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NÓDULOS E CISTOS CERVICAIS

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NÓDULOS E CISTOS CERVICAIS 
1. Cistos e fístulas do ducto tireoglosso 
 Malformaçao congênita 
 O ducto tireoglosso é o trajeto de descida da tireoide para o pescoço a partir da língua, normalmente esse 
atrofia e desaparece completamente 
 Quando há persistência, pode haver secreção e descamação do epitélio, gerando lesão ovalada, 
fibroelastica na linha mediana do pescoço 
 O ducto tireoglosso pode atravessar o osso hioide e frequentemente, os cistos ocorrem abaixo deste 
 Geralmente, há história de infecção de VAS antecedendo o aparecimento do cisto, pois a infecção leva a 
hiperplasia do tecido linfoide, que obstrui o orifício de drenagem do cisto na base da língua 
 Os cistos são nódulos na linha mediana anterior do pescoço que podem ter período de distencao e 
esvaziamento, são móveis a deglutição 
 É característico que os cistos tenham mobilidade craniocaudal quando há protrusão da língua – SINAL DE 
SISTRUNK 
 DX é clinico e pode ser confirmado pela US que mostra as características císticas do nódulo 
 Se dúvida diagnóstica, faz PAAF 
 Tratamento é cirúrgico e faz ressecao da parte central do osso hioide e de todo o trajeto até a base da 
língua (TÉCNICA DE SISTRUNK) 
2. Cistos dermoides 
 Lesão benigna que apresenta estruturas do ectoderma e mesoderma 
 Consiste em uma cavidade formada por epitélio e preenchida por apêndices de pele 
 Apresentam-se como massas em linha média do pescoço, mais comum na região submentoniana 
 Movem-se com o deslocamento da pele, são indolores (exceto, se infectados) 
 Não se movem com a protrusão da língua (DIFERENCIA DO CISTO DO DUCTO TIREOGLOSSO) 
 Tratamento é cirúrgico 
3. Cisto e fistula branquial 
 Anomalias de desenvolvimento do aparelho branquial (se desenvolve a partir da 4º semana de gestação) 
 Quando o cisto se abre para pele ou aparelho digestivo, formam as fístulas branquiais 
 Cistos são mais frequentes que fístulas 
 Cistos nem sempre estão evidentes logo no nascimento, pois ainda não apresentam conteúdo líquido, que 
faça distensão do cisto. Geralmente, se desenvolvem até 40 anos 
 Anormalidades do 2º arco são as mais comum, estão na borda anterior do esternocleido e seu trajeto é 
anterior à a. carótida interna 
 DX é pelo aumento de volume com sinais inflamatórios após infecção de VAS, DX confirma pela US 
 Se dúvida diagnóstica, faz PAAF. Líquido claro ou leitoso rico em cristais de colesterol é caracteristico 
 Se infectar, os cistos podem supurar e origirnar fistula secundária 
 Em caso de fístulas, pode fazer RX com injeção de contraste no orifício externo para definir extensão e 
trajeto. O contraste pode ser feito também durante o ato operatório 
4. Linfangiomas 
 Malformações congênitas dos vasos linfáticos; são diagnosticados até 2 anos 
 São massas indolores, amolecidas, multiloculadas, mal delimitadas e de tamanhos variados 
 Localizam-se principalmente no triangulo posterior do pescoço 
 São formados por endotélio linfático em forma de cisto preenchidos por linfa 
 Causam grande deformidade estética 
 As grandes massas podem comprimir estruturas adjacentes (VA e esôfago) e desencadear sintomas 
 DX é por exame físico, mas o US, TC e RM identifica cistos multiloculados de paredes finas. São 
caracterizados por bolhas de sabão ou favos de mel (multiloculados) 
 São classificados em: linfangiomas simples (até 1mm, constituídos de capilares finos); linfangiomas 
cavernosos (até 5mm, constituído de espaços linfáticos dilatados, seu tecido linfoide pode permear outros 
tecidos) e higroma císticos (mais que 5mm, contém cistos linfáticos) 
 Tratamento de escolha é a resseccao de todo o cisto, mas muitas vezes não é bem-sucedida, podendo 
haver recidiva 
Carolina Mangussi 
 Tratamento alternativo é com terapia de injeção de OK-432, fazendo esclerose do tecido 
5. Higroma cístico 
 Lesões grandes, macias, de superfície lisa e translúcida com pele normal ou azulada sobrejacente 
 Localizam-se tipicamente no triângulo posterior do pescoço 
 Ocorrem por defeito de comunicação entre o sistema linfático e venoso fetal que, se posteriormente 
reestabelecida, pode resultar na regressão do higroma e melhora do edema periférico 
6. Hemangiomas 
 Anormalidades do desenvolvimento vascular, normalmente não está presente ao nascimento, mas aparece 
nos primeiros meses e cresce até 1 ano 
 Normalmente regride até 5-7 anos 
 São placas bem delimitadas, macias a palpação, vermelhas ou vinho e podem ser dolorosas 
 US, TC, RM auxiliam no DX e delimitam extensão da lesão 
 Classificado em: hemangioma capilar (formado por capilares, involui espontaneamente); hemangioma 
cavernoso (formado por grandes canais vasculares, difícil involução espontânea) e hemangioma 
arteriovenoso (composto por vasos espessados, shunts arteriovenosos e no EF são massas pulsáteis) 
 Conduta é expectante, pois geralmente regride 
 Se há comprometimento das funções ou ausência de regressão, faz ressecção cirúrgica. Porém, a retirada 
completa pode ser difícil devido ao alto risco de sangramento. Uso de laser e injeção de corticoide pode 
auxiliar no TTO 
7. Paragangliomas 
 Neoplasia dos corpos paraganglionicos do SNA 
 Mais frequentes na região de bifurcação da carótida, região jugulo-timpânica e nervo vago 
 Geralmente se manifestam na 3ª e 4ª década de vida 
 Raramente secretam catecolaminas e se suspeita clínica, faz pesquisa de secreção anormal de substâncias 
vasoativas 
 São classicamente benignos e a malignidade é diagnosticada pela presença de metástase em linfonodo 
cervical ou disseminação hematogênica 
 Primeiros sintomas são de disfunção do nervo (rouquidão e disfagia) 
 Diagnóstico é pela clinica e exame de imagem (US com doppler, TC com contraste, RM ou antirressonância 
e arteriografia) 
 Paraganglioma de corpo carotídeo (quimiodectoma) é uma massa cervical lateral, pulsátil e móvel no 
sentido laterolateral, pode apresentar frêmito a ausculta 
 Tumores carotídeos são classificados de acordo com a classificação de Shamblin: 
- Grupo I: pequenos, aderidos frouxamente à adventícia do vaso e removidos facilmente 
- Grupo II: maiores, mais aderidos ou até infiltrando a parede do vaso. Ressecção da adventícia é 
necessária 
- Grupo III: muito grandes, envolvem toda a artéria que precisa ser removida parcialmente para 
completa ressecção do tumor 
8. Lesões inflamatórias e infecciosas 
9. Linfadenopatia cervical 
 As linfonodopatias inflamatórias e infecciosas são frequentemente a queixa principal 
 Quadro potencialmente grave, que precisa de tto imediado com ampla drenagem e antibioticoterapia de 
largo espectro é a angina de Ludwig, que ocorre classicamente após manipulação dentaria com evolução 
para abcesso submandibular. Colecao de pus nesses locais, pode gerar dificuldade de deglutição e até 
obstrução de via aérea 
 A localização do linfonodo acometido é importante para ajudar na identificação da causa da linfonodopatia 
 Deve verificar se o aumento é de apenas um ou de vários e se é uni ou bilateral 
 Infeccoes agudas manifestam-se com aumento reacional de linfonodos cervicais 
 Podem causar linfonodomegalia reacional: toxoplasmose, rubéola, mononucleose, citomegaloviroso, AIDS 
 Pesquisa sorológica pode ajudar a elucidar o quadro 
 Varios linfonodos aumentados e endurecidos geralmente é por amigdalite e faringite bacteriana 
 
10. Neurofibroma 
 Tende aparecer em indivíduos mais jovens 
 Ocorrem na pele ou tecidos moles 
 São tumores beignos e quando solitários a transformação maligna é incomum 
 Quando presentes na neurofibromatose, há maior risco de transformação maligna 
 Neurofibromas superficiais são dedifícil ressecção e em geral não recidivam 
11. Exames complementares 
 Exames de imagem (US, TC e RM) permitem identificar o órgão cervical acometido, dimensionar a lesão e 
observar relação com estruturas adjacentes 
 TC por emissão de pósitrons (PET-CT) faz avaliação funcional da região cervical suspeita e é indicada para 
identificação de tumores ocultos, pequenos ou para DX de recidivas 
 Exames hematológicos fazem avaliação de discrasias ou identificação sorológica de agentes infecciosos 
 Às vezes é necessário confirmação diagnostica om biópsia, realizada por PAAF

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