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56 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II Unidade II 5 INTERAÇÃO ECOLÓGICA 5.1 Definição de interação A palavra ecologia tem origem no grego oikos, que significa casa; pela definição, é o segmento da Biologia que se propõe a estudar as relações dos seres vivos com o meio onde vivem. O termo ecologia foi definido em 1866 pelo zoologista alemão Ernst Haeckel; porém, a preocupação do homem em entender a relação dos seres vivos com seu meio é muito anterior. Apesar de incerta a data da origem desses estudos, já na Grécia, por volta de 350 a.C., Aristóteles dissertava sobre o comportamento das aves e a influência da sazonalidade na reprodução, assim como a descrição de diversas espécies e suas características em cada uma das fases da vida. Pouco tempo depois, Theophastus escreveu duas obras importantes para a Botânica – De historia plantarum (História das plantas) e De causis plantarum (Sobre as causas das plantas), em que descreve a origem das plantas com sementes e suas aplicações, além de discutir a influência de fatores abióticos sobre elas. A seguir, diversos pesquisadores começaram a se preocupar em estudar as relações entre ser vivo e ambiente; porém, a maioria deles se dedicava ao estudo do crescimento das populações, especialmente a humana, como Niccolo Machiavelli (1525), Giovanni Botero (1588), John Graunt (1592), Mathew Hale (1677), Lambert Quetelet (1835), entre outros. A partir daí, começam a aparecer teorias voltadas à interação do meio ambiente com os seres vivos e as consequências dessa relação. Nesse panorama, um dos mais importantes cientistas foi Charles Darwin com seus estudos sobre a seleção natural e a diversidade dos organismos vivos. Outros cientistas também deram enorme contribuição para o avanço da ecologia, como Alexander Von Humboldt (1807), o pioneiro na determinação de relação entre altitude e latitude na distribuição dos organismos; Alphonse de Candolle (1855), taxonomista vegetal que descreveu blocos de vegetação, os quais chamou de formações, além de levantar a hipótese de um controle climático na distribuição dessas vegetações. 57 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL Figura 45 – Charles Darwin Seguindo essa corrente, Haeckel propôs o termo ecologia, baseado no pressuposto de que não podemos observar um indivíduo isoladamente, pois ele está em constante interação com outros e com o meio onde vive. E, a partir disso, inúmeros cientistas vêm estudando as interações entre os seres vivos e o ambiente, fazendo relações entre diversas áreas do conhecimento, como Estatística, Geografia, Genética e outras, tornando a Ecologia uma ciência interativa com outras. Figura 46 – Ernst Haeckel 58 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II Lembrete Por ecologia entendemos a totalidade da ciência das relações do organismo com o meio ambiente, compreendendo, no sentido lato, todas as condições de existência (HAECKEL apud ACOT, 1990, p. 27). Nesse contexto, a ecologia apresenta conceitos fundamentais, que, na verdade, constituem níveis de organização dos sistemas ecológicos, aqui apresentados do menos para o mais complexo. • Organismo: limitado por um envoltório, ou membrana, por meio do qual realiza trocas com o meio ambiente, constitui a unidade básica da ecologia. Pode ser descrito como um indivíduo isolado, ou seja, um único ser vivo, seja ele uni ou pluricelular. • População: conjunto de organismos de uma espécie que vivem em uma mesma região. Diferem do organismo no sentido de que são potencialmente “eternas”, uma vez que a taxa de natalidade e mortalidade as mantém estáveis ao longo do tempo. Apresentam características próprias de acordo com o ambiente onde estão inseridas. • Comunidade: quando diversas populações coexistem num mesmo espaço geográfico, isto é, na mesma região. Assim, essas populações, ao formarem uma comunidade, interagem entre si, dando origem às chamadas interações ecológicas entre seres vivos. • Ecossistema: organismo e ambiente físico onde se vive, podendo ser descrito também como conjunto dos fatores bióticos e abióticos de uma determinada região. • Biosfera: união de todos os diferentes ecossistemas do globo terrestre. Podemos separar os biomas por suas características biogeográficas, todavia todos estão ligados entre si formando a biosfera. Depois de expormos os conceitos básicos da Ecologia, devemos compreender que as interações entre seres vivos e destes com o ambiente influenciam nas populações (dinâmica populacional), o que, por sua vez, determinará variações nos níveis superiores. Pensando nas relações ecológicas entre os seres vivos, podemos classificá-las em harmônicas e desarmônicas; interespecíficas e intraespecíficas. As relações harmônicas são aquelas em que nenhum dos organismos envolvidos sofre prejuízo, enquanto nas relações desarmônicas um dos organismos será prejudicado. Já as relações intraespecíficas são as que envolvem somente uma espécie, e as interespecíficas, mais de uma. Dessa forma, uma relação ecológica pode ser classificada combinando os tipos apresentados; por exemplo, harmônica e intraespecífica; ou desarmônica e interespecífica e assim por diante. • Relações interespecíficas harmônicas: — Comensalismo: somente um dos envolvidos é beneficiado; porém, o outro não sofre prejuízos. Exemplo: tubarão e rêmora. 59 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL — Inquilinismo: um organismo utiliza o outro como apoio, sem causar danos a este. As bromélias são ótimo exemplo dessa relação. Figura 47 – Orquídea sobre tronco de árvore — Cooperação ou protocooperação: relação na qual todos os envolvidos são beneficiados; contudo, não existe a obrigatoriedade da associação, ou seja, ambos podem sobreviver isolados. Exemplo: pássaro-palito e jacaré. — Mutualismo: associação muito parecida com a cooperação; porém, nesse caso, a ligação entre os organismos é maior, de forma que, quando separados, os dois são prejudicados, demonstrando grande dependência. Exemplo: cupim, protozoário e liquens. Figura 48 – Liquens 60 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II • Relações interespecíficas desarmônicas: — Parasitismo: quando um indivíduo se alimenta a partir de outro, causando-lhe prejuízos, sem a intenção de levá-lo a morte. Nessa associação, podemos encontrar ectoparasitas (externos) ou endoparasitas (internos) no hospedeiro. Exemplo: tênia e ser humano ou carrapato e boi. — Amensalismo: uma espécie inibe o desenvolvimento da outra. Exemplo: eucalipto, que libera toxinas no solo impedindo o desenvolvimento de outros vegetais. Figura 49 – Árvores — Predatismo: um organismo se alimenta de outro, matando-o. Essa relação constitui a base das cadeias alimentares nos ecossistemas. Exemplo: águia e macaco. Figura 50 – Ave de rapina se alimentando — Competição: constitui uma disputa entre espécies por algum fator ambiental, como alimento, território, abrigo etc. 61 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL • Relações intraespecíficas harmônicas: — Colônia: interações em que todos os indivíduos são beneficiados, porémestão ligados anatomicamente. Exemplo: corais. Figura 51 — Sociedade: também há o benefício a todos os participantes dessa interação, mas não existe ligação anatômica, ou seja, os indivíduos são independentes, mas ocorre divisão de tarefas dentro da sociedade constituindo castas. Exemplo: abelhas. ] Figura 52 • Relações intraespecíficas desarmônicas: — Competição: relação na qual indivíduos da mesma espécie ou de espécies diferentes disputam pelos mesmos recursos. Difere da competição interespecífica por ser mais severa, pois os indivíduos possuem os mesmos hábitos. — Canibalismo: relação entre indivíduos da mesma espécie, é semelhante ao predatismo. 62 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II Assim como os fatores abióticos influenciam a adaptação e a evolução dos seres vivos, o mesmo ocorre com as relações ecológicas entre os organismos, pois estes se modificam, seja na forma ou no funcionamento, para sobreviver às relações ecológicas. Desse modo, temos predadores com dentes afiados para matar suas presas, parasitas com estratégias reprodutivas para atingir o maior número de hospedeiros possível e assim por diante. 5.2 Interação humana, conservação e preservação dos biomas Em se tratando de interação ecológica entre seres vivos e biomas, é impossível não pensarmos na relação entre homem e meio ambiente. Os humanos constituem-se em elementos importantes na biosfera, e as atividades que desenvolvem criaram uma crise ambiental que alcançou proporções globais. Apesar de muito numerosa, mais de sete bilhões de indivíduos, essa espécie a qual pertencemos não é a maior população de planeta; porém, talvez seja a que mais interfere e transforma as paisagens por onde se instala. Sendo assim, devemos dar alguma atenção às modificações que fazemos nos biomas mundiais, que são feitas por motivos diversos, como atividades agrícolas, pecuária, mineração, habitação, entre outras; com isso, ao longo do tempo nos vimos, diversas vezes, repensando nas atitudes desastrosas que temos diante da natureza. Como consequências dessa interação com os humanos, os biomas perderam território, foram modificados, queimados e ameaçados. Por outro lado, muitos humanos vêm refletindo sobre essa interação e buscando maneiras pelas quais possam interagir com o meio sem destruí-lo. Como tomar atitudes sustentáveis ou ecologicamente corretas? Assim, a partir da década de 1970, começaram a surgir encontros mundiais sobre meio ambiente. O marco inicial foi dado pelas Nações Unidas com o Encontro de Estocolmo, em 1972, seguido por diversos outros que culminaram com o surgimento de documentos de grande importância nas discussões ambientais. Na década de 1980, podemos citar o Relatório de Brundtland – Noruega, que sugeria a iniciativa do desenvolvimento sustentável; e Relatório de Montreal, que tinha o objetivo de reduzir o buraco na camada de ozônio. Já na década de 1990, tivemos: Rio – 92, com a publicação da agenda 21 e a Convenção da Biodiversidade; Protocolo de Kyoto, com uma discussão sobre a emissão dos gases do efeito estufa para os países desenvolvidos; e, por fim, já no novo milênio, a Plataforma de Durban e a Rio +20, com preocupações tanto com a biodiversidade como com os efeitos climáticos no globo. Alguns dos eventos que promoveram discussões e trabalhos sobre o assunto foram: • Conferência sobre Meio Ambiente Humano das Nações Unidas – Estocolmo (Suécia), em 1972. • Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1983. • Convenção de Viena para a proteção da camada de ozônio, em 1985. 63 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL • Relatório Brundtland de “desenvolvimento sustentável” (Nosso Futuro Comum); desenvolvimento atual que permite utilizar os recursos naturais sem ferir os direitos das futuras gerações, em 1986. • Assinado o Protocolo de Montreal, em 1987, com o objetivo de erradicar as substâncias nocivas à camada de ozônio, como CFCs. A meta desse protocolo foi cumprida, pois entre 1987 e 2008 houve a diminuição de 99,7% desses gases. • Segunda Conferência sobre o Meio Ambiente das Nações Unidas (ECO-92) – Rio de Janeiro, 1992 –, com participação de 170 países, comissões da ONU e organizações não governamentais (ONGs). Figura 53 • Convenção da Desertificação, em 1994, entrou em vigor em 1996. • Protocolo de Kyoto, em 1997, no qual os países desenvolvidos se comprometeram a reduzir sua emissão de gases do efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990, meta que deveria ter sido cumprida entre 2008 e 2012. Grams CO2/m 2 Water 0.0 – 2.5 2.5 – 5.0 5.0 – 10.0 10.0 – 20.0 20.0 – 50.0 50.0 – 100.0 100.0 – 150.0 150.0 – 250.0 250.0 – 500.0 500.0 – 800.0 800.0 – 1000.0 1000.0 – 1200.0 1200.0 – 1500.0 Global patterns of carbon dioxide emissions from soils – Annual Figura 54 64 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II • Johanesburgo (África do Sul), em 2002, ocorreu a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 10. • 17ª Conferência das Partes – COP17 – em Durban, África do Sul, em 2011. Nessa conferência, foi decidido estender o Protocolo de Kyoto e criou-se a Plataforma de Durban, que fixou uma agenda para a criação, em 2015, de um novo instrumento que obrigue a redução da emissão de carbono a partir de 2020. Os principais objetivos dessas iniciativas são: • promover o desenvolvimento sem destruir a natureza; • criar um fundo de auxílio aos países em desenvolvimento para a proteção do meio ambiente; • buscar uma solução para a relação entre o consumo excessivo dos países desenvolvidos e a destruição do meio ambiente nos países periféricos, pressionados pelas dívidas externas. Foram criados três grupos de trabalho: • Grupo 1 – proteção à atmosfera; gestão dos recursos terrestres; preservação da biodiversidade. • Grupo 2 – defesa das águas continentais e marinhas; produção e circulação de dejetos tóxicos. • Grupo 3 – regulamentação jurídica e institucional das medidas tomadas. Recentemente, a ONU decretou a década da biodiversidade, demonstrando grande preocupação com as espécies naturais do globo diante do quadro atual de degradação ambiental e em garantir a qualidade de vida da população humana futura, que, segundo o secretário geral da entidade, Ban Ki- moon, depende da biodiversidade. Chegamos a um ponto da História em que devemos moldar nossas ações em todo o mundo, com maior atenção para as consequências ambientais. Por conta da ignorância ou da indiferença podemos causar danos maciços e irreversíveis ao meio ambiente, do qual nossa vida e bem-estar dependem. Por outro lado, a partir do maior conhecimento e de ações mais sábias, podemos conquistar uma vida melhor para nós e para a posteridade, com um meio ambiente em sintonia com as necessidades e esperanças humanas… Defender e melhorar o meio ambiente para as atuais e futuras gerações se tornou uma meta fundamental para a humanidade (UNEP, 1972). A preocupação com o meio ambiente realmente se justifica, uma vez que não seria possível a vida do ser humano sem essa interação. Só que, para ela continuar a existir, são necessárias providências para a manutenção de um equilíbrio entre as partes envolvidas, a fim de que essa relação perdure e garanta a existência tanto da espécie, o homem, como a do bioma explorado. 65 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA:QUESTÃO AMBIENTAL Nesse contexto, pensando no Brasil, essa preocupação está clara, inclusive consta da Constituição Federal de 1988, artigo 225, que se inicia da seguinte maneira: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo- se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988). Para atingirmos tal objetivo, dois caminhos principais podem ser tomados nesse âmbito: a preservação ou a conservação. Preservar, segundo a própria definição da palavra, consiste em proteger de danos, resguardar; então, a preservação tem por objetivo manter áreas naturais livres da ação predatória humana, determinando espaços somente para fins de pesquisa e proteção do patrimônio natural. Por outro lado, a conservação estabelece a possibilidade da atividade humana desde que se mantenha parte da área ou, ao menos, as características desta, permitindo a exploração pelo homem. Dessa forma, diversas leis brasileiras versam sobre esses aspectos. A Lei nº 4.771 de 1965 dizia que as florestas e as demais formas de vegetação do território brasileiro são de propriedade de todos os cidadãos, já a Lei nº 2.166 de 1967 tratava da exploração das áreas naturais e de sua biodiversidade, estabelecendo limites para tal ação humana; também em 1967, a Lei nº 5.197 frisa a propriedade dos animais como sendo do Estado, e quaisquer atitudes como criação, caça e outras que dependem da regulamentação dessa instância; mais recentemente, a Lei nº 9.985, de 2000, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, assim como os critérios e as normas para a criação e gestão dessas unidades; e, por fim, a Lei nº 12.651 de 2012 revoga a Lei nº 4.771, estabelecendo novas normas para a preservação das áreas vegetais do território brasileiro. No Brasil, um dos nomes mais fortes na questão ambiental é o de Chico Mendes. Precursor do pensamento ambientalista, viveu e morreu em defesa da Floresta Amazônica. Ele foi assassinado em sua casa por uma emboscada planejada por um fazendeiro que desejava retirar seringueiros nativos e desmatar a floresta para criação de fazendas. Figura 55 – Chico Mendes 66 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II Saiba mais Assista: CHICO Mendes: a voz da Amazônia. Dir. Miranda Smith. 59 min. EUA, 1989. Observe a diversidade da Amazônia: Amazônia Áreas prioritárias para biodiversidade Projetos Brasil em ação – Infraestrutura compilado po ISA e Imazon, 1999 Ferronorte Gás natural Urucu Hidrovia Interligação do sistema elétrico Linha de transmissão Pavimentação Recuperação da BR-364/163 Recuperação da BR-153 Ferrovia Norte-Sul Novas áreas identificadas pelos grupos regionais Área insuficientemente conhecida, mas de provável importância Área de alta importância Área de muito alta importância Área de extrema importância Figura 56 67 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL Felipe Milanez, em texto à Carta Capital, afirma: Chico Mendes foi um dos mais influentes ambientalistas de sua época e mudou o paradigma do ambientalismo internacional, ao colocar as populações diretamente afetadas por projetos de desenvolvimento como centro do debate. Foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e o ideólogo das “reservas extrativistas”, na qual a população tradicional que habitava a floresta teria o direito de manter seu modo de vida de coleta sustentável dos produtos florestais. “A reserva extrativista é a reforma agrária do seringueiro”, ele dizia (MILANEZ, 2013). O pensamento desse ambientalista reforça o que os indígenas já praticavam desde os primórdios da América, a sustentabilidade. Claro que esse termo é recente e moderno e que as civilizações americanas antigas não o conheciam, mas já o aplicavam. Sabemos que não é mais possível viver como as civilizações antigas, por diversos motivos, entre eles o alto grau de tecnologia aplicada em nosso cotidiano, mas é necessário buscarmos soluções que visem à harmonia entre seres humanos e meio ambiente dentro das possibilidades atuais, pois garantir o bem- estar das gerações futuras é uma necessidade urgente. Uma das formas encontradas para buscar esses objetivos é a criação de unidades de conservação por todo o território. Em 2007, o governo brasileiro criou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio –, órgão responsável pela gestão, fiscalização e monitoramento das unidades de conservação e também por programas de pesquisas para preservação e conservação da biodiversidade brasileira. Saiba mais Consulte: Lei complementar 140, de 2011 – competências nas diferentes esferas do poder. Lei 7.735, de 1989 – cria o Ibama e suas funções. Lei 11.516, de 2007 – cria o ICMBio e suas finalidades. Lei complementar 140, de 2011 – competências nas diferentes esferas do poder. Publicações sobre preservação e conservação: <http://www.oeco.org. br/suzana-padua/18246-oeco15564>. 68 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II Sobre as Unidades de Conservação, veja o que declara o Ministério do Meio Ambiente: A fauna e a flora, os rios, os mares, as montanhas. Cada um dos elementos da natureza tem um papel a desempenhar. E para que isso ocorra é preciso haver equilíbrio. Muitos povos e civilizações reconheceram, ao longo da história, a necessidade de proteger áreas naturais com características especiais, por motivos os mais diversos: estas áreas podiam estar associadas a mitos, fatos históricos marcantes e à proteção de fontes de água, caça, plantas medicinais e outros recursos naturais. Com o passar do tempo, muitas áreas naturais foram sendo destruídas para dar lugar à ocupação humana. Animais e plantas foram eliminados, alguns desapareceram e outros, até os dias atuais, ainda correm risco de extinção. Nosso país é considerado megabiodiverso. Aqui se encontra uma grande variedade de espécies da fauna e da flora, compondo importantes ecossistemas que nos proporcionam um dos melhores climas do mundo, água pura e em grande quantidade, terras férteis e paisagens paradisíacas. Este é o nosso maior privilégio, esta é a nossa herança: temos uma natureza que nos oferece todos os recursos de que precisamos para viver bem. E essa herança deve ser protegida. O governo brasileiro protege as áreas naturais por meio de unidades de conservação (UC) – estratégia extremamente eficaz para a manutenção dos recursos naturais em longo prazo. Para atingir esse objetivo de forma efetiva e eficiente, foi instituído o Sistema Nacional de Conservação da Natureza (SNUC), com a promulgação da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. A Lei do SNUC representou grandes avanços à criação e gestão das UC nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), pois ele possibilita uma visão de conjunto das áreas naturais a serem preservadas. Além disso, estabeleceu mecanismos que regulamentam a participação da sociedade na gestão das UC, potencializando a relação entre o Estado, os cidadãos e o meio ambiente. As unidades de conservação (UC) são espaços territoriais, incluindo seus recursos ambientais, com características naturais relevantes, que têm a função de assegurar a representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológicoexistente (BRASIL, s.d.). 69 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL As UC asseguram às populações tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais de forma racional e ainda propiciam às comunidades do entorno o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis. Essas áreas estão sujeitas a normas e regras especiais. São legalmente criadas pelos governos federal, estadual e municipal, após a realização de estudos técnicos dos espaços propostos e, quando necessário, consulta à população. Dividem-se em dois grupos: Unidades de proteção integral: a proteção da natureza é o principal objetivo dessas unidades, por isso as regras e normas são mais restritivas. Nesse grupo é permitido apenas o uso indireto dos recursos naturais; ou seja, aquele que não envolve consumo, coleta ou dano aos recursos naturais. Exemplos de atividades de uso indireto dos recursos naturais são: recreação em contato com a natureza, turismo ecológico, pesquisa científica, educação e interpretação ambiental, entre outras. As categorias de proteção integral são: estação ecológica, reserva biológica, parque, monumento natural e refúgio de vida silvestre. Unidades de uso sustentável: são áreas que visam conciliar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais. Nesse grupo, atividades que envolvem coleta e uso dos recursos naturais são permitidas, mas desde que praticadas de uma forma que a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos esteja assegurada. As categorias de uso sustentável são: área de relevante interesse ecológico, floresta nacional, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentável, reserva extrativista, área de proteção ambiental (APA) e reserva particular do patrimônio natural. Fonte: RPPN, Brasil, s.d. O capítulo sobre o meio ambiente da Constituição de 1988 é considerado um dos mais avançados do mundo. Reconhece o meio ambiente ecologicamente equilibrado como um belo uso comum do povo, essencial à qualidade de vida, e estabelece como dever dos governos e da coletividade defendê-lo e preservá-lo para as gerações presentes e futuras. As unidades de conservação compõem espaços territoriais, em sua maioria formados por áreas contínuas com o objetivo de preservação da flora, da fauna e das belezas naturais, e, ainda, do meio ambiente como um todo, tutelada por legislação específica, visando à perpetuação do referido espaço (Une e Louro). Na legislação que dispõe sobre a proteção dos aspectos bióticos e abióticos do território nacional, destacam-se como norteadoras de criação de unidades de conservação: Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 011/87, de 3 de dezembro de 1987. Essas áreas são criadas pelos Poderes Públicos Federal, Estadual e Municipal em seu âmbito administrativo; as instituições particulares, na maioria das situações, respondem pela sua manutenção e administração. Assim, as unidades de conservação, de acordo com Bruck (1995), têm a finalidade de: 70 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II • preservar bancos genéticos, de fauna e flora, a fim de permitir pesquisas que os levem à utilização racional pelo homem. O estudo das espécies florísticas e faunísticas nos seus habitats naturais conduzem ao manejo adequado da fauna; • acompanhar, no entorno e nas áreas protegidas, por meio de monitoramento ambiental, as alterações que sucedem provocadas por uma ação antrópica ou natural, correlacionando as mudanças externas, que sucedem de maneira mais impactante, com as mudanças internas, estabelecendo-se parâmetros para melhor conduzir o uso do solo ou reabilitar áreas que já estejam degradadas; • proteger os recursos hídricos, em especial as cabeceiras de rios e áreas, ao longo das bacias hidrográficas, que apresentam pressão demográfica; • proteger paisagens de relativa beleza cênica, bem como aquelas que contenham valores culturais, históricos e arqueológicos com finalidade de estudos e turismo; • conduzir, de maneira apropriada, a educação ambiental, tanto a de cunho turístico quanto ligada às atividades escolares e, em especial, às comunidades; • proporcionar condições para o desenvolvimento de pesquisas, desde observações, que não danifiquem os ecossistemas, até alterações nestes. Os produtos das pesquisas têm a finalidade de atender às regiões do entorno das unidades de conservação que contenham ecossistemas similares ou estudos, permitindo melhor apropriação dos recursos naturais pelo homem; • proteger áreas de particulares que tenham relevantes interesses faunísticos e/ou florísticos; • proteger áreas que venham a ter, no futuro, uma utilização racional do uso do solo. A diversificação e a combinação das finalidades das unidades de conservação respondem pela diversidade de tipos de áreas, conforme o Ibama. Além disso, a Constituição obriga os que exploram recursos minerais a recuperar o meio ambiente degradado; sujeita os infratores a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos; reconhece a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira como patrimônio nacional; torna indisponíveis terras devolutas ou arrecadadas pelo Estado, necessárias à proteção dos ecossistemas; exige que as usinas nucleares tenham sua localização definida por lei federal. Em 2011, voltou à pauta no Congresso Nacional a forma pela qual o meio ambiente brasileiro deve ser preservado, gerando grande polêmica. As propostas do governo foram derrotadas pelas votações. Veja a seguir como é a atual legislação e o que se propõe no novo Código Florestal brasileiro. 71 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL Figura 57 72 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II 5.2.1 Unidades de preservação e conservação São áreas com características naturais de valor relevante, com garantias de proteção, mantidas sob regime especial de administração que preserve a diversidade biológica, proteja as espécies raras ou em perigo de extinção, incentive o uso sustentável dos recursos naturais e conserve paisagens naturais de notável beleza. Representam área total de 31 294 911 ha, equivalendo a 3,7% da superfície do País, e compõem o Sistema Nacional de Unidades de Preservação. Parques nacionais – são áreas de extensão considerável, exclusivas do Poder Público Federal, delimitadas por abrangerem espécies raras de fauna e flora; são criadas visando à proteção dos recursos hídricos e das formações geológicas. Estão abertas à visitação pública, mas é proibida qualquer forma de exploração dos recursos naturais. Podem ser terrestres ou marinhas. Ex.: Parque Nacional de Itatiaia (RJ/MG). Figura 58 Reservas biológicas – são áreas de dimensões variáveis, caracterizadas por conter ecossistemas ou comunidades de relevância biológica, mas de difícil manutenção. São fechadas à visitação pública e é proibida a exploração dos recursos, a não ser para pesquisas científicas. Ex.: Reserva Biológica do Atol das Rocas (RN/MA). Zona de fratura de Fernando de Noronha Arquipélago Fernando de Noronha 40º 35º 0º 5º 10º 15º 50 20 100 500 1000 30º50’ 33º40’W 3º45’ N 0ºs 30º W Figura 59 73 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D iagr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL Estações ecológicas – são áreas representativas de ecossistemas naturais, destinadas à realização de pesquisa em ecologia, à proteção do meio ambiente natural e ao desenvolvimento da educação preservacionista. Devem ter, no mínimo, 90% da área destinada à preservação integral e 10% às pesquisas. Podem ser criadas pela União, pelos estados ou municípios. Ex.: Estação Ecológica do Taim (RS). Figura 60 Florestas nacionais – são áreas extensas de cobertura florestal que abrigam espécies, sobretudo nativas, e oferecem condições à produção sustentável de madeira, proteção dos recursos hídricos, manejo de fauna silvestre e recreação. Sua principal característica é o uso sustentado dos recursos, com exceção de algumas áreas submetidas à proteção mais rigorosa. Ex.: Floresta Nacional do Araripe (CE). Áreas de proteção – estão destinadas à conservação da vida silvestre e dos recursos naturais, à manutenção dos bancos genéticos e da qualidade de vida de seus habitantes. Sua utilização deve obedecer a um zoneamento ambiental, sem desapropriação das terras pelo Poder Público. O zoneamento é estabelecido em conjunto com universidades, ONGs e comunidades. Ex.: Área de Proteção de Jericoacoara (CE). 74 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II Vila de Jericoacoara Preá Duna do Pôr-do-Sol Trilha Lagoa Grande Serrote e Farol Pedra Furada Trilha do Preá Lagoa Azul Lagoa de Jijoca Trilha Mangue Seco / Guriú 4km 14km 6,5km 4km 10km 7km 7km 5km 5km 3,6km 1,5km 5,4km 8km Mangue Seco Lagoa GrandeGuriú Jijoca Jijoca CE-085 Camocim Legenda: Parque Nacional Estrada asfaltada Entrada do Parque Nacional Trilhas autorizadas Estrada de terra 0 1km 4km Cruz Caiçara Figura 61 Reservas extrativas – são áreas naturais, ou pouco alteradas, onde vivem grupos sociais que usam produtos da flora nativa como fonte de subsistência, extraídos segundo os planos de manejo preestabelecidos. De domínio público, são utilizadas mediante concessão federal e estadual. Ex.: Reserva Extrativista Chico Mendes (AC). Marechal Thaumaturgo Sena Madureira Rio Branco Assis Brasil Capixaba Xapuri Brasiléia RESEX do Alto Juruá RESEX Chico Mendes Figura 62 75 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL Figura 63 – Extração de borracha na Reserva Chico Mendes Parques e reservas nacionais À medida que são definidas as unidades de conservação, e estas são criadas sob administração federal, observa-se uma tendência de elas se difundirem, sendo recriadas e vinculadas às administrações estaduais, municipais e particulares. Após esse passo, seria desejável que se adotasse para todas as unidades de conservação o mesmo procedimento normativo de criação utilizado para as terras indígenas: delimitação, demarcação e registro, além de outros específicos, como a elaboração e implementação de planos diretores condizentes com objetivos da área e da adoção de medidas no seu entorno. Só assim, tais áreas estariam resguardadas e, consequentemente, cumpririam os objetivos para os quais foram criadas. Assim, pelo menos no âmbito legal, o Brasil está buscando alternativas viáveis para proteger a biodiversidade e sustentar a relação entre a população brasileira e o meio ambiente. 76 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II Figura 64 Curiosidade Sob uma perspectiva histórica, a incidência de fogo nas matas remonta a mais de 22000 A.P. (antes do presente). No final da última glaciação, antes da chegada do homem às Américas, o clima era seco e frio, os incêndios só ocorriam por causas naturais, sendo em geral causados por raios. Ao lado da chuva, propiciava-se o manejo natural do material combustível existente [...]. A sedentarização do homem no território nacional levou à prática da queimada tipo coivara adotada pelos índios. Posteriormente, com a colonização, adotou- se também a prática das queimadas. Fonte: adaptado de Brasil, 2011. Outra forma de proteger o meio ambiente da devastação humana foi a criação de um conjunto de normas técnicas referentes a métodos e análises que possibilitam certificar que determinado produto – seu carro, inseticida, papel que você usa; sua produção; distribuição e descarte – não prejudique ou minimize o impacto sobre o meio. Conjunto esse conhecido como gestão ambiental. A instituição que produziu tal produto, seguindo um programa de gestão ambiental, faz com que seus produtos: • não proporcionem, ou, pelo menos, reduzam ao mínimo, os danos ambientais; • estejam de acordo com a legislação ambiental. A instituição normatizadora do País, ou outra por ela delegada, emite, então: • o certificado sobre o processo de produção; ou • o rótulo sobre o produto – o selo verde. Esse conjunto de normas, ora em estudos, tem abrangência internacional e, segundo os que o propõem, permitirá saber, no Brasil, no Egito ou na Coreia, por exemplo, quais as condições de análise 77 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL a que foram submetidos os produtos e processos, os países em que foram emitidos os certificados de qualidade ambiental, como Paraguai, Alemanha, EUA etc. Além do padrão ISO de qualidade dos produtos, as empresas preocupam-se com o Selo de Qualidade Ambiental. Estes surgiram em 1978, na Alemanha. Atualmente, mais de vinte países têm programas dessa natureza. Segundo o autor do projeto, os selos verdes incentivam o consumo de produtos ambientalmente corretos, podendo ser considerados motivadores da proteção ao meio ambiente. Nos países desenvolvidos, esses produtos movimentam cerca de US$ 230 bilhões e absorvem 1% do total da mão de obra. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que as exportações dos produtos ecologicamente corretos abranjam entre 5% e 10% da produção desses países. O projeto de lei instituindo o sistema nacional de selo ambiental de embalagens segue agora para a Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias, e de lá para a Comissão de Constituição e Justiça. O selo verde – para combater o mercado clandestino no comércio madeireiro, o Conselho de Manejo Florestal (FSC), uma entidade ambientalista internacional, apoia os produtos de origem florestal obtidos de forma sustentável. Atualmente, existem oito mil itens que receberam o selo verde em todo o mundo. O que é? É um certificado que será entregue às empresas que cumprirem os requisitos do Sistema de Gestão Ambiental, atendendo a critérios baseados nas normas da Série ISO 14000. Objetivos – será um instrumento concreto de motivação para redução de impactos ambientais provocados por empresas situadas na bacia e também uma forma efetiva de educação ambiental para um público específico: empresários e trabalhadores. Quais empresas podem participar? É destinado a todos os tipos e tamanhos de organizações e é aplicável a todas as condições geográficas, culturais e sociais, incluindo os setores de serviços e manufatura. A região compreendida pelos municípios localizados na Bacia do Rio Tibagi é o alvo de divulgação, conscientização e trabalho em prol do uso de forma sustentável do meio ambiente. Quais benefícios para as empresas? Melhoriasinternas e vantagens de marketing serão os primeiros benefícios auferidos pelas empresas que buscarem a certificação de seu sistema de gestão ambiental. Muitos governos devem passar a adotar posturas mais exigentes de fornecedores, e a adoção e o cumprimento de programas ambientais será a primeira delas. Outros benefícios: 1. Enfoque comum à gestão ambiental; 2. Melhoria da medição do desempenho ambiental; 3. Facilitação do comércio internacional (Mercosul e Europa, por exemplo); 4. Melhores processos, práticas e procedimentos de trabalho; 5. Redução de todo tipo de perda, acidente, incidente e omissão; 6. Comunicação e diálogo confiáveis; 7. Maior envolvimento e conhecimento das recomendações públicas; 8. Conscientização da comunidade e resposta de emergência; 9. Saúde e segurança dos funcionários; 10. Prevenção da poluição; 11. Distribuição segura dos produtos fabricados. 78 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II 5.2.2 Preceitos ecológicos do Padre Cícero Em meio ao sertão nordestino, especificamente numa região conhecida como Cariri, embora faça parte do sertão, apresenta características diferenciadas, por ter diversas fontes em meio às formações de arenito, o que possibilita o aparecimento de formações vegetais incomuns à caatinga, como se espera da região. Em meio a esse cenário, viveu o Padre Cícero Romão Batista (1844 – 1934), o Padre Cícero ou “Padrinho” como é conhecido localmente. Figura icônica na cultura nordestina, principalmente a cearense, ele tornou-se um dos maiores líderes religiosos conhecidos pelos brasileiros, senão o maior. Bastante controverso, por causa de sua ligação com a política e a oligarquia, ele transitava entre todas as camadas sociais da região de Juazeiro do Norte/CE, cidade onde foi, inclusive, prefeito. O Padre Cícero influenciou profundamente a cultura, a política e a religião do povo nordestino, mas também deixou um legado ecológico para essa comunidade. Legado esse construído pelas inúmeras secas vivenciadas no decorrer de sua vida, que acabaram por forjar suas ideias para a política, economia, religião e ecologia. Um dos eventos vivenciados por ele que afirmam a influência dos horrores da seca em sua vida foi descrito pelo escritor Lira Neto (2007): Entre 1877 e 1879, o Nordeste viveu uma das maiores e mais dramáticas secas da história. Nem mesmo o oásis caririense escapou. Como de costume, as doenças vinham a galope, na garupa da falta de água e de comida. Uma epidemia de varíola elevou o obituário do triênio, só na província do Ceará, à cifra assustadora de 180 mil almas, contra os poucos mais de 6 mil mortos em toda a década anterior. Cícero Romão, que na seca de 1862 perdera o pai para a cólera, aos 34 anos viveria nova e dolorosa tragédia pessoal: entre as vítimas da grande estiagem, estava sua irmã Maria Angélica, a filha mais nova de dona Quino. “Tenho tanto medo”, confessou Cícero em carta ao bispo, atribuindo o flagelo à fúria divina. “Nem se pode duvidar que tanta avareza, tanta impudicícia, tanto assassinato, tanto crime em escala nunca vista façam continuar o castigo e aparecer outros maiores”, previu. Não era só o sertão que agonizava. As notícias que chegavam de Fortaleza eram aterrorizadoras. A capital, que possuía cerca de 30 mil moradores, recebera 200 mil retirantes, arranchados em praça pública, em condições insalubres. A varíola aproveitou para atacar sem piedade. Em um único dia, 10 de dezembro de 1878, o cemitério da cidade recebeu, oficialmente, 1.004 corpos. ”O número de mortos devia ser muito maior porque em torno da cidade, pelos matos e valados, inumavam-se cadáveres ou se deixava apodrecer insepultos”, testemunhou na época o médico historiador cearense barão de Studart. Na manhã seguinte àquele que ficaria conhecido como o Dia dos Mil Mortos, Fortaleza amanheceu com uma nuvem negra pairando 79 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL sobre a cidade. Não era nenhum sinal de chuva: eram centenas de urubus que davam rasantes no céu. Lá em baixo, cães disputavam entre si restos de carne humana (LIRA NETO, 2007, p. 56). Nesse contexto, é fácil de entender porque Padre Cícero desenvolveu uma preocupação com o meio ambiente e com a utilização dos recursos naturais pelo sertanejo. Sobre isso, Walker (2006) relata: No Cariri, há mais de cem anos, quando ninguém falava em ecologia, o Padre Cícero – como extraordinário homem de vanguarda que foi –, se antecipava e ensinava preceitos ecológicos aos romeiros. Eram coisas simples, como “não derrubem o mato; não toquem fogo no roçado; deixem os animais viverem; não matem os passarinhos; utilizem as plantas medicinais”, mas que surtiam um grande efeito. Essa iniciativa de Padre Cícero, hoje largamente disseminada no Nordeste, foi elogiada por ecologistas de renome, como o professor J. Vasconcellos Sobrinho, no seu livro Catecismo de ecologia (VOZES, 1982), e Dr. Rubens Ricupero, ex-ministro do Meio Ambiente, o qual, em artigo publicado no jornal O Globo (19/1/94), disse que Padre Cícero “pregou em pleno sertão nordestino a palavra que hoje a consciência ambiental a duras penas começa a inscrever na nossa visão de mundo”. Muito antes de que se realizasse a I Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, em 1972, ele teve essa percepção aguda de algo que constitui antes de tudo um interesse legítimo, identificado por quem está próximo da realidade (WALKER, 2006, p. 3). Padre Cícero, porém, não deixou nenhum registro escrito de sua obra ecológica. Tudo que se conhece a esse respeito é sabido por meio de oralidade das comunidades criadas a partir de seus ensinamentos. Assim, os preceitos ecológicos do sacerdote são: 1) Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau. 2) Não toque fogo no roçado nem na Caatinga. 3) Não cace mais e deixe os bichos viverem. 4) Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer. 5) Não plante em serra acima nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza. 6) Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva. 7) Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta. 8) Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só. 80 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II 9) Aprenda a tirar proveito das plantas da Caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca. 10) Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer. 11) Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só. Saiba mais Os seguintes filmes abordam, de maneiras diferentes, aspectos do conteúdo estudado. MICROCOSMOS. Direção: Claude Nuridsany e Marie Pérennou. 80 min. França, Suíça e Itália,1996. TERRA. Direção: Alastair Fothergill e Mark Linfield. 90 min. EUA, 2009. OS lobos nunca choram. Direção: Carroll Ballard. 91 min. EUA, 1983. MATARAM Irmã Dorothy. Direção: Daniel Junge. 94 min. EUA, 2007. 6 APROVEITAMENTO DOS BIOMAS A administração dos recursos bióticos, de uma forma que sustente uma razoável qualidade de vida humana, depende da sábia aplicação de princípios ecológicos, não meramente para resolver ou prevenir problemas ambientais, mas também para instruir nossos pensamentos e práticas econômicas,políticas e sociais (RICKLEFS, 1993). 6.1 Brasil No Brasil, durante muitos anos, toda e qualquer atividade exploratória dos biomas foi baseada na extração de madeira, com o corte ilegal, o desmatamento para agricultura e pastagens e a caça predatória indiscriminada. Percy Lau Ilustrador e desenhista peruano, nascido em Arequipa em 1903 e falecido no Rio de Janeiro em 1972, onde passou a maior parte de sua vida. Retratou aspectos do Brasil em bico de pena, com técnica e precisão, detalhamento de sombras, quantidade de elementos no quadro e com bela composição de cena. Seu nome completo era Percy Alfred Lau. Ele foi contratado pelo IBGE, para ilustrar seus livros, viajou pelo Brasil estudando paisagens e tipos humanos, registrando seus costumes, hábitos, o folclore, enfim o cotidiano de cidades e vilarejos do Brasil. 81 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL Trabalhou por mais de 30 anos e suas obras foram expostas em 1986 no Museu Nacional de Belas Artes, que possui grande acervo de gravuras, desenhos, capas de livros e documentação iconográfica. Ilustrou a obra literária Vila dos Confins, de Mário Palmério, cuja ação transcorre no oeste mineiro nos anos 1950. Além disso, muitas de suas ilustrações foram publicadas em livros didáticos de Geografia, como os do professor Aroldo de Azevedo. Atualmente diversas iniciativas têm buscado uma exploração sustentável dos nossos biomas, com a intenção de conservar ao mesmo tempo em que possamos usufruir os recursos naturais abundantes do nosso território. Na Amazônia, o governo federal vem capacitando comunidades locais sobre legislação pesqueira e manejo do ecossistema, com o intuito de diminuir os impactos sobre espécies locais ameaçadas de extinção em virtude da exploração descontrolada. Na caatinga, uma das principais dificuldades é que, além da questão ambiental, temos problemas sociais gritantes; fato esse que dificulta o trabalho de conscientização das comunidades e a implantação de parcerias para conservação do meio. Grande parte desses problemas é influenciada pela escassez das chuvas na região e também pelo mau uso das terras. Nesse bioma, as principais atividades são a agricultura e a pecuária, mas a falta de conhecimento do uso correto da terra vem contribuindo para a destruição do solo, junto com as sucessivas queimadas para retirada de plantas nativas, gerando assim o empobrecimento do solo e impossibilitando sua regeneração. Figura 65 Governos locais e instituições como o Sebrae têm implantado ações de educação ambiental nas escolas da região do semiárido e programas de capacitação dos trabalhadores, como o Programa Cabra Forte, na Bahia. Essas ações garantem melhor relação entre homem e meio ambiente, favorecendo a conservação da caatinga. No Brasil Central, aparece o cerrado, um bioma com vegetação esparsa que vem sendo destruída pelo crescimento das cidades e, principalmente, pela agricultura com o plantio de soja. Frequentemente fazendeiros promovem queimadas para limpar o solo, que se alastram por outras áreas por causa do vento forte, como o ocorrido em 2005 no Jardim Botânico do DF. 82 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II Em 2002, o governo federal criou a Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central para preservar o cerrado. Contudo, o governo do DF tenta anular a criação dessa APA para poder manejar a área e expandir loteamentos residenciais. Hoje, o Ibama mantém centros permanentes de combate ao fogo do cerrado (Prevfogo), realizando, além de ações de combate às queimadas, projetos de educação ambiental para evitar tal comportamento. A Embrapa Cerrados trabalha com pesquisas sobre frutos típicos desse bioma, e empresas de beneficiamento de alimentos têm usado esses frutos na produção de alimentos como sorvetes e doces. Já no Pantanal muito se conhece sobre a atividade pecuarista da região, assunto esse difundido em meios de comunicação por meio de músicas e programas de TV, retratando a vida do peão pantaneiro que conduzia o gado pela planície alagada. Mas outra atividade que na década de 1980 devastou o Pantanal foi a mineração do ouro na região de Poconé e Livramento, MT. Inicialmente de maneira manual; logo depois, com a instalação de máquinas pesadas para extração do metal. Esse processo de mineração deixou enormes crateras no solo, que após o fim da atividade serviram para projetos de recuperação ambiental desenvolvidos pela mineradora em parceria com o Poder Público. Nessas áreas, foram construídas curvas de nível e plantadas espécies nativas. E as escolas da região acabaram utilizando essas áreas para desenvolver projetos de educação ambiental com os alunos. Na contramão da conservação, em 2005 o governo do MS permitiu a instalação da agroindústria de cana-de-açúcar e seus derivados na Bacia do Alto Paraguai, sem considerar as contestações feitas por ambientalistas e estudantes a respeito da devastação que causaria no ecossistema pantaneiro. Em 2009, porém, o governo federal lançou o zoneamento da cana-de-açúcar no Brasil, proibindo seu cultivo no Pantanal, em clara atitude de preservação desse bioma. Na Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversidade do planeta, a ação do homem foi tamanha que somente cerca de 7% resistiu ao tempo e à devastação. Durante muito tempo, as carvoarias, as lavouras e a construção de lixões reduziram drasticamente esse importante bioma brasileiro. Figura 66 83 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL Em se tratando das carvoarias clandestinas, além da destruição ambiental, essa atividade utilizava- se principalmente de mão de obra infantil. Milhões de crianças, ao longo dos anos, foram “escravizadas” e submetidas a condições desumanas de trabalho. Ainda hoje, existem regiões onde essas carvoarias continuam a funcionar e a destruir a Mata Atlântica e a infância de muitas crianças. Hoje programas de conservação com a formação de reservas ambientais, atividades de educação ambiental e também projetos para a erradicação do trabalho infantil espalham-se por diversos estados brasileiros onde ainda há resquícios da Floresta Atlântica. Tabela 1 – Recursos e entidade financiadora dos projetos de ONGs no Vale do Ribeira – SP de 1990 a 2000 Tipo de entidade financiadora Número de projetos* Número de projetos (%) Valor (em Reais) Valor (%) Nacional privado 3 17% 157.500 6% Nacional público 12 67% 695.593 25% Internacional privado 5 28% 1.124.952 40% Internacional público 1 6% 350 13% Contrapartida 9 50% 455.958 16% Total 18** 2.779.793 100% * um projeto pode ter mais de um financiamento ** dos 28 projetos, nem todos informaram o valor do financiamento Fonte: Capobianco et al., 2004. Muitos desses projetos recebem incentivo financeiro de empresas brasileiras que apoiam a conservação do bioma e, ao mesmo tempo, utilizam matéria-prima originária da floresta para produção de seus produtos. Outra fonte de recursos para a conservação da Mata Atlântica vem de instituições financeiras estrangeiras, como para a Serra da Cantareira, em São Paulo, que durante muito tempo recebeu dinheiro de bancos alemães para projetos de conservação desse ecossistema, onde se encontra a maior floresta nativa dentro de uma cidade. Conservação Recuperação Uso sustentável N º d e Pr oj et os 19 90 19 91 19 92 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 80 70 60 50 40 3020 10 0 Figura 67 – Evolução da quantidade de projetos desenvolvidos no bioma Mata Atlântica, por ano, no período 1990-2000, por objetivo principal 84 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II Por fim, os campos sulinos sofrem com o crescimento da monocultura do trigo, da soja e dos pinheiros para a venda de madeira, como também é devastado pela pecuária. O capim caninha (Andropogon lateralis), planta típica desse bioma, está desaparecendo da Região Sul do país por causa dessas atividades; com isso, a paisagem com o aspecto dourado, típica do Sul, tem diminuído a cada ano. Outra planta comum desse ecossistema, e vítima do processo, é a palmeira butiá- da-serra (Butia eriospatha), da qual se aproveita o fruto para gastronomia e artesanato. Recentemente ações de reflorestamento dessa espécie têm sido incentivadas por governos locais como alternativa às monoculturas. O resgate da flora nativa também visa ao turismo rural, pois traz de volta o aspecto original do bioma, o que é fundamental para atrair turistas de diversas partes. Figura 68 7 GLOBO Ao redor do planeta, em todos os biomas que conhecemos, a presença do homem tem reduzido de maneira intensa a diversidade das espécies e a área dos ecossistemas. Seja no hemisfério Norte ou no Sul, no Oriente ou no Ocidente, a cultura exploratória nunca se preocupou com a manutenção dessas áreas. 85 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL 1) Urbanização e crescimento 2) Efeito Estufa 7) Poluição 8) Caça 10) Desertificação 3) Expansão da fronteira agrícola 5) Expansão de pastagens 6) Sobrepesca marinha 9) Destruição dos habitats 4) Exploração de madeira Figura 69 Na taiga, vegetação formada predominantemente por coníferas, o corte das árvores para a fabricação de papel e para a construção civil tem acabado com boa parte do bioma. No Canadá, por exemplo, a produção de papel é responsável por cerca de 10% das exportações, além de estimar-se que metade de todo o papel-jornal do mundo seja canadense. Figura 70 Com relação às savanas, apesar de se distribuírem por diversas partes do globo, como América do Sul, Austrália e África, com peculiaridades específicas em cada região, destaca-se a Savana africana, onde a caça predatória sempre favoreceu a diminuição da biodiversidade. Apesar disso, atualmente diversos países investiram no turismo ecológico como alternativa para a conservação do bioma. Em alguns locais, também vemos o extrativismo vegetal aparecer como resposta à devastação ambiental. 86 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II Figura 71 Nas florestas temperadas, muito características no hemisfério Norte, podemos citar a expansão das áreas agrícolas como fator determinante na redução do bioma. Nos EUA, por exemplo, os cinturões agrícolas dominaram grande parte do território onde antes havia floresta nativa. Na Europa, o crescimento das cidades, desde a Idade Média, também foi responsável pelo desmatamento e consequente desaparecimento do ecossistema temperado. Hoje, porém, muitos países aderiram a políticas de preservação do que restou de floresta nativa, buscando soluções que não agridam mais essas áreas. Pensando nos desertos, apesar de parecer um ambiente inóspito, esses biomas podem abrigar espécies animais e vegetais que também sofrem com a exploração econômica. Uma atividade econômica bastante praticada é a exploração de recursos minerais, como ferro e cobre. Graças a essa atividade, o Chile é um dos maiores produtores de cobre do planeta. Figura 72 – Detalhe de cacto, planta xerófita, típica dos desertos. Observe que as folhas do vegetal tornaram-se espinhos para evitar a perda de água 87 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL Figura 73 – Animal do deserto Outra atividade atualmente praticada em desertos é o turismo, pois a curiosidade das pessoas em passar uma noite num lugar como esse, passear de camelo, ou ainda vivenciar o cotidiano de um beduíno tem levado cada vez mais pessoas a procurar esse tipo de passeio, principalmente no Oriente Médio, movimentando a economia da região. Por outro lado, centros de grandes cidades, como Dubai e Abu Dabi, foram construídas no deserto com estruturas futuristas e arrojadas, cheias de locais de compra e finanças, para atrair ainda mais pessoas. Isso, sem dúvida, causa impacto ambiental sobre o ecossistema, modificando a paisagem e a diversidade local. Figura 74 – Turismo no deserto 8 PERSPECTIVAS FUTURAS Depois de observarmos os recentes acontecimentos no Brasil e no mundo, notamos que os governos têm se manifestado em prol do meio ambiente. Toda movimentação de décadas tem surtido efeito nas legislações que visam proteger e utilizar, de forma sustentável, os recursos naturais. 88 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II É certo que a educação dos mais jovens tem papel fundamental para atingirmos esse objetivo. Por isso atualmente investe-se na educação ambiental como forma de propagar os fundamentos da sustentabilidade. Não há caminho melhor do que formar a consciência ambiental nos indivíduos desde a infância; pois, nessa fase, o aprendizado dos conceitos se dá de maneira eficaz, além de ser um assunto que atrai a atenção e desperta a curiosidade dos pequenos. Por outro lado, os investimentos em recuperação de áreas devastadas têm sido feitos de maneira discreta e corretiva. Claro que o ideal não é investirmos em recuperação, e sim na preservação e na conservação dos biomas, para não vê-los desaparecer. O conjunto das atitudes tomadas tem como efeito uma redução da destruição dos biomas ao redor do planeta. Falta muito para atingirmos o esperado, ainda mais o ideal. Muitos governantes, preocupados apenas com o desenvolvimento econômico do país, ignoram preceitos ambientalistas e constantemente são questionados sobre suas atitudes. Grupos ambientalistas buscam alternativas mais extremas a fim de abrir os olhos da população mundial, buscando novos horizontes e saídas. Recentemente, a imprensa mundial noticiou a prisão de ativistas ligados ao grupo Greenpeace em protesto contra a exploração e o impacto ambiental no Círculo Polar Ártico. Por diversas vezes, tentaram enfrentar governos e grandes empresas com manifestações e reinvindicações sobre os problemas ambientais. Hoje, na maior parte do globo, temos a liberdade de protestar e cobrar esclarecimentos dos governos e das empresas, seja por meio da música, da propaganda, da internet e dos demais meios de comunicação. Isso facilita a fiscalização e a informação sobre a questão ambiental, seja dos biomas locais ou daqueles ao redor do planeta. A conscientização da massa é um bom caminho para criarmos uma postura comum em prol do meio ambiente. Um exemplo do bom uso desses meios é o ambientalista e atual ministro do Meio Ambiente da Austrália, Peter Garrett, músico e ex-líder da banda australiana Midnight Oil, que pregava questões ambientais em suas letras. No Brasil, temos Marina Silva, ambientalista e defensora das questões amazônicas, que tornou-se ministra do Meio Ambiente, recebendo prêmios internacionais como defensora da causa. Esses exemplos servem para ilustrar como a mídia pode promover ideias de sustentabilidade e atingir de diversas formasa população em geral, utilizando, inclusive, os próprios governos para difundir os ideais. Caminhamos para o momento em que, ou nos enquadramos como indivíduos racionais e evoluídos que somos e aderimos à sustentabilidade, ou não haverá mais projeções favoráveis para a permanência de nossa espécie no planeta com qualidade de vida. Precisamos decidir de que lado estamos! 89 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL Saiba mais Assista, pondere, repense e reflita: IF a tree falls: a story of the Earth liberation front. Dir. Marshall Curry. 89 min. EUA, 2012. XINGU. Dir. Cao Hamburger. 102 min. Brasil, 2012. A ERA da estupidez. Dir. Franny Armstrong. 100 min. EUA, 2009. Leia e amplie seus conhecimentos: CECHIN, A. A natureza como limite da economia: a contribuição de Nicholas Georgescu-Roegen. São Paulo: Senac, 2012. ROCHA, A. A.; FELDMAN, F. A mata atlântica é aqui, e daí? São Paulo: Terra Virgem, 2006. Resumo Nesta unidade, realizamos um histórico sobre a proposta de estudos ecológicos e ambientais. Estudamos os conceitos básicos da ecologia e interações entre os seres vivos e os ambientes. Caracterizamos a interação humana e as noções de conservação e preservação dos biomas (relações harmônicas e desarmônicas). Localizamos os parques nacionais, as reservas biológicas, os parques ecológicos e as florestas do Brasil. Destacamos também a nova Lei Florestal e a importância da certificação para produtos ecologicamente sustentáveis. Além disso, exemplificamos com propostas de sustentabilidade, como a do Padre Cícero para o Nordeste e o aproveitamento dos biomas em outras áreas do Brasil. Não poderíamos deixar de destacar a questão da “pegada ecológica” – conceito apresentado pela economia ambiental que relaciona disponibilidade de recursos e consumo. 90 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Unidade II Exercícios Questão 1. (Enade, 2008, adaptada). Com relação ao fenômeno da desertificação, analise as asserções a seguir. Embora a desertificação seja concebida como um fenômeno climático, pode-se distinguir outro tipo desse mesmo fenômeno, o ecológico, porque a desertificação, do ponto de vista ecológico, pode desenvolver-se até mesmo em ambiente úmido, podendo o elemento clima não sofrer variação tão perceptível quanto aquela do manto vegetal e do solo. Acerca dessas asserções, assinale a opção correta. A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E) As duas asserções são proposições falsas. Resposta correta: alternativa A. Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: ambas as afirmações são verdadeiras e consequentes, pois do ponto de vista climático é possível encontrarmos desertos frios ou quentes, porém é do ponto de vista biológico que se pode perceber e aferir o processo de desertificação, que remete às dificuldades de manutenção da vida, sendo este o maior indicador. B) Alternativa incorreta. Justificativa: como já afirmado na alternativa A, a vegetação e o solo são mais sensíveis e dependentes dos elementos locais que a circulação atmosférica, manifestando as demais condições ambientais. 91 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 BIOMAS TERRESTRES E SUA DINÂMICA: QUESTÃO AMBIENTAL C) Alternativa incorreta. Justificativa: desertificação implica sistema desequilibrado a um ponto que dificulte a vida nesses locais, sendo o fator de desequilíbrio a falta ou o excesso de energia (sol ou frio demais), por exemplo. D) Alternativa incorreta. Justificativa: é um fenômeno corroborado pelo clima, normalmente a ele associado. E) Alternativa incorreta. Justificativa: pelas razões expostas, ambas são verdadeiras. Questão 2. (Enem, 2011, adaptada). Certas espécies de algas são capazes de absorver rapidamente compostos inorgânicos presentes na água, acumulando-os durante seu crescimento. Essa capacidade fez com que se pensasse em usá-las como biofiltros para a limpeza de ambientes aquáticos contaminados, removendo, por exemplo, nitrogênio e fósforo de resíduos orgânicos e metais pesados provenientes de rejeitos industriais lançados nas águas. Na técnica do cultivo integrado, animais e algas crescem de forma associada, promovendo um maior equilíbrio ecológico (SORIANO, E. M. Filtros vivos para limpar a água. Revista Ciência Hoje, v. 37, n. 219, 2005). A utilização da técnica do cultivo integrado de animais e algas representa uma proposta favorável a um ecossistema mais equilibrado porque: A) Os animais eliminam basicamente oxigênio, que é usado pelas algas para a síntese de biomassa. B) Os animais fornecem excretos orgânicos nitrogenados, que são transformados em gás carbônico pelas algas. C) As algas usam os resíduos nitrogenados liberados pelos animais e eliminam gás carbônico na fotossíntese, usado na respiração aeróbica. D) As algas usam os resíduos nitrogenados provenientes do metabolismo dos animais e, durante a síntese de compostos orgânicos, liberam oxigênio para o ambiente. E) As algas aproveitam os resíduos do metabolismo dos animais e, durante a quimiossíntese de compostos orgânicos, liberam oxigênio para o ambiente. Resolução desta questão na plataforma. 92 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 Caderno 3 da 2ª série do Ensino Médio do Sistema Objetivo de Ensino. 2012. Figura 2 UNIVERSIDADE DE CAMPINAS. Prova de Ciências Humanas e Artes/Língua Inglesa: 2a fase. 2014. Disponível em: <http://www.comvest.unicamp.br/vest2014/F2/provas/ciening.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2014. p. 17. Figura 3 102938-073-51689C68.JPG. Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/assembly/177582/ Distribuicao-global-dos-principais-biomas-terrestres>. Acesso em: 23 fev. 2014. Figura 4 FILE000965694910.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/mettem/ preview/fldr_2008_11_28/file000965694910.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 5 FILE0001700783995.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/i/ infographeelle/preview/fldr_2005_12_10/file0001700783995.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 6 FILE00071874847.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/d/ digitaldundee/preview/fldr_2008_11_11/file00071874847.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 7 FILE0001255510145.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/l/ lightfoot/preview/fldr_2008_11_02/file0001255510145.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 8 FILE000186742831.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/f/fieryn/ preview/fldr_2005_07_11/file000186742831.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014.93 93 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Figura 9 FILE0001604711698.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/k/ kahanaboy/preview/fldr_2008_11_28/file0001604711698.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 10 FILE0001591491420.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/c/clconroy/preview/fldr_2008_11_08/file0001591491420.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 11 Caderno de Geografia do 2º ano do Ensino Médio do Sistema Objetivo de Ensino. 2013. Figura 12 FILE0001972056104.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/d/ danielito/preview/fldr_2008_11_11/file0001972056104.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 13 FILE0001842706569.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/ sarablu7/preview/fldr_2008_11_28/file0001842706569.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 14 FILE000139368792.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/t/taliesin/ preview/fldr_2008_11_02/file000139368792.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 15 FILE000913034077.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/b/blackbird/ preview/fldr_2005_07_25/file000913034077.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 16 FILE8841341871060.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/k/ kconnors/preview/fldr_2012_07_09/file8841341871060.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 17 Caderno de Geografia do 2º ano do Ensino Médio do Sistema Objetivo de Ensino. 2013. 94 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Figura 18 FILE951291132550.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/v/ veggiegretz/preview/fldr_2010_11_30/file951291132550.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 19 FILE8101249699413.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/ matiasromero/preview/fldr_2009_08_07/file8101249699413.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 20 FILE0002007501098.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/ mickepe/preview/fldr_2005_03_01/file0002007501098.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 21 13582614099G9PJ.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/ mconnors/01/l/13582614099g9pj.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 22 1385270644ZK89O.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/q/ quincylemonade/11/l/1385270644zk89o.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 23 CAATINGA10.PNG. Disponível em: <http://w3.impa.br/~lcruz/courses/pi/bd/img/biomas_brasileiros/ caatinga/caatinga10.png>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 24 FILE0001400552339.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/ mumland/preview/fldr_2008_11_28/file0001400552339.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 25 Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, n. 2, v. 72, p. 47, maio 2012. Figura 26 OPL_DSCF6558.JPG. Disponível em: <http://www2.openphoto.net/thumbs/volumes/vlibre/20051201/ opl_DSCF6558.JPG>. Acesso em: 11 mar. 2014. 95 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Figura 27 26504.JPG. Disponível em: <http://openphoto.net/gallery/image/view/26504>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 28 FILE0001988288484.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/c/clarita/ preview/fldr_2004_09_02/file0001988288484.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 29 FILE4761235111797.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/e/earl53/ preview/fldr_2009_02_20/file4761235111797.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 30 FOWELLS, H. A. Silvic of forest trees of the United States. Washington D.C.: Departamento de Agricultura dos EUA, 1965. Figura 31 673744.JPG. Disponível em: <http://download.rj.gov.br/imagens/67/37/673744.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 32 BIOMAS-GEOGRAFIA-DOMINIOS-MORFOCLIMATICOS.JPG. Disponível em: <http://revistaescola.abril. com.br/img/geografia/biomas-geografia-dominios-morfoclimaticos.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 33 Caderno de Geografia do 2º Ano do Ensino Médio do Sistema Objetivo de Ensino. 2013. Figura 34 Caderno de Geografia do 2º Ano do Ensino Médio do Sistema Objetivo de Ensino. 2013. Figura 35 Caderno de Geografia do 2º Ano do Ensino Médio do Sistema Objetivo de Ensino. 2013. Figura 36 FILE8101290583146.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/w/wallyir/ preview/fldr_2010_11_24/file8101290583146.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. 96 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Figura 37 FILE0002035879828.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/suezoo/ preview/fldr_2008_11_28/file0002035879828.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 38 FILE0001724229506.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/t/taliesin/ preview/fldr_2008_11_02/file0001724229506.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 40 Caderno de Geografia do 2º ano do Ensino Médio do Sistema Objetivo de Ensino. 2013. Figura 41 CICLO-DA-AGUA.JPG. Disponível em: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/ cicloda-agua.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 42 Q_CICLOCARBONO.JPG. Disponível em: <http://www.uenf.br/uenf/centros/cct/qambiental/q_ ciclocarbono.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 43 INFO-VEJA-NITROGENIO.JPG. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/img/geral/info- vejanitrogenio.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2014. Figura 45 03485R.JPG. Disponível em: <http://lcweb2.loc.gov/service/pnp/ggbain/03400/03485r.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2014. Figura 46 3B31546_150PX.JPG. Disponível em: <http://lcweb2.loc.gov/service/pnp/cph/3b30000/3b31000/3b315 00/3b31546_150px.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2014. Figura 47 FILE6101281628792.JPG Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/g/gianni/ preview/fldr_2010_08_12/file6101281628792.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2014. 97 Re vi sã o: L uc as /A nd ré ia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 2/ 20 14 Figura 48 FILE000859455624.JPG Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/n/nrb/ preview/fldr_2008_11_28/file000859455624.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2014. Figura 49 136800207160DHP.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/f/Ferval/05/ l/136800207160dhp.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2014. Figura 50 FILE000208769627.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/c/clconroy/ preview/fldr_2008_11_08/file000208769627.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2014. Figura 51 FILE0001217791425.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/e/embalu/ preview/fldr_2005_03_27/file0001217791425.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2014. Figura 52 FILE4121244079529.JPG. 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