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Resumão FILOSOFIA parte 2 av1av2

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Resumo Filosofia – Estácio – Psicologia 1º Periodo 2015.1
..::Pré-Socráticos::..
Escola Jônica: Caracteriza-se sobretudo pelo interesse pela PHYSIS (natureza e relação necessaria), pelas teorias sobre a natureza. Explicar a realidade natural a partir dela mesma, sem nenhuma referência ao sobrenatural ou ao misterioso, formulando a doutrina da água como elemento primordial, principio explicativo de todo o processo natural; e, em segundo lugar, o caráter critico de sua doutrina.
Escola Italiana: Caracteriza-se por uma visão do mundo mais abstrata, menos voltadda para uma explicação naturalista da realidade, prenunciando um certo sentido da lógica e da metafísica, sobretudo no que se diz respeito aos eleatas.
Pitágoras: Representa uma transição do pensamento jônico para o da escola italiana, mas também representa a permanência de elementos míticos e religiosos no pensamento filosofico.
Pitágoricos: Uma das principais contribuiçôes à filosofia e ao desenvolvimento da ciência encontra-se na doutrina segundo a qual o NÚMERO é o elemento básico explicativo da realidade, podendo-se constatar uma proporção em todo o cosmo, o que explicaria a harmonia do real garantindo o equilíbrio.
Segunda fase do pensamento pré-socrético: Suas teorias combinavam frequentemente aspectos de diferentes escolas e valorizando uma concepção do mundo natural como múltiplo e donâmico.
Anaxágoras: Concebeu a realidade como composto de uma multiplicidade infinita de elementos a que denomina de homeomerias Anaxágoras usava o termo NOUS (espírito) no sentido dde causa da existência do cosmos, ou de primeiro motor, de uma maneira que antecipa a concepção aristótelica formulada na física.
Empédocles: É conhecido principalmente por sua DOUTRINA DOS QUATRO ELEMENTOS (fogo, água, terra e ar). Esses elementos são vistos como raízes (rizónatas) de todas as coisas, e de sua combinação resultaa a pluralidade do mundo natural.
A escola atomista.
Leucipo: É conciderado o fundador dessa escola, embora muito pouco se sabia a sua respeito. Seu pensamento é conhecido, sobre tudo a partir de seu discípulo Demócrito, que desenvolveu o atomismo.
Demócrito: A doutrina atomista sustenta que a realidade consiste em átomos e no vazio. A atração e a repulsão dos átomos causam os fenômenos naturais e o movimento e isso acontece devido a forma geométrica desses átomos, ou seja, os semelhantes se atraem e os diferentes se repelem.
Monismo x Mobilismo: Heráclito x Parmênides.
Heráclito: Junto com os atomistas são os princípais representantes do MOBILISMO, ou seja, concebe que a realidade natural se caracteriza pelo movimento, tudo está em fluxo. [off topic: “Planta rei”, que significa “tudo passa”] A noção de LOGOS (unidade que constitui a melhor explicação para os fenômenos) desempenha papel cenytral em seu pensamento, como princípio unificador do real e elemento básico da racionalidade e do cosmo. Os opostos se complementam (pluralidade). FOGO é seu elemento principal. “Não podemos nos banhar duas vezes no mesmo rio.” Dialetico -> A unidaade dos opostos que se integram e não se acumulam.
Parmênides: Parmênides e os eleatas são adversários do mobilismo, defendem o MONISMO, ou seja, a doutrina da existência de uma realidade única. “Aquilo que é não pode não ser”, a realidade é imutavel, imovel, eterna, sem ínicio ou fim. “É o mesmo o ser e o pensar”. A racionalidade do real e a razão são a mesma coisa.
Melisso: Discípulo de Parmênides, desenvolveu argumentos contra os monistas e movimentos de pluralidade.
Zenão: Muito conhecido devido aos PARADOXOS que formulou em defesa do MONISMO. Princípais paradoxos: “Aquiles e a tartaruga” e “Flexa imovel”. Como seus paradoxos tentou mostrar que a teoria do mobilismo era absurda. 
Mobilismo x Monismo: O conflito ocorre devido que o monismo busca o que é único, permanente, estavel, eterno e perfeito já o mobilismo valoriza a pluralidade do real, a contribuição da nossa experiência concreta para o conhecimento da dessa realidade.
..::Sócrates e os Sofistas::..
Os sofistas: Surgem na transição para a democracia. Eram mestres em retórica e oratória, perambulavam pelas cidades difundindo seus ensinamentos aos pilíticos, por exemplo. Embora mesmo sem formar uma “escola”, o que os ccaracteriza é muito mais uma prática ou uma atitude comuns do que uma doutrina única. Tinham forte oposição de Socrátes, Platão e Aristoteles. Os princípais sofistas foram Protágoras e Górgias. AS duas ideias centrais dos sofistas foram o HUMANISMO e o RELATIVISMO. A técnica argumentativa de Prótagoras se encontra sobretudo em seu tratado Antilogia, em que se desenvolve a antelógica como tentativa de argumentação pré e contra determinada posição, sendo ambas igualmente verdadeiraas e defensáveis, isso desenvolve uma técnica de argumentos opostos, pode ter um sentido de preparação para a discussão e o debate em que o que argumenta deve procurar antecipar todas as possíveis objeções.
Górgias: Considerado um dos maiores oradores e princípais mestres da retórica de sua época. Seu interesse pela elaboração e proferimento do discurso correto e eficaz levou-os a investigar a lingera grega e a iniciar seu estudo sistemático, através da divisão das partes do discurso, do estabelecimento da análise etimológica, examinando o significado e a ordem das palavras.
Sócrates: Sua concepção filosófica de Sócrates pode ser caracterizada como um MÉTODO DE ANALISE CONCEITUAL. Isso pode ser ilustrado pela sua frase “o que é....”, através do qual se busca a DEFINIÇÃO de uma determinada coisa, geralmente uma virtude ou uma qualidade moral. A discussão parte da necessidade de se entender algo melhor, através de uma tentativa de se encontrar uma definição. Sócrates acreditava que as respostas estavam nas próprias perguntas, estava no diálogo, na discussão sobre o tema, até se encontrar a resposta. Sua famosa frase “só sei que nada sei”. Sócrates diverge dos sofistas no sentido que para ele os sofistas vendiam técnicas de debates e persuasão e o concelho político da época estava deixando de lado a sabedoria por técnicas de persuasão. MAIÊUTICA: DAR LUZ AS IDEIAS.
..::Platão::..
Como surgiu a filosofia de Platão: Epistemologia (temática do conhecimento e o papel crítico da filosofia). A obra de Platão se caracteriza como a síntese de uma preocupação com a ciência (conhecimento verdadeiro e legitimo), com a moral e a política. Envolve assim um reconhecimento da função pedagógica e política da questão do conhecimento. Sua conclusão é que o conhecimento em seu sentido mais elevado identiffica-se com a visão do BEM. Abaixo o esquema para identificar na concepção platônica as seguintes oposições:
	OPNIÃO
	X
	VERDADE
	DESEJO
	X
	RAZÃO
	INTERESSE POPULAR
	X
	INTERESSE UNIVERSAL
	SENSO COMUM
	X
	FILOSOFIA
Dialetica é assim também inicialmente um processo de abstração, que permite com que se chega a definição dos conceitos
Platão e a teoria das ideias: METAFISICA: uma teoria da natureza essencial das coisas, que nos permitia assim realizar, quando nos perguntamos “o que é X?”, a análise pretendida.
Após ter tido contato com os pitagricos e eleatas, Platão começa a desenvolver a sua própria doutrina, formulando a teoria das formas ou idéias, que pode ser considerada o início da metafisica básica.
A diferença entre platão e Sócrates é que Sócrates considerava a filosofia como um método de reflexão que levaria o indivíduo a uma melhor compreensão de si mesmo, de sua experiência e da realidade que o cerca. Para Platão a filosofia é teoria, ou seja, a espacidade de ver a verdadeira natureza em seu sentido imuavel. A TEORIA DO CONHECIMENTO pressupõe portanto a teoria sobre a natureza da realidade a ser conhecida (a metafisica). *formas geometricas.
Platão: 
A filosofia surge neste período como método para chegar ao conhecimento verdadeiro, como forma de superação do senso comum. A preocupação da filosofia passa a ser chegar à certeza, à clareza, através da razão.
A filosofia, segundo Platão, vai ser o discurso legítimoque se instaura como critério de validade de todos os outros discursos. Trata-se da busca da universalidade, e o caminho para a garantia dessa universalidade passa a ser, com Platão, O CONHECIMENTO DE UMA OUTRA REALIDADE QUE NÃO A REALIDADE SENSÍVEL, considerava mutável e incerta. Revela-se ai a fluência do pensamento de Parmênides sobre Platão e se introduz a necessidade e a importância da metafisica.
Platão nasceu em Atenas em 428 a.C., pertencendo a uma família da aristocracia ateniense. Fundou em 387 a.C. sua escola filosófica, a ACADEMIA, nos arredores de Atenas.
Foi por dez anos discípulo de Sócrates e, sob o impacto de seus ensinamentos, escreveu os “diálogos socráticos”, trazendo a exposição socrática da filosofia e o estilo considerada o inicio da metafisica clássica.
FORMA ou IDÉIA – é a natureza essencial das coisas.
Para Platão é necessário elaborar uma doutrina sobre a natureza última e essencial realidade, para que se possa definir o caminho para o conhecimento verdadeiro.
Na medida em que a tarefa filosófica passa a se dirigir para uma realidade abstrata e ideal, a reflexão filosófica afasta-se progressivamente do mundo de nossa esperiência imediata e concreta, o mondo da experiência sensível.
Ao analisar em que consiste o conhecimento, Platão busca explicar como começa o processo de conhecimento por meio a doutrina da reminiscência de Platão, ele afirma que temos um conhecimento prévio que a alma traz consigo desde o nascimento. Este conhecimento resulta da contemplação das FORMAS, das IDEIAS, que ocorre antes de encarnar no corpo material e mortal.
Para Platão, ao encaranr no corpo, a alma esquece o conhecimento que tinha. O papel do filósofo é justamente dispertar o conhecimento esquecido, nos fazendo lembrar dele, o que ocorre por meio da maiêutica (“parto das idéias”).
Mito da linha dividida: consiste em um diagrama composto de duas linhas paralelas, a primeira representando o real e a segunda os estados mentais do homem em relação ao real.
	REAL
	
	
	
	ESTADOS MENTAIS
	
	A
	
	Aa
	Conhecimento das formas pelo dialético
	Mundo inteligivel
(formas)
	
	
	AB
	Conhecimento dos objetos matemáticos pelo gaômetra
	
	
	
	Ba
	Conhecimento dos objetos naturais
	Mundo material
(objetos concretos)
	
B
	
	
Bb
	Visão de imagens das coisas concretas pelo homem comum.
	
	
	
	
	
A Alegoria da Caverna consiste na sitação que prisioneiros são submetidos a ficar presos toda as suas vidas a viver dentro de uma caverna de costas para a entrada, sendo que não podem virar o rosto para trás, passam-se os anos e eles so tem contato com as sombras das pessoas que passam na porta da caverna, eles tem essas combras como deuses, um dia um desses prisioneiros é liberto, ao sair da caverna ele vê seus olhos serem “queimados” pela luz do sol, vê cores e coisas que nunca tinha visto, ele se assusta muito e volta pra contar pro seus companheiros prisioneiros o mundo assustaador lá fora.
..::Aristóteles::..
Aristóteles e a critica a Platão: Discípulo da Academia de Platão, Arístoteles rompe com os ensinamentos do mestre e elabora seu próprio sistema filosofico. O ponto central da crítica de Aristóteles a Platão consiste na rejeição da teoria das idéias.
Aristóteles cria uma concepção de realidade segundo a qual tudo o que exuste é: o individuo concreto, que possui matéria e forma. A forma é que os individuos possuem em comum, a matéria é que os individuos possuem de diferente, de singular. Todos os individuos de uma mesma espécie teriam a mesma forma e matéria diferente.
Para Aristóteles a forma não está em um mundo separado, como o “mundo das idéias” de Platão. Ao observar diretamente os próprios individuos concretos, o intelecto humano, pela abstração, separa a matéria da forma no processo de conhecimento da realidade. P.ex.: o cavalo, enquanto tipo geral, é apenas resultado do processo de abstração que separa a forma do cavalo de cada cavalo singular.
Teoria aristotélica do ser, Vejamos distinções importantes feitas por Aristóteles:
Essência e acidente: dentre as características de um individuo,a essência é aquilo que faz com que ele seja o que é; os acidentes são as caracteristicas que variam. P.ex.: “Sócrates é um ser humano” (essência), “Sócrates é calvo” (caracter´stica acidental).
Necessidade e contingência: as características essenciais são necessárias, o indivíduo não pode deixar de tê-las; as características que variam são contingentes. P.ex.: Sócrates é necessariamente um ser humano e contingentemente calvo.
Ato e potência: é o que permite explicar a mudança, a transformação. P.ex.: a semente é: em ato, semente; em potência, árvore.
Teoria das Quatro Causas: Para Aristóteles, há quatro dimensões da casualidade, A CAUSA FORMAL é a forma, que faz com que a coisa seja o que é. A FORMA é a forma, que faz com que seja o que é. A CAUSA MATERIAL é a matéria de que a coisa é feita. A CAUSA EFICIENTE é o agente que faz com que a coisa se transforme. A CAUSA FINAL é a finalidade da coisa, para que ela servve, qual é o seu propósito.
Por exemplo: a estátua é uma deusa – a causa formal é o modelo que serve para dar forma à estátua; a causa material é a matéria de que é feita a estátua (bronze ou mármore); a causa eficienteé o que faz com que a matéria adquirida determinada dorma (o escultor com suas ferramentas), a causa final é o propósito da estátua (decoração, homenagem).
Sistema aristotélico da divisão do conhecimento: Aristóteless cria um sistema que divide o conhecimento em: SABER TEÓRICO: ciência geral (matemática) e ciência natural (fisica, biologia, psicologia). SABER PRÁTICO: ética e política. SABER PRODUTIVO ou poiesis: poética e retórica.
Caminho para o conhecimento: Aristóteles, ao contrário de Platão, valoriza os sentidos e sua contribuição para o desenvolvimento do conhecimento. Enquanto Platão considerava os sentidos pouco confiáveis, proporcionando apenas uma “visão de sombras”, Aristóteles os vê como pontos de partida do processo de conhecimento e indispensáveis para esse processo.
Os sentidos, entretanto, são insuficientes, já que seu modo de contato com o real é instantaneo e direto. Precisamos da mamória como capacidade de retenção dos dados sensoriais. Graças a memória podemos reter os dados que a sensação nos fornece sobre o real. Com base na identificação da repetição e da regularidade desses dados, fazemos associações e derivamos conclusões. Esse processo é a base para todo tipo de conhecimento que o ser humano elabara.
..::Filosofia Medieval::..
Origens da filosofia cristã: O cristianismo difundiu-se progressivamente ao longo do século I através de núcleos de fiéis que surgiram como fruto da ação de vários pregadores. Eram pequenas comunidades que se reuniam em torno de uma liderança local para leituras e práticas religiosas. Entretanto não havia ainda uma unidade no cristianismo. Buscou-se criar uma unidade institucional e de uma doutrina comum. Os concílios, reuniões de bispos e lideres religiosos, fixavam a doutrina considerada legítima e condenavam os que não aceitavam esses dogmas como hereges. Nas discussões travadas nos concílios encontramos elementos da filosofia grega, mas a leitura que os pensadores cristãos fazem da filosofia grega é bastante seletiva, tomando aquilo que consideram compativel com o cristianismo.
Santo Agostinho e o platonismo cristão:
Santo Agostinho teve grande influência na elaboração e consolidação da filosofia cristã na Idade Média. A aproximação que elaborou entre a filosofia de Platão e o cristianismo constitui a primeira grande síntese entre o pensamento cristão e a filosofia grega, o assim chamado PLATONISMO CRISTÃO.
No diálogo Sobre o mestre, Santo Agostinho começa interrogando sobre o que é ensinar e aprender. Indaga-se então sobre o papel da linguagem no processo de ensino e aprendizagem. Isso o leva a concluir que, dada a convencionalidade da linguagem – as palavras variam de língua pra língua – não é através das palavras que conhecemos. Para ele, a possibilidadede conhecer supõe algo de prévio.
Sua posição é, na mesma direção da filosofia platônica inatista, ou seja, supõe que o conhecimento não pode ser derivado inteiramente da experiência concreta, necessitando de um elemento prévio que sirva de ponto de partida para o próprio processo de conhecer. Não aceita, entretanto, a doutrina platônica da reminiscência, mas desenvolve sua teoria da interioridade e da iluminação como uma resposta para essa questão.
Vejamos as seguintes passagens: “No que diz respeito a todas as coisas que compreendemos, não consultamos a voz de quem fala... mas a verdade que dentro de nós preside a própria mente. Quando, pois, se trata das coisas que percebemos pela mente, isto é, através do intelecto e da razão, estamos falando ainda em coisas que vemos como presentes naquela luz interior de verdade...”.
Santo Agostinho pode ser considerado o primeiro pensador em noção tradição a desenvolver uma noção de interioridade. Encontramos em seu pensamento a oposição interior-exterior e a concepção de que a interioridade é o lugar da verdade. Essa interioridade é dotada da capacidade de entender a verdade pela iluminação divina (a “luz natural”). A mente humana possui uma centelha de intelecto divino, já que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus.
A teoria da iluminação vem assim substituir a teoria platônica da reminiscência, explicando o ponto de partida do processo de conhecimento e abrindo o caminho para a fé. O pensamento de santo Agostinho foi fundamental para a consolidação da igreja no período da Idade Média.
O desenvolvimento da Escolástica: O contexto do surgimento da Escolástica.
Após a morte de santo Agostinho e até os séculos XI-XII é extremamente reduzida a produção filosófica em geral no mundo europeu ocidental.
Em 529 são Bento fundou a Itália a ordem monástica beneditina em cujos mosteiros foram preservadas algumas das mais importantes obras da Antiguidade. Os monges copistas produziam cópias de manuscritos e obras antigas, permitindo com que fossem preservados e difundidos. Foi nas bibliotecas dos mosteiros que se preservarem textos da Antiguidade clássica greco-romana.
E apenas em torno dos séculos XI-XII que assistimos ao surgimento da “Escolástica”, que passou a significar um pensamento filosófico que compartilha a aceitação de certos princípios doutrinários comuns, os dogmas do cristianismo. O desenvolvimento da filosofia torna-se possivel devido à difusão e consolidação das escolas nos mosteiros e catredais.
São Tomás Aquino e o Aristotelismo Cristão:
O mundo europeu dos séculos XI-XII já é bastante diferente, sob muitos aspectos, do mundo de dois ou três séculos antes. Em várias regiões da Europa desenvolve-se uma intensaa atividade artesanal e comercial que leva ao surgimento de núcleos urbanos importantes. O desenvolvimento do pensamento escolástico nesse periodo liga-se a dois fatores fundamentais, caracteristicos de século XIII: o surgimento das universidades e a criação das ordens religiosas dos franciscanos e dominicanos. São Tomás é um frade dominicano que tem sua carreira profundamente ligada ás universidades da época, sobretudo à de Paris.
O pensamento de são Tomás de Aquino teve imensa influência em sua época, estendendo-se mesmo até o periodo comtemporâneo. São Tomás desenvolveu uma filosofia própria em um sentido fortemente sistemático, tratando praticamente de todas as grandes questões da filosofia e da teologia de sua época, bem como tornando Aristóteles como ponto de partidapara a elaboração de seu sistema.
São Tomás mostra que a filosofia de Aristóteles é compativel com o cristianismo, abrindo uma nova alternativa para o desenvolvimento da filosofia cristã. Na Suma teolôgica, talvez a obra mais famosa e influente de toda a filosofia medieval, encontra-se a discussão de uma das questões mais centrais do pensamento medieval: a demostração racional, filosófica, da existência de Deus. Ou seja, como se articulam a razão e a fé, questão que percorre toda a filosofia desse periodo.
Seguindo o pensamento aristotélico, são Tomás elabora suas próprias respostas. Na Suma teológica, ao investigar sobre a existência de Deus, segue o seguinte percurso:
Procura estabelecer: se a existência de Deus é autoevidente.
Conclui: a existência de Deus não é autoevidente, logo a existência de Deus pode ser demonstrada a partir de seus efeitos.
Se a existência de Deus precisa ser demonstrada, procura estabelecer: se a existência de Deus pode ser demonstrada,e como a existência de Deus pode ser demonstrada.
Conclui: a existência de Deus pode ser demonstrada a partir de seus efeitos.
São Tomás chega assim às cinco vias da demonstração da existência de Deus, consistindo em cinco grandes linhas de argumentação pelas quais se pode provar que Deus existe.
Embora as provas de são Tomás para a existência de Deus possam ser questionadas, sou importância está no novo caminho que abre no tratamento dessas questões: trata-se de uma demonstração da existência de Deus a partir da razão natural.
Conhecemos Deus por seus efeitos, pela sua obra, a Criação, o mundo criado, a Natureza. Isso toma legitimo o interesse pela investigação cientifica do mundo natural, que despertava já nesse momento grande curiosidade do homem medieval, devido à influência das obras cientificas aristotélicas e árabes. Abre-se com isso um novo caminho para a ciência e a filosofia, prenunciando as grandes transformações pelas quais passará o mundo europeu ocindental nos séculos seguintes.

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