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Sociologia da Comunicação - Slides de Aula Unidade II

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Unidade II
SOCIOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
Profa. Dra. Neusa Meirelles Costa 
A construção midiática do social e de suas práticas
Nessa unidade, o foco de discussão é dirigido para a 
construção, pelos meios de comunicação, 
de dois grandes temas: 
a) A construção da produção e do consumo, estudando as 
mediações simbólicas necessárias à articulação dos dois 
extremos, um tema importante para publicitários e todos 
que lidam com a comunicação social; 
b) A construção do social, semelhanças e diferenças na 
formação social brasileira, a construção do sujeito 
e do Outro, e a construção da instância política. 
Meios de comunicação: imprensa
 Jornais: os jornais brasileiros refletiram diretamente 
as tendências políticas e muitos sucumbiram ante os 
mecanismos de pressão financeira, especialmente 
durante a ditadura;
 Mais antigos, no séc. XIX: Jornal do Comércio (PE), 
O Estado de São Paulo, O Jornal do Brasil; 
 Folha de São Paulo, O Globo: 1925; 
 Outros jornais importantes: Diários Associados, Tribuna da 
Imprensa e Última Hora, Notícias Populares, O Pasquim.
Meios de comunicação: imprensa
 Revistas: refletem mudanças nas condições econômicas do 
país e sobretudo reflexos das tendências políticas e sociais: a 
inserção dependente da economia brasileira nos cursos do 
capitalismo, fortalecimento da sociedade de consumo;
 Títulos apareceram e desapareceram, segmentação de temas, 
expansão dos quadrinhos (HQ);
 Coleções (obras) e em fascículos foram importantes no campo 
editorial dos meados do século XX até hoje.
Meios de comunicação: rádio
 Começam como iniciativas de grupos e clubes (1922), logo 
mudam o caráter;
 As rádios exerceram papel político fundamental (Revolução 
de 30, de 32, Campanha da Legalidade 62);
 Rádio Jornal do Brasil (1935) produziu o programa A Voz do 
Brasil, serviu de plataforma para o populismo (Getúlio);
 Outras rádios: Nacional, Mayrink Veiga, Tupi foram o espaço 
de expansão da música popular (programas de auditório);
 Importante: Repórter Esso (1941).
Meios de comunicação: cinema
 Várias tendências e períodos: “chanchadas” dos anos 50, a 
produção (Vera Cruz, SP) foi influenciada pelo realismo 
italiano. O “caipira” na urbanização (Mazzaropi). No final dos 
anos 50, o cinema começa a focar o brasileiro pobre (favelado, 
nordestino): “Rio 40 Graus” (Nelson P. Santos);
 O CPC produz “Cinco Vezes Favela”; 
 Cinema Novo (Glauber Rocha) cria uma estética e revoluciona 
o cinema, focalizando sociedade e política.
Meios de comunicação: cinema
 Nos anos 70, as comédias eróticas mantêm a produção, 
com apelo de público (crítica às elites);
 A produção quase desaparece com a extinção da Embrafilme 
(Collor). Retomada com outros temas; criação da ANCINE;
 Aproximação com estética e temas da TV: “Cidade de Deus”, 
“Cidade dos Homens”, “Grande Família”, “Os Normais”;
 Duas iniciativas importantes: Canal Brasil e o portal Porta 
Curtas Petrobrás, ambos para divulgação da 
produção nacional.
Meios de comunicação: televisão
 Tem início em 1950 (TV Tupi, SP), logo se expande (TV Rio): 
produção cultural, óperas, teatro de vanguarda etc.;
 Organização: empresas concorrentes, combinando imprensa 
e rádio: Record, Excelsior, Tupi, Globo;
 Importante papel na música popular: Festivais, Fino da Bossa, 
Jovem Guarda;
 Hegemonia: integração nacional em rede, transmissão em 
cores, aporte de capital externo, avanço tecnológico e 
relacionamento político.
Meios de comunicação: televisão
 A diversificação de canais não retirou a hegemonia exercida 
pela Globo, dada a composição da programação: Jornal 
Nacional, novelas, programas semanais (Fantástico), 
humor e “reality shows” BBB, em sua 12a versão;
 A TV paga reforçou essa organização;
 Os processos de constituição de uma “cultura de massas” 
são aplicáveis à TV e exemplificados pela TV Globo, embora 
não apenas a ela.
Meios de comunicação: internet
 Pouco mais de dez anos, permite a comunicação social e 
individual em espaço também criado (virtual);
 Aparentemente, elimina a interposição do meio (imprensa, 
rádio e TV) na comunicação, contudo depende do suporte 
(provedores, máquinas de busca, armazenamento etc.);
 Impõe a dependência de recursos técnicos, de linguagem 
e de ambiente (virtual) para a comunicação.
Meios de comunicação: internet
 Afetou a sociabilidade com as redes sociais, as relações de 
mercado e, supostamente, substituiu conhecimento por 
informação;
Instaurou a questão do armazenamento da comunicação e de 
seu acesso:
 Toda informação pessoal fica disponível, o que implica no 
risco de invasão de privacidade: é possível saber resultados 
de exames, pizza preferida, compras realizadas em 2009;
 Quem terá acesso a essa informação e quando?
Conclusão
 Dois fatores decisivos no entendimento do papel dos meios 
de comunicação: a) organização empresarial, sua finalidade 
econômica; b) a interligação entre eles, condição para 
exercício do controle sobre o “conhecimento da realidade”;
 A publicidade e o marketing atravessam esse campo e o 
dividem com o jornalismo, cabendo aos três saberes práticos 
a elaboração e produção dessa realidade para um público, 
consumidor de produtos, ideias e de ideias sobre produtos.
Interatividade
A indústria cultural brasileira tem controle ideológico e formou a 
cultura de massas, vulgar e simplificada?
a) Sim, ela produziu a cultura de massas.
b) Não, a variedade de meios não permite falar de “controle 
ideológico”.
c) A diversificação de meios afeta o controle ideológico e a 
massificação da cultura.
d) Não, não houve a formação da cultura de massas.
e) A cultura de massas produzida pela TV comprova seu papel.
Produção e consumo: articulação material em 
simbólica
 É possível direcionar um produto ou serviço desconhecido a 
um público conhecido, ou supostamente conhecido? 
 Sim, mas...
 Será preciso articular (ou criar) imagens ou representações, 
tanto para o público, quanto para o produto; 
 E com certo saber de comunicação associar uma à outra. 
Produção e consumo: articulação material em 
simbólica
 Produzir implica em certa antecipação do consumo, mas 
como se dá esse processo que antecipa o consumo? 
 Implica em prever e projetar uma dada tendência de 
comportamento social; portanto, é a sociedade, 
com todas as suas contradições e complexidades
que oferecem base para essa antecipação; 
 Referida ao tempo presente, mas em um deslocamento de 
passado e futuro. Há historicidade embutida nessa previsão, 
ou antecipação.
Produção e consumo: articulação material em 
simbólica
 A associação será o conteúdo da comunicação, 
 A mensagem poderá ser transdiscursiva ou não, mas será a 
construção associada de duas materialidades (produto e 
público);
 As duas socialmente orientadas por padrões, valores e 
expectativas sociais;
 Mas nem sempre pré-existentes: o apelo simbólico da 
“novidade” é grande.
Produção e consumo: articulação material em 
simbólica
Apenas para efeito de exposição, é possível distinguir:
a. Produção material para consumo material e seu consumo 
material;
b. Produção material para consumo simbólico e seu consumo 
simbólico; 
c. Produção simbólica para consumo material e seu consumo 
simbólico;
d. Produção simbólica para consumo simbólico e o consumo 
simbólico dessa produção.
Produção e consumo: articulação material em 
simbólica
Duas observações conceituais:
 Práticas sociais: você pode entender como um 
comportamento reiterado e também as ideias 
que orientam esse comportamento;
 Articulação: a relação entre dois ou mais objetos 
considerados (que podem ser ideias,coisas, ou ainda ideias e 
coisas, assim como podem ser momentos da história, 
segmentos sociais, processos sociais etc.). 
Produção material para consumo material e o 
consumo
 Se faz pela articulação com condições sociais, históricas e 
culturais, que induzem o consumo e a produção; 
 Mas consideradas isoladamente, elas aparecem como se 
fossem realizadas por categorias sociais distintas; 
Elas são construídas na aparência de vivências peculiares, 
o que é inconsistente, porque: 
 O trabalhador também é consumidor. 
 Importante: o consumo material não esgota o consumo!
Produção material para consumo material e o 
consumo
 Mas o consumo material reconstrói simbolicamente 
os objetos produzidos. É nesse artifício de mediação 
que se baseiam os comerciais.
 Ex.: “carros jovens” (?)
 “Tudo deu em pizza” toma uma prática alimentar (produção e 
consumo material) por uma prática política de acordos e de 
privilégios; 
 É costume nos grupos maiores dividir a conta, assim como se 
passa na “pizza política”: todos os envolvidos dividem o sigilo 
em torno dos fatos e todos se fartam de impunidade.
Produção material para consumo material e o 
consumo
 O cotidiano na sociedade capitalista congrega produção e 
consumo, tanto material quanto simbólico;
 Essa dimensão da vida social é importante quando se pensa 
na relação com os objetos, com estilo e design;
 Os móveis de estilo, o design dos objetos, o modelo 
se difunde na série, diz Baudrillard, permitindo 
o acesso a todos, mas...
 A “customização” reintroduz a diferença;
 A individualização fundamental.
Produção material para consumo material e o 
consumo
 A customização adiciona um “valor marginal” ao produto (os 
marketeiros dizem valor agregado), retira o produto da série, 
da racionalidade da produção; 
 Empresta ao produto “individualidade”;
 Pode ser atribuída de vários modos, inclusive com 
equipamentos de série!
 Há todo um setor semi-industrial voltado a essa atividade 
(inclusive os mais simples, dos adesivos).
Produção material para consumo simbólico e o 
consumo 
 Aqui, o foco incide sobre o consumo (fruição) de ambientes 
requintados e de estilo, movimenta alguns segmentos 
significativos da produção industrial, do setor 
de serviços e dos meios de comunicação; 
 Mas “aquilo que é dado como ‘estilo’ no fundo não passa de 
um estereótipo, generalização sem nuanças de um detalhe 
ou de um aspecto particular”. 
Produção material para consumo simbólico e o 
consumo
 O consumo simbólico se dá sob a forma de participação 
ou envolvimento pessoal na ambientação, a busca do 
consumidor é pelo “clima” criado com os objetos 
e pela “personalidade do ambiente”;
 Depois do filme “Beleza Americana” (Sam Mendes, 1999), 
pétalas de rosa vermelha espalhadas pelo chão, ou na 
banheira, e velas espalhadas passaram significar 
sensualidade;
 O “clima” alimenta a indústria de velas, o consumo para as 
pétalas desfolhadas, competindo com os sachês de rosa. 
Produção simbólica para consumo material e o 
consumo simbólico
 Como construir as bases da produção simbólica para objetos 
e equipamentos?
 Importante: suposta ausência de interposição (o publicitário 
não fala do produto, é outro quem o faz, e com “credibilidade” 
que não vem do produto);
 Articular momento histórico às peculiaridades do produto;
 Preservar a diferença social entre o consumidor e o “resto”, 
pela felicidade que ele proporciona;
 Essa é a chave da produção simbólica para o consumo 
material.
Produção simbólica para consumo simbólico e o 
consumo simbólico 
Dois aspectos são fundamentais a esse item: 
1. a produção da cultura e práticas sociais nos meios de 
comunicação e em certa modalidade de literatura; 
2. o papel na formação e na disseminação de práticas sociais 
articuladas a essa produção. 
 Os dois aspectos são relacionados ao que se entende 
por produto cultural.
Produção simbólica para consumo simbólico e o 
consumo simbólico
 Trata-se da lógica econômica e social da produção e consumo 
na ordem capitalista, aplicada à produção de conteúdo;
 A produção simbólica é tomada no âmbito da representação 
material (objetos, coisas); 
 O discurso de um conteúdo (tema, assunto, história, música, 
notícia, evento etc.) é tomado em uma dada materialidade 
(estatuto) refletindo nas condições abertas para sua 
elaboração, notadamente remuneração de trabalho, 
custos etc.
Produção simbólica para consumo simbólico e o 
consumo simbólico
 A produção simbólica para consumo simbólico fornece ao 
receptor conteúdos de como pensar e entender o mundo; 
 Há um recorte sobre aquilo que seria necessário dizer, 
considerando aquilo que é possível dizer. 
 Concepções políticas e ideológicas (até partidárias) transitam 
nesse campo e imprimem ao conteúdo, antes mesmo de 
serem elaborados, os “pontos” importantes a serem 
mencionados. 
 Sensibilizando o receptor, oferece a ele modelos de ação
compatíveis com as valorações utilizadas.
Interatividade
A aplicação da lógica social e econômica teria implicações na 
elaboração de conteúdo, em sociologia da comunicação?
a) Não, mas ele deve ser aceito pelo mercado.
b) Sim, implicações econômicas (custos) estéticas 
(diagramação), estilo (ordem direta), 
publicitárias e de mercado. 
c) Depende do conteúdo: há demanda para ciências sociais.
d) Sim, mas depende da comercialização.
e) Sim, o conteúdo deve facilitar a visualização.
A construção do social: semelhanças e diferenças
 Lembrar que se vai discutir a “construção” do social pelos 
meios de comunicação e não a constituição, ou configuração 
do social ao longo da história;
 Reconhecer que a construção se mostra distinguida em 
semelhanças e diferenças; 
 Duas categorias, semelhantes e diferentes, que são reflexos 
de um julgamento, ou apreciação, que as antecedeu, mas que 
não está explícito. 
A construção do social: semelhanças e diferenças
 A SC estuda os pressupostos adotados na construção; 
 Nas peças publicitárias, as semelhanças são projetadas de 
supostas características do público consumidor para que ele 
se identifique com o produto, ainda que no imaginário;
 São “imagens sociais” as utilizadas pelos meios no processo 
de construção:
 “Uai, sô, us mininim tava tudo bonzin.”
 “Us mano aliviaro a barra, firmeza?”
A construção do social: semelhanças e diferenças
 As “imagens” em texto são dizeres cotidianos, mas 
permitiram a construção de uma “imagem” de que fala, 
na ausência de visualização; 
 Será o Rio de Janeiro a cidade “que sorri de tudo”? E São 
Paulo, será sempre apressada “Vambora, vambora, tá na 
hora” (imagens de letras musicais);
 Nos dois casos, essas imagens integram a identidade dessas 
duas metrópoles, refletindo seus habitantes como espelhos 
de mito.
Construção do social: espelho
Esse é o elemento central na construção das semelhanças: 
 O “espelho” de apreciações reiteradas para uma coletividade, 
permitindo a cada integrante nele se reconhecer, ou se 
projetar, ainda que nele não se visualize individualmente;
 Esse “espelho” reflete a construção de uma identidade social 
e um estágio, ou momento no “reconhecimento de si”, como 
percepção do sujeito de si mesmo, de seus gostos, 
preferências, atitudes, valores, corpo etc. 
Construção do social: espelho
 Nos meios de comunicação, a construção das semelhanças 
favorece a dimensão “inclusiva” do processo de identidade; 
 O reforço nos traços particulares favorece o pertencimento e 
identificação com subgrupos, ou certa dimensão “excludente” 
do processo de identidade social;
 A integração do mercado fez do comum “regional”, o exóticosofisticado das metrópoles. Ex.: pequi, açaí, fuxico. 
Construção do social: espelho
 Na verdade, trata-se do mesmo processo perverso, de 
natureza econômica e social, ou das mesmas forças de 
produção e reprodução da ordem social;
 A dinâmica em movimento centrífugo produz “exclusão 
social” e em movimento centrípeto produz a ‘inclusão social’;
 O “espelho” da identidade social se apresenta fragmentado: 
cada fragmento é uma parte de uma identidade em mosaico 
que caracteriza a sociedade brasileira. 
Construção do social: espelho
 Em toda forma de convívio cotidiano, a distância social 
aparece antes da palavra, como um enquadramento do olhar;
 A comunicação se estabelece de uma estranha forma pelo 
incomunicável, a comunicação da distância, da diferença, 
entre ‘quem’ é chamado e ‘quem’ chama; 
 Mas o “mosaico” das diferenças motiva produtos culturais, 
portanto, é preciso compreendê-las e saber reproduzi-las 
nas telas grandes, pequenas e textos.
Construção do social: espelho
 A exigência implica aproximação com a cultura de referência, 
fazendo uso de “artifícios” e recursos para acentuar 
tais traços;
 No cinema e na TV, esses artifícios vão do ambiente e ao 
corpo das personagens gestos, modo de falar, posturas, 
suores, lágrimas, olhos, boca e sangue;
 Esse corpo produzido remete a personagem para um “lugar 
conhecido” pelo espectador;
 É um “corpo social”, significante para a visualidade, 
construção por mediação simbólica. 
Construção do social: espelho
 As construções das diferenças sociais em imagem e texto 
constituem expressão particular das mediações da 
sensibilidade na expressão de Barbero (Barbero:2001);
 Construir a imagem desse Outro, diferente da pretensa 
uniformidade geral, não é fácil, mas é necessária: na sua 
“diferença” ele é assunto, é consumidor de ampla gama de 
produtos e também é eleitor. 
Construção do social: espelho
O Outro diferente pode ser construído “de fora”, acentuando 
traços exóticos:
 A mulher brasileira não foi, nem é o arremedo de baiana “pop” 
de Carmen; o carioca não era um “papagaio” malandro.
Construção do social: espelho
 Um recurso na construção do Outro nos meios visuais, 
consiste em acentuar traços de sua tipicidade, tornando o 
Outro risível (mas o caipira que inspirou Mazzaropi era 
esperto e não era o Jeca). 
A construção da corporeidade 
 Corporeidade como o modo como aparecem as personagens, 
sua fala e gestos nas cenas e nos textos, portanto, na 
articulação de duas modalidades de discurso: visual (cinema, 
fotografia e cartazes) e textual (letras das canções);
 Trata-se de transdiscursividade, logo é possível dizer que o 
corpo percorre “na diagonal” os campos do texto e da 
imagem, articulando-os entre si e se complementando, 
e se “abre” para um campo correlato, a vida social, 
incorporando sentidos, ou os perdendo.
A construção da corporeidade
a) A produção do corpo do Outro como objeto de desejo, 
instrumento à disposição de quem canta de seu prazer; 
b) A produção do corpo do Outro no devaneio, no delírio, na 
paixão e na loucura de quem canta, no corpo do Outro reside 
a ‘fraqueza’ do cantor, seus pecados e vícios: aquele corpo é 
produzido no âmbito de uma ética e estética dos corpos; 
c) A produção do corpo no âmbito das relações de poder, 
presentes na ordem do trabalho, na sujeição amorosa, e a 
partir de distinções sociais e referências visuais de 
identidade social.
Interatividade
O conteúdo da produção simbólica abrange:
a) Apenas os sentidos culturais e sociais para dos 
objetos e produtos.
b) Sentidos para objetos, práticas e valores para a vida 
individual e coletiva, modo de ver o mundo e o Outro. 
c) Ideias, mas não as práticas sociais a serem adotadas.
d) Valores, os valores existentes na sociedade.
e) As práticas e os critérios de consumo de objetos, 
ideias e valores a eles relacionados.
A construção do cotidiano e da política
 A divulgação de “modos de entender a realidade e a vida” 
implica na construção de verdades sobre o cotidiano; 
 A aceitação desses “modos de entender” se dá no plano das 
ideias e das práticas dos indivíduos; 
 As verdades políticas e o próprio conhecimento pressupõem 
atitude crítica e reflexão;
 Mas se apropriar da resposta correta não é conhecimento, é 
informação; conhecimento e formação implicam capacitação 
para fazer perguntas, formular hipóteses e buscar respostas 
válidas. 
Política e sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 Mas o que é a política?
 A palavra remete à ação participativa, articulação 
de diferenças, visando a um denominador comum, 
uma prática que envolve várias dimensões de poder, 
 Afetadas pela comunicação ampliada, por todos os meios, 
às quais se deve acrescentar o poder de mobilização.
 “Como é possível os meios de comunicação exercerem 
papel político tão amplo?” 
Política e sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 “Pela manipulação das informações” não é resposta 
verdadeira;
 A mídia opera em um campo de concorrência e nele a 
inverdade corresponde à quebra de confiabilidade, condição 
para manter índices de audiência, publicidade etc.; 
 Ela também atende às expectativas do público, portanto, 
“manipulação” confere à mídia um poder que em realidade é 
menos amplo, conforme Ciro Marcondes. 
Política e sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 Para entender como os meios de comunicação exercem vários 
poderes sutis, é preciso entender como o espaço político se 
formou na sociedade brasileira e quais as trajetórias dos 
sujeitos coletivos que dele participaram;
 Esse tema é tratado no livro texto desse curso; 
 Aqui se vai dar ênfase aos recursos utilizados no exercício 
desses poderes tão sutis quanto importantes na sociabilidade 
contemporânea.
Política e sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 Os recursos não podem comprometer a confiabilidade, logo 
são mais comuns;
 Escolha da “pauta” seguida pelo tratamento dessa pauta, e a 
inserção da notícia política entre duas notícias “mais leves”, 
especialmente esportiva;
 Repetição de palavras-chave, de imagens-chave: 
desburocratização, privatização, modernidade, cidadania, 
conscientização, são palavras ou bordões utilizados na 
história política. 
Política e sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 As palavras-chave são um modo sutil de formar o “consenso 
planejado” (Noam Chomsky), induzindo o público a pensar a 
realidade política e social a partir dele, para “entender” o 
cotidiano;
 A compreensão política exige repertório para análise e 
reflexão; para isso não basta jogar com palavras fornecidas 
pela mídia, é preciso a apreensão política do cotidiano 
relacionando-a com um futuro em processo. 
Política e sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 A mídia realiza uma produção da realidade, para um público 
que em geral não expressa opiniões;
 Esse processo resulta na formação das maiorias silenciosas
(Baudrillard);
 Uma vivência individualista, mas em sociedade, cabe a elas 
responder e não questionar, muito menos reivindicar;
 A dimensão social política da vida coletiva escapa nessa 
vivência, que tem eixo na vida privada, abrangendo no 
máximo à família e aos conhecidos. 
Política e sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 Essa despolitização do brasileiro, estimulada pelos meios de 
comunicação, é também condição política;
 Na ausência de crítica e análise política, a crítica moral a 
substitui, mas com superficialidade; 
 O slogan tão usado, “abaixo a corrupção” é de natureza 
moral, e não política; 
 O slogan “mais moralidade na política” é vazio: de qual 
“moralidade” se está falando? 
Políticae sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 Outro recurso, para formar consenso em torno de candidato é 
a exposição da vida privada, como atestado de moralidade 
(argumento discutível);
 Um último recurso utilizado em campanhas políticas consiste 
em criar uma “imagem” do candidato partindo de sua 
presença pública, mais precisamente de sua aparência, 
formação, hábitos e modo de falar (o candidato é objeto 
de campanha de MKT, como qualquer produto).
Política e sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 Nesse quadro, qual o papel das mídias na discussão da 
cidadania? 
 O discurso de cidadania não é limitado ao presente, mas se 
projeta para um futuro desejável, um “vir a ser”; 
 Não se trata mais de assegurar direitos, mas de exercer os 
direitos assegurados, e de estendê-los a todos aos quais eles 
são aplicáveis, implicando articulação entre a teoria e a 
prática, ou o exercício nas condições concretas. 
Política e sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 Isso significa que o discurso sobre cidadania não tem o 
“Outro” como objeto, esse “Outro” é sujeito de seu próprio 
discurso de cidadania, seja instalado pela semelhança, seja 
pelo exercício do direito à diferença; 
 Essa é a prática de movimentos de trânsito nacional e 
internacional, dada a semelhança de condições vividas 
por tais segmentos no Brasil e fora dele; 
 São exemplos: CUFA, Movimento Hutuz Hip Hop, MST, 
dentre outros. 
Política e sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 Agora é um sujeito coletivo que fala para o “resto” da 
sociedade civil; inverteu-se o sentido do discurso: é “de fora” 
que o discurso chega para a sociedade, e não solicitante, o 
sujeito se posiciona portador de um discurso tão competente 
quanto outro qualquer, apenas diferente; 
 É na pluralidade dos discursos que se instaura a democracia, 
e não no consenso planejado.
Política e sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 O conceito de hegemonia diz respeito à modalidade de poder 
exercido por um grupo, segmento social, região ou país 
dentre seus congêneres;
 Ela não é uma modalidade de poder que reflita uma situação 
quantitativa (maioria), mas reflete uma situação “qualitativa” 
de maior importância dentre os que são formalmente iguais;
 Não é situação estável e porque é dinâmica, formam-se 
grupos que representam interesses não hegemônicos, mas 
que organizados, podem contestar e rivalizar as tendências 
hegemônicas. 
Política e sociabilidade: cidadania, mídia e hegemonia
 Qual o papel das mídias no debate da cidadania? Acompanhar 
com interesse;
 Articulação entre a teoria e a prática, no exercício nas 
condições concretas é a prática das minorias 
participativas na sociedade contemporânea; 
 No Brasil, essa prática é fundamental para a democratização 
das relações sociais, e construção da cidadania, em uma 
sociedade plural, mas que em lugar da pluralidade 
preferiu se firmar na diferença.
Interatividade
A construção da cidadania é um projeto de caráter político. 
Nesse caso, deve-se pensar que (aponte a alternativa correta).
a) Nele, os meios de comunicação devem ser afastados. 
b) O rádio teria espaço em projetos dessa natureza, 
mas a televisão não.
c) Um projeto dessa natureza seria beneficiado, desde 
que o conteúdo fosse elaborado com tal finalidade. 
d) Um projeto de construção da cidadania prescinde 
dos meios de comunicação; bastariam reuniões 
em comitês, leituras e nada mais. 
e) A ideia de cidadania decorre da ideologia burguesa, 
os meios de comunicação, instrumentos da 
burguesia, comprometem a construção desse projeto. 
ATÉ A PRÓXIMA!

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