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46 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Unidade II 5 SOROLOGIA 5.1 Insetos Constitui a classe de maior biodiversidade no globo terrestre. 5.1.1 Características gerais A classe Insecta (do latim in = dentro; secare = dividir) tem como características: • um par de antenas (díceros); • três pares de patas (hexápodes); • corpo nitidamente dividido em cabeça, tórax e abdômen. Antena Olho simples Olho composto Asa anterior Asa posterior Estigma Ovipositores Pata AbdômenTóraxCabeça Armadura bucal Figura 50 – Inseto, desenho esquemático Como todo artrópode, o inseto apresenta patas e apêndices articulados. Suas asas e patas originam‑se no tórax. A metameria ou segmentação do corpo é muito visível, mesmo externamente. O inseto é um animal triblástico, porque apresenta três folhetos germinativos: o ectoderma, o endoderma e o mesoderma. Possui celoma verdadeiro, uma cavidade embrionária totalmente revestida pelo mesoderma. É esquizocelomado. O primeiro orifício que surge no seu desenvolvimento, o blastóporo, origina a boca. É um animal protostômio. 47 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA 5.1.2 Morfologia externa A cabeça é o centro sensorial do animal. Nela estão localizados seus principais órgãos dos sentidos: as antenas e os olhos. As antenas são órgãos quimiorreceptores, que apresentam também as funções olfativas e tácteis. Os olhos podem ser de dois tipos: simples (ocelos) e compostos (facetados). Os olhos simples são no máximo três, enquanto os olhos compostos são dois, porém formados por 15.000 a 25.000 unidades visuais, os omatídeos. Células fotorreceptoras Epiderme Estrutura do ocelo Olho composto em corte Omatídeos Lente Fibras nervosas Figura 51 – Olhos do inseto, animal do filo dos artrópodes O tórax é o centro locomotor dos insetos. É formado por três segmentos: protórax, mesotórax e metatórax, com um par de patas por segmento. Cada pata é constituída pelos seguintes artículos: coxa, trocanter, fêmur, tíbia e tarso. O inseto possui seis patas, sendo um animal hexápode. As patas dos insetos podem apresentar modificação para correr, saltar, nadar, patinar etc. As asas são estruturas vivas ligadas ao tórax (meso e metatórax), mas não são membros verdadeiros, mas sim uma expansão lateral do tegumento. Em suas nervuras passam vasos, traqueias e lacunas sanguíneas (hemocelas). Os tipos de asas são: a) Membranosas: finas e transparentes (moscas). b) Pergamináceas: finas, opacas, flexíveis e coloridas (barata). c) Élitros: espessas e opacas (besouro). 48 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II d) Hemiélitros: são élitros na base e membranosas na ponta (barbeiro). O abdômen é o centro de nutrição dos insetos, desprovido de apêndices e com uma segmentação nítida. Os últimos segmentos nas fêmeas formam o ovopositor. Existem aberturas das traqueias, denominadas opérculos, localizadas lateralmente. Nas abelhas e vespas existem os ferrões. O sistema digestório é do tipo completo e divide‑se em três partes: anterior (estomodeu), de origem ectodérmica, médio (mesodeu), de origem mesodérmica, e posterior (proctodeu), de origem ectodérmica. O estomodeu e o proctodeu têm revestimento quitinoso. Possui boca, faringe, esôfago, papo, moela, estômago, intestino, ânus e, como órgãos anexos, as glândulas salivares. O aparelho bucal é adaptado ao tipo de alimentação do animal: • mastigador ou triturador (gafanhoto); • lambedor (abelhas); • sugador (borboleta); • picador – sugador (pulgas); • picador não sugador (mosca doméstica). A respiração é do tipo traqueal. Nos insetos aquáticos, há quem respire o oxigênio da atmosfera, subindo de tempos em tempos; outros apresentam um sistema traqueal fechado, utilizando o O2 dissolvido na água. Traqueia Espiráculo Epitélio QuitinaEspiráculo aberto Espiráculo fechado Músculo oclusor distendido Músculo oclusor contraído Fragmento de traqueia Traquéolas Músculo Figura 52 – Sistema traqueal 49 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA No sistema circulatório, a circulação é aberta ou lacunar. O coração é um órgão tubuloso, dorsal ao abdômen, apresentando pequenas câmaras contrácteis, as ventriculites. O sangue é incolor, não transportando gases respiratórios; serve para a distribuição de alimentos. Sistema nervoso Aorta anterior Coração Diafragma dorsal Diafragma ventral Figura 53 – Circulação do inseto No sistema excretor, a excreção é feita por tubos de Malpighi, que eliminam especialmente ácido úrico. Boca Moela Reto Ânus Papo Cecos gástricos Instestino anterior Túbulos de Malpighi Intestino posterior Figura 54 – Tubo digestório da barata. Observe que os túbulos de Malpighi recolhem o material de excreção do celoma e lançam no tubo digestório O cérebro é anterior e está ligado aos gânglios subesofagianos por um anel nervoso; há ainda a cadeia nervosa ventral. Essa cadeia ganglionar é semelhante à dos anelídeos. Cérebro Cadeia nervosa Figura 55 – Sistema nervoso 50 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Sistema sensorial A visão dos insetos (olhos simples e compostos) distingue cores até ultravioleta; a sensibilidade auditiva é percebida por pelos e órgãos cordotonais das patas; a sensibilidade olfativa situa‑se nas antenas; a sensibilidade gustativa está nos palpos bucais e a sensibilidade táctil em cerdas de apêndices. Reprodução São animais dioicos; com dimorfismo sexual; as fêmeas são sempre maiores. A fecundação é interna e o desenvolvimento pode ser direto ou indireto, com metamorfose. Há casos de partenogênese (afídeos); de neotenia (térmitas) e poliembrionia (himenópteros). Sistemática A classe dos insetos apresenta mais de um milhão de espécies, sendo animais de grande sucesso evolutivo. Subclasse 1 – Apterygota Insetos sem asas e sem metamorfose (ametábolos). • Ordem 1 – Thysanura Ex.: traça‑dos‑livros. Subclasse 2 – Pterygotas Insetos com asas e metamorfose. São divididos em dois grupos: • 1° Grupo Hemimetábolos Com metamorfose parcial: ovo → ninfa → imago (adulto). — Ordem 2 – Ortoptera Ex.: gafanhoto e grilo. — Ordem 3 – Ephemeroptera Ex.: siriruira. — Ordem 4 – Dermaptera Ex.: tesourinha. 51 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA — Ordem 5 – Odonata Ex.: libélula. — Ordem 6 – Isoptera Ex.: cupim, térmitas. — Ordem 7 – Phthiraptera Ex.: piolho (Pediculus humanus), chato (Phthirus pubis). — Ordem 8 – Hemiptera Ex.: barbeiro, percevejo‑do‑mato, pulgão, cigarra. — Ordem 9 – Dictyoptera Ex.: louva‑a‑deus, baratas. • 2° Grupo Holometábolos Insetos com metamorfose completa: ovo →→ larva → pupa → imago (adulto). Nas borboletas e mariposas, as fases são denominadas: ovo → lagarta → crisálida → adulto. — Ordem 10 – Lepidoptera Ex.: borboleta, mariposa, bicho‑da‑seda, traça‑de‑roupa. — Ordem 11 – Diptera Tem duas subordens: Nematocera e Brachicera. —Subordem 1 – Nematocera Conhecidos como mosquitos. Possuem antenas longas. Ex.: Cullex sp – principal vetor das filárias de W. bancrofti, causadora da elefantíase. Aedes aegypti – vetor da febre amarela (virose). Anopheles sp – vetor da malária. Phlebotomus intermedius – vetor da úlcera de Bauru. Simulidium – mosquito borrachudo. 52 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II — Subordem 2 – Brachycera Conhecidos como moscas. Possuem antenas curtas. Ex.: Musca domestica – grande transmissora mecânica de germes. Glossina palpalis – vetor da doença do sono. Drosophila melanogaster – mosca das frutas. Dermatobia hominis – a mosca do berne (é a larva do inseto). — Ordem 12 – Siphonaptera Ex.: pulga (Pulex irritans) e bicho‑de‑pé (Tunga penetrans), pulga do rato (Xenopsylla cheops), vetora da peste bubônica. — Ordem 13 – Coleoptera Ex.: besouro, joaninha, caruncho. Figura 56 – Coleoptera (Joaninhas) — Ordem 14 – Hymenoptera Ex.: abelhas, vespas e formigas. 5.2 Artrópodes (classes: aracnídeos, quilópodes e diplópodes) As aranhas fazem parte do grupo dos artrópodes, classe dos aracnídeos, não possuindo antenas. A maioria das espécies, que são cerca de 50.000, é terrestre e predadora. Os aracnídeos são octópodes, pois possuem oito patas. 53 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Figura 57 – Aracnídeo 5.2.1 Os aracnídeos Aranhas, carrapatos e escorpiões são artrópodos da classe dos aracnídeos. Características gerais A classe Arachnida é formada por organismos cujo corpo se divide, geralmente, em cefalotórax e abdômen, não possuem antenas (áceros) e têm quatro pares de patas (octópodes). É o terceiro grande grupo dos artrópodes; são, na maior parte dos casos, terrestres, vivendo sob troncos, pedras, buracos no solo, em vários habitats, desde o nível do mar até altas montanhas. Morfologia externa O cefalotórax possui seis pares de apêndices: o primeiro par apresenta as quelíceras, que servem para capturar a presa e, na maioria dos representantes da classe, terminam por uma pinça; o segundo par de apêndices apresenta os pedipalpos, que servem para a apreensão; e há também quatro pares de patas. O abdômen nunca apresenta apêndices. 54 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Abertura genital Pedipalpo do macho Bulbo genital Fiandeiras Ânus olhos Lâmina mastigadora Lábio Pedipalpo Pedipalpo Pedipalpo Quelíceras Quelíceras Quelíceras Quelíceras Patas Patas Abdômen Cefalotórax VISTA DORSAL VISTA VENTRAL Cefalotórax Espiráculos Figura 58 – Aranha, artrópode da classe dos aracnídeos Nas aranhas, o abdômen tem ventralmente as aberturas das filotraqueias e o poro genital. Posteriormente, ficam o ânus e as fiandeiras, que tecem os fios da teia. A aranha segrega um líquido em glândulas especiais, que, em contato com o ar, se solidifica, formando fios com os quais ela constrói a teia. A construção da teia se desenvolve em várias etapas, começando com uma moldura, onde são presos “raios” que se entrecruzam no centro. A teia é uma armadilha usada pela aranha, pois pega insetos que, posteriormente, são armazenados em casulos especiais, conservando o alimento por algum tempo. Nos escorpiões, existe um pós‑abdômen, cujo último artículo é inoculador do veneno. Nos ácaros, não há uma nítida separação entre cefalotórax e abdômen. O sistema digestório é do tipo completo e a digestão é extracorpórea nas aranhas, onde seus sucos digestórios são injetados no corpo das presas (local onde é feita a digestão do animal). 55 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Pericárdio Cecos Aorta anterior Boca Filotraquéia Receptáculo seminal Oviduto Poro genital Glândula sericígena Glândula venenosa Fiandeiras Ovário Bolsa estercoral Túbulo de Malpigui Óstio Coração Intestino Ânus Músculos Cérebro Palpo FígadoOcelo Espiráculo Estômago Figura 59 – Aranha: anatomia interna A aranha não devora uma presa, pois apenas pode absorver líquidos. Injeta‑lhe saliva e depois aspira o líquido resultante da digestão dos órgãos da presa. A respiração é feita por filotraqueias (pulmotraqueias), onde ocorre a hematose (troca de gases respiratórios). Em alguns ácaros a respiração é cutânea ou traqueal. A circulação é lacunar e o coração, dorsal no abdômen. O “sangue” é formado por um plasma, contendo amebócitos e hemocianina como pigmento respiratório. É comum chamar de hemolinfa o líquido circulatório de alguns artrópodes. No sistema excretor, a excreção é feita por um par de tubos de Malpighi, ramificados, e ainda um ou dois pares de glândulas coxais situadas no assoalho do cefalotórax (excretam por dutos que se abrem entre as pernas). Sistema nervoso Apresentam um cérebro ligado por um anel nervoso a uma cadeia ganglionar ventral, semelhante aos insetos. Sistema sensorial Como órgãos visuais, há os ocelos, com função táctil, os pedipalpos e células quimiorreceptoras nos apêndices. 56 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Filotraquéias Glândula salivar Gânglio cerebroide Olhos laterais Olho mediano Cordão nervoso Glândula venenosa Gânglio subesofágico Túbulo de Malpigui Coração Intestino Gânglios Ânus Fígado Figura 60 – Escorpião: anatomia interna Glândulas venenosas Nas aranhas, estão localizadas nas quelíceras; nos escorpiões, localizam‑se no télson, que tem a forma de um aguilhão inoculador. Os acidentes por aranhas e escorpiões devem ser imediatamente socorridos. O veneno de certas espécies pode resultar em consequências graves, até na morte, quando as vítimas, principalmente crianças, não são devidamente socorridas. Para isso existem os soros antiescorpiônicos e antiaracnídicos específicos: • Soro antiaracnídico: neutraliza o veneno de aranhas do gênero Loxosceles, Lycosa e Phoneutria e dos escorpiões do gênero Tityus. • Soro antiescorpiônico: neutraliza o veneno dos escorpiões do gênero Tityus. • Soro antiloxoscélico: neutraliza o veneno das aranhas do gênero Loxosceles. Glândulas sericígenas Localizam‑se no abdômen da aranha e terminam nas fiandeiras, onde produzem o fio utilizado para tecer a teia. Reprodução São animais de sexos separados, com dimorfismo sexual e fecundação interna. Nas aranhas, o macho utiliza o pedipalpo como órgão copulador. São ovíparos e vivíparos (escorpiões). Possuem desenvolvimento direto. Há partenogênese em alguns ácaros. Sistemática Os aracnídeos têm aproximadamente 30.000 espécies e as principais ordens são: 57 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Ordem 1 – Araneida Engloba todas as espécies de aranhas, venenosas ou não. Os órgãos inoculadores de veneno são as quelíceras. Ex.: Dugesiella (tarântula); Latrodectus (viúva‑negra); Lycosa; Salticus (aranha papa‑mosca); Tenus (armadeira). Tenus Aphonopelma Apocheiridium Latrodectus Eremobates Lycosa Salticus phalangium DermacentorOvissaco Figura 61 – Classe Arachnida. Alguns representantes comuns nos seus habitat característicos; não na mesma escala As aranhas são animais de vida livre e predadores, alimentando‑se, principalmente, de insetos. As caçadoras se locomovem em busca do alimento. A Lycosa derruba sua presa. A Salticus salta sobre ela. Outras caçam tecendo a teia, uma incrível “armadilha”. O veneno mata rapidamente os invertebrados. O veneno da Eurypelma pode matar pequenos vertebrados. A maioria das espécies de aranhas vive cerca de um ano, aproximadamente. Os principais inimigos das aranhas são as aves, os lagartos e certas vespas. Ordem 2 – Scorpionida São os escorpiões; todos são venenosos. Ex.: Tityus bahiensis (escorpião preto ou vermelho encontrado no campo). Logo após o nascimento, os filhotes do escorpião sobem ao dorso da fêmea, permanecendo até 15 dias sobre o corpo da mãe. 58 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Quelíceras Espiráculo Cefalotórax Ferrão inoculador do veneno VISTA VENTRAL Opérculo genital Palpos 1 2 3 4 Pente Patas Prossoma Pós‑abdômen Figura 62 – Escorpião: morfologia externa O acasalamento desses animais é muito curioso. O macho deposita certa quantidade de espermatozoides no solo, no interior de uma bolsa, e agarra a fêmea com suas pinças, numa dança sexual, colocando‑a adequadamente para receber os espermatozoides. Ordem 3 – Acarina São os carrapatos parasitas da pele de mamíferos. Ex.: Sarcoptes scabiei (causador da sarna); Demodex folliculorum (é o “cravo” do rosto); e Amblyomma cajennense (é o carrapato). Muitos ácaros são predadores de plantações. Danificam os pomares, as hortas, as plantas cultivadas, as ornamentais etc. Os micuins são ácaros causadores de terrível prurido (coceira) no homem. Há ácaros vetores de moléstias, como o transmissor da rickéttsia, agente etiológico da febre maculosa. Sarcoptes scabiei Amblyomma cajennense (carrapato estrela) Demodex folliculorum Figura 63 – Ácaros 59 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA 5.2.2 Quilópodes e diplópodes Constituem um grupo de artrópodes que possuem o corpo alongado e com inúmeros pares de patas. São denominados miriápodes. Os miriápodes possuem um par de antenas (díceros), respiram por traqueias e excretam por meio dos túbulos de Malpighi. Compreendem duas classes: Chilopoda e Diplopoda. Classe Chilopoda Ex.: centopeias (lacraias). Anatomia interna Morfologia externa Glândula acessória Túbulo de Malpighi Tubo digestório Glândula salivar Vesícula seminal Testículo Forcípula Antenas Olhos Sistema nervoso Figura 64 – Quilópodos, artrópodes venenosos São venenosas, carnívoras, de movimentos rápidos, não se enrolam, possuem secção corporal achatada, suas antenas são longas e possuem um par de patas por segmento. O primeiro par de patas é transformado em forcípulas (estruturas inoculadoras do veneno). Têm poro genital na região posterior do corpo. São ovíparas, com ou sem larvas. As centopeias são animais predadores de insetos. Sua picada no homem é perigosa. São de hábitos noturnos. Figura 65 – Centopeia liberando o exoesqueleto na ecdise 60 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II A classe dos diplópodes não é objeto do nosso estudo por não ser venenosa. Assim, não será discutida neste livro‑texto. 5.3 Anfíbios 5.3.1 Conceito Anfíbio é uma classe intermediária entre os vertebrados aquáticos e os terrestres. Estes animais são tetrápodas, ananmiotas e analantoidianos que vivem em ambiente úmido, não apresentando formas marinhas. São pecilotérmicos (ectotérmicos), cuja fecundação ainda necessita da água do meio ambiente. Os anfíbios constituem a forma de transição entre os vertebrados aquáticos (peixes) e os vertebrados terrestres (répteis). Apresentam pele úmida, viscosa e sem escamas, e seus membros são destituídos de garras. Existem formas terrestres e de água doce, com três grupos principais: anuros, urodelos e ápodes. ápodesanuros urodelos ou caudados Salamandra Cobra‑cega Sapo Figura 66 – Anfíbios Os anuros não possuem cauda e compreendem sapos, rãs e pererecas. Os urodelos têm cauda, sendo as salamandras seus representantes mais conhecidos. Os ápodes não possuem membros, são animais serpentiformes chamados de cobras‑cegas. 5.3.2 Características gerais Considerando o sapo, podemos observar externamente: Pálpebra superior Narina Tímpano Glândula paratoíde Figura 67 – Aspecto geral do sapo comum 61 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA • pele rugosa e úmida; • presença de pálpebra e membrana nictitante; • glândulas paratoides, contendo veneno; • membrana timpânica; • membros anteriores com quatro dedos curtos; • membros posteriores, adaptados para o salto e que possuem cinco dedos; • cloaca; • cavidade bucal bem desenvolvida; • narinas externas. Figura 68 – Rana palustris, anfíbio anuro dos Estados Unidos A pele de todos os sapos e rãs produz um veneno que causa tremenda irritação nas mucosas da boca, nos intestinos e olhos de seus agressores. Morder sapos e rãs é perigoso e doloroso. A cobra (figura a seguir) errou o bote e vai ter dificuldades para tentar engolir este sapo. Figura 69 – Defesa 62 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Os Anfíbios têm duas formas de se proteger contra os seus predadores: • Uma é camuflar‑se com cores ou desenhos da pele, que confundem o animal com o ambiente. • Outra é produzir substâncias venenosas na pele. As espécies venenosas não se camuflam. Costumam ter cores vivas e brilhantes que servem de advertência aos predadores. Nos sapos, as glândulas produtoras de veneno são chamadas de glândulas paratoides, e se encontram atrás dos olhos. Se algum predador tentar engolir um sapo, a pressão em sua pele faz esguichar o veneno que intoxica o agressor. Figura 70 – Espécime venenosa Figura 71 – Espécime venenosa 5.3.3 Tegumento e esqueleto A epiderme não é corneificada nos aquáticos e pouco corneificada nos terrestres. A pele é úmida devido à existência de numerosas glândulas pluricelulares que produzem e secretam muco. 63 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Glândula pluricelular Pele de sapo Camada córnea Derme Epiderme Figura 72 – Glândulas pluricelulares mucíparas No sapo, atingem grande desenvolvimento as glândulas paratóides, situadas dorsalmente atrás dos olhos e produtoras de uma substância tóxica para as mucosas. Contrariamente ao que muitos pensam, o sapo não é capaz de espirrar o veneno, que só é eliminado quando a glândula é apertada. Não apresentam escamas e o esqueleto é quase totalmente ósseo. 5.4 Ofídios A classe Reptilia (do latim reptilis = que rasteja) é formada de organismos que, agrupados com as aves e os mamíferos, recebem a designação comum de amniotas. Em sua grande variedade de espécies, o grupo que tem apresentado maior interesse para o homem é o dos ofídios, em razão daocorrência de espécies venenosas. São animais triblásticos, enterocelomados, deuterostômios, cordados, gnatóstomos e pecilotérmicos (ectotérmicos). 5.4.1 Sistema esquelético O crânio tem apenas um côndilo occipital. O esqueleto é quase completamente de natureza óssea. A coluna vertebral apresenta vértebras cervicais, dorsais, sacras (apenas duas) e caudais. As cobras possuem a maior coluna vertebral que se tem notícia, com mais de 500 vértebras. O osso característico é o transverso, que, nas cobras peçonhentas, tem função importante na articulação do dente de veneno. Quando a cobra abre a boca, o transverso empurra o dente para fora. 64 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Transverso Dentário Quadrado Esquamosal Figura 73 – Cinetismo e estreptostilia Observação Cinetismo e estreptostilia: o cinetismo craniano representa os movimentos independentes que realizam os maxilares superiores, os palatinos e os pterigoides. A estreptostilia é a dupla articulação do quadrado, dando‑lhe grande mobilidade e permitindo às cobras abrir muito a boca. Classificação das cobras • Áglifas: dentes inoculadores ausentes; é o caso das cobras não venenosas (boipeva e cobra‑cipó). • Opistóglifas: dentes inoculadores sulcados e situados na parte posterior da boca. Não conseguem injetar o veneno (muçurana, falsas‑corais). • Proteróglifas: possuem dentes inoculadores sulcados e situados na parte anterior da boca (corais venenosas). • Solenóglifas: os dentes inoculadores apresentam um canal que se abre nas extremidades (agulha de injeção). Estão localizados na porção anterior (jararaca, cascavel, surucucu etc.). Com relação ao restante do aparelho digestório, aparecem esôfago bem dilatado, estômago (com moela nos crocodilianos), intestinos delgado e grosso, terminando em cloaca. Há a presença de glândulas salivares, fígado e pâncreas. De modo geral, os répteis se alimentam poucas vezes, mas, quando o fazem, ingerem grandes quantidades de alimento. Possuem digestão lenta e seu suco digestório é forte, digerindo até os ossos de suas presas. 65 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Proteróglifa Dente sulcado Dente canaliculado Solenóglifa OpistóglifaÁglifa Figura 74 – Classificação das cobras Figura 75 – Green Boa A peçonha das cobras é produzida em glândulas salivares modificadas, chamadas bolsas de veneno. A pressão da mordida faz com que o veneno seja espremido para dentro do canal dos dentes injetores e inoculado na vítima. 5.4.2 Diferenças entre cobras peçonhentas e não peçonhentas Cabeça Nas P (peçonhentas) é chata, triangular, bem destacada. Nas NP (não peçonhentas) é estreita, alongada, mal destacada. 66 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Peçonheta Não Peçonheta Figura 76 – Cabeça da cobra Olhos e fosseta lacrimal Nas P os olhos são pequenos, com pupila em fenda vertical; fosseta lacrimal entre os olhos e narinas. Nas NP os olhos são grandes, com pupila circular e fosseta lacrimal ausente. Peçonheta Não Peçonheta Fosseta lacrimal Figura 77 – Olhos e fosseta lacrimal Escamas do corpo Nas P são alongadas, pontudas, imbricadas, com carena ou quilha mediana, dando ao tato impressão de aspereza. Nas NP as escamas são achatadas, sem carena, dando ao tato uma impressão de liso, escorregadio. Peçonheta Não Peçonheta Figura 78 – Escamas do corpo 67 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Teto da cabeça Nas P existem escamas pequenas, semelhantes às do corpo. Nas NP aparecem placas grandes em vez de escamas pequenas. Peçonheta Não Peçonheta Figura 79 –Teto da cabeça Cauda Nas P ela é curta e afina bruscamente. Nas NP ela é longa e afina gradativamente. Peçonheta Não Peçonheta Figura 80 – Cauda Reação As P, quando perseguidas, mostram reação de ataque, enrolando‑se. As NP, quando perseguidas, fogem. Hábitos As P são noturnas e as NP, diurnas. Movimentos As P são vagarosas e as NP, rápidas. Postura de filhotes As P são ovovivíparas e as NP, ovíparas. É muito importante lembrar que existem numerosas exceções para todos esses casos, de modo que o diagnóstico deve ser baseado num conjunto de características e não em uma apenas. Assim, por 68 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II exemplo, a presença de fosseta lacrimal indica certamente que se trata de cobra peçonhenta da família dos crotalídeos, mas as corais venenosas não a apresentam. Temos então de procurar outra peculiaridade que, no caso da coral peçonhenta, seria o tipo de cauda. Quatro gêneros de cobras que causam acidentes peçonhentos no Brasil: • gênero Bothrops (a representante mais conhecida é a jararaca); • gênero Crotalus (a representante mais conhecida é a cascavel); • gênero Micrurus (representado pela coral verdadeira); e • gênero Lachesis (surucucu). Quadro 4 – Diferenças entre as peçonhentas e as não peçonhentas Cobras peçonhentas Cobras não peçonhentas Cabeça achatada, triangular, bem destacada do corpo, com escamas pequenas como as do corpo. estreita, de alongada a oval, mal destacada do corpo, com placas em lugar de escamas. Olhos pequenos, com pupila em forma de fenda vertical. grandes, com pupila circular. Fosseta lacrimal presente ausente Escamas do corpo alongadas, pontudas, imbricadas, sensação de aspereza ao tato. achatadas, lisas, não imbricadas, justapostas. Cauda curta, afinando bruscamente. longa, afinando gradualmente. Dentes com presas inoculadoras de veneno. sem presas, dentes todos do mesmo tamanho. Movimentos vagarosos rápidos Hábitos noturnos diurnos Reprodução ovovivíparas ou vivíparas. ovíparas Em perseguição enrodilha‑se (posição de ataque). foge. Figura 81 – Jararacuçu (Bothrops), Brasil 69 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Figura 82 – Cascavel (Caudissona durissa), Brasil Figura 83 – Sucuri (em inglês, Anaconda) Figura 84 – Bothrops nieuwiedii, Brasil Algumas cobras peçonhentas como as cascavéis, jararacas e surucucus →possuem um órgão especial para localizar outros animais no escuro. São as fossetas loreais, dois orifícios na cabeça, localizados entre os olhos e as narinas. Na falta de luz para os olhos, elas captam raios infravermelhos – os raios do calor emitido pelo corpo dos animais. Esses órgãos lhes servem para caçar ratos à noite. 70 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II No Brasil, o ranking das peçonhentas é liderado pela coral verdadeira (Micrurus sp), uma parente distante da taipan (Oxyuranus microlepidotus), uma serpente australiana, que é a campeã mundial. A taipan é tão perigosa que em uma só picada, ela libera veneno suficiente para matar mais de 100 pessoas ou 250.000 camundongos! De acordo com o biólogo Otávio Marques, do Instituto Butantan (São Paulo), “ambas pertencem à família Elapidae, que conta com 240 espécies altamente venenosasem todo o planeta, exceto na Europa” (QUAL, [s. d.]). Estima‑se que todos os anos ocorram, no mundo, de um a dois milhões de acidentes envolvendo seres humanos e cobras (venenosas e não venenosas), dos quais cerca de 50 mil resultam em morte. Figura 85 – Coral 5.4.3 Mecanismo de ação dos venenos das cobras Os venenos variam em função dos seus “princípios ativos”, determinando uma sintomatologia variável, segundo a espécie, quantidade de veneno e localização da picada: • Neurotóxicos: atuam sobre o sistema nervoso, provocando dormência e insensibilidade no local da picada, paralisias musculares, perda da visão e prostração geral. Ex.: cascavel e coral. • Hemolíticos: causam a hemólise e escurecem a urina. Ex.: cascavel. • Proteolíticos: causam intensa dor no local da picada. Os tecidos sofrem necrose e podem gangrenar. Ex.: urutu e jararaca. • Coagulantes: em pequenas doses, coagulam o fibrinogênio, o que impede a coagulação do sangue; em grandes doses, provocam coagulação intensa e fatal. Ex.: jararaca, jararacuçu, urutu, jararaca do rabo branco etc. 71 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Quadro 5 – Procedimento para diagnóstico clínico dos acidentes ofídicos Gênero Tipo de Veneno Sinais e sintomas Bothrops Proteolítico Sinais e sintomas precoces (imediatamente após): inchaço, dor viva e sangramento hemorrágico locais. Sinais e sintomas tardios: bolhas, necrose (gangrena) e abscessos. Coagulante Sinais e sintomas precoces: alteração no tempo de coagulação (TC).Sinais e sintomas tardios: sangramento de gengivas, olhos e ouvidos. Crotalus Neurotóxico Sinais e sintomas precoces: “fácies neurotóxica”: diplopia (visão dupla), ptose palpebral (queda de pálpebra), anisocoria (dilatação da pupila) e mialgias (dores musculares). Hemolítico Sinais e sintomas tardios: urina vermelha, cor de água de carne ou coca‑cola, oligúria (diminuição e parada da urina) e insuficiência renal aguda. Micrurus Neurotóxico Sinais e sintomas precoces: diplopia, ptose palpebral, anisocoria e mialgias.Sinais e sintomas tardios: afeta o aparelho respiratório e leva à morte por asfixia. Lachesis Proteolítico Sinais e sintomas precoces: inchaço, dor viva e sangramento hemorrágico locais.Sinais e sintomas tardios: bolhas, necrose (gangrena) e abscessos. Neurotóxico Sinais e sintomas precoces: hipotensão, bradicardia (pulso fraco) e diarreia. Coagulante Sinais e sintomas precoces: alteração no tempo de coagulação.Sinais e sintomas tardios: sangramento de gengivas, olhos e ouvidos. 5.4.4 Soros antiofídicos Os anticorpos são “armas químicas” que os seres vivos produzem sob medida para cada atacante. Por esse motivo, muitos doentes se curam espontaneamente e sem medicamentos. O corpo deles produziu seu próprio medicamento, feito sob medida para atacar aquele determinado invasor. Quem produz os anticorpos em nosso organismo é o sistema imunológico. Imunidade significa não poder ser infectado por uma certa doença ou envenenado por uma certa substância. O que nos torna imunes – às doenças infecciosas e aos venenos dos animais – são os anticorpos. Depois de ter vencido um micróbio invasor ou um veneno animal, nosso organismo continua produzindo anticorpos contra esse micróbio ou veneno por muito tempo. Às vezes, por toda a vida, outras vezes, por décadas. Por isso, os cientistas extraem esses anticorpos defensivos do sangue dos doentes que se curaram e os injetam nos que não estão resistindo bem àquela determinada doença. Ou seja, os pacientes que não estavam conseguindo produzir anticorpos são salvos pelos anticorpos daqueles que foram capazes de fabricá‑los bem. Essa é a origem dos “soros curativos”. Como a indústria fabrica anticorpos? Os anticorpos não são produzidos apenas em humanos. Anticorpos contra os venenos de cobras, aranhas e escorpiões, assim como aqueles contra muitos vírus e bactérias, são extraídos do sangue de cavalos. 72 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II No início, os cavalos recebem doses mínimas desses venenos ou micróbios. O suficiente para produzirem apenas um pouquinho de anticorpos. Depois, eles vão recebendo doses cada vez maiores, de forma que o cavalo nunca fique doente, mas produza quantidades cada vez maiores de anticorpos. Passados alguns meses, o cavalo se torna uma verdadeira fábrica de anticorpos contra certo veneno animal ou contra certa doença infecciosa. O soro (ou plasma) é a parte líquida do sangue, da qual extraímos os anticorpos. Esse soro, antes de ser usado em humanos, é testado e purificado. Já as hemácias – as células vermelhas do sangue do cavalo – são devolvidas ao animal para evitar os efeitos debilitantes da sangria. Um único cavalo pode produzir 15 litros de soro curativo. Figura 86 ‑ O líquido que se forma nas bolhas após uma queimadura é o “plasma” do sangue Os soros mais conhecidos são os antiofídicos, que neutralizam os efeitos dos venenos das cobras. Mas há também soros para o tratamento de doenças infecciosas, como difteria, tétano, botulismo e raiva. Existe ainda um terceiro tipo de soro, que reduz a rejeição dos órgãos transplantados em cirurgias: são os soros antitimocitários. Todos os soros – tanto os antiofídicos, quanto os para tratar as doenças infecciosas e para prevenir a rejeição nos transplantes de órgãos – são obtidos pelo mesmo processo. A única diferença é o tipo de substância injetada no cavalo (ou no porco) para induzir a produção de anticorpos. Agem como anticorpos específicos: • Soro anticrotálico: aplicado em acidentes com cascavéis. • Soro antielapídico: aplicado em acidentes com corais. 73 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA • Soro antibotrópico: aplicado em acidentes com urutu e jararaca. • Soro antilaquético: aplicado em acidentes causados pela surucucu. • Soro polivalente: é aplicado quando a cobra não é identificada. A identificação da serpente causadora do acidente poderá ser feita diretamente ou pela sintomatologia apresentada em virtude da ação específica de cada veneno. O veneno de algumas cobras é utilizado (misturado com vitamina B1) nos distúrbios nervosos da hanseníase; de modo semelhante, o veneno pode ser utilizado no combate à dor da angina do peito e hemorragias (principalmente do globo ocular). Figura 87 – Extração do veneno Nos Institutos Biológicos, como o Butantan (SP), são produzidos soros contra as picadas mais comuns no Brasil: de escorpiões, aranhas e cobras venenosas. Se você for picado por um deles, procure levar o animal com você ao hospital. Lembre‑se do que aprendeu: os soros são específicos. Lembrete O soro curativo é uma injeção de anticorpos. Os anticorpos são “armas químicas” destinadas a matar os invasores do organismo, que podem ser venenos injetados por animais ou micróbios de doenças. Observação Nem todos os venenos animais ou doenças infecciosas podem ser curados por meio de soros curativos. Muitos precisam do uso de antibióticos, remédios que não têm nada a ver com os soros curativos. 74 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II 5.4.5 O Instituto Butantan A história do Instituto Butantan se confunde com a própria modernização do Estado de São Paulo. Em 1889, houve uma epidemia de peste bubônica no porto de Santos. Temendo que a doença atingisse a capital do Estado,o governo convocou o renomado Dr. Adolfo Lutz, diretor do Instituto Bacteriológico de São Paulo (atual Instituto Adolfo Lutz), para tentar controlar a epidemia. A fazenda Butantan foi comprada para instalar um laboratório de produção de soro antipestoso e o assistente de Adolfo Lutz, o Dr. Vital Brazil — em conjunto com dois outros grandes sanitaristas, o Dr. Osvaldo Cruz e o Dr. Emílio Ribas — criou um plano para debelar a epidemia. Em 1901, esse laboratório foi transformado no “Instituto Serumterápico do Estado de São Paulo”, e Vital Brazil, nomeado seu primeiro diretor. Posteriormente, se tornaria o atual Instituto Butantan. Enquanto isso, sobretudo devido à expansão da cafeicultura em São Paulo, os trabalhadores rurais (na maioria imigrantes) eram frequentes vítimas de picadas de cobras venenosas. Essas serpentes comuns em toda aquela mata que estava sendo derrubada para plantar café constituíam um sério problema. Assim, Vital Brazil, além de estudar a peste bubônica, iniciou suas pesquisas sobre venenos de serpentes, tema então pouco conhecido. O extenso trabalho que ele desenvolveu fez com que o Instituto Butantan rapidamente se especializasse no conhecimento de cobras, bem como na produção de soros antiofídicos (ofídios” é o nome científico das cobras). Com isso, o Butantan tornou‑se uma entidade líder no mundo científico. Vital Brazil foi pioneiro em demonstrar a especificidade dos soros antiofídicos. Ou seja, que um soro específico para a picada de uma serpente venenosa europeia (por exemplo, uma víbora) é ineficiente para a picada de uma jararaca sul‑americana. Durante as inúmeras viagens que realizou para demonstrar a eficácia do soro antiofídico, a fama de Vital Brazil ganhou o mundo. Figura 88 – Instituto Butantan 75 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Durante vários anos, o Instituto Butantan funcionou em dependências precárias e com poucos funcionários. Mesmo assim, de seus laboratórios brotaram importantes pesquisas no campo da herpetologia (o estudo dos répteis), microbiologia e imunologia. A partir de 1914, com a construção da nova sede e a contínua (embora lenta) ampliação de recursos, o Butantan começou a se consolidar como a mais importante instituição de pesquisa biomédica do Estado de São Paulo, e uma das mais importantes do Brasil e do mundo. 6 CIÊNCIAS MORFOLÓGICAS MACROSCÓPICAS A Ciência Morfológica, dentro das ciências Biológicas e da Saúde, trata‑se do estudo das formas biológicas dos seres vivos. Divide‑se em duas partes: a Macroscópica, que cuida da Anatomia, e a Microscópica, que é a Histologia. Esse estudo é uma ferramenta fundamental na identificação e classificação das espécies, levando em consideração as características anatômicas. Neste momento, nosso estudo será voltado à parte Macroscópica. Serão apresentados conceitos básicos de anatomia para fundamentar outras disciplinas nas quais estes conhecimentos se farão necessários. A Anatomia estuda a forma e a estrutura dos órgãos, que são formados pelos tecidos que se reúnem, tais como: estômago, coração, cérebro, pulmões etc. Para nosso curso, o que irá nos interessar é a anatomia humana, pois com estes conhecimentos será possível analisar melhor os ambientes de trabalho, identificar riscos à saúde do trabalhador e compreender as formas de penetração no organismo humano e suas consequências. A etimologia da palavra anatomia vem do grego: ana = em partes; tomein = cortar. Usam‑se métodos de dissecação, para se poder examinar as estruturas macroscópicas do corpo humano, sem a necessidade do uso de microscópio. Para facilitar o estudo da anatomia humana, pode‑se separá‑la em áreas distintas. A anatomia humana macroscópica é o exame das estruturas do corpo que podem ser vistas sem um microscópio. Existem diversas abordagens para estudar a anatomia: • Anatomia sistêmica: é o método de estudo do corpo por sistemas, como o cardiovascular, o respiratório etc. • Anatomia regional: é o método de estudo do corpo por regiões, como cabeça, tórax e abdômen. • Anatomia clínica: é o método que enfatiza a estrutura e a função à medida que se relacionam com a prática da medicina e outras áreas da saúde. • Anatomia palpatória: é o método que investiga manualmente a superfície corporal. A prática das técnicas de contato manual proporciona ao profissional de saúde a habilidade de receber informações relativas de cada paciente. Para nosso curso, neste momento, daremos ênfase à primeira abordagem, a Anatomia sistêmica. 76 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II 6.1 Sistema cardiovascular 6.1.1 Generalidades O sangue (fluido circulante) apresenta, nos mamíferos, as seguintes funções: • Transporte de substâncias alimentares da região de absorção (intestino) para as demais partes do corpo (células). • Transporte de excretas para os órgãos excretores (rins) a partir das demais partes do corpo. • Transporte dos gases respiratórios (oxigênio e dióxido de carbono) entre os pulmões e as demais partes do corpo. • Transporte de hormônios (substâncias controladoras da atividade de certos órgãos). Essas funções são desempenhadas pelo sistema circulatório (ou sistema de transporte) com eficiência e precisão nos animais vertebrados. 6.1.2 Coração O coração é um órgão muscular cavitário com a forma de um cone truncado, do tamanho aproximado do punho do mesmo indivíduo. Repousa sobre o diafragma, entre a porção inferior dos dois pulmões, e está encerrado em uma membrana especial, o pericárdio, ocupando a região topográfica do tórax, conhecida como mediastino médio. Sua posição em relação à parede toráxica é mostrada em diagrama na figura a seguir. É coberto ventralmente pelo esterno e partes adjacentes da terceira à sexta cartilagem costal. O ápice do cone aponta para baixo, para frente e para a esquerda, estando cerca de dois terços do órgão à esquerda do plano mediano. Veia e artéria subclaviais Arco da aorta Artéria pulmonar Aurícula esquerda Ventrículo esquerdo Ventrículo direito Átrio direito Diagrama Glândula tireoide Veia braquiocefálica esquerdaVeia braquiocefálica direita Veia cava superior Figura 89 – Posição do coração. O coração e válvulas cardíacas projetadas na parede anterior do tórax, mostrando sua relação com as costelas, esterno e diafragma 77 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA O coração do adulto mede cerca de 12 cm de comprimento por 8 a 9 cm de largura em sua parte mais larga e 6 cm de espessura. Seu peso no homem varia de 280 a 340 gramas; na mulher, de 230 a 280 gramas. O coração quase sempre continua a crescer em peso e tamanho até um período avançado da vida; este aumento pode ser patológico. A parede do coração é composta de três camadas: uma externa, o epicárdio; uma média, o miocárdio; e uma interna, o endocárdio. A camada superficial do epicárdio é a membrana serosa ou pericárdio visceral. É uma camada única de células mesoteliais escamosas, repousando sobre uma lâmina própria de delicado tecido conjuntivo. Entre o revestimento seroso e o miocárdio, há uma camada de denso tecido conjuntivo fibroelástico. Este último está entremeado com tecido adiposo, que preenche as fendas e sulcos, dando ao coração um contorno ligeiramente arredondado. Os grandes vasos sanguíneos e os nervos também estão contidos nesta camada. A cor vermelho‑escura do miocárdio é visível por meio do epicárdio, exceto onde há acúmulo de gordura. Aquantidade de gordura varia enormemente: raramente está ausente, exceto em indivíduos emaciados, e pode encobrir por completo o miocárdio nos indivíduos obesos. Pericárdio Aorta Átrio direito Átrio esquerdo Artéria interventricular anterior Artéria pulmonar Figura 90 – Vista anterior do coração 78 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Veia cava inferior Aorta Átrio direito Átrio esquerdo Artéria interventricular posterior Artéria coronária direita Artéria coronária direita Ventrículo direito Ventrículo esquerdo Veias pulmonares direitas Veias pulmonares esquerdas Ramo direito da artéria pulmonar Ramo esquerdo da artéria pulmonar Veia cava superior Figura 91 – Vista posterior do coração Veia cava inferior Válvula tricúspide Válvula na artéria aorta Artéria aorta Átrio direito Átrio esquerdo Musculatura ventricular (miocárdio) Artéria pulmonar Ventrículo direito Ventrículo esquerdo Veias pulmonares Válvula na artéria pulmonar Válvula bicúspide ou mitral Septo interventicular Veia cava superior Figura 92 – Esquema do coração em corte longitudinal 79 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA O miocárdio é composto de camadas e feixes de músculos cardíacos com um mínimo de outros tecidos, exceto no que se refere aos vasos sanguíneos. O endocárdio é o revestimento interior do coração. Sua camada superficial é composta de células endoteliais escamosas e é contínua com o revestimento endotelial dos vasos sanguíneos. O tecido conjuntivo é bastante delgado e transparente sobre as paredes musculares dos ventrículos; é, porém, espessado nos átrios e nos pontos de inserção das válvulas. Contém pequenos vasos sanguíneos, partes do sistema especializado de condução, e alguns feixes de músculo liso. Embora o coração seja bastante móvel e independente dos órgãos vizinhos, mantém‑se na sua posição correta dentro do tórax pela continuidade com os grandes vasos sanguíneos e por um saco membranoso fechado, o pericárdio. Adaptado de: LACIC (2011, p. 5). Pressão máxima ou sistólica A contração do ventrículo esquerdo (sístole) bombeia sangue arterial para o interior da artéria aorta. Temos a pressão máxima ou sistólica, que corresponde a cerca de 120 mmHg. Popularmente, é mencionado o valor 12. Pressão mínima ou diastólica Quando o ventrículo esquerdo recebe sangue arterial (diástole) do átrio esquerdo, a pressão sanguínea no interior da artéria aorta diminui. Temos a pressão mínima ou diastólica, que corresponde a cerca de 80 mmHg. Popularmente, é mencionado o valor 8. 6.1.3 Organização geral de circulação A organização do aparelho circulatório está mostrada na figura a seguir: 80 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Válvula tricúspide Válvula mitral Artéria aorta Artéria pulmonar Arco aórtico Órgãos Pulmão Membro superior esquerdo Membro superior direito Pulmão direito Pulmão esquerdo Veia pulmonar Aorta descendente Membros inferiores Intestino Bexiga Figado Veia porta Cabeça e pescoço Veia cava superior Veia cava inferior Veia cava Coração Rim Figura 93 – Esquema da circulação pulmonar e sistêmica No homem, como nos mamíferos, a circulação consiste de dois sistemas ligados em série: a grande circulação ou circuito sistêmico, e a pequena circulação ou circuito pulmonar. PULMÕES CORPO Sangue arterial Sangue arterial Sangue venoso Sangue venoso Pequena circulação ou pulmonar Grande circulação ou sistêmica Figura 94 – Esquema de circulação dupla (AD: átrio direito; AE: átrio esquerdo; VD: ventrículo direito; VE: ventrículo esquerdo) 81 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Da mesma forma, o coração é composto por duas bombas: uma para os pulmões e outra para o resto do corpo. O sangue é bombeado pelo coração direito (lado direito do coração) em direção à artéria pulmonar, passando pelos capilares e veias pulmonares para ganhar o coração esquerdo (lado esquerdo do coração). O coração esquerdo expulsa o sangue para a aorta, de onde se escoa pelos ramos arteriais que o distribuem aos vários órgãos do corpo. Dos capilares destes órgãos, é o sangue drenado pelas veias, retornando ao coração direito via veias cavas superior e inferior. Na sua passagem pelos capilares pulmonares, o sangue ganha o oxigênio do ar contido nos pulmões e, ao mesmo tempo, livra‑se de gás carbônico. Nos capilares dos outros órgãos, supridos pelo coração esquerdo, o sangue cede oxigênio e remove gás carbônico dos tecidos. O fluxo de sangue que irriga os vários órgãos e tecidos depende da quantidade total fornecida pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) e da proporção do débito enviada a cada um deles. A regulação do débito cardíaco, bem como da eventual distribuição do sangue aos tecidos, constituem assim os problemas centrais da fisiologia da circulação. 6.1.4 Vasos sanguíneos Durante cada contração do coração, o sangue é expelido sob pressão dos ventrículos para a aorta e artéria pulmonar. A aorta é um tubo de grosso calibre cujas espessas paredes são formadas principalmente de tecido elástico; sua capacidade, como a de qualquer outra estrutura elástica, é determinada em grande parte pela pressão do sangue nela contida. Durante a expulsão de sangue que ocorre na sístole ventricular, a pressão na aorta aumenta, distendendo‑a e permitindo a acomodação no seu interior de grande parte do sangue expelido; o restante escapa pelas artérias. Na diástole ventricular, a tensão das paredes aórticas mantém o fluxo de sangue em direção às artérias; a aorta diminui então de tamanho, paulatinamente, até ser distendida por um novo batimento cardíaco. Com este comportamento puramente passivo, a aorta (e em menor grau seus ramos principais, que se lhe assemelham em estrutura) converte o fluxo intermitente gerado pelo coração num fluxo contínuo, embora pulsante, ao nível das artérias. As artérias contêm, em suas paredes, musculatura lisa que contrai ativamente ou relaxa adequadamente quando estimulada. A proporção de tecido muscular para tecido elástico é mais elevada nas pequenas artérias, cujo diâmetro (especialmente nos ramos menores ou arteríolas) pode sofrer grandes variações independentemente da pressão da luz do vaso. O estado de constrição ou dilatação das arteríolas de um órgão é o principal fator determinante da proporção do débito cardíaco a ele destinado. 82 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Carótida externa direita Artérias importantes Veias importantes Tronco braquiocefálico Subclávia direita Axilar Axilar Aorta Braquial Ulnar Radial Ilíaca comum direita Ilíaca comum esquerda Ilíaca externa direita Femoral Poplítea Fibular Tibial anterior Tibial anterior Safena magna Poplítea Ilíaca externa esquerda Femoral Radial Ulnar Porta Cava inferior Supra‑hepática Basílica Cava superior Subclávia esquerda Jugular interna Cefálica Tronco branquiocefálico esquerdo (cortado)Carótida comum direita Figura 95 – Aparelho circulatório ObservaçãoO aparelho circulatório é responsável pelo fornecimento de oxigênio, substâncias nutritivas e hormônios aos tecidos; além disso, também exerce a função de transportar os produtos finais do metabolismo (excretas, como CO2 e ureia) até os órgãos responsáveis por sua eliminação. 83 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Os capilares apresentam um diâmetro em torno de 10 μm e o sangue neles contido é separado dos tecidos por uma única camada de células endoteliais achatadas que formam a parede capilar; neste ponto, ocorrem as trocas de substâncias entre sangue e tecidos. A despeito de suas finas paredes e da ausência de células musculares, os capilares são capazes de contração ativa, podendo, então, exercer pressões de 60 mmHg ou mais. No homem, como em todos os vertebrados, o aparelho circulatório é formado por um sistema fechado de vasos sanguíneos, cujo centro funcional é o coração. Alguns tecidos em estado de repouso apresentam‑se com a maioria de seus capilares fechados; durante a atividade, os capilares se abrem, tomando assim parte na regulação da distribuição de sangue aos órgãos. Embora sob controle nervoso, são os capilares os vasos que reagem principalmente às substâncias químicas liberadas durante a atividade pelos tecidos por eles supridos. O sangue dos capilares é coletado em vênulas, que se juntam para formar as veias. As veias são largas e de paredes relativamente finas, oferecendo pouca resistência ao fluxo sanguíneo. São elas capazes de variação ativa de calibre; estão sob controle nervoso. As veias de pequeno e médio calibre contêm válvulas, o que não se observa nas de diâmetro muito pequeno ou nas veias maiores. As válvulas são pregas da parede íntima que se projetam na luz do vaso. Via de regra, duas destas pregas se defrontam num determinado ponto do vaso, e sua conformação é tal que, se o sangue for forçado em direção dos músculos de uma parte do corpo, as suas veias são espremidas e o sangue nelas contido é forçado a se deslocar na única direção que lhe é permitida, ou seja, a do coração. Quando os músculos relaxam, o sangue novamente penetra nas veias, provenientes das artérias e leitos capilares. Este “bombeamento muscular” é um mecanismo importante que facilita o retorno do sangue venoso ao coração. Saiba mais As doenças cardiovasculares têm grande participação nas mortes no País. Em algumas atividades e locais podemos encontrar desfibriladores para situações de emergência, mas é importante conhecer um pouco mais sobre o assunto. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância. Abordagem de vigilância sanitária de produtos para saúde comercializados no Brasil: desfibrilador externo. BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, n. 1, jan./ fev./mar. 2011. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/boletim_tecno/ boletim_tecno_fev2011/PDF/matriz_desfibri_que_temos04fev2011.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2014. 84 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II 6.2 Sistema respiratório 6.2.1 Generalidades O homem apresenta respiração pulmonar. No homem, o pulmão é alveolar, apresentando uma grande superfície de trocas gasosas. Laringe Traqueia Brônquio Pulmão Conjunto de alvéolos Diafragma Figura 96 – Pulmão do homem Aparelho respiratório O ar, no aparelho respiratório humano, percorre o seguinte trajeto: fossas nasais ou boca → faringe → laringe → traqueia → brônquios → bronquíolos → alvéolos pulmonares. Nos alvéolos pulmonares ocorre a entrada de O2 e a saída de CO2, com a consequente passagem do sangue venoso a arterial (hematose). Mecanismo da respiração Os pulmões podem sofrer expansão e retração, e, consequentemente, sofrer diminuição ou aumento de sua pressão interna em relação à pressão atmosférica. Deste modo, quando os pulmões se expandem, aumentam o volume, há queda de pressão interna e, assim, o ar se desloca do exterior, por meio das vias respiratórias, para o interior dos pulmões — esta é a inspiração. Quando o pulmão entra em retração, diminui o volume, aumenta a pressão interna (também em relação à atmosférica) e, assim, o ar se desloca do interior dos pulmões, pelas vias respiratórias, para o exterior — é a expiração. 85 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA ar ar Diafragma Inspiração Expiração Figura 97 – Inspiração e expiração: participação da caixa torácica e do diafragma nos movimentos de inspiração e expiração O mecanismo da respiração depende de contrações musculares rítmicas reguladas pelo sistema nervoso autônomo. O centro respiratório está localizado no bulbo, e, por meio da medula, transmite os impulsos que chegam aos músculos respiratórios. Ele é, na verdade, constituído pelo centro inspiratório e pelo centro expiratório. A oscilação contínua dos impulsos nervosos originados nestes centros controla os ciclos respiratórios. Quadro 6 – Respiração Diafragma e músculos intercostais Volume da caixa torácica Pressão no interior dos pulmões Fenômeno respiratório contraídos aumentado diminuída inspiração relaxados diminuído aumentada expiração A entrada e a saída de ar Tubo em Y1 2 3 Rolha Bexiga Bexiga Garrafa com fundo móvel Figura 98 – Experiência que simula os movimentos respiratórios dos mamíferos 86 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Observação Na figura anterior, a bexiga, colocada no fundo aberto da garrafa, representa o músculo denominado diafragma. Sua contração (2) ocasiona a entrada de ar, ou seja, a inspiração. Seu relaxamento (3) ocasiona a saída, ou seja, a expiração. A atividade dos centros respiratórios é influenciada por fatores químicos. O dióxido de carbono, nesse caso, tem uma importância maior: um aumento ou diminuição da sua concentração no sangue faz aumentar ou diminuir o ritmo respiratório. A variação do pH leva a uma diminuição ou aumento de intensidade do ritmo respiratório. Na acidose sanguínea, o ritmo aumenta; na alcalose, ele diminui. Figura 99 – Pulmão humano normal Figura 100 – Pulmão afetado por enfisema 87 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA 6.2.2 Transporte de gases respiratórios pelo sangue Oxigênio O oxigênio inspirado se difunde nos pulmões por meio das membranas respiratórias e cai na corrente sanguínea para os demais tecidos do organismo. Ele é transportado pelo sangue de duas maneiras diferentes: • em solução no plasma (cerca de 3%); • em combinação química com a hemoglobina das hemácias (cerca de 97%). Tem maior importância fisiológica o transporte do oxigênio ligado à hemoglobina (oxiemoglobina). A finalidade do pigmento respiratório é aumentar a capacidade do sangue de transportar oxigênio para os tecidos, já que a solubilidade deste gás no sangue é muito baixa. Os pigmentos respiratórios são proteínas que em suas moléculas apresentam um átomo de metal. A maioria dos pigmentos respiratórios contém ferro em suas moléculas. É ao metal da molécula que o oxigênio se liga para ser transportado. Dióxido de carbono O transporte de dióxido de carbono é realizado nos tecidos. Na respiração intracelular, as células estão produzindo continuamente CO2, que se difunde finalmente parao sangue. O CO2 é transportado, pelo sangue, até os pulmões, onde se difunde para o ar alveolar. O dióxido de carbono é transportado pelo sangue de três maneiras diferentes: • em solução no plasma (cerca de 7%); • em combinação com a hemoglobina e proteínas plasmáticas, formando compostos carbaminas (de 3% a 33%); • na forma de íon bicarbonato (cerca de 60% a 90%). Como se vê, a maior importância fisiológica é o transporte do dióxido de carbono na forma de íon bicarbonato. Monóxido de carbono O monóxido de carbono (CO) se combina com a hemoglobina, formando carboxiemoglobina, composto estável que não transporta mais o oxigênio às células. A inalação do CO, liberado, por exemplo, 88 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II nas combustões parciais de derivados do petróleo, pode ocasionar até a morte por asfixia. Nas células, há uma drástica diminuição na síntese de ATP, ou seja, de adenosina trifosfato. 6.2.3 O efeito da altitude Quando um indivíduo, que vive em altitudes próximas à do nível do mar, viaja para locais com elevada altitude, onde o ar é rarefeito, apresenta algumas reações para compensar a diminuição da taxa de oxigênio transportado aos tecidos do corpo. Ocorre um aumento da frequência respiratória, dos batimentos cardíacos e da pressão arterial. Em longo prazo, a medula óssea aumenta a produção de hemácias na hematopoese, facilitando a aclimatação desse indivíduo. 6.3 Sistema nervoso Todas as nossas sensações, sentimentos, pensamentos, respostas motoras e emocionais, a aprendizagem e a memória, a ação das drogas psicoativas, as causas das doenças mentais e qualquer outra função ou disfunção do cérebro humano não poderiam ser compreendidas sem o conhecimento do fascinante processo de comunicação entre as células nervosas (neurônios). Neurônio, a célula nervosa Cérebro humano Figura 101 – Cérebro humano 6.3.1 Neurônio O sistema nervoso é constituído por uma rede de unidades celulares denominadas neurônios (células nervosas). Os neurônios mostram uma variedade de forma e tamanho, porém possuem elementos comuns. Uma célula nervosa típica tem três partes principais: dendritos, axônio (cilindro‑eixo ou fibra nervosa) e corpo celular. Os dendritos e o axônio (sempre único em cada célula) são prolongamentos do neurônio. Os dendritos conduzem o influxo nervoso em direção ao corpo celular. No axônio pode haver, além de membrana celular, duas outras bainhas: interna (bainha de mielina) e externa, celular (bainha de Schwann). Essas bainhas são interrompidas em intervalos regulares por estrangulamentos chamados nódulos de Ranvier, que têm papel importante na velocidade da condução nervosa. 89 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Nervo é um grande número de axônios, cada um originário de um neurônio diferente. O nervo não contém corpos celulares, pois estes estão localizados no encéfalo, na medula e nos gânglios nervosos. 6.3.2 Sinapse As células nervosas e seus prolongamentos fazem contatos umas com as outras, por meio de pontos denominados sinapses. Na sinapse, o axônio terminal não está em contato direto (continuidade) com a membrana das ramificações do neurônio seguinte, mas existe aí uma fenda da ordem de 200 Å de largura. A transferência de um influxo nervoso por essa sinapse é feita por meios químicos. Uma característica importante é que a transmissão do impulso na sinapse se processa somente no sentido axônio – dendrito e nunca no sentido inverso. Desse modo, a sinapse atua como uma válvula de direção única. Estímulo Impulso nervoso Impulso nervoso Sinapse Neurônio Neurônio Vesículas com acetilcolina Figura 102 – Sinapse Observação Cromatólise é a degeneração do ergastoplasma do neurônio, decorrente de envelhecimento, traumatismos ou doenças. Dendritos Corpo celular Núcleo Figura 103 – Esquema de um neurônio 90 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II 6.3.3 Ato reflexo Os movimentos coordenados mais simples que você pode executar (pestanejar, espirrar ou retirar bruscamente a mão de uma chapa aquecida) parecem reações involuntárias automáticas, que surgem rapidamente quando ocorrem certas modificações no ambiente. Você retira a mão da chapa aquecida antes mesmo de perceber que se queimou. Essas reações involuntárias, que envolvem impulsos nervosos, são denominadas de reflexos. Neles, a transferência de informações percorre um caminho conhecido como arco reflexo. Os fenômenos que se desenvolvem nas vias nervosas, desde o receptor, ao receber o estímulo, até o efetor, que dá a resposta final, são denominados de atos reflexos. Quando é pequeno o número de neurônios envolvidos, tem‑se um ato reflexo simples e, ao contrário, quando há um grande número de neurônios envolvidos, chama‑se ato reflexo complexo. Todas as estruturas envolvidas no ato reflexo recebem, em conjunto, a denominação arco reflexo. Um arco reflexo simples, como o reflexo patelar, ocorre da seguinte maneira: o órgão receptor do estímulo é o tendão do joelho. Um golpe desferido excita as extremidades nervosas (dendritos) dos neurônios, cujos corpos celulares estão localizados no gânglio raquidiano. Os axônios desses neurônios penetram na parte dorsal da medula e fazem sinapse com os dendritos dos neurônios motores. Neurônio motor Gânglio Raiz dorsalRaiz ventral Sensorial Receptor Efetor Figura 104 – Arco reflexo patelar: os efetores são músculos esqueléticos da coxa 91 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Os corpos celulares desses neurônios motores estão localizados na medula em sua parte ventral (anterior) e seus axônios partem da raiz anterior e vão excitar os músculos da coxa, provocando o movimento da perna; desenvolve‑se, assim, o reflexo patelar. Nos reflexos medulares mais complexos, há também a participação de neurônios associativos, localizados entre os sensoriais e os motores. Os axônios dos neurônios associativos do arco reflexo também entram em sinapse com neurônios que transmitem o impulso nervoso ao encéfalo, e assim tem‑se consciência do estímulo sofrido. Um arco reflexo, como o descrito, envolve as seguintes estruturas: • Receptor do estímulo: representado por corpúsculos sensoriais do tendão e inervados por dendritos dos neurônios sensitivos. • Via sensitiva: representada pelos neurônios sensitivos que se dirigem para a medula pela raiz dorsal. • Neurônio associativo: situado na medula e que transforma a informação sensorial em ordem de ação, que se propagará pelos neurônios motores. Nos reflexos complexos podem ocorrer vários neurônios de associação. • Via motora: neurônios motores, que conduzem a ordem de ação para a contração dos músculos e saem da medula pela raiz ventral; chegam até o efetor. • Efetor: realiza a resposta final ao estímulo e, neste reflexo patelar, está representado pelos músculos da coxa. Os reflexos podem ser medulares e encefálicos. Nos reflexos medulares, como o patelar, a integração da informação ocorre na medula, e é sempre automática e involuntária. Reflexos encefálicos são complexos e a integração ocorre em neurônios associativos do encéfalo. No reflexo salivar, os efetores são as glândulas salivares, que liberam a saliva na cavidade bucal. Outros atos reflexos Quando um feixe de luz incide no olho humano,há uma redução do diâmetro da pupila. No escuro, esse diâmetro aumenta. Trata‑se de um ato reflexo. A ausência desse reflexo pupilar pode ser um indício de lesões do sistema nervoso. O ato “involuntário” de pestanejar também é reflexo. A aproximação brusca de um objeto ao globo ocular pode ocasionar um rápido movimento da pálpebra, protegendo o olho. Esse movimento palpebral também contribui na distribuição homogênea da lágrima pelo globo ocular, facilitando a sua lubrificação e dificultando o seu ressecamento. Quando um indivíduo pisa em um objeto perfurante, como um prego, ocorre imediatamente um ato reflexo. O neurônio efetor conduz impulsos ao membro inferior, provocando uma flexão da perna, numa tentativa de protegê‑lo. 92 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Quando um pediatra levanta lentamente um bebê, ele se agarra fortemente aos dedos do médico, podendo até se manter “pendurado” pela mão. Ao passar roupa, uma mulher encosta a mão no ferro “quente”. Imediatamente ela retira o seu membro superior do metal aquecido. Os atos reflexos, além de proteger o organismo, contribuem para sua adaptação ao ambiente. O reflexo condicionado O fisiologista Pavlov realizou interessantes experiências em cães. Antes de alimentar seu cão, ele tocava uma campainha. Pavlov repetiu esse experimento muitas vezes. Após um certo tempo, o cão já secretava saliva e suco gástrico ao ouvir o ruído da campainha. O animal foi condicionado. Muitos domadores que se exibem em espetáculos de circo condicionam seus animais a apresentar certa reação em cena por meio de estímulos e sinais. Quando o animal reage favoravelmente ao desejo do domador, ele o recompensa, por exemplo, com alimento. Se o animal reagir desfavoravelmente, o domador aplica‑lhe um castigo. Parietal OccipitalTemporal Frontal Figura 105 – Regiões do cérebro humano. Acredita‑se que a região occipital esteja relacionada à visão; a temporal, à audição; a parietal, ao olfato; e a frontal, à fala (fonação) 6.3.4 A divisão do sistema nervoso Divisão anatômica Em relação à posição, podemos dividir o sistema nervoso em central e periférico. O sistema nervoso central compreende o encéfalo e a medula espinhal ou raquidiana. O periférico compreende nervos cranianos (do encéfalo), nervos raquidianos ou espinhais (da medula), gânglios sensoriais e simpáticos. 93 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Os neurônios (ou fibras) que conduzem impulso ao sistema nervoso central (encéfalo e/ou medula) são denominados neurônios aferentes ou sensitivos; aqueles que conduzem do sistema nervoso central aos afetores (músculos e glândulas) são chamados neurônios eferentes ou motores. Conectando esses neurônios (aferentes e eferentes), no sistema nervoso central, geralmente existem neurônios de associação. Os corpos celulares dos neurônios aferentes estão localizados em pequenas estruturas de tecido nervoso, que se localizam, aos pares, de cada lado da superfície dorsal da medula, em cada segmento. São denominados gânglios das raízes dorsais ou posteriores. Os corpos celulares dos neurônios eferentes estão dentro da medula, na sua porção ventral (ou anterior), e suas fibras constituem a raiz ventral ou anterior. Os neurônios aferentes que penetram no encéfalo têm seus corpos celulares nos gânglios, perto dele. A atividade motora da musculatura esquelética é controlada por fibras do sistema nervoso periférico por meio de diferentes níveis do sistema nervoso central, cerebral ou medular. O encéfalo e a medula espinhal são protegidos, respectivamente, pelo crânio e pela coluna vertebral. Há também três meninges (membranas de tecido conjuntivo) protegendo o sistema nervoso central. A meninge que está em contato direto com o encéfalo e a medula (mais interna) é a pia‑máter, a meninge média é a aracnoide e a mais externa é a dura‑máter. O espaço entre a pia‑máter e a aracnoide está preenchido pelo líquido cefalorraquidiano, liquor ou líquido cérebro‑espinhal, cuja função é oferecer proteção ao tecido nervoso, atuando como amortecedor hidráulico contra choques e movimentos aos quais está sujeito. O líquido cefalorraquidiano preenche também os ventrículos cerebrais e o canal do epêndima (canal central). A medula é um órgão com forma cilíndrica e estende‑se do bulbo até as vértebras lombares. Substância cinzenta Substância branca Raiz posterior Raiz anterior Canal do epêndima (Canal central) Figura 106 – Representação esquemática de um corte transversal da medula espinhal 94 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II O tecido nervoso da medula diferencia‑se numa porção interna, denominada substância cinzenta, constituída por neurônios e fibras amielínicas e por células de sustentação, a neuróglia ou gliócito. A porção externa é constituída por fibras mielinizadas que correspondem aos axônios dos neurônios da substância cinzenta, fibras amielínicas e células de sustentação. A grande quantidade de fibras com mielina confere uma cor clara a esta parte da medula, que por isso é chamada substância branca. A substância cinzenta, vista em corte transversal da medula, toma a forma da letra H dentro da substância branca. O encéfalo está protegido pela caixa craniana. Apresenta as seguintes regiões: • Telencéfalo (hemisférios cerebrais, cuja camada mais superficial é o córtex). • Diencéjalo (com o tálamo e o hipotálamo). • Mesencéfalo (com os corpos quadrigêmeos e pedúnculos cerebrais). • Metencéfalo (cerebelo). • Mielencéfalo (bulbo). Divisão fisiológica do sistema nervoso Em relação ao funcionamento, o sistema nervoso pode ser dividido em voluntário e autônomo. O voluntário apresenta uma porção central, representada pelo córtex cerebral, e uma periférica, pelos nervos. O sistema nervoso autônomo é dividido em sistema simpático e sistema parassimpático, que, de modo geral, têm ação antagônica sobre os órgãos que inervam, controlando‑os, respectivamente, por meio de adrenalina e acetilcolina. É a parte do sistema nervoso responsável pelas funções viscerais do organismo. Trata‑se de um sistema essencialmente efetor, que regula e coordena, total ou parcialmente, a pressão arterial, a temperatura do corpo, a contração da musculatura lisa das vísceras, os batimentos cardíacos e outras atividades involuntárias. De modo geral, o sistema autônomo garante o equilíbrio do meio interno, ou seja, a homeostase. A atividade autônoma (sistema autônomo) é, em maior parte, controlada pelo sistema nervoso central, principalmente pelo hipotálamo. 95 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA 6.3.5 Sistema nervoso autônomo simpático É formado por diversos gânglios e fibras pré e pós‑ganglionares. Os gânglios estão divididos em dois grupos: laterais ou vertebrais, localizados ao lado da coluna vertebral, e correspondem embriologicamente à divisão segmentária da coluna; os colaterais se encontram em posição anterior à coluna vertebral e aproximadamente na altura do estômago. As fibras pré‑ganglionares (ramos comunicantes brancos, devido à mielinização das fibras) originam‑se na medula, saem pela raiz ventral e fazem sinapse com diversos neurônios de um ou mais gânglios. As fibras pós‑ganglionares não são mielinizadas (daí serem chamadas de ramos comunicantes cinzentos) econstituem os axônios dos neurônios situados nos gânglios laterais e colaterais, e dirigem‑se aos músculos e glândulas. As fibras pré‑ganglionares, quando em atividade, liberam o medidor químico acetilcolina ao nível das sinapses ganglionares, dando origem ao impulso pós‑ganglionar. As fibras pós‑ganglionares são adrenérgicas, isto é, liberam adrenalina, com exceção das fibras que inervam as glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos dos músculos, que são colinérgicas. 6.3.6 Sistema nervoso autônomo parassimpático Apresenta fibras que se originam no mesencéfalo, bulbo e medula sacral. As fibras pré‑ganglionares parassimpáticas são muito longas, fazendo sinapse no próprio órgão a ser inervado ou na sua vizinhança, e, logicamente, as fibras pós‑ganglionares são curtas. O mediador químico liberado pelas fibras pré e pós‑ganglionares é a acetilcolina. Cérebro Cérebro CranianoCraniano Coração Fígado Estômago Intestino Rim Bexiga CervicalCervical TorácicoTorácico LombarLombar SacralSacral Simpático Gônadas Parassimpático Figura 107 – Sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático 96 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Quadro 7 – Características gerais das fibras do sistema nervoso autônomo Sistema nervoso autônomo Simpático Parassimpático Tamanho Fibra pré‑ganglionar Fibra pós‑ganglionar Fibra pré‑ganglionar Fibra pós‑ganglionar Curta Longa Longa Curta Origem Medula torácica e lombar Gânglios laterais e colaterais Mesencéfalo, bulbo e medula sacral Gânglios junto aos órgãos que inervam Mediador químico Acetilcolina (colinérgicas) *Adrenalina (adrenérgicas) Acetilcolina (colinérgicas) Acetilcolina (colinérgicas) *As fibras que inervam os vasos sanguíneos dos músculos e as glândulas sudoríparas são colinérgicas. Quadro 8 – A ação antagônica do sistema nervoso autônomo Órgão ou função Simpático Parassimpático Arteríolas em geral Vasoconstrição Vasodilatação Frequência cardíaca Aumenta Diminui Pressão sanguínea Aumenta Diminui Amplitude (potência) cardíaca Aumenta Diminui Metabolismo basal Aumenta Diminui Atividade mental Aumenta Diminui Brônquios Dilata Contrai Pupila Dilata Contrai Concentração de glicose no sangue (glicemia) Aumenta ‑ Glicogenólise (no fígado) Aumenta ‑ Glândulas sudoríparas Aumenta sudorese ‑ Coronárias Vasodilatação Vasoconstrição Peristaltismo Diminui Aumenta Secreção gastrintestinal Diminui Aumenta Glândulas salivares ‑ Aumenta salivação Masculino Orgasmo, ejaculação Ereção do pênis Feminino Orgasmo Ereção do clitóris Bexiga urinária Relaxa a musculatura da parede e contrai o esfíncter da uretra Contrai a musculatura da parede e relaxa o esfíncter da uretra. 6.4 O sistema sensorial As terminações sensitivas do sistema nervoso periférico são encontradas nos órgãos dos sentidos: pele, orelha, olhos, língua e fossas nasais. Esses órgãos têm a capacidade de transformar os diversos estímulos do ambiente em impulsos nervosos. 97 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Figura 108 – Sistema sensorial Os seres vivos possuem estruturas que permitem perceber as variações ambientais externas e também internas. As células que são especializadas nessas funções são denominadas sensoriais. As células sensoriais podem estar distribuídas pelo corpo e, também, agrupadas, formando órgãos dos sentidos, que, em conjunto, constituem o sistema sensorial. Há os exteroceptores que captam estímulos externos. Estão relacionados, por exemplo, ao paladar, ao olfato, à audição, à visão e ao tato. Os exteroceptores conhecidos como quimiorreceptores são estimulados quando certas moléculas se encaixam em receptores da membrana celular, lembrando o conceito “chave colocada em uma fechadura”. Estes quimiorreceptores são importantes, por exemplo, no paladar e olfato. Os proprioceptores e interoceptores estão relacionados à recepção de estímulos do próprio corpo, ou seja, internos. Localizam‑se, por exemplo, nos tendões, nas articulações, nos músculos, informando o sistema nervoso central a posição dos membros, da cabeça etc. Os interoceptores captam informações sobre a composição química sanguínea em relação ao pH, à pressão osmótica e à temperatura, o que é traduzido em sede, fome, dor e náuseas. Classificação dos receptores sensoriais Em função do tipo de estímulo a que são sensíveis, os receptores sensoriais podem ser classificados em: • Fotorreceptores: quando são sensíveis à luz. • Fonorreceptores: quando são estimulados por sensações sonoras. 98 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II • Estatorreceptores: percebem as trocas de posição, mantendo o equilíbrio. • Termorreceptores: sensíveis às variações de temperatura. • Mecanorreceptores: são estimulados por toque, pressão e distensão. 6.4.1 O paladar e o olfato O gosto (sabor) dos alimentos é uma interação de sensações de paladar, de olfato (cheiro) e de sensações táteis relacionadas à consistência dos alimentos. Há em nossa língua papilas gustativas, estruturas receptoras de estímulos químicos e mecânicos. As papilas gustativas podem ser: fungiformes, foliáceas, circunvaladas e filiformes. As papilas filiformes são táteis. As demais papilas estão relacionadas ao doce, ao azedo, ao amargo e ao salgado. Papila filiforme Papila circular Botão gustativo Receptor Nervo sensorial b c a Figura 109 – As papilas gustativas Antigamente acreditava‑se que haveria regiões específicas na língua, especializadas em cada tipo de sabor. Sabemos hoje que os quatro tipos de sabor podem ser detectados em qualquer região da língua onde há essas papilas. Os alimentos interagem com as proteínas receptoras das células sensoriais, gerando impulsos nervosos na membrana celular, que são transmitidos até regiões específicas do cérebro e traduzidas na sensação de sabor. No teto das cavidades nasais há o epitélio olfativo. Ele apresenta quimiorreceptores. 99 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Nervo olfativo Bulbo olfativo Corpo celular do receptor olfativo Figura 110 – Receptores olfativos do nariz enviando informações ao cérebro As moléculas dispersas no ar se difundem no muco que ocorre nas cavidades nasais, gerando impulsos nervosos que são transmitidos até o lobo olfativo do cérebro, onde são traduzidos. O sabor final do alimento é obtido pela interação das informações obtidas pelas células gustativas e olfativas. Quando o olfato está prejudicado por uma doença respiratória (gripe, resfriado), o sabor do alimento diminui. 6.4.2 A audição e o equilíbrio A recepção e a transmissão dos impulsos relacionados à audição e ao equilíbrio são realizadas pela orelha. Podemos falar em orelha externa, orelha média e orelha interna. O pavilhão auditivo se comunica com a orelha externa, canal que se abre nesse pavilhão. A cera é secretada pelas glândulas do epitélio que reveste a orelha. Essa secreção retém partículas de poeira e micro‑organismos. O pavilhão auditivo capta os estímulos sonoros, transportando‑os ao canal auditivo. A vibração das ondas sonoras são captadas pela membrana do tímpano, película que está no limite entre a orelha externa e a média. A orelha média possui trêsossículos: o martelo, a bigorna e o estribo. Há um canal flexível comunicando a orelha média à faringe. Quando subimos uma montanha, há um desequilíbrio entre a pressão do canal auditivo médio e a pressão atmosférica. Quando descemos uma montanha, a pressão do ar (atmosférica) é maior do que a pressão interna na orelha e o tímpano é empurrado para dentro. A vibração timpânica é transmitida ao martelo, à bigorna e ao estribo. Estes ossículos atuam como amplificadores das vibrações sonoras. 100 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II A orelha interna é um labirinto, denominado aparelho vestibular. Apresenta células sensoriais que captam estímulos mecânicos (mecanorreceptores). O aparelho vestibular possui a cóclea, o sáculo, o utrículo e os canais semicirculares. A cóclea relaciona‑se à audição, e o restante está relacionado ao equilíbrio do corpo. A cóclea é semelhante a um caracol com a parte interna dividida em três compartimentos com líquido. No duto coclear (compartimento mediano), há o órgão espiral (de Corti), onde se localizam as células fonorreceptoras. Elas se comunicam com a membrana tectórica, que se apoia sobre os cílios das células sensoriais. Janela oval Janela redonda Nervo cócleo vestibular Cóclea TimpanoCanal auditivo Martelo Bigorna Estribo Orelha externa Orelha média Orelha interna Figura 111 – Estruturas sensoriais do som e equilíbrio Na base do estribo há a denominada janela oval. A vibração é transmitida ao líquido coclear, que faz os cílios sensoriais estimularem a membrana tectórica, gerando impulsos que são transmitidos pelo nervo cócleo vestibular ao córtex cerebral. Sobre a cóclea há duas bolsas cheias de líquido, o sáculo e o utrículo. Nas suas paredes internas há máculas, células sensoriais ciliadas, onde se localizam os estatocônios (otólitos). Os impulsos gerados nas máculas são transmitidos ao cérebro, permitindo determinar a orientação da cabeça. Os canais semicirculares são três tubos curvos, contendo líquidos e localizados sobre o utrículo. Na base de cada canal há a ampola, que possui células sensoriais, geradoras de impulsos transmitidos ao encéfalo. 101 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Ao girarmos o corpo, o líquido dos canais semicirculares move‑se, diminuindo a pressão sobre as células sensoriais. Parando‑se bruscamente de rodopiar, o líquido dos canais semicirculares continua em movimento, causando a sensação de tontura. 6.4.3 A visão Nos olhos há células sensoriais que captam os estímulos luminosos. Elas são denominadas: fotorreceptores (fotoceptores). O olho move‑se no interior de uma cavidade (órbita) devido à ação de três pares de músculos (reto superior, reto lateral e reto inferior). O olho é revestido por uma membrana transparente denominada conjuntiva. A inflamação dessa membrana é denominada conjuntivite. Sob a conjuntiva há a esclerótica, a corioide e a retina. A esclerótica apresenta tecido conjuntivo branco, sendo, na parte anterior do olho, transparente e denominada córnea. Retina Fóvea Disco óptico Nervo óptico Corpo vítreo Músculos ciliares Humor aquoso Córnea Pupila Lente Íris Corioide Esclerótica Figura 112 – Estrutura do olho humano Abaixo da córnea há uma câmara com humor aquoso, um líquido transparente. Abaixo da esclerótica há a corioide, uma película pigmentada. Sob a córnea, a corioide forma a íris (disco colorido do olho), cujo orifício interno, denominado pupila, tem tamanho regulável. É pela pupila que os raios luminosos penetram no globo ocular. A pupila corresponde ao diafragma regulável de câmeras fotográficas. Atrás da íris há uma lente, antigamente denominada cristalino. Ela é biconvexa e auxilia na nitidez e focalização da imagem luminosa. Atrás da lente do bulbo do olho há uma segunda câmara, preenchida por um líquido viscoso e transparente, denominado humor vítreo. O revestimento interno da câmara ocular é formado por cones e bastonetes, componentes da retina. 102 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Os bastonetes são fotorreceptores que não distinguem as cores. Estes bastonetes possuem um pigmento denominado opsina (proteína) e uma parte não proteica, derivada da vitamina A. Os cones são menos sensíveis à luz do que os bastonetes, mas permitem a visão em cores. Há três tipos diferentes de cores. Um deles detecta a luz vermelha; o segundo, a verde; e o terceiro, a luz azul. Há cerca de seis milhões de cones na retina do olho, concentrados, principalmente na fóvea. A retina possui também cerca de cento e vinte milhões de bastonetes, poucos deles localizados na fóvea. A fóvea apresenta uma menor sensibilidade à luz fraca do que as laterais do olho (onde há mais bastonetes). A excitação luminosa do cone ou bastonete desencadeia várias reações químicas celulares, gerando impulsos nervosos na membrana plasmática, que são conduzidos pelas fibras nervosas da retina que se unem no disco óptico, originando o nervo óptico, que conduz os impulsos até o córtex cerebral (região occiptal do cérebro). Bastonete Cone Conjunto de membranas pigmentadas Figura 113 – Fotoceptores dos mamíferos 103 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Bastonete Célula bipolar Gânglio celular Cone Célula horizontal Epitélio pigmentado Figura 114 – Trajeto do impulso da parte sensorial da retina ao cérebro No disco óptico não há fotorreceptores, e, portanto, as imagens focalizadas nele não são visíveis. Por isso, ele é denominado de ponto cego. 6.4.4 O tato A nossa pele possui estruturas sensoriais relacionadas à captação de estímulos táteis. As pontas dos dedos, a palma das mãos, os lábios e os mamilos possuem corpúsculos de Meissner e discos de Merckel, mecanoceptores táteis. Os corpúsculos de Pacini, localizados na região mais profunda da pele, captam estímulos resultantes de fortes pressões e vibrações. Antigamente, acreditava‑se que os corpúsculos de Ruffini e de Krause estariam relacionados, respectivamente, à percepção do calor e do frio. No entanto, estudos recentes mostram que estes corpúsculos estão relacionados à percepção táctil, sendo semelhantes aos de Meissner. 104 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Início do nervo óptico Retina Nervo óptico Núcleo geniculado lateral Córtex visual Figura 115 – Corpúsculos sensoriais 6.4.5 Curiosidades sensoriais dos animais Nos celenterados há um arco reflexo simples. Células sensoriais captam os estímulos e as nervosas transmitem impulsos às células musculares, ocasionando reações do animal. A planária possui ocelos. São estruturas visuais pequenas e isoladas, constituídas por células sensoriais, revestidas por células pigmentadas, conectadas ao nervo óptico. Detectam a intensidade e a direção da luz, mas não formam imagens. A minhoca possui células táteis, foto e quimiorreceptoras dispersas na epiderme. Os moluscos possuem estatocistos (equilíbrio), células táteis quimiorreceptoras e, nos cefalópodes, há olhos muito desenvolvidos. Nos crustáceos há estatocistos (equilíbrio) na base das antenas e órgãos táteis e olfativos naparte anterior do animal. Os insetos apresentam sensibilidade auditiva em pelos e patas, olfativa nas antenas, gustativa nos palpos bucais ou patas, e tátil em cerdas de apêndices. Os aracnídeos possuem ocelos, pedipalpos, receptores táteis e quimioceptores nos apêndices. Muitos artrópodes possuem olhos compostos, estruturas visuais formando omatídeos. Cada omatídeo possui córnea e cristalino. Ele capta uma pequena parte da cena observada e a transmite ao sistema nervoso, que compõe as imagens parciais, produzindo uma imagem total definida. 105 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA O som emitido por muitos insetos é um meio de comunicação para atrair o sexo oposto com finalidade reprodutiva. A linha lateral dos peixes e anfíbios (girino) é a responsável pela percepção de pequenas modificações da pressão da água (pressão hidrostática e sentido da correnteza). Alguns peixes migradores, como o salmão, possuem um sentido quimiorreceptor muito apurado na captação de odores (olfato). Eles nascem no rio, migram ao mar e retornam ao mesmo riacho onde nasceram, tudo graças ao olfato. As cobras e lagartos possuem dois divertículos no fundo da cavidade bucal, os órgãos vomeronasais de Jacobson, com função olfativa. Algumas cobras peçonhentas (crotalídeos) possuem a fosseta lacrimal, que capta pequenas mudanças da temperatura, facilitando a captura de um animal endotermo mesmo na total escuridão. As galinhas são estimuladas sob luz vermelha, amarela e verde. Eles não enxergam o azul. Os morcegos emitem ondas sonoras de alta frequência e os reflexos (ecos) desses impulsos fornecem informações relacionadas à localização de objetos sólidos, sistema semelhante ao “sonar”, utilizado na detecção de submarinos. O morcego possui um gerador de ultrassons na laringe e um detector, na orelha. 6.5 Sistema excretor Os rins são dois órgãos de cor vermelha escura, situados simetricamente nos lados da coluna vertebral, na região lombar. Medem 10 cm de largura e pesam cerca de 150 g cada um. 6.5.1 Conceito de excreção É o processo de eliminação de substâncias que ocorrem em excesso no organismo. Essas substâncias podem ou não ter sido produzidas pela atividade (metabolismo) celular. As células estão sempre em atividade; mesmo que não estejam em crescimento ou em movimento, estão constantemente sintetizando e decompondo substâncias. Essas atividades dão origem a subprodutos que não podem ser utilizados e que, se acumulados em grandes quantidades, seriam prejudiciais. Os principais catabólitos são: • C02 (dióxido de carbono); • sais; • NH3 (amônia); 106 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II • C5H4N4O3 (ácido úrico); • H2O (água); • bile; • CO(NH2)2 (ureia); • creatinina. A amônia, a ureia e o ácido úrico são provenientes do metabolismo dos aminoácidos e dos nucleotídeos. Denomina‑se homeostase a capacidade que o organismo tem de manter seu meio interno em estado de equilíbrio dinâmico. A homeostase é essencial para a vida, e a manutenção de um meio interno equilibrado depende tanto do sistema excretor quanto dos sistemas digestório e circulatório. Nos animais que têm sistema circulatório, as substâncias que devem ser removidas são transportadas pelo sangue. Podemos dizer, portanto, que o sistema excretor funciona de modo a manter praticamente constante a composição do sangue. 6.5.2 Excreção humana Nos animais mais evoluídos, a excreção ocorre por meio de diversos órgãos. No homem, por exemplo, os rins formam a urina, que é uma solução de catabólitos nitrogenados em água; a pele excreta o suor, que é, também, um produto de excreção; o fígado excreta a bile, fluido que contém catabólitos, os pigmentos biliares; os pulmões excretam água e dióxido de carbono. Coluna vertebral Rim esquerdo Rim direito Peritônio Cavidade abdominal Rim Ureter Bexiga urinária Veia cava inferior Aorta Adrenal Diafragma Coração Uretra Figura 116 – Sistema urinário humano 107 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA 6.5.3 O rim A unidade morfológica e funcional do rim é chamada de néfron. Cada rim apresenta mais de 1 milhão de néfrons. O néfron é constituído pela arteríola aferente, glomérulo (de Malpighi), arteríola eferente, cápsula gromerular (de Bowman), túbulo contornado proximal, alça néfrica (de Henle) e túbulo contornado distal. Os túbulos distais de vários néfrons desembocam em dutos de maior calibre, denominados dutos coletores. Os vários coletores desembocam em canais que terminam na pelve do rim. Da pelve parte o ureter, que se dirige para a bexiga urinária. A urina é formada continuamente no rim e acumulada na bexiga urinária. O glomérulo e a cápsula formam o corpúsculo renal. A formação da urina, que ocorre nos néfrons, deve‑se aos processos de filtração glomerular, reabsorção e secreção tubular. As arteríolas aferentes levam sangue arterial, rico em ureia, para ser filtrado no néfron. Alça de Henle (alça néfrica) Duto coletor Túbulo contorcido distal Glomérculo de Malpighi (glomérulo) Arteríola aferente Arteríola eferente Cápsula glomerular (de bowman) Túbulo contorcido proximal Figura 117 – O néfron (unidade funcional do rim) Filtração glomerular Ocorre na cápsula glomerular (de Bowman): o sangue que chega aos capilares sanguíneos do glomérulo pela arteríola aferente é forçado pela pressão sanguínea contra as paredes do capilar e da cápsula (paredes semipermeáveis). Desse modo, parte do plasma sanguíneo extravasa, ou seja, é filtrado para o interior da cápsula. 108 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II O líquido filtrado tem composição química semelhante à do plasma sanguíneo, diferindo deste pela ausência de proteínas. Reabsorção renal O filtrado capsular formado na cápsula glomerular (de Bowman) flui ao longo do túbulo renal (túbulo contornado proximal, alça néfrica de Henle e túbulo contornado distal) e atinge o duto coletor. Nesse trajeto, a maior parte da água e das substâncias nela dissolvidas é reabsorvida pelos capilares sanguíneos; o restante do filtrado irá constituir a urina. Nos dois rins do homem são produzidos por minuto cerca de 130 cm3 de filtrado capsular, porém esse fluido se modifica bastante, à medida que flui ao longo dos túbulos renais até atingir o ureter. Por outro lado, a produção de urina é de cerca de 1 cm3 por minuto. Portanto, mais de 99% do filtrado é reabsorvido, à medida que percorre os túbulos renais e os dutos coletores. Muitas substâncias componentes do filtrado capsular são necessárias ao organismo e não podem ser perdidas com a urina (como água, sais, substâncias alimentares etc.). Essas substâncias são transportadas do interior do túbulo para o interior dos capilares peritubulares e contra gradiente de concentração, isto é, de uma região de menor concentração (interior do túbulo), para uma região de maior concentração (interior do capilar sanguíneo). Esse transporte, por meio das células dos túbulos renais (reabsorção), se faz por mecanismo de transporte ativo. A reabsorção ativa dos solutos citados pelos túbulos proximais é acompanhada de uma reabsorção passiva do seu solvente – a água. Esse mecanismo, denominado reabsorção obrigatória, é decorrente da necessidade de se manter o equilíbrio osmóticonessa região do néfron. O mecanismo de reabsorção ao longo da alça néfrica (de Henle) se faz da seguinte maneira: o ramo ascendente reabsorve muito sódio; dessa maneira o fluido tubular se toma menos concentrado ao chegar ao túbulo contornado distal e ao duto coletor. A permeabilidade à água das paredes do túbulo distal e do duto coletor é variável. Assim, nessas porções, a reabsorção da água é controlada pelo hormônio antidiurético (ADH). O ADH faz aumentar a permeabilidade da membrana, levando a uma maior reabsorção de água. Na ausência do ADH a membrana se toma impermeável à água, que, então, é eliminada na urina. Essa absorção de água controlada pelo ADH é denominada reabsorção facultativa, porque depende somente das necessidades hídricas do organismo e não tem relação com a concentração dos solutos do fluido tubular. Secreção tubular Ao longo do néfron, substâncias indesejáveis podem ser eliminadas pelo sangue, diretamente no fluido do túbulo renal. É o que ocorre, por exemplo, com o antibiótico que o indivíduo doente recebeu. Ele é secretado ativamente na urina em formação. 109 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA 6.6 Sistema muscular Musculatura estriada esquelética, formada por fibras que possuem estrias transversais, muitos núcleos, contração rápida e voluntária, ou seja, controlada pela massa cinzenta do córtex cerebral. Músculo epicraniano Músculo orbicular do olho Músculo peitoral Músculo bíceps braquial Figura 118 – Feixes musculares As funções dos músculos Os músculos apresentam as seguintes funções: • sustentação; • locomoção (movimentação); • fornecimento de calor; • manutenção da forma do corpo; • pressão sanguínea (coração). 110 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II A função de movimento deve compreender não somente os movimentos macroscópicos (visíveis facilmente), como também o movimento dos órgãos internos. Podemos classificar os músculos em 3 tipos: não estriado (liso ou visceral), estriado cardíaco e estriado esquelético. Quadro 9 – Classificação dos músculos Tipos de músculos Nº de núcleos por célula Estrias transversais Velodecidade (da contração) Comando nervoso Não estriado, liso ou visceral 1 Ausentes Lenta S N. autônomo (involuntário) Estriado cardíaco 1 Presentes Rápida S N. autônomo (involuntário) Estriado esquelético Vários Presentes Rápida Cerebral (voluntário) *S.N. – Sistema Nervoso A figura a seguir mostra a estrutura da célula (fibra) muscular estriada esquelética, desde o músculo visível a olho nu (1) até o nível ultramicroscópico (6). A A H Z Z Z Z SE M I I SE M I I SE M I I SE M I I Miosina Actina 1 2 3 4 5 6 Figura 119 – Estrutura do músculo esquelético Os músculos estriados são estimulados para a contração por impulsos nervosos. Dependem de impulsos provenientes dos nervos medulares e cerebrais para iniciar sua atividade. Essa dependência é tão grande que, quando há uma separação entre nervo e músculo, não só não há mais contração, como também os músculos se atrofiam. 111 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA O músculo estriado nunca está em repouso completo, mas levemente contraído, porque recebe constantemente impulsos nervosos da medula e do cérebro. Esse estado de contração chama‑se tônus. Quando o impulso nervoso atinge a junção neuromuscular, ocorre aí uma série de fenômenos bioquímicos. Nem todas essas reações são completamente conhecidas. O resultado final do impulso nervoso é a contração das fibras musculares. A contração total do músculo esquelético é o resultado da contração maciça das fibrilas das células musculares. Lembrete Os órgãos, trabalhando em conjunto, formam os sistemas ou aparelhos do organismo. 7 CIÊNCIAS MORFOLÓGICAS MICROSCÓPICAS A Histologia estuda os tecidos, formados quando as células se agrupam. O tecido pode ser definido como: um conjunto de células semelhantes, adaptadas a uma determinada função. Há quatro tipos básicos de tecidos animais: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Ela estuda os diversos tecidos que compõem cada órgão, que, trabalhando em conjunto, formam os sistemas ou aparelhos do organismo. Como exemplos, podemos citar os sistemas digestório, circulatório, respiratório e nervoso. O funcionamento de órgãos e sistemas é objeto de estudo da Fisiologia. Um conjunto organizado de sistemas, como um todo, forma um indivíduo ou organismo, conforme se observa no esquema a seguir: Células Tecidos Órgãos Sistemas Organismo Figura 120 – Conjunto organizado de sistemas As dimensões microscópicas se tornam muito pequenas já que o estudo se dá em nível celular. Para exprimir dimensões celulares usamos, habitualmente, três unidades: micrômetro, nanômetro e angström, que aparecem no quadro a seguir: Quadro 10 – Unidades de dimensões celulares Unidade Símbolo Valor Uso em citologia Milímetro mm 0,001 m Domínio macroscópico (vista desarmada). Células grandes Micrômetro μm 0,001 mm Microscopia óptica. Maioria das células e organelas maiores. Nanômetro nm 0,001 μm Microscopia eletrônica. Organelas menores, as maiores macromoléculas. Angströn Å 0,1 nm Microscopia eletrônica. Moléculas e átomos. 112 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II 7.1 Microscópio – Conceito Microscópio é o nome genérico dado aos instrumentos usados na observação de corpos próximos, mas diminutos, a ponto de serem pouco ou nada distinguíveis a olho nu. 7.2 Princípio do microscópio A ideia essencial que conduziu à concepção do microscópio é muito simples. Juntou‑se: a) uma lente que simplesmente aumenta a imagem do objeto, que recebeu o nome de ocular; b) uma objetiva que, dotada de “poder resolutivo”, é capaz de separar os pontos constituintes da imagem aumentada pela lente. Foi simples de se obter a ocular por ser uma simples lente, mas a objetiva necessitou da colaboração de cientistas e industriais e quase um século de trabalho para se chegar a fabricar esta maravilha. São numerosos os tipos de microscópios. Eis os principais: a) microscópio de campo claro; b) microscópio de campo escuro; c) ultramicroscópio; d) microscópio fluorescente; e) microscópio de contraste de fase; f) microscópio polarizado; g) microscópio de espelhos; h) microscópio interferencial; i) microscópio eletrônico. Os microscópios ópticos não são suficientes para observação e estudo de algumas estruturas celulares e de detalhes de estruturas maiores. Recorre‑se, então, ao microscópio eletrônico, que permite aumentos de até um milhão de vezes, aproximadamente. Um tipo especial de microscópio eletrônico é o microscópio eletrônico de varredura por tunelamento, capaz de oferecer aumentos de até cem milhões de vezes, possibilitando até mesmo a observação de átomos. 113 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA 7.3 Partes do microscópio 7.3.1 Mecânicas a) Pé: é feito de ligas de metais pesados para impedir que o aparelho tombe. b) Estativo: haste ou suporte que se articula com o pé, sustenta o tubo, a platina, o condensador, o aparelho e os mecanismosmacromicrométricos. c) Platina ou mesa: de forma redonda ou retangular, é fixa, móvel ou giratória no plano horizontal ou então apresenta uma parte inferior fixa ao estativo e outra superior, deslizante. As platinas fixas geralmente compensam sua imobilidade por meio de peças deslizantes, chamadas “cherriot”. Entre as garras do último se encaixa a lâmina com o material a ser estudado: pode ser deslocado para frente, para trás, à direita ou esquerda, sempre no mesmo plano, por meio de cremalheiras laterais. No centro, há uma abertura para a passagem dos raios luminosos, coletados pelo espelho e dirigidos pelo condensador e o diafragma sobre a preparação entre lâmina e a lamínula, projetando daí pelo tubo e ocular até a retina do observador. d) Tubo: no microscópio monocular, o tubo é um cilindro metálico, com um encaixe posterior, que dá precisão para sua adaptação a outro encaixe, porém de corte investido na cremalheira. e) Dispositivos macro e micrométricos: entre o tubo e o estativo, há uma peça deslizante em sentido vertical, acionada por dois tipos de “botões”, os “macrométricos” e “micrométricos”. Com o mecanismo macrométrico, obtém‑se focalização óptica grosseira da peça a ser examinada; e com o dispositivo micrométrico, obtêm‑se deslocamentos do tubo de até dois milésimos de milímetro ou menos ainda, dando nitidez à imagem. f) Revólver: é colocado na extremidade inferior do tubo nos modelos mais antigos, ou dos dispositivos macro e micrométricos nos instrumentos modernos de tubo bipartido. É munido de três ou quatro vãos circulares, providos de matrizes para roscas. Nestas matrizes se enroscam as objetivas, sempre na ordem de seu aumento progressivo. Basta, então, durante os trabalhos microscópicos, fazer girar mecanismos de câmbio de objetivas ou revólver em um só sentido, para se obterem aumentos sucessivos ou vice‑versa, já focalizada, pelo menos macrometricamente, a imagem. 114 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Ocular Canhão Base Luz Diafragma Platina Condensador Objetiva Revólver Coluna parafuso micrométrico parafuso macrométrico Cherriot Figura 121 – Microscópio óptico comum binocular 7.3.2 Ópticas a) Oculares: são encaixadas nas extremidades superiores do tubo. Podem ser retiradas e substituídas facilmente segundo a necessidade do momento. É importante saber que as oculares ampliam apenas a imagem formada pela objetiva. Não tornam mais nítidas as estruturas do objeto a ser estudado. Seria ilógico, portanto, empregar nos trabalhos microscópicos objetivas de pouco aumento próprio e oculares de grande poder de ampliação. Também não se pode aconselhar o uso simultâneo de objetivas e oculares de forte aumento. O campo visual seria pouco nítido nas estruturas das células. Por exemplo, ficariam “apagadas”, quase não haveria luminosidade e o campo óptico seria mínimo. No estudo geral das células ou dos tecidos e no controle dos processos de coloração e diferenciação dos cortes, são suficientes oculares com aumento próprio pequeno ou médio. Há, assim, satisfatória nitidez das estruturas, campo visual grande – uniformemente iluminado – e poupança de nossa vista. Na escolha das oculares para um microscópio, há um princípio importante a ser observado: é que as qualidades ópticas delas somente atingem seu grau máximo de aproveitamento quando estão combinadas com as objetivas certas. b) Objetivas: são sistemas ópticos construídos com quatro ou mais lentes superpostas. Além de fornecer uma imagem ampliada de um objeto qualquer, procuram corrigir também os defeitos cromáticos dos raios luminosos e de “esfericidade”. 115 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA c) Condensador com diafragma: o condensador está colocado por baixo da platina. Sua função é fornecer bastante luz. Para tanto, é provido de um sistema de lentes convergentes, que concentram e jogam o maior número possível de feixes luminosos pela lente frontal da objetiva. É indispensável quando são empregados grandes aumentos. O condensador, idealizado por Abee e aperfeiçoado cada vez mais, permite ao pesquisador obter a iluminação desejável para cada caso. Há condensadores para o campo claro e contrastes de fases para campo escuro. No campo claro, a lente frontal é geralmente “desviável”, o que permite iluminar rapidamente grandes campos claros, quando os trabalhos são executados com aumentos pequenos. Todos os condensadores para o campo claro e contrastes de fases estão equipados com um diafragma do sistema íris, cuja abertura é regulável para perfeito ajuste a cada caso. Além disso, há uma cremalheira, que permite o afastamento total do diafragma. Fecha‑se o diafragma, quando são usadas objetivas de pouco aumento, para eliminar os raios laterais. Abre‑se o diafragma na medida em que se vão aumentando as ampliações. d) Espelho: é encaixado por baixo do condensador, num vão do pé do microscópio. É redondo e se articula entre duas laterais. Uma de suas faces é plana e a outra côncava. A primeira colhe e projeta os raios paralelos e divergentes e a segunda, os convergentes. O espelho côncavo é usado nas ampliações pequenas; o plano, juntamente com o condensador, nas grandes e nas imersões. Observação O aumento de um microscópio é calculado pela multiplicação do aumento da ocular pelo aumento da objetiva. 10 x 40 x 100 x Figura 122 – Focalização de um microscópio 7.3.3 Uso das objetivas Objetivas e distâncias focais a) Procurar a objetiva de menor aumento. 116 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II b) Acertar a iluminação do microscópio de acordo com a objetiva a ser usada. c) Olhando por fora da ocular, ir movendo o canhão para baixo por meio do parafuso macrométrico até que a objetiva se aproxime o máximo possível da lâmina, sem tocar nela. d) Olhando agora pela ocular, girar o parafuso macrométrico em sentido inverso (elevando o canhão) até perceber o foco (enxergar alguma coisa). e) Dar nitidez à imagem com o parafuso micrométrico. 7.3.4 Cuidados com o microscópio a) Não deve ficar exposto à luz ou ao calor. b) Após o uso, limpar as objetivas com um papel próprio ou pano macio. c) Para transportar o microscópio, segurá‑lo pelo estativo e pela base. d) Só girar os parafusos macrométrico e micrométrico quando houver real necessidade. 7.4 Conceito de célula A célula é a unidade estrutural e funcional dos seres vivos; constitui a menor porção da matéria viva que pode existir independentemente. Assim, a célula é capaz de produzir seus componentes e, consequentemente, crescer e multiplicar‑se. Alguns organismos, como é o caso das bactérias, são unicelulares, ou seja, têm o corpo formado por uma única célula. Mas, na sua grande maioria, os seres são pluricelulares, apresentando o corpo formado por numerosas células. No corpo humano, por exemplo, existem 10 trilhões de células e a nossa vida depende do bom funcionamento delas. A célula é a menor unidade capaz de manifestar as propriedades de um ser vivo; ela é capaz de sintetizar seus componentes, de crescer e de se multiplicar. O ramo da Biologia que estuda a célula é a Citologia. Sua importância reside no fato de que o conhecimento sobre a célula constitui a base para o estudo de outras disciplinas, bem como porque os fenômenos fisiológicos fundamentais dos organismos vivos ocorrem em nível celular. As células geralmente não podem ser vistas a olho nu, pois suas dimensões são muito pequenas.Para ampliar as células e torná‑las visíveis, o aparelho habitualmente usado é o microscópio óptico comum (M.O.C.) ou microscópio composto, que costuma dar aumentos de até 2.000 vezes. No M.O.C., as células podem ser observadas vivas (“a fresco”) ou mortas (“fixadas”) pelo álcool, formol etc. É comum o uso de corantes para dar maior realce às estruturas celulares. Alguns deles podem ser usados em células vivas (corantes vitais), mas, em geral, são aplicados após a morte (fixação) da célula. Os órgãos são observados, na maioria das vezes, em finos cortes feitos com um aparelho chamado micrótomo. 117 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA O aparelho mais especializado para observação da célula é o microscópio eletrônico, que dá aumentos da ordem de até 250.000 vezes. A estrutura da célula observada ao microscópio eletrônico, logicamente com muito mais detalhes do que se observada ao microscópio comum, é chamada ultraestrutura celular. 7.5 Teoria Celular Uma das mais importantes generalizações da Biologia é a Teoria Celular, que afirma que todos os organismos vivos são formados por células. Tal generalização se estende desde os organismos mais simples, como bactérias, amebas, até os mais complexos, como um homem ou uma frondosa árvore. Todas as reações metabólicas de um organismo ocorrem em nível celular. Em qualquer organismo, as reações vitais sempre acontecem no interior das células. Assim, quando um atleta está correndo, toda a atividade muscular envolvida no processo tem lugar no interior da célula muscular. As células se originam unicamente de células preexistentes. Não existe geração espontânea de células. Por meio de processos de divisão celular, as células‑mães produzem células‑filhas, provocando a reprodução e o crescimento dos organismos. As células são portadoras de material genético. Elas possuem DNA (ácido desoxirribonucléico), por meio do qual características específicas são transmitidas da célula‑mãe à célula‑filha. 8 HISTOLOGIA ANIMAL A Histologia humana é estudada no microscópio óptico. Figura 123 – Tecido ósseo ao microscópio 118 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Figura 124 – Hemácias humanas, células discoides e anucleadas Figura 125 – Cartilagem hialina vista ao microscópio 8.1 Conceitos e tipos O corpo dos organismos pluricelulares mais evoluídos é constituído por órgãos formados por tecidos. Tecido é um conjunto de células diferenciadas e semelhantes, adaptadas a uma determinada função. Além das células, os tecidos apresentam uma quantidade variável de substância intercelular produzida pelas próprias células. Existem quatro tipos básicos de tecidos animais: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. 8.2 O tecido epitelial O tecido epitelial é constituído por células poliédricas, intimamente unidas com pouca ou nenhuma substância intercelular entre elas. O tecido epitelial apresenta duas variedades: epitélios de revestimento e epitélios glandulares. 119 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA 8.3 Epitélios de revestimento Formam as membranas epiteliais que revestem a superfície externa do corpo, bem como cavidades internas. As membranas epiteliais não são atingidas por vasos sanguíneos. De acordo com o número de camadas de células que possuem, os epitélios de revestimento são classificados em: simples, estratificados e pseudoestratificados. Epitélios simples São formados por uma só camada celular. De acordo com a forma das células, o epitélio simples pode ser classificado em: • Epitélio simples plano ou pavimentoso. Exemplo: o endotélio, epitélio que reveste internamente os vasos sanguíneos. Figura 126 – O endotélio • Epitélio simples cúbico. Exemplo: o epitélio que recobre o ovário. Epitélio cúbico Tecido conjuntivo Figura 127 – O epitélio cúbico • Epitélio simples prismático. Exemplo: epitélio que reveste internamente o estômago e o intestino. Tecido conjuntivo Epitélio prismático Figura 128 – O epitélio prismático 120 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II • Epitélios estratificados: são constituídos por várias camadas de células e podem ser: pavimentosos (pele) e prismáticos (condutos glandulares). Epitélio estratificado pavimentoso Epitélio estratificado prismático Figura 129 – Epitélios estratificados • Epitélios pseudoestratificados: são epitélios formados por uma só camada de células de tamanhos diferentes, dando a impressão de uma estratificação que, de fato, não existe, pois todas as células estão apoiadas no mesmo plano. Ocorrem, por exemplo, na traqueia. Figura 130 – Epitélios pseudoestratificados • Epitélios de transição: são epitélios estratificados cujas células superficiais variam de forma, conforme a pressão que recebem. É o epitélio que reveste internamente a bexiga, no qual a variação de forma celular depende do órgão estar vazio ou distendido pela urina. 8.4 Epitélios glandulares São os epitélios com função secretora, constituídos por células glandulares especializadas na produção e secreção de substâncias. Essas células podem estar isoladas entre as células de revestimento; nesse caso, constituem as glândulas unicelulares. Quando agrupadas, as células glandulares estruturam as chamadas glândulas pluricelulares, classificadas a seguir: • Glândulas exócrinas: também chamadas glândulas de secreção externa, são aquelas que possuem um ducto para a eliminação do produto elaborado. Podem ser divididas em simples e compostas. 121 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA — Glândulas exócrinas simples: o ducto secretor não se ramifica. Segundo a forma da superfície secretora, distinguimos dois tipos: tubulosas (glândulas do intestino delgado) e acinosas ou alveolares (glândulas sebáceas da pele). Tubulosas Alveolar Figura 131 – Glândulas simples — Glândulas exócrinas compostas: possuem o ducto ramificado. Em função da forma da unidade secretora, podem ser divididas em: acinosas (pâncreas), tubulosas (estômago) e tubuloacinosas (glândulas salivares). Acinosa Tubulosa Tubuloacinosa Figura 132 – Glândulas exócrinas compostas • Glândulas endócrinas: também chamadas de glândulas de secreção interna, não apresentam ducto excretor. Eliminam os produtos secretados nos capilares que as circundam. São as glândulas encarregadas da secreção dos hormônios, a exemplo da hipófise, glândula tireoide, adrenais etc. • Glândulas anfícrinas: também chamadas glândulas exoendócrinas ou mistas, possuem unidades exócrinas e endócrinas. O pâncreas é um ótimo exemplo: contém glândulas exócrinas que secretam o suco pancreático e glândulas endócrinas que eliminam os hormônios, a insulina e o glucagon. Classificação fisiológica das glândulas As glândulas são classificadas em: 122 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II • Glândulas holócrinas: as células acumulam no citoplasma os produtos elaborados, depois morrem e se desintegram. Assim, a secreção é constituída pelo produto elaborado e pelas células mortas. Constituem exemplo as glândulassebáceas. • Glândulas merócrinas: as células elaboram e secretam o produto sem que haja perda de citoplasma. É o caso das glândulas sudoríparas. • Glândulas apócrinas: pequenas porções citoplasmáticas perdem‑se, sendo incorporadas ao produto secretado. Podemos citar as glândulas mamárias. Diante do que foi exposto, quanto às funções do tecido epitelial, pode‑se afirmar que o tecido epitelial realiza, principalmente, as seguintes funções: proteção (pele), absorção (intestino) e secreção (glândulas). 8.5 O tecido conjuntivo É o tecido de maior ocorrência no organismo, servindo para nutrir, unir e sustentar os demais tecidos. Assim, é o tecido conjuntivo que conduz os vasos do sistema circulatório que transportam alimentos para todo o organismo. Nesse mesmo tecido, aparecem elementos encarregados da defesa do organismo contra os agentes infecciosos. O tecido conjuntivo tem, como principal característica, grande quantidade de substância intercelular. Substância intercelular A substância intercelular do tecido conjuntivo é constituída pelas fibras colágenas e elásticas e por uma espécie de geleia: a substância fundamental amorfa. Fibras colágenas são constituídas por uma proteína chamada colágeno e oferecem grande resistência às tensões. O colágeno serve de base para a fabricação de colas. Fibras elásticas são constituídas por uma proteína, a elastina, e são responsáveis pela elasticidade de certos órgãos, como pulmões, vasos sanguíneos e pele. Substância fundamental amorfa apresenta‑se como uma gelatina transparente e homogênea. As células do tecido conjuntivo As principais células do tecido conjuntivo são: fibroblastos, macrófagos, mastócitos, células adiposas e plasmócitos. Fibroblastos são as células mais frequentes no tecido conjuntivo, sendo responsáveis pela formação das fibras e da substância intercelular amorfa. 123 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Figura 133 – Fibroblasto Depois dos fibroblastos, os macrófagos são as células mais comuns no tecido conjuntivo. Locomovem‑se por pseudópodes e caracterizam‑se pela capacidade de realizar fagocitose. Os macrófagos agem como elementos de defesa, digerindo e realizando a fagocitose de micro‑organismos. Figura 134 – Macrófago Mastócitos são células grandes e ovoides contendo grande quantidade de grânulos no citoplasma. Secretam a heparina, uma substância anticoagulante. Figura 135 – Mastócito Células adiposas apresentam o protoplasma reduzido a uma película periférica que envolve uma gota de gordura. 124 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II São células especializadas no armazenamento de gorduras, usadas como reserva alimentar. Figura 136 – Adipócito Plasmócitos são ovoides menores do que os macrófagos, não apresentam grânulos no citoplasma. Atuam na defesa do organismo, produzindo os anticorpos. Figura 137 – Plasmócito As variedades do tecido conjuntivo O tecido conjuntivo apresenta as seguintes variedades: • tecido conjuntivo propriamente dito; • tecido adiposo; • tecido cartilaginoso; • tecido ósseo; 125 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA • tecido hematopoético; • sangue. Tecido conjuntivo propriamente dito compreende duas variedades: conjuntivo frouxo e conjuntivo denso. O tecido conjuntivo frouxo apresenta uma distribuição homogênea de todos os elementos estruturais, isto é, células, fibras e substância amorfa. Serve de apoio e nutrição para os epitélios. Também aparece envolvendo músculos e vasos sanguíneos. Fibra elástica Linfócito (plasmócito) Mastócito Macrófago Fibroblasto Fibra colágena Figura 138 – Tecido conjuntivo frouxo O tecido conjuntivo denso caracteriza‑se pela grande quantidade de fibras colágenas orientadas paralelamente, entre as quais aparecem fibroblastos de núcleo alongado. É um tecido destinado a resistir a grandes tensões. Aparece na derme e constitui os tendões, elementos que fixam os músculos nos ossos. Fibras Células Figura 139 – Tendão em corte 126 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II O tecido adiposo ou gorduroso é formado, principalmente, pelas células adiposas. Essas células são constituídas por uma gota de gordura envolvida por uma delgada capa protoplasmática, na qual se destaca o núcleo. Em aves e mamíferos, forma o chamado panículo adiposo, situado entre a pele e a musculatura. Fibra Célula adiposa Vacúolo com gota de gordura Citoplasma Núcleo Célula adiposa Tecido adiposo Figura 140 – Tecido adiposo O tecido cartilaginoso possui rede compacta de fibras colágenas e, em alguns casos, elásticas imersas em substância fundamental consistente e gelatinosa, na qual aparecem os condrócitos ou células cartilaginosas. É um tecido avascular, não sendo percorrido por vasos sanguíneos. A nutrição é feita pelo tecido conjuntivo. Existem três tipos de cartilagem: hialina, elástica e fibrosa. A cartilagem hialina é a mais comum, de aspecto vítreo, constituída por condrócitos e fibras colágenas. Recobre as extremidades dos ossos e forma uma superfície lisa e lubrificada nas articulações. O condrócito fica no interior de uma cavidade chamada condroplasto. Condroplasto Condrócito Figura 141 – A cartilagem hialina 127 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA A cartilagem elástica contém fibras elásticas e aparece no pavilhão da orelha externa e na epiglote. Fibras elásticas Condrócitos Figura 142 – A cartilagem elástica A cartilagem fibrosa apresenta grande quantidade de fibras colágenas dispostas paralelamente. Entre as fibras, aparecem fileiras de condrócitos. Esse tipo de cartilagem forma os discos intervertebrais. Fibras colágenas Condrócitos Cartilagem fibrosa Figura 143 – A cartilagem fibrosa O tecido ósseo é caracterizado pela sua extrema resistência, é constituído por células ósseas, denominadas osteócitos, e substância intercelular. Os osteócitos localizam‑se em minúsculas cavidades chamadas osteoplastos. Quanto à substância intercelular ou matriz óssea, é formada por duas partes: orgânica e inorgânica. Na substância orgânica, aparecem fibras colágenas e pequena quantidade de substância amorfa. A resistência e a rigidez do tecido ósseo são determinadas pela substância inorgânica calcificada. Como a calcificação óssea impermeabiliza a matriz, a nutrição dos osteócitos se faz por canalículos que unem os osteoplastos. 128 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Figura 144 – O tecido ósseo A estrutura microscópica do osso Longitudinalmente, distingue‑se no osso uma série dos chamados canais de Havers (ou canal central), percorridos por capilares sanguíneos. Entre os canais de Havers, aparecem, obliquamente dispostos, os canais de Volkmann (ou canal perfurante). Os osteócitos ordenam‑se concentricamente em torno de um canal de Havers, formando um conjunto denominado sistema de Havers. As superfícies dos ossos são revestidas pelo periósteo, uma membrana do tecido conjuntivo. (Sistema de Havers) Periósteo (Canal deVolkmann) (Canal de Havers) Figura 145 – A estrutura histológica do osso Tecido hematopoético É uma variedade altamente especializada do tecido conjuntivo responsável pela hematopoese, ou seja, a produção dos glóbulos vermelhos e brancos do sangue. Existem duas variedades de tecido hematopoético: o linfoide e o mieloide. O primeiro aparece no baço e nos gânglios linfáticos, enquanto o mieloide é encontrado na medula óssea. 129 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA 8.6 O que é o sangue? O sangue é um líquido vermelho que circula num sistema de condutos, os vasos sanguíneos, impulsionado pelas contrações do coração. Representa cerca de 8% do peso do corpo, ou seja, uma pessoa de 80 quilos de peso apresenta cerca de 5 a 6 litros de sangue. Quanto à estrutura, o sangue é formado por um líquido amarelo, o plasma, no qual se encontram três elementos: hemácias, leucócitos e plaquetas. O plasma sanguíneo O plasma apresenta 92% de água, na qual se encontram proteínas, sais e uma grande variedade de substâncias que o sangue transporta. As proteínas plasmáticas mais importantes são: o fibrinogênio, as gamaglobulinas e as albuminas. O fibrinogênio desempenha importante papel na coagulação do sangue. As gamaglobulinas ou imunoglobulinas constituem os anticorpos que atuam na defesa do organismo. Quanto às albuminas, representam uma importante reserva de aminoácidos. As hemácias, eritrócitos ou glóbulos vermelhos apresentam a forma de um disco bicôncavo com 7 micrômetros de diâmetro. As hemácias contêm grande quantidade de hemoglobina, pigmento vermelho que transporta oxigênio dos pulmões para os tecidos. Produzidas na medula óssea vermelha, as hemácias dos mamíferos perdem o núcleo e os organoides durante o processo de maturação. Nos outros vertebrados, as hemácias são nucleadas e providas de organoides. A perda do núcleo representa um processo de especialização, já que anucleadas transportam maior quantidade de hemoglobina, seu principal conteúdo. Devido à ausência de núcleo e organoides, as hemácias são células de vida curta, durando de 90 a 120 dias. Os valores normais de hemácias por mm3 de sangue são de 4.500.000 a 5.500.000 no homem e de 3.500.000 a 5.000.000 na mulher. Figura 146 – Hemácia humana cortada ao meio 130 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Os leucócitos ou glóbulos brancos defendem o organismo, combatendo os micro‑organismos que nele penetram. Em cada mm3 de sangue existem de 5.000 a 10.000, divididos em dois grupos: granulócitos e agranulócitos. Os granulócitos apresentam grânulos no citoplasma e podem ser corados por corantes neutros, ácidos e básicos, do que resulta a sua divisão em três tipos: neutrófilos, acidófilos e basófilos. Os neutrófilos geralmente apresentam núcleo irregular, com 3 a 5 lóbulos, e fina granulação citoplasmática. Muito ativos na fagocitose, englobam os micro‑organismos invasores e constituem a primeira linha de defesa do organismo, sendo os leucócitos mais numerosos (60% do total). Os acidófilos (ou eosinófilos) possuem núcleo bilobado e citoplasma com grânulos maiores do que aqueles que aparecem nos neutrófilos. Pouco ativos na fagocitose, aumentam‑se, em número, nos processos alérgicos. Os basófilos apresentam núcleo retorcido e grânulos maiores do que os encontrados nos outros granulócitos. Atuam na prevenção da coagulação do sangue no interior dos vasos. São os de menor ocorrência. Os agranulócitos não apresentam grânulos no citoplasma e compreendem dois tipos: linfócitos e monócitos. Os linfócitos são os menores leucócitos, possuindo núcleo esférico e pouca quantidade de citoplasma. Atuam na defesa do organismo, produzindo os anticorpos, proteínas que atacam os micro‑organismos. Os monócitos são maiores do que os linfócitos, possuem mais citoplasma e núcleo em forma de ferradura. Saindo dos vasos sanguíneos, por meio de um movimento chamado de diapedese, atingem os tecidos conjuntivos, transformando‑se em macrófagos, grandes células fagocitárias. Tipos de leucócitos Figura 147 – Neutrófilo 131 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Figura 148 – Linfócito Figura 149 – Monócito Figura 150 – Linfócito 132 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Figura 151 – Monócito As plaquetas ou trombócitos são fragmentos citoplasmáticos envolvidos por membranas celulares. Resultam da fragmentação dos megacariócitos, grandes células localizadas na medula óssea. As plaquetas atuam no processo de coagulação sanguínea. O número de plaquetas varia de 150.000 a 400.000 por mm3 de sangue. A coagulação do sangue O sangue permanece líquido apenas no interior dos vasos, dado que, saindo destes por meio de ferimentos, sofre o processo de coagulação. Quando ocorre a ruptura acidental de um vaso sanguíneo, as plaquetas liberam a tromboplastina. Na presença de tromboplastina e de íons de cálcio, a protrombina se converte em uma enzima ativa, a trombina. Esta, por sua vez, atua sobre o fibrinogênio, que é uma proteína solúvel, transformando‑o em fibrina, que é insolúvel e constitui uma rede tridimensional que aprisiona as hemácias, formando o coágulo. A vitamina K é chamada de anti‑hemorrágica, por atuar na síntese de protrombina. Tromboplastina (dos tecidos e plaquetas) Fibriogênio (do plasma) Fibrina Glóbulos Íons cálcio (do plasma) Vitamina K Fígado Protrombina (do plasma) Trombina Coágulos Figura 152 – Coagulação sanguínea 133 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA As funções do sangue As principais funções do sangue são: transporte, defesa e homeotermia. • Transporte: o sangue é o veículo de transporte de muitas substâncias, como oxigênio, nutrientes, hormônios, vitaminas, enzimas e produtos excretados pelas células. • Defesa do organismo: por meio dos leucócitos, o sangue atua na defesa do organismo contra os agentes infecciosos. • Homeotermia: o sangue ajuda o corpo a manter uma temperatura constante devido à grande quantidade de água que apresenta. Saiba mais Não há dúvidas da importância do sangue para a vida humana e, portanto, a importância também dos bancos de sangue para transfusão. Para saber mais sobre a transfusão de sangue e suas possíveis reações: BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Hemovigilância: manual técnico para investigação das reações transfusacionais imediatas e tardias não infecciosas. Brasília: Anvisa, 2007. Disponível em: <http://www. hemocentro.unicamp.br/dbarquivos/manual_hemovigilancia_reacoes_ transfusionais_anvisa.pdf>. Acesso em 28 jul. 2014. 8.7 As características do tecido muscular O tecido muscular, especializado na movimentação do organismo, é constituído por células chamadas de fibras musculares, alongadas e com função contrátil. No citoplasma, chamado desarcoplasma, aparecem as miofibrilas, estruturas responsáveis pela contração, constituídas por duas proteínas: actina e miosina. A membrana plasmática da fibra muscular é conhecida por sarcolema. As fibras musculares, ricas em mitocôndrias, são especializadas na transformação da energia química dos alimentos em energia mecânica, provocando os movimentos do corpo. Há três variedadesde tecido muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco. O músculo liso O músculo liso é constituído pelas células musculares lisas, alongadas e com as extremidades afiladas. No citoplasma, aparecem as miofibrilas, muito delgadas e sem estrias transversais; apresentam um núcleo central e alongado. O tecido muscular liso aparece nas paredes do tubo digestório, do conduto respiratório e dos vasos sanguíneos. A contração do músculo liso é lenta e independe da nossa vontade. 134 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Figura 153 – Fibra muscular lisa O músculo estriado esquelético O músculo estriado é constituído pelas fibras musculares estriadas, que chegam a atingir até 30 cm de comprimento. A principal característica é a existência de miofibrilas com faixas alternadamente claras e escuras. Formando feixes paralelos, as miofibrilas apresentam coincidências nas faixas transversais. Figura 154 – Músculo estriado esquelético Como consequência, o músculo esquelético apresenta uma série de estrias transversais. As fibras estriadas são plurinucleadas, ficando os núcleos em posição periférica. A contração do músculo esquelético é rápida e voluntária, visto que obedece à nossa vontade. As fibras musculares estruturam o músculo estriado envolvidas por bainhas de tecido conjuntivo, formando o epimísio, o perimísio e o endomísio. O epimísio envolve totalmente o músculo, formando uma espécie de bainha. Dele, partem septos que constituem o perimísio, dividindo o músculo em pequenos feixes. Do perimísio saem delgadas lâminas conjuntivas, formando o endomísio, que envolve individualmente cada fibra muscular. Capilares sanguíneos circulam nas bainhas conjuntivas. Os tendões musculares são constituídos por tecido conjuntivo denso e permitem a fixação dos músculos nos ossos. Capilares Epimísio Perimísio Endomísio Músculo esquelético em corte transversal Vasos sanguíneos Figura 155 – O músculo estriado 135 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA O músculo estriado cardíaco O músculo cardíaco entra na constituição do coração. As células possuem um ou mais núcleos na região central e miofibrilas com as mesmas estrias encontradas no músculo esquelético. Como característica típica, apresenta os discos intercalares, que representam regiões de adesão nas extremidades das células cardíacas. O músculo cardíaco tem contração rápida e involuntária. Figura 156 – Músculo estriado cardíaco A regeneração dos tecidos musculares As células musculares não sofrem mitoses, o que significa que, quando lesados, os músculos não se regeneram. Em casos de ferimentos musculares, o tecido muscular é substituído por tecido conjuntivo, produzindo a chamada cicatriz. Lembrete A célula é a unidade estrutural e funcional dos seres vivos; constitui a menor porção da matéria viva que pode existir independentemente. 8.8 A função e a estrutura do sistema nervoso O organismo tem a capacidade de responder às variações do meio interno e externo. Essas modificações do meio, que provocam respostas dos órgãos, são chamadas de estímulos. O sistema nervoso tem como função integrar todas as partes do corpo, o que é feito por meio da recepção e condução dos estímulos. O sistema nervoso é constituído pelo tecido nervoso, que apresenta dois tipos de células: neurônios e células da glia ou neuróglias. O neurônio ou célula nervosa é a unidade estrutural e fisiológica do sistema nervoso. Um neurônio típico apresenta três partes principais: corpo celular, dendritos e axônio. O corpo celular apresenta o núcleo e, além dos organoides comuns a todas as células, destacam‑se: numerosas mitocôndrias, a substância de Nissl e as neurofibrilas. A substância de Nissl, que aparece difusa no citoplasma e até nos dendritos, corresponde ao retículo endoplasmático granular. As neurofibrilas atingem os dendritos e os axônios. 136 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Do corpo celular do neurônio partem dois tipos de prolongamentos: dendritos e axônios. Os dendritos são curtos e ramificados, já o axônio é único, longo, com ramificações na extremidade. Ao redor do axônio, podem aparecer, além da membrana celular, duas outras bainhas: a interna ou bainha de mielina, uma substância gordurosa; e a externa, muito delgada, denominada neurilema ou bainha de Schwann, formada por células que originam a bainha de mielina. Nos casos de lesões da fibra nervosa, as células de Schwann contribuem para a regeneração. A maioria das fibras existentes no encéfalo e na medula são incapazes de regeneração por não apresentar a bainha de Schwann. A bainha de mielina e o neurilema são interrompidos a intervalos irregulares por estrangulamentos chamados de nó neurofibrosos (nódulos de Ranvier). Substância de NissI Dendritos Corpo celular Axônio Neurilema Bainha de mielina Neurofibrilas Nódulo de Ranvier Telodendro Núcleo da célula de Schwann Núcleo Figura 157 – Esquema de um neurônio Os nervos e a condução nervosa As estruturas que conhecemos como nervos são constituídas por feixes de neurônios. Nesses feixes, os neurônios dispõem‑se de tal modo que as terminações nervosas de um axônio ficam próximas aos dendritos de outro neurônio. Essa região de contato entre os neurônios é chamada sinapse. Os estímulos nervosos seguem o trajeto: 137 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Dendrito → corpo celular → axônio As células da neuróglia Menores e muito mais numerosas do que os neurônios, as células da neuróglia servem para a sustentação e nutrição dos neurônios. Distinguem‑se na neuroglia três tipos de células: astrócitos, oligodendrócitos e a micróglia. Os astrócitos, de forma estrelada, possuem inúmeras ramificações, cumprindo as funções de nutrição e sustentação dos neurônios. Os oligodendrócitos são pouco ramificados e menores do que os astrócitos; formam bainhas em torno dos axônios. A micróglia é formada por pequenas células que desempenham as funções de defesa e limpeza, já que apresentam a capacidade de realizar fagocitose. Salienta‑se que as células nervosas não sofrem mitoses, ou seja, não apresentam a capacidade de regeneração. No caso de lesões ocorridas no sistema nervoso, a cicatrização é feita pelos astrócitos. Figura 158 – Astrócito, oligodendrócitos e micróglia, repectivamente Resumo Foram apresentados alguns dos principais animais peçonhentos encontrados no Brasil. Uma vez que estamos falando de um país tropical, os acidentes decorrentes do contato do homem com esses animais são frequentes e muitos podem ser graves, ou se agravar, caso os devidos cuidados não sejam tomados. Vimos também a importância das ciências morfológicas para o conhecimento do profissional que pretende compreender a relação do ambiente de trabalho com a saúde do trabalhador, que é fundamental. Na análise macroscópica, diversos sistemas foram estudados, entre eles, o cardiovascular, seu funcionamento e suas principais características. Sendo responsável por bombear o sangue por todo o organismo. Ao estudarmos os tecidos de forma microscópica, o sangue mostrou‑se responsável, entre 138 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a31 /0 7/ 20 14 Unidade II outras coisas, pelo abastecimento de oxigênio e nutrientes para todas as células do corpo e, também por eliminar as substâncias indesejadas, interagindo assim com outros sistemas, como o respiratório, no qual vimos a importância das trocas gasosas e a forma com que elas ocorrem. No sistema excretor, que também age em conjunto com os demais sistemas, deu‑se mais ênfase à importância do rim e ao seu funcionamento. A compreensão anatômica e fisiológica dos diversos sistemas apresentados deve ser compreendida em conjunto, uma vez que a interação entre todos eles, de forma harmoniosa, é fundamental para o bem‑estar do ser humano. O sistema nervoso foi apresentado de forma simples e superficial mas, o suficiente para a compreensão da sua importância sobre todos os demais sistemas estudados, bem como nos sistemas sensoriais, pelos quais interagimos com o meio que nos cerca. Assim, são fundamentais para se poder compreender a interface do trabalhador com seu posto de trabalho e buscar sempre melhorar esta sinergia sem colocar em risco o trabalhador. Exercícios Questão 1. (UERJ 2011) Exibido este ano na televisão, o filme Encontros e Desencontros mostra o personagem principal dentro de uma loja, numa crise de ansiedade aguda, queixando‑se de falta de ar. É socorrido por seu irmão, que lhe coloca um saco de papel aberto sobre sua boca e seu nariz e manda que ele respire lentamente. Em pouco tempo, o personagem está melhor. O procedimento está correto e pode ser explicado, pois, à medida que ele respira lentamente dentro do saco, varia a concentração de um gás, que estimula diretamente o bulbo, regulando os movimentos respiratórios. A variação do gás ocorrida dentro do saco de papel, e que permitiu a melhora do personagem, foi: A) aumento da concentração de N2. B) aumento da concentração de O2. C) aumento da concentração de CO2. D) diminuição da concentração de N2. E) diminuição da concentração de CO2. Resposta correta: alternativa C. 139 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 BIOLOGIA APLICADA Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: este gás entra e sai do corpo humano sem alterações porque dificilmente ele se combina com outros elementos ou substâncias. B) Alternativa incorreta. Justificativa: se o indivíduo vai respirar o ar que está dentro do saco, a concentração de O2 irá diminuir permitindo o aumento da concentração de CO2 para ter um equilíbrio fisiológico. C) Alternativa correta. Justificativa: aumenta a concentração de CO2, porque o bulbo controla o centro respiratório que entra em contato com o inibidor cardíaco que diminui os batimentos do coração e também a pressão sanguínea. Com isso, aumenta a pressão arterial que aumenta a obtenção de CO2 celular levado aos alvéolos pulmonares onde é convertido em O2, ou seja, as células passam a diminuir sua energia celular pela falta de O2 até se igualar às taxas de CO2 e O2, fazendo com que a pessoa aos poucos vá recuperando sua capacidade respiratória. Isso ocorre muito em regiões com altitudes muito acima do nível do mar onde a pressão atmosférica é menor. D) Alternativa incorreta. Justificativa: como descrito na alternativa A, este gás dificilmente se altera, mantendo‑se sempre constante ao entrar ou sair do corpo humano. É obtido através de alimentos. E) Alternativa incorreta. Justificativa: o CO2 terá aumentada sua concentração e não diminuída. O ar de dentro do saco ficará aquecido e o O2 existente será respirado pelo indivíduo, o que comprova o aumento de CO2. Questão 2. (Fuvest 2014). O resultado do exame de audiometria de uma pessoa é mostrado nas figuras abaixo. Os gráficos representam o nível de intensidade sonora mínima, em decibéis (dB), audível por suas orelhas direita e esquerda, em função da frequência f do som, em kHz. A comparação desse resultado com o de exames anteriores mostrou que, com o passar dos anos, ela teve perda auditiva. 140 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade II Gráfico com níveis de audição (Foto: Reprodução/Fuvest) Orelha direita 0,25 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 6,0 8,0I(dB) f(kHz) 0 10 20 30 40 50 Orelha esquerda 0,25 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 6,0 8,0I(dB) f(kHz) 0 10 20 30 40 50 Com base nesses dados, foram feitas as seguintes afirmativas sobre a audição dessa pessoa: I – Ela ouve sons de frequência de 6kHz e intensidade de 20dB com a orelha direita, mas não com a esquerda. II – Um sussurro de 15dB e frequência de 0,25kHz é ouvido por ambas as orelhas. III – A diminuição de sua sensibilidade auditiva, com o passar do tempo, pode ser atribuída a degenerações dos ossos martelo, bigorna e estribo, da orelha externa, onde ocorre a conversão do som em impulsos elétricos. É correto apenas o que se afirma em: A) I. B) II. C) III. D) I e III. E) II e III. Resolução desta questão na plataforma. 141 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 A_30_1.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_2077/ A_30_1.gif>. Acesso em: 15 jul. 2014. Figura 2 7.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_2077/7.jpg>. Acesso em: 15 jul. 2014. Figura 3 49.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8190/49.jpg>. Acesso em: 15 jul. 2014. Figura 4 6.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_2077/6.jpg>. Acesso em: 15 jul. 2014. Figura 5 50.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8190/50.jpg>. Acesso em: 15 jul. 2014. Figura 6 8.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_2077/8.jpg>. Acesso em: 15 jul. 2014. Figura 7 51.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8190/51.jpg>. Acesso em: 15 jul. 2014. Figura 8 9.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_2077/9.jpg>. Acesso em: 15 jul. 2014. 142 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Figura 9 52.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8190/52.jpg>. Acesso em: 15 jul. 2014. Figura 10 03.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8190/03.jpg>. Acesso em: 15 jul. 2014. Figura 11 A_30_2.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_2077/ A_30_2.gif>. Acesso em: 15 jul. 2014. Figura 12 A_30_3.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_2077/ A_30_3.gif>. Acesso em: 15 jul. 2014. Figura 13 48.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8190/48.jpg>. Acesso em: 15 jul. 2014. 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Acesso em: 17 jul. 2014. 148 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Figura 63 121.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9684/121.gif>. Acesso em: 17 jul. 2014. Figura 64 122.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9684/122.gif>. Acesso em: 23 jul. 2014. Figura 65 123.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9684/123.jpg>. Acesso em: 17 jul. 2014. Figura 66 52.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8121/52.jpg>. Acesso em: 17 jul. 2014. Figura 67 110.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9598/110.gif>. Acesso em: 17 jul. 2014. Figura 68 111.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9598/111.jpg>.Acesso em: 17 jul. 2014. Figura 69 113.JPG. 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Acesso em: 30 jul. 2015. 160 Re vi sã o: R os e Ca st ilh o - Di ag ra m aç ão : L uc as M an sin i - d at a 31 /0 7/ 20 14 Unidade I – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2011: Biologia. Questão 13. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2011/BIOLOGIA.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2015. Unidade II – Questão 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ). 2011. Disponível em: <http://enfermagemsaudavel.blogspot.com.br/2011/05/questoes‑de‑fisiologia‑do‑sistema.html>. Acesso em: 30 jul. 2015. Unidade II – Questão 2: FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA PARA O VESTIBULAR (FUVEST). 2014. Questão 23. 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