, mas ainda é uma fonte sem tamanho de biodiversidade. Segundo o IBGE, se estende por 
montanhas, vales, planaltos e planícies de toda a faixa continental atlântica brasileira e avança até o 
planalto meridional do Rio Grande do Sul.
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Apesar de muito descaracterizado por sua degradação pelo homem, sua vegetação é constituída por 
árvores de grande porte típicas de clima quente e úmido.
Figura 20 – Expansão humana sobre a Mata Atlântica
 
Figura 21 
 Lembrete
Na Mata Atlântica e na Floresta Amazônica, os arbustos com folhas 
largas e com estômatos nas duas faces permite uma perda maior de água 
por transpiração. As folhas largas com alta concentração de clorofila 
estão adaptadas à uma maior concentração de luz para a realização da 
fotossíntese. Nesses biomas, o estrato arbustivo vive em um ambiente onde 
a umidade do ar é alta e a intensidade luminosa é baixa.
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2.4 Campos
Também chamado de pampas, é quase que exclusivo do estado do Rio Grande do Sul. Apresenta 
vegetação rasteira, em sua maioria formada por ervas e arbustos.
Possui clima chuvoso, sem período de seca e com frentes polares durante o inverno, atingindo 
temperaturas negativas.
Figura 22 
2.5 Caatinga
“Mata clara e aberta”. Esse é o significado do termo caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro com 
formação vegetal característica de clima seco e árido, com plantas espinhosas, retorcidas e deciduais.
Com vários tipos de ecossistemas dentro de um grande bioma, ocupa grande parte do Nordeste 
brasileiro e de Minas Gerais, no Sudeste.
Figura 23 
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 Lembrete
Em ambientes semelhantes, a seleção natural preserva as características 
favoráveis para a sobrevivência e reprodução das espécies no que se refere 
às modificações foliares, como ocorre com plantas das regiões áridas da 
América do Sul e do continente africano.
2.6 Pantanal
Bioma que recobre a Planície do Pantanal, tem uma área no Paraguai e na Bolívia, mas sua maior 
extensão localiza-se nos estados brasileiros do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Possui um período longo de inundação devido a um solo pouco permeável e outro período de 
estiagem, o que influencia na biodiversidade local.
Figura 24 
Biomas Terrestres (Classificação do WWF Global 200)
As temperaturas e a umidade aumentam com a dimimuição de latitude, e com o aumento 
da umidade cresce a biodiversidade. O site da WWF (s.d.) apresenta uma divisão do mundo em 
867 biorregiões terrestres (cada um com um número, XX para a região biogeográfica, NN para 
o bioma e NN para o número individual), cada um sendo importante para preservar a flora e 
uma fauna específica. A borda das biorregiões, sendo um compromisso da borda do território da 
frequência de vários seres vivos, é normalmente uma transição. A biorregião, normalmente, não é 
completamente homogênea. Esses nichos ecológicos são divididos em 14 biomas ou também em 
8 regiões biogeográficas e suas biorregiões. O esforço culminou na Lista do WWF Global 200, que 
contém 238 biorregiões ameaçadas do globo, das quais são 142 terrestres, 53 aquáticas de água-
doce e 43 marinhas costais.
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3 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DOS BIOMAS
3.1 Aclimatação
Sabemos que os organismos vivos se mantêm em constante estado de desequilíbrio frente ao meio 
em que habitam, seja com respeito ao calor, recurso hídrico, nutrientes, energia ou demais fatores 
abióticos. Para manutenção desse estado – ponto de desequilíbrio – é necessário o gasto de energia 
por parte dos seres vivos. Vale ressaltar que cada indivíduo possui seu ponto ótimo dentro do ambiente. 
Tal relação entre os organismos e os fatores do meio ambiente que os cerca é fundamental para sua 
sobrevivência, e esta depende da habilidade de cada um lidar com essas diferenças.
Denominamos espaço de atividade o intervalo de condições em que um determinado organismo 
funciona melhor. À medida que as condições mudam, cabe ao indivíduo buscar outras favoráveis, ou 
seja, procurar um novo espaço de atividade. Animais podem buscar locais mais adequados ao seu 
desenvolvimento, enquanto as plantas, por não possuírem capacidade de deslocamento, utilizam-se de 
outros atributos, como entrar em dormência durante certo tempo, aguardando condições favoráveis.
Outro fator comum na relação dos organismos com seu meio é o aparecimento de micro-habitats 
dentro de um habitat maior. Isso ocorre devido a atributos distintos de temperatura, umidade, intensidade 
luminosa e outros dentro de um mesmo ambiente, criando assim a sensação de que se tem ambientes 
distintos – mas, na verdade, são micro-habitats. Dessa maneira, observamosum único bioma apresentar 
condições diversas dentro de uma mesma formação, fato esse que ajuda a explicar a diversidade de 
organismos encontrados nos diversos biomas espalhados pelo globo.
Figura 25 
Figura 26 – Paisagem onde é possível observar micro-habitats. Note a cobertura vegetal contrastando com as rochas expostas e, ao 
fundo a região litorânea, proporcionando diferentes micro-habitats dentro de uma mesma formação
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Pensando dessa maneira, devemos salientar que a adequação de um organismo ao meio ambiente 
varia com o tempo e o espaço – isso em função dos micro-habitats, que se modificam a todo instante, 
alterando assim o espaço de atividade que determina o ótimo de desenvolvimento de cada indivíduo 
dentro de seu bioma.
Um mesmo organismo vivo pode explorar vários micro-habitats ao longo de um período 
curto de tempo – como um dia, por exemplo. Se utilizarmos um réptil como exemplo, ele busca 
pela manhã maior exposição ao sol para aquecer seu corpo. Quando, por volta do meio-dia, sua 
temperatura se encontra mais alta, ele busca uma região mais sombreada. Dessa forma, ele varia 
o micro-habitat de acordo com sua termorregulação. Outros indivíduos podem fazer o mesmo por 
motivos diferentes.
As respostas dos organismos às mudanças devem ser significativamente mais rápidas que o período 
de mudanças, possibilitando a ele sua sobrevivência no meio. Respostas mais rápidas pressupõem 
alterações imediatas no comportamento ou fisiologia dos organismos, podendo ser revertidas a qualquer 
momento, enquanto respostas mais lentas levam a alterações permanentes, o que indica processo 
evolutivo.
Figura 27 – A raposa do Ártico (Alopex lagopus) é um exemplo de animal que se modifica conforme o ambiente, pois no inverno 
rigoroso apresenta pelagem branca e durante o verão apresenta pelagem marrom
A aclimatação é entendida como um processo reversível que segue as variações do ambiente. Mais 
substancial nos organismos, são exemplos a produção de determinado hormônio vegetal durante o 
inverno ou uma alteração na pele de um animal para suportar o frio rígido, ambas alteradas quando o 
ambiente mudar suas características sazonais.
 Observação
Atualmente a Teoria Sintética da Evolução utiliza como base para a 
evolução dos seres vivos a mutação, a recombinação genética e a seleção 
natural.
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Quando o ambiente muda muito devagar, as alterações nos organismos tendem a perdurar, alterando 
seu fenótipo (interação do genótipo com o ambiente), tornando-se então uma resposta evolutiva.
Figura 28 
Figura 29 – Exemplo de resposta evolutiva: iguana de Galápagos (Amblyrhynchus cristatus) e iguana verde (Iguana iguana): espécies 
semelhantes que sofreram pressões ambientais diferentes gerando diferentes fenótipos ao longo do tempo
Dessa forma, a aclimatação é um ponto fundamental para entendermos a sobrevivência das espécies 
nos biomas, uma vez que esses ambientes são constantemente modificados, seja pelo homem ou por 
fenômenos naturais.
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3.2 Diversidade de comunidades
“Diversidade”, do latim diversitas, significa o que não é igual, que possui diferenças, com aspectos 
diferentes.
“Comunidade”, por definição biológica, entende-se como grupo de populações que vivem em 
determinada região, ou seja, são todos os indivíduos que habitam uma mesma região interagindo entre 
si e com o meio ambiente.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente Brasileiro, “biodiversidade” é a imensa variedade de vida na 
Terra. Portanto, podemos entender a diversidade de comunidades como um sinônimo de biodiversidade. 
Acredita-se que conhecemos apenas aproximadamente 10% das espécies existentes no globo terrestre. 
Alguns biólogos falam em números perto de 30 milhões de tipos de animais e plantas diferentes no 
planeta (catalogados, temos por volta de 2 a 3 milhões).
É de conhecimento de todos que fatores como clima, topografia e outros determinam as características 
da vida, seja de um animal ou vegetal, de acordo com processos como aclimatação, visto anteriormente. 
O que determina as diferenças na biodiversidade local de cada bioma é o tipo de pressão ambiental que 
o meio exerce sobre o organismo, determinando assim sua aclimatação em função das relações que os 
organismos estabelecem com o meio.
Para entendermos a diversidade das comunidades, é necessário que primeiro compreendamos dois 
princípios fundamentais: a adaptação evolutiva, que faz com que os organismos vivam em harmonia 
com o meio onde estão inseridos, apresentando assim diferenças de um bioma para outro, e a 
distribuição dos diferentes organismos vivos (plantas, microrganismos e animais), que fica restrita a um 
pequeno intervalo de zonas climáticas, nas quais esses organismos encontram-se muito bem adaptados. 
Sendo assim, notamos espécies novas ao mudarmos de um bioma para outro e podemos observar 
particularidades na diversidade de uma região a outra.
A diversidade pode ser alterada de região para região ou de bioma para bioma, de acordo com os 
fatores ambientais próprios de cada local. Por exemplo, no hemisfério Norte, árvores comuns como o 
maple aparecem por grande parte do território, mesmo este tendo diferentes aspectos de topografia, 
temperatura e índices pluviométricos. O mesmo pode ser observado em diversas partes do globo terrestre, 
em que plantas de matas tropicais se fazem presentes desde a linha do Equador até as proximidades do 
Trópico de Capricórnio.
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Figura 30 – Distribuição do sugar maple
Vale lembrar que mudanças em uma das condições ambientais acarretam modificações em outras. O 
aumento do índice pluviométrico, por exemplo, leva a maior umidade do solo, assim como a temperatura 
gera solos mais secos, e essas modificações podem levar a mudanças fisiológicas nos organismos que ali 
vivem. Desse modo, observamos que a questão da adaptação está diretamente ligada à diversidade local, 
assim como está relacionada com os aspectos abióticos desse ambiente; sendo assim, a adaptação de um 
organismo a um determinado ambiente não pode ser desvinculada do meio ambiente no qual ele vive.
É comum, em muitos casos, encontrarmos organismos diferentes habitando um mesmo ambiente. 
Isso não seria um contrassenso? Como é possível indivíduos diferentes explorarem um mesmo ambiente 
se estes possuem características diferentes uns dos outros? Podemos recorrer aos micro-habitats para 
explicar tal evento, uma vez que no mesmo bioma encontramos regiões com diferentes aspectos físicos, 
mas sem perder a essência do que caracteriza esse bioma. Também podemos entender tal fato pela 
questão da adaptação fisiológica de cada indivíduo, a qual permite que estes possam se adaptar e 
sobreviver em condições diferentes daquelas consideradas ideais – o que é absolutamente normal. Cada 
indivíduo pode explorar o meio de acordo com suas necessidades e assim coexistir com outros diferentes 
em uma mesma região.
Observando os padrões das comunidades, ecólogos concluíram que existe uma regularidade no 
número de espécies (diversidade de espécies) dentro de cada uma, sendo que na região entre os trópicos 
encontramos maior diversidade do que em altas latitudes. Esse fato é reforçado por teorias de grandes 
pesquisadores comoCharles Darwin, H. W. Bates, Alfred R. Wallace e outros.
Assim, biologicamente falando, podemos concluir que a forma dos organismos (principalmente 
vegetais) está relacionada com o ambiente onde vivem. Não é por acaso que o limbo das folhas 
das plantas xerófitas é menor do que o das plantas higrófitas e que o urso polar possui coloração 
da pelagem diferente do urso pardo. Basta olharmos os ambientes em que estes organismos se 
encontram.
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Sendo assim, pode-se afirmar que o clima determina a adaptação e consequentemente a evolução 
dos seres vivos, haja vista que cada bioma possui características que influenciam na morfologia e no 
funcionamento dos organismos e que a diversidade nos biomas surge a partir da multiplicação das 
espécies no meio onde interagem entre si.
Por outro lado, existem eventos que afetam o desenvolvimento dos indivíduos e acabam por alterar 
a diversidade de um determinado local. Geralmente, esses eventos são de origem humana, uma vez que 
o homem é sem dúvida o maior responsável pelas alterações ambientais na atualidade. Ainda que não 
devamos desprezar fenômenos climáticos ao redor do globo, tsunamis, furacões, terremotos e outros 
fenômenos naturais não são páreos para a atividade humana quando o assunto é modificação das 
paisagens naturais e consequente alteração da biodiversidade.
Os principais fatores que reduzem a biodiversidade, de acordo com o Ministério do Meio 
Ambiente, são a degradação e a fragmentação de ambientes naturais, resultado da abertura 
de grandes áreas para implantação de pastagens ou agricultura convencional, extrativismo 
desordenado, expansão urbana, ampliação da malha viária, poluição, incêndios florestais, formação 
de lagos para hidrelétricas e mineração de superfície. Esses fatores reduzem o total de habitats 
disponíveis às espécies e aumentam o grau de isolamento entre suas populações, diminuindo o 
fluxo gênico entre elas, o que pode acarretar perdas de variabilidade genética e, eventualmente, a 
extinção de espécies.
 Observação
Indivíduos ameaçados de extinção são aqueles cujas populações e/ou 
ambiente em que vivem sofrem redução muito rápida, colocando-os em 
risco de desaparecer do meio natural.
Figura 31 
O crescimento demográfico, a poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira 
agrícola em detrimento do habitat natural, a expansão urbana e industrial, tudo isso está levando muitas 
espécies vegetais e animais à extinção. A cada ano, 17 milhões de hectares de florestas tropicais são 
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desmatados. As estimativas sugerem que, se isso continuar, até 60 mil espécies de plantas e um número 
ainda maior de animais serão extintos nos próximos 30 anos. Mesmo a diversidade das comunidades 
humanas está em risco. Cerca de 92 tribos de indígenas brasileiros desapareceram no século XX, levando 
consigo seus conhecimentos tradicionais.
A perda da biodiversidade contribui ainda para a desagregação da vida comunitária, forçando a 
transferência da população do campo para as cidades. Em razão da biopirataria (apropriação ilícita e seu 
patenteamento), centenas de espécies de plantas com potencial terapêutico estão ameaçadas e poderão 
desaparecer por completo antes que se perceba sua importância para a humanidade.
Outro fator que leva à extinção de espécies é a introdução de espécies exóticas, pois a competição 
gerada entre os indivíduos no meio ambiente pode levar os endêmicos à morte enquanto favorece o 
crescimento da população exótica.
3.3 Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas
Na década de 1960, o geógrafo Aziz Ab’Saber cunhou o conceito de “domínio morfoclimático e 
fitogeográfico” para identificar os domínios naturais brasileiros. Cada domínio é um conjunto cuja 
ordem de grandeza espacial pode variar de centenas de milhares a milhões de quilômetros quadrados, 
sendo constituído por um complexo relativamente homogêneo de elementos da natureza, tais como 
feições do relevo, tipos de solo, cobertura, vegetação, climas e hidrografia, que influenciam uns aos 
outros, gerando equilíbrios ecológicos peculiares.
Seis grandes domínios paisagísticos foram identificados no Brasil: três deles abrangem áreas 
originariamente florestadas e os restantes correspondem a áreas com predomínio de espécies vegetais 
herbáceas e arbustivas. Entre eles, ocorrem faixas de transição, unidades paisagísticas nas quais se 
mesclam características dos domínios morfoclimáticos vizinhos (tal como ocorre no Pantanal Mato-
grossense) ou, ainda, áreas onde a instabilidade das condições ecológicas deu origem a uma interação 
entre os elementos naturais diversa daquela que caracteriza os domínios circundantes (como ocorre na 
Pré-Amazônia Maranhense).
Devido à grande extensão territorial do Brasil, vamos encontrar domínios muito diferenciados uns 
dos outros. A classificação feita segundo Ab’Saber (1975) dividiu o Brasil em seis domínios:
• Domínio Amazônico: região norte do Brasil, com terras baixas e grande processo de sedimentação. 
Clima e floresta equatorial.
• Domínio dos Cerrados: região central do Brasil. Como diz o nome, vegetação tipo cerrado e 
inúmeros chapadões.
• Domínio dos Mares de Morros: região ao leste (litoral brasileiro), onde se encontra a Floresta 
Atlântica, que possui clima diversificado.
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• Domínio das Caatingas: região nordestina do Brasil (polígono das secas), de formações cristalinas, 
área depressiva intermontanhas e de clima semiárido.
• Domínio das Araucárias: região sul brasileira, área do habitat do pinheiro brasileiro (araucária), 
de planalto e clima subtropical.
• Domínio das Pradarias: região do sudeste gaúcho, local de coxilhas subtropicais.
O domínio amazônico ocupa uma extensa área na porção norte do território brasileiro. Na maior 
parte desse domínio, encontramos as chamadas terras baixas (planícies e depressões), além de áreas 
de planalto por onde correm o rio Amazonas e seus afluentes. Destaca-se a presença de uma extensa 
floresta densa e heterogênea associada a um clima quente e muito úmido.
Numa porção da região Nordeste denominada Polígono das Secas, aparece o domínio das Caatingas, 
marcado pela presença de uma importante depressão localizada entre dois planaltos que contribuem 
para a ocorrência de um clima semiárido e de uma vegetação rala formada por poucas árvores, alguns 
cactos e bromélias. Apesar da presença da bacia do rio São Francisco, muitos dos rios que percorrem essa 
porção do território brasileiro são temporários (secam no período da estiagem).
Na porção central do território brasileiro, predomina o domínio dos cerrados, caracterizado por 
um relevo de chapadões e chapadas cobertos por uma vegetação de arbustos com troncos e galhos 
retorcidos. Nele, destaca-se a presença de importantes bacias hidrográficas, como as bacias dos rios 
Paraná, Paraguai, Tocantins e Madeira. O clima é quente e seco no inverno.
O domínio dos Mares de Morros situa-se na zona costeira brasileira desde o nordeste até o sul do 
país, predominando na paisagem os morros em forma de “meia laranja” resultantes da erosão das Serras 
do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço. Com clima quente e úmido, surge nesse domínio uma floresta 
tropical conhecida como Mata Atlântica.
No sul do Brasil aparece o domínio das Araucárias, predominando um relevo de planaltos cobertos, 
em parte, por um tipo de solo de alta fertilidade, denominado terra roxa.Ao clima subtropical associa-se 
uma floresta homogênea denominada Floresta de Araucárias ou Mata dos Pinhais. Destaca-se, ainda, a 
presença da Bacia do Rio Paraná.
Ainda no sul do Brasil, nas porções mais extremas do nosso território, destaca-se o domínio das 
pradarias. A paisagem é marcada por um relevo baixo de ondulações suaves, por isso é conhecido 
também como domínio das coxilhas. Predomina nessa região uma vegetação rasteira, conhecida como 
campos ou pradarias, sendo representada pelo Pampa ou Campanha Gaúcha.
Além desses domínios, há as chamadas faixas de transição, indicando que no contato de um domínio 
com o outro não há uma mudança abrupta. Nas faixas de transição podem ser encontradas características 
de dois ou mais domínios morfoclimáticos.
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Amazônico
Cerrado
Mares de morros
Caatingas
Araucárias
Pradarias
Faixas de transição
Figura 32 – Domínios morfoclimáticos segundo Aziz Ab’Saber
 Saiba mais
As leituras a seguir podem despertar uma reflexão sobre o panorama da 
biodiversidade no Brasil e no mundo:
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Impactos sobre a biodiversidade. 
[s.d.]. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/biodiversidade/
biodiversidade-global/impactos>. Acesso em: 22 jan. 2014.
DIA do Cerrado: audiência pública e exposição marcam comemorações. 
Disponível em: <http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2012/
setembro/2a-semana/dia-do-cerrado-audiencia-publica-e-exposicao-
marcam-comemoracoes/>. Acesso em: 22 jan. 2014.
 Saiba mais
Acesse o site a seguir: <www.cbd.int>.
Ele apresenta informações sobre debates e documentos sobre a 
biodiversidade no mundo.
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4 PROBLEMAS ECOLÓGICOS DO BRASIL E DO MUNDO
O Brasil enfrenta problemas ecológicos semelhantes a qualquer outra parte do globo, apresentando 
apenas peculiaridades por conta de seu processo de urbanização, formação vegetal diversificada e grau 
de desenvolvimento da população.
Observe o mapa a seguir. Ele apresenta alguns problemas ambientais:
Principais problemas ambientais mundiais
Figura 33 
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4.1 Principais problemas
4.1.1 Problemas da água e solo: um dos problemas ambientais mais severos
Para debater os recursos hídricos do planeta, foi realizado na Holanda, em março de 2000, o II Fórum 
Mundial da Água. Os participantes do encontro aprovaram a Declaração de Haia sobre Segurança da Água no 
Século XXI. Segundo o documento, para que a água esteja disponível, sete desafios precisam ser superados:
1. Atendimento das necessidades básicas da população.
2. Garantia do suprimento de alimento.
3. Proteção dos ecossistemas.
4. Gerenciamento de riscos.
5. Valorização da água.
6. Compartilhamento dos recursos hídricos.
7. Sábia administração desses recursos.
Distribuição da água do mundo
Toda a água
Oceanos 97%
Calota de gelo e 
geleiras 79%
Água 
subterrânea 
20%
Lagos 52%
Umidade do solo
38%
Água no interior 
dos organismos 
vivos 1%
Rios 1%
Vapor d’água 
atmosférica 8%
Água doce 
superficial de 
fácil acesso 1%
Água doce 3%
Água doce
Água doce superficial 
de fácil acesso
Figura 34 
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A poluição das águas se deve a um grupo restrito de poluentes: substâncias tóxicas (ST), óleos e graxas 
(OG), material em suspensão (MS) e substâncias destruidoras do processo de oxigenação natural de 
lâmina d’água, que causa a demanda biológica de oxigênio (DBO). Também ocorre em razão de: despejos 
de esgotos domésticos ou industriais nas águas, causando sua contaminação; uso indiscriminado de 
agrotóxicos que penetram e contaminam o solo e o lençol freático; vazamentos de petróleo de refinarias 
ou petroleiros. Muitas são as agressões que os nossos ambientes aquáticos vêm sofrendo: desvio de 
águas, derrubada de matas ciliares, assoreamento, construção de barragens etc. Pode-se destacar, no 
entanto, a questão da contaminação. O lançamento de inúmeras substâncias, muitas das quais nem se 
sabe que efeitos causam, tem impactado significativamente esses ecossistemas.
Sabe-se que, além dos lançamentos diretos de águas residuárias, as substâncias químicas liberadas 
para a atmosfera lançadas sobre as plantações ou diretamente aplicadas no solo acabam, de uma maneira 
geral, entrando nos corpos d’água. Uma vez no meio aquático, podem matar toda uma comunidade 
biológica, sejam seres microscópicos, sejam peixes. São, aliás, frequentes as notícias de mortandade de 
peixes. Porém, o lançamento dessas substâncias nem sempre chega a causar mortandades espetaculares, 
podendo ser assimilados pelos organismos, como os peixes, muitas vezes consumidos pelo homem. 
Os efeitos que essas substâncias causam podem ser irreversíveis. Vários estudos já foram realizados 
comprovando tais fatos. Os agrotóxicos, como os organoclorados, embora proibidos por lei, ainda são 
utilizados clandestinamente e, uma vez lançados no ambiente, entram na “cadeia alimentar”.
Tendo em vista a problemática apresentada, podemos perguntar:
Aldeia Nazaré (AM), onde os índios ainda 
conseguem viver como seus antecepassados
“Até que ponto você considera o futuro deste raro planeta 
responsabilidade social sua?“
Esgoto a céu aberto no Igarapé dos Franceses, região centro-
oeste de Manaus (Folha de S. Paulo, 3 nov. 2001)
Baptistão (Pesquisa 
Fapesp)
Figura 35 
O mercúrio é usado nos mais diversos lugares e com várias finalidades, desde o tratamento dos 
dentes até a extração do ouro em garimpos. Nesse processo, o mercúrio se liga ao ouro, tornando-o 
(principalmente o ouro em pó) mais pesado, o que facilita a sua captura. Posteriormente, é separado do 
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ouro por aquecimento (evaporação). Os organismos concentram os compostos de mercúrio diretamente 
da água, do sedimento ou por meio da cadeia alimentar.
A poluição do solo, outro grave problema, é provocada pelos resíduos químicos derivados dos 
insumos agrícolas, pelos resíduos sólidos não degradáveis do lixo, por aqueles que demoram muito 
tempo para desaparecer no ambiente, como o vidro, que leva cerca de 5 mil anos para se decompor, 
ou ainda pelo uso de componentes químicos. Também é causada por esgotamento, erosão, lixiviação e 
laterização – formas de perda do solo.
4.1.2 O problema do lixo
Um dos grandes problemas urbanos é a geração de lixo, em quantidades variáveis de acordo com o 
nível socioeconômico e o consumo. O maior problema é a sua destinação. Em tempos mais remotos, o 
lixo era produzido em pequenas quantidades e era basicamente composto de sobras de alimentos. Mas 
os hábitos de consumo mudaram?
A Revolução Industrial e a chegada da “era dos descartáveis” aumentaram o volume de resíduos, que 
atualmente são variados e vão desde embalagens de plástico e papel até móveis, calçados, pneus, eletrodomésticos, 
implementos de informática e o próprio computador. A desova clandestina do lixo não respeita os lugares, e 
a natureza é vítima do descaso. As propostas para solucionar os problemas do lixo sempre trazem algumas 
desvantagens ou colocam em risco a saúdepública, além de poluírem o solo, a água e o ar. O grande problema é 
a sua destinação, que difere entre os países ricos e pobres. Entre as formas de destinação, encontram-se:
• os lixões ou vazadouros a céu aberto: são mais comuns, mas possuem aspectos negativos: são 
poluidores, exalam um cheiro fétido no ar e são focos de insetos, ratos e proliferação de doenças;
Figura 36 
• os aterros sanitários: têm resíduos compactados e cobertos com terra, são de baixo custo, mas, 
se não forem bem administrados, podem se transformar em depósitos de ratos e insetos;
• a incineração: transforma o lixo em cinzas e diminui o seu volume, mas tem um alto custo e a 
fumaça polui o ar, embora seja a forma recomendada para lixos hospitalares;
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• a compostagem: consiste em transformar restos de comida, esterco de animais e podas de 
árvores em adubo; também reduz o volume do lixo e pode ser usada como cobertura para aterros 
sanitários, mas o processo é lento e os gases que produz exalam mau cheiro;
Figura 37 – Cilindro de compostagem
• a reciclagem: considerada a solução ideal pelo governo e por ecologistas, consiste no processamento 
e reaproveitamento de determinados produtos. Mas, para tanto, algumas providências terão de 
ser tomadas, como efetuar coleta seletiva, reutilizar vasilhames, latas e sacolas, doar o que não se 
usa e não descartar os resíduos aleatoriamente, entre outras medidas.
Figura 38 
Além do lixo comum (doméstico, empresarial e hospitalar), a manipulação de produtos radioativos 
pelo homem também é um problema a ser resolvido, uma vez que gera resíduos muito perigosos para o 
meio ambiente e para o próprio homem.
 Observação
Alguns exemplos desse problema são as usinas nucleares com 
vazamentos. Destaque para os acidentes em Chernobyl, Ucrânia, em 1986, 
no Japão (Tokaimura) após o tsunami e nos EUA, entre outros países.
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Outro problema é o descarte inadequado desse material em locais inapropriados, como ilustra a foto 
a seguir:
Figura 39 – Terreno contaminado com resíduos radioativos
Conheça a proposta aprovada pelo Senado
O Plano Nacional para o lixo apresenta as seguintes posições:
Lixões
Proíbe o lançamento de resíduos sólidos ou rejeitos a céu aberto – os lixões.
Habitações
Proíbe nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos a fixação de habitações 
temporárias ou permanentes.
Importação
Proíbe a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos.
Incentivos
União, estados e municípios poderão conceder incentivos fiscais e financeiros para 
indústrias e entidades dedicadas a tratar e reciclar os resíduos.
Financiamento
O poder público poderá instituir linhas de financiamento para cooperativas ou associações 
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, formadas por pessoas de baixa renda.
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Plano de gestão
União, estados e municípios deverão fazer planos integrados de resíduos sólidos, com 
diagnóstico da situação, metas de redução de lixo e reciclagem e ações para atingir os objetivos.
Logística reversa
Fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes terão de dar destinação 
adequada aos produtos que fabricaram, após o uso pelo consumidor.
Fonte: Conheça... (2010).
O ponto positivo da lei é a criminalização dos lixões, que incentivará investimentos em novas 
tecnologias. A logística reversa significa que, depois de usados, pilhas, pneus e eletrônicos deverão 
retornar para os fabricantes ou distribuidores, que darão a eles a destinação ambiental adequada.
4.2 Principais problemas ambientais no Brasil
Observe o mapa destacando os problemas dos ecossistemas do Brasil:
Figura 40 
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Veja mais detalhes sobre esses problemas:
• Amazônia: construção de usinas hidrelétricas/contaminação por mercúrio; projetos agropecuários 
gerando desmatamentos e queimadas; ameaça às comunidades indígenas; e incapacidade de a 
floresta se recompor/extinção de espécies.
• Mata Atlântica: destruição intensa de caráter histórico; ocupação agropecuária; presença de 
grileiros, exploração de palmito e outras espécies; poluição, especulação imobiliária; projetos 
governamentais; e turismo predatório.
• Pantanal: caça e pesca predatória; queimadas; poluição dos rios com agrotóxicos, resíduos de 
mineração, usinas de açúcar, despejo do vinhoto; implantação de lavoura comercial (soja); e 
turismo predatório.
• Mangues: construção de estradas; aterramentos; especulação imobiliária; derrame de poluentes; 
e lançamento de esgotos.
4.3 Como devemos relacionar recursos da natureza e consumo? Estamos 
consumindo demais para a conservação da biodiversidade?
Ao falarmos de biomas terrestres e do Brasil, estamos pensando também em preservacionismo, 
conservacionismo e no conceito de desenvolvimento sustentável. Mais do que isso: esse conceito não se 
restringe a um exclusivo modelo de consumo, mas o engloba dentro de um contexto mais amplo, o que 
compreende a racionalidade da produção e a salubridade do meio ambiente, bem como a preocupação 
com o progresso das sociedades no presente e no futuro.
Dessa forma, devemos pensar em um meio ambiente como resultante da interação entre os grupos 
humanos e a natureza em um determinado espaço e tempo, sem esquecermos que estão em jogo as 
dimensões históricas e culturais, os hábitos e as atividades econômicas dos personagens envolvidos.
Devemos pensar, no sentido de um contexto mais amplo, em uma proposta de desenvolvimento 
econômico material que contemple simultaneamente as dimensões social e ambiental.
Aqui nos deparamos com o conceito de desenvolvimento sustentável – ou, como preferem alguns 
ambientalistas, ecodesenvolvimento, termo cunhado pela Comissão das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente, em 1983. Na oportunidade, a Comissão empenhou-se no sentido de compatibilizar duas 
visões distintas do desenvolvimento econômico que vigoravam na época:
• a dos conservacionistas, relacionada à postura adotada pelos países ricos; e
• a dos desenvolvimentistas, defendida pelos países pobres ou menos desenvolvidos.
Devemos enfatizar que o conceito de desenvolvimento sustentável não é restrito, ele engloba 
consumos distintos e também a racionalidade ou não do processo produtivo.
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Unidade I
Na obra Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento, o professor José Goldemberg afirma que:
A elite tenta imitar os estilos de vida dos países industrializados e têm 
padrões similares de energia, orientados para o luxo, o que contrasta 
com os hábitos das pessoas pobres, preocupadas em obter energia para 
cozinhar e para suas atividades essenciais. Este seria um dos exemplos que 
podemos citar acerca da relação seres humanos-natureza (GOLDEMBERG, 
1995, p. 67).
O exemplo mencionado pode ser o ponto de partida para justificar um consumismo desenfreado.
A globalização não beneficia todos os países de modo homogêneo. Segundo Herman E. Daly (apud 
ARROW et al., 2004), alguns países se beneficiariam com certos padrões de crescimento econômico e 
a seu ver a globalização enfraquece as alavancas governamentais reguladoras

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