Metodologia de Ensino aplicada às Ciências Sociais - Slides de Aula Unidade III

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Profa. Neusa Meirelles
UNIDADE III
Metodologia de Ensino
Aplicada às Ciências Sociais
 Refletir sobre os processos de avaliação do conhecimento em Sociologia e a 
contribuição para o processo educativo;
 Analisar o papel, os limites e as possibilidades de emprego de livros didáticos no 
ensino da Sociologia.
Objetivos da Unidade
 Os livros didáticos constituem ferramentas educacionais primordiais ao processo 
de ensino e aprendizagem. É o material mais utilizado na educação brasileira.
 O livro didático exerce grande influência sobre a atuação do professor em sala de 
aula, pois ele frequentemente se torna a única ferramenta disponível para o seu 
trabalho.
Os livros didáticos
 Para muitos jovens brasileiros, os livros didáticos constituem a única fonte de 
contato com bens culturais.
 Para os professores, quando não têm formação específica na área e extensa 
jornada de trabalho, o livro didático é a fonte única de preparação das aulas.
Os livros didáticos para alunos e professores
 Texto de síntese do conhecimento;
 Linguagem acessível ao público-alvo (faixa etária);
 Contém exercícios de assimilação e fixação de conteúdos e exame crítico;
 A escolha do livro é importante para que o livro não ocupe o lugar do professor, ele 
deve interagir com outros recursos.
Livros didáticos, características como gênero:
 Para Coan (2012, p. 157), a ausência de bibliotecas é difícil porque “são escassas 
as publicações científicas dirigidas para o público em idade escolar”, mas, às 
vezes, “o professor acaba por adotar o índice do livro didático como programa do 
ano letivo”, e, então, o livro torna-se “fonte de informações, textos, exercícios e das 
ilustrações em aula e em casa”.
Livro didático e diversidade de outros materiais...
 Há uma forte tendência no meio educacional para que os professores elaborem 
seus planos de ensino de acordo com os itens discutidos nos livros didáticos. Isso 
conduz esses livros a terem um papel central na formação das matrizes 
curriculares.
 Como recurso, o livro didático tende a exercer forte influência na construção do 
conhecimento pelo aluno. É usual que as informações contidas nesses manuais 
sejam encaradas pelos estudantes como verdades absolutas.
Livros didáticos e os de Sociologia
 Em 1900, o Senador Paulo Egydio de Carvalho, professor da Faculdade de Direito 
de São Paulo, divulgador das ideias de Durkheim, oferecia cursos livres de 
Sociologia.
A partir de 1930, com o início da institucionalização da Sociologia no Brasil, começa 
a publicação de livros de introdução à Sociologia, graças a duas condições 
favoráveis, segundo Meucci (2007):
a) A consolidação da disciplina no sistema de ensino regular; 
b) O surgimento de um mercado editorial especialmente 
voltado à reprodução de obras sobre o Brasil e ao 
investimento na área pedagógica.
Os livros didáticos de Sociologia
 Entre 1931 e 1945, foram publicados 28 manuais de diferentes autores. Segundo 
Meucci (2007), o primeiro livro publicado, cujo autor tinha formação em Ciências 
Sociais, foi Sociologia: introdução ao estudo de seus princípios, publicado 
originalmente em 1945, por Gilberto Freyre. Além desse, Donald Pierson publicou 
Teoria e Pesquisa em Sociologia. 
 Todavia, “a produção numerosa e diversificada destes pioneiros é testemunho do 
baixo índice de especialização das tarefas intelectuais nos anos 30 entre nós. Os 
autores eram polivalentes, sistematizadores de conhecimentos que atenderam à 
nova demanda de ‘nacionalização’ dos conteúdos escolares e acadêmicos.”
(Meucci, 2007).
Os livros didáticos de Sociologia 2
 Fernando de Azevedo, professor de Sociologia da Universidade de São Paulo, 
principal expoente do movimento Escola Nova, defendia a ampliação da rede 
escolar pública e a eliminação do ensino religioso das obrigações escolares; 
enquanto Alceu Amoroso Lima (Tristão de Athaíde) defendia o ensino privado e a 
conservação do ensino religioso na escola pública.
Os livros didáticos de Sociologia, Fernando de Azevedo
 Presos à tradição livresca, dos conceitos e definições abstratas, e sem conexão 
com a realidade social brasileira.
 A produção de dados sobre a realidade brasileira ainda era incipiente, dada a 
ausência de pesquisas acadêmicas nesse período.
Os livros didáticos de Sociologia, síntese segundo Meucci (2007)
Segundo Meksenas (1993), problemas denunciados por teóricos com base em 
análise dos livros didáticos: 
 Os livros não priorizam o entendimento das relações sociais fundamentais; 
 Os conceitos são fora do contexto histórico em que foram ou são produzidos; 
 A noção de evolução social é tratada linearmente; 
 A sociedade definida como um corpo homogêneo, tendente ao equilíbrio 
e à harmonia; 
 Os problemas sociais tratados como “doenças passageiras” dessa sociedade. 
Os livros didáticos, uma visão acrítica de mundo 
Os primeiros manuais de Sociologia, publicados nos anos de 1900, possuíam forte 
influência de qual perspectiva teórica da Sociologia?
a) Marxismo.
b) Fenomenologia.
c) Interacionismo simbólico. 
d) Positivismo.
e) Estruturalismo.
Interatividade
 Flexibilização dos currículos em vários estados brasileiros, com implementação do 
ensino de Sociologia;
 Poucos livros foram publicados entre 1980 e 2009, docentes produziram seus 
próprios textos;
 Material didático privilegiando uma classe social, desempenhando papel ideológico 
sem análise crítica;
 É necessário o desenvolvimento de um olhar criterioso e 
crítico para os livros didáticos.
Com a redemocratização, a partir dos anos 1980, novas tendências:
 O “primeiro passo é não confundir as informações do livro com o conteúdo de seu 
curso de Sociologia. Nenhum livro didático, por mais completo que seja, deve 
substituir um conteúdo preparado pelo professor. Na situação atual, o mais 
interessante talvez seja o professor organizar os alunos em grupos, indicando 
diferentes livros, de tal modo que na sala de aula exista confrontação entre as 
informações dos diversos textos. Manter distanciamento crítico quando o professor 
adota uma postura questionadora das informações que o livro contém, 
confrontando-as com a realidade dos alunos.” (MEKSENAS, 1993, p. 31)
Recomendação de Meksenas (1993)
 Nas escolas da rede pública do país, a cada dois anos, os professores devem 
realizar a escolha do livro didático por meio do Programa Nacional do Livro 
Didático. Após a escolha pelos professores, os livros são enviados pelo MEC para 
as escolas para utilização dos alunos.
 Meucci (2013) analisou os livros indicados para o Programa Nacional do Livro 
Didático de 2012. Os livros foram publicados após a Sociologia tornar-se disciplina 
obrigatória no Ensino Médio. Identificou que os materiais seguem certa concepção 
do sentido que deve ter o ensino da Sociologia na educação básica. 
 Segundo a autora, esses materiais ou indicam uma 
“prescrição de conduta politicamente correta" ou se 
limitam à “denúncia das injustiças da sociedade atual”.
A escolha do livro didático, critérios:
 A ausência de reflexão sobre o pensamento social brasileiro, dificultando a 
apreensão das especificidades do país na análise sociológica;
 Os livros didáticos não tratam os conceitos de Antropologia e de Ciência Política, 
mas apenas conceitos de Sociologia;
 Não promovem os princípios de estranhamento e desnaturalização;
 Não promovem mediação entre o plano teórico e o mundo 
social vivido pelo aluno;
 Ausência de exercícios e de sugestões de pesquisa.
Análise dos livros didáticos de Sociologia, problemas:
Devem ser considerados aspectos legais, como:
 Está de acordo com os princípios educacionais expressos na Constituição 
Brasileira? Está de acordo com os princípios estabelecidos pela Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional?
 Está de acordo com os princípios estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do 
Adolescente?
Análise dos livros didáticos de Sociologia pelo professor
 A seleção dos conteúdos é adequada?
 A sequência com que são apresentados obedece à progressão da aprendizagem 
planejada por sua escola?
 O conjunto dos conteúdos, assim como o tratamento didático dado a eles, é 
adequado para o seu aluno e está de acordo com o currículo?
 A linguagem é clara e precisa?
Critérios para a escolha do livro didático
 Assegurar a presença das contribuições das três áreas que compõem as Ciências 
Sociais: Antropologia, Ciência Política e Sociologia.
 Garantir que as Ciências Sociais se apresentem nas páginas do livro como um 
campo científico rigoroso, composto por estudos clássicos e recentes e por 
diferenças teóricas, metodológicas e temáticas.
 Permitir, por meio de mediação didática exitosa, que o 
aluno desenvolva uma perspectiva analítica acerca do 
mundo social.
 Servir de ferramenta de auxílio ao trabalho docente, 
preservando-lhe autonomia.
Critérios do PNLD para os livros didáticos de Sociologia
 O texto das explicações é acessível aos alunos?
 As atividades se preocupam em ajudar o aluno a entender o texto das lições?
 O Manual do Professor contribuiu o suficiente para um melhor uso do material?
Outros critérios
 Presença de propagandas;
 Presença de elementos que promovam pessoas famosas;
 Exercícios com conteúdos irrelevantes e com pouca exigência;
 Exercícios descontextualizados ou, quando contextualizados, que não explicitam 
contradições, conflitos.
Evitar a escolha de livros com as seguintes características:
 Relativizar o uso do livro didático, pois o mesmo apresenta aspectos do 
conhecimento científico e do cotidiano e não esgota todos os níveis de 
conhecimento. 
 Exercitar a dúvida diante desses materiais; oferecer outras fontes de conhecimento 
científico, possibilitando ao aluno desenvolver a crítica ao livro didático.
 Contextualizar o material didático, para compreender a 
realidade em que foi produzido. Tecer considerações 
sobre o autor, a editora.
 Mostrar que os livros são produzidos por pessoas, que 
são passíveis de erros.
Utilização do livro didático de Sociologia, para Coan (2012):
Leia as afirmativas a seguir: 
I. Deve-se oferecer aos alunos outras oportunidades de leitura, para que não 
fiquem restritos ao livro didático.
II. Desenvolver com os alunos um olhar crítico sobre os livros didáticos existentes.
III. Evitar livros que tenham propagandas. 
Está correto somente o que se afirma em:
a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) I e III.
e) III.
Interatividade
 Vivenciamos na última década o desenvolvimento de gigantescos sistemas de 
avaliação do Ensino Fundamental e Médio. O exame de maior destaque é o 
Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que compõe uma rede 
mundial de avaliação e análise educacional, organizada pela Organização para a 
Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), que realiza provas envolvendo 
aproximadamente 65 países.
Os processos avaliativos no sistema escolar
 Um dos objetivos do Pisa é, a partir da avaliação dos indicadores de desempenho 
dos estudantes, elaborar propostas pela solução dos problemas identificados e 
ampliar o conhecimento do rendimento escolar nos países envolvidos.
 O Pisa é realizado a cada três anos e os estudantes que realizam a prova são 
escolhidos por uma amostragem aleatória.
Os processos avaliativos no sistema escolar
 “A avaliação busca conhecer dos alunos as competências e as habilidades 
utilizadas por estes na elaboração de seu raciocínio para identificar, recuperar 
informações, integrar e interpretar, refletir e avaliar os dados na prática da leitura e 
na resolução de problemas matemáticos. Contempla ainda questionários com os 
diretores das escolas, públicas e privadas, rurais e urbanas, sorteadas sobre o 
perfil da escola, os métodos e processos de ensino e aprendizagem e a ambiência 
socioeducacional.”
Os processos avaliativos no sistema escolar, segundo Eras, Ribeiro, 
(2013, p. 122)
 A análise do Pisa indica que o conhecimento das ciências da natureza não é 
seguido, pelos alunos, da compreensão do papel destas ciências para as suas 
vidas. Mesmo diante de questões sobre a preservação do meio ambiente, as 
pesquisas indicam que os alunos tendem a atribuir sempre a outrem as 
responsabilidades sobre a preservação, por não se verem como sujeitos sociais 
capazes de intervir na sociedade.
Os processos avaliativos no sistema escolar
 “Aos docentes-pesquisadores de Sociologia na escola, trazemos a possibilidade 
de pensarem seriamente nas epistemologias presentes na escola e em sua sala 
de aula e como estas provocam a produção de ideias, sentidos, perspectivas de 
afinidade, com o artesanato intelectual na interface com a vivência de seus alunos. 
Por fim, perguntamos se nossos conteúdos e metodologias favorecem o gosto pela 
busca do conhecimento, pela pesquisa no educando, também, se contribuem na 
sua percepção de sua relevância no mundo, um mundo em constante tensão e 
dinamismo.” (ERAS et RIBEIRO, p. 133)
Os desafios para os professores de Sociologia
Como as Ciências Sociais são portadoras de várias tradições teóricas, como 
estabelecer a objetividade nos processos avaliativos?
 A diversidade teórica das Ciências Sociais conduz pesquisadores de outras áreas 
a considerarem que esta área de conhecimento não possui cientificidade por não 
produzir conhecimento exato e único sobre a realidade. Daí advém mais uma 
característica da área, que é sua vocação para a reflexão e a argumentação, com 
o intuito de tornar uma perspectiva teórica convincente.
Problemas da Sociologia nos exames vestibulares 
 Coloca-se em evidência a necessidade de aprofundar a reflexão sobre os sistemas 
avaliativos que procuram tratar com objetividade única os conhecimentos da área.
 Em estudo sobre a presença das Ciências Sociais nos exames vestibulares, os 
pesquisadores Fraga e Mattioli observaram que os conteúdos das Ciências Sociais 
são cobrados de maneira interdisciplinar em questões de História, Geografia ou 
Filosofia.
Problemas da Sociologia nos exames vestibulares 
 A maioria das questões de Sociologia em processos seletivos como vestibulares 
se caracteriza pela presença de perguntas que abordam o pensamento 
sociológico clássico.
 No Enem, a inserção de questões de Sociologia é recente. Portanto, ainda não 
existe um perfil claramente definido de quais são os conteúdos considerados 
essenciais nesse tipo de avaliação. O que se observa nessas provas é que os 
jovens possuem capacidade de leitura e entendimento de textos. Também tem 
sido usual questões sobre os autores clássicos da Sociologia: Durkheim, Karl Marx 
e Max Weber.
Problemas da Sociologia nos exames vestibulares
 A Sociologia aparece no Enem de diferentes maneiras: de uma maneira indireta, 
aparece na redação, que costuma abordar temas emergentes na sociedade 
brasileira. Pode aparecer também como “pano de fundo ou contextualização” de 
outras disciplinas, como Geografia, História ou Filosofia. Pode aparecer ainda 
como uma questão fechada em torno de um tema sociológico. (FRAGA, Mattioli, 
2013)
As questões de Sociologia no Enem 1
 Observa-se que a contribuição da Sociologia no Enem não é pequena, tendo em 
vista a relevância da redação na avaliação geral. Porém, o conhecimento 
sociológico não atua somente como pano de fundo da redação, aparece também 
em questões interdisciplinares.
As questões de Sociologia no Enem 2
De ummodo geral, a forma como os conteúdos de Sociologia aparecem em 
avaliações como o Enem é:
a) Difusa, como contexto para questões de Filosofia.
b) Objetiva, com questões teóricas e metodológicas da área.
c) Difusa, como contexto para a alfabetização científica.
d) Interdisciplinar, com Geografia, História ou Filosofia.
e) Específica, pelos conceitos, temas ou teorias da área.
Interatividade
 É preciso considerar a avaliação como algo natural do processo educativo. Os 
processos devem ser avaliados com o intuito de identificar falhas e desvios e de 
elaborar novos caminhos para o processo de ensino-aprendizagem.
 A avaliação não deve ser voltada, exclusivamente, para a aferição do grau de 
aprendizagem do aluno aos conteúdos estabelecidos pelo professor. A avaliação 
visa, acima de tudo, analisar o processo. Desse modo, avalia-se a eficácia do 
planejamento, a didática do docente e os recursos pedagógicos utilizados.
A avaliação de Sociologia no sistema escolar 1
 Há uma tendência no meio educacional de considerar os tradicionais métodos 
avaliativos baseados na elaboração de provas como os mais eficientes e seguros.
 Porém, na medida em que se vislumbra um sistema educacional mais direcionado 
para as massas e uma perspectiva pedagógica pautada na relação dialógica entre 
educando e educador, os métodos tradicionais tendem a demonstrar a sua 
exaustão.
A avaliação de Sociologia no sistema escolar 2
 De um modo geral, o sistema avaliativo tem conduzido a análises que culpabilizam 
o aluno pelas falhas. No ensino universitário, os docentes alegam que o problema 
do baixo rendimento advém da crise do Ensino Médio. No Ensino Médio, alega-se 
que o baixo rendimento é fruto da falta de preparo dos alunos ao longo do Ensino 
Fundamental. No Ensino Fundamental, alega-se que a dificuldade de aprendizado 
dos alunos é oriunda do seu meio social que não valoriza ou estimula a 
aprendizagem. Alega-se a falta de capital cultural das famílias e as carências 
materiais atuam como fatores do fracasso escolar.
A avaliação e o sistema educacional
 A partir das reflexões desenvolvidas por Bourdieu e Passeron no livro Os 
Herdeiros, os resultados de uma avaliação indicam não só quem tem um 
rendimento escolar aceitável, mas, principalmente, aqueles que não o tem. As 
causas do rendimento escolar devem ser avaliadas também no meio social onde 
está inserido o aluno. Os estudos de Bourdieu indicam que os baixos níveis de 
aproveitamento escolar coincidem com a procedência dos setores mais 
empobrecidos da população.
A avaliação na perspectiva sociológica de Bourdieu 1
 Os jovens de classe média e alta, quando entram na escola, já levam consigo um 
repertório cultural adquirido no ambiente familiar. As conversas, informações, 
acesso a livros, viagens que lhes são proporcionadas atuam como estímulo 
intelectual.
 Quando as crianças de classe média e alta entram na escola, podem contar com 
recursos que contribuirão com o seu desempenho escolar. Caso encontrem 
dificuldades, podem contar com professores particulares, psicólogos e outros.
A avaliação na perspectiva sociológica de Bourdieu 2
 Diante do exposto, é importante que, no processo de avaliação, o professor tenha 
consciência das raízes sociais do fracasso escolar. Outro elemento importante é 
considerar no processo de avaliação somente o conhecimento adquirido, sem 
levar em conta os progressos que os alunos tiveram no processo de 
ensino-aprendizagem.
A avaliação na perspectiva sociológica de Bourdieu 3
 Não é aceitável que o professor passe por cima dos erros sem apontá-los. Afirmar 
que um trabalho está bom, quando na verdade está cheio de erros. Desse modo, 
não se estimula a autocrítica, nem se estimula a mudança.
 Em Sociologia, há uma forte vinculação entre a dinâmica estabelecida em sala de 
aula e os processos avaliativos. Pois, imagine um professor que organiza suas 
aulas em torno da livre expressão dos alunos sobre os seus pontos de vista, sem 
teorização, conceitualização ou análise sistemática de um tema, pode conduzir o 
aluno a simplesmente reproduzir o senso comum.
A avaliação de Sociologia no sistema escolar
 Compreender os processos sociais;
 Compreender e respeitar a diversidade cultural da espécie humana;
 Compreender e respeitar os valores humanos e a diversidade cultural;
 Compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, de forma 
a favorecer uma atuação consciente do indivíduo na sociedade;
 Relacionar os fundamentos da cidadania e da democracia, 
do presente e do passado, aos valores éticos e morais da 
vida cotidiana.
Elementos básicos a serem avaliados no ensino de Sociologia 1
 Para Bridi (2009), a avaliação do conteúdo acumulado ocorre à luz das teorias e 
categorias sociológicas transmitidas e problematizadas, em articulação com a 
experiência imediata do aluno, tendo em vista uma produção qualitativa do 
conhecimento. A verificação do conteúdo deve estar articulada com o cotidiano do 
aluno e as diversas estruturas da sociedade contemporânea, em suas múltiplas 
dimensões – econômica, política, social, cultural, estética, jurídica, religiosa, ética e 
outras – de modo que o conhecimento do aluno e do professor seja reelaborado, 
ultrapassando o senso comum.
Elementos básicos a serem avaliados no ensino de Sociologia 2
 O processo avaliativo não deve se restringir a provas. É importante que se leve em 
conta a expressão oral, a criatividade, o interesse. Nesse sentido, a avaliação deve 
ser dinâmica, contínua, cumulativa, diagnóstica e processual.
Elementos básicos a serem considerados na avaliação do ensino 
de Sociologia
 Para Bridi (2009), o tipo de questão nas provas dissertativas exige do aluno 
compreensão, relação, comparação, análise, síntese, reflexão, posicionamento 
crítico. As avaliações dissertativas envolvem, principalmente, a habilidade 
cognitiva. Entretanto, deve haver correspondência entre as aulas e o que é 
valorizado na sistematização escrita, pois as aulas tendem a orientar a ênfase na 
atividade de estudo do aluno.
A elaboração de provas de Sociologia
 Partindo das considerações iniciais de Paulo Freire, todo conhecimento é 
autoconhecimento. Desse modo, só se aprende a ensinar, ensinando. Isso ocorre 
principalmente nos primeiros anos do exercício profissional.
 Para Bridi (2009), “cada professor é senhor do seu processo de trabalho e 
descobre, na prática de suas aulas, um jeito de fazer e de ensinar que lhe é 
particular, especial, e dá significado às suas ações em sala de aula”.
Considerações finais
 O desafio metodológico que se coloca para as Ciências Sociais no Ensino Médio 
não é a simplificação do discurso, mas a possibilidade de dar um sentido para a 
Sociologia.
 A ciência deve ser a referência do professor para que a escola avance no sentido 
de deixar de ser simplesmente reprodutora do senso comum. Portanto, o ensino 
da Sociologia requer a criação de mediações que possibilitem a articulação entre o 
micro e o macro, o conteúdo com a metodologia, a teoria com a prática.
Considerações finais
 A formação de professores ocorre também no diálogo constante com os pares. 
Ouvir os colegas da área, partilhar as experiências, constituir grupos de 
autoformação coletiva são ações que contribuem significativamente para ampliar o 
capital cultural.
 As novas tecnologias podem contribuir para que o professor rompa sua condição 
de isolamento. Desse modo, a prática de escrever, divulgar e participar de eventos 
científicos na área tornam-se atividades importantes para o aprimoramento 
profissional.
Considerações finais
Que elementos devem ser levados em consideração nos processos avaliativos em 
Sociologiano Ensino Médio?
a) Provas, expressão oral, criatividade, interesse.
b) Somente provas objetivas e discursivas.
c) Somente pesquisas e leituras.
d) Elementos comportamentais, assiduidade e obediência.
e) Somente provas que verifiquem a capacidade de memorização.
Interatividade
ATÉ A PRÓXIMA!