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Unidade IV CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTO Prof. Ailton Galdino Contabilidade Finalidade – Controlar o patrimônio com o objetivo de fornecer informações sobre a sua composição e suas variações. Contabilidade Gerencial Parte da ciência contábil que se dedica ao estudo racional dos gastos feitos para se obter um bem de venda ou de consumo, quer seja um produto, uma mercadoria, ou um serviço. As funções básicas da contabilidade de custos devem buscar atender a três razões primárias: determinação de lucro; controle das operações; tomada de decisões. Origem da contabilidade de custos Antes da Revolução iIndustrial, os produtos eram fabricados por artesãos que, via de regra, não constituíam pessoas jurídicas e pouco preocupavam-se com o cálculo de custos. Nasceu da Contabilidade Financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria. A contabilidade, nessa época, tinha sua aplicação maior no segmento comercial, sendo utilizada para apuração do resultado do exercício. Porém, com o incremento da indústria, surge a necessidade de cálculo de custos para formação de estoques. Muitas vezes, confundimos as expressões Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custo e Contabilidade Gerencial. São expressões sinônimas? Representam disciplinas distintas? São apenas enfoques diferentes dado à Contabilidade? Importância da contabilidade de custos As possibilidades de utilização dos fatores de produção determinam uma variedade infinita no comportamento dos custos, tornando-se imprescindível, para a empresa, ter um sistema de custos. É difícil tomar decisões confiáveis e ter uma margem de segurança satisfatória, sem o conhecimento dos custos do modo mais real possível. Nesse sentido, as informações relativas aos custos de produção e/ou comercialização, desde que apropriadamente organizadas, resumidas e relatadas, constituem uma ferramenta administrativa da mais alta relevância. Assim, as informações de custos transformam-se, num verdadeiro sistema de informações gerenciais, de vital importância para a administração das organizações empresariais, porque essas informações constituem um subsídio básico para o processo de tomada de decisões, bem como para o planejamento e controle das atividades empresariais. Nesse seu novo campo, a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes No que diz respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamento e outras formas de previsão e, um estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com valores anteriores definidos. No que tange à decisão, seu papel consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às consequências de curto e longo prazo sobre medida de corte de produto, fixação de preços de venda, opção de compra ou fabricação, etc. Resumindo, a Contabilidade de Custos passou, de mera auxiliar na avaliação dos estoques e lucros globais para importante arma de controle e base para as decisões gerencias. Contabilidade no segmento industrial Vários insumos são consumidos para elaboração de um novo produto, não é tão simples o cálculo de custos a ser implementado. E essa dificuldade fez surgir a contabilidade de custos. Inicialmente, com a finalidade de mensurar os estoques produzidos, fornecer dados de custos apropriados às demonstrações contábeis e determinar o resultado do exercício. As três finalidades principais: a) fornecer dados de custos para a medição dos lucros e avaliação dos estoques; b) fornecer informações aos dirigentes para o controle das operações e atividades da empresa; c) fornecer informações para o planejamento da direção e a tomada de decisões. A partir da revolução industrial a contabilidade de custos muito evoluiu, passando a gerar informações, não só para controle, mas também para o planejamento e tomada de decisão. Interatividade De acordo com a classificação adotada pela literatura de Contabilidade de Custos, os recursos consumidos involuntária ou anormalmente; os recursos consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receitas; e os recursos consumidos na produção de outros bens ou serviços são classificados, respectivamente, como: a) Custos, Custos e Despesas. b) Despesas, Despesas e Custos. c) Perdas, Custos e Despesas. d) Perdas, Despesas e Custos. e) Perdas, Perdas, Perdas. Objetivo da contabilidade de custos Especificamente, a Contabilidade de Custos objetiva: a) avaliação de estoques; b) atendimento das exigências fiscais; c) determinação do resultado; d) planejamento; e) formação do preço de venda; f) controle gerencial; g) avaliação de desempenho; h) controle operacional; i) análise de alternativas; j) estabelecimento de parâmetros; k) obtenção de dados para orçamentos; l) tomada de decisão. Diferenças entre Contabilidade de Custos, Financeira e Gerencial A contabilidade financeira se preocupa com a parte legal, estrutural da empresa e com o fluxo de caixa, os aspectos legais do produto e sua comercialização do mercado. Ela está ligada à contabilidade gerencial como a de custo está para a financeira. Portanto, entende-se que esteja cada uma com o seu desempenho, mas, ao mesmo tempo, ligadas para um mesmo fim, o produto industrial e a saúde da empresa. A contabilidade de custo se preocupa em estabelecer o preço do produto ou serviço aplicados ou consumidos na produção de outros bens. Por isso, se verifica a preocupação pela empresa industrial no controle do gasto direto sobre o produto. A contabilidade gerencial se preocupa também com o produto, mas com enfoque em sua comercialização, com o mercado que irá consumir e atingir para o consumo do produto final. Isto é bem visualizado na área de marketing, onde, a cada dia, vem se aperfeiçoando e sofisticando a venda e a comercialização. Contudo, merece também evidência todo o pessoal envolvido para o engrandecimento da empresa, alguns até ligados à divulgação e à distribuição do produto. Objetivos da apuração de custos Avaliação dos estoques de produtos em processo e acabados (Balanço Patrimonial) e, consequentemente, apuração dos custos dos produtos vendidos (demonstração de resultados). Auxílio no processo de tomada de decisão empresarial, gerando informação para: formação de preços de venda dos produtos ou serviços; descontinuidade de produtos não rentáveis ou incentivo ao incremento de venda de produtos de alta rentabilidade; produção interna vs. aquisição de terceiros de componentes ou serviços; mudanças em processos produtivos, visando à redução de custos, etc. Conceitos – desembolso, gasto, custo, despesa, perda e investimento Desembolso – ato de retirar o dinheiro do caixa ou do banco. Gastos – recursos dispendidos, ou dívida contraída com relação a terceiro (curto prazo e longo prazo). Gastos – Custos – são os recursos aplicados na produção de bens ou serviços. Matéria-prima (ex.: celulose, na fabricação do papel, ou papel e tinta, na fabricação de livros); mão de obra da área industrial (tanto de supervisão quanto aquela aplicada diretamente na fabricação do produto); depreciação e manutenção de máquinas da produção, etc. Gastos despesas – são os recursos consumidos para a obtenção de receitas. Salários dos funcionários das áreas administrativas e comerciais, materiais de escritório, transporte dos produtos vendidos. Perdas – consiste no consumo anormal e involuntário de bens ou serviços, falhas de processos que após corrigidas fazem com que as perdasdesapareçam. Danos causados por inundações, incêndios, vazamentos, máquinas desreguladas, paralisações por motivos de greve, etc. Os valores referentes às perdas são registrados diretamente no resultado do período, não compondo, portanto, o custo de produção. Desperdícios – gastos associados à ineficiência dos processos (quando o processo consume muito recurso para produzir a mesma quantidade), um processo ineficiente (movimentação desnecessária de material, impressão desnecessária de relatórios, estoque em nível elevado, etc.). Investimentos – gastos necessários à produção, administração e vendas da empresa, feitos com o objetivo de melhorar o desenvolvimento da empresa (maquinário, estrutura, terreno). Interatividade No processo produtivo da empresa Saúde e Companhia S.A., em determinado mês, ocorreram perdas com rebarbas decorrentes do corte de tecidos da linha de produção. Em virtude da contratação de funcionário sem experiência, houve a perda de 100 itens por mau uso de equipamentos. De acordo com os conceitos contábeis, devem ser registradas essas perdas: a) Ambas como custo dos produtos vendidos. b) Respectivamente, como despesa operacional e custo. c) Ambas como despesas não-operacionais no resultado. d) Ambas como despesas operacionais no resultado. e) Respectivamente, como custo e despesa operacional. Custos fixos variáveis Custos Fixo – independem das quantidades produzidas no período. Quanto maior o volume de produção, menor é o custo unitário dos produtos, dado que há mais absorção dos custos fixos: aluguéis, mão de obra indireta, segurança da fábrica, depreciação. Custos Variáveis – são proporcionais às quantidades produzidas no período; logo, quanto maior o volume de produção, maior é o custo variável total. Unitariamente, os custos variáveis não oscilam em função do volume produzido: matéria-prima, embalagem, materiais secundários de produção energia elétrica (ao menos uma parte). Apuração (Fórmula) dos Custos Custo = MP + MO + GGF Valor da matéria-prima somado a todos os valores agregados a ele necessários à obtenção de novos bens. Custos do período – são todos aqueles aplicados na produção do período (em geral, mês), independentemente do estágio de acabamento do produto ou de sua destinação (estoque ou venda). Custo dos produtos acabados – é composto pelo somatório de todos os elementos necessários à obtenção do produto, independentemente do ciclo de produção ser superior a um período. Assim, produtos iniciados em períodos anteriores, cujos custos se caracterizavam como de produção em processo, são agregados ao equivalente custo do período de finalização do processo produtivo, para apuração do custo total. Custo dos produtos vendidos – é composto pela soma de todos os custos incorridos na sua produção, que pode ter ocorrido no próprio período ou em um ou mais períodos precedentes. Elementos dos custos de produção Materiais diretos Matéria-prima e materiais de embalagem – incorporam o valor dos materiais, além do custo de aquisição, todos os gastos necessários para sua colocação em condição de uso ou venda (no caso da empresa comercial), como: fretes, armazenagem, tarifas alfandegárias, imposto de importação, etc. Os impostos incidentes nas compras (IPI e ICMS), desde que recuperáveis, devem ser excluídos do custo dos materiais, visto que a empresa, nestes casos, é mera intermediária entre o órgão arrecadador e o consumidor final. O imposto pago na aquisição do material é descontado do imposto cobrado na venda do produto. Elementos dos custos de produção Mão de obra direta “(...) é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, sendo possível a averiguação de qual o tempo despendido e de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. Se houver qualquer tipo de alocação por meio de estimativa, ou divisões proporcionais, desaparece a característica de ‘direta’.” (Martins, Eliseu. “Contabilidade de Custos”. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003, pág. 133) Supervisores e gerentes de produção não são classificados como mão de obra direta quando atuam em mais de um produto. Além da remuneração contratual, integram o custo de mão de obra direta: encargos sociais, horas extras, férias, 13º salário e outros benefícios concedidos pela empresa. Elementos dos custos de produção Custos indiretos de fabricação – CIF São constituídos por todos os outros custos incorridos na produção e que não são classificados como materiais diretos, ou mão de obra direta. Dentre os mais relevantes destacamos: depreciação de máquinas, equipamentos e instalações industriais, aluguéis, energia elétrica, manutenção, materiais auxiliares de produção, mão de obra indireta (supervisão e gerência), combustíveis. Interatividade A atribuição de todos os gastos de fabricação aos produtos é determinada pela seguinte forma de custeio: a) De realização. b) Variável. c) Direto. d) Estimado. e) Por absorção. Custos Diretos vs. Indiretos Custos Diretos – são identificados aos produtos sem necessidade de rateio. Custos Indiretos – requerem alguma base de rateio para serem distribuídos aos produtos. Todo critério de rateio caracteriza-se, em maior ou menor grau, pela subjetividade e arbitrariedade. Dependendo dos critérios adotados, os resultados apurados por produto podem oscilar, dificultando avaliações de desempenho. Uma vez adotado um critério, com todas as imperfeições inerentes ao rateio, não deve ser alterado rapidamente, a fim de se manter a comparação das informações ao longo do tempo. Centros de custos e de lucros Centro de custo – “É a menor fração de atividade ou área de responsabilidade para a qual é feita a acumulação de custos”. Horngren,C. T. “Contabilidade de Custos, um enfoque administrativo”. Editora Atlas, 1989. O estabelecimento de centros de custos é um meio, e não um objetivo pra a apuração dos custos. O centro de custo pode ou não corresponder a um componente da estrutura organizacional (departamento, seção, setor, etc.) Centro de lucro – acumula-se as receitas, além dos custos, o que permite a apuração do resultado (lucro ou prejuízo). Sistema de custeio Método de custeio por absorção – tanto os custos fixos quanto os variáveis são alocados ao produto. Responde a todos os requisitos legais e contábeis (único sistema de custeio aceito pela Receita Federal – Regime de Competência). Gestão de processos pouco eficiente por mascarar os desperdícios ocorridos por juntar tudo numa mesma conta Custos fixos+variáveis. Custeio direto ou variável – apenas os custos variáveis são alocados ao produto, os custos fixos são considerados inerentes ao processo produtivo, eles acontecerão independente do volume de produção. Ele reduz o lucro, mas é eficiente para a tomada de decisão. Custeio ABC – parte do princípio que são as atividades da empresa que geram custos e não os produtos em si. Assim, o foco deste método é levantar as atividades da empresa e o quanto que elas custam para a empresa. É o método mais utilizado nas organizações. Movimentação de estoques PEPS ou FIFO – a valorização do volume movimentado se dá considerando a ordem cronológica de entrada em estoque. UEPS ou LIFO – a valorização do volume movimentado se dá considerando a ordem de entrada em estoque a partir do último; ordem inversa. Média ponderada – considera os valores médios em estoque, independente de sua data de entrada. A valorização do volume movimentado se dá considerando o valor médio existente em estoque No caso de haver variação de estoques, aplica-se a fórmula envolvendo, estoque inicial, compras e estoque final para se encontrar o CMV. CMV = Ei + Comp – Ef A apuração do resultado Exemplo: Vendas (-) custo das mercadorias vendidas (=) lucro bruto (-) despesas administrativas (-) despesas comerciais (-) despesas financeiras (=) lucro/prejuízo Na atividade comercial, o custo da mercadoria vendida era fácil de ser identificado, uma vez que sua composição resulta do valor pago pela mercadoria, mais tributos não compensáveis, mais fretes pagos e seguros. Interatividade Utilizando corretamente os critérios técnicos e legais de avaliação patrimonial, a empresa que não mantiver sistema de custo integrado e coordenado com o restante da escrituração, o chamado "controle permanente", deverá avaliar o custo de seus estoques de bens de vendas utilizando uma das opções abaixo. Assinale-a. a) Ao custo das primeiras entradas. b) Ao custo das últimas entradas. c) Ao preço de custo médio ponderado. d) Ao preço de custo médio ponderado ou a PEPS, opcionalmente. e) Ao preço de custo médio ponderado, ou a PEPS, ou a UEPS, opcionalmente. ATÉ A PROXIMA!
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