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Temas Emergentes De Sociologia - Slides de Aula Unidade II

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Unidade II
TEMAS EMERGENTES DE SOCIOLOGIA
Profa. Jane Almeida
Objetivo da Unidade II
 Serão tematizados os conflitos socioambientais, e a crise 
hídrica, como um dos epifenômenos contemporâneos da crise 
ambiental.
 Serão apresentadas, formas contemporâneas de organização 
e lutas sociais, diante deste cenário onde as novas tecnologias 
e “antigas táticas” de organização coletiva se unem no 
fenômeno denominado, Jornadas de Junho em 2013, no Brasil 
e no mundo. Estas, de alguma forma, dialogam com os temas 
aqui apresentados para análise e reflexão de temas 
emergentes da sociologia, como: liberdades sexuais, fim das 
opressões, direitos humanos, educação, trabalho, meio 
ambiente, dentre outros. 
 Por fim, as Perspectivas teóricas da sociologia na 
contemporaneidade.
Conflitos socioambientais: os recursos naturais frente 
aos desafios contemporâneos
 A relação homem-natureza: para o desenvolvimento da 
técnica, ou melhor, da tecnologia, as demais forças produtivas 
(homem e natureza) sofreram processos de franca 
degradação, seja pelo desemprego e condições de trabalho 
superexplorado, seja pela destruição do solo, rios e florestas.
 A grande questão é que, com o advento do capitalismo e sua 
consolidação, o homem se separa da natureza ao mesmo 
tempo que uma determinada classe ou grupo se apropria dela, 
inclusive como meio de produção. O homem se aliena do 
processo de trabalho e da natureza, que passam a ser 
controlados pelo capitalista.
Conflitos socioambientais: os recursos naturais frente 
aos desafios contemporâneos
 Século XX: o Clube de Roma foi uma iniciativa dos 
empresários para estudar os recursos naturais de modo a 
constatar os limites do crescimento econômico. 
 Associa-se a crise ambiental ao efeito estufa, aumento da 
temperatura na Terra, redução da biodiversidade, tsunamis, 
enchentes, contaminação do solo, rios e mares, desastres 
ambientais, uso de energias não renováveis, dentre outros. 
Logo, de modo hegemônico, aponta-se que a saída para tudo 
isso é o desenvolvimento sustentável. 
Desenvolvimento sustentável: uma realidade possível?
 Em 1972, a Conferência Mundial para o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento Sustentável, organizada pela ONU, em 
Estocolmo, retoma o debate de modo a apresentar estratégias 
nas quais a relação entre desenvolvimento e sustentabilidade 
fossem asseguradas. 
 Criada em 1980 pela ONU, a Comissão Mundial sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento assume a tarefa de organizar 
as recomendações para os países.
 Em 1987, no Relatório Brundtland, propõe sanar todos os 
efeitos colaterais do desenvolvimento econômico ao meio 
ambiente. Evidencia que os países “subdesenvolvidos” têm 
limites em crescer economicamente, devido aos limites 
ambientas postos, revelando os limites concretos 
para a utilização dos recursos naturais.
Desenvolvimento sustentável: uma realidade possível?
 Assim, é possível identificar o desenvolvimento sustentável 
como uma ideologia. Ideologia, aqui, não como falsa 
consciência, mas como um conjunto de ideias capazes de 
expressar uma determinada visão social de mundo. 
Essa ideologia, por sua vez, tem como objetivo unificar os 
interesses dos trabalhadores, empresários e Estados em 
defesa da sustentabilidade ambiental (FREITAS; NUNES; 
NÉLSIS, 2012). 
 A possibilidade concreta da discussão sobre a 
sustentabilidade passa, necessariamente, pela discussão 
sobre este modelo de sociedade: a sociedade, suas 
engrenagens e seu processo de produção e reprodução das 
relações sociais de produção.
Interatividade 
Em que momento histórico surge o conceito de 
Desenvolvimento Sustentável e qual seu significado?
a) Em 1992, na Eco-92, no Rio de Janeiro, e significa a 
necessidade de separar o desenvolvimento capitalista do 
meio ambiente, isolar os dois espaços.
b) Em 1870, no Clube de Roma, e apresentam a necessidade de 
superar a natureza de modo sustentável.
c) Em 1870, na ONU, em Paris, e significa garantir o fim da 
emissão de gás carbônico CO2.
d) Em 1992, no Rio de Janeiro, e significa garantir um 
desenvolvimento capitalista com qualidade de vida.
e) Em 1987, a bordo do Relatório Brundtland, e entendem 
a necessidade de construir uma relação saudável entre 
desenvolvimento capitalista e proteção do meio ambiente.
A crise hídrica: uma das facetas contemporâneas da 
crise ambiental
 A crise hídrica é uma das facetas mais contemporâneas da 
crise ambiental. No início do século XXI, o que era uma 
ameaça, tornou-se uma realidade. 
 Segundo a Unesco, as perspectivas até 2025 são que 4 
bilhões de pessoas não terão acesso à água potável, o que 
seria equivalente à metade da população mundial.
 Em 2015, essa crise atingiu seu ápice nos grandes centros 
urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e outras regiões.
A crise hídrica: uma das facetas contemporâneas 
da crise ambiental
 A mercantilização da água é apresentada como solução para 
a crise hídrica: para as empresas multinacionais, a solução 
é a conscientização sobre o “valor econômico da água”. Isso 
significa dizer que o direito ao uso da água é garantido pelo 
pagamento da tarifa a partir do valor que o hidrômetro 
apresenta. 
 As empresas defendem uma fixação do preço com um valor 
específico capaz de limitar o uso racional da água, mas o 
Estado e os governos deveriam ser os responsáveis por criar 
leis que estimulassem o uso equilibrado. 
 De acordo com Gomes (2013), o processo histórico de 
transformação de água em mercadoria exigiu que governos 
e empresas fizessem intensas propagandas ideológicas nos 
grandes veículos de comunicação e reformas na 
legislação. 
A crise hídrica: uma das facetas contemporâneas 
da crise ambiental
 Aqueles que defendem a água como direito humano 
fundamental se baseiam em dados que apontam outra direção 
para explicar as razões da escassez. 
 Segundo a fonte Water in Crisis (1993), em 1980, o consumo 
mundial de água foi de 1953 km3. Do total, 2% foram para uso 
doméstico e 91% destinados a atividades agrícolas e 
industriais. Os dados indicam que focar o problema no 
consumidor doméstico é errado, pois não é este o centro do 
problema. 
 Gomes (2013) revela que a fabricação de um automóvel 
consome, em média, 400 mil litros de água. Logo, não fabricar 
um carro equivaleria a uma economia de 30 mil “banhos 
rápidos”, como sugerido em diversas propagandas, o que 
individualiza o problema e justifica a fixação do preço da água. 
A ação dos movimentos sociais 
 A segunda década dos anos 2000 foi capaz de retomar 
fenômenos semelhantes aos ocorridos no final dos anos de 
1970 e meados dos anos de 1980, no quais as ruas e 
manifestações massivas se tornaram palco de demandas por 
mais direitos, democracia e liberdade.
 As Jornadas de Junho de 2013: as manifestações que 
ocorreram nesse período, no Brasil, foram capazes de 
reconfigurar o papel das ruas na luta por direitos. Assim, a 
discussão sociológica contemporânea produziu debates 
teóricos acerca desse fenômeno, ainda não fechado no 
que se refere ao ciclo histórico, mas que apresenta elementos 
fundamentais para a reconfiguração das lutas e de suas 
formas de organização.
A ação dos movimentos sociais
 Maria da Glória Gohn, em Manifestações de Junho de 2013 no 
Brasil e as Praças dos Indignados no Mundo, faz um 
importante levantamento dos dados históricos e jornalísticos 
do período, revelando elementos para análise acerca dos 
movimentos sociais presentes e suas demandas.
A ação dos movimentos sociais
 Os gastos altíssimos com estádios da Copa de 2014 e com 
a Copa das Confederações que acontecia em junho de 2013; 
megaeventos comouso do dinheiro público contrastando 
com a má qualidade dos serviços públicos, especialmente 
nos transportes, educação, saúde e segurança pública. Outros 
agravantes são: a persistência dos índices de desigualdade 
social, inflação, denúncia de corrupção, clientelismo político, 
a PEC 37 (...) assim como sentimento de impunidade nas 
histórias de corrupção, o sistema político arcaico, a 
criminalização dos movimentos sociais – especialmente rurais 
e indígenas, o projeto de lei que tramitava no Congresso 
sobre a “cura gay”, a condução de importantes postos 
políticos com passado marcado por denúncias, etc. (GOHN, 
2014, p. 21).
Interatividade
“Os gastos altíssimos com estádios da Copa de 2014 e com 
a Copa das Confederações que acontecia em junho de 2013; 
megaeventos como uso do dinheiro público contrastando 
com a má qualidade dos serviços públicos, especialmente 
nos transportes, educação, saúde e segurança pública. Outros 
agravantes são: a persistência dos índices de desigualdade 
social, inflação, denúncia de corrupção, clientelismo político, a 
PEC 37 (....) assim como sentimento de impunidade nas histórias 
de corrupção, o sistema político arcaico, a criminalização dos 
movimentos sociais – especialmente rurais e indígenas, o projeto 
de lei que tramitava no Congresso sobre a “cura gay”, a 
condução de importantes postos políticos com passado marcado 
por denúncias, etc.” (GOHN, 2014:21 in.: “Junho de 2013 no 
Brasil e as praças dos indignados no mundo”). A autora se refere 
a qual fenômeno histórico?
Interatividade
a) A copa do mundo de 2014.
b) As manifestações de junho de 2013 no Brasil.
c) As olimpíadas de 2016.
d) As lutas sociais pelo impeachment.
e) Aos movimentos da luta por moradia urbana.
Jornadas de junho: novas formas de luta?
 Gohn (2014) divide em três momentos o processo de lutas 
iniciado em São Paulo e que se alastrou para todo o País. 
 O primeiro momento, a autora configura como desqualificação 
e descaso: manifestações tímidas contra o aumento da tarifa 
dos transportes lideradas pelo Movimento Passe Livre – MPL; 
considerados vândalos, jovens, sem foco e direção das ações. 
Houve um franco processo de “criminalização dos 
movimentos” (GOHN, 2014, p. 22), em que os governantes e a 
mídia buscavam causar dúvidas sobre a demanda real do 
movimento e provocar no telespectador, quase sempre, 
dúvidas em relação aos conflitos. 
Jornadas de junho: novas formas de luta?
 O segundo momento foi de violência, revolta popular e susto 
pelo movimento de massa. Houve uma grande violência por 
parte da polícia militar, dezenas de feridos e 192 detenções. 
A ação gerou revolta da opinião pública. Imagens que se 
assemelhavam aos momentos de repressão do regime militar 
serviram para que, nos atos seguintes, milhares de pessoas 
fossem às ruas em várias cidades do país. Segundo Gohn 
(2014), as manifestações passaram a ser quase diárias, 
ganhando destaque na imprensa internacional. As pautas 
começam a se ampliar e outras reivindicações se somam 
ao aumento das tarifas dos transportes: demanda por uma 
educação pública, fim da violência política, contra a 
militarização da polícia, fim da corrupção e transparência. 
Para Gohn (2014), o grupo Anonymous ganha destaque 
no ativismo digital.
Jornadas de junho: novas formas de luta?
 O terceiro momento foi a vitória da demanda básica. 
Com a ampliação dos protestos e das reivindicações, as 
manifestações tomam o corpo de jornada e provocam um 
recuo dos governantes que anunciam o cancelamento do 
aumento das tarifas em São Paulo.
 A juventude cumpriu um papel de destaque nas lutas contra o 
aumento do transporte, na construção e utilização de novas 
ferramentas de mobilização, como as redes sociais. Todavia, o 
processo se massificou e trouxe novos sujeitos às ruas, 
sobretudo com a pauta anticorrupção, que reforçou um 
discurso contra as instituições e, portanto, contrário a 
partidos, sobretudo os partidos tradicionais. 
Novos formatos
 Os atos foram construídos sobre outros formatos. Sem carro 
de som, microfones e tampouco sem uma direção claramente 
definida previamente. 
 Longos trajetos revelaram que a rua assumiu um papel central 
como locus de ação e atuação. Jograus coletivos, músicas e 
intervenções artísticas foram utilizadas como ferramentas 
de expressão. 
 Redes sociais.
Novas estratégias
 Estratégias de atuação, presente nos movimentos 
antiglobalização dos anos 1990, foram recuperadas. Os black 
blocks partem de uma concepção de intervenção e ação direta 
sobre os símbolos da “exploração e opressão”, uma 
intervenção estética que defende a depredação como 
forma de denúncia e protesto. 
 Essas ações, apesar de minoritárias, estiveram presentes 
nas Jornadas de Junho.
Perspectivas teóricas da sociologia 
 Algumas perspectivas teóricas presentes na 
contemporaneidade, serão apresentadas com o objetivo de 
provocar reflexões e curiosidade científica para 
aprofundamento analítico sobre elas.
 Pós-estruturalismo francês.
 Culturalistas ingleses, que objetivavam construir um 
instrumental de análise com vistas à superação do marxismo, 
centralmente, mas de outras teorias modernas de análise que 
influenciaram a sociologia.
 Sociologia pública.
 Uma breve recuperação da teoria marxista, seus fundamentos 
e algumas indicações contemporâneas sobre a vitalidade 
analítica.
Culturalistas ingleses
Os estudos culturais surgem na Inglaterra, mais precisamente na 
Universidade de Birmingham, através do Centro de Estudos de 
Cultura Contemporânea (sigla em inglês, CCCS). Impulsionados, 
segundo Escosteguy (2004), pela alteração dos valores 
tradicionais da cultura operaria inglesa pós-guerra, foram três os 
textos e autores fundadores:
 Richard Hoggart, “Os Usos da Literatura” (1957): recupera a 
história da cultura do século XX, apontando a cultura popular 
como também de resistência, não apenas como reprodução 
dos valores dominantes.
Culturalistas ingleses
 Raymond Williams, “Cultura e Sociedade” (1958): identifica a 
cultura comum, ordinária, o modo de vida, dotado de 
intencionalidade e lógica interna, como qualquer outro modo 
de vida.
 E. P. Thompson, “A Formação da Classe Operária Inglesa” 
(1963): entende a cultura como realidade prática e 
“instrumento” das lutas entre modos de vida distintos. 
 Um campo de estudo onde diversas disciplinas se 
interseccionam nos estudos de aspectos culturais da 
sociedade contemporânea.
Culturalistas ingleses
 Os estudos culturais, desde sua fundação até os dias atuais, 
passaram por fases e momentos específicos da sua 
construção como campo de conhecimento.
 A cultura assume uma autonomia relativa em relação à esfera 
econômica da sociedade: ela não é dependente das relações 
econômicas, nem seu reflexo, mas tem influência e sofre 
consequências das relações político-econômicas.
 Nos anos seguintes, os estudos culturais entram em um 
processo de “relaxamento” político. Contudo, é um campo 
rico de debates e variações internas, que possui um núcleo 
fundador originário que ainda se faz presente, além de 
inúmeros trabalhos e análises sociológicas contemporâneas. 
Culturalistas ingleses: Stuart Hall – historicização 
radical do sujeito
 Stuart Hall objetiva revelar como o conceito de identidade 
associado à ideia de existência de um sujeito universal 
necessita ser historicizado e recontextualizado. O autor 
entende a construção do sujeito iluminista como uma ficção, 
não encontrável na realidade. Todavia, através do recurso da 
problematização do mundo, compreende outras conexões. 
 Por meio da teoria da articulação, ele propõe a articulaçãoda 
estrutura, do concreto, com a comunicação simbólica; articula 
as perspectivas econômicas e sociais. 
 Assim, a identidade, num contexto de globalização do mundo 
pós-colonial, está sujeita a uma historicização radical por ser 
compreendida como um conceito estratégico e posicional. 
Culturalistas ingleses: Stuart Hall – historicização 
radical do sujeito
 O descentramento do sujeito não é a sua destruição. Trata-se 
de um processo de construção do sujeito, nunca completo, 
mas condicional, o que Hall denomina “jogo da différance”.
 Processo constante, agonístico, de luta com as regras 
normativas ou regulatórias com as quais se confrontam e 
pelos quais regulam a si mesmo, fazendo-lhes resistência, 
negociando-as, ou acomodando-as (Hall, 2000: 126).
 Regulação normativa.
 Objetiva desconstruir as normas, destruir essa leitura da 
identidade e apresentar o sujeito como um processo em 
constante construção, não findável. 
Anthony Giddens: o teórico da terceira via
 Tem como questão central o estudo sobre a natureza da 
modernidade, objetivando caracterizar o que vem depois dela. 
 O processo contemporâneo determina sociedade pós-
industrial, localizada na alta modernidade, onde identifica a 
erosão dos laços sociais e, portanto, das crenças tradicionais.
 A predominância da globalização, do desenraizamento, do 
risco, da reflexibilidade e da predominância dos experts, 
identificando uma natureza frágil e arbitrária do mundo social.
 Sua teoria da estruturação objetiva equilibrar o agir voluntário 
individual (criatividade cultural) com o determinismo 
estrutural, em que a relação entre estrutura e agência é criada 
a partir das ações individuais coordenadas. Trata-se de 
valorização da capacidade do indivíduo.
Interatividade
Os estudos culturais partem de uma nova perceptiva sobre a 
cultura e o sujeito cultural. Tem como referência os seguintes 
autores fundadores:
a) Karl Marx e Marx Weber.
b) Richard Hoggart, Raymond Williams e E. P. Thompson.
c) Emile Durkheim e Raymond Williams.
d) E. P. Thompson e Karl Marx. 
e) Max Weber e E. Hobsbawn.
O pós-estruturalismo francês: a radicalização histórica
 Michel Foucault, Jacques Derrida e Roland Barthes: França.
 EUA: Michel Peters foi um importante estudioso sobre o tema 
e apresentou uma perspectiva histórica do campo em seu 
livro “Pós-estruturalismo e a Filosofia da Diferença”.
 O pós-estruturalismo tem como foco a crítica ao 
estruturalismo. Esse método foi fundado pelos linguistas 
e depois desenvolvido no conjunto das ciências humanas, 
buscando superar os estruturalistas.
 Para os pós-estruturalistas, os processos não devem 
estar associados a uma estrutura a priori.
 Caberia analisar e interpretar símbolos a partir de uma 
perspectiva história, aberta, não inflexível à estrutura
O pós-estruturalismo francês: a radicalização histórica
 Ou seja, os pós-estruturalistas fundam uma perspectiva de 
análise que objetiva romper com as leituras rígidas e pouco 
flexíveis dos estruturalistas. Para eles, não só é possível 
mudar a estrutura, como ela, por si só, é histórica e flexível.
 Essa corrente de análise acaba por desprezar as narrativas 
que partem da leitura da totalidade, da relação estrutura e 
história, não inflexível e rígida, como a dos estruturalistas.
 Não deixa de ser uma forma de interpretar a complexidade 
do mundo moderno e a inexistência de alternativas totais de 
solução ou de contraposição à existente. A fluidez 
e a fragmentação reinam nessa perspectiva. 
Michel Foucault: sujeito e poder
 Michel Foucault: sujeito e poder.
 A preocupação de Foucault tem como centro a ideia de 
subjetivação: o sujeito é fundado e refundado a cada instante 
pela história; não existe sujeito neutro. 
 O mundo moderno cria regras penosas para os indivíduos 
através do uso reservado de privilégios de liberdade. Nesse 
cenário, Foucault indica que as estratégias de poder atuam 
no centro de instituições, escolares, hospitais, prisão, dentre 
outros similares. 
Michel Foucault: sujeito e poder
 Esses espaços são locus privilegiados de controle e de 
exercício do micropoder, denominado biopoder. Assim, o 
corpo também se localiza como espaço de resistência. 
 Para Foucault, o poder é exercido em todos os níveis e não 
apenas pelo Estado. 
 O micropoder, fragmentado, e, por isso, mais eficaz em 
alguma medida, objetiva centralmente o controle do corpo, o 
que se faz pelas instituições sociais, centralmente.
A sociologia pública
 A sociologia pública de Michel Borawoy. 
Segundo Burawoy (2009), a sociologia pública põe a sociologia 
em diálogo com o público:
 (...) entendido como pessoas que estão elas próprias em 
conversação. Isso envolve, portanto, uma dupla conversação 
(...) O que todos os livros têm em comum. Eles foram escritos 
por sociólogos, foram lidos fora da academia e se tornaram 
veículos de uma discussão pública sobre a natureza da 
sociedade”.
(BURAWOY, 2009, p. 24). 
A sociologia pública
Michael Burawoy apresenta onze teses em defesa da sociologia:
 o movimento da tesoura;
 a multiplicidade das sociologias públicas;
 a divisão do trabalho sociológico;
 a elaboração da complexidade interna;
 localizando o sociólogo;
 modelo normativo e suas patologias;
 a disciplina como um campo de poder;
 história e hierarquia;
 provincializando a sociologia americana;
 guiando as disciplinas;
 sociólogos como companheiros.
A sociologia pública
 Ruy Braga (2009), por sua vez, faz uma leitura da aproximação 
entre a sociologia pública e o marxismo.
 Ruy Braga, ao apresentar elementos do marxismo para a 
discussão, situa-se no campo dos que se definem como 
“marxismo aberto”. 
 Uma forma de se opor a leituras vulgares, ou mesmo 
mecânicas e economicistas que alguns autores fizeram da 
teoria marxista, indicando que o adjetivo aberto revela que não 
há teleologia da história, não há previsão do processo 
histórico e, sim, análise de perspectiva que nunca está 
fechada, mas aberta aos processos de luta social, contradição 
e possíveis sínteses.
A sociologia pública
 Pierre Bourdieu assume papel central na construção da 
sociologia pública; seu diálogo com o marxismo, assim como 
os pontos e diferenciações, são inegáveis.
 Tanto a sociologia pública, quanto o marxismo, partem da 
premissa da inexistência de uma “essência humana”; em 
contraposição, apresentam os elementos históricos e sociais 
da construção do homem e, portanto, da relação social.
 A sociologia pública objetiva evidenciar o invisível, deixar 
público o privado, para auxiliar a grande massa a pensar 
e organizar sua intervenção política. De acordo com Braga 
(2009), é preciso pensar a relação entre sociologia pública 
e marxismo, uma aliança mutuamente proveitosa. 
Possivelmente, uma sociologia pública marxista.
Florestan Fernandes: um representante da sociologia 
pública brasileira
 Florestan Fernandes foi membro da primeira geração de 
intelectuais na Universidade de São Paulo – USP. A tarefa de 
institucionalizar a sociologia pública, assim como garantir sua 
autonomia, foi levada ao centro das preocupações de 
Fernandes, o que se alinha à formulação radical do papel do 
intelectual, requisito para a crítica racional e mudança social.
 Florestan estabelece um percurso interessante iniciado pelos 
estudos da sociedade Tupinambá, um olhar generoso para os 
processos educacionais, passando pelo folclore e outras 
reflexões. Apesar da preocupação com o social e o coletivo, 
suas referências estavam bem envolvidas com as correntes 
funcionalistas, a exemplo de Durkheim, ou mesmo de nomes 
importantes para a institucionalizaçãosociológica, 
como Karl Mannheim.
Florestan Fernandes: um representante da sociologia 
pública brasileira
 Como bem aponta Braga (2009), nossa estrutura social 
denuncia sermos um dos países com maior desigualdade 
social. 
 O País é um terreno propício para a construção de uma 
sociologia crítica e reflexiva. 
 Somado a isso, está o fato de existir um certo “fazer 
sociológico militante”, que dialoga fortemente com a 
sociologia pública, a exemplo de Florestan Fernandes.
Florestan Fernandes: um representante da sociologia 
pública brasileira
 Entretanto, os dilemas sociais, sobretudo os dilemas sociais 
brasileiros, começam a tomar o centro de suas produções. 
Para além das pesquisas já realizadas, a discussão sobre a 
condição do negro no Brasil e a participação na Campanha em 
Defesa da Escola Pública, nos anos de 1960, provocam o que 
alguns convencionaram chamar de “ruptura epistemológica” 
com o período anterior, fazendo com que Florestan se 
debruçasse sob as obras de Marx, Engels e Lenin para suas 
reflexões e pesquisa.
Sociologia pública e marxismo
 Em síntese, apesar de embrionário, o debate sobre a sociologia 
pública se faz bastante fértil no Brasil, já que possui como 
referência um dos maiores sociólogos da história. 
 Michel Lowy (2003), em “As aventuras de Karl Max contra 
o Barão de Munchhausen”, faz um estudo sobre o percurso 
com base na sociologia do conhecimento, do positivismo ao 
marxismo, passando inclusive por várias leituras do marxismo. 
Chama atenção para o marxismo historicista com base nas 
obras de A. Gramsci e Lukacs, que se colocaram 
historicamente contrários ao marxismo economicista e vulgar, 
possibilitando um referencial de análise capaz de revitalizar 
o marxismo, o que Ruy Braga denomina marxismo aberto, 
não teleológico.
Interatividade
Defina Sociologia Pública:
a) A sociologia pública põe a sociologia em diálogo com o 
público, possibilita a circulação de ideias para além da 
academia, provocando uma dupla conversação.
b) A sociologia pública se define como sendo uma sociologia 
que estuda somente as instituições públicas.
c) A sociologia pública se realiza apenas fora das instituições 
universitárias.
d) A sociologia pública entende que a sociologia deve se 
distanciar do público, garantindo o distanciamento 
necessário para a análise científica.
e) A sociologia pública se realiza apenas em universidades 
públicas.
ATÉ A PRÓXIMA!

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